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Direcção da Pós-graduação Pesquisa Extensão

Certificação B - Educação Profissional

Módulo de Realizar Actividade de Pesquisa e Extensão em Favor da


Comunidade

Efeito da Aplicação do Munching na Cultura de Alface: Caso da Localidade de


Inhamússua

Nome do Formando
Elias Henrique Jamine

Maxixe, 2020
Direcção da Pós-graduação Pesquisa Extensão
Certificação B - Educação Profissional

Módulo de Realizar Actividade de Pesquisa e Extensão em Favor da


Comunidade

Efeito da Aplicação do Munching na Cultura de Alface: Caso da Localidade de


Inhamússua

Trabalho apresentado a UniSave


Extenção da Maxixe para efeitos de
avaliação sobre a supervisão da
Professor Msc Claúdio Nhampossa

Nome do Formando
Elias Henrique Jamine

Maxixe, 2020
II

Índice Geral
Índice de tabelas..........................................................................................................III

Índice de Figuras.........................................................................................................IV

Introdução.....................................................................................................................5

1 Arcaboço Téorico.................................................................................................10

1.1 Morfologia da Cultura de Alface....................................................................10

1.2 Processo produtivo da cultura de alface.......................................................11

2 Metodologia..........................................................................................................13

3 Apresentação dos Resultados e Discussão........................................................16

3.1 Altura média atingida pela cultura nos dois tratamentos..............................16

3.2 Número de folhas da cultura de alface produzida nos dois tratamentos......17

3.3 Massa fresca produzida pela cultura de alface nos dois tratamentos.........19

Conclusão...................................................................................................................21

Recomendações.........................................................................................................22

4 Bibliografia...........................................................................................................23
III

Índice de tabelas

Tabela 1: Cronogramas de Actividades.....................................................................14


Tabela 2: Computalização da Análise e Variância....................................................15
Tabela 3: Altura média atingida em cada canteiro....................................................16
Tabela 4: Anova para a atingida pela alface.............................................................17
Tabela 5: Número média de folhas produzidas pela cultura de alface em cada
canteiro.......................................................................................................................17
Tabela 6: Número média de folhas produzidas pela cultura de alface em cada
canteiro.......................................................................................................................18
Tabela 7: Anova para o número de folhas produzidas pela cultura de alface.........18
Tabela 8: Massa fresca média em gramas por planta de alface..............................19
Tabela 9: Anova para a massa fresca média em gramas por planta de alface......19
IV

Índice de Figuras

Figura 1: Distribuição dos tratamentos e dimensões das parcela............................13


5

Introdução

Em Moçambique as estatísticas indicam que cerca de 80% da população nas zonas


rurais desenvolve como principal actividade econômica a agricultura, isto é,
exploração de plantas seguida da pecuária que significa exploração de animais
(INE, 2006). A agricultura predominante é tradicional senão "primitiva". Concorre
para a aprovação do argumento constante na afirmação precedente a menor ou
quase insignificante aplicação de(a): água com auxílio de sistemas de rega,
equipamentos sofisticados, mecanização agrária, fertilizantes sintéticos, correctivos
do solo, semente certificada, defensivos agrícolas e dentre outras técnicas/factores
de produção (Cunguara & Moder, 2011).

A falta da capacidade em capital para a mecanização das operações agrícolas


aliado ao facto de que muitos produtores da zona rural praticam uma agricultura
fundada na lógico do empirismo em que a experiência é transmitida de país para
filhos sem o devido sustento cientifico “cientes de que a agricultura é a ciência e a
arte de exploração económica de culturas” faz com que a agricultura não seja uma
actividade economicamente rentável e sustentável, visto que os rendimentos
obtidos, estão longe de serem competitivos e em alguns casos a produção obtida
não chega a ser suficiente mesmo para a auto-sobrevivênvia tomando como
exemplo alguns distritos da Província de Inhambane: Distritos de Mabote, Panda e
Funhaloiro.

Um número visível de produtores da zona rural para além de seleccionar explorar


culturas para o próprio consumo, optam por explorar outras para abastecer os
mercados locais como é o caso das culturas de rendimento. Fazem parte deste
grupo um número considerável de culturas, contudo temos a citar os seguintes
exemplos: Alface, couve, repolho, batata-reno, rabanete, cenoura, pepino, pimento,
feijão-verde, etc.

