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Semana 11

Lara Rocha
(Leidiane Silva)

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CRONOGRAMA

28/04 Tradição medieval

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Tradição abr
medieval

01. Resumo
02. Exercícios de Aula
03. Exercícios de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
Santo Agostinho de Hipona

Entres os séculos II e XV, teve destaque a Filosofia


Medieval, cujo o legado é obscurecido pela ideia Santo Agostinho, o bispo de Hipona, foi o maior
equivocada de que esse período seria trevoso. Os nome da Patrística. Nascido em 354, converteu-se
filósofos desse momento histórico representaram a ao cristianismo em 386 e serviu à fé até sua morte
união entre o cristianismo, que havia tomado a Euro- em 430. De origem pagã, por parte de pai, e cristã,
pa, e a filosofia clássica grega, que ressurgia e en- por parte de sua mãe Santa Mônica, Agostinho teve

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cantava até os mais religiosos dos homens. Surgiu acesso a uma educação clássica. Era comum cris-
pela primeira vez na filosofia a ideia de revelação. tãos terem rejeição a pensamentos externos à Igre-
Na grécia antiga clássica, todo conhecimento era ja, mas esse não era o caso do bispo de hipona, ele,
fruto da reflexão, ou melhor, da razão, mas agora lançando mão de seus conhecimentos clássicos sou-

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fé e razão começam a andar juntas. A Igreja foi res- be unir fé e razão.
ponsável por manter viva a chama do conhecimento
nessa fase. Agostinho cria que os grandes pensadores gregos
não erraram em suas teorias, mas foram vítimas de
uma limitação cabal: a razão. Para o pensador, não
Patrística é possível ao homem conhecer todas as coisas por
si mesmo, mas é preciso que a revelação venha em
A Patrística (II - VIII) , foi a primeira fase da Filosofia auxílio de sua inteligência limitada. O conhecimen-
Medieval, nela, os pensamentos dos padres da Igre- to completo só seria possível no interior da Igreja,
ja foram basal. Os sacerdotes dos primeiros séculos onde a fraqueza racional humana encontraria auxílio
foram responsáveis pela difusão e defesa da fé. Com na fortaleza da revelação divina.
eles, os cristãos aprenderam a fidelidade ao magis-
tério. Muitos clérigos tiveram contato com o pensa-
mento clássico grego e por isso trouxeram as influ- A existência de Deus
ências filosóficas gregas para o âmbito religioso.
Os padres da igreja fizeram grandes apologias, estas Já na era medieval a ideia da existência de Deus ser
eram discursos feitos para embasar e defender o ca- tratada apenas como um problema de fé, ou seja,
tolicismo. Os apologistas buscavam a sensibilização não seria possível prová-la racionalmente, era bem
dos judeus e o combate das heresias. A necessida- difusa. Agostinho defendia que se esta fosse apenas
de de persuadir os hebreus e hereges fazia com que uma questão de fé, seria uma questão subjetiva, não
os sacerdotes lançassem mão de um discurso que haveria uma verdade estabelecida sobre o assunto.
versasse com a filosofia e assim fosse duplamente Para o Bispo, este era um dado de fé provado pela
racional e religioso. razão.
Agostinho, para embasar sua teoria, categoriza os tempo a Igreja usou essa teoria para intervir nas
seres em insensíveis (as pedras), sensíveis (os ani- questões políticas.
mais), ser racional (o homem) e Deus (verdade supe-
rior). Nessa categorização o homem está acima dos
insensíveis e dos meramente sensíves, por possuir a O Tempo
razão, atributo indispensável para emitir juízos sobre
a sensibilidade, para dominá-la. Porém os seres ra- O homem é dotado de livre-arbítrio, ou seja, tem li-
cionais estão abaixo de Deus que é a verdade mais berdade para fazer o que quiser; Deus é onisciente,
excelente. isto é, perscruta a mente humana e conhece todos
os seus passos. Como é possível haver liberdade se
Ele já sabe tudo o que vamos fazer? Se Deus sabe
O Problema do Mal o que vamos fazer então tudo já está determinado?
Para Agostinho, o homem e seu criador vivem em
Para o cristianismo, o homem é fruto do amor de dimensões diferentes. Estamos no tempo, onde Há
Deus, que em sua infinita bondade, nos criou. Mas a transitoriedade e Deus está na Eternidade que é
de onde viria o mal se Deus é infinitamente bom? anterior e maior do que o tempo e por isso, ele não
Seria um castigo, uma punição pelo mau uso do livre precisa esperar para formar seus julgamentos.
arbítrio e pecado no paraíso? Para Agostinho, o ma-
niqueísmo (crença que prega a existência concreta
do mal) era falso. Para resolver o problema o Santo Teoria da Iluminação
divide o mal em três tipos: metafísico, moral e físico.
Dentre os pensadores medievais, Agostinho é de

