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Revista para a Escola Bíblica Dominical e Discipulado - Nº 14

1
Expediente
AUTORES

Pr. Humberto Schimitt Vieira (Lições de 1 a 9 e 15 a 16)


Pr. James Schimitt Vieira (Lições 10 a 14)

EDITOR

Pr. James Schimitt Vieira

REVISÃO DOUTRINÁRIA

Conselho de Doutrina da Convenção de


Ministros da IPAD – Ministério Restauração

REVISÃO GRAMATICAL E ORTOGRÁFICA


Ana Schimitt
Isabel Cristina Schimitt Vieira
Moisés Alves
Mári Schirmer

DIAGRAMAÇÃO
Ramo da Videira

Capa
Mári Schirmer

2
Apresentação

E scatologia é um tema que move a atenção


de praticamente todas as pessoas, seja qual for sua religião ou
credo. Afinal, como serão os últimos acontecimentos? Parece
óbvio que este planeta não permanecerá indefinidamente. Seus
sinais de exaustão já são percebidos. Sua insignificância rela-
tivamente ao universo impressiona. Então, o que dizer do frá-
gil ser humano que nele habita? Para onde vamos? Como serão
as próximas gerações? Até quando a vida será sustentável? O
que acontecerá após a morte?
Essas e outras questões relativas aos últimos aconteci-
mentos são respondidas de maneira impressionante pela Bíblia
Sagrada. É sobre esse tema que esta revista se dedica.
Não temos a presunção de esgotar o assunto. Este ma-
terial não é um curso teológico exaustivo. Mas procuramos
contemplar as principais questões relacionadas ao tema, esta-
belecendo uma linha que proporcionará ao aluno uma com-
preensão melhor do assunto e a facilitação para um futuro
detalhamento do mesmo. Desejamos que a revelação
do Espírito Santo esteja atuando sobre cada vida, vivificando
e confirmando cada palavra colocada neste trabalho.
Deus o abençoe. Bom estudo!

3
Índice

Lição 1: Escatologia Bíblica ......................................................... 5

Lição 2: Evidências da Realidade após a Morte ............................... 8


Lição 3: Vida após a Morte .......................................................... 11

Lição 4: Predições sobre a Primeira Vinda de Cristo ....................... 14

Lição 5: As Predições Históricas entre a Ressurreição


de Jesus Cristo e os Últimos Dias ................................................ 18

Lição 6: Sinais dos Tempos do Fim .............................................. 22


Lição 7: Sinais da Vinda de Jesus ................................................. 26

Lição 8: Sinais da Vinda de Jesus Relativos à Igreja ......................... 31


Lição 9: Vinda de Jesus Cristo ..................................................... 36

Lição 10: Tribunal de Cristo ........................................................ 39


Lição 11: Bodas do Cordeiro ....................................................... 43

Lição 12: A Grande Tribulação I .................................................. 47


Lição 13: A Grande Tribulação II .................................................. 50

Lição 14: A Grande Tribulação III ................................................. 54

Lição 15: Final da Grande Tribulação e Início do Milenio ................ 58


Lição 16: Milênio e Juízo FinaI .................................................... 61

4
lição
Escatologia Bíblica 01
“porque nunca jamais qualquer profecia foi
dada por vontade humana; entretanto, homens
[santos] falaram da parte de Deus, movidos
pelo Espírito Santo.” (2 Pe 1.21)

Intr odução
Introdução
alguns aspectos importantes sobre as predições
bíblicas.
O termo “escatologia” vem de duas
palavras gregas: éschatos, que significa “úl- 2. A relação entre profecia e pre-
dição
timo”, e logos, que significa “estudo”. Por-
A palavra hebraica para profeta é “nabi” e
tanto, escatologia é o “estudo das últimas significa “anunciador”, “declarador”, donde se ve-
coisas”. rifica que profecia significa uma declaração de Deus.
Entretanto, mais do que se dedicar ao Por outro lado, segundo o léxico grego de Strong,
estudo do final da dispensação da igreja, a a palavra grega para profecia pode significar tanto
(a) o discurso que emana da inspiração divina e que
escatologia bíblica, além de enfocar as profe-
declara os propósitos de Deus, seja pela reprova-
cias preditivas a esse respeito, também se de- ção ou admoestação do iníquo, ou para o conforto
bruça sobre o estudo daquilo que vem após o do aflito, ou para revelar coisas escondidas, quanto
fim da dispensação da igreja. Assim, tanto o (b) a predição de eventos relacionados com o reino
milênio e os acontecimentos que lhe sucedem, de Deus.
Assim, a profecia é o gênero, enquanto a
quanto o estado eterno após a morte, tam-
predição é uma espécie, um tipo de profecia. Por-
bém fazem parte desse estudo. tanto, toda predição é uma profecia, mas nem toda
a profecia é uma predição. Em resumo, a profecia
pode revelar tanto alguma coisa que já ocorreu –
I. As Predições Bíblicas mas que estava oculta (leia 2 Sm 12.7-9), como o
propósito de Deus no presente - edificando, con-
solando e exortando (leia 2 Sm 12.13), como, ain-
1. Propósito da, um acontecimento no futuro, sendo, nesse últi-
As predições bíblicas nunca perdem o valor, mo caso, uma predição (leia 1 Sm 13.10-14).
mesmo depois de cumpridas. Antes de se cumpri-
rem, elas servem para preparar o povo de Deus para
os acontecimentos futuros, exortando-o, edificando-
II. A Interpretação
o e consolando-o (leia 1 Co 14.3). Porém, depois de
cumpridas, elas ainda servem para os propósitos di- 1. A linguagem das predições
vinos, pois passam a ser uma chancela divina para a A linguagem usada nas predições bíblicas
Bíblia Sagrada. Ou seja, Deus demonstra, pelo cum- nem sempre é literal. Jesus ensinou que o próprio
primento das predições passadas, que as predições Deus, propositalmente, fala de uma maneira que
futuras também se cumprirão. Veremos, nessa lição, as pessoas precisem depender dEle para enten-

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der os Seus mistérios (leia Mt 13.9-17; 11.25-27), do a sujeição de todas as coisas a Cristo, que hoje
para que ninguém se glorie diante dEle (leia Jr não vemos (leia Hb 2.8) será manifesta (leia 1 Co
9.23,24), de modo que a humildade é caminho es- 15.23-28), e o próprio Cristo, oferecerá tudo ao
sencial para entender a profecia divina (leia Tg 4.6). Deus trino, para que tudo retorne a Deus.
Assim, por exemplo, cada semana da profe-
cia de Daniel é composta de sete anos e não de sete 4. O Senhor da eternidade
dias (leia Dn 9.22-24). A profecia do Apocalipse, E haverá novo céu e nova terra (Ap 21.1). A
num outro exemplo, expressamente adverte: “Aqui história bíblica, que começa relatando uma terra em
está a sabedoria. Aquele que tem entendimento caos, termina relatando um novo céu e uma nova
calcule o número da besta, pois é número de ho- terra, em que lágrimas, pranto e luto não existem,
mem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e pois aquele que estará no trono dirá “eis que faço
seis” (leia Ap 13.18). novas todas as coisas” (Ap 21.5).

2. O método de interpretação
Assim, a profecia não pode ser interpretada IV
IV.. A V eracidade da
Veracidade
ao bel-prazer do intérprete, mas devemos deixar Pr ofecia Bíblica
Profecia
que o Espírito Santo e, por meio da interpretação
sistemática, a própria Bíblia nos revele a intenção 1. A prova pelas profecias já cum-
de Deus. Quando o leitor não entende alguma coi- pridas
sa, deixe “no armário” da memória e, ao seu tempo, Como já se disse na introdução, o estudo
entenderá o que lhe parecia oculto. das profecias já cumpridas é essencial para embasar
o estudo das profecias a se cumprir.
III. O T ema Central da
Tema Esse estudo se faz necessário tanto para se
entender a dinâmica da profecia preditiva bíblica
Pr ofecia Bíblica
Profecia quanto para demonstrar a veracidade das predições
exposta na Bíblia Sagrada, “sabendo, primeiramen-
O tema central da Bíblia é Jesus (leia Ef te, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém
1.9,10), conforme verificamos em todas as porções de particular elucidação; porque nunca jamais qual-
bíblicas: quer profecia foi dada por vontade humana; entre-
tanto, homens [santos] falaram da parte de Deus,
1. O Filho do Homem movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe 1:20-21).
Do livro de Gênesis a Malaquias, as predi-
ções apontam para Cristo nascendo da “mulher”, 2. A exclusividade e o detalhismo
que é o povo de Israel (leia Gn 3.15; Ap 12.1,13). Eram comuns, na antiguidade, as predições
As grandes predições do Antigo Testamento apon- das pitonisas e feiticeiras. Nos dias atuais, igual-
tavam para o nascimento de Jesus como filho do mente, as pessoas correm em busca de adivinha-
homem. ções, pois o homem tem sede de conhecer o futuro.
Porém, antes e hoje, o comum dessas predições é
2. O Noivo da Igreja serem vagas, sujeitas a diferentes interpretações,
Já no Novo Testamento, as predições, num de modo ao profeta poder justificar como atendida a
primeiro momento, apontam para Cristo casando sua profecia seja qual for o futuro.
com a “noiva”, a sua igreja (leia Ap 21.9; 22.17). Porém, as predições bíblicas já cumpridas,
como se verá durante o nosso estudo, se cumpriram
3. Aquele a quem tudo está sujeito com um acúmulo de detalhes que afastam totalmente
Num segundo momento, as predições apon- a possibilidade de mera coincidência. Mesmo as ale-
tam para os momentos que se interpõem entre o gorias bíblicas, ao invés de tornarem a profecia nebulo-
casamento do Cordeiro e o julgamento final, quan- sa, lhes conferem riqueza de precisão.

6
Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que
V. A Cr onologia da
Cronologia há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim
Predição Bíblica será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desola-
ções são determinadas. Ele fará firme aliança com
Devemos entender que, enquanto traba- muitos, por uma semana; na metade da semana, fará
lhamos com o tempo de uma vida humana, numa cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a
expectativa média de 70 anos (leia Sl 90.10), asa das abominações virá o assolador, até que a des-
Deus trabalha com a eternidade. Assim, a noção truição, que está determinada, se derrame sobre
de tempo que temos é totalmente distinta da ele” (Dn 9.26-27). Entre a morte do Ungido (Jesus
noção divina, até porque Deus não está sujeito Cristo) e o começo da septuagésima (70ª) semana,
ao tempo, mas Ele está fora do tempo, pois o há um período de tempo que, hoje, já chega a 1980
tempo também é criação Sua. anos. Nesse período, a predição simplesmente diz
Dentro de um mesmo versículo bíblico pode que o Império Romano seria destruído por um dilú-
haver milhares de anos. Vamos a um exemplo: “De- vio (uma alegoria às hordas bárbaras que conquista-
pois das sessenta e duas semanas, será morto o ram Roma), e que haveria guerras e desolações.

Conclusão

}
Cerca de vinte e cinco por cento da revelação divina tem natureza
preditiva, o que demonstra a importância desse estudo. A análise a que nos
propomos - enfocando tanto as predições futuras quanto aquelas referentes à
primeira vinda de Cristo que já se cumpriram – servirá, ao mesmo tempo, (1)
como exortação sobre como devemos estar preparados para as coisas que vi-
rão, e (2) como motivação ao sabermos que aquele que fez cumprir todas as
predições no passado, cumprirá todas as predições para o futuro.

Anotações
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Conclusão
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Evidências da lição

Realidade após 02
a Morte
“porquanto estabeleceu um dia em que há de
julgar o mundo com justiça, por meio de um
varão que destinou e acreditou diante de todos,
ressuscitando-o dentre os mortos.” (At 17.31)

ma forma de vida após a morte, somente Cristo tem


Intr odução
Introdução autoridade para fazê-lo. E isso por uma simples ra-
zão: somente Jesus morreu e ressuscitou. Se al-
O ser humano, por ser espiritualizado, guém não morreu e ressuscitou, tudo o que falar
é o único ser vivo, na terra, que se preocupa sobre vida após a morte não passará de mera espe-
com a eternidade. Em todas as civilizações, culação. Porém, Jesus morreu e ressuscitou. Ele, e
há a preocupação e a crença na vida após a somente Ele, tem autoridade para falar sobre o assun-
morte. O entendimento da imortalidade da to. Por isso, Ele também é chamado de “a Fiel Teste-
alma precede, portanto, o conhecimento da munha” e o “Primogênito dos Mortos” (Ap 1.5).
lei escrita de Deus, e está gravado no âmago
do ser humano (leia Rm 2.12) II. A Autoridade Con-
ferida pela Ressurreição de
I. A Autoridade da
Jesus Cristo
Bíblia para Tratar o T
Tratar ema
Tema
1. A evidência das provas
1. Morte: uma preocupação universal Segundo a lei dada por meio de Moisés,
Como afirmado anteriormente, as religiões “uma só testemunha não se levantará contra al-
de todas as civilizações têm em comum a preocupa- guém por qualquer iniquidade ou por qualquer
ção com a vida após a morte. Uns defendem que a pecado, seja qual for que cometer; pelo depoi-
vida após a morte é um espelho desta vida, com mento de duas ou três testemunhas, se estabe-
deuses muito humanos. Outros entendem que há lecerá o fato” (Dt 19.15).
um lugar de recompensa e de punição. Há também Jesus adotou o mesmo princípio: “, porém,
os que acreditam na reencarnação dos espíritos aqui se não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas
mesmo. Enfim, há um sem número de variantes no pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três
pensamento sobre o que existe após a morte. Quem testemunhas, toda palavra se estabeleça” (18.16).
estaria certo? Qual das religiões poderia se arvorar A igreja primitiva, por conseguinte, seguiu
na condição de estar mais certa do que as outras? o que Jesus determinara: “Não aceites denúncia
contra presbítero, senão exclusivamente sob o de-
2. A única Fiel Testemunha poimento de duas ou três testemunhas” (1 Tm 5.19).
Sem dúvida alguma, podemos dizer que, Deus, contudo, não se contentou em satis-
dentre todos os que defendem a existência de algu- fazer norma processual que Ele mesmo estabelece-

8
ra. Embora tenha havido muitas testemunhas, a pro- dos do exército mais poderoso da época, e forte-
va testemunhal não era suficiente para a importân- mente armados, para proteger um túmulo que esta-
cia que Deus conferiu à prova de que Jesus havia va lacrado por uma enorme pedra (Mt 27.60).
morrido e ressuscitado.
c) O conhecimento do exército ro-
2. Provas Materiais mano
Ademais, há um fato que põe uma pá de cal
2.1. Prova da morte na teoria de que o corpo foi roubado e que corrobo-
A morte de Jesus não foi provada meramen- ra a informação bíblica de que os soldados foram
te por testemunhas ou mesmo pelo diagnóstico re- subornados. É que um reconhecido líder militar ro-
servado de um médico. Houve uma prova material: mano na terra de Israel, o centurião Cornélio, pouco
à vista de todos, “chegando-se, porém, a Jesus, como tempo depois, converteu-se a Cristo (At 10.24,44-
vissem que já estava morto, não lhe quebraram as 48). Ora, se o corpo de Jesus tivesse sido roubado,
pernas. Mas um dos soldados lhe abriu o lado com Cornélio não creria naquilo que ele saberia ser um
uma lança, e logo saiu sangue e água.” (Jo 19.33- embuste. Cornélio era centurião da Coorte Italiana,
34). Não houve qualquer dúvida sobre o fato de que ou seja, ele era o centurião mais antigo das seis
Cristo morrera. centúrias daquela coorte - uma coorte era formada
por seis centúrias de 83 homens - e o centurião
2.2. Provas da ressurreição mais experiente dentre os seis centuriões era o
comandante da coorte. Assim, se realmente tivesse
a) Túmulo vazio havido o tal roubo do corpo de Jesus, a notícia, por
Assim como a sua morte, a ressurreição de sua relevância, teria chegado ao conhecimento dos
Jesus também teve uma prova material: o túmulo líderes militares acantonados na terra de Israel.
vazio. O túmulo continua vazio! É certo que os reli-
giosos judeus subornaram os guardas com alta soma 3. Provas testemunhais
de dinheiro para dizerem que o corpo de Jesus havia Porém, além da prova material de que Cris-
sido roubado (Mt 28.12,13). Porém, se o corpo de to ressuscitara e da ausência de prova material do
Jesus houvesse sido realmente roubado, onde esta- roubo do corpo, há a prova testemunhal. Não foram
ria? Como podem dizer que roubaram um corpo se apenas duas ou três testemunhas que viram Cristo
não há prova material do roubo? Um corpo não “de- ressuscitado, como exigia a lei.
saparece”, ainda mais entre o povo judeu, em que
ninguém ousava tocar em um corpo sem, depois, a) As mulheres: primeiras testemu-
passar pelo ritual da purificação. Se o corpo fosse nhas
roubado, haveria uma pergunta que não poderia ca- As primeiras testemunhas que o viram fo-
lar: “onde está o corpo?” ram Maria Madalena, Joana, Maria, mãe de Tiago,
Salomé e, pelo menos, mais uma mulher que a
b) A guarda romana, o lacre do Bíblia não menciona o nome (Mt 28.1; Mc 16.1 e
túmulo e o temor dos discípulos Lc 24.10).
Por outro lado, a versão do roubo é absurda,
pois os soldados que estavam guardando o sepulcro b) Cleopas e seu companheiro de vi-
eram romanos. Ora, se os discípulos não tiveram agem
coragem sequer de estar junto ao pé da cruz, com Depois, foi visto por Cleopas e outro cren-
exceção de João (Jo 19.25), como teriam coragem te, enquanto caminhavam para Emaús (Mc 16.12 e
de enfrentar a escolta romana designada por Pilatos Lc 24.31).
(Mt 27.65)? É de ser salientado que a unidade míni-
ma do exército romano era o conturbenio, compos- c) Onze apóstolos
to por oito soldados, estando sempre no mínimo Posteriormente, foi visto pelos onze após-
dois acordados. Assim, havia no mínimo oito solda- tolos (Mc 16.14).

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d) Mais de quinhentas testemunhas que aqui praticamos. Não importa a maneira como
Finalmente, nas palavras do apóstolo Pau- pensam sobre esse julgamento, há sempre essa
lo, “foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma noção nas civilizações.
só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora; Nos tempos bíblicos, todas as culturas do
porém alguns já dormem” (1 Co 15.6). Crescente Fértil – a região em forma de lua cres-
cente que vai do Egito, no sudoeste, até o Irã, no
extremo oriente, onde se desenvolveu a maior par-
III. O Indicativo da Lei te da história do Antigo Testamento, tinham a ideia
de um mundo oculto para onde iam os mortos. No
Gravada no Coração dos período do Novo Testamento, as duas culturas mais
Homens influentes – a grega e a romana – tinham a noção da
existência de um mundo dos mortos – hades, no
Paulo escreve que existem, na consciência grego, e infernus, no latim.
humana, princípios que são gravados por Deus, uma Assim, está impregnada na consciência hu-
vez que o nosso espírito veio de Deus (Ec 12.7). mana a noção de castigo e recompensa após a
Um desses princípios é a consciência de morte, mesmo onde a palavra escrita de Deus
uma prestação de contas após a morte pelos atos não chegou.

Conclusão

} Nesta lição, procuramos apresentar algumas das evidências


por que podemos afirmar que aquilo estabelecido por Deus na Bíblia
é de absoluta fidelidade à realidade concernente à vida após a morte.
Na lição seguinte, estudaremos sobre essa revelação. }
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Vida após lição

a Morte 03
“E, assim como aos homens está ordenado
morrerem uma só vez, vindo, depois disto,
o juízo” (Hb 9.27)

Intr odução
Introdução
Após termos abordado a abundância
2. Por que paraíso, e não o céu, para
de evidências que conferem autoridade ao re-
os crentes do Antigo Testamento?
velado na Bíblia, além das inúmeras provas já Mesmo os crentes do Antigo Testamento,
elencadas que corroboram com o que ela es- que ofereciam seus sacrifícios a Deus, teriam que ir
tabelece, estudaremos, enfim, o que existe ao Hades porque “nesses sacrifícios faz-se recorda-
após a morte. ção de pecados todos os anos, porque é impossível
que o sangue de touros e de bodes remova peca-
dos” (Hb 10.3-4). Assim, somente a remoção dos
I. O Destino Provisório
Provisório pecados, por meio do sangue de Jesus, poderia pos-
sibilitar a entrada dos justos no céu. Porém, com a
dos Mortos antes do Sacrifício Sua morte, Jesus, “não por meio de sangue de bo-
de Jesus Cristo des e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue,
entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas,
1. Sheol (Hades) tendo obtido eterna redenção” (Hb 9.12). “Por isso,
A Bíblia ensina que, antes da morte reden- diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cati-
tora de Jesus Cristo, todos os mortos iam para o veiro e concedeu dons aos homens. Ora, que quer
sheol (mundo inferior), equivalente à palavra grega dizer subiu, senão que também havia descido às
hades. No sheol, havia dois compartimentos: o pa- regiões inferiores da terra? Aquele que desceu é
raíso e o inferno (leia Lc 16.23-26), entre os quais também o mesmo que subiu acima de todos os céus,
havia um grande abismo. Quem estivesse em um para encher todas as coisas” (Ef 4.8-10).
lado não poderia passar para o outro, pois seus habi-
tantes eram distintos:
II. O Destino Provisó-
Provisó-
a) Paraíso: era para onde iam os crentes rio dos Mortos após o Sacrifí-
em Deus, por Ele considerados justos. Ressaltamos
que este paraíso não é o mesmo citado em Ap 2.7,
cio e Ressurreição de Jesus
conforme veremos mais adiante. Cristo no Calvário
b) Inferno: era para onde iam os demais, 1. Os perdidos
que morriam sem ter a fé em Deus; era o “lugar de Aqueles que morrem sem a salvação ofere-
tormentos”. cida por Cristo são levados ao inferno ou Hades, e aí

