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Geologia

No manto superior encontra-se a Astenos-


A terra fera, região plástica, nem líquida nem sóli-
da que permite deformações e o movimen-
Estrutura e composição
to da crosta acima. Situada entre 400 km e
O planeta terra é dividido em 3 partes,
650 km de profundidade.
crosta, manto e núcleo. Camadas que
apresentam densidades e formações dife- Tanto no manto superior quanto no manto
rentes, bem como rochas e minerais mais inferior ocorre à convecção do manto. O
abundantes em cada uma. manto é sólido devido a alta pressão, e
podem existir câmaras magmáticas com
Crosta
uma parte do manto viscosa, chamada
A crosta terrestre é a camada mais externa
magma.
da superfície da terra. É a parte superior da
litosfera com uma espessura variável de 5 Sua composição é de Oxigênio (44%), Silício
km a 70 km. Basicamente constituída de (21%), Magnésio (22%), Ferro (6%), Cálcio
basalto e granito. (2,3%) , Alumínio (2,2%), Sódio (0,3%) e
Potássio (0,03%) .
Pode ser dividida em Continental e Oceâni-
ca. A Crosta Continental tem espessura de Núcleo
30 km a 40 km nas regiões mais antigas e O núcleo é a parte mais interna da Terra,
sismicamente mais estáveis e 60 km a 70 dividida em duas partes, o interno e o ex-
km nas cadeias montanhosas mais novas. terno.
Basicamente constituída de Granito, é me-
nos densa. Já a Crosta Oceânica tem de 5 O Núcleo Externo é viscoso, composto
km a 10 km de espessura. Por ser constitu- principalmente por ferro, mas também
ída de Basalto e conter mais Ferro é mais contem enxofre, silício e oxigênio. Sua con-
densa que a continental. vecção é responsável pela existência do
campo magnético da Terra.
Formada em sua maioria por Oxigênio
(46%). Seus principais componentes são o O Núcleo Interno é composto de ferro e
Silício (28%), Alumínio (8%), Ferro (6%), níquel. Com uma temperatura de 4.500ºC
Magnésio (4%), Cálcio (2,4%), Potássio e pressão superior a 4,5 x 106 atm, o núcleo
(2,3%) e Sódio (2,1%) interno é sólido.

Manto Placas tectônicas


O manto é a camada intermediária da Ter- O planeta Terra está dividido, em seu inte-
ra, estendendo-se de 30 km a 2.900 km de rior, em domínios concêntricos, cada qual
profundidade. com suas próprias características de visco-
sidade, plasticidade e elasticidade, dos
Difere-se da crosta especialmente pela sua quais o mais externo é a litosfera.
composição química e comportamento
mecânico, que pode ser notado na frontei- A litosfera é constituída pela crosta e a
ra, zona de transição chamada de descon- porção mais rígida do manto superior. Com
tinuidade de Moho. espessura variável de 100 km a 400 km,

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tem fraturas e falhas que a retalham em do a formação de relevos elevados e erup-
placas tectônicas. ções vulcânicas.

Abaixo da litosfera fica a astenosfera, com Limites conservativos


um gradiente térmico capaz de iniciar a Marcam o contato de
fusão parcial das rochas, tem uma caracte- placas de densidades
rística plástica que permite o deslizamento semelhantes que coli-
das placas da litosfera sobre ela. dem obliquamente. Não há destruição de
placas, nem formação de crosta.

Independente do tipo de movimentação e


interação de placas, abalos sísmicos e ter-
remotos ocorrerão sempre que elas se
moverem, deformando as rochas presentes
nessas regiões.

Movimento das placas


O motor que move as placas tectônicas é a
Pacífica Aficana
convecção do magma. Com a elevada tem-
Nazca Arábia
peratura no manto inferior a densidade do
Sul Americana Eurásia
Norte-Americana Filipinas seu material diminui e sobe lentamente em
Antártica Indo-Australiana direção ao manto superior. O material de
maior densidade que existe lá desce para
ocupar o lugar, formando assim a convec-
Limites entre as placas ção. Essa movimentação do manto promo-
As maiores atividades sísmicas e vulcões do ve a movimentação da astenosfera, e por
planeta se encontram nos limites entre as estar acoplada nela, a litosfera também se
placas. Essas atividades são responsáveis move.
pelo surgimento de cadeias de montanhas,
e a destruição de placas. São três: Colisões entre placas
A convergência das placas resulta na coli-
Limites divergentes são entre elas. Existem três tipos de coli-
Ocorrem nas cadeias meso- são, Continental contra Continental, Conti-
oceânicas onde tensões traci- nental contra Oceânica e Oceânica contra
onais afastam uma placa da Oceânica. Em todos os casos a placa menos
outra com intrusão de magma densa afunda sobre a outra, num fenôme-
da astenosfera entre elas, que se solidifica no chamado de subducção. Por outro lado,
e vira crosta. cada colisão resultara em uma formação de
Limites convergentes relevo diferente: cordilheiras de monta-
Ocorrem onde as placas nhas tipo alpinas, cordilheiras de monta-
colidem frontalmente, nhas tipo andino e arcos de ilhas respecti-
com conseqüências que vamente.
dependem da densidade
das placas. Normalmente a de maior den-
sidade mergulha sob a de maior densidade,
num processo chamado subducção. Levan-