Pela natureza destas culturas (culturas de rendimento) são maioritariamente


exigentes em termos de adubação e sensíveis ao estresse hídrico (falta de água).

Culturas como alface que apresentam um ciclo relativamente curto variando de 6 a


8 semanas no verão e de 10 a 12 semanas no inverno (Almeida, 2006) garantem
6

um retorno rápido do investimento feito e da mesma sorte disponibilizam o solo para


a exploração de uma outra cultura.

Desta feita, constitui uma das culturas preferências de um número significativo de


produtores para sua exploração pelas razões apresentadas no parágrafo
precedente e sobretudo, pela maior aceitação no mercado, contudo a sua
exploração limita-se a zonas de machongos (zonas com lençol freático junto de
superfície) porque é uma cultura sensível a deficiência hídrica, facto que se agrava
por constituir uma cultura maioritariamente compostas por folhas.

Quanto maior for o índice de cobertura foliar de uma cultura maior será a perda de
água pela transpiração, consequentemente os produtores veem-se obrigados a
investir no trabalho de regas que pode ser combinado com outras práticas culturais
no sentido de garantir o maior armazenamento de água no solo a fim de satisfazer a
demanda evaporativa da cultura de alface.

A localidade de Inhamússua é uma zona agro-ecológica dentro da bacia hidrográfica


do rio Nhanombe em que o clima predominante e semiárido segundo a classificação
de Köppen (1931). Este tipo de clima é caracterizado por irregularidade e baixa
precipitação que não chega a ser suficiente para suprir as necessidades hídricas
das culturas.

Nos machongos (zona baixa) alimentados pelas águas subterrâneos do rio


Nhanombe, a população dedica-se exploração de culturas preferencialmente de
rendimento, enquanto na zona alta exploram-se culturas de sequeiro, com maior
destaque para o milho, mandioca, amendoim e feijão nhemba.

Os machongos constituem um recurso económico bastante limitado na localidade


de Inhamússua, dai que se observa uma disputa intensa entre as famílias no sentido
de ter em sua possessão uma parcela de produção nos machongos. As famílias
mais desfavorecidas e sem poder visível no seio da comunidade são obrigadas a
desenvolver a sua actividade agrícola em solos da zona alta que são arenosos e
ferrolíticos. Estes solos (arenosos) são macroporosos dai que perdem facilmente a
água tanto por percolação profunda, assim como pela remoção da mesma por
evaporação condicionada pelos factores climáticos (temperatura, humidade relativa,
velocidade de vento e duração do brilho solo).
7

Os solos arenosas desta zona são avermelhados o que indica disponibilidade de


ferro para as plantas porém, são pobres em macro e outros micronutrientes
necessários para o crescimento e resposta positiva das plantas ao esforço
empreendido pelos produtores.

Chegado aqui conclui-se que para o insucesso da exploração da cultura de alface


mantendo-se os outros factores constantes apontam-se dois grandes problemas
para os produtores na zona alta da localidade de Inhamússua, nomeadamente:

 Irregularidades e baixas precipitações na quantidade suficiente para suprir as


necessidades da cultura; e
 Baixa fertilidade e reduzida capacidade de armazenamento de água dos
solos arenosos.

Para contrapor aos dois problemas verificados, propõem-se realizar uma pesquisa
experimental com vista a testar o efeito do munching na produtividade da cultura de
alface tendo como fio condutor o seguinte questionamento: Até que ponto a
aplicação do munching recorrendo a folhas de leguminosas contribuem para a
elevação da produtividade e qualidade da cultura de alface?

Da pergunta de partida, derivam outras questões secundárias que ajudam a inferir a


questão primárias, nomeadamente:

 Qual é a altura média atingida pelas plantas de alface com e sem a aplicação
de munching?
 Qual é o número médio de folhas produzidas pelas plantas de alface com e
sem aplicação de munching?
 Qual é o rendimento médio obtido com e sem a aplicação de munching na
cultura de alface?