11
esperam o dia do julgamento, quando, enfim, o in- que os salvos que já morreram estão em um estado
ferno será lançado no lago de fogo e enxofre, que é de descanso e bem-aventurança (Ap 14.13).
a segunda morte (leia Ap 20.14-15), um lugar em
que, os que lá estão, “serão atormentados de dia e
de noite, pelos séculos dos séculos” (Ap 20.10). A III. O Estado de Cons-
Bíblia informa a seguinte situação para os perdidos
após a morte:
ciência após a Morte
1. A alma em um corpo espiritual
a) Sentirão vergonha e horror eternos
A Bíblia ensina que, após a morte, embora
“Muitos dos que dormem no pó da terra
perdendo o corpo físico, a alma permanece com o cor-
ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para
po formado pelo espírito. Em razão disso, as pessoas:
vergonha e horror eterno.” (Dn 12.2)
a) Se conhecem entre si
b) Suas almas não se consomem e o sofri-
“No inferno, estando em tormentos, levan-
mento jamais termina.
tou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu
“Onde não lhes morre o verme, nem o fogo
seio.” (Lc 16.23)
se apaga.” (Mc 9.48)
b) Lembram-se das pessoas na terra
c) Viverão em trevas eternas
“Então, replicou: Pai, eu te imploro que o
“Ao passo que os filhos do reino serão lan-
mandes à minha casa paterna, porque tenho cinco
çados para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger
irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de
de dentes.” (Mt 8.12)
não virem também para este lugar de tormento.”
“E o servo inútil, lançai-o para fora, nas tre-
(Lc 16.27-28)
vas. Ali haverá choro e ranger de dentes.” (Mt 25.30)
c) Recordam-se dos fatos que ocor-
d) Estarão num lugar em que há choro e
reram quando estavam em vida
ranger de dentes (Mt 13.42,50; 22.13; 24.51;
“porque tenho cinco irmãos; para que lhes
Lc 13.28).
dê testemunho, a fim de não virem também para
“E os lançarão na fornalha acesa; ali haverá
este lugar de tormento.” (Lc 16.28)
choro e ranger de dentes.” (Mt 13.42)
“Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo
Leia, ainda, Mt 13.50; 22.13; 24.51e
do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos
Lc 13.28.
por causa da palavra de Deus e por causa do teste-
munho que sustentavam. Clamaram em grande voz,
2. Os salvos
dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e
Os salvos em Cristo esperam a redenção do
verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue
corpo num lugar que a Bíblia chama de paraíso (Ap
dos que habitam sobre a terra?” (Ap 6.9-10)
2.7). Esse paraíso não é o mesmo em que os justos
que viveram antes da morte de Jesus estavam. Aquele
d) Não possuem, em si, a noção de
paraíso estava no Hades. Este paraíso está no céu. sexo
Possivelmente esse lugar esteja diante do “Porque, na ressurreição, nem casam, nem
trono de Deus (Ap 6.9,11; 7.9-14). Na verdade, se dão em casamento; são, porém, como os anjos no
especificamente, a passagem bíblica de Ap 6.9,11; céu.” (Mt 22.30)
7.9-14 se refere a pessoas que “vieram da grande
tribulação”, pela qual a igreja não passará. Contudo, 2. A que se refere o termo “dormir”
é possível que este lugar – diante do trono de Deus para os mortos?
- em que eles estarão durante a grande tribulação A expressão utilizada pelo apóstolo Paulo
esperando a última fase da primeira ressurreição “dormem”, em 1 Co 15.6,19 e 1 Ts 4.13-15, não
(Ap 20.5,6), seja o mesmo lugar em que, hoje, se refere a um estado de dormência da consciência,
encontram-se os crentes que aguardam a vinda do mas sim do corpo físico, que aguarda ser desperta-
Senhor Jesus para arrebatar a sua igreja. O certo é do no dia da ressurreição (1 Ts 4.16).
12
Conclusão

} Inferno e céu existem independentemente de crermos ou não em


sua existência. Devemos entender que “se a nossa esperança em Cristo se
limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens”
(1 Co 15.19). Há muitos crentes que brincam com algo tão sério. Por
qualquer coisa, se entristecem e deixam a igreja, como se a razão da sua
fé fosse viver bem aqui na terra. Não importam as lutas, os obstáculos, os
revezes: a nossa meta é chegar ao céu, pois, como dizia o apóstolo Paulo,
“já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, }
me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos
amam a sua vinda” (2 Tm 4.8).

Anotações
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13
Predições sobre lição

a Primeira 04
Vinda de Cristo
“Porei inimizade entre ti e a mulher,
entre a tua descendência e o seu
descendente. Este te ferirá a cabeça, e
tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gn 3.15)

virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe


Intr odução
Introdução chamará Emanuel” (Is 7.14). O cumprimento das
predições é confirmado nas seguintes
passagens: Ap 12.1,5,12; Lc 2.7; Gl 4.4;
É impressionante a riqueza de deta- Mt 1.18; Lc 1.26-35.
lhes que as predições bíblicas apresentam so-
bre a primeira vinda de Jesus, para nascer b) Descendente de Abraão
como filho do homem da semente da mulher. Jesus seria o descendente de Abraão (Gn
O cumprimento cabal de cada uma delas nos 12.3; 18.18). Cumprimento em Mt 1.1; Lc 3.34.
anima e incentiva a sermos fiéis a Deus, sa-
bendo que Ele também é fiel e vela por Sua c) Descendente de Isaque
O Mestre seria descendente de Isaque (Gn
palavra, para fazê-la cumprir (leia 2 Tm 2.13).
17.19). Cumprimento em Mt 1.2; Lc 3.34.
Iremos agrupar as profecias de acordo com o
momento da vida de Jesus a que elas se refe- d) Descendente de Jacó
rem. É essencial, para sua edificação espiritu- Descenderia de Jacó (Gn 28.14). Cumpri-
al, que leia as referências bíblicas. mento em Mt 1.2; Lc 3.34.

e) Descendente de Judá
Seria descendente de Judá (Gn 49.10).
I. Predições Relativas Cumprimento em Mt 1.2,3; Lc 3.33, 34.
à Genealogia de Jesus f) Integrante da dinastia de Davi
Participaria da dinastia de Davi (2 Sm 7.13;
1. Nascido de uma Virgem de Israel
Is 9.7; 11.1-5).
A primeira predição bíblica sobre o nasci-
mento de Jesus foi dada pelo próprio Deus, que
vaticinou que Jesus nasceria da semente da “mu- II. Predições Relativas
lher” (leia Gn 3.15). Mulher, aqui, tem um duplo
sentido. Tanto se refere ao fato de Jesus nascer sem às Circunstâncias do Nascimen-
Circunstâncias
a participação de homem, sendo gerado no ventre to de Jesus
de uma virgem, quanto ao fato de Jesus nascer do
povo de Israel, a “mulher” de Deus. Assim, quanto 1. Local de nascimento
ao primeiro aspecto, Isaías também profetizou: “Por- Deus previu o lugar do Seu nascimento
tanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a (Mq 5.2). Cumprimento em Mt 2.1; Lc 2.4-7.

14
2. Infanticídio por Herodes
O massacre de crianças, por Herodes (Jr IV
IV.. Predições Relativas
31.15). Cumprimento em Mt 2.16,18. à Sua Morte
3. A fuga para o Egito
1. A época de Sua morte
Profetizado por Oséias (Os 11.1), vemos o
Em Daniel 9.25,26 está escrito “Sabe e
cumprimento em Mt 2.14,15
entende: desde a saída da ordem para restaurar e
para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe,
III. Predições Relativas sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças
e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos
ao Seu Ministério angustiosos. Depois das sessenta e duas semanas,
será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um
1. Exerceria o ministério na Galiléia príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santu-
Profetizado por Isaías (Is 9.1,2). Cumpri- ário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim
mento em Mt 4.12-16. haverá guerra; desolações são determinadas”.
Vemos, então, a seguinte previsão:
2. Jesus seria um profeta
Revelado a Moisés (Dt 18.15). Cumprimen- Entrada triunfal em Jerusalém
to em Jo 6.14 e At 3.19-26; Dia 30.03.33 dC

3. Seria sacerdote da ordem de Saída da ordem p/ edificar Jerusalém –


Melquisedeque 05.03.444 aC – Ne 2.1-8
Revelado em salmo de Davi (Sl 110.4).
Cumprimento em Hb 5.5,6; 6.20 e 7.15-17. 7 semanas + 62 semanas
69 semanas de anos = 483 anos
4. Seria rejeitado pelo seu povo
Profetizado por Isaías (Is 53.3) e também
As primeiras sete semanas foram as
em Salmos 2.2. Cumprimento em Lc 4.29; 17.25;
dedicadas à reconstrução de Jerusalém, totalizando
23.18; Jo 1.11.
49 anos e, as outras 62 semanas, completaram mais
434 anos, num total de 483 anos.
5. Teria uma poderosa unção sobre
Ocorre que de 444 aC até 33dC há 477
sua vida
Profetizado por Isaías (Is 11.2,4; 61.1,2) e anos, faltando 6 anos para completar 483 anos. A
também em salmo dos filhos de Corá (Sl 45.7). resposta está em que nós usamos o calendário
Cumprimento em Lc 2.52; 4.18 e At 10.38. gregoriano, que tem 365 dias, enquanto a Bíblia
usa o calendário judaico, que tem 360 dias. Assim,
6. Operaria milagres nessa conversão se acha os seis anos perdidos e a
Profetizado por Isaías (Is 35.5,6). Cumpri- predição de Daniel se cumpriu à risca (477 anos x 5
mento em Mt 11.4,5. dias= 2385 dias / 360 dias = 6,5 anos.

7. Concluiria seu ministério com a 2. Seria traído por um amigo


entrada triunfal em Jerusalém Revelado em salmo de Davi (Sl 41.9). Cum-
Profetizado por Isaías e Zacarias (Is 62.11; primento em Mt 26.14-16; Mc 14.10, 43-45.
Zc 9.9). Cumprimento em Mt 21.1-11; Jo 12.12-14.
3. O preço pelo qual seria vendido
8. Falaria por meio de parábolas seria o de trinta moedas de prata
Revelado em salmo de Asafe (Sl 78.2). Cum- Revelado ao profeta Zacarias (Zc 11.12,13).
primento em Mt 13.34. Cumprimento em Mt 26.15.

15
4. A devolução do preço da traição 14. Ouviria palavras proféticas re-
O preço pago seria devolvido (Zc 11.13). petidas como chacota
Cumprimento em Mt 27.3-10. Revelado em salmo de Davi (Sl 22.8). Cum-
primento em Mt 27.43.
5. Testemunhas falsas o acusariam
Revelado em salmos de Davi (Sl 27.12; 15. Teria o lado traspassado
35.11). Cumprimento em Mt 26.60-61.
Profetizado por Zacarias (Zc 12.10). Cum-
primento em Jo 19.34.
6. Não se defenderia ao ser acusado
Predito por Isaías e em salmo de Davi
(Sl 38.13-14; Is 53.7). Cumprimento em 16. Sua túnica seria sorteada
Mt 26.62,63; 27.12-14. Predito em salmo de Davi (Sl 22.18). Cum-
primento em Mc 15.24; Jo 19.24.
7. Seria ferido e cuspido
Profetizado por Isaías (Is 50.6). Cumprimen- 17. Nenhum de seus ossos seria
to em Mc 14.65; 15.17; Jo 18.22;19.1-3. quebrado
Revelado a Moisés e Arão sobre o cordeiro
8. Seria odiado sem causa pascal (Êx 12.46) e em salmo de Davi (Sl 34.20).
Revelado em salmos de Davi (Sl 69.4; Cumprimento em Jo 19.33.
109.3-5). Cumprimento em Jo 15.23-25.
18. Teria sepultamento com o rico
9. Sofreria em substituição ao nosso
Profetizado por Isaías (Is 53.9). Cumprimen-
sofrimento
to em Mt 27.57-60.
Predito por Isaías (Is 53.4-12). Cumprimen-
to em Mt 8.16,17; Rm 4.25; 1 Co 15.3.

10. Seria crucificado com malfeitores


V. Predições Relativas
Predito por Isaías (Is 53.12). Cumprimento à Sua Ressurreição
em Mt 27.38; Mc 15.27,28; Lc 23.33.
1. Ressuscitaria dentre os mortos
11. Teria mãos e pés traspassados
Revelado em salmo de Davi (Sl 16.10).
Revelado em salmo de Davi e pelo profeta
Zacarias (Sl 22.16; Zc 12.10). Cumprimento em Jo Cumprimento em Mt 28.9; Lc 24.36-48.
19.37; 20.25-27.
2. Ressuscitaria ao terceiro dia
12. Seria zombado e insultado Revelado pelo próprio Jesus Cristo (Mt
Revelado em salmo de Davi (Sl 22.6-8). 16.21). Cumprimento em Mt 28.1.
Cumprimento em Mt 27.39-44; Mc 15.29-32.
3. Ascenderia aos lugares celes-
13. Receberia para beber fel e vinagre tiais
Revelado em salmo de Davi (Sl 69.21). Revelado em salmo de Davi (Sl 68.18). Cum-
Cumprimento em Mt 27.34,48; Jo 19.29. primento em Lc 24.50,51; At 1.9.

Conclusão

} Devemos entender que, como igreja de Jesus, somos privilegiados, pois


cremos em promessas que sobejamente já demonstraram que são fiéis. Isso era
o que Jesus queria dizer ao afirmar: “Bem-aventurados, porém, os vossos olhos,
porque vêem; e os vossos ouvidos, porque ouvem. Pois em verdade vos digo
que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram; e ouvir o

16
que ouvis e não ouviram” (Mt 13.16-17). Como diz o hino 126 da Harpa
Cristã, “bem-aventurado o que confia/ no Senhor como fez Abraão./ Ele
creu ainda que não via, /e, assim, a fé não foi em vão./ É feliz quem segue
fielmente, /nos caminhos santos do Senhor: /na tribulação é paciente, /espe-
rando no seu Salvador”.
Porém, se a nossa fé pode ser apoiada em muito mais evidências do
que tinha o povo que morreu antes do advento do Messias, também a exi-
gência para quem não crer será maior: “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!
Porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós
se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido com pano de saco e
cinza. E, contudo, vos digo: no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro
e Sidom do que para vós outras” (Mt 11.21-22). Leia também Lc 12.48.
São milhares as testemunhas do cumprimento das predições bíblicas.
“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de
testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenaz-
mente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está
proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o

}
qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não
fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.
Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos
pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vos-
sa alma. Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao
sangue” (Hb 12.1-4).

Anotações
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17
As Predições Históricas entre lição
a Ressur reição de Jesus Cristo
Ressurreição 05
e os Últimos Dias
“Disse-me o SENHOR: Viste bem,
porque eu velo sobre a minha palavra
para a cumprir.” (Jr 1.12)

Intr odução
Introdução
Veremos, nesta lição, as predições
bíblicas sobre o período que mediou entre a
morte e ressurreição de Jesus e os últimos tem- 2ª) Sessenta e duas semanas de anos: fo-
ram os 434 anos que mediaram desde o final da
pos. Embora se refiram a fatos passados, o
primeira etapa até que o Ungido se manifestasse,
cumprimento dessas profecias nos situa no antes de Sua morte (leia Dn 9.25,26). Jesus foi
tempo e nos motiva a aguardar com mais es- proclamado Messias pelo povo no chamado domin-
perança a vinda do Senhor. go de ramos, quando entrou em Jerusalém montado
em um burrinho, na semana de Sua morte, em mar-
I. Fatos que Ocorreri- ço do ano 33 dC.
As duas primeiras etapas somam 483 anos.
am Imediatamente com o PPovo
ovo Porém, se fizermos as contas, veremos que 444
de Israel após a Morte e Res- anos (do ano 444aC até o nascimento de Cristo)
mais 33 anos (do nascimento de Cristo até Sua morte)
surreição de Jesus resultam em 477 anos. Os seis anos que faltam se
completam quando acrescentamos cinco dias para
Estudaremos, neste tópico, a profe- cada ano, pois no calendário gregoriano, que utili-
cia conhecida como ““As As setenta semanas de zamos hoje, o ano tem 365 dias, enquanto que o
Daniel”: ano bíblico – segundo o calendário judaico - tem
Quando Daniel orou pelo seu povo, Deus 360 dias. Vemos isso, por exemplo, em Apocalipse,
enviou Gabriel para trazer a Daniel uma das mais em que cada uma das duas metades da grande tribu-
impressionantes predições sobre a história do povo lação tem 1260 dias (Ap 11.3; 12.6). Ora, 3,5 anos
de Israel a partir de então. x 360 dias = 1260 dias. Assim, a grande tribulação
Deus divide a história do povo de Israel, durará sete anos judaicos, de 360 dias, o que perfaz
desde aquele momento até a sua restauração (leia seis anos, dez meses e vinte e cinco dias, no nosso
Dn 9.24), em quatro etapas: calendário.

1ª) Sete semanas de anos: foram os primei- 3ª) A terceira etapa é o período compreen-
ros quarenta e nove anos, a partir do dia 5 de março dido entre a morte de Jesus e a Grande Tribulação.
do ano 444 aC, em que Jerusalém foi reconstruída. Gabriel informa a Daniel que, nesse período, a con-
O marco inicial é a data em que foi concedida a tagem do tempo de Deus para Israel pára. Começa,
ordem para a reconstrução da cidade (Dn 9.25). aí, o tempo da igreja, o tempo da misericórdia de

18
Deus para com os gentios. Isso não significa dizer recorriam aos rogos não eram tratados com mais
que, hoje, os judeus não possam ser salvos. É claro clemência do que os que tinham a coragem de se
que podem, desde que aceitem a Jesus como Salva- defender até o fim; o gemido dos moribundos mis-
dor, e façam parte da Sua igreja. Alguns fatos são turava-se com o barulho do crepitar das chamas...”.
previstos:
b) Jesus previu que, após a destruição de
a) “E o povo de um príncipe que há de vir Jerusalém, os judeus seriam levados cativos para
destruirá a cidade e o santuário” (Dn 9.26). todas as nações (Lc 21.24). Como já se viu, somen-
A mesma profecia foi ratificada por Jesus te no cerco de Jerusalém, sem contar com todo o
Cristo (leia Mt 24.1,2; Mc 13.1,2; Lc 21.5,6). restante da campanha do exército romano na Judéia,
No ano 67 dC, diante da revolta dos judeus foram feitos prisioneiros noventa e sete mil homens.
contra o domínio Romano, o Imperador Nero orde- Afora isso, centenas de milhares de judeus se espa-
nou que o General Vespasiano controlasse a rebe- lharam pelo mundo, ante o domínio romano na terra
lião na Galiléia e na Judéia. Depois de esmagar os de Israel.
judeus na Galiléia, Vespasiano se dirige à Judéia.
Devasta aquela província, mas, antes de atacar Jeru-
salém, Nero morreu e Vespasiano foi aclamado Im- II. Fatos que Ocorre-
perador por seus soldados. O General Tito, filho de
Vespasiano, continua a campanha militar começada
riam na Geopolítica Mundial
por seu pai e, a duras penas, conquista Jerusalém. A
carnificina foi grande. Depois de falar sobre o que aconteceria com
Segundo conta Flavio Josefo, foram feitos o povo de Israel, no período em que Deus abriria a
prisioneiros noventa e sete mil homens, e o cerco oportunidade para os gentios, na dispensação da
de Jerusalém custou a vida a um milhão e cem mil igreja, no aguardo da septuagésima semana, a pro-
homens, “dos quais a maior parte, embora judeus fecia dada a Daniel fala sobre a geopolítica mundial
de nação, não eram nascidos na Judéia, mas lá se e sobre o fim do domínio de Roma.
encontravam de todas as províncias para festejar a
Páscoa e haviam ficado presos na cidade por causa 1. “E o seu fim será num dilúvio” (Dn
da guerra”. 9.26).
Toda a região foi devastada, pois, para o uso O Império Romano do Ocidente, com sua
do exército romano, foram cortadas todas as árvo- capital em Roma, não foi invadido por outro Impé-
res num raio de 20km ao redor de Jerusalém. Tito rio, nem se esfacelou entre seus generais. Foi sim-
mandou destruir a cidade desde os alicerces, dei- plesmente envolvido pelas chamadas tribos bárba-
xando em pé apenas um trecho do muro da esplanada ras, como num dilúvio, a ponto de, na metade do
do templo e as torres do Hípicus, de Fazael e de século V, na prática, todo o território do Império já
Mariana. O mesmo historiador conclui a narrativa da ser governado pelas tribos, não passando o Impera-
destruição dizendo “assim terminou Jerusalém, no dor de um fantoche. O golpe de misericórdia foi dado
dia oito de setembro, no segundo ano do reinado de por Odoacro, líder de uma das tribos germânicas, que
Vespasiano”, ano 70 de nosso calendário. conquistou Roma e depôs o Imperador Rômulo
Jesus deu detalhes de como seria a tomada Augusto, no dia 4 de setembro de 476.
de Jerusalém em Lc 21.20-24. Após ler a passa-
gem bíblica, compare-a com a descrição dada por 2. “E até ao fim haverá guerra; deso-
Josefo a respeito do dia em que o templo foi incen- lações são determinadas” (Dn 9.26)
diado: “quando o fogo devorava o templo, os solda- O anjo Gabriel comunicou a Daniel que a
dos furiosos saqueavam e matavam a todos os que geopolítica mundial, em todo o período da era da
encontravam. Não perdoavam nem à idade e nem à igreja, seria marcada por guerras e desolações.
condição. Os velhos e as crianças, os sacerdotes e Jesus, de igual forma, alertou: “E, certamen-
os leigos, eram todos passados a fio de espada; to- te, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras;
dos eram envolvidos nessa matança geral, e os que vede, não vos assusteis, porque é necessário assim
19
acontecer, mas ainda não é o fim” (Mt 24.6 – no missionário (leia At 8.1,4 e Lc 21.13), Jesus revela
mesmo teor, Mc 13.7). na profecia um outro propósito amoroso de Deus,
quem sabe imperceptível para os crentes no mo-
mento. Vejamos:
III. Fatos que Imedia-
tamente Ocorreriam à Igreja a) Um sofrimento
Primeiro, Jesus afirma que “sereis entre-
após a Morte e Ressurreição gues até por vossos pais, irmãos, parentes e ami-
de Jesus Cristo gos; e matarão alguns dentre vós. De todos sereis
odiados por causa do meu nome” (Lc 21.16-17).
1. Perseguições
Jesus previu o que aconteceria também com b) Um livramento
a Sua igreja. Logo em seguida, Cristo afirma: “Contudo,
Ao falar sobre os acontecimentos que so- não se perderá um só fio de cabelo da vossa cabeça.
breviriam aos judeus e à geopolítica mundial, Jesus É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma.”
advertiu: “Antes, porém, de todas estas cousas, lan- (Lc 21.18-19).
çarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-
vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à pre- c) Uma aparente contradição
sença de reis e governadores, por causa do meu Parece haver uma contradição na profe-
nome” (Lc 21.12). cia, pois se diz que matarão alguns de vós, como
Cristo teve o cuidado de fixar esse sinal, na diz que “não se perderá um fio de cabelo da vos-
cronologia daquilo que iria acontecer, como “antes sa cabeça”?
de todas estas coisas”, ou seja, antes da destruição
de Jerusalém, antes de guerras ou de qualquer ou- d) Uma predição e orientação per-
tro evento previsto. feitas
Com efeito, foi exatamente isso o que acon-
teceu. Vejamos: d.1) O porquê da perseguição
A resposta para a aparente contradição está
a) A primeira perseguição, relatada em nos versos seguintes: “Quando, porém, virdes Jeru-
At 4.1-3 (leia), atingiu somente os apóstolos. salém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a
sua devastação. Então, os que estiverem na Judéia,
b) A segunda perseguição, igualmen- fujam para os montes; os que se encontrarem den-
te, limitou-se aos apóstolos (At 5.17,18). tro da cidade, retirem-se; e os que estiverem nos
campos, não entrem nela. Porque estes dias são de
c) Na terceira perseguição, Estevão foi vingança, para se cumprir tudo o que está escrito.
morto (At 6.9-12). Ai das que estiverem grávidas e das que amamenta-
rem naqueles dias! Porque haverá grande aflição na
d) A quarta perseguição, que, na verdade, foi terra e ira contra este povo” (Lc 21.20-23). Deus
uma continuação do levante que levara Estevão à morte, permitiu a perseguição para que não se perdesse
atingiu em cheio toda a igreja (At 8.1,3 e 11.19). um fio de cabelo da cabeça dos crentes na destrui-
ção de Jerusalém. O juízo levado a efeito pelo exér-
e) A quinta perseguição, tendo já os cito romano era para os que haviam rejeitado a sal-
crentes saído de Jerusalém, voltou-se contra os pas- vação, e não para a igreja. A perseguição “expeliu” a
tores da igreja (At 12. 1-4). igreja de Jerusalém para que, ao juízo de Deus se
abater sobre a cidade, não se perdesse nenhum fio
2. Um sofrimento com permissão de cabelo dos fiéis.
divina por amor
Jesus revela o propósito amoroso de d.2) Tragédia para os perseguidores
Deus ao permitir a perseguição. Além da Além dos horrores já relatados em item
permissão de Deus à perseguição ter um propósito anterior, Josefo relata atrocidades terríveis, como

20
de uma mulher comendo o próprio filho. Mi- d.3) Livramento para os outrora per-
lhares de judeus, que fugiam da cidade e se seguidos
rendiam aos romanos, eram secretamente Porém, a igreja estava a salvo, pois havia sido
estripados por soldados gananciosos, desde perseguida e expulsa pelos mesmos que agora eram
mortos sem misericórdia pelas tropas invasoras.
que eles viram um desses fugitivos procuran-
Para algum crente que tivesse resistido à
do em suas fezes jóias de ouro que havia en-
perseguição, ficara a recomendação de Jesus: “En-
golido para não perdê-las ao fugir do cerco. tão, os que estiverem na Judéia, fujam para os
Como já se disse, durante os meses que durou montes; os que se encontrarem dentro da cida-
o cerco, foram mortos pelos romanos mais de de, retirem-se; e os que estiverem nos campos,
um milhão de pessoas. não entrem nela”.