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Minerais Traço
Um mineral é um sólido homogêneo, com
A cor do pó obtido ao se riscar o mineral
composição química definida, mas que
contra uma placa de porcelana. Boa para
pode variar dentro de intervalos definidos,
identificar minerais opacos que apresen-
formado por processos naturais inorgâni-
tam traço colorido.
cos, cujos átomos se encontram organiza-
do em um arranjo periódico tridimensional Dureza
denominado estrutura cristalina.
É a resistência do mineral ao ser riscado.
Identificação dos minerais Usa-se a escala de Mohs para identificar os
Os minerais podem ser identificados pelas minerais.
suas propriedades macroscópicas, que
podem ser determinadas por ensaios físi- Dureza Mineral
1 Talco
cos ou com o uso de equipamentos
2 Gipsita
Hábito Cristalino 3 Calcita
4 Fluorita
Alguns minerais têm uma forma habitual 5 Apatita
de exibição devido a sua estrutura cristali- 6 Ortoclásio
na. Podem ser laminar, prismático, fibro- 7 Quartzo
8 Topázio
so, tubular ou equidimensional.
9 Coríndon
Transparência 10 Diamante

É a capacidade do mineral de permitir a


passagem de luz. Podem ser transparen-  Unha: 2,5
tes, translúcidos e opacos.  Canivete: 5,5
 Vidro: 7
Brilho
Clivagem
Refere-se ao modo como o material reflete
a luz. Pode ser metálico ou não metálico, São planos de fratura com regularidade,
sendo o segundo subdividido em vítreo, que refletem a fraqueza do mineral em
gorduroso e sedoso. determinadas direções da estrutura crista-
lina. Pode ser laminar, cúbica ou romboé-
Cor drica.
A cor é resultado da absorção seletiva da Fratura
luz incidente, principalmente devido a pre-
sença de elementos químicos de transição Quando o mineral não apresenta clivagem,
como o Fe, Cu, Ni, Cr e V ou devido a defei- apresenta fratura. São fraquezas da estru-
tos cristalinos. Podem ser idiocromáticos tura cristalina, porém não tem regularida-
se apresentarem somente uma cor ou alo- de.
cromáticos se apresentarem várias cores.

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Densidade B: Vítreo
Vermelho
C:
A massa específica do mineral é dependen- escuro
te da sua composição, oscilam entre 2,5 e Tr: Não
3,3. D: 6,5
Cl: Não
Magnetismo Fr: Sim
Granada Mg: Não
É o efeito de campos magnéticos presentes
no mineral. Poucos são perceptíveis com
B: Sedoso
um imã de mão, alguns só com eletroímãs.
C: Incolor
Tr: Não
Classificação dos minerais D: 2,5
Silicatos Cl: Sim
Fr: Não
São os minerais mais abundantes na crosta Mica Mg: Não
e do manto. Tem grandes quantidades de
sílica [SiO4]
Carbonatos
B: Opaco
C: Branca São minerais com radical [CO3]2-. Muito
Tr: Não importantes para indústria compondo o
D: 6,0 cimento portland e como corretivo de so-
Cl: Sim
los.
Fr: Não
Feldspato Mg: Não B: Vítreo
C: Branca
Tr: Não
B: Vítreo
D: 3,0
C: Incolor
Cl: Sim
Tr: Não
Fr: Não
D: 7,0
Calcita Mg: Não
Cl: Não
Fr: Sim
Quartzo Mg: Não
Sulfatos

São minerais com radical [SO4]2-


B: Vítreo
C: Verde Oliva B: Vítreo
Tr: Branco C: Esverdeada
D: 6,5 Tr: Branco
Cl: Não D: 3,5
Fr: Sim Cl: SIm
Olivina Mg: Não Fr: Não
Barita Mg: Não

Sulfetos

São compostos por metais combinados


com o ânion S- ou S+

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B: Metálico
C: Amarelada
Tr: Preto B: Metálico
D: 6 C: Preto
Cl: Não Tr: Não
Fr: Sim D: 6
Pirita Mg: Não Cl: Não
Fr: Sim
Magnetita Mg: Sim
B: Metálico Fosfatos
C: Cinza
Tr: Preto São minerais com o ânion (PO4)3-
D: 2,5
B: Vítreo
Cl: Sim
C: Variável
Fr: Não
Tr: Branco
Galena Mg: Não D: 5
Cl: Não
Fr: Sim
Haletos Apatita Mg: Não
São minerais que apresentam elementos
halogênios. F-, Cl-, Br- e I-. Elementos nativos
B: Vítreo São os minerais de cristalização de subs-
C: Variável
tancias puras.
Tr: Branco
D: 4 B: Metálico
Cl: Sim C: Amarelo
Fr: Não Tr: Não
Fluorita Mg: Não D: 2,5
Cl: Não
Fr: Sim
B: Vítreo Ouro Mg: Não
C: Variável
Tr: Branco
D: 2,5 B: Metálico
Cl: Sim C: Branco, cinza
Fr: Não Tr: Não
Halita Mg: Não D: 2,5
Cl: Não
Fr: Sim
Óxidos Prata Mg: Não
São minerais com o ânion O2-.
B: Metálico
B: Metálico C: Vermelho
C: Cinza-preto Tr: Não
Tr: Vermelho D: 2,5
D: 6,5 Cl: Não
Cl: Não
Fr: Sim
Fr: Sim
Cobre Mg: Não
Hematita Mg: Sim

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Ex. Enxofre

B: Adamantino Minerais Pneumatolíticos


C: Incolor Formados pela reação dos constituintes
Tr: Não voláteis oriundos da cristalização magmáti-
D: 10 ca, desgaseificação do interior terrestre ou
Cl: Sim
de reações metamórficas sobre as rochas
Fr: Não
Diamante Mg: Não adjacentes.