Justificativa

Para o presente estudo seleccionou-se a localidade de Inhamússua, por ser uma


comunidade dentro do campo de actuação do Instituto Agrário de Inhamússua, onde
como formadores por um período de pelo menos 8 anos, forjou-se a nossa
experiência como profissionais da Educação Profissional, especificamente ao nível
das Escolas e Institutos Técnicos Profissionais.
8

Este estudo em termos de ganhos para a comunidade da localidade de Inhamússua


são a priori visíveis, visto que, os produtores poderem testemunhar os benefícios da
aplicação da técnica de munching no aumento dos níveis de produção por unidade
de área (produtividade) na cultura de alface. Para além disso espera-se que se
verifique uma redução no trabalho braçal em termos de frequência de regas que
devem ser aplicadas na cultura de alface quando o solo estiver protegido e
enriquecido pelo munching.

Em termos de contributo desde estudo no processo formativo, sublinha-se que o


ensaio conta com a coparticipação dos formandos e membros da comunidade local
nas diferentes etapas que incluem as seguintes actividades:

 Demarcação das parcelas;


 Alinhamento e adubação dos canteiros (campo definitivo);
 Preparação dos alfobres e lançamento da cultura nos alfobres,
 Operações culturas nos alfobres;
 Transplantação para o local definitivo,
 Operações culturais no local definitivo; e
 Registo de dados importantes do ensaio, avaliação e comparação dos
resultados entre parcelas com e sem a aplicação do munching).

Delimitação do campo de estudo

O tema que delimita a pesquisa é designado “Efeitos de Aplicação de Munching em


Solos Arenosos em Alface”, cujo experimento foi realizado na localidade de
Inhamússua entre os meses de Abril a Maio de 2020.

Explicitando o tema, convém esclarecer que no estudo, vai-se relacionar duas


variáveis sendo a variável independente o munching e a dependente a resposta
(comportamento) da cultura de alface cujo objectivo geral é de: Avaliar o efeito de
aplicação da técnica de munching no rendimento da cultura de alface. Nesse
contexto, serão verificados os seguintes objectivos específicos:

 Estabelecer dois ensaio sendo um com a aplicação do munching e um outro


de controlo (testemunho);
9

 Fazer comparações de parâmetros de rendimento (altura da planta, número


de folhas e o rendimento) entre as parcelas de aplicação de munching e as
parcelas de controlo; e
 Recomendar a melhor estratégia de produção de alface aos produtores que
exploram em locais de baixa precipitação e em solos pobres.

Hipóteses da pesquisa

 Hipótese Nula: A aplicação da técnica de munching na cultura de alface em


solos arenosos não gera mudanças significativos no desenvolvimento da
cultura e no seu rendimento; e
 Hipótese Alternativa: A aplicação da técnica de munching na cultura de
alface em solos arenosos gera mudanças significativos no desenvolvimento
da cultura e no seu rendimento.
10

1 Arcabouço Teórico

Neste capítulo pretende-se em linhas gerais situar o período de introdução da


cultura de alface em Moçambique, descrever em linhas gerais as características da
cultura e o se processo produtivo em Moçambique.

A cultura de alface vem sendo explorado desde a antiguidade 2500 A.C. na zona do
mediterrâneo. Na Grécia Antiga e no Imperio Romano já era cultivada pelas folhas
comestíveis. Em Moçambique não se sabe ao certo que em ano foi a cultura
introduzida, porém a fortes evidências de que a cultura foi introduzida pelos
portugueses depois da chegada de Vasco da Gama em 1497.

A alface é normalmente consumida cruas em saladas e a sua folha é


essencialmente constituída por água, mas fornece vitaminas, minerais e fibra à dieta
humana. As principais vitaminas são A e C.

1.1 Morfologia da Cultura de Alface

A cultura é uma planta herbácea anual. O sistema radicular é aprumado, pouco


ramificado, e relativamente superficial. O sistema tende a ser fasciculado para
plantas produzidas em alfobres em que durante a operação de transplante a raiz
fica desprotegida (é uma das reacções fisiológicas da cultura derivadas do choque
da transplantação).

O sistema radicular em função do tipo de solo está confinado entre os 30 a 60cm de


altura (Allen at al, 2006).

