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Semana 11
Lara Rocha
(Leidiane Silva)
09:15
19:15
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Tradição abr
medieval
01. Resumo
02. Exercícios de Aula
03. Exercícios de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
Santo Agostinho de Hipona
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cantava até os mais religiosos dos homens. Surgiu acesso a uma educação clássica. Era comum cris-
pela primeira vez na filosofia a ideia de revelação. tãos terem rejeição a pensamentos externos à Igre-
Na grécia antiga clássica, todo conhecimento era ja, mas esse não era o caso do bispo de hipona, ele,
fruto da reflexão, ou melhor, da razão, mas agora lançando mão de seus conhecimentos clássicos sou-
Fil.
fé e razão começam a andar juntas. A Igreja foi res- be unir fé e razão.
ponsável por manter viva a chama do conhecimento
nessa fase. Agostinho cria que os grandes pensadores gregos
não erraram em suas teorias, mas foram vítimas de
uma limitação cabal: a razão. Para o pensador, não
Patrística é possível ao homem conhecer todas as coisas por
si mesmo, mas é preciso que a revelação venha em
A Patrística (II - VIII) , foi a primeira fase da Filosofia auxílio de sua inteligência limitada. O conhecimen-
Medieval, nela, os pensamentos dos padres da Igre- to completo só seria possível no interior da Igreja,
ja foram basal. Os sacerdotes dos primeiros séculos onde a fraqueza racional humana encontraria auxílio
foram responsáveis pela difusão e defesa da fé. Com na fortaleza da revelação divina.
eles, os cristãos aprenderam a fidelidade ao magis-
tério. Muitos clérigos tiveram contato com o pensa-
mento clássico grego e por isso trouxeram as influ- A existência de Deus
ências filosóficas gregas para o âmbito religioso.
Os padres da igreja fizeram grandes apologias, estas Já na era medieval a ideia da existência de Deus ser
eram discursos feitos para embasar e defender o ca- tratada apenas como um problema de fé, ou seja,
tolicismo. Os apologistas buscavam a sensibilização não seria possível prová-la racionalmente, era bem
dos judeus e o combate das heresias. A necessida- difusa. Agostinho defendia que se esta fosse apenas
de de persuadir os hebreus e hereges fazia com que uma questão de fé, seria uma questão subjetiva, não
os sacerdotes lançassem mão de um discurso que haveria uma verdade estabelecida sobre o assunto.
versasse com a filosofia e assim fosse duplamente Para o Bispo, este era um dado de fé provado pela
racional e religioso. razão.
Agostinho, para embasar sua teoria, categoriza os tempo a Igreja usou essa teoria para intervir nas
seres em insensíveis (as pedras), sensíveis (os ani- questões políticas.
mais), ser racional (o homem) e Deus (verdade supe-
rior). Nessa categorização o homem está acima dos
insensíveis e dos meramente sensíves, por possuir a O Tempo
razão, atributo indispensável para emitir juízos sobre
a sensibilidade, para dominá-la. Porém os seres ra- O homem é dotado de livre-arbítrio, ou seja, tem li-
cionais estão abaixo de Deus que é a verdade mais berdade para fazer o que quiser; Deus é onisciente,
excelente. isto é, perscruta a mente humana e conhece todos
os seus passos. Como é possível haver liberdade se
Ele já sabe tudo o que vamos fazer? Se Deus sabe
O Problema do Mal o que vamos fazer então tudo já está determinado?
Para Agostinho, o homem e seu criador vivem em
Para o cristianismo, o homem é fruto do amor de dimensões diferentes. Estamos no tempo, onde Há
Deus, que em sua infinita bondade, nos criou. Mas a transitoriedade e Deus está na Eternidade que é
de onde viria o mal se Deus é infinitamente bom? anterior e maior do que o tempo e por isso, ele não
Seria um castigo, uma punição pelo mau uso do livre precisa esperar para formar seus julgamentos.
arbítrio e pecado no paraíso? Para Agostinho, o ma-
niqueísmo (crença que prega a existência concreta
do mal) era falso. Para resolver o problema o Santo Teoria da Iluminação
divide o mal em três tipos: metafísico, moral e físico.
Dentre os pensadores medievais, Agostinho é de
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Para o bispo de Hipona o mal não existia. Não havia longe o mais platônico. A dicotomia platônica apa-
um ser, uma entidade que pudéssemos chamar de “o rece fortemente em suas teorias, mas na ideia da ilu-
mal”, mas era na verdade a privação do bem. assim minação divina a oposição entre mundo sensível e
foi explicado o primeiro tipo. verdades imutáveis fica mais clara.
Fil.