Ex. Turmalina
B: Resinoso
C: Amarelo Minerais Metamórficos
Tr: Não Originam-se principalmente pela ação da
D: 2,5 temperatura, pressão litostática e pressão
Cl: Não das fases voláteis sobre rochas magmáti-
Fr: Sim cas, sedimentares e também sobre outras
Enxofre Mg: Não rochas metamórficas.

Ex. Granada
B: Metálico
C: Cinza escuro Precipitação a partir de soluções
Tr: Cinza escuro Originam-se pela deposição devido a eva-
D: 1,5
poração, variações de temperatura, pres-
Cl: Sim
Fr: Não são, porosidade ou pH.
Grafita Mg: Não
Ex. Gipsita
Origem dos minerais
Os minerais são formados por diferentes
tipos de processos naturais, que envolvem
a cristalização a partir de magma, soluções
aquosas, reações entre minerais e degra-
dação de outros minerais.

Cristalização magmática
Produto do resfriamento de magmas, de
composição silicática. Gerados pela fusão
parcial de rochas do manto ou da crosta e
seu resfriamento. A cristalização não é
homogênea.

Ex. Diamante

Minerais Sublimados
Formados da cristalização de um vapor,
como também da interação entre vapores
e destes com as rochas dos condutos por
onde passam.

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Rochas magma viscoso tende a subir para a super-
fície, em meio a falhas e fraturas, podendo
Origem alcançá-la ou não.
As rochas são divididas em três grupos,
De acordo com a composição do magma e
ígneas, sedimentares e metamórficas.
Caracterizados com base nos processos a temperatura em que ele resfria novos
minerais serão formados. A série de Bowen
envolvidos em sua formação.
classifica esses minerais conforme a quan-
tidade de SiO2 presente no magma e a
Magma Ígneas
temperatura de cristalização.

Metamórficas
Sedimentos

Sedimentares
 Fusão
 Solidificação
 Erosão
 Diagênese
 Metamorfismo

Plutonismo
Rochas ígneas As rochas intrusivas são as rochas ígneas
formadas no interior da crosta. Possuem
Magma textura fanerítica, minerais visíveis a olho
O magma é uma fusão de silicatada forma- nu, o que nos leva a crer que foram resfri-
do a grandes profundidades. Recebe esse adas bem lentamente e deram tempo para
nome quando está no interior da terra, os minerais crescerem. O magma nem
quando extravasa é chamado de lava. sempre consegue atingir a superfície, soli-
Apresenta temperaturas entre 700ºC e dificando-se no interior da crosta, forman-
1200ºC e é dividido em três partes: do corpos intrusivos de tamanhos e formas
variadas que só podem ser vistos devido
1) Líquida: Rocha fundida.
aos processos de erosão da crosta que
2) Sólida: Minerais já cristalizados e
revelaram essas estruturas.
fragmentos de rochas.
3) Gasosa: Voláteis dissolvidos como A profundidade com que o magma se soli-
água, dióxido de carbono, metano difica serve para definir que tipo de estru-
e enxofre. tura ele irá formar. Em profundidades mai-
ores são formados os batólitos de grande
Formado nas partes mais inferiores da
extensão (>100km²) e os stocks de menor
litosfera e na astenosfera, o magma sólido
extensão. São as raízes das montanhas.
que lá se encontra pode sofrer um alívio de
Durante o seu crescimento pode incorpo-
pressão e um aumento da temperatura,
rar outras rochas e as consolidam inteiras
entrar em fusão e formar a câmara mag-
em seu interior, são chamadas de xenóli-
mática. Com a diminuição da densidade o
tos.

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Em profundidades menores as estruturas rocha. Representado por M é o percentual
formadas são os diques, lacólitos e os sills. de minerais máficos na rocha, sendo os
Os diques são formados quando o magma félsicos os mais claros e os máficos mais
invade verticalmente as rochas encaixantes escuros. Podem ser subdivididas em:
e se solidifica em discordância com a estru-
Classificação Índice de cor
tura original da rocha. Os sills são forma-
Hololeucocráticas M <10
dos da mesma forma, porém o magma
Leucocráticas 10 < M < 30
invade verticalmente. Os lacólitos são se- Mesocráticas 30 < M < 60
melhantes aos sills, porém sua forma de Máficas 60 < M < 90
cogumelo arqueia as rochas e os solos aci- Ultramáficas M > 90
ma dele.
Textura
A textura define a possibilidade da identifi-
cação dos minerais a olho nu, são elas:

Fanerítica

Formada por minerais visíveis. Pode ser


fina, média, grossa.É típica de rochas plu-
tônicas em razão do resfriamento lento do
Vulcanismo magma no interior da crosta. Assim, só
As rochas extrusivas são formadas no exte- ocorre em rochas plutônicas. São equigra-
rior da crosta pelo magma expelido por nular se apresentarem a mesma classe
vulcões ou derrame de lava. Possuem tex- granular e inequigranular se não.
tura afanítica, minerais não visíveis a olho
Ex.: Granito
nu, indicando um resfriamento muito rápi-
do causado pela exposição da lava à atmos- Afanítica
fera.
Formada por minerais muito finos (não
Classificação visíveis). É típica de rochas vulcânicas em
razão do resfriamento rápido do magma
Química (lava) na superfície.
A composição química de uma determina-
da rocha pode ser estimada a partir das Ex.: Basalto
proporções dos minerais que a constituem.
Os parâmetros da seguinte forma: Porfiríticas

