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III - O DESENVOLVIMENTO

Será que a criança aprende da mesma maneira que o


jovem? Um aluno adolescente tem as mesmas necessidades
e interesses de um aluno adulto?

Nesta unidade teremos uma visão geral do


desenvolvimento do ser humano: os processos pelos quais
passa e as crises que enfrenta, e ainda como a educação
cristã pode contribuir para a formação integral dos
aprendizes nas diversas fases da vida. Também veremos o que são as múltiplas inteligências,
como reconhecê-las e a importância da inteligência emocional no processo de ensino e
aprendizagem.

1 – Faixas Etárias

Na Unidade I vimos que a formação integral do aprendiz deve ser uma das prioridades no
processo de Educação Cristã. De acordo com Molochenco (2007, p. 17), “a educação cristã
somente cumpre sua missão quando olha para o indivíduo de forma integral, pois o
desenvolvimento das pessoas
abrange os aspectos físico,
emocional, social e intelectual”. FÍSICO

Compreender o que
ocorre em cada faixa de idade ESPIRITUAL SOCIAL
nos ajuda a entender melhor a
O SER INTEGRAL
realidade dos aprendizes, suas
angústias e suas necessidades,
contribuindo significativamente
para sua formação integral. EMOCIONAL INTELECTUAL

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Sherron K. George (1993, p. 124-134) nos traz uma visão geral do desenvolvimento do
ser humano de acordo com as teorias do psicanalista alemão Erik Erikson (1902–1994).
Segundo ele, em cada fase da vida temos diferentes necessidades, passamos por mudanças
significativas e enfrentamos algumas crises. De acordo com Sherron:

Erikson diferencia oito fases de desenvolvimento. Cada fase é caracterizada


por uma crise formadora. Os indivíduos precisam resolver as crises
formadoras da vida, para formar e amadurecer sua personalidade e, assim,
prosseguir para a fase seguinte (1993, p.125).

Cada crise formadora é caracterizada por uma qualidade negativa (que deve ser
superada) e uma qualidade positiva (que precisa ser fortalecida). Nem sempre as crises são
plenamente resolvidas; pode haver “progressões, paradas, regressões e fixações” (Idem, p. 125).
Estas afirmações nos fazem lembrar o dilema do apóstolo Paulo descrito em Romanos 7.15:
“Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio”.

Paulo Freire coloca que somos seres inconclusos, isto é, estamos sempre nos
construindo, e esse processo não tem fim. Ele afirma: “A inconclusão que se reconhece a si
mesma implica necessariamente a inserção do sujeito inacabado num permanente processo
social de busca” (Freire, 1996, p. 55).

Antes de descrever as fases de desenvolvimento propostas por Erikson, há alguns


lembretes importantes:

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As idades descritas em cada fase podem variar de acordo com o contexto social,
econômico e cultural de cada pessoa, além de suas características individuais.
Contudo, segundo Erikson, a sequência das fases é fixa;

Trata-se de uma visão geral do desenvolvimento do ser humano; portanto, há


pormenores importantes que são omitidos. A fase IV, por exemplo, refere-se às
crianças de 5 a 12 anos, sendo deste modo muito abrangente. Há estudos mais
específicos, que explicam cada uma dessas idades – afinal todos sabem que uma
criança de 5 anos é bem diferente de uma de 12 anos. O que Erikson coloca são as
principais necessidades dessa fase, de modo geral;

Há diversos autores que concordam com Erikson, mas há também os que


discordam. É interessante pesquisar outros autores e fazer comparações. Porém, esta
não é a proposta deste curso.