Conclusão
Assim como Jesus advertiu a igreja primitiva para que não se ape-

}
gasse a Jerusalém, pois estava reservada para o fogo, assim também o
Espírito Santo nos adverte a não amarmos o mundo e nem as coisas que
há no mundo (1 Jo 2.15), pois “os céus que agora existem e a terra, pela
mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados
para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios” (2 Pe 3.7). Se
atentarmos para tão grande salvação, não se perderá um fio de cabelo de
nossa cabeça, mas, se olharmos para esse mundo e a ele nos apegarmos,
sofreremos os horrores que advirão sobre os incrédulos. Fujamos para o
monte da oração, saiamos a ceifar na seara do Mestre, pois a vinda do
Senhor está próxima.
}
Anotações

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21
Sinais dos lição

Tempos do Fim 06
“Ele, porém, lhes respondeu:
Chegada a tarde, dizeis: Haverá
bom tempo, porque o céu está
avermelhado; e, pela manhã: Hoje,
haverá tempestade, porque o céu
está de um vermelho sombrio.
Sabeis, na verdade, discernir o
aspecto do céu e não podeis
discernir os sinais dos tempos?”
(Mt 16.2-3) I. Uma Consideração
Histórica ao Sermão Pr ofético
Profético
Intr odução de Jesus
Introdução
1. Uma grande resposta a três ques-
A Bíblia usa a expressão “últimos tões
dias” para se referir à dispensação da igre- O chamado sermão profético de Jesus, tam-
ja, também chamada tempo dos gentios (At bém conhecido como Sermão do Monte das Olivei-
2.16-17). Esse é o período em que se in- ras - registrado em Mateus 24 e 25, Marcos 13 e
terrompe a contagem do tempo dos judeus Lucas 21, em correlação com Lucas 17.22-37 –
e abre-se uma janela para a salvação dos precisa ser analisado com muito cuidado, pois é em
uma conversa informal que Jesus discorre sobre acon-
não-judeus, os gentios. Como já se disse, o
tecimentos que ocorreriam em um largo espaço de
tempo dos gentios não significa que um ju- tempo.
deu não possa ser salvo, mas, sim, que abre- Este sermão foi a resposta a uma questão
se a oportunidade para os gentios e, se um que “Pedro, Tiago, João e André lhe perguntaram
judeu quiser a comunhão com Deus, pode- em particular” (Mc 13.3), logo após Jesus ter afir-
rá obtê-la mediante Jesus Cristo. mado que o maravilhoso templo de Jerusalém seria
Porém, a Bíblia usa a expressão “úl- destruído.
timos tempos”, ou “tempos do fim”, para Segundo Mateus, a questão foi a seguinte:
se referir à época que antecede imediata- “Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal
mente o “fim”. haverá da tua vinda e da consumação do século”
(Mt 24.3). Então, a questão envolvia três perguntas:
O “fim” a que Jesus se refere não é o
“fim do mundo”, mas o término do tempo 1ª) Quando o templo seria destruído?
da igreja e a restauração plena do povo de 2ª) Que sinal haveria da vinda de Jesus?
Israel. 3ª) Que sinal haveria da consumação
Estudaremos, nesta lição, os sinais da era atual, com a conclusão da 70ª sema-
que demonstram a chegada dos “últimos na de Daniel, a restauração de Israel e o
tempos”, em que o “fim” é iminente. começo da era milenial?

22
Eles não perguntaram pouca coisa. Na ver- pelos escritos dos historiadores Tácito e Flavio
dade, em uma frase, eles pediam para Jesus resumir Josefo – a parte da profecia que já se cumpriu lite-
as predições de pelo menos quase dois mil anos. ralmente. Para facilitar o estudo, dividimos o ensino
Segundo Mateus e Marcos, eles estavam no Monte de Jesus em dez blocos, não incluindo, contudo, o
das Oliveiras, de onde se tem uma espetacular vista capítulo 25 de Mateus:
da majestosa Jerusalém, defronte do templo. Foi
nesse cenário que Jesus proferiu sua última predi- Bloco 1 Bloco 2
ção escatológica. Mt 24.1-2 Mt 24.3
Mc 13.1-2 Mc 13.3-4
2. Uma conversa informal Lc 21.5-6 Lc 21.7
Para que se tenha uma correta compreen-
são desse sermão, devemos entender que a expla- Bloco 4
Bloco 3
nação foi particular. Ora, numa conversa informal Mt 24.4-6
Lc 21.12-24
não há a preocupação com início-meio-fim, mas a Mc 13.5-7
conversa alterna entre assuntos e tempos diferen- Lc 21.8-9
tes. Quando Jesus discursava, era mais fácil escre-
ver o que o Mestre falava, pois uma das maneiras Bloco 5 Bloco 6
que os mestres de Israel usavam para se fazer ouvir Mt 24.7-14 Mt 24.32-36
pelas multidões era o método da repetição: o mes- Mc 13.8-13 Mc 13.28-37
tre falava, outra pessoa a uma distância considerável Lc 21.10-11 Lc 21.28-33
o ouvia e repetia o que ele falava e assim sucessiva-
mente, até que toda a multidão ouvisse, como num Bloco 7 Bloco 8
“telefone sem fio”. Isso possibilitava que as mensa- Mt 24.37-44 Mt 24.45-51
gens fossem quase um ditado. Porém, aqui era uma Lc 17.26-30; 32-
conversa que eles estavam tendo. Não se sabe se 36; 21.34-38
todos os discípulos ouviram a conversa, ou se so-
mente os quatro que perguntaram. Porém, é prová-
vel que Mateus e Marcos a tenham escutado, pois Bloco 9 Bloco 10
ambos estavam com Jesus naqueles dias que ante- Mt 24.15-28 Mt 24.29-31
cederam a crucificação. Mateus e Marcos se fixam Mc 13.14-23 Mc 13.24-27
quase que exclusivamente nas explicações sobre a Lc17.22-23,31 Lc 17.24; 21 .25-27
vinda de Jesus e a consumação da era da igreja.
Lucas, porém, se detém também na profecia sobre a
destruição do templo. II. PPeríodo
eríodo que Ante-
3. Colocando os sinais em ordem cede o Tempo do Fim
Tempo
É de se notar também que Jesus afirma
que determinados fatos seriam sinal tanto de um 1. As predições de Jesus e do Livro
evento como de outro. Embora possa parecer que de Daniel
é confusão entre os evangelistas, podendo al- Ao falar sobre o período que antecede o
guém pensar que eles tenham se confundido ao “tempo do fim”, Jesus, primeiramente, alerta: “vede
atribuir o sinal de um evento como sendo de ou- que não sejais enganados; porque muitos virão em
tro, vemos que tanto Mateus quanto Marcos de- meu nome, dizendo: Sou eu! E também: Chegou a
clinam expressamente essa ocorrência de um hora! Não os sigais” (Lc 21.8).
mesmo fato como sinal de dois eventos distintos Depois, Jesus assim advertiu: “Quando
(Mt 24.5,23; Mc 13.5-6,21-22). ouvirdes falar de guerras e revoluções, não vos
Assim, temos que juntar o quebra-cabeça assusteis; pois é necessário que primeiro aconte-
da conversa, o que para nós é bem mais fácil porque çam estas coisas, mas o fim não será logo” (Lc 21.9),
já sabemos, por meio da história - especialmente corroborando a predição do livro de Daniel, que
23
aponta as guerras como a marca do período entre a dez anos mais tarde do que nós uma vez tínhamos
morte de Jesus e o início da septuagésima semana: calculado [isto é, 1915].” (O Mistério Consumado,
o anjo Gabriel usou a expressão “e até ao fim haverá Vol. 7 de Estudos das Escrituras , 1917, pág. 128,
guerra” (Dn 9.26). ed. inglês) “Por conseguinte, nós podemos espe-
Assim, na ordem, temos “falsos anúncios sobre rar confiantemente que 1925 marcará o retorno
a vinda de Cristo”, “guerras” e “revoluções”. Esses três de Abraão, Isaque, Jacó e os profetas fiéis da an-
sinais antecederiam o começo do tempo do fim. tiguidade ... um cálculo simples dos jubileus traz-
nos a este importante fato.” (Joseph Rutherford,
1.1. Falsas Vindas de Cristo Milhões que Agora Vivem Nunca Morrerão,
A manifestação das falsas vindas de Cristo 1920, págs. 88-90).
mais impactantes ocorreram no século XIX e come-
ço do século XX: 1.2. Guerras e revoluções
Por outro lado, vemos que os períodos das
a) Em 1827, Joseph Smith afirmou que re- grandes guerras e revoluções, que delimitaram as
cebeu algumas placas de ouro em que havia a infor- fronteiras atuais e determinaram os rumos do mun-
mação de que Cristo visitara tribos da América do do, se deram entre o final do século XVIII e meados
Norte no período que mediou entre sua morte e do século XX:
ressurreição. A partir da revelação que disse ter 1776 - Revolução Americana, origem da
encontrado nas placas, criou a doutrina do nação mais poderosa da terra;
mormonismo; 1789 – Revolução Francesa, marco que deu
início à Idade Contemporânea;
b) Em 1818, o pastor batista Guilherme 1917 – Revolução Russa, que implantou o
Miller, com base em Dn 8.14, previu que Cristo comunismo, levando à fundação da União Soviética,
voltaria no dia 21 de março de 1843. Como Jesus e outras.
não voltou naquele dia, corrigiu o cálculo para a As duas maiores guerras da história tam-
mesma data do ano seguinte. Com a falha no cálcu- bém ocorreram nesse período:
lo, corrigiu-o novamente para 22 de outubro de 1914 a 1918 – I Guerra Mundial, com apro-
1844. Novamente Jesus não regressou. Miller re- ximadamente 10 milhões de mortos e 30 milhões
conheceu que errou, mas seus seguidores prosse- de feridos;
guiram, dando continuidade ao movimento hoje co- 1939 a 1945 – II Guerra Mundial, a mais
nhecido como adventismo do sétimo dia; abrangente guerra da história e que deixou um sal-
do de 60 milhões de mortos.
c) Em 1876 , Charles Taze Russell, funda-
dor das “Testemunhas de Jeová”, escreveu no peri- III. O Início do Tempo
Tempo
ódico de George Storrs que os tempos dos gentios
terminariam em 1914 (Examinador da Bíblia, Outu- do Fim
bro de 1876, Nova Iorque, pág. 27-8). Em 1877 ,
publicou o livro Três Mundos e a Colheita deste 1. O “florescimento” de Israel
Mundo. Apresentava o conceito da presença invisí- Jesus delimita o começo do “tempo do fim”
vel de Cristo entre setembro e dezembro de 1874. no Evangelho de Lucas 21.29-31: “Ainda lhes pro-
Haveria um período de 40 anos até ao fim dos Tem- pôs uma parábola, dizendo: Vede a figueira e todas
pos dos Gentios, que se daria em 1914, quando as árvores. Quando começam a brotar, vendo-o,
terminaria a Guerra do Armagedom, com a derroca- sabeis, por vós mesmos, que o verão está próximo.
da completa dos governos do mundo e o pleno esta- Assim também, quando virdes acontecerem estas
belecimento do reino de Cristo (Estudo nas Escritu- coisas, sabei que está próximo o reino de
ras, vol. II, págs. 101/170). Depois da morte de Deus” (grifamos).
Russel, Rutherford, seu sucessor, escreveu que “Seja Israel é considerada, simbolicamente, como
como for, há evidência de que o estabelecimento do a oliveira e como a figueira de Deus. João Batista já
Reino na Palestina será provavelmente em 1925, advertia os judeus de que deveriam dar frutos dig-
24
nos de arrependimento, pois, do contrário, seriam (ONU) que marcou o renascimento de Israel como
cortados (leia Mt 3.8-10; Lc 3.7-9). Por não dar o um Estado.
fruto nos três anos do ministério de Jesus, seus
galhos foram cortados: “Então, Jesus proferiu a se- 2. O movimento pentecostal: a voz
guinte parábola: Certo homem tinha uma figueira do Espírito Santo
plantada na sua vinha e, vindo procurar fruto nela, Sobre esse momento, há predições de
não achou. Pelo que disse ao viticultor: Há três anos Salomão registradas no livro de Cantares: “O meu
venho procurar fruto nesta figueira e não acho; po- amado fala e me diz: Levanta-te, querida minha, for-
des cortá-la; para que está ela ainda ocupando inu- mosa minha, e vem. Porque eis que passou o inver-
tilmente a terra? Ele, porém, respondeu: Senhor, no, cessou a chuva e se foi; aparecem as flores na
deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor terra, chegou o tempo de cantarem as aves, e a voz
dela e lhe ponha estrume. Se vier a dar fruto, bem da rola ouve-se em nossa terra. A figueira começou
está; se não, mandarás cortá-la.” (Lc 13.6-9). a dar seus figos, e as vides em flor exalam o seu
Conforme João 1.11-12 (leia), ao ser rejei- aroma; levanta-te, querida minha, formosa minha, e
tado pelo judeus, Jesus abriu a porta de salvação a vem” (Ct 2.10-13). Salomão detalha que, antes da
todos quantos o recebessem. figueira dar o fruto, “aparecem as flores na terra” e
Nós, os gentios, fomos enxertados da raiz se ouve a voz da rola. Mais uma vez, a Bíblia fala no
onde antes estava o povo de Israel (leia com atenção florescimento da figueira.
Rm 11.17-24). Por outro lado, sabemos que a pomba é sím-
Assim, Jesus aponta como sinal de que o bolo do Espírito Santo (Lc 3.22). Assim, entende-
fim estaria próximo o florescimento da figueira, mos que a volta da voz da rola se cumpriu com o
após um longo inverno. É a primavera que chega. movimento pentecostal, que varreu o mundo no iní-
E temos presenciado o florescimento de cio do Século XX.
Israel, desde o início do movimento sionista, que A voz da rola, a figueira dando flores, é a pri-
impulsionou o retorno de milhares de judeus para mavera que chegou. É o momento do noivo convidar a
Israel a partir do final do século XIX, até a procla- noiva para se levantar e preparar-se para o encontro.
mação que se deu no dia 14 de maio de 1948, “O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve,
quando foi estabelecida (entrou em vigência) a diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser
resolução da Organização das Nações Unidas receba de graça a água da vida” (Ap 22.17).

Conclusão

}
Após fixar o despertar de Israel como sinal do início dos tempos do
fim, Jesus asseverou que “não passará esta geração sem que tudo isso acon-

}
teça” (Mt 24.34; Mc 13.30; Lc 21.32). Uns entendem que essa geração
significa o tempo que durar a última pessoa que estava viva em 1948. Po-
rém, não podemos dizer qual o tempo que significa essa geração, pois Jesus
expressamente desautoriza a fixar datas (Mt 24.36). Contudo, sabemos que,
desde 1948, estamos nos tempos do fim. Maranata, ora vem Senhor Jesus.

Anotações
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25
Sinais da lição

Vinda de Jesus 07
“Porquanto se levantará nação contra
nação, reino contra reino, e haverá fomes e
terremotos em vários lugares” (Mt 24.7)

Intr odução
Introdução

Jesus divide os sinais dos tempos em quantidade deles aumentou, pois o crescente nú-
duas classes: (a) Sinais que, apesar de mostra- mero de registro desse fenômeno, nos tempos atu-
rem que o relógio de Deus estaria se moven- ais, deve-se ao avanço na tecnologia de detecção
do, não indicariam, contudo, a proximidade dos sismos e ao aumento considerável também do
do fim (Mt 24.6; Mc 13.7; Lc 21.8), e (b) número de sismógrafos instalados no mundo.
sinais que indicariam que o “tempo do fim” já Esses argumentos seriam válidos se Jesus ti-
haveria chegado, demonstrando a proximida- vesse afirmado simplesmente que haveria terremotos.
de da vinda de Jesus. Porém, o Evangelho de Lucas assevera que seriam
“grandes” terremotos (“grande”, do grego, “megas”),
Vimos que o grande sinal de que o tem-
ou seja, terremotos de grande repercussão.
po do fim começou foi o restabelecimento de Ora, a repercussão de um terremoto é me-
Israel, que ocorreu na metade do século passa- dida por dois elementos: (1) número de mortos e
do. A partir daí, uma série de eventos foram (2) montante do prejuízo econômico.
deflagrados, demonstrando um contexto de acor- O terremoto que causou o maior prejuízo
do com a profecia bíblica a indicar que o fim do em todos os tempos aconteceu no ano em que
tempo da igreja na terra está próximo. estamos escrevendo este texto: 2011. No dia 11
Assim como há duas classes de sinais de março, um poderoso terremoto no mar provocou
se os classificarmos de acordo com a proximi- uma onda gigantesca que arrasou a costa nordeste
dade da vinda de Jesus, assim também há dois do Japão. Segundo a Agência Nacional da Polícia
Japonesa, foram 15.597 mortos; 4.980 desapare-
tipos de sinais quando os classificamos de acor-
cidos; 5.694 feridos; 125.000 prédios destruídos
do com o ambiente em que se manifestam. ou danificados; e o prejuízo recorde em toda a his-
Temos, assim, (a) sinais relativos ao mundo e tória mundial alcançou a casa dos 300 bilhões de
(b) sinais relativos à igreja. Estudaremos, nes- dólares.
ta lição, os sinais relativos ao mundo. Por outro lado, segundo publicado na
Wikipedia, dos 14 terremotos mais mortíferos ocor-
ridos nos últimos 1500 anos, 6 ocorreram nos últi-
I. Sinais na Natureza mos 100 anos e, desses seis, 4 depois de 1948.
Ou seja, 30% dos piores terremotos dos últimos
1. Grandes terremotos (Lc 21.11; 1.500 anos ocorreram nos últimos 60 anos, o que
Mt 24.7; Mc 13.8) representa apenas 5% de todo período. Vemos que
Os críticos da Bíblia dizem que terremotos a média dos últimos 60 anos foi, então, seis vezes
sempre existiram, e que não se pode dizer que a maior do que em todo o período avaliado.

