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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL VI - PROF.

ª ROSANA

1. Como é feita a realização de um filme, do argumento à exibição?

R:

Etapas na realização de um filme

ENCONTRAR UM ARGUMENTO

É o primeiro passo para se fazer um filme. O argumento é a história na qual o filme se baseia.
Alguns argumentos podem ser criados especificamente para o cinema. Todavia, a maioria dos
argumentos é baseada em romances ou peças de teatro. Nos E.U.A., um produtor pode pagar
a um autor centenas de milhares de dólares pelo direito de fazer um filme com seu romance
ou peça de teatro. Muitos argumentos são tirados dos clássicos literários. Por exemplo, várias
peças de William Shakerpeare e muitos romances de Charles Dickens foram adaptados para o
cinema. No Brasil, dezenas de filmes atualmente em co - produção pela Embrafilme são
baseados em romances e peças teatrais.

    O sucesso de um filme pode levar muitos produtores a fazerem filmes similares. Por
exemplo, se um filme sobre uma turma de motociclistas atrai um grande público, outros
produtores podem se apressar a fazer outros filmes com motocicletas.

O FINANCIAMENTO DE UM FILME

Alguns filmes chegam a custar mais de um bilhão de cruzeiros. Muitos diretores ou produtores
não possuem o dinheiro suficiente para fazer um filme de grande produção. Assim, ele têm de
procurar quem financie, isto é, produza ou co - produza a película.

    No Brasil, num caso típico, o diretor escolhe um argumento que ele desejaria filmar.
Apresenta entõ esse argumento, em alguns casos, a um produtor, que, possuindo capital,
investe seu dinheiro na produção. Em outros casos, o diretor ou o produtor apresentam seu
projeto à Embrafilme, que, uma vez aprovando o projeto, pode co - produzir o filme.
Instituições bancárias eventualmente também financiam alguns filmes.

A PREPARAÇÃO DE UM ROTEIRO

    O roteiro pode ser feito antes ou depois de conseguido o financiamento. Em alguns casos a
elaboração de um roteiro pode levar muito meses. O roteirista pode fazer muiras vesões até
finalmente conseguir aprovação geral. alguns roteiristas trabalham em contato direto com o
diretor e o produtor do filme. Em muitos casos o diretor também é também o autor do roteiro.

    Fazer roteiros cinematográficos é uma atividade altamente especializada. O roteirista não só


prepara os diálogos dos personagens como pode, também, indicar como devem ser as diversas
tomadas, ajudando assim a contar a história, explicar uma idéia ou estabelecer um clima. Um
roteirista pode criar longas cenas sem diálogo nehum, como cenas de uma batalha ou de uma
caçada. E seu roteiro deve descrever detalhadamente a ação que se desenrola as cenas.
ORÇAMENTO

    Uma vez aprovado o roteiro, faz - se o orçamento. Calcula - se o que se pode filmar dentro
do estúdio e o que terá de ser filmado fora do estúdio. Essas filmagens feitas fora do estúdio
são chamadas locações ou filmagens em locação. O produtor executivo calcula ainda os
salários que terão de ser pagos aos diversos membros da equipe. Se o produtor aprova o
orçamento, são feitos, então, os arranjos finais para a realização das filmagens.

A ESCOLHA DO ELENCO

    A escolha do elenco, isto é, dos atores e atrizes que vão trabalhar no filme, é feita pelo
diretor, em conjunto com o produtor executivo. A escolha tem de ser feita com bastante
critério. A escolha de um ator para um papel que não lhe é adequado pode arruinar um filme,
não importando se a direção é boa ou o roteiro bem feito.

    Ao fazer a escolha do elenco de um filme o diretor e o produtor executivo têm de decidir se
utilizarão ou não astros cinematográficos, ou seja, atores de nome já consagrados pelo
público. Alguns filmes são construídos em torno de um astro. Um diretor, ou um produtor,
pode até esperar que um astro esteja disponível para começar o seu projeto. Alguns
produtores acreditam que um astro aumenta as possibilidades de lucro de um filme. A
popularidade de um astro cinematográfico pode ainda auxiliar o diretor ou o produtor a
conseguir financiamneto para seu projeto.

    Em alguns casos, o produtor ou o diretor, pode preferir não usar astros ou estrelas em seus
filmes. A película pode não ter um papel suficientemente grande para um astro, ou o diretor
pode achar que a presença de um astro poderia tirar o interesse do público pela história. Um
diretor pode achar, ainda, que um ator pouco conhecido pode ajudar a tornar seu papel mais
real. Se um filme está sendo feito dentro de um orçamento baixo, o rpodutor pode decidir que
contratar um astro ou uma estrela ficaria muito caro.