Considerando essas observações, vamos em frente! Você vai descobrir em qual fase está
e com qual faixa etária tem mais afinidade para trabalhar. Conforme as citações de George
(1993, p. 124-134), essas são as oito fases do desenvolvimento propostas por Erikson:

1.1 – Fase I: Confiança x Desconfiança (0 a 15 meses)

Na fase I a crise formadora é confiança x desconfiança, ou seja, a criança deverá adquirir


confiança, e isso acontece principalmente por meio da afeição e do calor humano. A mãe
representa o mundo para a criança; se a mãe é carinhosa e cuida da alimentação e da higiene do
bebê de maneira adequada, a criança “sente” que o mundo é bom e que ela pode confiar no
mundo e na vida.

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Infelizmente, sabemos que, desde o ventre, uma criança pode sofrer rejeição. A criança
que não recebe cuidados e amor sentirá desconfiança, e isso pode acompanhá-la pelo restante
da vida, se ela não tiver ajuda.

1. 2 – Fase II: Autonomia x Vergonha (16 a 36 meses)

A autonomia está ligada à aceitação do “eu”: a criança entende que ela é “gente”, com gostos e
vontade própria. Nessa fase, a criança dá os primeiros passos rumo à sua independência. Ela
alcança alvos importantes como falar, alimentar-se e vestir-se sozinha, guardar seus brinquedos,
etc.

Há dois perigos que ameaçam a conquista da independência: a superproteção e a


permissividade. Educadores e pais superprotetores não deixam a criança fazer nada sozinha.
Eles têm medo de que a criança se machuque, estão sempre enchendo a criança de cuidados e
passam toda essa ansiedade para os pequenos. Professores superprotetores oferecem tudo
pronto, não deixam a criança pensar por si mesma, resolvem tudo por ela. Educadores e pais
permissivos deixam a criança fazer tudo o que quer, riem quando ela diz palavrões ou quando
ela ofende os outros. Não sabem impor limites, não corrigem na hora certa. Mais tarde, é bem
provável que a criança seja ridicularizada por esses comportamentos, tornando-se mais difícil
mudar seus hábitos. Tudo isso resultará em vergonha e sentimento de inferioridade.

1.3 – Fase III: Iniciativa x Culpa (3 a 4 anos)

Esta é uma fase maravilhosa. A criança é muito ativa, tem muita imaginação, fala bastante e,
diante de tudo, pergunta: “Por quê?”.

Porém, quando a criança começa a tomar iniciativas, suas ações podem ser frustradas e,
em decorrência de algumas atitudes dos adultos, pode surgir o sentimento de culpa. Por
exemplo, se o pai diz: “Filhinho, se você não obedecer agora, eu vou ficar muito triste.” Ou:
“Olha o que você fez, agora a mamãe está chorando porque você não quer tomar banho”.

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A culpa é dominante porque
emocionalmente a criança é muito sensível e está
desenvolvendo sua consciência moral. Ela já tem
noção de certo e errado. Seu comportamento deve
ser corrigido e orientado com amor e firmeza, e
jamais pela culpa.

Nessa fase, a criança se identifica com os pais


e firma a sua identidade sexual. O garoto imita o pai,
quer ser como ele. A menina admira a mãe e se
enfeita como ela. Isso é muito saudável e deve ser
incentivado. No caso da ausência de um dos
progenitores, a criança poderá transferir essa identificação para um parente mais próximo (por
exemplo, na falta do pai o menino se identifica com o avô ou um tio).

Muitos educadores e psicólogos dizem que os primeiros anos de vida são os mais
importantes na formação de uma pessoa. Se isso é verdade, qual deve ser a
classe mais importante na escola dominical? É necessário prestar especial
atenção aos pequeninos, além de oferecer aconselhamento e treinamento aos
pais.

1.4 – Fase IV: Habilidade x Inferioridade (5 a 12 anos)

A criança que desenvolve suas habilidades tem um senso de competência. Aprender a andar de
bicicleta, a tocar um instrumento, a praticar um esporte e a estudar são destrezas importantes.
As habilidades desenvolvidas nessa fase serão aperfeiçoadas e poderão ser empregadas durante a
vida inteira. A criança que não desenvolve suas habilidades poderá ter medo de enfrentar
responsabilidades e, provavelmente, desenvolverá um sentimento de inferioridade.