26
Os mais mortíferos terremotos da história
Lugar Ano Número de mortos
Antioquia, Turquia 525 250.000
Damghan, Irã 856 200.000 (estimado)
Ardabil, Irã 893 150.000
Alepo, Síria 1.138 230.000
Shaanxi, China 1.556 820.000
Genroku, Japão 1.703 108.800
Lisboa, Portugal 1.755 Entre 10.000 e 100.000
Messina, Itália 1.908 123.000
Gansu, China 1.920 235.000
Kanto, Japão 1.923 142.000
Asgabat, Turcomenistão 1.948 110.000
Tangshan, China 1.976 650.000 (segundo o governo)
Sumatra, Indonésia 2.004 230.000
Haiti 2.010 316.000 (segundo o governo)
2. Grandes sinais no céu surgimento de pandemias (epidemias mundiais) e,
Neste tópico, destacamos não somente os inclusive, da mais longa pandemia infecto-contagio-
sinais naturais, mas também aqueles em que inter- sa da história da humanidade: a AIDS.
ferência humana tem levado à ocorrência. Um dos
fatos mais significativos que ocorreu após 1948 foi 1. Gripe Asiática
o início da chamada Era Espacial, no dia 12 de abril Em fevereiro de 1957, surgiu a pandemia
de 1961, quando o russo Yuri Gagarin, primeiro chamada Gripe Asiática que, em menos de dez
homem a ir ao espaço, deu uma volta completa em meses, atingiu a população mundial, afetando de
órbita ao redor do planeta, a bordo da nave Vostok I. 20% a 90% da população, conforme as áreas afeta-
A corrida espacial teve um marco histórico da hu- das. Somente nos Estados Unidos, morreram mais
manidade, também, na conquista da lua, pelos as- de 70.000 pessoas.
tronautas Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael
Collins, que, em 20 de julho de 1969 alunissaram. 2. Síndrome da Imunodeficiência
O fantástico significado da conquista espacial se Adquirida (SIDA ou AIDS – do inglês
resume na frase dita por Armstrong ao dar o primei- Acquired immune deficiency syndrome).
ro passo de um homem na lua: “um pequeno passo Em 1980, foi isolado o vírus da AIDS e, no
para o homem, mas um grande salto para a humani- ano seguinte, o Centro de Controle e Prevenção de
dade”. O feito foi assistido por milhões de pessoas, Doenças dos Estados Unidos reconheceu a exis-
ao redor do mundo, por meio da televisão. tência da epidemia. A AIDS, hoje, é considerada
uma pandemia (epidemia mundial). Segundo os últi-
mos dados publicados pela própria Organização
II. Epidemias (Lc 21.11) Mundial de Saúde (OMS) em sua página na internet,
Apesar do aperfeiçoamento da ciência mé- essa pandemia já atingiu mais de 63 milhões de
dica, o período posterior a 1948 é marcado pelo pessoas, sendo que mais de 30 milhões já morre-
27
ram, e, em 2009, estimava-se em 33,3 milhões de chamadas “infecções hospitalares”. Para que se te-
pessoas contaminadas pelo vírus HIV. Apesar de to- nha uma ideia, segundo informação publicada pela
dos os esforços envidados pelos governos, labora- OMS, em 2009, mais de 500.000 pessoas são con-
tórios, universidades e entidades supranacionais, até taminadas anualmente com um “superbacilo” de
hoje não foi encontrada a cura para a enfermidade. tuberculose, resistente aos medicamentos.
Poderíamos enumerar outras pestilências
3. Diabetes tipo 2 que têm surgido nos últimos anos de uma forma
Há dois tipos de diabetes. O do tipo 1 é assustadora, porém o espaço não nos permite. Cer-
mais raro, e ocorre quando o sistema imunológico to é que os sinais do tempo do fim estão aí. Só não
da pessoa ataca células do próprio pâncreas. Nor- os vê quem não quer.
malmente, atinge somente crianças e adolescentes.
No do tipo 2, que atinge os adultos, “parece haver
uma diminuição na resposta dos receptores de glicose III. Sinal na Geopolí-
presentes no tecido periférico à insulina, levando ao tica
fenômeno de resistência à insulina. As células beta
do pâncreas aumentam a produção de insulina e, ao Enquanto Jesus disse que, antes de come-
longo dos anos, a resistência à insulina acaba por çar o “tempo do fim”, haveria guerras, rumores de
levar as células beta à exaustão” (Wikipedia). guerras e revoluções (Lc 21.10; Mt 24.6; Mc 13.7),
A Organização das Nações Unidas (ONU) também afirmou que, nesse período chamado “tem-
reconhece o diabetes como uma pandemia. Hoje, po do fim”, e que antecederia imediatamente a Sua
segundo a OMS, por volta de 250 milhões de pes- vinda, se levantaria “nação contra nação e reino con-
soas sofrem dessa enfermidade, numa amplitude tra reino” (Mt 24.7; Mc 13.8; Lc 21.11).
mundial, atingindo, assim, 5% da população adulta. Com o início do tempo do fim, as guerras e
No Brasil, 12% da população sofre de diabetes. Essa revoluções de alcance mundial deram lugar para as
explosão de crescimento do diabetes se deu a partir guerras e revoluções localizadas. Porém, o que acon-
de 1980. Calcula-se que, em 14 anos, haverá 380 teceu foi justamente o que Jesus predisse: um le-
milhões de diabéticos. vante de nação contra nação, mas sem guerra.
No final da década de 1940, após a II Guer-
4. Síndrome Respiratória Aguda ra Mundial, o mundo se dividiu em dois grandes
(SARS, do inglês Severe Acute Respiratory blocos: um liderado pelos Estados Unidos e, o ou-
Syndrome) tro, pela União Soviética. Exatamente no começo
Pneumonia atípica, começada na China, que do “tempo do fim”. A esse fenômeno, deu-se o
atingiu o mundo no ano de 2003. nome de Guerra Fria. Em muitos momentos, pare-
cia que o mundo estava às portas de uma III Guerra
5. Gripe A Mundial, porém, para que se cumprisse a profecia,
Em 2009, o governo mexicano anunciou a essa guerra não ocorreu.
morte de 150 pessoas em razão da gripe provocada Entendemos que, de acordo com a predição
pelo vírus H1N1. No dia 11 de junho de 2009, a de Jesus, não haverá outra guerra mundial antes da
OMS reconheceu-a como uma pandemia, ou seja, vinda de Jesus para arrebatar a Sua igreja.
uma epidemia de âmbito mundial.

6. “Supermicróbios”
IV
IV.. Sinais na Economia
Embora a mídia pouco comente, uma nova
ameaça mundial surge em nossos dias. Nos últimos 1. Fome crônica
20 anos, microorganismos comuns, cujas infecções Jesus afirmou que um dos sinais da proximi-
eram facilmente curáveis, se tornaram resistentes dade da Sua vinda seria a ocorrência de “fome em
aos antibióticos, transformando-se em “supermicró- vários lugares” (Mt 24.7; Mc 13.8; Lc 21.11). É
bios”. Isso tem atingido milhões de pessoas com as incompreensível que num momento em que a

28
biotecnologia alcançou seus mais altos níveis, mi- liar abalado (Mc 13.12; 2 Tm 3.1,2). Quanto a este
lhões seguem passando fome. item, não é preciso comentar, pois a realidade que
Segundo o programa “Acabar com a Fome”, nos cerca fala mais alto do que qualquer argumento.
da ONU, em 2011 mais de um bilhão de pessoas Sendo a família a base da sociedade, toda a estrutu-
sofrem de fome crônica. Ou seja, não é que passem ra social está sendo atingida em direção à falência.
fome alguns dias na semana, senão que vivem per-
manentemente famintas. 2. Materialismo e consumismo
O mais impressionante é que, apesar dos Jesus comparou os dias de sua vinda com os
esforços, o número de famintos tem aumentado dias de Noé e de Ló (Mt 24.37-39; Lc 17.26-29).
nos últimos dez anos. O Senhor resumiu tanto os dias de Noé quanto os
dias de Ló como sendo tempos em que “comiam,
2. A insuficiência das políticas con- bebiam, compravam, vendiam, plantavam, edificavam,
tra a fome casavam e davam-se em casamento”: um estilo de
Em 1974, a Organização de Alimentos e Agri- vida resumido em oito verbos. É o retrato da socie-
cultura da ONU (FAO) fixou a meta para erradicação dade materialista em que vivemos.
da fome até 1984. O ufanismo humano parecia ter Paulo assim descreve o caráter do tecido
razão ante o avanço da biotecnologia, a mecanização social nos tempos finais: “Sabe, porém, isto: nos
da agricultura e poderosos agrotóxicos para destrui- últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os
ção das pragas. Parece que a profecia de Jesus sobre a homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, ar-
fome nos últimos tempos havia “furado”.
rogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais,
Entretanto, a meta não foi cumprida. Pelo
ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis,
contrário, o site da FAO informa que, em 2009, o
caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do
número de subnutridos chegou ao maior nível des-
bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos
de 1970, ano em que o dado começou a ser levan-
prazeres que amigos de Deus” (2 Tm 3.1-4).
tado: um bilhão e vinte milhões de pessoas em
estado de subnutrição.
3. Multiplicação da ciência (leia
3. Desastres econômicos mundiais Dn 12.4)
No ano em que esta revista está sendo es- Segundo dados publicados na página da
crita, o mundo está tentando a recuperação de uma National Science Foundation (Fundação Nacional de
crise que abalou o mercado financeiro mundial, co- Ciência, dos Estados Unidos), os diversos ramos da
meçando nos Estados Unidos, a nação mais pode- ciência, em média, duplicam a cada 8 anos. Porém,
rosa da Terra. No final de julho de 2011, as man- na área tecnológica de ponta, a ciência dobra em
chetes internacionais deixam todos estupefatos ao menos de 2 anos.
mostrarem a derrota da política econômica do pre- Hoje, o grande crescimento da tecnologia
sidente americano no parlamento daquele país, que se deve, especialmente, à existência do computa-
impediu o governo de aumentar seu endividamento dor. Por isso, é de impressionar que os primeiros
para financiar as contas públicas. É uma crise devas- computadores foram criados exatamente no momen-
tadora naquela nação que outrora foi símbolo da to histórico que Jesus fixou como o início do tempo
pujança econômica. Com a globalização, as crises do fim: o momento do ressurgimento de Israel, o
regionais acabam atingindo um cada vez mais am- florescimento da figueira. O primeiro computador
plo espectro de países. digital foi criado em 1946 – o ENIAC (Electronic
Numerical Integrator and Computer). Porém a evo-
lução do computador, por sua vez, bem exemplifica
V. Sinais Sociológicos o que a Bíblia queria dizer com a multiplicação da
ciência. O mês de maio de 1949, um ano após a
1. Desintegração da família fundação do Estado de Israel, é considerado o mês
A profecia prevê, como um sinal da vinda de de nascimento da computação moderna. Maurice
Jesus, a desintegração da família, com vínculo fami- Wilkes, com uma equipe da Universidade de

29
Cambridge, executou o primeiro programa armaze- anos a velocidade cresceu 20 milhões de vezes, e o
nado no computador EDSAC (Electronic Delay computador ficou 7.500 vezes mais barato. Se mul-
Storage Automatic Calculator). Baseado nas tiplicarmos a redução do preço pela velocidade, te-
idéias de John von Neumann sobre computadores remos o aumento da produtividade, ou seja, a ciên-
de programa armazenado, o EDSAC foi o primeiro cia da computação multiplicou sua produtividade
computador totalmente funcional a usar a atual ar- 150 milhões de vezes. E tudo isso depois que a
quitetura de computadores. “figueira floresceu”. Seria uma coincidência? Po-
A evolução da computação bem demonstra rém, estamos fazendo uma comparação com um com-
o que Deus queria dizer com “multiplicação da ci- putador doméstico. Se compararmos com o compu-
ência”. O ENIAC, de 1946, custava, em valores tador Mira, que a IBM estará lançando em 2012, a
corrigidos para hoje, mais de seis milhões de dóla- distância fica ainda maior, pois, segundo o portal de
res, pesava 30 toneladas, ocupava uma área de notícias Terra, esse computador fará 10 quatriliões
160m² e fazia 5.000 cálculos por segundo. Hoje, de operações por segundo, isto é, 2 trilhões de
se pode comprar, no Brasil, um computador com vezes mais rápido que o vovô ENIAC! É uma coisa
processador Intel Core i7 por pouco mais de mil difícil até de entender. Seria o cumprimento dessa
reais, para usar em cima da mesa, e que faz cem profecia justamente no tempo designado por Jesus
bilhões de operações por segundo. Ou seja, em 60 apenas mais uma “coincidência”?

Conclusão

} Ao vermos os sinais da vinda de Jesus se cumprindo,


não podemos ter isso apenas como uma curiosidade, mas
como um alerta para estarmos vigilantes, sabendo que
estamos em uma batalha pela nossa alma (leia Jd 1.3). }
Anotações
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Sinais da Vinda lição

de Jesus 08
Relativos à Igreja
“Vigiai, pois, porque não sabeis o
dia nem a hora.” (Mt 25.13)

Intr odução
Introdução apóstolo Paulo. Sua recomendação é “foge também
destes”, ou seja, evita, dentro do possível, a convi-
Assim como os acontecimentos relati- vência com tais “pessoas”.
vos a Israel serviram para demonstrar que o
tempo do fim havia chegado, os acontecimen- 2. Esfriamento do Amor
tos relativos à igreja indicam que a vinda de
Jesus está muito próxima. Estudaremos, nesta a) Consequência da multiplicação da
lição, esses sinais. iniquidade
Jesus foi enfático ao afirmar que, “por se
multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de qua-
se todos” (Mt 24.12). Vemos que o primeiro sinal
I. Tempos Difíceis
Tempos - tempos difíceis e a iniquidade do ser humano -
provoca, por meio da iniquidade, o segundo sinal:
1. A corrupção do ser humano esfriamento do amor.
“Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobre-
virão tempos difíceis, pois os homens serão egoís- b) Caracterizado pela desobediência
tas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, à Palavra
blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, A Bíblia é clara, não deixa dúvidas, sobre o
irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, que caracteriza o amor de Deus na vida do cristão:
caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos “Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus:
do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais ami- quando amamos a Deus e praticamos os seus man-
gos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma damentos. Porque este é o amor de Deus: que guar-
de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge demos os seus mandamentos; ora, os seus manda-
também destes” (2 Tm 3.1-5). mentos não são penosos, porque todo o que é nas-
Essa é a condição da sociedade moderna. O cido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que
grande desafio que a igreja enfrenta é de manter a vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo 5.2-4).
postura de sal da terra e luz do mundo. Infelizmen- Logo, esse esfriamento do amor produz a
te, a pressão do mundo tem feito com que igrejas e desobediência à palavra de Deus.
líderes se deixem influenciar por esse ambiente.
Temos que estar conscientes de que, apesar dos c) Distinguindo o falso do verdadei-
tempos serem difíceis, não devemos nos corrom- ro amor
per, nem tampouco enfrentar as pessoas que se apre- É importante explicar por que a Bíblia diz
sentam com as características apresentadas pelo que, para amarmos os filhos de Deus, devemos amar

31
a Deus e praticar os Seus mandamentos. Isso é as-
sim porque o amor ao próximo que não á baseado na III. Espírito do Engano
palavra de Deus será baseado na afinidade.
Assim, quando amamos somente àqueles Jesus advertiu para o fato de que um dos
pelos quais “sentimos” amor, baseados em nossa sinais da proximidade de Sua vinda seria o
emoções, amaremos uma parcela mínima dos surgimento de falsos profetas (leia Mt 24.11).
crentes, somente àqueles com quem temos O apóstolo Paulo fala com mais detalhes
afinidade, deixando de amar aqueles nos quais sobre o assunto em 2 Ts 2.11,12. Nessa passa-
achamos defeitos ou por quem não sentimos gem, a Bíblia explica que o próprio Deus possibilita
afinidade. Assim, somente vai amar a todos os ir- a existência desses espíritos de engano, a fim de
mãos aquele cristão que ama não porque sente que as pessoas que querem milagres, mas não que-
afinidade, mas porque é obediente à palavra de rem a verdade, sejam iludidas pela sua própria cobi-
Deus, que nos manda amarmos uns aos outros ça. Ou seja, Deus não quer que alguém vá para a
(leia Jo 15.12,17; Rm 12.10; 1 Pe 1.22). glória simplesmente porque quis um milagre, mas
O pastor da igreja em Éfeso tinha muitas Deus quer consigo os que amam a verdade.
qualidades. Porém, uma coisa o Senhor tinha contra Paulo também adverte a Timóteo sobre o
ele: havia abandonado o primeiro amor (Ap 2.2-4). trabalho desses espíritos enganadores nos tempos
Para quem já deixou o primeiro amor, Jesus do fim (leia 1 Tm 4.1).
adverte: “lembra-te, pois, de onde caíste, arrepen- O espírito de engano, por meio de aparen-
de-te e volta à prática das primeiras obras” (Ap 2.5). tes manifestações de Deus, leva a própria pessoa
E para quem está lutando para seguir amando a Deus que é instrumento do engano a ser enganada. Em
e aos irmãos, Jesus estimula: “aquele, porém, que outras palavras, a pessoa que engana está sendo
perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 24.13). também enganada, sendo vítima e vilã ao mesmo
tempo. Tanto é assim que vão discutir com o pró-
II. Dormência Espiritu- prio Senhor, sustentando serem salvas (leia atenta-
mente Mt 7.21-23).
al e Mornidão
IV
IV.. Enfrentamento do
Jesus, na parábola das dez virgens, adverte
que os últimos tempos seriam de dormência espiri- Espírito do Anticristo
tual. É sintomático que todas as virgens adormece- O espírito do Anticristo já está presente no
ram (leia Mt 25.5). Logo adiante, Jesus dá a enten- mundo (1 Jo 4.3; 2 Ts 2.7).
der que, embora as virgens prudentes tivessem azei-
te em suas vasilhas, não havia abundância (leia Mt 1. A ação do Anticristo
25.8,9). Quando fala sobre o Anticristo, a Bíblia
As cartas às sete igrejas da Ásia, no Apocalipse, fala que “fará segundo a sua vontade, e se levan-
demonstram uma cronologia da história da igreja. tará, e se engrandecerá sobre todo deus; contra
As duas últimas igrejas são as de Filadélfia e a de o Deus dos deuses falará coisas incríveis e será
Laodicéia. Essas duas representam as duas igrejas próspero” (Dn 11.36).
do arrebatamento. A de Filadélfia, com pouca força Vemos que esse é o espírito que atua sobre a
segundo os homens, mas que guarda a palavra de terra, entronizando o homem como deus, falando con-
Deus e não nega o Seu nome (Ap 3.8); a de Laodicéia, tra o Senhor nosso e trabalhando com a prosperidade.
por sua vez, pujante segundo os parâmetros hu- Essa quádrupla combinação (vontade pró-
manos, mas repulsiva ao gosto de Jesus (Ap 3.15-17). pria, exaltação humana, doutrina antibíblica e
A primeira subirá; a segunda ficará. prosperidade) é tudo o que a carne quer.
Por isso, quando se referia ao tempo do fim, Esse é o grande desafio da igreja que tanto
Jesus foi sempre enfático em sua advertência: vigiai mais se intensificará quanto mais se aproximar a vinda
(leia Mc 13.35; Mt 24.42). do Senhor: manter-se ilesa do domínio desse espírito.
32
2. A diferença na forma do Espírito “Assim como foi nos dias de Noé, será também nos
Santo agir dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam
O Espírito de Cristo age em ação diametral- e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé
mente oposta, pois (1) nos leva a renunciar a vonta- entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos. O
de própria, para fazer a vontade de Deus (Mt 6.10; mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam,
26.42), (2) incita-nos à humilhação (Mt 11.29), a compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no
(3) amar a Palavra de Deus (2 Tm 4.2) e (4) a não dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e
amar as riquezas daqui (Mt 6.24). enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que
o Filho do Homem se manifestar” (Lc 17.26-30).
Jesus revela a verdade espiritual por trás da
V. Mundanismo comparação com Noé e Ló ao afirmar que “acautelai-
vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda
1. A busca do prazer da carne e o que o vosso coração fique sobrecarregado com as
amor ao mundo conseqüências da orgia, da embriaguez e das preo-
O “mundanismo” pode ser definido como a cupações deste mundo, e para que aquele dia não
amizade com o mundo, ou, ainda, o amor pelo mun- venha sobre vós repentinamente, como um laço.
do e pelas coisas que há no mundo. Tiago escreveu: Pois há de sobrevir a todos os que vivem sobre a
“pedis e não recebeis, porque pedis mal, para face de toda a terra. Vigiai, pois, a todo tempo,
esbanjardes em vossos prazeres. Infiéis, não orando, para que possais escapar de todas estas
compreendeis que a amizade do mundo é inimiga coisas que têm de suceder e estar em pé na presen-
de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do ça do Filho do Homem” (Lc 21.34-36).
mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4.3-4). Fica a todos a advertência de João, o após-
Como se vê da passagem transcrita, a busca tolo do amor: “não ameis o mundo” (1 Jo 2.15)
pelo prazer e o amor ao mundo estão intimamente
ligados, pois é através das coisas do mundo que o
diabo providencia prazeres para a carne. Ambas as
VI. Apostasia
coisas, portanto, se contrapõem a Deus, e fazem
daquele que por elas optam inimigos de Deus. Como resultado do conjunto dos fatores que
constituíram os demais sinais, surge a apostasia.
2. A contaminação na igreja
Paulo adverte que “nos últimos dias, so- 1. O que é apostasia?
brevirão tempos difíceis, pois os homens serão Apostasia vem da palavra grega
egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, “aphistemi”, que significa retroceder, abandonar.
blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, Alguém pode errar, pecar, mas sem abandonar a
irreverentes, traidores, atrevidos, enfatuados, fé. Ou seja, ainda que não obedeça a palavra, con-
mais amigos dos prazeres que amigos de Deus” tinua crendo que aquilo que a palavra diz que é
(2 Tm 3.1,2,4). errado continua sendo errado. A palavra é certa,
Na continuação dessa passagem, o apóstolo mas ele, pecador, é errado.
explica que tais homens, nos últimos dias, estariam O apóstata pensa diferentemente. Ele pen-
como destruidores no meio da igreja e que “que sa que está certo e, errada, é a Bíblia ou a forma de
aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhe- doutrina em que antes cria.
cimento da verdade” (2 Tm 3.7). A palavra de Deus nos aponta esse como
um dos sinais mais claros da proximidade da vinda
3. A cilada do envolvimento com o do Senhor (leia 1 Tm 4.1; 2 Ts 2.3).
mundo como sinal da Vinda de Jesus
Jesus expressamente advertiu sobre o 2. Um histórico atual
mundanismo como sinal de sua vinda, ao afirmar que Esse sinal é evidente e palpável em nossos
os últimos dias seriam como os dias de Ló e Noé: dias. Mas quando surgiu a onda de apostasia atual?

