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Apresentação:
Nesta aula, conheceremos e diferenciaremos os métodos de análise de alimentos, que nada mais são que os métodos da
Química Analítica convencionais (gravimetria e volumetria) e instrumentais.
Inicialmente, trataremos da escolha do método, que deve basear-se em exatidão, precisão, especificidade e sensibilidade,
praticidade, rapidez e economia.
Em seguida, veremos como a amostragem é fundamental, pois representa parte do universo amostral e deve ser
selecionada de forma a representar todo conjunto de amostras de modo homogêneo. Sendo assim, é necessário que
conheçamos os procedimentos de coleta, preparo e conservação da amostra.
Por fim, considerando a necessidade de fundamentação quanto ao preparo de soluções para análise de alimentos,
veremos o que é soluto e solvente, e conheceremos os respectivos cálculos de diferentes concentrações de normalidade e
molaridade (mol/L).
Objetivos:
Selecionar o método analítico mais adequado para o fim a que se destina a análise;
Descrever as formas de coleta, preparo e preservação da amostra, para realização correta da análise;
Amostragem é o processo por meio do qual é selecionada e removida uma pequena, representativa e suficiente parte de
um todo, a partir da qual será realizada uma análise.
A amostragem pode contar com os seguintes componentes:
A) Amostra (sample):
Porção que representa o todo. A amostra representa toda a população de interesse. Pode ser coletada em um único local ou ser uma
amostra composta, caso em que é resultante da mistura de várias amostras coletadas em diferentes locais dentro da população de
interesse.
B) Subamostra (subsample):
Amostra que é homogeneizada e dividida entre diferentes laboratórios ou parte de uma amostra que é levada para o laboratório de
análise.
D) Alíquota amostrada, alíquota para análise, porção para análise ou porção amostrada (test portion):
Material pesado ou selecionado para análise a partir da amostra laboratorial. A alíquota pode ser analisada diretamente ou passar
por uma pré-tratamento adicional.
Os objetivos da amostragem envolvem coletar amostras de alimentos que sejam representativas e, em seguida, assegurar
que não ocorram alterações na composição entre a amostragem e a análise.
Além disso, uma amostragem deve documentar a variabilidade natural existente nas amostras, no que diz respeito a
fatores como estação, geografia, cultivo e práticas agrícolas.
Atualmente, sempre que possível, são utilizados métodos instrumentais para analisar alimentos.
Saiba mais
Em casos raros, os métodos convencionais podem apresentar resultados melhores que os instrumentais.
Figura 1: Métodos de análise de alimentos.
Escolha do método
A escolha do método depende do produto a ser analisado. Quando se trata da análise de alimentos, devemos ter atenção
especial, pois alimentos são amostras complexas, cujos componentes podem interferir um no outro.
Os fatores a serem levados em consideração quando da escolha do método de análise são os seguintes:
Em amostras macro (maiores), podem ser utilizados métodos convencionais (gravimétricos ou volumétricos).
Já em amostras micro (menores), são indicadas técnicas mais sofisticadas, o que leva à necessidade de utilização de métodos
instrumentais.
B) Exatidão requerida:
Quando o composto se encontra em mais de 10% da amostra, podem ser utilizado métodos clássicos.
Já quando o analito está em menos de 10%, devem ser usados métodos instrumentais, que são mais sofisticados e exatos.
A escolha do método dependerá da composição química do alimento, isto é, dos possíveis interferentes.
Nesse caso, é necessário efetuar a separação dos interferentes potenciais antes da medida final, bem como a extração ou separação
prévia do componente a ser analisado.
E) Recursos disponíveis:
Nem sempre é possível utilizar o melhor método, pois a escolha também depende de fatores como:
Custo;
Tipo de reagente;
Pessoal especializado.
Etapas do processo de amostragem?
O processo de amostragem acontece a partir das seguintes etapas:
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Coleta Preparo
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Transporte
Preservação da amostra
Etapas do processo de amostragem
Clique no botão acima.
A amostra bruta deve ser uma réplica, em ponto reduzido, do universo considerado, no que diz respeito tanto à
composição quanto à distribuição do tamanho da partícula.
Para que a amostra seja representativa, deve-se garantir que, no momento da coleta, ela seja retirada de vários
pontos do lote ou partida (parte superior, central e fundo) ou de vários recipientes, quando o lote for composto de
diversas embalagens.
Quando o alimento é não homogêneo, seus componentes devem ser cuidadosamente misturados antes da
tomada da amostra. Quanto maior o for número de lotes, maior deverá ser o número de pontos amostrados.
Nome do estabelecimento.
Nome do produto.
Data de preparo.
No momento da coleta, o manuseador deve estar com as mãos higienizadas, não deve tocar diretamente o
alimento nem soprar o saco em que o alimento está, retirar a quantidade que precisa para análise, fechar a
embalagem e acondicioná-la em caixa isotérmica.
