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1 – Faixas Etárias
Na Unidade I vimos que a formação integral do aprendiz deve ser uma das prioridades no
processo de Educação Cristã. De acordo com Molochenco (2007, p. 17), “a educação cristã
somente cumpre sua missão quando olha para o indivíduo de forma integral, pois o
desenvolvimento das pessoas
abrange os aspectos físico,
emocional, social e intelectual”. FÍSICO
Compreender o que
ocorre em cada faixa de idade ESPIRITUAL SOCIAL
nos ajuda a entender melhor a
O SER INTEGRAL
realidade dos aprendizes, suas
angústias e suas necessidades,
contribuindo significativamente
para sua formação integral. EMOCIONAL INTELECTUAL
Cada crise formadora é caracterizada por uma qualidade negativa (que deve ser
superada) e uma qualidade positiva (que precisa ser fortalecida). Nem sempre as crises são
plenamente resolvidas; pode haver “progressões, paradas, regressões e fixações” (Idem, p. 125).
Estas afirmações nos fazem lembrar o dilema do apóstolo Paulo descrito em Romanos 7.15:
“Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio”.
Paulo Freire coloca que somos seres inconclusos, isto é, estamos sempre nos
construindo, e esse processo não tem fim. Ele afirma: “A inconclusão que se reconhece a si
mesma implica necessariamente a inserção do sujeito inacabado num permanente processo
social de busca” (Freire, 1996, p. 55).
Considerando essas observações, vamos em frente! Você vai descobrir em qual fase está
e com qual faixa etária tem mais afinidade para trabalhar. Conforme as citações de George
(1993, p. 124-134), essas são as oito fases do desenvolvimento propostas por Erikson:
A autonomia está ligada à aceitação do “eu”: a criança entende que ela é “gente”, com gostos e
vontade própria. Nessa fase, a criança dá os primeiros passos rumo à sua independência. Ela
alcança alvos importantes como falar, alimentar-se e vestir-se sozinha, guardar seus brinquedos,
etc.
Esta é uma fase maravilhosa. A criança é muito ativa, tem muita imaginação, fala bastante e,
diante de tudo, pergunta: “Por quê?”.
Porém, quando a criança começa a tomar iniciativas, suas ações podem ser frustradas e,
em decorrência de algumas atitudes dos adultos, pode surgir o sentimento de culpa. Por
exemplo, se o pai diz: “Filhinho, se você não obedecer agora, eu vou ficar muito triste.” Ou:
“Olha o que você fez, agora a mamãe está chorando porque você não quer tomar banho”.
Muitos educadores e psicólogos dizem que os primeiros anos de vida são os mais
importantes na formação de uma pessoa. Se isso é verdade, qual deve ser a
classe mais importante na escola dominical? É necessário prestar especial
atenção aos pequeninos, além de oferecer aconselhamento e treinamento aos
pais.
A criança que desenvolve suas habilidades tem um senso de competência. Aprender a andar de
bicicleta, a tocar um instrumento, a praticar um esporte e a estudar são destrezas importantes.
As habilidades desenvolvidas nessa fase serão aperfeiçoadas e poderão ser empregadas durante a
vida inteira. A criança que não desenvolve suas habilidades poderá ter medo de enfrentar
responsabilidades e, provavelmente, desenvolverá um sentimento de inferioridade.
Há alguns erros que devem ser especialmente evitados nessa fase – e aos quais os
educadores devem estar atentos. Um deles acontece quando os pais desejam que os filhos
realizem os sonhos que eles mesmos não puderam realizar. Os pais podem incentivar o filho a
A criança precisa desenvolver as suas habilidades e não as que seus pais ou professores
desejam que elas tenham. Também não se deve exagerar nas competições. Muitos professores
utilizam somente essa estratégia, que é saudável, mas não deve ser a única. Há muitos jogos que
incentivam a cooperação ao invés da competição. A criança deve aprender a ganhar e a perder;
mas, se ela sempre perde, a inferioridade pode se instalar. Se ela aprende a cooperar, todos
ganham.
Outro erro a ser evitado é comparar uma criança com a outra. A raiz da inferioridade
está na comparação. O ideal é orientar a criança a descobrir seus talentos e habilidades,
valorizando-a pelo que ela é, incentivando-a a progredir e a superar os seus limites, e não os dos
outros.
Vale lembrar que nessa fase as crianças sentem especial admiração por seus professores.
Normalmente, elas tomam como verdade final aquilo que seus professores dizem. Como é
grande a nossa responsabilidade.