Há alguns erros que devem ser especialmente evitados nessa fase – e aos quais os
educadores devem estar atentos. Um deles acontece quando os pais desejam que os filhos
realizem os sonhos que eles mesmos não puderam realizar. Os pais podem incentivar o filho a

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ser um pianista, por exemplo, mas, se ele não demonstrar aptidão nem interesse, não devem
forçá-lo. O resultado pode ser muito prejudicial.

A criança precisa desenvolver as suas habilidades e não as que seus pais ou professores
desejam que elas tenham. Também não se deve exagerar nas competições. Muitos professores
utilizam somente essa estratégia, que é saudável, mas não deve ser a única. Há muitos jogos que
incentivam a cooperação ao invés da competição. A criança deve aprender a ganhar e a perder;
mas, se ela sempre perde, a inferioridade pode se instalar. Se ela aprende a cooperar, todos
ganham.

Outro erro a ser evitado é comparar uma criança com a outra. A raiz da inferioridade
está na comparação. O ideal é orientar a criança a descobrir seus talentos e habilidades,
valorizando-a pelo que ela é, incentivando-a a progredir e a superar os seus limites, e não os dos
outros.

Vale lembrar que nessa fase as crianças sentem especial admiração por seus professores.
Normalmente, elas tomam como verdade final aquilo que seus professores dizem. Como é
grande a nossa responsabilidade.

1.5 – Fase V: Identidade x Confusão de papel (13 a 20 anos... ou mais!)

Essa é uma fase de transição da infância para a adolescência. Há uma verdadeira guerra interna
(mudanças hormonais) e externa (pressão da turma).

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Para estabelecer sua identidade, o adolescente afasta-se do controle dos pais e aproxima-
se do grupo social, por meio das amizades e do namoro.

A confusão acontece quando o adolescente não é reconhecido como pessoa, quando


não pode se expressar com liberdade, quando não tem o seu espaço em casa e na sociedade.

Quem não consegue definir sua identidade durante essa fase poderá ficar no estado de
confusão de papéis durante a vida toda. As habilidades descobertas e desenvolvidas na fase IV
podem ajudar o adolescente a descobrir sua
vocação.

Hoje, se fala muito em “crise” de identidade


– uma crise decorrente das mudanças profundas
vividas no que chamamos de pós-modernidade.
Essas mudanças atingem pessoas de todas as idades. A identidade é considerada atualmente
como uma “celebração móvel” (Hall, 2006, p.13), ou seja, ela está sempre em construção,
estamos sempre mudando, e, segundo esse autor, cada pessoa assume diversas identidades, em
diferentes momentos. Hall afirma: “Dentro de nós há identidades contraditórias, empurrando
em diferentes direções, de tal modo que nossas identificações estão sendo continuamente
deslocadas.” (Idem, p. 13). Apesar dessas contradições, o sujeito tenta descobrir quem é e
procura agir de forma coerente.

É preciso dar espaço e liberdade aos adolescentes, oferecendo modelos autênticos,


respostas honestas e muita compreensão.

1.6 – Fase VI – Relacionamento profundo x Isolamento (20 a 30 anos)

Uma das maiores necessidades do jovem nessa fase é desenvolver um relacionamento


satisfatório, no qual haja apoio emocional, aceitação incondicional, comunicação profunda e
compreensão. Por isso, é chamada de a fase do casamento. Contudo, sabemos que o casamento
não garante um relacionamento profundo. Há muitos casais solitários, cada um vivendo em seu
mundo, mesmo morando na mesma casa. É preciso cultivar o relacionamento para que se torne
profundo e satisfatório.