33
O pastor norte-americano Bill Burkett, as- perimentado o novo nascimento antes de falar em
sim responde no seu livro “Pentecostais ou línguas...doutrinas fundamentais eram deixadas de
Carismáticos?”: lado nas reuniões carismáticas desde o início do
“A década de 1960 foi a mais turbulenta do movimento...As igrejas pentecostais, antes do
século. Um período diabólico, quando eclodiu a guer- surgimento da influência carismática, eram caracte-
ra do Vietnã e apareceu a subcultura hippie, rebe- risticamente doutrinárias em seu modo de proce-
lando-se contra todos os símbolos de autoridade e der. Atualmente, estão ocorrendo profundas mu-
desrespeitando os valores e a dignidade humana. danças entre as igrejas pentecostais, devido à influ-
Na mesma época, explodiu o rock’n’roll, surgiram a ência e à pressão competitiva dos carismáticos...
minissaia e topless, e uma nova moralidade assumiu Pela lei da osmose, igrejas pentecostais outrora
o lugar dos valores tradicionais...A geração da solidamente doutrinárias, que condenavam muito
contracultura apareceu, desprezando valores da cul- dos ensinamentos dos carismáticos, tornaram-se
tura cristã, como o casamento e a higiene. como eles. E, em muitos casos, ainda mais liberais...
‘Nos colégios e universidades, a nova onda Os pentecostais, no princípio, tratavam a
passou a dar destaque aos cursos de psicologia e doutrina como uma delicada peça de cristal: mexer
ao behaviorismo. Surgiu na cultura americana um implicava o risco de deixá-la cair e quebrar. Mas a
profundo espírito de rebeldia e contestação que preciosa peça, produzida pelas mãos do divino Artí-
afetaria o mundo inteiro nos vinte anos seguin- fice, foi abandonada...
tes. Foi nesse contexto que nasceu o movimento A filosofia carismática prega que a
carismático. Lamentavelmente, a igreja, por doutrina causa divisão entre irmãos. Mas a
osmose, adotou o espírito e a filosofia daquele verdade é bem outra: a aceitação de falsas
ambiente social degenerado. doutrinas, contrárias aos ensinamentos dos
‘A impureza e o materialismo, até apóstolos, é que separa os verdadeiros ir-
então mantido fora da igreja, invadiram-na mãos. Quando os carismáticos abandonarem os
como um dilúvio. As sociedades, em toda a par- erros que ensinam, então haverá verdadeira unida-
te, tornaram-se indiferentes às leis divinas. Foi como de na família cristã. O desapego à doutrina levará
se um espírito de anarquia invadisse todos os estra- inevitavelmente as denominações pentecostais a um
tos da sociedade, na educação, nas forças armadas, movimento ecumênico com os carismáticos...
nas empresas e na igreja. Em vez de transformação Até hoje os carismáticos permanecem fe-
moral e vida de santidade, o Movimento Carismático chados a muitas áreas da verdade bíblica e da dou-
adotou o emocionalismo e o fenômeno das línguas trina. Pode-se provar isso facilmente mencionando
como credencial. O divórcio e o novo casamento, o somente a santificação definitiva. Eles não supor-
consumo social de bebida, a sensualidade e o uso de tam ouvir o que a Bíblia ensina sobre mundanismo e
cosméticos tornaram-se aceitos dentro do movimen- separação do mundo. Suas mentes estão fechadas a
to, permitindo a acomodação dos rebeldes liberais esses assuntos. Por quê? Porque desde o princípio
às igrejas evangélicas” (pág. 26). acreditaram que podiam falar em línguas, receber
“A renovação pentecostal de 1901 bênçãos e riquezas espirituais, sem se preocupar
fora derramada sobre pessoas santificadas, com a santificação ou com a pureza doutrinária.
que buscavam o retorno dos dons do Espí- Desde o início, “provaram” ser possível alterar ou
rito às suas igrejas...o Movimento ignorar os ensinos da Palavra e ainda falar em lín-
Carismático atingiu em seu início um gran- guas e manter boas relações com Deus. Reunir
de número de igrejas não-evangélicas, des- multidões para cantar, gritar e adorar é, para eles, a
providas de solidez doutrinária e experi- comprovação do aval divino. ‘Deus abençoa o que
ência espiritual ...integraram-se membros ... que, aprova e aprova o que abençoa”, é o seu argumento.
procurando modernizar-se, já não pregavam a ne- Mas pentecostais verdadeiros, jamais admitirão que
cessidade de arrependimento ou de um novo nasci- uma frase de efeito venha a substituir uma doutrina
mento para formação de uma nova criatura em Cris- bíblica. Os muçulmanos crescem muito mais de-
to. Raros eram os casos de pessoas que haviam ex- pressa que os carismáticos e são muito mais zelo-

34
sos, mas isso não quer dizer que conheçam a verda- um pequeno grupo que marcará posição. Enquan-
de. Os mórmons, as testemunhas de Jeová e a seita to os que querem o mundo irão se mundanizar
do Reverendo Moon também experimentaram um cada vez mais, e os que querem o céu vão se
crescimento espetacular, mas números não lhes santificar ainda (Ap 22.10-12).
garantem a bênção de Deus. Salomão e Israel pros- Na parábola das dez virgens, Jesus ensina
peraram mas não estavam caminhando em retidão e que, ao aproximar-se a hora do encontro com o noi-
finalmente o juízo veio sobre eles” (pág. 18-22). vo, haverá uma definição sobre quem são as néscias
Mais uma vez, vemos que o surgimento de e quem são as prudentes. Até aquele momento to-
Israel deflagrou o tempo do fim. das pareciam iguais, mas, quando se apagaram as
lâmpadas das néscias, aí se pode ver a diferença
entre os dois grupos (Mt 25.8). É por essa razão
VII. Definição de que Deus envia a operação do erro, para que seja
“quem é quem” demonstrado no exterior o que as pessoas têm no
interior. Os que são “fiéis” apenas para receber be-
Mas não são somente sinais negativos nefícios terrenos, não o serão mais ao poderem re-
que indicam a vinda de Jesus. A Bíblia também ceber numa igreja liberal as mesmas “bênçãos” an-
apresenta que, na última hora da igreja, haverá tes recebiam numa igreja bíblica (2 Ts 2.11,12).

Conclusão

}
Embora a exiguidade do espaço não nos permita enumerar
outros sinais da vinda de Jesus, entendemos que esses já são suficien-
tes para alertar o povo de Deus de que o fim da era da igreja na terra
está próximo. Que possamos estar no grupo representado pelas vir-
gens prudentes, com óleo na vasilha, com as lâmpadas acesas, espe-
rando a vinda do Senhor (1 Co 16.22).
}
Anotações
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Vinda de Jesus Cristo lição

“E eis que venho sem demora, e


09
comigo está o galardão que tenho para
retribuir a cada um segundo as suas
obras.” (Ap 22.12)

Intr odução
Introdução

Assim como o evento mais esperado


no Antigo Testamento era o nascimento da
semente da mulher (o povo de Israel), o evento
mais esperado na dispensação do Novo Tes-
tamento é o casamento da noiva (a igreja de
crermos na vinda do Senhor e na ressurreição dos
Jesus Cristo). mortos somos os mais infelizes dos homens (leia
A Bíblia chama o dia da vinda do Se- 1 Co 15.17-20, 23). Além de Paulo, também en-
nhor como o “dia de Jesus Cristo” (Fp 1.6). sinava a mesma doutrina Pedro (1 Pe 1.7) e Tiago
Assim como as profecias sobre a vinda (Tg 5.7), além do escritor aos Hebreus (Hb 9.27).
do Messias para morrer se cumpriram cabal-
mente, assim também as profecias sobre a vin-
da de Jesus para arrebatar a Sua igreja se cum-
II. O Momento
prirão.
1. Uma exclusividade de Deus
Jesus disse expressamente que “respeito
I. A Promessa da Vinda
Promessa daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos
céus, nem o Filho, senão o Pai” (Mt 24.36; idem em
de Jesus para Arrebatar a Sua Mc 13.32).
Igreja
2. O perigo da suposição humana
1. Anunciada no Antigo T estamento
Testamento No decorrer dos séculos, muitas pessoas
Desde o Antigo Testamento, a vinda do têm marcado datas para a vinda de Jesus. Uns, ale-
Senhor Jesus já vinha sendo anunciada, como, por garam ter recebido uma revelação de Deus. Outros,
exemplo, em Zc 14.3-5 e Ml 3.1. diziam ter encontrado uma interpretação bíblica que
os levara à descoberta sobre quando seria o espe-
2. Anunciada por Jesus Cristo rado dia.
No Novo Testamento, a doutrina sobre o Porém, esqueceram os tais que, no versículo
segundo advento de Cristo foi um de Seus princi- anterior àquele em que está registrado que nin-
pais ensinos (Mt 24.27,30,44; 25.1-13; Mc 13.26; guém sabe o dia e nem a hora da vinda do Senhor,
Lc 12.40; 17.24; Lc 21.27; Jo 14.2,3, etc). está escrito que “Passará o céu e a terra, porém as
minhas palavras não passarão” (Mt 24.35; Mc
3. Anunciada pela igreja primitiva 13.31).
Posteriormente, a igreja seguiu pregando a Nenhuma revelação ou interpretação pode
mesma mensagem. Paulo chegou a dizer que se não afastar o que está escrito na palavra de Deus, pois o

36
Senhor vela pela Sua “palavra para a cumprir”
SEGUNDA FASE DA VINDA DE JESUS
(Jr 1.12). Deus é fiel e “de maneira nenhuma
pode negar-se a si mesmo” (2 Tm 213). Ele pisará no Monte das Oliveiras
(At 1.12; Zc 14.4)
3. Revelação: os sinais que demonstram a
proximidade do evento Vem com a igreja para os judeus (Mc 14.62)
Assim, o que a Bíblia nos autoriza a dizer, Todo olho o verá (Ap 1.7)
por meio dos sinais apontados pelo próprio Jesus, é
que os tempos do fim estão chegados. Nada mais Depois da Grande Tribulação
do que isto. (Mt 24.29,30)
Se nem o próprio Jesus, enquanto estava
despojado de Sua divindade, não sabia, por que Deus 1. Sequência de eventos da primeira
iria revelar esse segredo a outros homens, falhos fase (arrebatamento)
como nós? Como se dará a primeira fase? A Bíblia rela-
Entendemos que, hoje, Jesus conhece esse ta os momentos que constituirão esse glorioso even-
dia, pois ele é Deus e, como tal, ele é onisciente. to. Vejamos alguns deles:
1) O Espírito Santo promoveria uma procla-
mação de que é chegada a meia-noite espiritual, os
III. Fases da Vinda de tempos difíceis sobre os quais a Bíblia fala, e que o
Jesus Cristo noivo está às portas (Mt 25.6). Entendemos que
essa revista faça parte deste clamor;
A Bíblia assim relata a ascensão de Jesus ao 2) No Dia de Cristo Jesus, Deus dará or-
céu: “Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às altu- dem ao arcanjo (1 Ts 4.16);
ras, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus 3) Possivelmente, o arcanjo dará ordem aos
olhos. E, estando eles com os olhos fitos no céu, demais anjos;
enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos 4) Anjos tocarão trombetas e a última trom-
beta, que será a trombeta do próprio Deus, soará (1
de branco se puseram ao lado deles e lhes disse-
Co 15.52 combinado com 1 Ts 4.16, versão ARA);
ram: Varões galileus, por que estais olhando para as
5) Jesus descerá dos céus corporalmente
alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao
(1 Ts 4.16; Hb 10.28);
céu virá do modo como o vistes subir” (At 1.9-11).
6) Os mortos em Cristo ressuscitarão
Vemos aqui, que a ascensão de Jesus se deu
incorruptíveis (1 Ts 14.16; 1 Co 15.52);
em duas fases: a primeira, até às nuvens, “à vista
7) Os salvos, que estiverem vivos naquele
deles”; a segunda fase, a partir das nuvens, enco-
momento, terão seus corpos físicos transformados
berto dos olhos humanos.
em corpos incorruptíveis (1 Ts 4.16; 1 Co 15.52-
Os anjos disseram que ele voltaria assim 54; 1 Jo 3.2).
como subira, ou seja, da mesma maneira. 8) O ato de transformação se dará em um
Assim, a sua volta se dará em duas fases: “átomo” de tempo (1 Co 15.52). A palavra grega
“átomo” - traduzida para “momento” ou “piscar de
PRIMEIRA FASE DA VINDA DE JESUS olhos” – significa a menor parte possível de alguma
coisa, que não se pode dividir. Assim, esse ato divi-
Ele vem até as nuvens (1 Ts 4.17)
no se dará em lapso de tempo quase imensurável,
Vem para buscar a igreja (1 Ts 4.16,17) de tão pequeno.
9) Os salvos que estiverem vivos, agora
Virá rapidamente, como o ladrão (1 Co 15.52) transformados, e os mortos que tiverem ressuscita-
Antes da Grande Tribulação (Ap 3.10,11) do, serão arrebatados e terão um grande encontro
com Jesus, nos ares (1 Ts 4.17).

37
2. Características daqueles que su- 3) seguirem a santificação (Hb 12.14);
birão no arrebatamento da igreja 4) tiverem o Espírito Santo HABITANDO
A Bíblia revela-nos que subirão no arreba- em suas vidas (Rm 8.11);
tamento as pessoas que: 5) não praticam as obras da carne (Gl 5.21);
1) nasceram de novo (Jo 3.5) e 6) estiverem vigiando (Mt 24.42; 25.13;
2) amam e desejam a vinda do Senhor (2 Mc 13.33;35,37) e
Tm 4.8), e não o mundo (Lc 17.26-32); 7) oram (Lc 21.36).

Conclusão

} Estejamos pois apercebidos, orando em todo o tempo, procu-


rando manter limpas as nossas vestes, “porque, à hora em que não
cuidais, o Filho do Homem virá” (Lc 12.40).

Anotações
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38
lição
Tribunal de Cristo 10
“Porque importa que todos nós compareçamos
perante o tribunal de Cristo, para que cada um
receba segundo o bem ou o mal que tiver feito
por meio do corpo.” (2 Co 5.10)

Intr odução
Introdução
Após sermos salvos, inicia-se a cons- pelos oradores, árbitros de competições esportivas
trução da vida cristã. E esta é permanente. É ou pelos juízes em seus julgamentos formais. No
Novo Testamento, ela aparece onze vezes, todas
como uma pessoa que recebe a habilitação
elas designando tribunal de julgamento: Mt 27.19
para construir uma casa. Tudo o que ele vai e Jo 19.13 (tribunal de Pilatos), At 12.21 (tribunal
possuir será aquela casa construída. Aquele de Herodes); At 18.12,16,17 (tribunal de
será o resultado de toda a sua vida. Gálio); At 25.6,10,17 (tribunal de Félix); Rm
Ao final do período destinado àquela 14.10 e 2 Co 5.10 (tribunal de Cristo). Assim,
construção, a casa será provada com fogo para compreendemos que, realmente, será um julgamen-
verificação de sua qualidade. Se tiver sido to, e não simplesmente um momento de distribui-
construída com materiais perecíveis, será to- ção de galardões, embora isso também venha a ocor-
talmente queimada. No entanto, a habilitação rer naquele evento.
do construtor permanecerá, pois a prova será
2. O momento
referente à sua obra, e não quanto à sua con-
O Tribunal de Cristo ocorrerá logo após a
dição de construtor. vinda de Jesus Cristo para arrebatar a Sua Igreja,
Assim será o tribunal de Cristo. Aque- conforme vemos em Ap 22.12: “E eis que venho
les que lá chegarem já estarão salvos. Não sem demora, e comigo está o galardão que tenho
será a sua salvação que será colocada à pro- para retribuir a cada um segundo as suas obras.”
va, mas as obras que fizeram na terra como Em 2 Tm 4.8, constatamos que a coroa da
salvos. A seguir, veremos como será esse jul- justiça está reservada para aqueles que amam a vin-
gamento. da de Jesus Cristo: “Já agora a coroa da justiça me
está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará
naquele Dia; e não somente a mim, mas também a
todos quantos amam a sua vinda.”
I. O Evento Esse é o sinal de que o penhor da Igreja,
que é o Espírito Santo (2 Co 1.22; 5.5) está com o
1. Um T ribunal
Tribunal crente salvo. E é nesse momento tão aguardado
A palavra utilizada na designação do tribu- pelo crente que ele receberá seu galardão; por isso,
nal de Cristo é bema (Strongs). Originalmente, era esse anelo: “O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aque-
utilizada apenas para designar “degrau”. A partir le que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede ve-
daí, passou a ser utilizada para indicar uma “plata- nha, e quem quiser receba de graça a água da vida”
forma elevada” qualquer, como as destinadas ao uso (Ap 22.17).

39
Porém, em que momento após a vinda de revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o
Jesus Cristo ocorrerá esse julgamento? Será antes próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de
da vinda de Jesus Cristo em glória para o milênio alguém que sobre o fundamento edificou, esse re-
(estudaremos sobre esse período mais tarde), pois ceberá galardão; se a obra de alguém se queimar,
nessa ocasião todos os santos virão com Ele: sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, toda-
“Fugireis pelo vale dos meus montes, porque o vale via, como que através do fogo” (1 Co 3.12-15)
dos montes chegará até Azal; sim, fugireis como
fugistes do terremoto nos dias de Uzias, rei de 1. Como será o julgamento
Judá; então, virá o SENHOR, meu Deus, e todos os
santos, com ele” (Zc 14.5). “Quando Cristo, que é a) Por Jesus Cristo
a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis Já vimos que o juiz será Jesus Cristo.
manifestados com ele, em glória” (Cl 3.4).
Portanto, o Tribunal de Cristo será logo após b) Através do fogo
o Arrebatamento e antes do Milênio, durante o Na passagem bíblica acima, verificamos que
período em que estará ocorrendo o juízo de Deus será através do fogo. Por que fogo?
sobre a terra, que chamamos de a Grande Tribula- Constatamos que a figura do fogo possui
ção, conforme vemos a seguir: vários significados na Bíblia. Por exemplo, é símbolo
“Na verdade, as nações se enfureceram; do Espírito Santo. No entanto, verificamos que tam-
chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado bém é utilizado na designação para o julgamento
para serem julgados os mortos, para se dar o galardão tanto dos salvos (1 Co 3.13) quanto dos perdidos
aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que (Mt 25.41).
temem o teu nome, tanto aos pequenos como aos Esse simbolismo é usado devido a algumas
grandes, e para destruíres os que destroem a terra” particularidades do fogo:
(Ap 11.18).
b.1) Devido à severidade do juízo de Deus.
3. Quem será o juiz Diante do fogo, nada fica encoberto. “Nada há enco-
Como já vimos em 2 Tm 4.8, o justo juiz berto que não venha a ser revelado; e oculto que não
será Jesus Cristo. venha a ser conhecido” (Lc 12.2)

4. Quem será julgado b.2) Devido ao seu caráter completo, ou


Neste evento, a Igreja será julgada no que seja, o fogo consome algo até o fim. Nada fica
concerne às suas obras. intocado. Naturalmente, o fogo termina apenas quan-
“Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, do não há mais o que ser queimado.
por que desprezas o teu? Pois todos comparecere-
mos perante o tribunal de Deus.” (Rm 14.10) b.3) Pelo seu caráter purificador. Diante do
“Assim, pois, cada um de nós dará contas de fogo, permanece somente aquilo que é resistente.
si mesmo a Deus.” (Rm 14.12)
Ressaltamos que o julgamento dos ímpios 2. O que será julgado
não ocorrerá neste tribunal, mas muitos anos mais A seguir, veremos alguns aspectos do julga-
tarde, no denominado Trono Branco, também co- mento. Complementaremos o assunto no tópico “Os
nhecido como o Juízo Final. galardões”.

II. O Julgamento a) Os desígnios dos corações


A verdadeira motivação de cada obra será
“Contudo, se o que alguém edifica sobre o trazida à luz. O homem, em sua astúcia, pode cons-
fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madei- truir muitas obras aparentemente boas, “tendo for-
ra, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada ma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder”
um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo (2 Tm 3.5a). No entanto, a verdadeira forma

40
motivadora será revelada naquele dia: “Portanto, nada “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimen-
julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o to veio de Deus. De modo que nem o que planta é
qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o
das trevas, mas também manifestará os desígnios crescimento.” (1 Co 3.6-7)
dos corações; e, então, cada um receberá o seu lou-
vor da parte de Deus” (1 Co 4.5). d) Madeira
Quantos edifícios construídos serão total- Representa a natureza humana (1 Co 3.3;
mente queimados por não terem sido objetos de Lc 6.33,34)
uma motivação pura!
e) Feno
b) Os talentos distribuídos por Deus Representa aquilo que é seco, sem renova-
para serem administrados ção (Jr 23.28; Is 15.16).
Deus nos concede ministérios, responsabi-
lidades para serem desempenhadas. Seremos co- f) Palha
brados quanto a isso naquele dia. Representa a ausência de estabilidade (Ef
“Mas àquele a quem muito foi dado, muito 4.14) e também servidão (Ex 5.7). A palha não tem
lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, sabor; fala dos crentes que não perseveram no tra-
muito mais lhe pedirão” (Lc 12.48b). Leia também balho de Cristo.
em Mt 25.14-19.
III. Os Galardões
Galardões
3. Classificação das obras Neste tópico, estudaremos sobre os
Vemos que as obras são classificadas con- galardões vinculados a diversas qualidades de
forme sua natureza: algumas foram produzidas por obras realizadas pelos salvos no período em que
Deus, e não podem ser produzidas pelo homem viveram na terra. Será o momento em que todas
(ouro, prata e pedras preciosas). Estas permanece- as ações feitas para a glória de Deus, e não do
rão. Outras são obtidas através da ação humana (ma- homem, terão as respectivas recompensas en-
deira, feno e palha). Estas perecerão. Aquilo que o tregues aos seus praticantes.
homem produz através de sua própria força não pos- “Antes, ao dares um banquete, convida os
sui valor diante de Deus. pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás
Colocaremos, a seguir, a classificação des- bem-aventurado, pelo fato de não terem eles com
crita pelo missionário Eurico Bergstéin, em seu li- que recompensar-te; a tua recompensa, porém,
vro “A Doutrina das Últimas Coisas” (CPAD, 2 tu a receberás na ressurreição dos justos.” (Lc
ed.,1982), para a qualidade das obras desempenha- 14.13-14)
das na terra que estarão sob julgamento: “E isto afirmo: aquele que semeia pouco
pouco também ceifará; e o que semeia com fartura
a) Ouro com abundância também ceifará.” (2 Co 9.6)
Simboliza a glória de Deus. Relaciona-se
com as coisas celestiais (Ap 3.18; Jo 22.23-25). 1. Coroa da justiça
“Já agora a coroa da justiça me está guarda-
b) Prata da, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia;
Símbolo de redenção. É tudo o que se rela- e não somente a mim, mas também a todos quantos
ciona com sacrifício e resgate – a redenção de Cris- amam a sua vinda.” (2 Tm 4.8)
to (Ex 30.11-16; Lv 23.24; 1 Co 1.23).
2. Coroa da glória
c) Pedras preciosas “pastoreai o rebanho de Deus que há entre
Simboliza tudo o que se faz através do Espí- vós, não por constrangimento, mas espontaneamen-
rito Santo (Fl 3.3; Cl 1.29; Rm 15.18-20; Gn 24.53; te, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas
1 Co 12.4-6). de boa vontade; nem como dominadores dos que

41
vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos e, mentindo, disserem todo mal contra vós.
do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se Regozijai-vos e exultai, porque é grande o
manifestar, recebereis a imarcescível coroa da gló- vosso galardão nos céus; pois assim persegui-
ria.” (1 Pe 5.2-4) ram aos profetas que viveram antes de vós.”
Essa é a coroa destinada àqueles que buscam (Mt 5.11-12)
a glória de Deus, e não sua: “Eu sou o SENHOR, este
é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a 5. Galardão pela prática do bem
outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura.” “E não nos cansemos de fazer o bem, por-
(Is 42.8). Deus mesmo os glorificará. que a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.
Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos
3. Coroa da vida o bem a todos, mas principalmente aos da família da
“Bem-aventurado o homem que suporta, fé.” (Gl 6.9-10)
com perseverança, a provação; porque, depois de
ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o 6. Galardão pelo atendimento ao
Senhor prometeu aos que o amam.” (Tg 1.12) Corpo de Cristo
“E quem der a beber, ainda que seja um
4. Galardão pelas injúrias e perse- copo de água fria, a um destes pequeninos,
guições por ser este meu discípulo, em verdade vos
“Bem-aventurados sois quando, por mi- digo que de modo algum perderá o seu
nha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, galardão.” (Mt 10.42)

Conclusão

} No tribunal de Cristo, todas as nossas obras serão provadas. Os


nossos reais propósitos e a nossa posição diante de Deus serão, então,
revelados. Por isso, cabe a advertência do apóstolo Paulo à igreja em
Corinto: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa
qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10.31).