A parte aérea é bastante polimórfica, existindo alface que formam cabeça (repolho)
e outras variedades que não forma. As folhas encontram-se dispostas em forma de
roseta podendo ser crespas, lisas, romana, frisa, roxa e americana
(https://content.paodeacucar.com/saudabilidade/principais-tipos-de-alface)

O caule é carnudo com um comprimento que varia de 20 a 30cm. Durante a floração


o caule alonga-se emitindo uma haste floral ramificada. Na assunção de AVRDC
11

(1990:48), as flores são hermafroditas, isto é, são flores perfeitas porque


apresentam na mesma planta e mesma flor carpelos (órgãos reprodutivos
femininos) e estames (órgãos reprodutivos masculinos), agrupadas em capítulo
contendo 7 a 15 flores cada um. As flores são liguladas, com pétalas amarelas, e
estames de anteras concrescidas e um pistilo.

O fruto é um aquénio com 3 a 5mm de cumprimento, o aquénio é um fruto pequeno,


seco, indecente que produz uma única semente
(https://www.biologianet.com/botanica/tipos-frutos.htm).

1.2 Processo produtivo da cultura de alface

A cultura pode instalar-se por sementeira directa ou por transplantação com e sem a
raiz coberta.

Em moçambique a maior parte dos produtores aplicam a sementeira por


transplantação com a raiz descoberta. Essa técnica tem como constrangimentos o
aumento dos efeitos do estresse pelo transplante (maior mortalidade das plantas, e
surgimentos de ferimentos nas raízes que constituem pontes de entrada de
doenças)

Na produção os compassos típicos consistem em entrelinhas de 30 a 50cm a


distância entre plantas na linha de 20 a 30cm. Em agricultura mecanizada os
compassos são de 80 a 100cm para a passagem das máquinas.

A utilização de cobertura morta pode contribuir para o aumento da produtividade da


cultura de alface, visto que, reduz significativamente a perda de água pela
evaporação, inibe o desenvolvimento de infestantes, liberta nutrientes para a planta,
aumenta a capacidade de troca catiónica do solo, melhora a estrutura do solo, o
solo torna-se mais permeável.

No trabalho feito por Neto (2003) avaliando a influência de vários tipos de cobertura
de solo sobre a produtividade da alface, verificou que as coberturas com bagaço de
cana-de-açúcar e palha de arroz proporcionaram maiores ganhos de peso quando
comparada ao sistema de solo nú sem cobertura na mesma senda, Carvalho et al.
12

(2005), concluíram que, independente da cobertura utilizada, a produtividade da


alface foi sempre melhor nos tratamentos que utilizaram cobertura morta.
Oliveira (2005) encontrou efeito benéfico da cobertura do solo formada com palha
feijão bóer (Cajanús Cajás) na cultura de alface sendo de taxa de cobertura de
2,5gk por m2.
13

2 Metodologia

O ensaio teve lugar no distrito de Homoíne nos campos do Instituto Agrária de


Inhamússua.

Para a montagem do campo obedeceu-se o Delineamento Experimental


Completamente Causalizado (DCC) com 3 (três) repetições. A definição da parcela
por cada tratamento foi feita de forma aleatório tendo-se obtido a fotografia da
distribuição de cada tratamento a baixo.

Figura 1: Distribuição dos tratamentos e dimensões das parcelas.

Fonte: O autor (2020)

O talhão foi estruturada na forma retangular com dimensões 10,7mx6,0m


perfazendo um 64,2m2. A separação dos canteiros ou entre tratamentos foi de 0,5m
e cada canteiro tinha dimensões de 5,0mx1,2m, perfazendo uma área de 6,0m 2. A
área útil foi de 48,5m2 (9,7mx5,0m). Para assegurar a realização desta operação
utilizou-se os seguintes instrumentos: corda, fita métrica, marco, bitolas, enxada e
equipamento de segurança pessoal.

Cada uma das parcelas, 2 (duas) semanas antes da actividade do transplante,


recebeu estrume de gado bovino curtido na razão de 2,5Kg/m 2 segundo equivalente
a 15Kg por tratamento ou ainda a 90Kg aplicados no total. O estrume foi irrigado na
razão de um regador de 10 litros por canteiro, sendo 2 (duas vezes) por dia, a fim de
14

assegurar o arrefecimento, maturação total do estrume e sua mistura com a matriz


do solo. Para assegurar a realização desta operação utilizou-se os seguintes
instrumentos: Carinha de mão, balde, balança, pá e equipamento de segurança
pessoal.