Preparo da amostra
Vejamos como devem ser preparados os diferentes tipos de amostra apresentados a seguir:
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Devem ser coletadas em frascos com o mesmo volume (do alto, do meio e do fundo do recipiente), após agitação e
homogeneização.
B) Amostras sólidas:
Se for um alimento passível de fragmentação, deve ser esmigalhado e misturado. Se for um alimento aderente, deve ser congelado e
esmigalhado em baixa temperatura.
C) Emulsões:
Deve-se obter a amostra por peso, e não por volume. Após pesagem, aquecer e misturar.
Devem ser passadas no liquidificador e homogeneizadas. Em seguida, deve ser retirada uma parte do alto, do meio e do fundo do
recipiente.
Amostras com alto teor de umidade, como frutas, hortaliças e polpas, devem ser desumidificadas antes das análises, para facilitar
algumas determinações. Essa desumidificação deve ser realizada em estufa ventilada ou a vácuo, a 45° C, onde as amostras serão
espalhadas em bandejas de alumínio, aço, ou vidro de relógio.
Após a retirada do excesso de umidade, procede-se à moagem e ao quarteamento. Deve-se ter o cuidado de fazer a determinação
da umidade na amostra fresca.
Quarteamento
Para realizar qualquer análise, deve-se espalhar a amostra sobre uma folha de papel de filtro grande e quarteá-la,
ou seja, dividi-la em quatro partes semelhantes, em forma de cruz, e devolver dois segmentos opostos ao frasco
ou embalagem da amostra.
Em seguida, deve-se juntar os outros dois segmentos e repetir o processo de quarteamento. Devem-se usar dois
segmentos opostos para pesar a amostra para análises.
A) Desintegração mecânica:
A moagem de alimentos secos é feita, principalmente,em um moinho do tipo Wiley (martelo) ou similar. Para amostras úmidas, a
desintegração pode ser feita em moedores para carnes, liquidificadores ouprocessadores.
B) Desintegração enzimática:
É útil em amostras vegetais com o uso de celulases. Proteases e amilases são úteis para solubilizar componentes de alto peso
molecular (proteínas e polissacarídeos) em vários alimentos.
C) Desintegração química:
Vários agentes químicos podem ser usados na dispersão ou solubilização dos componentes dos alimentos.
Transporte
Após a coleta, devemos proceder à identificação não só das amostras, mas também das embalagens em que
serão remetidas, informando:
Tipo de produto.
Peso líquido.
No transporte, para garantir condições fidedignas quanto à qualidade do alimento, devemos levar em conta os
seguintes itens:
Integridade – manter condições adequadas para que não haja ruptura ou qualquer dano à embalagem.
Quanto ao destino, as amostras devem ser divididas em três partes,cada uma com sua função específica.
Vejamos:
Duas amostras irão para o laboratório: uma será utilizada na análise, e outra será reservada para verificação ou
retificação dos resultados.
Preservação da amostra
Alguns cuidados são necessários para que não haja alteração da amostra. Nesse sentido, deve-se evitar:
Contaminação.
Os meios de preservação da amostra dependem do tipo de material com que se está trabalhando. Vejamos, a
seguir, alguns tipos de preservação e a sua finalidade:
A) Inativação enzimática:
A inativação enzimática é utilizada para preservar o estado original dos componentes de um material vivo.
Depende do tamanho, da composição e da consistência do alimento, bem como das enzimas nele presentes e das determinações
analíticas que se pretende realizar.
Os métodos tradicionais de preparo de amostras podem afetar a composição dos extratos lipídicos. Por conta disso, é necessário
esfriar a amostra rapidamente, antes da extração ou do congelamento, caso ela venha ser estocada.
Para controle de ataques oxidativos a maioria dos alimentos, recomenda-se a sua preservação a baixa temperatura (N líquido).
O controle de ataques microbiológicos pode ser realizado por meio de congelamento, secagem, uso de conservadores ou a
combinação destes.
A escolha dependerá da natureza do alimento, do tipo de contaminação possível, do período e das condições de estocagem, bem
como do tipo de análise.
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Condições de crescimento
Parte do animal
Estado de maturação
Alimentação do animal
Toda mistura homogênea (aquela cujo aspecto é uniforme ponto a ponto) constitui
uma solução.
Existem diversas formas de expressar a concentração de uma solução. A seguir, veremos algumas delas.
Exemplo
O hipoclorito de sódio (NaClO) produz uma solução alvejante quando dissolvido em água. Suponhamos que a massa de
NaClO contida em uma amostra de 5,00 mL de alvejante tenha sido determinada como sendo igual a 150 mg.
Qual seria a concentração (em gramas por litro) do hipoclorito de sódio nessa solução?