Classificação Teor de Sílica Exemplo Formada em regiões intermediárias, tem


Ácida SiO2 > 66% Granito grãos maiores que se sobressaem em rela-
Intermediária 66% > SiO2 > 52% Andesito ção a uma matriz mais fina. Pode ocorrer
Básicas 52% > SiO2 > 45% Basalto em rochas plutônicas e vulcânicas.
Ultra básicas SiO2 < 45% Gabro
Ex.: Dacito
Cor
O índice de cor define a proporção entre
minerais máficos e félsicos constituintes da

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Principais rochas Plutônica
Vulcânica Fanerítica
Afanítica Félsica
Félsica Ácida
Ácida
Riolito Granito

Vulcânica
Afanítica
Félsica Plutônica
Ácida Fanerítica
Félsica
Dacito Ácida

Granodiorito
Vulcânica
Afanítica
Félsica Plutônica
Intermediária Fanerítica
Intermediária
Andesito Ácida

Diorito
Vulcânica
Afanítica
Máfica Plutônica
Básicas Fanerítica
Máfica
Basalto Básica

Gabro
Vulcânica
Afanítica
Ultramáfica Plutônica
Ultrabásica Fanerítica
Ultramáfica
Ultrabásica
Komatiíto
Peridotito

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Rochas sedimentares Os sedimentos são classificados de acordo
com seu diâmetro Ø, podendo ser:
Sedimentos
Diâmetro (mm) Classe Subclasse
Sedimento é o material sólido que se de-
Ø > 256 Matacão
posita ao final de um transporte que pode 64 < Ø < 256 Bloco
ser físico ou químico. No primeiro, o sedi- Cascalho
4 < Ø < 64 Seixo
mento como matéria sólida já existe, no 2<Ø<4 Grânulo
segundo ele só se forma na deposição dos 1<Ø<2 Muito grossa
0,5 < Ø < 1 Grossa
íons carregados pela solução.
0,25 < Ø < 0,5 Areia Média
0,125 < Ø < 0,25 Fina
Esses sedimentos são retirados de rochas
0,062 < Ø < 0,125 Muito Fina
pré-existentes por meio de intemperismo, 0,031 < Ø < 0,062 Grosso
dado pela ação da água, dos ventos, de 0,016 < Ø < 0,031 Médio
Silte
outras rochas e da ação humana. São de- 0,008 < Ø < 0,016 Fino
0,004 < Ø < 0,008 Muito fino
positados em bacias sedimentares e lá se
Ø < 0,004 Argila Argila
consolidam em rochas sedimentares com
as alterações de temperatura e pressão.
As rochas formadas exclusivamente por
Areia, Silte e Argila, recebem o nome de
Arenito, Siltito e Argilito respectivamente.
Já as rochas formadas por sedimentos das
quatro classes recebem o nome de con-
glomerado.

Diagênese
A consolidação dos sedimentos e a forma-
ção das rochas sedimentares recebem o
Os sedimentos podem ser: nome de diagênese. São quatro processos:
Compactação, dissolução e cimentação.
 Clásticos quando soltos de rocha pro-
duzidos por processos intempéricos e Compactação mecânica
erosivos. O aumento da pressão faz com que os se-
 Químicos quando precipitados a partir dimentos fiquem cada vez mais juntos,
de solução em água. diminuindo os vazios entre eles e dimi-
 Biogênicos quando constituídos por nuindo sua porosidade.
fragmentos fossilizados de plantas ou
animais. Dissolução (compactação química)
Se a água percolar entre os sedimentos e
Quando são transportados até a bacia re- estes forem suscetíveis ao efeito químico
cebem a classificação de alóctones, po- da água, as extremidades dos mesmos
dendo ser terrígeno se o transporte foi podem ser dissolvidas e os sedimentos se
mecânico ou aloquímico se o transporte foi encaixam uns nos outros.
químico. Quando os sedimentos são for-
mados no interior da bacia por processos Cimentação
É a precipitação química de outros mine-
biogênicos ou químicos recebe a classifica-
rais a partir dos íons em solução da água
ção de autóctones.
intersticial. Ocorre em conjunto com a

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dissolução e forma uma coesão entre os mudanças nas condições de temperatura e
sedimentos. pressão no interior da crosta terrestre.

Os processos da diagênese formam a litifi- Metamorfismo


cação, que é a transformação dos sedimen- Metamorfismo é o conjunto de transfor-
tos em rocha. mações com mudanças na estrutura, com-
posição mineralógica e composição quími-
Composição das rochas ca, pelos quais uma rocha preexistente,
Os componentes deposicionais de um chamada de protólito, adapta-se as novas
agregado sedimentar são três: Arcabouço,
condições físico-químicas no interior da
matriz e cimento. O arcabouço correspon- crosta. Essas mudanças mineralógicas re-
de à fração clástica principal e as mais
sultam de reações no estado sólido.
grossas. O material clástico mais fino é a
matriz. O Cimento é o material mais fino, Os fatores principais que controlam os
depositado por soluções que unem os ou- processos metamórficos são a natureza do
tros elementos. portólito, temperatura, pressão litostática,
pressão dirigida, presença de fluidos e o
 Arcabouço
 Cimento
tempo de duração desses processos.
 Matriz
Natureza do protólito