A FILMAGEM

    A filmagem começa quando o roteiro foi aprovado, o elenco está completo, os cenários e os
costumes prontos e as locações selecionadas. A filmagem geralmente demora muitos meses.
Para economizar tempo e dinheiro, um diretor pode se decidir a não filmar as cenas na ordem
em que aparecem na tela. Ele pode, por exemplo, começar a filmar o meio ou o fim do filme.
Pode filmar todas as cenas que exijam a presença dos astros ou estrelas, num certo período, e
depois filmar as locações. Por isso, o diretor deve ter uma idéia clara do fluxo emocional e
narrativo do deu filme.

    Em alguns filmes, todas ou quase todas as tomadas são feitas no interior dos estúdios. Os
estúdios são geralmente grandes construções, sem janelas, parecendo um hangar de aviões.
Uma rede de fios cruza o chão desses estúdios. Esses fios fornecem energia para os refletores
e outros equipamentos elétricos. O estúdio é cheio de biombos, cabos e máquinas. Cada
câmara é montada em um grande veículo automotor, conhecido pelo seu nome em inglês -
dolly. No teto estão dependurados microfones e poderosos holofotes, fora do alcance das
câmaras.

    Muitos filmes são feitos inteiramente em locação. Para filmar em locação, os atores e outros
membros da equipe podem ter de viajar para muitas partes do país ou do mundo. Num
estúdio podem ser criados cenários iguais às selvas africanas ou às ruas de Roma. Todavia,
muitos produtores acham que filmar no próprio lugar onde a cena deve se passar torna o filme
mais realístico. Além disso, a locação, principalmente como é utilizada aqui no Brasil, elimina o
uso de cenários e pode tornar o filme mais econômico do que filmar dentro de um estúdio.

    Mas filmar em locação tem suas desvantagens. Os atores, a equipe e o equipamento têm de
ser transportados até o local da filmagem. Os geradores também têm de ser levados para que
haja energia para os refletores e outros equipamentos elétricos. Alojamento e alimentação
têm de ser providenciados. Em alguns lugares é preciso abrir clareiras e construir estradas para
que os veículos que carream a equipe e o equipamento posssam passar. O filme que foi
rodado deve ser levado diariamente para um laboratório a fim de ser revelado. Uma vez
revelado, o filme deve retornar ao local de filmagem para que os reaizadores vejam os
resulados e, se necessário, refilmem as cenas que ainda não atingiram o nível desejado.

A MONTAGEM DE UM FILME

    Depois das filmagens, o montador e o diretor reúnem as tomadas selecionadas no que


chamam de copião. Depois disso o copião vai para a moviola, uma máquina operada pelo
montador, onde se corta o filme até que ele chegue à forma final. Geralmente leva - se tanto
tempo para montar um filme quanto para filmá - lo.

    Ao montar um filme, o montador tem de ter muitas coisas presentes em sua mente. Ele tem
de combinar as várias tomadas individualmente feitas, numa progressão lógica que conte
claramente a história. O montador temanda que saber quando uma tomada já definiu o que
teria de ser definido, permitindo que o espectador passe para a tomada seguinte. Montar
exige também sensibilidade para o ritmo e para o tempo. Mudanças abruptas de tomadas, por
exemplo, criam excitamento visual, que seria adequado para um duelo, mas que poderia
comprometer uma cena romântica.

A COMPOSIÇÃO DA MÚSICA

    Os compositores, em sua maioria, preferem ser contratados no início do filme para que
assim possam captar seu clima e seu estilo. Dessa maneira, podem sugerir seqüências onde a
música poderia substituir o diálogo de uma maneira eficiente ou onde música e diálogo
poderiam ser combinados adequadamente. Na maioria dos casos, porém, o compositor é
contratado depois que praticamente toda a filmagem principal já foi feita. Por causa disso ele
pode apenas acresentar uma acentuação musical às cenas já filmadas.

    Antes da finalização da montagem, o compositor cria vários temas que submete ao produtor
e ao diretor para aprovação. Juntos, compositor, produtor e diretor selecionam trechos do
filme onde a música poderia ser particularmente eficiente, como numa cena romântica ou de
ação. Além disso, o compositor pode fazer com que a música resolva problemas de mudamças
desajeitadas ou abruptas de uma cena para outra.

    Em geral o compositor pode compor uma música no prazo de três a sei semanas. Mas se a
música acompanha todo o filme, esse trabalho pode tomar um tempo consideravelmente
maior. O compositor escreve a partitura final considerando tomada por tomada, quase
segundo por segundo, do filme. Na partitura ele anota onde o diálogo começa e termina, onde
ocorrem as ações mais significativas e onde entram gritos ou outros sons mais importantes
que tenham de ser ouvidos. Um compositor pode compor uma música magnífica, mas ele
pode transformar - se num fracasso se cobre o diálogo ou se não acentua os momentos
visualmente importantes do filme.