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Para o bispo de Hipona o mal não existia. Não havia longe o mais platônico. A dicotomia platônica apa-
um ser, uma entidade que pudéssemos chamar de “o rece fortemente em suas teorias, mas na ideia da ilu-
mal”, mas era na verdade a privação do bem. assim minação divina a oposição entre mundo sensível e
foi explicado o primeiro tipo. verdades imutáveis fica mais clara.

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O mal moral é o pecado. Homem foi criado para vi- A alma é eterna e assim sendo é capaz de acessar
ver em intimidade com Deus, por isso recebeu de às verdades imutáveis, o grande problema é que o
seu criador o livre-arbítrio, para que espontanea- corpo, com seus sentidos, são dispersos e imperfei-
mente se ligasse a Ele, mas escolheu o pecar. No pa- tos. Assim como em Platão, na teoria agostiniana, a
raíso, por orgulho e prepotência, a humanidade de- alma tem primazia sobre o corpo. O homem, através
cidiu não depender de Deus. de sua mente é capaz de intuir a verdade, daí vem
a prova da existência de Deus para o autor. se mes-
mo imperfeitos somos capazes de intuir a verdade é
O mal físico é o resultado do mal moral, do peca- porque existe a verdade absoluta que ilumina a nos-
do. O homem é livre e pode escolher fazer sempre sa mente.
o bem e nem por isso abre mão de seus pecados.
As doenças e a morte são consequências do afasta- Como o sol ilumina a terra, Deus ilumina a mente hu-
mento de Deus. mana para que ela alcance a verdade. Para Agosti-
nho, todo conhecimento é por graça de Deus, mes-
mo um ateu só pode alcançar a verdade pela graça.
Cidade de Deus
Para Agostinho há duas cidades: a cidade dos ho- Escolástica
mens, onde reina o pecado, a injustiça e a morte; a
cidade de Deus, onde abunda a justiça, a felicidade A Escolástica foi a fase da filosofia medieval seguin-
e a paz. Os santos e aqueles que vivem na fidelidade te à Patrística. Nela houve o surgimento e fortale-
da fé estão destinados à pátria celeste, já os peca- cimento das universidades, canal pelo qual a Igreja
dores ficam sob o jugo do Diabo na cidade munda- dominou de modo mais efetivo a difusão do conhe-
na. cimento. O platonismo deu lugar ao aristotelismo
que encontrou em são Tomás de Aquino seu maior
Segundo o Santo, um dia a cidade de Deus iria pre- seguidor.
valecer sobre a cidade mundana. Durante muito
São Tomás de Aquino Provas da existência de Deus
A fim de provar racional a existência de Deus, em
sua obra, Suma Teológica, Tomás expõe os argu-
mentos que ficaram conhecidos como cinco vias.

→ Motor imóvel - Tudo que se move precisa ser mo-


vido por alguém, mas quem moveu esse alguém?
Isso iria ao infinito se não houvesse um motor imo-
vél, ou seja, algo que dê origem a todo movimento,
mas que não se move. Tomás de Aquino diz que esse
motor é Deus.

→ Causa primeira - Tudo que existe precisa ter sido


criado, não é possível que tudo tenha em si mesmo
Nascido em 1225, na Itália, de família abastada, To- sua origem, mas se uma coisa dá origem à outra é
más se tornou o mais importante autor católico. Em preciso que haja uma causa que tenha causado a su-
sua obra Suma Teológica, faz uma intesa defeza da cessão dos efeitos, essa primeira causa é Deus.
fé e procura esmiuçar toda doutrina cristã.
→ Necessário e contingente - Tudo que existe um
Tomás cristianizou o pensador grego Aristóteles ao dia não existiu e pode se extinguir, mas se tudo é
tomar seus principais conceitos e pô-los a serviço contingente nada poderia exitir. Já vimos que para

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da fé. As quatro causas aristotélicas, o princípio de que algo exista é preciso que alguma coisa anterior
não contradição, as noções de substância, ato e po- dê origem, logo, há um ser que sempre existiu sem
tência foram fundamentais para a fundamentação ter sido gerado por nada, um ser necessário, que é
da prova racional da existência de Deus. Embora os gerador de todos os seres.