As características químicas, mineralógicas,


Os conglomerados que apresentam maior texturais e estruturais da rocha precursora
quantidade de matriz são chamados de são determinantes para o desenvolvimento
paraconglomerados, e os que apresentam das feições do metamorfismo. A composi-
mais arcabouço que matriz se chamam ção mineralógica e química define as asso-
ortoconglomerados. ciações de minerais que podem se formar
com a variação da temperatura e pressão.
Principais Rochas Algumas rochas são pouco sensíveis a essas
mudanças e pouco se alteram com o me-
tamorfismo, já outras rochas podem sofrer
recristalização e deformação tendo sua
textura e estrutura muito modificada.
Arenito Argilito
Temperatura

As principais fontes de calor na Terra são o


calor residual do manto e o calor gerado
por desintegrações radioativas. Sendo o
primeiro ser transmitido via tectônica de
Conglomerado Arenito Conchífero placas em forma de intrusão de material
ígneos, chamada de advecção, ou transfe-
rência de calor entre as rochas da crosta. A
mudança de temperatura promove reações
Rochas Metamórficas químicas no interior da rocha, e seus mine-
Rochas metamórficas se originam de ou- rais tem que encontrar um novo equilíbrio.
tras rochas preexistentes, em resposta a Em elevadas temperaturas, o metamorfis-

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mo pode levar ao campo ígneo e provocar intensidade, formando novas texturas e
a fusão parcial das rochas, formando os associação de minerais. As rochas resultan-
migmatitos. tes apresentam folheação.

As temperaturas aumentam no interior da  Nivel 1: Ardósias => Mais frágil


terra, em sua maioria, em um gradiente  Nível 2: Filitos => Baixa resistência, fo-
térmico entre 15 e 30ºC/Km. lheação
 Nível 3: Xistos => Resistencia maior,
Pressão folheação
Existem dois tipos de pressão atuantes na  Nível 4: Gnaisse => Alta Resistencia,
crosta, a litostática (confinada) e a dirigida folheação
(stress). A primeira é distribuída unifor-
memente em todas as direções aumentan-
do conforme a profundidade, originada da
coluna de rocha existente sobre a que so-
fre a pressão. A Segunda é proveniente das
movimentações tectônicas onde a placa se
localiza, atua de forma vetorial. A defor-
mação mecânica promove mudanças signi- Contato / Termal
ficativas na textura e na estrutura das ro- Esse tipo se desenvolve em rochas sedi-
chas provocando sua orientação. Isso pro- mentares encaixantes ao redor de intru-
move o folheamento. sões magmáticas. O calor do dique ígneo
“cozinha” as sedimentares e forma o cha-
Fluidos
mado hornfels.
A presença de fluidos é importante para a
alteração composicional da rocha meta-
morfoseada, além de poder provocar fratu-
ras na mesma caso a pressão desses fluidos
ultrapasse a resistência mecânica da rocha,
abrindo espaço para o escape desse fluido
e a deposição de novos minerais.

Tipos de metamorfismo Cataclástico / Dinâmico


O metamorfismo se desenvolve em diver- Tipo comum em zonas de falhas e zonas de
sos ambientes e possui extensão que pode cisalhamento tectônico. As pressões dirigi-
variar de pequenas áreas em cm² até regi- das de grande intensidade provocam a
ões com milhares de quilômetros de exten- cominuição dos minerais reduzindo a gra-
são. nulação e deformando, textura e estrutura
com micro bandeamentos e laminações
Regional / Dinamotermal
tectônicas. A rocha metamorfoseada fica
Esse tipo de metamorfismo ocorre em limi-
polida e com espaços para a entrada de
tes de placas tectônicas, os protólitos são
água. É o processo de formação do miloni-
fortemente deformados, dobrados e falha-
dos pelas elevadas temperaturas e pres- to.
sões litostáticas e dirigidas com 4 níveis de

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manhos iguais orientados, porém não
visíveis a olho nú.

 Nematoblasto: Mais comum em rochas


com anfibólios e piroxênios, possuem
Hidrotermal grãos em tamanhos diferentes e orien-
Ocorre quando a água quente percola em
tados.
fraturas entre rochas. As trocas iônicas
entre a água quente e as paredes das fra-
turas desestabilizam os minerais da parede
e os fazem recristalizar de outras maneiras,
provocando a perda de resistência da ro-
cha.  Porfiroblasto: Possuem grãos que se
destacam dos demais da rocha.

Estrutura
As estruturas da rocha metamórfica são
Propriedades definidas pelo seu processo de transforma-
ção. As folheações são:
Textura
As texturas da rocha metamórfica se de-  Xistosidade: Definida pela orientação de
senvolvem por blastese, processo que im- minerais micáceos.
plica na nucleação e crescimento mineral  Clivagem ardosiana: Apresenta uma
no estado sólido. Por isso essas texturas fissilidade definida pela orientação de
são identificas pelo radical blasto. micáceos indistintos a olho nú.
 Bandamento: Comum nos gnaisses on-
 Granoblastos: Possuem grãos em tama-
de os minerais félsicos e máficos se se-
nhos iguais, sem predominância de um
param em linhas escuras e claras.
ou outros minerai e visíveis a olho nú.