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Jovens e adultos também podem encontrar relacionamentos profundos na igreja e no
trabalho. Comunhão e amizade são de grande importância nessa fase. Como está escrito no
livro da sabedoria: “Há amigo mais chegado do que um irmão” (Pv 18.24b, ARA).

Das fases que vimos até aqui, qual delas foi mais marcante para você? Há alguma
experiência positiva ou negativa que você gostaria de compartilhar?

1.7 – Fase VII – Produtividade x Estagnação (30 a 60 anos)

O adulto precisa manter um senso de produtividade, isto é, precisa perceber que os outros
precisam dele, que é útil, que tem um lugar significativo na sociedade. O trabalho ganha uma
importância ainda maior nessa fase. Muitos casamentos acabam porque os casais não
conseguem lidar com essa realidade e acabam “trocando” o cônjuge pelo trabalho ou se
ressentindo pela atenção especial ou exagerada que o parceiro dá à sua vida profissional.

A estagnação surge quando o adulto sente-se inútil, incompetente ou “ultrapassado”


pelos mais jovens. Quando os filhos já crescidos saem de casa, pode haver um sentimento de
perda e frustração, já que
muitos pais vivem somente
em função dos filhos. A
aposentadoria também é um UTILIDADE

período crítico: muitas vezes


tão aguardada, mas, quando
DEVER
chega, várias pessoas não CUMPRIDO
sabem o que fazer com ela,
sentindo-se inúteis e ociosas. APOSENTADORIA

A igreja tem um
papel relevante nessa fase, ao
convocar os adultos a servir
por meio da ajuda aos necessitados, oferecendo socorro aos aflitos, visitando os doentes e
trabalhando em prol do Reino de Deus.

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1.8 – Fase VIII – Integridade x Desesperança (60 anos em diante)

Para Erikson, essa integridade significa integração e estabilidade emocional, ordem, significado
e equilíbrio. É quando o adulto sente que cumpriu seu papel na vida, que contribuiu para o
crescimento da igreja e para o bem-estar da sociedade.

A desesperança surge como resultado da debilidade física, do sentimento de culpa e do


medo da morte. A perda do cônjuge ou de parentes e amigos da mesma faixa de idade podem
trazer muita ansiedade e temor.

A igreja pode ajudar preparando essas pessoas para servir na área de consultoria. Elas
podem trabalhar orientando e aconselhando os casais mais jovens, por exemplo. Também
podem ensinar, pois têm muita experiência, e a liderança da igreja deve prepará-las para esse
trabalho.

Confúcio disse certa vez: “Qual seria a sua idade se você não soubesse quantos
anos tem?”. Como você responderia a essa pergunta?

PARA SABER MAIS: Se você quer ter uma visão mais


profunda das diferentes fases da vida, sugerimos o livro
Desenvolvimento da personalidade: enfoque
psicodinâmico, de Flavio Fortes D’Andrea, 17 ed. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2006

Sugerimos alguns princípios básicos para se trabalhar com qualquer faixa etária:

Unção do Espírito Santo.

Amor e compromisso para com os aprendizes.

Diálogo e respeito.

Pesquisa e interesse genuíno pelas pessoas e pelos projetos que desenvolvemos com
elas.

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Sabedoria, criatividade e humildade dadas por Deus.

2 – Múltiplas Inteligências

Ao considerar a formação integral do aprendiz, outro aspecto importante é o estudo das


múltiplas inteligências. Kolb e Whishaw (2002, p. 566) nos trazem um resumo sobre as sete
categorias de inteligência propostas pelo neuropsicólogo Howard Gardner. São elas:

Linguística: facilidade para utilizar a língua escrita e falada. Comum em oradores,


escritores, poetas, tradutores e intérpretes.

Lógico-matemática: capacidade de realizar cálculos e de analisar problemas,


operações matemáticas e questões científicas. Comum em matemáticos, engenheiros
e cientistas.

Espacial: capacidade de compreender o mundo visual em seus pormenores. Comum


em escultores, desenhistas, costureiros, arquitetos e pintores.

