Você está na página 1de 6

Introdução

O modelo cosmológico, assim chamado de “teoria do Big Bang”, afirma que o universo teve
início em uma grande e violenta expansão, ocorrida há 13,8 bilhões de anos, donde surgiu o
tempo, o espaço e toda a matéria e a energia contidas no universo atual. Essa grande
expansão inicial é um evento singular tido como premissa teórica e cujas minúcias a teoria
não se propõe a explicar. Os instantes imediatos à expansão, por exemplo, estão além das
fronteiras do conhecimento científico moderno. A teoria, porém, explica de forma
satisfatória toda a evolução do universo desde os seus primórdios – precisamente, a partir
do primeiro décimo de milionésimo de trilionésimo de trilionésimo de trilionésimo de
segundo (10--43 s) após o Big Bang – até o presente e o futuro.

A idade do universo
Qual é a idade do universo? A matéria total do universo gera atração gravitacional, em que
objetos atraem outros objetos (inclusive a luz, pela relatividade geral). Se a energia escura
fosse nula, a atração gravitacional deveria diminuir a expansão, o que implicaria que no
passado a expansão teria sido mais rápida. Neste caso, a idade do Universo pode ser
calculada, no limite superior, assumindo que a quantidade de matéria é pequena e que,
portanto, não teria reduzido a velocidade de expansão significativamente.
Podemos então estimar a idade máxima do universo, to, calculando o tempo que as galáxias
distantes, movendo-se à mesma velocidade de hoje, levaram para chegar aonde estão,
assumindo energia escura nula.
Como a lei de Hubble, que relaciona a velocidade de recessão das galáxias, v, com as
distâncias a elas, d, é dada por
v = H0 d

e a definição física de velocidade é


v=d/t = 1/t x d
Comparando as duas equações acima vemos que H 0 tem a dimensão de 1/t.
Podemos então definir
t0 = 1/H0
onde t0 é o tempo passado desde a época em que as galáxias estavam todas juntas até a época
atual. Podemos também pensar que é o tempo que as galáxias, teriam levado para chegar às
distâncias que estão hoje se tivessem se movido o tempo todo com a velocidade que têm hoje.
Em outras palavras, t0 é a idade do universo para uma taxa de expansão constante (H 0).
Portanto, medindo a constante de Hubble podemos estimar a idade do universo.
O valor mais atual da constante de Hubble é H 0 = 71 km/s/Mpc
A idade do universo correspondente é:
t0 = 1/(71km/s / Mpc)
Como 1 Mpc = 3,09 x 1019 km e 1 ano = 3,15 x 107 s
logo t0 = 1/H = 1/(71km/s / Mpc) = 1/( 71 km/s / (3,09 x 1019 x 3,15 x x 107 s))
Temos portanto to = 1/H = 13,7 bilhões de anos
Levando-se em conta uma possível desaceleração causada pela atração gravitacional, a idade
seria um pouco menor do que esse valor, pois se a expansão foi mais rápida no início, o
universo teria chegado ao estado atual em menos tempo. Se, pelo contrário, o universo estiver
acelerando pela presença deenergia escura, ele estava se expandindo mais lentamente no
passado e,portanto, levou mais tempo para chegar ao estado atual. Ou seja, nesse caso sua
idade é maior do que H0-1.

A Teoria do Big Bang

De acordo com a teoria, o universo se expandiu rapidamente a partir de uma singularidade,


um ponto de tamanho nulo e densidade infinita, em temperatura extremamente alta,
tornando-se cada vez maior, menos denso e mais frio com o passar do tempo. Levou menos
de um segundo para que a matéria bariônica viesse à existência, com o surgimento dos
primeiros prótons e nêutrons a uma temperatura de 1 trilhão Kelvin. Dois minutos após a
expansão primordial, resfriando-se a 1 bilhão Kelvin, o universo já contava com alguns anos-
luz de diâmetro e começavam a surgir os primeiros núcleos atômicos – 90% deles de
hidrogênio e 10% de hélio, com traços de trítio, deutério e lítio.
Em 380 mil anos, quando a temperatura havia se reduzido a menos de 3 mil Kelvin, tornou-
se possível a estabilidade da ligação entre elétrons e núcleos, permitindo o surgimento dos
primeiros átomos e moléculas. Em 1 bilhão de anos, tiveram origem as primeiras estrelas,
forjadas no interior das primeiras galáxias. E 9 bilhões de anos após o Big Bang, formava-se o
Sol com seu sistema planetário.