 Lepidoblasto: Mais comum em rochas


com micáceos, possuem grãos em ta-

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Principais rochas Dinamotermal
Dinamotermal Baixo (1)
Alto Grau (4) Granoblastica
Nematoblasto Clivagem Ardosiana
Bandamento
Ardósia
Gnaisse

Dinamotermal
Média (3)
Lepidoblasto
Xistosidade

Micaxisto

Dinamotermal
Médio (3)
Nematoblasto
Xistosidade

Xisto

Cataclástico

Porfiroblasto
Cataclástica

Milonito

Dinamotermal
Alto(5) Fusão Parcial
Granoblastos
Diversa

Migmatito

Dinamotermal
Média (3)
Granoblasto
Xistosidade

Quarzito

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Estruturas  Anticlinal: Com a rocha mais antiga no
centro, concavidade para baixo:
Estrutura das rochas
As rochas possuem dois tipos de estrutu-
ras, a primária, descendente do seu pro-
cesso de formação e a secundária, que vem  Sinclinal: Com a rocha mais nova no
dos esforços sofridos pela rocha. centro, concavidade para cima:
Estrutura primária
Durante a gênese das rochas, os minerais
se agrupam em formas geométricas iguais,
os espaços entre essas formas são uma
fraqueza da rocha, e por consequência, Falhas
uma força aplicada nesses atuam com mai- As falhas resultam de deformações rúpteis
or intensidade. nas rochas da crosta, são expressas por
superfícies descontínuas com algum deslo-
camento.

Estrutura secundária
Quando a rocha está em alta temperatura
fica maleável com uma pressão dirigida,
sofre stress, e responde se deformando,
strain, na direção oposta a essa força. O
strain gera variação de volume e distor- Com o grande esforço as rochas se rom-
ções. pem em seu plano de fraqueza, a indicação
em campo para uma falha é o ponto trípli-
Dobras ce, onde 3 ou mais rochas diferentes apa-
As deformações dúcteis que afetam os recem juntas.
corpos rochosos são denominadas de do-
bras, originam-se em ambientes compres- Falha normal
sivos ou extensionais associados à forma-
ção das cadeias de montanhas.

A dobra é classificada de acordo com sua


direção, podendo ser:

15
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Falha inversa Fraturas de alívio

Quando uma rocha tem sua cobertura su-


perior erodida, as pressões na parte supe-
rior e inferior ficar diferentes, isso provoca
um faturamento horizontal na rocha, como
se ela se dividisse em camadas. São mais
rugosas.

Sistema de falhas

Além do deslocamento vertical, pode ocor-


rer o deslocamento horizontal, a parte
deslocada é chamada de rejeito.

Dobras e falhas são estruturas quilométri-


cas, regionais, as falhas pressupõem deslo-
camentos relativos. Existem, porém as
fraturas, feições locais e descontinuidades
sem deslocamento responsáveis pela com-
partimentação dos maciços rochosos.

Fraturas
Existem dois tipo, as tectônicas, provenien-
tes de movimentações da rocha, e as de
alívio, proveniente do alívio de pressão
sobre a rocha.

Fraturas tectônicas

Os movimentos tectônicos podem promo-


ver o faturamento vertical das rochas, dei-
xando espaço para a água entrar e conse-
quentemente erodir a rocha. São mais
polidas.

16
Renan Salvate Campos Geologia
Intemperismo Físico-biológico
Intemperismo é o conjunto de modifica- Causado pela entrada de raízes de plantas
ções de ordem física e química que as ro- nas fissuras da rocha, causando sua que-
chas sofrem ao aflorar na superfície da bra.
terra. Tem como produtos a rocha alterada
Intemperismo Químico
e o solo, que estão sujeitos à erosão, São as alterações na mineralogia das ro-
transporte e sedimentação. chas devido à presença de agentes quími-
Os fatores que influenciam no intemperis- cos. Os elementos químicos mais solúveis
mo são o clima, o relevo, a fauna e flora, a são transportados modificando os minerais
rocha matriz e o tempo de exposição. constituintes, e por consequência, desa-
gregando a rocha.
Tipos de intemperismo
Hidrólise
Os tipos se diferenciam, porém agem em
Mais comum em climas tropicais úmidos, a
conjunto para promover a alteração nas
hidrólise representa a entrada de água na
rochas.
rocha. Os ions H+ e OH- atacam principal-
Intemperismo Físico mente os silicatos eliminando a sílica Si e o
São todas as alterações que causam a de- potássio K.
sagregação e fragmentação das rochas,
Acidólise
com separação dos grãos minerais a rocha
Comum em ambientes frios, causada pela
sã é transformada em material descontí-
presença de ácido vindo da decomposição
nuo e friável.
parcial de matérias orgânicas. Esse ácido
Variação de pressão atacam e eliminam o Ferro Fe e o Alumínio
O alívio das pressões superiores à rocha sã Al.
pode causam fraturas de alívio.
Hidratação
Variação de temperatura Quando ocorre a incorporação do íon OH-
A intermitente variação de temperatura e a na composição do mineral, este se trans-
consequente dilatação e contração da ro- forma em outro, alterando sua estrutura.
cha fazem com que os minerais se sepa-
Oxidação
rem, por ter coeficiente de dilatação dife-
A incorporação do íon O- - na composição
rente.
do mineral causa uma modificação nos íons
Cristalização de sais de Fe++ e uma consequente alteração na
Quando a água no interior de fissuras eva- sua estrutura.
pora, sais podem ficar presentes no local e
Carbonatação
cristalizarem-se, exercendo pressão contra
A incorporação do íon CO3- - causa a disso-
as paredes da rocha.
lução principalmente de rochas calcárias.
Congelamento da água Separando seus componentes e alterando
A água quando congela, aumenta de volu- a estrutura. Ocorre muito em chuvas áci-
me, dentro de fissuras, essa variação causa das.
pressão nas paredes da rocha.