Anotações
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42
Bodas do Cordeir
Cordeiro
deiro lição

“Alegremo-nos, exultemos e demos-


11
lhe a glória, porque são chegadas as
bodas do Cordeiro, cuja esposa a si
mesma já se ataviou” (Ap 19.7)

Intr odução
Introdução
A Igreja é denominada de “a Noiva do
Cordeiro”. Essa figura é totalmente pertinen-
te em virtude de várias características ineren-
tes ao casamento. Como exemplo, podemos
citar que Cristo e a Igreja são uma unidade,
assim como marido e esposa devem ser; Cris-
to é o cabeça da Igreja, assim como o marido
da esposa; e assim por diante. Nesta lição, A humanidade consistia em um povo que
havia se prostituído atrás de falsos deuses. Mesmo
abordaremos outro aspecto integrante desse
assim, o Pai enviou Seu filho para tomar para si uma
contexto: as bodas de Cristo com a Igreja.
“mulher de prostituições”, a humanidade que O havia
O coroamento de todo um projeto di- rejeitado.
vino de resgate, de construção de um relaci-
onamento eterno, que é a criação da Igreja, 2. Um marco positivo
culminará com um verdadeiro casamento, a Por que realizar um casamento? Não basta-
partir do qual a noiva estará com o noivo para ria apenas estar no céu para que a felicidade esti-
toda a eternidade. É sobre este evento que vesse consumada? Aparentemente, sim. Mas Deus
estudaremos nesta lição. estabelece seus marcos.
Deus estabeleceu o batismo (Mt 28.19)
como um ato voluntário a ser praticado pelo ho-
I. Um Evento com Pro-
Pro mem. A partir do batismo em águas, uma nova vida
se inicia. A mudança de fato já ocorreu na pessoa
pósitos antes de ser batizada; ela já deve ter nascido de
novo pela ação do Espírito Santo. Mas é no batismo
1. Uma figura da humanidade que é confirmada diante de todos a fé, o propósito
“Quando, pela primeira vez, falou o SE- de submissão aos mandamentos divinos e o início
NHOR por intermédio de Oséias, então, o SENHOR voluntário de uma nova vida.
lhe disse: Vai, toma uma mulher de prostituições e E Deus estabeleceu uma cerimônia, as Bo-
terás filhos de prostituição, porque a terra se pros- das do Cordeiro, para marcar a união eterna entre
tituiu, desviando-se do SENHOR.” (Os 1.2) Cristo e a Igreja. Uma cerimônia de casamento é
Embora tendo sido destinada a um profeta um marco na vida de duas pessoas. É como se tudo
neste versículo, essa mesma missão foi recebida o que tivesse ocorrido no passado viesse a ser se-
por Jesus Cristo ao ser enviado pelo Pai (Jo 3.16). pultado naqueles poucos minutos cerimoniais. A
Não é por acaso que o nome “Oséias” significa “li- partir dali, tudo é uma nova vida, um novo relaciona-
bertador” ou “salvação”. mento, uma nova realidade.

43
As Bodas do Cordeiro serão uma cerimônia
em que duas pessoas voluntariamente decidiram II. A Noiva
estar juntas pela eternidade. Cristo voluntaria-
mente se entregou: “Por isso, o Pai me ama, por- 1. V estes Nupciais
Vestes
que eu dou a minha vida para a reassumir” “Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a
(Jo 10.17). A Igreja, por sua vez, voluntariamen- glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro,
te abriu mão de seu velho homem, de sua velha cuja esposa a si mesma já se ataviou, pois lhe foi
natureza, para ser renovada e viver em novidade dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e
de vida (Ef 4.22,23; Rm 6.4). puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça
dos santos.” (Ap 19.7-8)
3. Uma manifestação do amor inigualável A noiva do Cordeiro estará vestida com ves-
As Bodas do Cordeiro serão um momento tes que lhe foram dadas. Não será com sua justiça
de reconhecimento. Após tanta rebeldia e tanta própria, “não por obras de justiça praticadas por
misericórdia renovada, a Igreja reconhecerá a ação nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou
de Deus, sua benignidade e seu mérito exclusivo mediante o lavar regenerador e renovador do Espí-
em conduzi-la a uma vida eterna com Ele. rito Santo” (Tt 3.5). Somos justificados por Cristo e
“Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei através do Espírito Santo.
para o deserto, e lhe falarei ao coração. E lhe darei,
dali, as suas vinhas e o vale de Acor por porta de 2. O preparo pré-nupcial
esperança; será ela obsequiosa como nos dias da
a) O banho pela Palavra
sua mocidade e como no dia em que subiu da terra
Antes do matrimônio, as noivas hebreias
do Egito. Naquele dia, diz o SENHOR, ela me cha-
tomam banho para sua purificação mergulhando no
mará: Meu marido e já não me chamará: Meu Baal.
micvê (tanque para banhos de purificação em que
Da sua boca tirarei os nomes dos baalins, e não mais
regras judaicas são observadas relativamente à ori-
se lembrará desses nomes. Naquele dia, farei a fa-
gem e condições da água). Durante o banho, nada
vor dela aliança com as bestas-feras do campo, e
pode interferir no contato entre a mulher e as águas
com as aves do céu, e com os répteis da terra; e
do micvê, pelo que necessita retirar de seu corpo
tirarei desta o arco, e a espada, e a guerra e farei o toda e qualquer maquiagem, cremes, jóias, etc.
meu povo repousar em segurança. Desposar-te-ei Conforme esse rito cerimonial, ele se justifica por-
comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em jus- que as relações entre marido e esposa têm que ser
tiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericór- marcadas pela santificação, para que os filhos sejam
dias” (Os 2.14-19). também alcançados por essa santidade e se consti-
tuam em almas puras e elevadas. Essa purificação,
4. Um momento de grande alegria que deveria ser repetida por vários meses, atrairia
Como regra, o noivo e a noiva estão muito as bênçãos divinas no meio do lar e da família.
alegres por ocasião de seu casamento. Tudo é pre- A Igreja, por sua vez, também precisa estar
parado de forma a conferir o máximo de satisfação imersa previamente num banho purificador pela
aos noivos e convidados. O objetivo é estabelecer Palavra de Deus, abrindo mão de tudo o que possa
um marco de felicidade como propulsor da expecta- interferir no seu contato com a Palavra:
tiva de que a mesma permanecerá durante toda a “Maridos, amai vossa mulher, como também
existência daquele matrimônio. Assim ocorrerá nas Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por
bodas do Cordeiro. “Alegremo-nos, exultemos e ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por
demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas meio da lavagem de água pela palavra, para a apre-
do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou” sentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem
(Ap 19.7). ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem
Que momento extraordinário!! É o início de defeito. Assim também os maridos devem amar a
uma vida plena de felicidade. sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a

44
esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém ja-
mais odiou a própria carne; antes, a alimenta e III. As Bodas
dela cuida, como também Cristo o faz com a igre-
ja” (Ef 5.25-29). 1. O alimento
Mesmo para um casamento terreno, é fun- Muitos podem pensar sobre o alimento que
damental esse banho pela Palavra para que este seja a Igreja estará comendo nessa grande festa. Seriam
abençoado. Quanto mais isso será necessário rela- alimentos especiais, conforme os gregos, na anti-
tivamente ao preparo para as Bodas do Cordeiro? guidade, creditavam aos seus deuses?
“Mas ele lhes disse: Uma comida tenho para
comer, que vós não conheceis. Diziam, então, os
b) Jejum e oração
discípulos uns aos outros: Ter-lhe-ia, porventura,
“Respondeu-lhes Jesus: Podem, porventura,
alguém trazido o que comer? Disse-lhes Jesus: A
jejuar os convidados para o casamento, enquanto o
minha comida consiste em fazer a vontade daquele
noivo está com eles? Durante o tempo em que es-
que me enviou e realizar a sua obra. Não dizeis vós
tiver presente o noivo, não podem jejuar. Dias vi- que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém,
rão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; e, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já
nesse tempo, jejuarão.” (Mc 2.19-20) branquejam para a ceifa” (Jo 4.32-35).
Enquanto o noivo não retornar, é necessário Embora alguém possa alegar que, como Je-
o jejum. Faz parte do preparo para que a noiva este- sus Cristo se alimentou verdadeiramente com ali-
ja pronta quando chegar a hora de Seu retorno. mentos físicos mesmo após sua ressurreição em
corpo glorificado, seria correta a suposição de que
3. Vigilantes no céu também haverá alimentos a serem ingeridos
“Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a de forma semelhante, entendemos que Jesus Cris-
hora” (Mt 25.13). “Cingido esteja o vosso corpo, e to deu-nos uma revelação sobre aquele evento no
acesas, as vossas candeias. Sede vós semelhantes a versículo acima.
homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele Para a pessoa espiritual, seu alimento prin-
das festas de casamento; para que, quando vier e cipal constitui-se em fazer a vontade de Deus. Per-
bater à porta, logo lha abram. Bem-aventurados aque- ceba que os discípulos não conheciam aquela comi-
les servos a quem o senhor, quando vier, os encon- da. E Jesus Cristo, após dizer-lhes que havia um
tre vigilantes; em verdade vos afirmo que ele há de alimento diferente ainda mais saboroso e importan-
cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, te do que os alimentos físicos, deu-lhes uma revela-
os servirá.” (Lc 12.35-37) ção: vede os campos, que já branquejam para a ceifa.
Viver conforme aquela revelação se tornaria a comi-
4. Com a unção do Espírito Santo da dos discípulos fiéis durante todo o restante de
suas vidas: seu alimento também passou a ser ga-
É a unção que mantém a noiva de Cristo em
nhar as almas para o reino de Deus, seguindo a
atividade e lhe dá condições de permanecer pronta
revelação de Jesus e fazendo a vontade do Pai.
até o dia das Bodas do Cordeiro. E essa unção tem
Assim também, no céu, haverá um momen-
um preço. A salvação é gratuita, mas a unção tem
to em que a igreja conhecerá uma revelação como
que ser comprada com o preço da renúncia, da san- nunca antes tinha visto, e que por ela viverão duran-
tidade e da entrega total da vida a Deus. te toda a eternidade. Será um alimento que a man-
Vemos, na parábola das dez virgens, que terá para sempre.
apenas cinco delas haviam comprado suficientemen- “Vede que grande amor nos tem concedido
te. Quando chegou o noivo, as outras cinco tiveram o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus;
que sair para comprar, pois a unção não é conquis- e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o
tada gratuitamente. Leia Mateus 25.1-13. Que mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu
decepção terão aqueles que levam a vida leviana- a ele mesmo. Amados, agora, somos filhos de Deus,
mente, sem se preocuparem em adquirir a indis- e ainda não se manifestou o que haveremos de ser.
pensável unção do Espírito Santo! Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos
45
semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como 2. O anfitrião
ele é.” (1 Jo 3.1-2) A Bíblia mostra-nos que o próprio Se-
“Porque, agora, vemos como em espelho, nhor Jesus Cristo ser virá a mesa neste grande
obscuramente; então, veremos face a face. Agora, evento. Ele mesmo estará lá para dar-nos o
conheço em parte; então, conhecerei como tam- alimento pelo qual viveremos durante toda a
bém sou conhecido.” (1 Co 13.12) eternidade.
“e, assim, habite Cristo no vosso coração, “E digo-vos que, desta hora em diante, não
pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em beberei deste fruto da videira, até aquele dia em
amor, a fim de poderdes compreender, com todos que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu
os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a Pai.” (Mateus 26:29 RA)
altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cris- “Bem-aventurados aqueles servos a quem
to, que excede todo entendimento, para que sejais o senhor, quando vier, os encontre vigilantes; em
tomados de toda a plenitude de Deus” (Ef 3.17- verdade vos afirmo que ele há de cingir-se, dar-
19). Chegará o momento em que conheceremos a lhes lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá.”
plenitude de Deus. (Lc 12.37)

Conclusão

}
Vale a pena nos esforçarmos neste pequeno período terreno para
desfrutarmos as eternas bênçãos celestiais. O nosso Deus, que nos sustenta
e conduz, está preparando um evento sem igual, as bodas do Cordeiro, que
será o início de uma extraordinária vida que nunca mais deixaremos de viver.
“E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para
mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.” (Jo 14.3)
“Assim como meu Pai me confiou um reino, eu vo-lo confio, para
que comais e bebais à minha mesa no meu reino; e vos assentareis em
tronos para julgar as doze tribos de Israel.” (Lc 22.29-30)
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Anotações
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46
A Grande lição

Tribulação I 12
“porque nesse tempo haverá grande tri-
bulação, como desde o princípio do mundo
até agora não tem havido e nem haverá
jamais.” (Mt 24.21)

Intr odução
Introdução
A Bíblia mostra-nos que Deus é
longânimo e tardio em irar-se (2 Pe 3.9; Sl Igreja. Dessa forma, a última semana, que
corresponde a sete anos, será relacionada ao tempo
145.8). No entanto, a Sua justiça sempre é
de Israel. A Igreja já terá sido arrebatada.
executada. Em Jesus Cristo, foi executada a Esse período durará até a vinda de Jesus
justiça exigida pelo cometimento de pecados Cristo em glória (a segunda fase da volta de Jesus),
pelo ser humano. E, assim, o homem que crer logo antes do início do Milênio: “Logo em seguida à
nessa obra salvadora é justificado. No entan- tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não
to, para aqueles que não crerem, a execução dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento,
da justiça em decorrência do pecado perma- e os poderes dos céus serão abalados. Então, apare-
nece. E o cumprimento terreno desse juízo cerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os
(observe que não estamos falando, aqui, do povos da terra se lamentarão e verão o Filho do
juízo eterno, que veremos na lição relativa ao Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e
muita glória” (Mt 24.29-30).
Juízo Final) ocorrerá sobre o mundo e sobre
aqueles que nele habitam durante a grande 2. A duração
tribulação. Esse período também terá como Como já foi visto no estudo das setenta se-
objetivo o preparo de Israel para receber Je- manas de Daniel, ela durará sete anos. Será dividi-
sus Cristo como o Messias e, assim, entrar da em duas partes de três anos e meio. Na pri-
no Milênio. meira parte, será o momento em que o anticristo,
Pretendemos, nesta lição e nas seguintes, o grande líder político que governará o mundo,
não esgotar o assunto, mas apresentar os principais consolidará seu controle sobre a terra e será aceito
por Israel, realizando alianças. A segunda metade
eventos que ocorrerão nesse período.
serão os piores anos, quando se romperá a aliança
I. Onde e Quando com Israel e virão os maiores eventos de juízo so-
bre a terra. A estes anos a Bíblia se refere em
Ocorrerá Dn 7.25, Ap 11.1-2, Ap 12.6,14 e Ap 13.5.

1. O momento II. Jesus Cristo: o PPer


er
er--
A grande tribulação ocorrerá após a segun-
da vinda de Jesus Cristo. A Igreja não passará por sonagem Principal
esse momento, pois está livre da “ira vindoura”
(1 Ts 1.10; 5.9). 1. A visão do T Trrono
Conforme já foi visto em lição anterior, as Vemos, no capítulo quatro de Apocalipse, a
semanas de Daniel têm como objeto Israel, e não a visão que João, estando em espírito, teve do trono

47
de Deus. João fornece uma superficial descrição 3. Jesus Cristo: o único habilitado
daquele que estava no trono, o que cremos ter ocor- Todo o ministério de Jesus Cristo na terra
rido pela grandiosidade suprema de Deus e à im- teve como objetivo aperfeiçoá-lo para ações subli-
possibilidade de ser plenamente entendido pela mes: “embora sendo Filho, aprendeu a obediência
mente, ainda que João estivesse em espírito. Mas pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado,
alguns seres foram mais detalhadamente descritos: tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os
que lhe obedecem” (Hb 5.8-9). Embora sendo Deus,
a) Os anciãos Cristo precisou morrer como um cordeiro, e vencer
Ao redor do trono, estavam vinte e quatro para assumir esse papel de juízo sobre toda a terra.
anciãos assentados em tronos (Ap 4.4), represen- A justiça divina não permitia que ninguém mais exer-
tando a igreja do Antigo Testamento (as doze tribos cesse essa função, mas somente aquele que “a si
de Israel) e a igreja do Novo Testamento (represen- mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à
tada nos doze apóstolos). morte e morte de cruz” (Fp 2.8).
Aqueles anciãos estão coroados, mas depo- Deus continua preparando servos para exer-
sitam suas coroas diante do trono, rendendo glória cerem grandes ministérios preparados por Ele. Mas
e honra somente a Deus (Ap 4.9-11), reconhecen- para receberem essa habilitação, precisam passar
do que aquela coroa e a posição que ocupam não são pelo processo divino em obediência, segundo o
méritos próprios, mas sim do Criador, que tudo fez exemplo de Jesus Cristo.
para que estivessem naquele lugar.
4. O momento do juízo
b) Os seres viventes Em seu ministério terreno, Jesus Cristo veio
No meio e à volta do trono, havia quatro para salvar, não para julgar (Jo 12.47). No entanto,
seres viventes, que alguns teólogos entendem se- chegará o momento em que aparecerá como o juiz
rem seres angelicais, como os querubins menciona- de toda a terra.
dos em Ez 1.1-14 e Ez 10.20. No entanto, é pos- “Ora, não levou Deus em conta os tempos
sível que signifiquem a poderosa manifestação de da ignorância; agora, porém, notifica aos homens
Deus entre os homens, através de Jesus Cristo, que todos, em toda parte, se arrependam; porquan-
revelada nos evangelhos: o primeiro era semelhan- to estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo
te a leão, símbolo do evangelho de Mateus, em que com justiça, por meio de um varão que destinou e
Jesus é apresentado como rei; o segundo era seme- acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre
lhante a novilho, símbolo do evangelho de Marcos, os mortos” (At 17.30-31).
em que Jesus é apresentado como servo; o terceiro Jesus Cristo será o agente principal não so-
era com rosto como de homem, símbolo do evange- mente no Juízo Final, mas no juízo que virá sobre a
lho de Lucas, em que Jesus é apresentado como terra durante a Grande Tribulação.
Filho do Homem; o quarto era semelhante à águia,
símbolo do evangelho de João, em que Jesus é apre- III. A bertura
Abertura dos
sentado como Filho de Deus (Ap 4.6-8). Veremos,
mais adiante, que esses seres serão agentes ativos Seloss – Os Cavaleir
Selo os
Cavaleiros
na convocação dos cavaleiros que levarão juízo à
terra durante a grande tribulação (Ap 6.1-8). Conforme Jesus Cristo for abrindo os selos
do livro tomado da mão direita do Pai (Ap 4.7), even-
2. O livro do juízo tos, que cremos serem aqueles constantes naquela
Nas mãos do Pai, está um livro escrito por porção do livro irão ocorrendo. A cada selo que é
dentro e por fora, selado com sete selos, que, em aberto, mais uma parte do livro é exposta, ocorren-
todo o universo, somente Jesus Cristo estava habi- do mais eventos de juízo sobre a terra. Quando é
litado para abrir, pois “Ele é o Leão da tribo de Judá, aberto cada um dos primeiros quatro selos, cada ser
a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e os vivente chama um cavaleiro para castigar a terra,
seus sete selos” (Ap 5.5). totalizando quatro cavaleiros.

48
1. Primeiro Selo: Cavalo Branco Perceba que o cavaleiro anterior, embora
“Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu tivesse um arco, não promoveu guerra de início. Ao
cavaleiro com um arco; e foi-lhe dada uma coroa; e contrário, apareceu aparentando ser promotor da
ele saiu vencendo e para vencer.” (Ap 6.2) paz, fazendo alianças. No entanto, logo após sua
Muitos confundem este cavaleiro com Je- entrada, sua verdadeira estirpe começou a aparecer
sus Cristo. Mas não é. Leia Ap 19.11-16 e verifi- com o cavaleiro da guerra, seu seguidor.
que a grande diferença entre este personagem e o
verdadeiro Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. 3. Terceiro Selo: Cavalo Preto
Compare os títulos e os acompanhantes. A Jesus “Quando abriu o terceiro selo, ouvi o ter-
Cristo, “seguiam-no os exércitos que há no céu, ceiro ser vivente dizendo: Vem! Então, vi, e eis um
montando cavalos brancos, com vestiduras de linho cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na
finíssimo, branco e puro.” (Ap 19.14). Já, quanto ao mão. E ouvi uma como que voz no meio dos quatro
cavaleiro de Ap 6.2, seus seguidores são cavaleiros seres viventes dizendo: Uma medida de trigo por
hediondos, conforme veremos a seguir. um denário; três medidas de cevada por um denário;
Este cavaleiro é o anticristo. A semelhan- e não danifiques o azeite e o vinho.” (Ap 6.5-6)
ça com Cristo é proposital, pois o anticristo virá Esse cavaleiro é o símbolo da fome. Have-
como um salvador, e será reconhecido como mes- rá racionamento e altíssima inflação. As próprias
sias por Israel durante a primeira metade da Gran- guerras, os conflitos e os desentendimentos co-
de Tribulação. laborarão para que o caos econômico e social se
Seu cavalo é branco, a cor da paz, pois virá instale na terra.
prometendo paz para o mundo conturbado, e por
isso será aceito, sairá vencendo, obtendo alianças e 4. Quarto Selo: Cavalo Amarelo
impondo seu domínio como um vencedor. “Quando o Cordeiro abriu o quarto selo,
ouvi a voz do quarto ser vivente dizendo: Vem! E
2. Segundo Selo: Cavalo Vermelho olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro,
“Quando abriu o segundo selo, ouvi o se- sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava se-
gundo ser vivente dizendo: Vem! E saiu outro cava- guindo, e foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte
lo, vermelho; e ao seu cavaleiro, foi-lhe dado tirar a da terra para matar à espada, pela fome, com a mortan-
paz da terra para que os homens se matassem uns dade e por meio das feras da terra.” (Ap 6.7-8)
aos outros; também lhe foi dada uma grande espa- Após a guerra e a fome, chega a morte. Este
da.” (Ap 6.3-4) cavalo tem a cor da palidez da morte. Sua ação des-
Este cavaleiro simboliza as guerras que se truidora ocorreu principalmente através dos confli-
alastrarão sobre toda a terra, tanto entre exércitos tos (espada), da fome e das feras da terra. Entende-
quanto em contendas pessoais, homens matando mos serem as feras não somente animais selvagens,
uns aos outros. Será tirada a paz e instalados confli- mas seres patogênicos, como bactérias e vírus, em
tos intensos na terra, como nunca antes. gigantescas epidemias mundiais.