    Quando a música está pronta para ser gravada, o produtor entra em contato com os músicos
e então a música é gravada. Enquanto o maestro rege a orquesta, ele está, simultaneamente,
vendo o filme para que assim a música acompanhe a ação.

MIXAGEM

    Ao assistirmos à exibição de um filme, ouvimos o diálogo, a música e outros sons do filme,
que saem de um alto - falante. Todos esses sons foram gravados em um dos lados da película,
em uma pista chamada trilha sonora. Essa trilha sonora, na realidade, é o resultado da mistura
de diversas outras gravações. Para cada tipo de som que aparece num filme faz - se uma
gravação distinta. Assim, são feitas gravações separadas para o diálogo, para a música e para
sons especiais, tais como apito de barco, barulhos da multidão ou incêndios na floresta. Todos
esses sons são misturados através de um complicado processo chamado mixagem, onde se
produz o master do som, reproduzido pela trilha sonora que ouvimos em um filme.

    Para se fazer a mixagem é necessário que várias gravações estejam delicadamente


balanceadas entre si. A cena pode mostrar, por exemplo, dois homens sussurando a bordo de
um barco, em meio a um nevoeiro. A trilha sonora incluiria suas vozes, o ruído do motor do
barco, o bater da água contra o casco e o distante apito de uma sirene de nevoeiro. Esses sons
devem ser mixados de tal maneira que nenhum deles cubra o outro.

    A mixagem é feita numa pequena sala, depois que a montagem está praticamente pronta. O
produtor, o diretor e pelo menos três técnicos de mixagem partcipam desse processo. Os
técnicos sentam - se por detrás de uma mesa de mixagem, tendo a tela à frente. A mesa de
mixagem é uma mesa comprida, com controles para ligar e desligar a entrada das diversas
gravações e para regular o seu volume. Cada técnico é responsável por uma gravação
específica. Ele tem nas mãos um roteiro especialmente preparado, que diz exatamente,
enquanto o filme é projetado, em que momento qual som deve ser ligado ou desligado. Todas
as gravações são agrupadas nesse processo numa fita chamada master do som. Esta fita é
passada de novo, imediatamente após cada tomada. Se o som não tiver ficado perfeitamente
balanceado, a fita é então apagada e a mixagem feita novamente até que o diretor, o produtor
e os técnicos estejam satisfeitos. Esse trabalho prossegue dessa maneira até que o master do
som de todo o filme fique pronto. Com o master do som faz - se então a trilha sonora.

A PUBLICIDADE

    A publicidade pode ter um importante papel para fazer do filme um sucesso comercial. A
propaganda de um filme pode começar a partir do momento em que o argumento tenha sido
defnido, e continuar duran todas as fases da produção. No início, a publicidade pode ser feita
por um elemento ligado à produção do filme, ou contratado por esta. No entanto, ao se
aproximar a fase de lançamento, alguns produtores utilizam - se de agências de propaganda. A
agência deve estimular ao máximo o interesse do público no momento imediatamente
anterior ao seu lançamento. A agência pode recomendar que se lance um disco com as
músicas do filme. Ela pode, ainda, conseguir pra as estrelas do filme, para o diretor ou para o
produtor, entrevistas em programas de televisão. Se o filme é baseado em um livro, o livro
pode ser reeditado, com a propaganda do filme na capa. Algumas vezes o produtor pode
contratar um escritor para escrever uma história para um filme, a história pode ser também
lançada em forma de livro.

    Ao mesmo tempo o produtor, supervisionado pelo diretor, trabalha em conjunto com a
agência de propaganda, criando anúncios do filme. Esses anúncios tentam prender a
imaginação do público e fazer com que as pessoas dessejem ver o filme.

O LANÇAMENTO

    Depois de pronta a montagem final e aprovada a camapanha de propaganda, o filme está


rponto para ser lançado. Geralmnete um filme é lançado em grandes cinemas, num
importante circuito. Depois, quando não atrai mais público, o filme é passado em cinemas de
bairro. Passa a ser exibido também em cidades do interior em outros países, podendo,
podendo, finalmente, ser mostrado pela televisão.

    A não ser que um filme tenha muito sucesso de público, ele é exibido no país apenas por
alguns meses. Durante esse período, a audiência do público determina se o filme vai dar ou
não dar lucro. No Brasil são reservados, por lei, 133 dias por ano, em todos os cinemas do país,
para exibição obrgatória de filmes nacionais. Essa lei é conhecida como lei da obrigatoriedade.