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Renan Salvate Campos Geologia
abilidade devido à pequena granulome-
Solos tria e a compactação.
O principal produto do intemperismo é o
solo. Formado pela desagregação e de-
composição da rocha sã, podendo ser
transportado ou não. O processo formador
do solo é chamado pedogênese.

O solo pode ser residual, caso o intempe-


rismo atue localmente e o solo não se mo-
vimente, ou pode ser um solo transporta-
do, que sofreu erosão e perdeu as caracte-
rísticas da rocha de origem.

Como material anisotrópico, apresenta


resistência diferente de acordo com a dire-
ção da força.

Solo Residual
Os solos residuais podem ser divididos em
solo maduro e solo residual jovem, que são
SRJ e SRM também são chamados de rego-
resultados do intemperismo da rocha alte-
lito.
rada e da rocha sã seguindo o perfil:
Solo Transportado
As principais formas de transporte do solo
são a gravidade, a água e o vento, por isso
eles são classificados pelo seu transporte.

Transporte gravitacional

Queda de bloco – Rockfall


De reologia rúptil, ocorre quando há o ven-
 Rocha sã: Rocha não alterada cimento do atrito em fraturas ou na super-
 Rocha alterada: Rocha que sofreu pe- fície de contato dos clastos, que caem pelo
quena desagregação devido ao intem- seu próprio peso. Formam depósito de
perismo, menos resistente e mais per- blocos e depósito de talus.
meável que a rocha sã.
 Solo Residual Jovem: Totalmente desa-
gregado, mas contem características da
rocha sã, menos resistente e mais per-
meável que a rocha alterada.
 Solo Residual Maduro: Totalmente
desagregado, sem nenhuma relação
com a rocha sã, resistência menor que Deslizamento – Sliding
do solo residual jovem e menor perme- De reologia rúptil, ocorre devido ao cisa-
lhamento ao longo de superfícies planas de

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descontinuidade físicas definidas. Resulta
em falhas normais de alta encosta.
Também chamado de deslizamento planar.

Colúvio
Proveniente do transporte de sedimentos
pela água da chuva, predomínio de solo
fino.
Escorregamento – Slumping
De reologia rúptil, ocorre devido ao cisa-
lhamento ao longo de superfícies curvas de
descontinuidade físicas definidas. Resulta
em depósitos dobrados de baixa encosta.
Também chamado de deslizamento rotaci-
onal.

Alúvio
Solos típicos das planícies fluviais, proveni-
entes de deposições sucessivas de materi-
ais transportados e depositados pelos cur-
sos de água. Apresentam várias camadas
de sedimentos de granulometria variada.
Corrida de massa
Fluxo viscoso descendente com frente ro-
chosa de grandes blocos seguida por um
rio de 50% de volume detrítico. Alto poder
destrutivo.

Arenoso
Proveniente de deposito de sedimentos
pelo mar, rios ou vento. Apresenta poros
grandes entre os grãos pelos quais a água e
o ar escoam com relativa facilidade. Nesse
escoamento, a água pode levar considera-
Tipos de solos transportados velmente sais minerais, contribuindo para
tornar o solo pobre desses nutrientes.
Depósito de talus
Proveniente da queda de blocos de encos-
tas, predomínio de blocos grandes no solo.

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Renan Salvate Campos Geologia
Análise de perfis do solo O ensaio consiste na cravação vertical no
Os solos são materiais difíceis de transpor- solo, de um cilindro amostrador padrão,
tar para laboratório, o que obriga a analisa- através de golpes de um martelo. São ano-
lo em campo. Para isso faz-se sondagens tados os números de golpes necessários à
com equipamentos eletromagnéticos ou cravação do amostrador em três trechos
ondas de rádio, que com a mudança de consecutivos de 15 cm sendo que o valor
velocidade das ondas conseguem descobrir da resistência à penetração (NSPT) consiste
que material está sob a superfície daquele no número de golpes aplicados na crava-
local. ção dos 30 cm finais. Após a realização de
cada ensaio, o amostrador é retirado do
Sondagem SPT, conhecido como sondagem furo e o testemunho é coletado, para pos-
à percussão, é um processo de exploração terior classificação que geralmente é feita
e reconhecimento do subsolo, utilizado na pelo método Tátil-visual.
engenharia civil para se obter subsídios
que irão definir o tipo e o dimensionamen-
to das fundações que servirão de base para
uma edificação. A sigla SPT significa “stan-
dard penetration test” ou ensaio de pene-
tração padrão.

As principais informações obtidas com esse Quanto maior for o cilindro sem fraturas,
tipo de ensaio são: mais resistente é o solo.


    
A identificação das diferentes ca-    

     

madas de solo que compõem o
subsolo. 
A classificação dos solos de cada ∑     10 
    
 

camada. 
    
    
• O nível do Lençol freático.
• A capacidade de carga do solo em
várias profundidades.