O mal moral é o pecado. Homem foi criado para vi- A alma é eterna e assim sendo é capaz de acessar
ver em intimidade com Deus, por isso recebeu de às verdades imutáveis, o grande problema é que o
seu criador o livre-arbítrio, para que espontanea- corpo, com seus sentidos, são dispersos e imperfei-
mente se ligasse a Ele, mas escolheu o pecar. No pa- tos. Assim como em Platão, na teoria agostiniana, a
raíso, por orgulho e prepotência, a humanidade de- alma tem primazia sobre o corpo. O homem, através
cidiu não depender de Deus. de sua mente é capaz de intuir a verdade, daí vem
a prova da existência de Deus para o autor. se mes-
mo imperfeitos somos capazes de intuir a verdade é
O mal físico é o resultado do mal moral, do peca- porque existe a verdade absoluta que ilumina a nos-
do. O homem é livre e pode escolher fazer sempre sa mente.
o bem e nem por isso abre mão de seus pecados.
As doenças e a morte são consequências do afasta- Como o sol ilumina a terra, Deus ilumina a mente hu-
mento de Deus. mana para que ela alcance a verdade. Para Agosti-
nho, todo conhecimento é por graça de Deus, mes-
mo um ateu só pode alcançar a verdade pela graça.
Cidade de Deus
Para Agostinho há duas cidades: a cidade dos ho- Escolástica
mens, onde reina o pecado, a injustiça e a morte; a
cidade de Deus, onde abunda a justiça, a felicidade A Escolástica foi a fase da filosofia medieval seguin-
e a paz. Os santos e aqueles que vivem na fidelidade te à Patrística. Nela houve o surgimento e fortale-
da fé estão destinados à pátria celeste, já os peca- cimento das universidades, canal pelo qual a Igreja
dores ficam sob o jugo do Diabo na cidade munda- dominou de modo mais efetivo a difusão do conhe-
na. cimento. O platonismo deu lugar ao aristotelismo
que encontrou em são Tomás de Aquino seu maior
Segundo o Santo, um dia a cidade de Deus iria pre- seguidor.
valecer sobre a cidade mundana. Durante muito
São Tomás de Aquino Provas da existência de Deus
A fim de provar racional a existência de Deus, em
sua obra, Suma Teológica, Tomás expõe os argu-
mentos que ficaram conhecidos como cinco vias.
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da fé. As quatro causas aristotélicas, o princípio de que algo exista é preciso que alguma coisa anterior
não contradição, as noções de substância, ato e po- dê origem, logo, há um ser que sempre existiu sem
tência foram fundamentais para a fundamentação ter sido gerado por nada, um ser necessário, que é
da prova racional da existência de Deus. Embora os gerador de todos os seres.
Fil.
conceitos supracitados sejam importantes para en-
tender o aquinate, não trataremos deles aqui, mas → Graus de perfeição - todas as coisas são melho-
você pode revisá-los pelo link https://descomplica. res ou piores quando relacionadas a outras, precisa
com.br/blog/filosofia/acha-que-ja-ouviu-de-tudo- haver um paradígma de comparação. Se uma coisa
-sobre-aristoteles-e-esta-preparado-para-o-vestibu- é mais ou menos quando comparada com outras, é
lar-voce-ainda-nao-leu-esse-resumo/. preciso admitir que há um ser que contém em si todas
as perfeições em seu máximo grau, esse ser é Deus.
Como vimos no início do resumo, a filosofia medie-
val busca uma conciliação entre fé e razão. Não foi → Finalidade do ser - Todas as coisas na natureza
diferente no pensamento tomista. Tomás crê que obedecem a uma ordem e se orientam a um fim,
Deus pode e deve ser provado pela mente humana, como a flexa orientada pelo arqueiro. Assim existe
embora a razão não seja capaz de conhecê-lo em um ser que ordena todas as coisas e faz com que
sua totalidade. O que os sentidos não alcançam a fé tudo chegue a seu fim, esse ser é Deus.
deve completar.
EXERCÍCIOS DE AULA
1.
“Entre 1995 e 1999, [Francis] Collins e sua equipe protagonizaram, com a
Celera Genomics, do cientista Craig Venter , uma competição acirrada pela
primazia no anúncio do seqüenciamento completo do “mapa da vida”. A
corrida entre os consórcios público e privado culminou com um anúncio em
conjunto, na Casa Branca, de que o Genoma Humano estava finalmente
completo e pertencia, a partir dali, a toda a humanidade.
A data histórica ainda não havia completado seu sexto aniversário quando,
em 2006, Collins lançou, nos Estados Unidos, o livro A Linguagem de Deus
(Ed. Gente), no qual discorria sobre como havia resolvido dentro de si o dile-
ma entre fé e ciência. Em 300 páginas escritas com elegância e sinceridade,
um dos mais notórios homens da ciência admitiu ao mundo que acreditava
piamente em Deus. A obra reacendeu o velho debate entre crentes e ateus,
http://ultimosegundo.ig.com.
movimentou evolucionistas e criacionistas e suscitou embates históricos – o
br/genomahumano/o- mais famoso deles deu-se entre Collins e o zoólogo e evolucionista britânico
cientista-que-cre-em-deus/
n1237681730212.html Richard Dawkins.”