Conclusão

}
Nesta lição, vimos o caráter do anticristo e o início dos flagelos que
se abaterão sobre a terra durante a Grande Tribulação. Os selos estarão
sendo abertos e, após milhares de anos em que o evangelho de Deus tem
anunciado a salvação na terra, o mundo receberá as consequências por ter
rejeitado a oportunidade divina. Na próxima lição, continuaremos a estudar
o juízo de Deus neste período.
}
49
A Grande lição

Tribulação II 13
“porque chegou o grande Dia da ira deles;
e quem é que pode suster-se?” (Ap 6.17)

estrelas do céu caíram pela terra, como a figueira,


Intr odução
Introdução quando abalada por vento forte, deixa cair os seus
figos verdes, e o céu recolheu-se como um perga-
Na lição anterior, estudamos sobre a minho quando se enrola. Então, todos os montes e
abertura dos quatro primeiros selos, dando ilhas foram movidos do seu lugar.” (Ap 6.12-14)
início à Grande Tribulação. Agora, estudare- Neste momento, um terremoto na terra e um
mos sobre a abertura dos demais selos e, na abalo cósmico no céu marcarão o universo. Há quem
sequência, sobre os toques das sete trombe- afirme que esse abalo cósmico poderá ser o resultado
de uma explosão nuclear gigantesca, em que a atmos-
tas, que se iniciarão ao ser aberto o sexto selo.
fera retrocede sobre si mesma, proporcionando uma
Compreendemos que o juízo é uma tremenda pressão do ar que volta a encher o vazio
sequência de eventos, iniciando-se com a originado pelo primeiro momento da explosão e que
abertura dos selos, seguidos pelos toques causa muito da destruição nesses casos. Compare com
das trombetas e pelo derramamento das sete o descrito por Jesus Cristo em Mt 24.29.
taças da ira de Deus. Conforme um estudo preliminar do INGV
(Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia) da
I. Abertura dos Selos Itália, o terremoto de 8,9 graus de magnitude na
escala Richter que atingiu o Japão em março de
2011, seguido por um tsunami com ondas de até
1 . Quinto selo: visão dos san- dez metros de altura, pode ter deslocado em quase
t o s m ar t i r i z ad o s q u e cl am am po r 10 centímetros o eixo de rotação da Terra. Eventos
ju stiça ( Ap 6. 9- 11) semelhantes, porém em muito maior intensidade,
São aqueles que foram mortos por causa da ocorrerão na Grande Tribulação, deslocando a es-
palavra de Deus e do testemunho que sustentavam. trutura do planeta, suas placas tectônicas, o que
Receberam vestiduras brancas, símbolo da santida- causará a movimentação de montes e ilhas de seus
de, justiça e pureza, por terem renunciado tudo, locais originais.
inclusive a própria vida, pela sua fé em Deus. Estes Naquele momento, os homens reconhece-
são uma parte dos que serão salvos na Grande Tri- rão o juízo de Deus sobre a terra.
bulação. Muitos outros ainda estarão sendo mortos
na terra para serem salvos nesse período. 3. Sétimo selo: silêncio no céu, o
incensário com as orações dos santos e o
2. Sexto selo: abalo na terra e no céu início dos toques das sete trombetas
“Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e Possivelmente será um evento inédito (ou
sobreveio grande terremoto. O sol se tornou negro pelo menos raro) no céu que, normalmente, é um
como saco de crina, a lua toda, como sangue, as local de muitos sons pela glorificação permanente a
50
Deus. Todos parecem estar na expectativa do que tade que matou 92 pessoas. As pedras de gelo pe-
vai ocorrer. Com a abertura do sétimo selo, o céu savam quase 5 kg e caíam com velocidades próxi-
fica em silêncio por cerca de meia hora. As milhões mas de 150 metros por segundo. Ninguém soube
de orações dos santos tornam-se a atenção do céu. explicar tal evento, que ainda hoje causa muita dis-
Os milhões de orações clamando diante das injusti- cussão entre os especialistas (Wikipedia).
ças e sofrimentos recebidos na Terra sobem à pre- Conforme a Metsul meteorologia, uma das
sença de Deus com incenso de adoração. É o início mais violentas ondas de tempestades da história
de mais uma fase do juízo como resposta àquelas recente do Rio Grande do Sul atingiu o oeste e o
orações. norte do estado gaúcho na tarde e noite do sába-
“Então, vi os sete anjos que se acham em pé do 20 de outubro de 2007. Milhares de casas
diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas. foram destelhadas por pedras de granizo que, em
Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um alguns casos, chegaram a medir dez centímetros.
incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso Quem vivenciou a tempestade relata que o senti-
para oferecê-lo com as orações de todos os santos mento era de terror e impotência diante da fúria
sobre o altar de ouro que se acha diante do trono; e das pedras de gelo.
da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça Imaginemos o terror que serão os eventos
do incenso, com as orações dos santos. E o anjo meteorológicos diante da exacerbação das manifes-
tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o tações da natureza durante a Grande Tribulação.
atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e Fala-nos este juízo de grandes incêndios,
terremoto. Então, os sete anjos que tinham as sete provocados por fogo possivelmente originários de
trombetas prepararam-se para tocar.” (Ap 8.2-6) gigantescas tempestades elétricas e, quem sabe,
A abertura do sétimo selo determina o iní- até de erupções vulcânicas. Há quem presuma ser
cio dos toques das trombetas. isso também o resultado da queda de corpos celes-
tes, como meteoritos, sobre a superfície terrestre.
II. As T
Trrombetas 2. A segunda trombeta
“O segundo anjo tocou a trombeta, e uma
1. A primeira trombeta como que grande montanha ardendo em chamas foi
“O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve atirada ao mar, cuja terça parte se tornou em san-
saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados gue, e morreu a terça parte da criação que tinha
à terra. Foi, então, queimada a terça parte da terra, e vida, existente no mar, e foi destruída a terça parte
das árvores, e também toda erva verde.” (Ap 8.7) das embarcações.” (Ap 8.8-9)
Segundo a Wikipedia, o granizo forma-se Vários entendimentos deste juízo pressu-
quando pequenas partículas de gelo caem dentro põem a ocorrência de vulcões lançando suas lavas
das nuvens, recolhendo assim a umidade. Essa umi- no mar, ou da queda de gigantesco meteorito que
dade se congela e as partículas são levadas para provocaria reações em cadeia no oceano, provocan-
cima novamente pelas correntes de ar, aumentando do um grande desastre ecológico. Uma interpreta-
de tamanho. Isso acontece várias vezes, até que a ção simbólica, levando-se em conta que, em várias
partícula se transforma em granizo, que tem o peso passagens bíblicas os anjos são comparados a estre-
suficiente para vencer as correntes de ar e cair em las, astros celestes, afirma que seria uma interven-
direcção à terra. Quando a precipitação sólida pos- ção maléfica de um ser espiritual, presumivelmente
sui diâmetro acima de 5 mm, é chamada de saraiva. de origem satânica.
Diante dessa explicação, entendemos que quanto
mais forte for a corrente de ar, mais tempo a partícu- 3. A terceira trombeta
la ficará nesse processo, adquirindo tamanhos cada “O terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do
vez maiores. céu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes
O recorde das maiores pedras de granizo das águas uma grande estrela, ardendo como tocha.
foi alcançado em Bangladesh, durante uma tempes- O nome da estrela é Absinto; e a terça parte das

51
águas se tornou em absinto, e muitos dos homens grande explosão nuclear, pois foi da fumaça que sa-
morreram por causa dessas águas, porque se torna- íram os “gafanhotos” que atormentaram a terra por
ram amargosas.” (Ap 8.10-11) cinco meses. Os homens queriam morrer, tamanha
Grande parte dos teólogos entende esta a agonia causada por aquele mal, mas não morriam.
estrela como um “anjo caído”, que afetaria a quali- Aquele juízo não era para a morte, mas somente
dade da água para consumo humano. Absinto é um para sofrimento. Conforme essa interpretação, es-
arbusto de gosto muito amargo, símbolo da aflição e ses “gafanhotos” poderiam ser microorganismos ou
dos males que acometem a vida humana pela ação partículas físicas que causariam epidemias gerado-
do pecado. Eis, possivelmente, o porquê de ter sido ras de fortes doenças que deixariam os homens ago-
esse ser chamado por este nome. nizantes durante cinco meses.
Vários comentaristas, no entanto, conside-
4. A quarta trombeta rando o aspecto dos gafanhotos, entendem estes
“O quarto anjo tocou a trombeta, e foi como sendo demônios atormentadores, e não agen-
ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, tes físicos ou biológicos.
para que a terça parte deles escurecesse e, na
sua terça parte, não brilhasse, tanto o dia como 6. A sexta trombeta
também a noite. Então, vi e ouvi uma águia que, “O sexto anjo tocou a trombeta, e ouvi uma
voando pelo meio do céu, dizia em grande voz: voz procedente dos quatro ângulos do altar de ouro
Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das que se encontra na presença de Deus, dizendo ao
restantes vozes da trombeta dos três anjos que sexto anjo, o mesmo que tem a trombeta: Solta os
ainda têm de tocar!” (Ap 8.12-13) quatro anjos que se encontram atados junto ao gran-
É interessante perceber que os astros fo- de rio Eufrates. Foram, então, soltos os quatro an-
ram criados no quarto dia da criação da Terra. E se- jos que se achavam preparados para a hora, o dia, o
rão fortemente atingidos pela quarta trombeta. Pela mês e o ano, para que matassem a terça parte dos
interpretação literal, o universo seria afetado por homens. O número dos exércitos da cavalaria era
uma alteração cósmica, afetando a “vida” de todas de vinte mil vezes dez milhares; eu ouvi o seu nú-
as estrelas, inclusive do sol, influenciando tudo o mero.” (Ap 9.13-16)
que for dependente dele, como a terra e a lua. Ao soar a sexta trombeta, quatro anjos que
estão atados junto ao rio Eufrates serão soltos. Eles
5. A quinta trombeta mobilizarão (possivelmente induzindo as lideran-
“O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma ças mundiais) um exército de cavalaria com duzen-
estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave tos milhões de integrantes. Há quem afirme serem
do poço do abismo. Ela abriu o poço do abismo, e esses cavaleiros seres espirituais, mas, se atentar-
subiu fumaça do poço como fumaça de grande forna- mos para a forma dos cavalos e seus cavaleiros, ve-
lha, e, com a fumaceira saída do poço, escureceu-se rificaremos sua semelhança com os carros de com-
o sol e o ar. Também da fumaça saíram gafanhotos bate modernos, que poderão ter sido visualizados
para a terra; e foi-lhes dado poder como o que têm por João em sua visão. As couraças de cor de fogo,
os escorpiões da terra, e foi-lhes dito que não cau- jacinto e enxofre são a cor de muitos desses veícu-
sassem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa los camuflados. A boca da qual saía fogo, fumaça e
verde, nem a árvore alguma e tão-somente aos ho- enxofre ilustra muito bem um canhão desses blin-
mens que não têm o selo de Deus sobre a fronte. dados disparando. A porção traseira dos tanques,
Foi-lhes também dado, não que os matassem, e sim com suas metralhadoras e os pentes de projéteis
que os atormentassem durante cinco meses. E o poderiam muito bem ser vistos como serpentes. E
seu tormento era como tormento de escorpião quan- justamente “a força dos cavalos estava na sua boca e
do fere alguém.” (Ap 9.1-5) na sua cauda” (veja Ap 9.17-19).
Entendemos que um anjo abriu o poço do E esses cavaleiros, diferentemente dos
abismo, do qual saiu uma grande fumaça que tomou “gafanhotos” liberados quando soou a quinta
a atmosfera. Há quem afirme que se trata de uma trombeta, matavam, causando a morte da terça

52
parte dos homens. Eram as guerras se estabele- Com as taças, sete flagelos se abatem so-
cendo pela Terra. bre a humanidade:

7. A sétima trombeta 1. Primeira taça: úlceras malignas e perni-


“O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve ciosas as portadores da marca da besta.
no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo 2. Segunda taça: desastre no mar, causando
se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele a morte de todo ser vivente marítimo.
reinará pelos séculos dos séculos. E os vinte e qua- 3. Terceira taça: rios e fontes de água tor-
tro anciãos que se encontram sentados no seu tro- nam-se em sangue.
no, diante de Deus, prostraram-se sobre o seu ros-
4. Quarta taça: superaquecimento do sol.
to e adoraram a Deus” (Ap 11.15-16)
5. Quinta taça: derramada sobre o trono da
Este é o momento em que Deus é exaltado
e glorificado. Seus juízos são considerados como besta, cujo reino se tornou em trevas; marcada por
louvor da sua glória. angústias, úlceras e dores nos homens da terra.
6. Sexta taça: o rio Eufrates é seco, para a
preparação do caminho para os exércitos que virão
III. As Taças
Taças contra Israel no vale do Armagedom.
7. Sétima taça: gigantesco terremoto, afe-
Nos capítulos 15 e 16 de Apocalipse, te- tando as grandes cidades, montanhas e ilhas. Tam-
mos a descrição do derramamento das sete taças da bém grande chuva de saraiva com pedras de cerca
ira de Deus: de um talento (cerca de 34 kg), indicando, conforme
“Ouvi, vinda do santuário, uma grande voz, vimos no mecanismo de formação da saraiva, uma
dizendo aos sete anjos: Ide e derramai pela terra as convulsão atmosférica inédita, com imensas turbu-
sete taças da cólera de Deus.” (Ap 16.1) lências e tempestades.

Conclusão

} Os juízos estão derramados sobre a terra. A Grande Tribulação


encaminha-se para o seu final, culminando com a grande batalha, em
que Israel será levado ao extremo de sua resistência até que seja livra-
do por Jesus Cristo, vindo em glória para estabelecer seu reino Milenar.

Anotações
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53
A Grande lição

Tribulação - III 14
“e todo espírito que não confessa a
Jesus não procede de Deus; pelo
contrário, este é o espírito do
anticristo, a respeito do qual tendes
ouvido que vem e, presentemente, já
está no mundo.” (1 Jo 4.3) chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas
e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia.” (Ap 13.1)
O Anticristo será um líder político que
aglutinará o apoio de todo o mundo. Chegará falan-
Intr odução
Introdução do de paz e de solução para as calamidades que
assolam a Terra.
É interessante percebermos, já em nos- Os chifres representam poderes, significan-
sos dias, as características do ambiente que do que estará diretamente na liderança de dez na-
reinará na Terra na Grande Tribulação. O ser ções ou confederações de nações que lhe darão le-
gitimidade para agir. Vemos hoje vários grupos polí-
humano orgulhoso, que se opõe a Deus, não
ticos e econômicos se formando. As crises mundi-
reconhecendo Sua soberania e desprezando
ais, em que problemas em uma nação ou confedera-
tudo o que a Ele se relaciona, é uma realidade ção afetam as demais, exigirão que um mediador
predominante já em nossos dias. As pessoas entre todos leve ao fortalecimento global. Esse é o
preferem acreditar em naves extraterrestres ambiente propício à aceitação do Anticristo.
(OVNIs) do que nos milagres de Deus.
A influência do espírito do Anticristo 1.1. Características
apenas está detida pela presença do Espírito A seguir, veremos algumas de suas caracte-
Santo na Igreja. Mas na Grande Tribulação, rísticas para identificarmos a linha de seu domínio:
quando a Igreja tiver sido arrebatada, ela che-
a) Governará com o poder conferido
gará à sua plenitude.
pelo próprio Satanás.
A seguir, estudaremos sobre alguns
“A besta que vi era semelhante a leopardo,
eventos e personagens que serão proeminen- com pés como de urso e boca como de leão. E deu-
tes nesse período de juízo sobre a Terra. lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande
autoridade.” (Ap 13.2)
I. As Bestas b) Será abertamente inimigo de
Deus.
No capítulo 13 de Apocalipse, vemos duas “o qual se opõe e se levanta contra tudo
bestas: uma que sobe da terra e outra que emerge
do mar. que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de
assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se
1. O Anticristo como se fosse o próprio Deus.” (2 Ts 2.4)
“Vi emergir do mar uma besta que tinha dez
c) Será caracterizado pela iniquidade.
54
“Ninguém, de nenhum modo, vos engane, 1.2. Sua atuação
porque isto não acontecerá sem que primeiro venha O Anticristo será aceito por Israel como o
a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, Messias e fará uma aliança com esta nação. No
o filho da perdição” (2 Ts 2.3). entanto, romperá a aliança na metade da Grande
Tribulação e passará de aliado a inimigo (leia Dn
d) Fará sinais extraordinários. 9.27; 8.24; Ap 13.7), em período ao fim do qual
“Então, vi uma de suas cabeças como golpeada fará convergir nações do mundo inteiro para com-
de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a bater Israel, reunindo-se no Vale do Armagedom
terra se maravilhou, seguindo a besta” (Ap 13.3).
– leia Ap 16.13-16 - para então dirigirem-se ao
A cabeça golpeada de morte pode ser a sua
Vale de Josafá, onde compreendemos que ocor-
própria, num falecimento quase consumado, ou a
rerá efetivamente a grande batalha (leia Jl 3.2,9-
reestruturação de um dos governos sobre o qual
possui autoridade. De qualquer forma, todos se 13) – veremos mais detalhadamente este assun-
maravilharão de seu desempenho e render-se-ão ao to na próxima lição.
seu domínio.
2. O Falso Profeta
e) Agirá com o poder que lhe foi dado “Vi ainda outra besta emergir da terra; pos-
durante três anos e meio. suía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava
A primeira metade da Grande Tribulação será como dragão.” (Ap 13.11)
seu estabelecimento (até que seja revelado). Na
A besta que sobe da terra é o Falso Profeta.
segunda metade, ele agirá com toda a força que
Satanás lhe conferiu. Vejamos algumas de suas características.
“Foi-lhe dada uma boca que proferia arro-
gâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta 2.1. Características
e dois meses” (Ap 13.5). a) Possui dois chifres, possivelmente repre-
sentando o poder político e religioso (Ap 13.12)
f) Pelejará contra aqueles que esti- b) Faz com que a terra e seus habitantes
verem ao lado de Deus e os vencerá. adorem o Anticristo (Ap 13.12)
“Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra
c) Opera grandes sinais, e até fogo do céu
os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade
sobre cada tribo, povo, língua e nação” (Ap 13.7). faz descer à terra (Ap 13.13)
d) Comunica fôlego à imagem da besta, a
g) Receberá adoração como se fosse quem os homens deverão adorar (Ap 13.15)
Deus.
“e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a 2.2. Sua ação
terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no O Falso Profeta será um grande líder religi-
Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a oso que aglutinará a humanidade à adoração que ele
fundação do mundo” (Ap 13.8). estabelecer. Além de levar os homens à adoração
do Anticristo, coordenará a implantação do “núme-
h) Age com poder, sinais e prodí- ro da besta”.
gios de mentira; mas já conhece a sua con-
“A todos, os pequenos e os grandes, os ri-
denação.
cos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes
“Com efeito, o mistério da iniquidade já
seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a
opera e aguarda somente que seja afastado aquele
que agora o detém; então, será, de fato, revelado o fronte, para que ninguém possa comprar ou vender,
iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou
de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua o número do seu nome. Aqui está a sabedoria. Aque-
vinda. Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a le que tem entendimento calcule o número da bes-
eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e pro- ta, pois é número de homem. Ora, esse número é
dígios da mentira” (2 Ts 2.7-9 RA). seiscentos e sessenta e seis” (Ap 13.16-18).

55
2.3. A tentativa de imitação, pelo Falso Profeta, das atividades do Espírito Santo

O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trin- O Falso Profeta é a terceira pessoa da


dade (Mt 28.19). trindade satânica (Ap 16.13).
O Espírito Santo leva os homens à verdade O Falso Profeta leva os homens ao erro
(Jo 16.13). (Ap 13.11,14).
O Espírito Santo glorifica a Cristo (Jo O Falso Profeta glorifica o Anticristo
16.13,14). (Ap 13.12).
O Espírito Santo fez fogo cair no Pentecos- O Falso Profeta fará o mesmo diante dos
tes (At 2.3). homens (Ap 13.13).
O Espírito Santo dá a vida (Rm 8.2). O Falso Profeta mata (Ap 13.15).
O Espírito Santo marca com um selo todos O Falso Profeta marcará com um selo to-
os que pertencem a Deus (Ef 1.13). dos aqueles que adoram a Satanás
(Ap 13.16,17; 14.9; 15.2).

II. Os 144000 judeus III. As Duas Testemu-


Testemu-
mar cados
marcados nhas (Ap 11.3-13)
A Bíblia mostra-nos que serão marcados No capítulo onze de Apocalipse, a Bíblia
12000 judeus de cada tribo (exceto Dã e Efraim, no nos fala de duas testemunhas que profetizarão
lugar de quem entraram José e Levi) para serem durante mil duzentos e sessenta dias, correspon-
preservados. Possivelmente sua missão será o tes- dendo a três anos e meio. Ninguém poderá detê-
los. Haverá grande autoridade em sua palavra,
temunho de Jesus Cristo. Hoje, existe um grupo
podendo até mesmo impedir a ocorrência de chu-
crescente a nível mundial chamado “Judaísmo
va, transformar água em sangue, bem como ferir a
Messiânico”. Já conta com milhares de membros. terra com toda sorte de flagelos quantas vezes
São judeus que aceitam Jesus Cristo como o Messi- quiserem.
as e cuja missão é comunicar a boa nova aos seus Após terem concluído sua missão, serão
patriotas. Será um movimento como esse instaura- mortas pela besta e expostas em Jerusalém durante
do na Grande Tribulação? É possível que sim. três dias e meio. Todo o mundo os verá (hoje sabe-
“Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, mos, naturalmente, que isso será possível pelos
nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do avançados meios de comunicação) e realizarão fes-
nosso Deus. Então, ouvi o número dos que foram tas para comemorar suas mortes, tamanho o pavor
que provocarão. Após aqueles dias em que estarão
selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de
mortos, ressuscitarão, sendo vistas pelos seus ini-
todas as tribos dos filhos de Israel” (Ap 7.3-4). migos, enquanto estará ocorrendo um grande ter-
remoto, fazendo com que as pessoas deem glória
ao Deus do céu.
Não há unanimidade relativamente a es-
tas testemunhas. Alguns afirmam que sejam
Enoque e Elias, pois ambos não morreram e teri-

56
am que morrer para cumprirem a palavra registra- Ainda, há quem afirme serem duas pesso-
da em Hb 9.27: “E, assim como aos homens está as normais, contemporâneas desses eventos, que
ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois estarão na terra nessa época como mensageiros
disto, o juízo”. de Deus, recebendo extraordinária autoridade
para pregar ao mundo.

Conclusão

} A Grande Tribulação será um momento em que a majestade


de Deus se manifestará sobre a terra. Será, também, o julgamento
do mundo pelas suas injustiças e a preparação de Israel para o
Milênio, período que estudaremos mais adiante.