V = 5,00 ml = 0,00500 L
m = 0,150 g
Por meio da fórmula apresentada, podemos então obter concentração em gramas por litro:
C = 0,150 g / 0,00500 L
C = 30,0 g/L
A quantidade de matéria do soluto (nsoluto – chamada, anteriormente, de número de mols dosoluto) é a relação entre a
massa do soluto (nsoluto) e a sua massa molar (M, a massa de 1,0 mol da substância), expressa em g/mol.
Exemplo
Qual seria a concentração (em quantidade de matéria) de uma solução que contém 9,8 g de ácido sulfúrico em água
suficiente para 10,0 litros de solução?
n = 0,10 mol
Agora, por meio da fórmula apresentada, podemos determinar aconcentração em quantidade de matéria:
Normalidade (N)
A normalidade é a relação entre o número de equivalentes-grama do soluto e o volume da solução, expresso em litros.
No passado, essa unidade foi muito utilizada em cálculos relacionados atitulações. Atualmente, o uso da normalidade não
é recomendado pela International Union of Pure and Applied Chemistry (Iupac), uma vez que essa unidade de concentração
não enfatiza o conceito de mol ou a estequiometria da reação química.
Saiba mais
Além disso, o valor numérico do equivalente-grama de alguns compostos químicos (e, portanto, a normalidade da solução
que os contém) varia de acordo com a reação química em que a substância (ou a solução) é utilizada.
Atividades
A análise de alimentos é uma ferramenta muito útil na caracterização, no controle de qualidade e na estabilidade dos
alimentos durante a estocagem.
a) A análise quantitativa depende sempre da medida de uma quantidade física cuja magnitude independe da massa do componente
de interesse presente na amostra.
b) A aplicação da análise de alimentos para fins de fiscalização busca utilizar o método mais preciso e exato, independentemente de
tratar-se de um método oficial.
c) A escolha do método analítico é uma etapa relativamente tranquila, pois depende apenas da estrutura que o laboratório possui,
tanto em relação à mão de obra quanto à estrutura física e aos equipamentos disponíveis para análise.
d) A amostragem é o conjunto de operações por meio do qual se obtém do material em estudo uma porção relativamente pequena,
de tamanho apropriado para o trabalho no laboratório, mas que, ao mesmo tempo, represente todo o conjunto da amostra.
e) Os métodos instrumentais, quando comparados aos métodos convencionais, são sempre escolhidos para as análises por
possuírem precisão e exatidão nos seus resultados, além de serem os métodos oficiais, isto é, os métodos requeridos sob a forma da
lei.
2. A amostra bruta é uma réplica, em pequena escala, do universo da pesquisa em questão. A redução da amostra bruta
dependerá do tipo de produto e da análise empregada.
Informe como deve ser feita a redução de cada um dos alimentos a seguir:
a) Alimentos secos
b) Alimentos Líquidos
c) Batata
3. Em um laboratório de alimentos, um técnico preparou uma solução a partir da dissolução de 18 gramas de glicose em
água suficientes para produzir 1 litro da solução.
Considerando a massa molar da glicose = 180 g/mol, é correto afirmar que a concentração, em mol/L, dessa solução é igual
a:
a) 0,001
b) 0,01
c) 0,1
d) 1,0
e) 1,1
4. Com relação à amostragem para análise de alimentos, julgue as assertivas a seguir, marcando V para as verdadeiras e F
para as falsas:
a) A validade das conclusões acerca das análises de um alimento depende dos métodos usados na obtenção e na preservação da
amostra.
b) Contra-amostra é a amostra que permite deduzir a qualidade média da população total de um produto.
d) Para preparar amostras de carne e derivados, deve-se separar a carne dos ossos, da pele ou do couro.
e) Durante a amostragem de produtos líquidos, deve-se agitar a amostra até homogeneizá-la completamente.
5. Com relação ao preparo de soluções, julgue as assertivas a seguir, marcando V para as verdadeiras e F para as falsas:
b) Dissolvendo-se bicarbonato de sódio em água, forma-se uma solução, sendo o bicarbonato de sódio o solvente.
d) Solução concentrada é aquela que apresenta grande quantidade do soluto para dada quantidade do solvente, a uma dada temperatura.
Referências
BACCAN, N.; ANDRADE, J. C.; GODINHO, O. E. S.; BARONE, J. S.Química analítica quantitativa elementar. 3. ed. São Paulo:
Blucher, 2001.
DAMODARAN, S.; PARKIN, K.L.; FENNEMA, O.R. Química de alimentos de Fennema. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
KOBLITZ. Matérias-primas Alimentícias: Composição e Controle de Qualidade. 1.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2011.
SKOOG,D. A.; HOLLER, F. J.; NIEMAN, T. A. Princípios de análise instrumental. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
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Bons estudos!