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conceitos supracitados sejam importantes para en-
tender o aquinate, não trataremos deles aqui, mas → Graus de perfeição - todas as coisas são melho-
você pode revisá-los pelo link https://descomplica. res ou piores quando relacionadas a outras, precisa
com.br/blog/filosofia/acha-que-ja-ouviu-de-tudo- haver um paradígma de comparação. Se uma coisa
-sobre-aristoteles-e-esta-preparado-para-o-vestibu- é mais ou menos quando comparada com outras, é
lar-voce-ainda-nao-leu-esse-resumo/. preciso admitir que há um ser que contém em si todas
as perfeições em seu máximo grau, esse ser é Deus.
Como vimos no início do resumo, a filosofia medie-
val busca uma conciliação entre fé e razão. Não foi → Finalidade do ser - Todas as coisas na natureza
diferente no pensamento tomista. Tomás crê que obedecem a uma ordem e se orientam a um fim,
Deus pode e deve ser provado pela mente humana, como a flexa orientada pelo arqueiro. Assim existe
embora a razão não seja capaz de conhecê-lo em um ser que ordena todas as coisas e faz com que
sua totalidade. O que os sentidos não alcançam a fé tudo chegue a seu fim, esse ser é Deus.
deve completar.

EXERCÍCIOS DE AULA
1.
“Entre 1995 e 1999, [Francis] Collins e sua equipe protagonizaram, com a
Celera Genomics, do cientista Craig Venter , uma competição acirrada pela
primazia no anúncio do seqüenciamento completo do “mapa da vida”. A
corrida entre os consórcios público e privado culminou com um anúncio em
conjunto, na Casa Branca, de que o Genoma Humano estava finalmente
completo e pertencia, a partir dali, a toda a humanidade.
A data histórica ainda não havia completado seu sexto aniversário quando,
em 2006, Collins lançou, nos Estados Unidos, o livro A Linguagem de Deus
(Ed. Gente), no qual discorria sobre como havia resolvido dentro de si o dile-
ma entre fé e ciência. Em 300 páginas escritas com elegância e sinceridade,
um dos mais notórios homens da ciência admitiu ao mundo que acreditava
piamente em Deus. A obra reacendeu o velho debate entre crentes e ateus,
http://ultimosegundo.ig.com.
movimentou evolucionistas e criacionistas e suscitou embates históricos – o
br/genomahumano/o- mais famoso deles deu-se entre Collins e o zoólogo e evolucionista britânico
cientista-que-cre-em-deus/
n1237681730212.html Richard Dawkins.”

A história de vida do cientista Francis Collins pode ser vista como algo em sinto-
nia com a filosofia medieval na medida em que

a) mostra que é impossível compreender racionalmente qualquer aspecto da re-


alidade
b) revela a onipotência do conhecimento científico em seu esforço por explicar
o mundo
c) desenvolveu seu pensamento sob a proteção e autoridade da Igreja Católica
d) indica uma busca pela unidade entre fé e razão
e) não gerou polêmica ou disputa com autores de outras perspectivas intelec-
tuais

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2.
Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver algum di-

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rigente, pelo qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um navio,
que se move para diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não
chegaria ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse dirigito ao
porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e
ação. Acontece, porém, agirem os homens de modos diversos em vista do
fim, o que a própria diversidade dos esforços e açoes humanas comprova.
Portanto, precisa o homem de um dirigente para o fim.

AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escri-


tos políticos de São Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado).

No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como o regime de go-


verno capaz de

a) refrear os movimentos religiosos contestatórios.


b) promover a atuação da sociedade civil na vida política.
c) unir a sociedade tendo em vista a realização do bem comum.
d) reformar a religião por meio do retorno à tradição helenística.
e) dissociar a relação política entre os poderes temporal e espiritual.
3.
Com efeito, existem a respeito de Deus verdades que ultrapassam totalmen-
te as capacidades da razão humana. Uma delas é, por exemplo, que Deus
é trino e uno. Ao contrário, existem verdades que podem ser atingidas pela
razão: por exemplo, que Deus existe, que há um só Deus etc.