Anotações
}
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57
Final da Grande T ribulação
Tribulação lição

e Início do Milênio 15
“Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles
aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as
almas dos decapitados por causa do testemunho
de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus,
tantos quantos não adoraram a besta, nem
tampouco a sua imagem, e não receberam a marca
na fronte e na mão; e viveram e reinaram com
Cristo durante mil anos.” (Ap 20.4)

Intr odução
Introdução apóia tal denominação. É lamentável dizer aos que
assim aprenderam, mas a batalha do Armagedom
Veremos, nesta lição, os eventos que não existe na Bíblia.
marcarão o final da Grande Tribulação e o Vejamos, primeiro, o que é Armagedom. Essa
Milênio. palavra é uma transliteração grega da expressão
hebraica “Har Megido”, que significa Monte de
Megido. No litoral Nordeste de Israel, costeando o
I. A Segunda Fase da Mar Mediterrâneo, há uma planície, chamada de
Vinda de Jesus Saron. Indo-se em direção ao interior do país, na
direção Oeste, há a Cordilheira do Monte Carmelo.
Após essa cordilheira, há um vale extraordinaria-
O marco divisório entre a Grande Tribula-
ção e o Milênio é a segunda fase da vinda de Jesus. mente fértil, que corre na direção Norte-Sul entre a
Esse grande evento se dará como clímax da grande Cordilheira do Carmelo e a cordilheira central, que
batalha, em que as forças do Anticristo serão derro- corta Israel também na direção Norte-Sul. Esse vale
tadas pelo Senhor Jesus. é chamado de Esdraelom ou Jezreel.
“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; Nesse vale se pode entrar, vindo do Oeste,
sobre a terra, angústia entre as nações em perplexi- do lado do Mar Mediterrâneo, por uma estrada que
dade por causa do bramido do mar e das ondas; passa por uma fenda na Cordilheira do Carmelo,
haverá homens que desmaiarão de terror e pela ex- chamada de Via Maris nos tempos antigos. Pelo lado
pectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois oposto, vindo do leste, do lado do Rio Jordão, há
os poderes dos céus serão abalados. Então, se verá também uma passagem na cordilheira central, por
o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e meio da qual entravam os invasores que vinham do
grande glória.” (Lc 21.25-27) Leste. Justamente nessa ligação entre as passagens
leste-oeste, há uma estrada que corta o vale na di-
reção norte-sul, que deixa o Líbano ao Norte e vai
II. A Grande Batalha em direção a Jerusalém, no Sul, formando-se assim
um entroncamento que distribui todas as rotas do
1. V ale do Armagedom: um esclare-
Vale Vale de Jezreel. Quem dominar esse entroncamen-
cimento bíblico e geográfico to, dominará as terras mais férteis de Israel. A pou-
a) A origem do termo Armagedom cas centenas de metros desse entroncamento está
Essa grande batalha é chamada comumente o Monte de Megido, sobre cujo topo tanto o Rei
de Batalha do Armagedom. Contudo, a Bíblia não Salomão quanto o Rei Acabe construíram a cidade
58
fortificada de Megido. Por isso, esse vale também é está abaixo. Assim, terão que subir desde
chamado de Vale de Har Megido (Vale do Monte de Armagedom até a região de Jerusalém e, estando
Megido), ou Vale do Armagedom. em Jerusalém, terão que descer.

b) Armagedom: um ponto de encontro


A única vez que a Bíblia menciona III. A Aniquilação do
Armagedom é em Ap 16.16. Ali, de forma alguma é Anticristo
mencionada qualquer batalha, mas apenas consta
que os exércitos que se levantarão contra Israel se-
rão ajuntados por espíritos malignos “no lugar que A batalha durará um dia, e aquele dia será
em hebraico se chama Armagedom”. de penumbra (Zc 14.6,7), o sol escurecerá, a lua
não dará a sua claridade (Mt 24.29,30; Mc 13.24-
c) Jerusalém: o local da batalha 27; Jl 3.15). O Anticristo e suas hostes serão ani-
Porém, tanto Zacarias quanto Joel profeti- quilados pela interferência de Jesus Cristo (2 Ts
zaram que a grande batalha se dará em Jerusalém. 2.8; Ap 19.21; Is 66.15-16).
Ora, Jerusalém fica a 135km de Megido, mais de Não podemos afirmar que assim será, mas
700m acima em relação ao nível do mar. Portanto, a Bíblia sugere, pelo diagnóstico daquilo que su-
não há qualquer razão para dizer que a batalha será cederá com os guerreiros aliados ao Anticristo,
no Monte Megido. que haverá o uso de armas nucleares (Zc 14.12).
Num primeiro momento, o Anticristo sitia- Será grande a mortandade (Jl 3.14; Ap 19.20,21).
rá e tomará Jerusalém (Zc 12.2 e 14.1,2). Os ju- Os mortos servirão de pasto para os abutres (Ap
deus, contudo, lutarão furiosamente (Zc 14.14).
19.17,18) e o enterro durará sete meses (Ez
Quando tudo parecer perdido, Jesus descerá
39.14,15).
do céu e pisará sobre o monte das Oliveiras, cumprin-
Cumprir-se-á, neste momento, a última pre-
do a profecia dos anjos, proferida quando Ele ascendeu
ao céu (At 1.11; Zc 14,3,4), e o monte se fenderá. dição das setenta semanas de Daniel, quando a des-
Jesus virá junto com a igreja e seus anjos (Zc 14.5; Ap truição que está determinada se derramará sobre o
19.14), com poder e grande glória. Anticristo (Dn 9.27).

d) Vale de Josafá: a batalha final IV


IV.. A Conversão dos
A batalha final entre as forças aliadas ao
Anticristo e Jesus se dará no Vale de Josafá, junto a Judeus
Jerusalém. Esse vale é identificado com o também
chamado Vale de Cedrom, e é uma profunda de- Quanto virem Jesus pelejar por eles nessa
pressão que se interpõe entre o Monte Moriá – grande batalha, os judeus de todo o mundo serão
onde assenta-se a esplanada do templo – e o Monte alcançados (Zc 12.7; Mt 24.21), e os judeus que
das Oliveiras.
estiverem em Jerusalém irão chorar amargamente
Joel diz que o próprio Deus fará com que
reconhecendo que mataram o Messias (Zc 12.10).
eles desçam ao Vale de Josafá (Jl 3.2), usando a
O choro que haverá em Jerusalém será comparado
palavra hebraica “yarad” para “desçam”. A seguir,
no verso 12, Joel profetiza que esses exércitos ao pranto que houve no dia em que o Rei Josias –
subirão ao Vale de Josafá, usando aí a palavra amado em Israel – foi morto pelo exército egípcio
hebraica “alah” para “subam” (Almeida Revista e (Zc 12.11; 2 Cr 35.22-25).
Corrigida). Como poderão ao mesmo tempo su- Essa será a restauração de Israel (Is 4.5),
bir e descer? que se aproximará do Senhor (Os 3.4,5) e nunca
A resposta é que, em relação a Armagedom, mais dEle se apartará (Is 59.20,21). Este será o
o Vale de Josafá está acima. Mas, em relação à cida- remanescente de que fala o apóstolo Paulo em
de de Jerusalém e seus arredores, o Vale de Josafá Rm 9.27,28.

59
de ressurreição de mortos. Os mártires da Gran-
V. A Prisão Definitiva de Tribulação, que foram decapitados por causa
also Pr
da Besta e do FFalso ofeta
Profeta do testemunho de Jesus, e que esperavam diante
do trono (Ap 6.10; 7.13-16), serão ressuscita-
Após a aniquilação do Anticristo, a besta e dos, encerrando-se, então, primeira ressurreição
o falso profeta serão aprisionados e lançados vivos (Ap 20. 4-6).
no lago de fogo e enxofre (Ap 19.20).
VIII. O Julgamento das
VI. A Prisão Temporá- Nações
Temporá-
ria do Diabo
Serão julgadas as nações. As que tiverem
O diabo será preso pelo espaço de mil anos sido a favor dos judeus, serão abençoadas; as de-
“Então, vi descer do céu um anjo; tinha na mais serão amaldiçoadas (Mt 25.31-46).
mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele
segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo,
Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abis-
IX. Instauração do
mo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não Reino Milenia
Mileniall
mais enganasse as nações até se completarem os
mil anos. Depois disto, é necessário que ele seja Finalmente, Jesus submete todos os seus
solto pouco tempo” (Ap 20.1-3) inimigos e instaura o seu reino milenial.
Cristo derrota todos os inimigos e ins-
VII. A Última Fase da taura um reino mundial, sobre todas as nações,
regendo-as com vara de ferro. Nesse momento,
Primeira Ressurreição aquele que foi morto e sobre ele puseram o títu-
lo “Jesus Nazareno Rei dos Judeus” será procla-
Assim como na primeira fase, a segunda mado como Rei dos Reis e Senhor dos Senhores
fase da vinda de Jesus também será acompanhada (Ap 19.15,15).

Conclusão

}
As profecias se cumpriram quando Jesus veio à terra como ser-

} vo, como cordeiro de Deus, e assim foi crucificado. Assim também a


profecia se cumprirá, e um dia Ele virá como o noivo da igreja. Por fim,
junto com a Sua noiva, o servo virá como Rei, e reinará sobre tudo.
Aquilo que o diabo queria lhe dar sob a condição de adorá-lo – os
reinos deste mundo e a glória deles – Jesus obterá – por direito - por ter
se submetido completamente ao Pai.

Anotações
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60
Milênio e Juízo Final lição

“Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco.


16
O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro
e julga e peleja com justiça...e seguiam-no
os exércitos que há no céu, montando
cavalos brancos, com vestiduras de linho
finíssimo, branco e puro.” (Ap 19.11,14)

Intr odução
Introdução
O Milênio será a última era da Terra
como a conhecemos. Como o nome indica,
durará mil anos (Ap 20.4-6). No Milênio,
Deus provará que a vida nas condições do
Éden é possível.

I. O Reino de Cristo
Jesus explicou que a autoridade concedida
1. As predições no Antigo Testa-
Testa- aos crentes será de acordo com a fidelidade presta-
mento da no trabalho do Senhor (Lc 19.16-19).
Cristo reinará na terra a partir da Nova Jeru-
salém, que descerá do céu (Ap 21.22,23). Embora b) Apóstolos
os judeus O tivessem rejeitado, Ele reinará sobre o Segundo nos dá a entender Mateus 19.28,
Seu povo (Lc 1.32,33). os apóstolos auxiliarão o reino do Cordeiro julgan-
Daniel teve a visão de Cristo vindo em gló- do as doze tribos de Israel.
ria e estabelecendo Seu reino sobre todos os po-
vos, nações, homens e línguas (Dn 7.13,14). Essa c) Davi
profecia se cumprirá no milênio. Ao trono de Jesus na Nova Jerusalém, en-
Isaías também teve a mesma visão quando tende-se que corresponderá um trono na Jerusalém
declarou que o governo estaria sobre os ombros de terrestre ocupado por Davi, ressuscitado (Jr 30.9;
um menino que um dia iria nascer (Is 9.6,7). Ez 37.25).
Por meio de Jesus, se unificará o governo so-
bre Israel e sobre todas as nações (Is 24.23; Ez 37.22). 3. A restauração total de Israel
Israel será totalmente restaurado. O tem-
2. Coparticipação no reinado de plo será reconstruído e todo o sistema de culto será
Cristo recomeçado (Ez 40-46; 37.26-28; Zc 14.16-17).

a) Igreja 4. A restauração do planeta Terra


A igreja sentará no trono com Jesus (Ap O Milênio será tempo de restauração total,
3.21). Os crentes, então, serão governadores so- inclusive da terra. Por essa causa, Jesus denominou
bre a terra (Ap 20.4,a; 5.9-10; 2 Tm 2.12). o milênio de “regeneração” (Mt 19.28).

61
II. As Bênçãos do Milênio
Aumentará a longevidade dos homens Is 65.20
As colheitas não serão frustradas Is 65.21
As orações terão respostas céleres Is 65.24
Os filhos serão obedientes Is 65.23
Haverá justiça social Is 65.23
A ferocidade desaparecerá até dos animais Is 65.25
Haverá alegria Is 9.3,4; 12.3-6; 17.7,8
A santidade do Senhor dominará a terra Is 1.25-28; 4.3,4
A glória de Deus encherá o mundo Is 24.23
Abundância de saúde Is 29.17-19; 35.5-6

III. Satanás Será Solto no falso profeta, a besta e o diabo já estarão no lago de
fogo e enxofre.
Final do Milênio
Quando Satanás for solto, no final do Milê- 1. O Juiz
nio, novamente os homens serão seduzidos por ele A descrição do Juízo Final começa com a
(Ap 20.7,8). Esse evento demonstrará a justiça do visão do grande juiz. Aquele que hoje é o advogado
castigo eterno que o diabo sofrerá e, por outro lado, dos que buscam o perdão de seus pecados diante
o quanto é incorrigível a natureza humana. Não ha- de Deus (1 Jo 2.1), naquele dia será o juiz, assenta-
verá desculpa de pobreza e nem qualquer motivo do sobre um majestoso trono branco (Ap 20.11).
que justificaria a revolta dos homens, pois a terra A Sua presença será tão impressionante,
nunca terá experimentado tanta prosperidade e que todas as coisas se tornarão insignificantes, e a
benesses. Será simplesmente o sentimento de re- atenção de todos estará voltada para ele. Esse é o
beldia do homem que o fará se levantar, mais uma momento em que se cumprirá a profecia de Fp
vez, contra o Rei. 2.10: todo joelho se dobrará diante do trono.
O sucesso do diabo será tão grande no Todos, desde o começo da humanidade; grandes
seu intento, que a multidão dos povos cobrirá a e pequenos, sem exceção, reconhecerão aquele
terra (Ez 38). que há de julgá-los.
O juízo de Deus, então, será implacável.
Tanto Ezequiel quanto o Apocalipse dizem que Deus 2. A abertura dos livros
mandará fogo do céu para consumir os inimigos que Então, se dará a mais impactante cena de
se levantarem contra a santa cidade (Ap 20.9; Ez
todos os tempos: se abrirão os livros. E todos os
38.22).
mortos serão julgados de acordo com o que está
Satanás terá seu destino final, sendo lança-
nos livros. Não importa o que disseram os teólogos,
do no lago de fogo e enxofre, onde será atormenta-
nem as Convenções de Pastores, nem os críticos
do pelos séculos dos séculos (Ap 20.10).
liberais, nem os agnósticos, céticos e ateus. Cada
um vai se defrontar com o que está nos livros, e suas
IV
IV.. Juízo Final obras serão confrontadas com todos e cada um dos
mandamentos, obra por obra (Ap 20.12). Não have-
O último ato de Deus, antes do fim de to- rá quem os defenda, ninguém poderá dizer que aquilo
das as coisas, será o Juízo Final. Nesse momento, o que está escrito não está nos livros.

62
3. Um julgamento individual Senhor! Porventura não temos nós profetizado em
Ninguém poderá se esconder na sombra de teu nome, e em teu nome não expelimos demônios,
outrem. O julgamento será individual, “um por um”, e em teu nome não fizemos muitos milagres?”. En-
diz a Palavra (Ap 20.13,b). A sensação será a mes- tão, diante de uma multidão incontável de perdidos,
ma que sente alguém que lhe arrancam as roupas de almas que até os ouviram pregar suas lindas
diante de uma multidão. Não há como se esconder. mensagens, ouvirão o Juiz dizer-lhes explicitamen-
Nesse momento, as palavras de Jesus em Mc 4.22 te: “nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os
que praticais a iniquidade” (Mt 7.22,23).
se cumprirão: tudo o que até então esteve oculto se
Então, todos os que estavam aguardando
revelará, à vista de todos.
o julgamento no inferno, juntamente com a
Depois de ter comparadas as suas obras com
morte, serão lançados para dentro do lago de
o que está nos livros, o julgado saberá se o seu fogo (Ap 20.14).
nome está escrito no outro livro que se abrirá: o
Livro da Vida. O relato bíblico não menciona que
V. Novo Céu e Nova Ter
Ter ra
erra
alguém terá ousadia de contestar a ausência de seu
nome no Livro da Vida, pois, antes da conferência
Depois de todas essas coisas, vencido o
dos nomes no Livro, já terá sido feita a conferência
pecado, julgado Satanás e seus demônios, aprisio-
das obras (Ap 20.15).
nados com Satanás todos os homens que rejeitaram
a salvação de Deus, estando limpo o Universo do
4. A perplexidade dos apóstatas e princípio de rebelião que começou no coração de
liberais Lúcifer, estará preparado o tempo e as condições de
Somente um grupo destoará da terrível re- Deus fazer novas todas as coisas.
signação que se abaterá sobre a multidão. Será o Então se fará novos céus e nova terra. E
grupo dos crentes apóstatas e liberais. A consciên- Deus ali habitará com o Seu povo. “E lhes enxugará
cia desses miseráveis estará tão cauterizada que, dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já
mesmo diante dos livros, não se convencerão (Hb não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as
6.4-6). Jesus diz que, então, eles gritarão “Senhor, primeiras coisas passaram” (Ap 21.4).

Conclusão

}
Por tudo o que espera os santos, e por tudo o que

} espera os perdidos, vale a pena passar por lutas, provações e


perseverar até o fim, pois aquele que perseverar até o fim
esse será salvo (Mt 24.13). Por fim, não esqueçamos que “a
nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno
peso de glória, acima de toda comparação” (2 Co 4.17).

Anotações
_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

63
Bibliografia
CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 8ª Ed. Hagnos. SP. 2006.
JOSEFO, Flavio. História dos Hebreus. CPAD. 5ª Ed. Rio de Janeiro.1999
REFIDIM. Escatologia. Livro-Texto Módulo IV. Volume 8. 2ª Ed. EPOS. SC. 2006.
SILVA, A.G. Daniel e Apocalipse. 3ª Ed. EETAD. SP. 1999.
SILVA, A.G. Escatologia Bíblica. 2ª Ed. EETAD. SP. 1997.
BURKETT, Bill Pentecostais ou Carismáticos? 3ª Ed. CPAD 2001
www.chabad.org.br/ciclodavida/casamento/casamento.html#ritual
www.wikipedia.org
www.who.int, acessado em 27.07.2011
www.fao.org, acessado em 28.07.2011
www.nsf.gov, acessado em 27.07.2011

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64
Expediente
AUTORES
Pr. Humberto Schimitt Vieira
(Lições de 1 a 9 e 15 a 16)
Pr. James Schimitt Vieira
(Lições 10 a 14)

EDITOR
Pr. James Schimitt Vieira

REVISÃO DOUTRINÁRIA
Conselho de Doutrina da Convenção de
Ministros da IPAD – Ministério Restauração

REVISÃO GRAMATICAL E ORTOGRÁFICA


Ana Schimitt
Isabel Cristina Schimitt Vieira
Moisés Alves
Mári Schirmer

DIAGRAMAÇÃO
Ramo da Videira

CAPA
Mári Schirmer

2
Final da Grande T ribulação
Tribulação lição

e Início do Milênio 15
“Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles
aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as
almas dos decapitados por causa do testemunho
de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus,
tantos quantos não adoraram a besta, nem
tampouco a sua imagem, e não receberam a marca
na fronte e na mão; e viveram e reinaram com
Cristo durante mil anos.” (Ap 20.4)

Intr odução
Introdução apóia tal denominação. É lamentável dizer aos que
assim aprenderam, mas a batalha do Armagedom
Veremos, nesta lição, os eventos que não existe na Bíblia.
marcarão o final da Grande Tribulação e o Vejamos, primeiro, o que é Armagedom. Essa
Milênio. palavra é uma transliteração grega da expressão
hebraica “Har Megido”, que significa Monte de
Megido. No litoral Noroeste de Israel, costeando o
I. A Segunda Fase da Mar Mediterrâneo, há uma planície, chamada de
Vinda de Jesus Saron. Indo-se em direção ao interior do país, na
direção Leste, há a Cordilheira do Monte Carmelo.
Após essa cordilheira, há um vale extraordinaria-
O marco divisório entre a Grande Tribula-
ção e o Milênio é a segunda fase da vinda de Jesus. mente fértil, que corre na direção Norte-Sul entre a
Esse grande evento se dará como clímax da grande Cordilheira do Carmelo e a cordilheira central, que
batalha, em que as forças do Anticristo serão derro- corta Israel também na direção Norte-Sul. Esse vale
tadas pelo Senhor Jesus. é chamado de Esdraelom ou Jezreel.
“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; Nesse vale se pode entrar, vindo-se do Oes-
sobre a terra, angústia entre as nações em perplexi- te, desde o Mar Mediterrâneo, por uma fenda na
dade por causa do bramido do mar e das ondas; Cordilheira do Carmelo, onde há uma estrada que,
haverá homens que desmaiarão de terror e pela ex- nos tempos antigos, era chamada de Via Maris. Pelo
pectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois lado oposto, ao Leste, desde o Rio Jordão, há tam-
os poderes dos céus serão abalados. Então, se verá bém uma passagem na cordilheira central, por meio
o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e da qual entravam os invasores que vinham do Leste.
grande glória” (Lc 21.25-27). Justamente nessa ligação entre as passagens Leste-
Oeste, há uma estrada que corta o vale na direção
Norte-Sul, que deixa o Líbano ao Norte e vai em
II. A Grande Batalha direção a Jerusalém, no Sul, formando-se assim um
entroncamento que distribui todas as rotas do Vale
1. V ale do Armagedom: um esclare-
Vale de Jezreel. Quem dominar esse entroncamento, do-
cimento bíblico e geográfico minará as terras mais férteis de Israel. A poucas
a) A origem do termo Armagedom centenas de metros desse entroncamento está o
Essa grande batalha é chamada comumente Monte de Megido, sobre cujo topo tanto o Rei
de Batalha do Armagedom. Contudo, a Bíblia não Salomão quanto o Rei Acabe construíram a cidade
58
Referências Bibliográficas
CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 8ª Ed. Hagnos. SP. 2006.
JOSEFO, Flavio. História dos Hebreus. CPAD. 5ª Ed. Rio de Janeiro.1999
REFIDIM. Escatologia. Livro-Texto Módulo IV. Volume 8. 2ª Ed. EPOS. SC. 2006.
SILVA, A.G. Daniel e Apocalipse. 3ª Ed. EETAD. SP. 1999.
SILVA, A.G. Escatologia Bíblica. 2ª Ed. EETAD. SP. 1997.
BURKETT, Bill. Pentecostais ou Carismáticos? 3ª Ed. CPAD 2001

Fontes Digitais
www.chabad.org.br/ciclodavida/casamento/casamento.html#ritual
www.wikipedia.org
www.who.int, acessado em 27.07.2011
www.fao.org, acessado em 28.07.2011
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