O transplante foi realizado num espaçamento de 50cmx30cm, isto é, a distância


entre as linhas foi de 0,5m e entre plantas dentro de linha foi de 0,3m, perfazendo
um total de 40 plantas por canteiro.

Para garantir a homogeneidade do número de plantas nos diferentes canteiros, na


mesma semana realizou-se retanchas (práticas que consiste em substituir por
plantas vivas, nos locais em que as plantas previamente transplantadas não
pegaram devido ao estresse).

As operações culturas realizados para cada tratamento estão resumidos na tabela


que segue.

Tabela 1: Cronogramas de Actividades


Semana
Ordem Actividade
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª
1 Preparação dos canteiros
2 Adubação dos Canteiros
3 Preparação e realização do Transplante
4 Retancha
5 Regas
6 Pulverização de prevenção
7 Escarificação do solo e mondas
8 Colheita e medição de parâmetros
Fonte: O autor (2020)

As pulverizações foram preventivas aplicando-se em simultâneo uma mistura de


insecticida e fungicida sendo, Cipermitrina e Maconzebe, na razão de 5ml/litro e
2g/litros, respectivamente. Para a aplicação utilizou-se um pulverizador dorsal com
um volume de 10litros, tendo sido necessária uma proveta graduado para a medição
dos mililitros necessários do insecticida (Cipermitrina) e para o fungicida
15

(Maconzebe) pela ausência de uma balança analítica aplicava-se 3 (três) colheres


de sopa.
A escarificação do solo foi feita com o auxílio de um escarificador em intervalos de 2
(dois) em 2 (dois) dias nos canteiros sem cobertura e de 7 (sete) em 7 (sete) dias
nos canteiros com cobertura vegetal (munching).
A colheita foi realizada no período de manhã tendo se feita a pesagem por canteiro.

Para o processo de análise variância aplicou-se o seguinte modelo estatístico:


Y ij =μ+t i+ ε ij
Onde:
μ ⇒Média;
t i ⇒ Tratamento; e
ε ij ⇒Erro no tratamento i e talhão j.

Tabela 2: Computalização da Análise e Variância


Fonte de Variação Grau de liberdade Quadrado Médio Teste F

∑ T2 t−1 SQTrat QMTrat


SQTrat= −FC QMTrat= F cal=
r t −1 QME
SQE=SQT −SQtrat t∗(r−1) SQE
QME=
t∗(r−1)
SQT =∑ x 2−FC r∗t−1
Fonte: O autor (2020)

Onde:
SQTrat ⇒ Soma dos quadrados totais do tratamento;
SQE ⇒ Soma dos quadrados totais do erro do experimento;
SQT ⇒ Soma dos quadrados totais;
FC ⇒ Factor de correcção;
QMTrat ⇒ Quadrado médio dos tratamentos; e
QME ⇒ Quadrado médio do erro.

Para o cálculo do F. crítico utilizou-se um nível de confiança de 95% e páginas do


Excel para a computalização dos cálculos necessários.
16

3 Apresentação dos Resultados e Discussão

Neste parágrafo que se abre, vai-se apresentar os resultados colhidos na cultura de


alface nos canteiros com cobertura (aplicação de munching) e sem cobertura (sem
aplicação de munching). Para o efeito, discute-se em primeiro lugar a altura atingida
pela cultura, em segundo o número médio de folhas produzidas bem como o seu
valor comercia e terceiro e último lugar apresenta-se e discute-se o peso fresco
obtida para cada um dos tratamentos.

3.1 Altura média atingida pela cultura nos dois tratamentos

Fazendo-se uma leitura crítica na tabela 3 que se seguem a baixo, percebe-se que
a altura máxima atingida pela cultura foi de 27,2cm observada num canteiro onde se
aplicou a técnica de munching (cobertura vegetal) em contrapartida, observou-se o
ponto mínimo de altura num canteiro se aplicação de munching (18.7cm).