AQUINO, Tomás de. Súmula contra os Gentios. Capítulo Terceiro: A possi-


bilidade de descobrir a verdade divina. Tradução de Luiz João Baraúna. São
Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 61.

Para São Tomás de Aquino, a existência de Deus se prova

a) por meios metafísicos, resultantes de investigação intelectual.


b) por meio do movimento que existe no Universo, na medida em que todo movi-
mento deve ter causa exterior ao ser que está em movimento.
c) apenas pela fé, a razão é mero instrumento acessório e dispensável.
d) apenas como exercício retórico.
e) com muita oração.

4.
TEXTO I
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que

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existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência.
Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são
ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda
mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais conden-

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sada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível,
transforma- se em pedras.

BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006


(adaptado).

TEXTO II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as
coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se
nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos
filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos,
como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade,
dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.”

GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes,


1991 (adaptado).

Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a


origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxíme-
nes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua
fundamentação teorias que

a) eram baseadas nas ciências da natureza.


b) refutavam as teorias de filósofos da religião.
c) tinham origem nos mitos das civilizações antigas.
d) postulavam um princípio originário para o mundo.
e) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.
5.
A grande contribuição de Tomás de Aquino para a vida intelectual foi a de valo-
rizar a inteligência humana e sua capacidade de alcançar a verdade por meio da
razão natural, inclusive a respeito de certas questões da religião.

Discorrendo sobre a “possibilidade de descobrir a verdade divina”, ele diz que há


duas modalidades de verdade acerca de Deus. A primeira refere-se a verdades
da revelação que a razão humana não consegue alcançar, por exemplo, enten-
der como é possível Deus ser uno e trino. A segunda modalidade é composta de
verdades que a razão pode atingir, por exemplo, que Deus existe.

A partir dessa citação, indique a afirmativa que melhor expressa o pensamento


de Tomás de Aquino.

a) A fé é o único meio do ser humano chegar à verdade.


b) O ser humano só alcança o conhecimento graças à revelação da verdade que
Deus lhe concede.
c) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar certas verdades por
seus meios naturais.
d) A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades acerca de Deus.
e) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser humano nada pode conhecer
d’Ele.

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6. A teologia natural, segundo Tomás de Aquino (1225-1274), é uma parte da
filosofia, é a parte que ele elaborou mais profundamente em sua obra e na
qual ele se manifesta como um gênio verdadeiramente original. Se se tra-
ta de física, de fisiologia ou dos meteoros, Tomás é simplesmente aluno de
Aristóteles, mas se se trata de Deus, da origem das coisas e de seu retorno
ao Criador, Tomás é ele mesmo. Ele sabe, pela fé, para que limite se dirige,
contudo, só progride graças aos recursos da razão.

GILSON, Etienne. A Filosofia na Idade Média, São Paulo: Martins Fontes,


1995, p. 657.

De acordo com o texto acima, é correto afirmar que

a) a obra de Tomás de Aquino é uma mera repetição da obra de Aristóteles.


b) Tomás parte da revelação divina (Bíblia) para entender a natureza das coisas.
c) as verdades reveladas não podem de forma alguma ser compreendidas pela
razão humana.
d) é necessário procurar a concordância entre razão e fé, apesar da distinção
entre ambas.
EXERCÍCIOS DE CASA
1.
As questões religiosas influenciaram diversos aspectos da sociedade europeia
medieval. No universo político, por exemplo, perante um poder diluído em vir-
tude da organização feudal da sociedade, a Igreja Católica representava uma
instituição com poder unificador. Nos âmbitos cultural e artístico, a construção
e a decoração de igrejas, as músicas e os ritos litúrgicos e a exegese dos textos
sagrados contribuíram para o florescimento de uma arte sacra. Até mesmo no
campo da Filosofia, as discussões eram pautadas por questões religiosas, pois a
principal preocupação dos filósofos medievais era conciliar fé e razão. A respei-
to desses aspectos da sociedade medieval, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

01) A Patrística foi a filosofia e a teologia desenvolvidas pelos padres da Igreja


para encontrar justificativas racionais para as verdades reveladas.
02) A Escolástica dedicou-se, preponderantemente, a produzir teses e discus-
sões inaugurais sobre filosofia, uma vez que, sob a supervisão da Igreja, os filó-
sofos não tinham acesso a textos de autores clássicos.
04) O Barroco, estilo artístico que reflete o sentimento humano de conflito entre
si e a divindade, apareceu no período medieval.
08) A seita dos Cátaros e a dos Albigenses foram consideradas heréticas porque
defendiam doutrinas dualistas que conflitavam com a doutrina católica da res-

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surreição e o modo de vida levado pelos membros eclesiásticos.
16) Em A Divina Comédia, o poeta florentino Dante Alighieri resumiu a visão fi-
losófica e o espírito religioso da sociedade medieval. Nessa obra, Alighieri des-
creve uma viagem imaginária e cheia de simbolismo, por meio do inferno, do

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purgatório e do paraíso.