Essa é uma fase de transição da infância para a adolescência. Há uma verdadeira guerra interna
(mudanças hormonais) e externa (pressão da turma).
Quem não consegue definir sua identidade durante essa fase poderá ficar no estado de
confusão de papéis durante a vida toda. As habilidades descobertas e desenvolvidas na fase IV
podem ajudar o adolescente a descobrir sua
vocação.
Das fases que vimos até aqui, qual delas foi mais marcante para você? Há alguma
experiência positiva ou negativa que você gostaria de compartilhar?
O adulto precisa manter um senso de produtividade, isto é, precisa perceber que os outros
precisam dele, que é útil, que tem um lugar significativo na sociedade. O trabalho ganha uma
importância ainda maior nessa fase. Muitos casamentos acabam porque os casais não
conseguem lidar com essa realidade e acabam “trocando” o cônjuge pelo trabalho ou se
ressentindo pela atenção especial ou exagerada que o parceiro dá à sua vida profissional.
A igreja tem um
papel relevante nessa fase, ao
convocar os adultos a servir
por meio da ajuda aos necessitados, oferecendo socorro aos aflitos, visitando os doentes e
trabalhando em prol do Reino de Deus.
Para Erikson, essa integridade significa integração e estabilidade emocional, ordem, significado
e equilíbrio. É quando o adulto sente que cumpriu seu papel na vida, que contribuiu para o
crescimento da igreja e para o bem-estar da sociedade.
A igreja pode ajudar preparando essas pessoas para servir na área de consultoria. Elas
podem trabalhar orientando e aconselhando os casais mais jovens, por exemplo. Também
podem ensinar, pois têm muita experiência, e a liderança da igreja deve prepará-las para esse
trabalho.
Confúcio disse certa vez: “Qual seria a sua idade se você não soubesse quantos
anos tem?”. Como você responderia a essa pergunta?
Sugerimos alguns princípios básicos para se trabalhar com qualquer faixa etária:
Diálogo e respeito.
Pesquisa e interesse genuíno pelas pessoas e pelos projetos que desenvolvemos com
elas.
2 – Múltiplas Inteligências
Leia Romanos 12.4-8; 13-15 e Efésios 4.11-16. Esses textos falam dos diversos
dons espirituais. Você acha que pode haver uma ligação entre os dons e as
múltiplas inteligências? Como?
O estudo das múltiplas inteligências nos leva ao conceito de inteligência emocional. Resumindo
as colocações de Goleman (1995, p. 13), podemos dizer que inteligência emocional é a
capacidade de lidar construtivamente com as próprias emoções e também com as emoções dos
outros, de modo a promover a harmonia ou o bem-estar nas relações sociais.
Dessas cinco habilidades, qual é mais desenvolvida em você? Qual delas você
gostaria de aperfeiçoar?
Procure identificar os seus sentimentos. Muitas vezes, ficamos de mau humor e nem
sabemos por quê. Preste atenção a seus sentimentos e suas reações. Por exemplo, no
final do dia, tente compreender o que você sentiu e o que fez.
Ore e estabeleça metas para a sua vida, de acordo com a vontade de Deus. Defina
quais são os pequenos passos necessários a cada dia para que os grandes objetivos
sejam alcançados.
Peça ajuda a Deus para aperfeiçoar seu autocontrole. Leia Provérbios 16.32; 21.23;
15.1; 17.28, e Tiago 3.2.
Preste atenção às pessoas que estão ao seu redor. Procure entender o que elas lhe
dizem por meio de palavras, gestos e expressões faciais. Lembre-se do sábio conselho
de Jesus descrito em Mateus 7.12: “Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês
querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas” (NVI).
Pense num professor ou professora nota dez. O que ele ou ela tinha de especial?
Como ministrava suas aulas? Possuía algumas dessas cinco habilidades de forma
marcante? Quais?
Se você tem filhos ou trabalha com crianças, poderá encontrar dicas preciosas no
livro Inteligência emocional e a arte de educar nossos filhos, de John Gottman e
Joan DeClaire. Rio de Janeiro: Objetiva, 1997. Outro livro que pode ser muito útil é
Aprender brincando: atividades divertidas para construir o caráter, a consciência e
a inteligência emocional das crianças. Autores: Denise e Mark Weston. 2 ed. São
Paulo: Paulinas, 2000.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e
Terra, 1996 (Coleção Leitura).
GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser
inteligente. 51 ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
GOTTMAN, John; DeCLAIRE, Joan. Inteligência Emocional e a arte de educar nossos filhos.
Rio de Janeiro: Objetiva, 1997.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.