Musical: habilidade para cantar, tocar ou


compor. Comum em músicos,
compositores e dançarinos.

Corporal-cinestésica: habilidade para usar


o corpo de modo eficiente e harmonioso.
Comum em mímicos, dançarinos e
desportistas.

Intrapessoal: capacidade para conhecer e


compreender a si mesmo. Comum em
escritores, psicoterapeutas e conselheiros.

Interpessoal: habilidade de entender


intenções, motivações e desejos dos outros. Comum em políticos, religiosos,
professores e vendedores.

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Duas novas categorias foram recentemente acrescentadas por Gardner e seus
colaboradores:

Naturalista: capacidade de reconhecer, classificar e lidar com seres da natureza.


Comum em biólogos, ecologistas e veterinários.

Existencial: habilidade para tratar com questões fundamentais da existência.


Comum em filósofos, escritores e religiosos.

Todas as pessoas possuem todas as categorias de inteligência, só que em diferentes graus


de desenvolvimento. Pode ser que alguém seja ótimo em matemática e em música, mas tenha
dificuldade nos esportes. Isso não quer dizer que não possa jogar bola, mas que provavelmente
nunca será um jogador profissional.

Qual ou quais dessas inteligências são mais desenvolvidas em você? Em qual


delas você tem mais dificuldade?

Antigamente, acreditava-se que a inteligência resumia-se às habilidades linguísticas e


lógico-matemáticas. Hoje, com o estudo sobre as múltiplas inteligências, percebemos que se
trata de um conceito muito mais abrangente.

A Educação Cristã deve levar em consideração esses fatores, procurando desenvolver


atividades pedagógicas diversificadas, que permitam a utilização e o desenvolvimento das
múltiplas inteligências. Quando trabalhamos com mais de um tipo de inteligência, aprendemos
de forma mais rápida e efetiva. É preciso promover um ambiente educacional mais amplo e
variado, que não dependa somente da linguagem e da lógica. Isso pode ser feito por meio da
utilização de histórias, trabalhos artísticos, projetos, etc.

Leia Romanos 12.4-8; 13-15 e Efésios 4.11-16. Esses textos falam dos diversos
dons espirituais. Você acha que pode haver uma ligação entre os dons e as
múltiplas inteligências? Como?

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3 – Inteligência Emocional

O estudo das múltiplas inteligências nos leva ao conceito de inteligência emocional. Resumindo
as colocações de Goleman (1995, p. 13), podemos dizer que inteligência emocional é a
capacidade de lidar construtivamente com as próprias emoções e também com as emoções dos
outros, de modo a promover a harmonia ou o bem-estar nas relações sociais.

Ainda segundo Goleman (1995, p. 12, 46-47, 298), a inteligência emocional é um


conjunto de cinco habilidades que todos nós possuímos, alguns em maior e outros em menor
grau. São elas:

Autoconsciência: capacidade de identificar, nomear, avaliar e reconhecer os próprios


sentimentos e suas prováveis causas.

Automotivação: capacidade de elaborar planos para a própria vida, de modo a criar,


acreditar, planejar, persistir e manter situações propícias para a concretização de
metas futuras. Manter-se esperançoso e otimista nas diversas fases da vida.

Autocontrole: capacidade de administrar sentimentos, controlar impulsos,


pensamentos e o próprio comportamento.

Empatia: capacidade de identificar os sentimentos, desejos, intenções, problemas,


motivos e interesses dos outros por meio da
leitura e da compreensão de comportamentos
não verbais de comunicação, tais como
expressão facial, tom de voz e postura corporal.

Sociabilidade: capacidade de iniciar e preservar


amizades, valorizar as relações sociais, adaptar-
se a situações novas, liderar, coordenar e orientar as ações de outras pessoas.

Dessas cinco habilidades, qual é mais desenvolvida em você? Qual delas você
gostaria de aperfeiçoar?