2.
Na medida em que o Cristianismo se consolidava, a partir do século II, vários
pensadores, convertidos à nova fé e, aproveitando-se de elementos da filo-
sofia greco-romana que eles conheciam bem, começaram a elaborar textos
sobre a fé e a revelação cristãs, tentando uma síntese com elementos da
filosofia grega ou utilizando-se de técnicas e conceitos da filosofia grega
para melhor expor as verdades reveladas do Cristianismo. Esses pensadores
ficaram conhecidos como os Padres da Igreja, dos quais o mais importante
a escrever na língua latina foi santo Agostinho.

COTRIM, Gilberto. Fundamentos de Filosofia: Ser, Saber e Fazer. São Pau-


lo: Saraiva, 1996, p. 128. (Adaptado)

Esse primeiro período da filosofia medieval, que durou do século II ao século X,


ficou conhecido como

a) Escolástica.
b) Neoplatonismo.
c) Antiguidade tardia.
d) Patrística.
3.
A filosofia de Santo Agostinho é essencialmente uma fusão das concepções
cristãs com o pensamento platônico. Subordinando a razão à fé, Agostinho de
Hipona afirma existirem verdades superiores e inferiores, sendo as primeiras
compreendidas a partir da ação de Deus. Como se chama a teoria agostiniana
que afirma ser a ação de Deus que leva o homem a atingir as verdades superio-
res?

a) Teoria da Predestinação.
b) Teoria da Providência.
c) Teoria Dualista.
d) Teoria da Emanação.
e) Teoria da Iluminação.

4.
Considere o seguinte texto sobre Tomás de Aquino (1226-1274) Fique claro
que Tomás não aristoteliza o cristianismo, mas cristianiza Aristóteles. Fique
claro que ele nunca pensou que, com a razão se pudesse entender tudo; não,
ele continuou acreditando que tudo se compreende pela fé: só quis dizer que
a fé não estava em desacordo com a razão, e que, portanto, era possível
dar-se ao luxo de raciocinar, saindo do universo da alucinação.

35
Eco, Umberto. “Elogio de santo Tomás de Aquino”. In: Viagem na irrealida-
de cotidiana, p.339.

É correto afirmar, segundo esse texto, que:

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a) Tomás de Aquino, com a ajuda da filosofia de Aristóteles, conseguiu uma pro-
va científica para as certezas da fé, por exemplo, a existência de Deus.
b) Tomás de Aquino se empenha em mostrar os erros da filosofia de Aristóteles
para mostrar que esta filosofia é incompatível com a doutrina cristã.
c) o estudo da filosofia de Aristóteles levou Tomás de Aquino a rejeitar as verda-
des da fé cristã que não fossem compatíveis com a razão natural.
d) a atitude de Tomás de Aquino diante da filosofia de Aristóteles é de concilia-
ção desta filosofia com as certezas da fé cristã.

5.
Na Idade Média, se considerava que o ser humano podia alcançar a verdade por
meio da fé e também por meio da razão. Ao mesmo tempo, o poder religioso
(Igreja) e o poder secular (Estado) mantinham relacionamento político tenso e di-
fícil. O filósofo Tomás de Aquino desenvolveu uma concepção destinada a con-
ciliar FÉ e RAZÃO, bem como IGREJA e ESTADO.

De acordo com as ideias desse filósofo,

a) o Estado deve subordinar-se à Igreja.


b) a Igreja e o Estado são mutuamente incompatíveis.
c) a Igreja e o Estado devem fundir-se numa só entidade.
d) a Igreja e o Estado são, em certa medida, conciliáveis.
e) a Igreja deve subordinar-se ao Estado.
GABARITO
01.
Exercício de aula
1. d
2. c
3. b
4. d
5. c
6. d

02.
Exercício de casa
1. 4+8+16
2. d
3. e
4. d
5. d

36
Fil.

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