Tabela 3: Altura média atingida em cada canteiro


Repetições Média
Factores de variação
1 2 3
Sem Cobertura 18.7 19.2 22.6 20.2

Com Cobertura 25.3 25.6 27.2 26.0


Fonte: O autor (2020)

Mantendo-se os outros factores constantes, percebe-se ainda com recurso a tabela


3 que a altura média atingida pelas plantas de alface sem cobertura de solo foi de
20,2cm contra os 26cm atingido por plantas que se beneficiaram de protecção de
solo com munching. De acordo com os dados apura-se que a cobertura do solo
contribui com o aumento na taxa de crescimento em altura de 28,7% (5,8cm).
17

Tabela 4: Anova para a atingida pela alface


Soma dos
Grau de liberdade Quadrado Médio Teste Fcal
Quadrados
51,6 1 51.6
11,1 4 2.8 18.6
62,7 5  
Fonte: O autor (2020)

A análise Anova clarifica que existe um efeito significativamente diferente entre os


dois tratamentos porque o F.calculado é de 18,6 sendo superior que o F. crítico (7,9)
para um nível de significância de 5%. Em outras palavras a aplicação da cobertura
vegetal (munching) influência no crescimento em altura da cultura da alface numa
ordem de 28,7%.

3.2 Número de folhas da cultura de alface produzida nos dois tratamentos

No concernente ao número de folhas pode-se observar que no cultivo sem


munching o número máximo de folhas produzidos foi de 19 e no cultivo com
munching foi de 23 conforme a tabela 5 que se seguem.

Tabela 5: Número médio de folhas produzidas pela cultura de alface em cada canteiro
Repetições
Tratamentos Media
1 2 3
Sem Cobertura 17 18 19 18
Com Cobertura 21 20 23 21
Total 38 38 42  
Fonte: O autor (2020)

Ainda da tabela 5, observa-se que o número médio de folhas que se produzem com
sem a aplicação de munching foi de 18 com a aplicação foi de 21 correspondente a
um aumento na ordem de 16,7%.

Os dados levam a conclui que a aplicação de munching tem efeitos na aumento de


número de folhas que cada planta de alface na ordem de 16,7%.
18

Fazendo a análise do nível de aceitação no mercado das folhas de alface em cada


um dos tratamentos obtiveram-se os dados que se encontram resumidos na tabela
6 que se segue a baixo.

Tabela 6: Número médio de folhas produzidas pela cultura de alface em cada canteiro
Repetições Tratamento
Tratamentos
N
C NC To C NC T2 C NC T3 C Total
C
1
Sem Cobertura 7 17 9 9 18 12 7 19 31 23 54
0
1
Com Cobertura 4 21 15 5 20 21 2 23 53 11 64
7
2
Total 11 38 24 14 38 33 9 42 84 34 118
7
Fonte: O autor (2020)

Para as plantas de alface sem a aplicação do munching obteve-se um total de


médio de 31 folhas Comercializáveis “C” contra os 23 Não Comercializáveis “NC”,
isto é, do número total de folhas produzidos na alface sem aplicação de munching,
apenas 57,4% serão comercializáveis no mercado e a outra fasquia (42,6%) será
um desperdício, enquanto no cultivo com aplicação de munching os dados mostram
que cerca de 72,2% das folhas produzidas serão comercializáveis.

A análise do nível de comercialização de folha permitiu aferir que a aplicação do


munching jogo um papel importante no aumento da qualidade da folha.

Tabela 7: Anova para o número de folhas produzidas pela cultura de alface

Grau de
Soma dos Quadrados Quadrado Médio Teste F
liberdade
16.7 1 16.7 10.0
6.7 4 1.7
23.3 5  
Fonte: O autor (2020)

A análise Anova clarifica que existe um efeito significativamente diferente entre os


dois tratamentos no concernente ao número de folhas produzidas porque o
F.calculado é de 10,0 sendo superior que o F. crítico (7,9) para um nível de
19

significância de 5%. Em outras palavras a aplicação da cobertura vegetal


(munching) influência no aumento do número de folhas produzidas na cultura da
alface.

3.3 Massa fresca produzida pela cultura de alface nos dois tratamentos

No que toca massa fresca produzida pela cultura para cada um dos tratamentos,
pode-se observar a tabela 8 que se segue.

Tabela 8: Massa fresca média em gramas por planta de alface


Tratamentos Repetições Media
1 2 3
Sem Cobertura 350 320 330 333.3

Com Cobertura 430 470 500 466.7

Total 780 790 830  


Fonte: O autor (2020)

Fazendo uma leitura na tabela 8 acima, percebe-se que a massa fresca média
produzida por cada pé de alface é de 333,3gramas, enquanto a massa média
produzida com a aplicação de munching é de 466,7gramas. Fazendo o estudo
estatístico dos dados afere-se que com a aplicação do munching observa-se um
aumento na produção da massa fresca por cada pé de alface num aumento
percentual na ordem de 40%.