2. Quais mudanças técnicas influenciaram na evolução da linguagem cinematográfica?

R: Do reinado da arte muda, quando se pensou o cinema ter alcançado a sua essência como
linguagem, passando pela introdução do som - que, inegavelmente, modificou a arte do
filme, a linguagem cinematográfica recebeu, na sua trajetória, influências da tecnologia,
incorporando seus avanços.

Mais tarde, outras mudanças viriam: O som, a cor, o cinemascope, o som estéreo, as
experiências com terceira dimensão. O cinema não para de mudar, na verdade. A cada ano
surgem novos inventos, e novas técnicas são introduzidas, mesmo que isto não represente
necessariamente um avanço qualitativo do filme enquanto obra de arte.

As mudanças ocorridas no cinema ainda estão a nosso alcance, por duas razões: primeiro,
trata-se de uma arte muito recente; segundo trata-se de uma arte em que as idéias e a
tecnologia andam lado a lado. O teatro, por exemplo, não é afetado por mudanças técnicas
profundas. Da mesma forma, as mudanças tecnológicas não afetam diretamente o modo de
produção da literatura. No cinema, ao contrário, os fatos técnicos são decisivos. Quando se
inventou uma maneira de unir som e imagem, por exemplo, a própria natureza dos filmes
mudou. Este fato inevitável, porém, não representou necessariamente um avanço na
linguagem cinematográfica, dado que o período de maior desenvolvimento da linguagem se
situa nas décadas de 10 e 20, quando os filmes eram mudos. Desta fase, podemos destacar:
Ouro e Maldição de Eric Von Strohein (1925, EUA); O Encouraçado Potemkin de Eisenstein
(1925, URSS); Metrópolis de Fritz Lang (1926, Alemanha); Fausto de F.W. Murnau (1926,
Alemanha); Napoleão de Abel Gance (1925-7, França); Sangue Mineiro de Humberto Mauro
(1928, Brasil) e Limite de Mário Peixoto (1930, Brasil).

3. O que a televisão pode fazer em termos de conteúdo para melhor atingir o seu público-
alvo e seus segmentos?
R: O sucesso de um programa de TV (e, por tabela, o seu próprio sucesso profissional) irá
depender, fundamentalmente, da sua capacidade de atrair a atenção e manter o interesse do
seu público. É claro que para isso, você deverá ter alguma coisa interessante para comunicar.
Do contrário, a sua audiência mudará de canal ou se desligará mentalmente do conteúdo do
seu programa.
Independentemente do tipo de programa que se pretenda produzir, antes de começar, temos
de descobrir quais são as necessidades e interesses do nosso público-alvo.
A audiência reage emocionalmente ao programa. Mesmo as apresentações de conteúdo lógico
e educativo evocam - para melhor ou pior - uma resposta emocional. E embora as pessoas
possam tentar fazer uma avaliação lógica da produção, é a reação emocional delas que
determina a primeira reação.
Que tipos de conteúdo envolvem a audiência emocionalmente?
Em primeiro lugar, pessoas se interessam por outras  pessoas; mais especificamente, as
pessoas gostam de "experimentar experiências" de outras pessoas. Especialmente de pessoas
que levam vidas interessantes (perigosas, românticas, miseráveis ou dedicadas a alguma
causa). O que possibilita adquirir visões de mundo diferentes, se expor a novos pontos de vista
e aprender coisas novas. 
As pessoas também gostam de ver programas que apóiem seus pontos de vista e tendem a
reagir negativamente a idéias contrárias às suas crenças. Os produtores, portanto, devem ser
cuidadosos quanto à apresentação de assuntos polêmicos que desafiem as crenças
amplamente arraigadas - ainda que existam argumentos e evidências suficientes para se
apoiar uma visão alternativa.
O público também gosta de novidades e coisas excitantes. Por isso, mistério, sexo, medo,
violência e horror são sucesso de bilheteria. E é por isso também que vemos tantas
perseguições de carro, explosões e situações caóticas em filmes e programas de TV.
Estas coisas mexem com a adrenalina, envolvem emocionalmente... prendem a atenção.
Isto, é claro, nos leva à questão ética da exploração oportunista de assuntos que apelam para
elementos não muito positivos da natureza humana. Muitas vezes, existe uma linha muito sutil
entre apresentar idéias ou estórias de uma maneira honesta e enfatizar inescrupulosamente
elementos como sexo e violência, apenas para atrair o interesse da audiência.
Além de um certo ponto, a audiência percebe que está sendo manipulada e explorada e se
ressente disto. Lembre-se, o conteúdo de um programa, bom ou ruim, conta pontos na
reputação das pessoas que o produzem (e algumas vezes, até na reputação de seus
patrocinadores). 

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