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PESSOAS
Lilian Weber
Pessoas, grupos e equipes
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você será capaz de:
Introdução
O ser humano, por natureza, apresenta uma tendência à organização em
grupos. Essa característica, juntamente à capacidade de aprendizagem e
adaptação, garantiu sua sobrevivência ao longo do tempo desde as eras
mais primitivas. A vida em grupo atende a algumas de suas demandas
objetivas, como a ampliação de capacidades, e demandas subjetivas,
como sentimentos de filiação e pertencimento. Essa tendência da vida
humana também é observada nas práticas ocupacionais e nos modos
de organização do trabalho, seja em estruturas formais ou em modelos
informais. Entretanto, na evolução do processo de organização do tra-
balho, acompanhando as revoluções tecnológicas, houve um período
em que os modelos de gestão priorizaram a atuação individualizada. Foi
mais recentemente, em torno da década de 1980, que houve a retomada
pelo interesse no trabalho produzido por um conjunto de pessoas e,
desde então, essa modalidade tem ocupado lugar de destaque nas
estratégias de gestão.
Neste capítulo, você vai conhecer as diferenças existentes entre
os arranjos dos conjuntos de pessoas no ambiente de trabalho, em
particular as distinções conceituais entre grupos e equipes. Também
vai ver como ocorre a transformação da situação de agrupamento
para situações em que os trabalhadores estejam atuando em equipe
e vai aprender as vantagens de desenvolver o trabalho em equipe no
contexto de transformações do mundo do trabalho que favoreceram
sua emergência.
2 Pessoas, grupos e equipes
A equipe dever ter uma missão coletiva, isto é, ser responsável pela pro-
dução de um bem ou serviço destinado a clientes internos ou externos.
A equipe deve ser composta por membros que atuam em ambiente
organizacional mais amplo.
Os membros da equipe devem perceber-se e serem percebidos como for-
mando uma equipe, obtendo um reconhecimento como entidade social.
O trabalho deve ter uma duração suficientemente longa para que se
estabeleçam os vínculos necessários.
Membros interdependentes na realização da tarefa — a natureza do
trabalho deve implicar que os membros interajam e compartilhem
recursos.
A equipe deve gozar de certa margem de autonomia para que possa
efetivar a produção almejada.
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Nos dois sites a seguir, você encontra sugestões de filmes sobre o tema, bons recursos
para ampliar a capacidade analítica, assimilar melhor o conteúdo (associando com o
enredo) e, como bônus, proporcionam entretenimento.
https://qrgo.page.link/oUvWz
https://qrgo.page.link/Qh8My
https://qrgo.page.link/Lmqxc
Duhá (2007) afirma que muitas empresas têm adotado equipes como
unidades básicas de desempenho, de forma a aproximar áreas e atividades
que, anteriormente, eram separadas, visando aumento da autonomia e do
envolvimento dos funcionários, bem como o desenvolvimento de sistemas
de trabalho de elevado desempenho. O autor afirma, ainda, que as equipes
surgiram como forma de melhorar a implantação dos programas de gestão
da qualidade, como unidade básica de aprendizagem, conforme propostas de
autores como Nonaka e Takeuchi e Peter Senge (DUHÁ, 2007), e para lidar
com a diversidade da força de trabalho ocasionada pela internacionalização
(DUHÁ, 2007; MILKOVICH; BOUDREAU, 2006).
Observa-se, de modo geral, que houve mudanças no modo de organizar o
trabalho. O trabalho especializado, executado individualmente, submetido a
rígido controle hierárquico, foi sendo substituído por um modo de trabalhar
que passou a enfatizar o trabalho coordenado, utilizando equipes para realizar
uma série de atividades, às quais se delega certo poder de decisão, o que visa
acelerar e melhorar o processo de trabalho. A partir da percepção das possíveis
vantagens, as empresas começam a investir na formação e no desenvolvimento
das equipes, buscando modelos e estratégias que possibilitem a sua organização
de maneira cada vez mais efetiva (DUHÁ, 2007).
As vantagens associadas ao trabalho em equipe são o aumento da pro-
dutividade, da flexibilidade e da inovação de produtos e serviços, além da
satisfação de seus membros.
O trabalho em equipe tem sido valorizado como estratégia de gestão. Dessa forma,
com uma rápida pesquisa, já é possível encontrar uma série de materiais a respeito
do tema, como artigos em sites e vídeos. Sugerimos aqui alguns desses vídeos, que
podem ajudar você a pensar sobre o conteúdo estudado.
Os dois vídeos dos links a seguir mostram o valor do trabalho cooperativo e impor-
tância de unir esforços. É importante destacar que as situações apresentadas têm um
nível de complexidade menor do aquele que, por vezes, encontramos nas situações de
trabalho, mas elas podem nos lembrar do sentido principal de realizar o trabalho em
equipe: a integração das capacidades de cada um para alcançar um objetivo comum.
https://qrgo.page.link/fkvNv
https://qrgo.page.link/T6ihw
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Leitura recomendada
PUENTE-PALACIOS, K.; GONZÁLEZ-ROMÁ, V. Gestão de equipes de trabalho. In: BORGES,
L. O.; MOURÃO, L. (Orgs.). O trabalho e as organizações: atuações a partir da psicologia.
Porto Alegre: Artmed, 2013.