Para o caso, concreto, da cultura de alface que é de folha, podemos cogitar que o
ganho da massa fresca seja uma consequência, imediata, no aumento da altura e
do número de folhas produzidas por cada pé.

Tabela 9: Anova para a massa fresca média em gramas por planta de alface

Soma dos Quadrados Grau de liberdade Quadrado Médio Teste F

26666.7 1 26666.7 36.4


2933.3 4 733.3
29600.0 5  
Fonte: O autor (2020)
20

O teste F patente na tabela 9 acima vem consolidar as nossas persuasões, isto é,


testificar que existe diferença significativa no rendimento da cultura de alface
quando se aplica a técnica de munching.
21

Conclusão

Ao longo do processo de apresentação e discussão dos dados entre as suas


entrelinhas as conclusões afloravam, isto é, com recurso aos parâmetros recolhidos
(altura, número de folhas e quantidade de massa fresca produzida por cada pe da
alface) e comparados entre os dois tratamentos (sem aplicação e com a aplicação
do munching) concluiu-se que existe diferença significativa entre os dois
tratamentos.

Com a pesquisa, provou-se que os produtores ao aplicarem a técnica do munching


em solos arenosos na cultura de alface terão maiores rendimentos que derivam do
aumento da altura de cada um dos pés de alface bem como do número de folhas
que cada cultura irá imitir. Espera-se que o rendimento na cultura aumente na
ordem de 40%.

Com estes resultados podemos afirmar que foram produzidas evidências suficientes
para rejeitar a hipótese nula o que nos remete a aceitar como verdadeira a hipótese
alternativa da pesquisa “a aplicação da técnica de munching na cultura de alface em
solos arenosos gera mudanças significativos no desenvolvimento da cultura e no
seu rendimento”.

No concernente a altura de cada pé de alface, espera-se que com a aplicação do


munching a altura aumente na ordem de 28,7% para o número de folhas espera-se
que o aumento seja na ordem de 16,7%.

Como ficou também provado a aplicação do munching tem efeitos significativos na


qualidade da folha de alface em que espera-se que o número de folhas
comercializáveis aumente na ordem de 14,8%.
22

Recomendações

Somos de recomendar que os produtores da localidade de Inhamússua que


exploram na zona alta (solos arenosos) recorram a aplicação da prática de
munching durante o processo produtivo no intuito de elevar o produtividade e
qualidade de folha comercializável da cultura,

Queremos também aconselhar que o Instituto Agrário de Inhamússua realize


estudos do género com a comparticipação de formandos e da comunidade em geral
com outras culturas hortícolas no sentido de apurar os ganhos da técnica em outras
culturas, assim como a aplicação de outros tipos de cobertura vegetal (cascas de
amendoim, folhas de feijão nhemba, folhas de feijão bóer, etc).
23

4 Bibliografia

AVRDC. 1990. Vegetable production training manual. Asian Vegetable Research


and Development Center. Shanhua, Tainan. 447 p.

ANDREANI JUNIOR, R.; GALBIATI NETO, P. Avaliação da influência de


coberturas mortas sobre o desenvolvimento da cultura da alface na região de
Fernandópolis-SP. Horticultura Brasileira, Brasília, v.21, n.2, Julho, 2003.
Suplemento 2, CD-ROM.

GOMES, T.M.; BOTREL, T.A.; MODOLO,V.A.; OLIVEIRA,R.F. Aplicação de CO2


via
água de irrigação na cultura da alface. Horticultura Brasileira, Brasília, v.23, n.2,
p.316-319, abr-jun 2005.

CARVALHO, J.E.; ZANELLA, F.; MOTA, J.H.; LIMA, A.L.S. Cobertura morta do
solo no cultivo de alface cv. Regina 2000, em Ji-Paraná-RO. Ciência e
agrotecnologia, Lavras, v. 29, n. 5, p. 935-939, set./out., 2005.

ALLEN, Richard G. et al. FAO Irrigation and Drainage Paper 56: Crop
evapotranspiration guidelines for computing crop water requeriments, 2006.

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