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Sugerimos algumas dicas para o aperfeiçoamento de sua inteligência emocional:

Procure identificar os seus sentimentos. Muitas vezes, ficamos de mau humor e nem
sabemos por quê. Preste atenção a seus sentimentos e suas reações. Por exemplo, no
final do dia, tente compreender o que você sentiu e o que fez.

Ore e estabeleça metas para a sua vida, de acordo com a vontade de Deus. Defina
quais são os pequenos passos necessários a cada dia para que os grandes objetivos
sejam alcançados.

Escolha versículos bíblicos que o ajudem a manter-se motivado e confiante nos


propósitos de Deus para sua vida; leia-os diariamente.

Peça ajuda a Deus para aperfeiçoar seu autocontrole. Leia Provérbios 16.32; 21.23;
15.1; 17.28, e Tiago 3.2.

Preste atenção às pessoas que estão ao seu redor. Procure entender o que elas lhe
dizem por meio de palavras, gestos e expressões faciais. Lembre-se do sábio conselho
de Jesus descrito em Mateus 7.12: “Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês
querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas” (NVI).

Procure transformar sua presença numa companhia agradável. Tente colocar em


prática a cada dia os ensinamentos que estão em Filipenses 2.3-4 e Romanos 12.9-
21.

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O estudo das múltiplas inteligências e da inteligência emocional pode trazer muitos
benefícios para o nosso ministério e para a nossa vida pessoal. Podemos aperfeiçoar nossas
habilidades, desenvolver novos talentos e nos tornar educadores emocionalmente inteligentes.
Pense nisso: “O fruto da retidão é árvore de vida, e aquele que conquista almas é sábio” (Pv
11.30, NVI). Podemos pedir ao Espírito Santo que nos dê graça e sabedoria para abençoarmos
nossos familiares e amigos (cristãos ou não), ganhando-os para o Senhor, por meio de atitudes
sábias e do exemplo.

Pense num professor ou professora nota dez. O que ele ou ela tinha de especial?
Como ministrava suas aulas? Possuía algumas dessas cinco habilidades de forma
marcante? Quais?

Se você tem filhos ou trabalha com crianças, poderá encontrar dicas preciosas no
livro Inteligência emocional e a arte de educar nossos filhos, de John Gottman e
Joan DeClaire. Rio de Janeiro: Objetiva, 1997. Outro livro que pode ser muito útil é
Aprender brincando: atividades divertidas para construir o caráter, a consciência e
a inteligência emocional das crianças. Autores: Denise e Mark Weston. 2 ed. São
Paulo: Paulinas, 2000.

FÓRUM: Você acha que a igreja, de modo geral, tem


ajudado as pessoas nas diferentes fases da vida? Como ela
pode fazer isso de um modo ainda mais eficaz? Quais as
implicações disso para a Educação Cristã? Compartilhe
suas ideias no fórum dessa unidade.

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Referências da Unidade

D’ANDREA, Flavio F. Desenvolvimento da personalidade: enfoque psicodinâmico. Rio de


Janeiro: Bertrand Brasil, 1994

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e
Terra, 1996 (Coleção Leitura).

GEORGE, Sherron K. Igreja ensinadora: fundamentos bíblico-teológicos e pedagógicos da


Educação Cristã. Campinas, SP: Luz Para o Caminho, 1993.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser
inteligente. 51 ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.

GOTTMAN, John; DeCLAIRE, Joan. Inteligência Emocional e a arte de educar nossos filhos.
Rio de Janeiro: Objetiva, 1997.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

KOLB, Bryan; WHISHAW, Ian Q. Neurociência do comportamento. São Paulo: Manole,


2002.

MOLOCHENCO, Madalena de Oliveira. Curso Vida Nova de Teologia Básica: Educação


Cristã. v. 8. São Paulo: Vida Nova, 2007.

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