Origem dos Planetas


Conforme a teoria, no instante um trilhão de trilionésimo de segundo após o Big Bang, o
Universo quente e denso se expandiu com rapidez incompreensível para os padrões
humanos, dando origem ao escopo astronômico.
A expansão continuou de maneira mais lenta nos anos que se seguiram. À medida em que o
Universo esfriava, houve a combinação entre os elementos.
Antes desse evento, chamado "recombinação", o Universo era opaco, mas tornou-se
transparente para a radiação, também chamada de radiação cósmica de fundo.
Com o passar do tempo, a matéria esfriou e os mais diversos tipos de átomos começaram a
se formar e esses, eventualmente, se condensaram e formaram os corpos celestes do
Universo atual (estrelas, planetas, satélites e etc.).

Elaborada pelo astrônomo belga George Lemaître (1894-1966), a teoria considerou os


estudos sobre a Teoria da Relatividade Geral, do físico alemão Albert Einstein (1879 - 1955).

O matemático russo Alexander Friedmann (1888-1925) ao investigar soluções das equações


da relatividade geral, chegou a ideia da expansão do universo. Contudo, sua interpretação era
muito mais matemática do que física.
De forma independente, Lemaître chegou as mesmas soluções de Friedmann. Entretanto, ele
foi além da análise matemática, buscando explicar o universo real.
A teoria do Big Bang foi reforçada pelos estudos de Edwin Hubble (1889-1953) de que as
galáxias estão se afastando em todas as direções.
Nas suas observações, Hubble identificou que quanto mais distante a galáxia, maior é a
velocidade com que ela se afasta de nós (Lei de Hubble).

A Lei de Hubble nos leva a conclusão que, se o universo está em expansão, em algum
momento do passado o seu tamanho era mínimo. Sendo a grande expansão a responsável
pela criação de tudo, inclusive o espaço e o tempo.
A expansão do universo
A Lei de Hubble
Em 1912, o astrôonomo americano Vesto Melvin Slipher (1875-1969), do Observatório
Lowell, descobriu que as linhas espectrais da galáxia Andrômeda (M31) mostravam um
enorme deslocamento para o azul, indicando que essa galáxia estava se aproximando do Sol, a
uma velocidade de 300 km/s. Slipher iniciou, então, um trabalho sistemático que levou duas
décadas, demonstrando que, das 41 gal´xias que ele estudou, a maioria apresentava
deslocamento espectral para o vermelho (redshift), indicando que essas galáxias estavam se
afastando de nós.

As implicaçõoes mais importantes do trabalho de Slipher ficaram mais claras durante os anos
20, quando Edwin Hubble conseguiu estimar as distâncias de Andrômeda e outras galáxias,
observando o brilho aparente e os períodos de pulsa&ccedi&ã de estrelas Cefeidas nessas
galáxias. Hubble e seu colaborador, Milton Humason, fotografaram os espectros de várias
galáxias, usando o telescópio de 2,50 m de Monte Wilson. Quando compararam as distâncias
das galáxias com as suas velocidades de afastamento, determinadas a partir dos seus redshifts,
Hubble e Humason verificaram que as galáxias mais distantes estavam se afastando com
velocidades maiores. Plotando os dados em um gráfico de velocidade em função da distância,
Hubble encontrou que os pontos se distribuiam ao longo de uma linha reta.
Em 1929, Hubble publicou sua descoberta, que ficou conhecida como Lei de Hubble, e que
pode ser representada pela expressão
v = H0d
onde:
• v = velocidade de recessãao da galáxia;, medida pelo seu redshift
• d = distância da galáxia.
• H0= constante de Hubble;
A lei de Hubble significa que o universo está se expandindo, e a constante de Hubble H 0
representa a taxa com a qual o universo está se expandindo. Como as velocidades das galáxias
são medidas em km/s e as suas distâncias em megaparsecs (Mpc), a unidade da constante de
Hubble é (km/s)/Mpc.
Por exemplo, se
H0 = = 71 km/s/Mpc
significa que a velocidade de recessão das galáxias aumenta 71 km/s a cada megaparsec de
distância, ou seja:
galáxias a 1 Mpc têm velocidade de recessão de 71 km/s
galáxias a 10 Mpc têm velocidade de recessão de 710 km/s
galáxias a 11 Mpc têm velocidade de recessão de 780 km/s
galáxias a 100 Mpc têm velocidade de recessão de 7100 km/s
etc...
O afastamento das galáxias com velocidades proporcionais à distância pode ser comparado
com o que acontece com um como um bolo de passas no forno ...

Em um bolo de passas em crescimento, todas as passas se afastam umas das outras, mas as
passas não se movem dentro do bolo, os espaços entre elas que aumentam.

Você também pode gostar