A história de vida do cientista Francis Collins pode ser vista como algo em sinto-
nia com a filosofia medieval na medida em que
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2.
Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver algum di-
Fil.
rigente, pelo qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um navio,
que se move para diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não
chegaria ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse dirigito ao
porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e
ação. Acontece, porém, agirem os homens de modos diversos em vista do
fim, o que a própria diversidade dos esforços e açoes humanas comprova.
Portanto, precisa o homem de um dirigente para o fim.
4.
TEXTO I
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que
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existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência.
Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são
ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda
mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais conden-
Fil.
sada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível,
transforma- se em pedras.
TEXTO II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as
coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se
nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos
filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos,
como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade,
dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.”
33
Fil.
6. A teologia natural, segundo Tomás de Aquino (1225-1274), é uma parte da
filosofia, é a parte que ele elaborou mais profundamente em sua obra e na
qual ele se manifesta como um gênio verdadeiramente original. Se se tra-
ta de física, de fisiologia ou dos meteoros, Tomás é simplesmente aluno de
Aristóteles, mas se se trata de Deus, da origem das coisas e de seu retorno
ao Criador, Tomás é ele mesmo. Ele sabe, pela fé, para que limite se dirige,
contudo, só progride graças aos recursos da razão.
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surreição e o modo de vida levado pelos membros eclesiásticos.
16) Em A Divina Comédia, o poeta florentino Dante Alighieri resumiu a visão fi-
losófica e o espírito religioso da sociedade medieval. Nessa obra, Alighieri des-
creve uma viagem imaginária e cheia de simbolismo, por meio do inferno, do
Fil.
purgatório e do paraíso.
2.
Na medida em que o Cristianismo se consolidava, a partir do século II, vários
pensadores, convertidos à nova fé e, aproveitando-se de elementos da filo-
sofia greco-romana que eles conheciam bem, começaram a elaborar textos
sobre a fé e a revelação cristãs, tentando uma síntese com elementos da
filosofia grega ou utilizando-se de técnicas e conceitos da filosofia grega
para melhor expor as verdades reveladas do Cristianismo. Esses pensadores
ficaram conhecidos como os Padres da Igreja, dos quais o mais importante
a escrever na língua latina foi santo Agostinho.
a) Escolástica.
b) Neoplatonismo.
c) Antiguidade tardia.
d) Patrística.
3.
A filosofia de Santo Agostinho é essencialmente uma fusão das concepções
cristãs com o pensamento platônico. Subordinando a razão à fé, Agostinho de
Hipona afirma existirem verdades superiores e inferiores, sendo as primeiras
compreendidas a partir da ação de Deus. Como se chama a teoria agostiniana
que afirma ser a ação de Deus que leva o homem a atingir as verdades superio-
res?
a) Teoria da Predestinação.
b) Teoria da Providência.
c) Teoria Dualista.
d) Teoria da Emanação.
e) Teoria da Iluminação.
4.
Considere o seguinte texto sobre Tomás de Aquino (1226-1274) Fique claro
que Tomás não aristoteliza o cristianismo, mas cristianiza Aristóteles. Fique
claro que ele nunca pensou que, com a razão se pudesse entender tudo; não,
ele continuou acreditando que tudo se compreende pela fé: só quis dizer que
a fé não estava em desacordo com a razão, e que, portanto, era possível
dar-se ao luxo de raciocinar, saindo do universo da alucinação.
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Eco, Umberto. “Elogio de santo Tomás de Aquino”. In: Viagem na irrealida-
de cotidiana, p.339.
Fil.
a) Tomás de Aquino, com a ajuda da filosofia de Aristóteles, conseguiu uma pro-
va científica para as certezas da fé, por exemplo, a existência de Deus.
b) Tomás de Aquino se empenha em mostrar os erros da filosofia de Aristóteles
para mostrar que esta filosofia é incompatível com a doutrina cristã.
c) o estudo da filosofia de Aristóteles levou Tomás de Aquino a rejeitar as verda-
des da fé cristã que não fossem compatíveis com a razão natural.
d) a atitude de Tomás de Aquino diante da filosofia de Aristóteles é de concilia-
ção desta filosofia com as certezas da fé cristã.
5.
Na Idade Média, se considerava que o ser humano podia alcançar a verdade por
meio da fé e também por meio da razão. Ao mesmo tempo, o poder religioso
(Igreja) e o poder secular (Estado) mantinham relacionamento político tenso e di-
fícil. O filósofo Tomás de Aquino desenvolveu uma concepção destinada a con-
ciliar FÉ e RAZÃO, bem como IGREJA e ESTADO.
02.
Exercício de casa
1. 4+8+16
2. d
3. e
4. d
5. d
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Fil.