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Erosão vegetação no local, o solo está muito ero-
Erosão é a destruição e transporte do solo dido, e se formam as ravinas.
e das rochas, em geral feito pela água ou
vento. Esses sedimentos são transportados
para as partes mais baixas do terreno e se
responsabilizam pelo assoreamento dos
cursos d’água.

Em solos cobertos pela vegetação a erosão


é quase inexistente, porém quando o solo Quando as ravinas atingem profundidade
é desmatado os processos intempéricos suficiente para alcançar o lençol freático
atuam com maior intensidade e provocam ocorre o processo chamado exfiltração, o
uma erosão severa que pode levar a deser- solo absorve a água do lençol e o transpor-
tificação. ta pelos canais de drenagem, formando as
O principal agente erosivo é a chuva, as voçorocas.
gotas d’água quando caem desagregam os
grãos do solo e os transportam em seu
escoamento superficial. Também são res-
ponsáveis os rios, o vento, o mar e a gravi-
dade.

O escoamento superficial em inicia o traba-


lho de remoção em
superfícies lisas, um
processo lento e
uniforme de retirada
do solo em camadas
finas, processo co-
nhecido como erosão laminar.

Quando essa erosão escava o solo uma


profundidade suficiente para criar um ca-
minho preferencial para o escoamento são
formados os sulcos, chamado erosão por
sulcos.

Se os sulcos atingirem uma profundidade


elevada, tonando difícil o crescimento de

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Águas subterrâneas quanto que superfícies suavemente ondu-
Toda água que ocupa vazios em formações ladas permitem maior infiltração.
rochosas ou no regolito é classificada como
Precipitação
água subterrânea.
O modo de distribuição das chuvas ao logo
A água infiltrada percorre m caminho pelo do ano interessa na recarga das águas sub-
subsolo, que depende da força gravitacio- terrâneas. Chuvas mais frequentes geram
nal e das características dos materiais pre- maior infiltração enquanto que chuvas
sentes. Estes e outros fatores vão controlar torrenciais favorecem o escoamento super-
o armazenamento e o próprio movimento ficial.
das águas subterrâneas.
Ocupação do solo
O avanço da urbanização promove a im-
Infiltração
permeabilização do solo, o que diminui a
O processo que recarrega o subterrâneo
infiltração. Além de utilizar a água armaze-
com água é a infiltração, e depende dos
nada para o consumo.
materiais do solo, da vegetação, topogra-
fia, da precipitação e da ocupação do solo. Distribuição e movimentação da
Materiais do solo água no subsolo
A água penetra no solo por meio da poro-
Lençol freático
sidade dos solos permeáveis, como a areia,
Quando a água infiltra no regolito passa
e da presença de fraturas em rochas.
por dois movimentos, um ascendente e um
Materiais argilosos e rochas cristalinas descendente. O espa-
pouco fraturadas não muito pouco per- ço entre os poros nas
meáveis ou completamente impermeáveis, primeiras camadas do
e controlam a infiltração. solo é muito pequeno,
e se formam capilares,
A quantidade de água transmitida pelo solo que aprisionam a água
depende de uma característica chamada pela pressão, e sofre
capacidade de campo, correspondente ao movimento ascenden-
volume de água absorvido antes de atingir te, é a chamada água
a saturação. higroscópica. Se o
tamanho dos poros for
Cobertura vegetal
maior, a água conse-
As plantas exercem um papel de facilitar e
gue descer pela gravi-
balancear a infiltração da água no solo, a
dade, é a água livre.
cobertura das arvores capta a água precipi-
Ela desce até atingir
tada e devolve ao solo em pequenas por-
uma zona onde todos
ções pelo caule. Em áreas desmatadas 1/3
os poros ficam cheios
da precipitação evapora antes de atingir o
de água, solo satura-
solo.
do. O limite entre o
Topografia solo saturado e o solo
Declividades íngremes favorecem o esco- insaturado é chamado
amento e diminuem o escoamento, en- de lençol freático.

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Renan Salvate Campos Geologia
O fluxo da água risco de contaminação, devido à baixa fil-
Além da gravidade a água se move no sub- tração do material.
solo por diferenças de pressão, chamada
potencial hidráulico. Essa diferença de Aquífero livre
pressão pode fazer a água subir ou descer, São aqueles que têm o topo demarcado
pelo lençol freático estando em contato
conforme as colunas d’água dos pontos
adjacentes se comportem. com a atmosfera.

O fluxo da água é diretamente proporcio- Aquífero suspenso


Ocorrem acima do aquífero principal, em
nal a inclinação do terreno, denominado
pequenas zonas onde a água consegue ser
gradiente hidráulico é definido pela razão
entre o desnível ∆! e a distancia entre os
armazenada na zona insaturada por mate-
dois pontos ∆". Depende também da poro-
riais impermeáveis.
sidade do solo e da viscosidade da água, Aquífero confinado
definido em um parâmetro k. Dessa forma Ocorrem quando o aquífero está confinado
a vazão específica (q) do material do solo é entre duas zonas impermeáveis. Represen-
∆&
dada por #  $ ∙ ∆' . tam zonas de grande profundidade onde a
água esta sob pressão atmosférica e de
Em permeáveis como areia a velocidade toda coluna d’água.
chega a 15cm/dia, e em basaltos muito
fraturados a 1000 m/hora. Já em locais
muito impermeáveis registrou-se 1m/ano.

Aquíferos
Aquíferos são unidade rochosas ou sedi-
mentos porosas e permeáveis que armaze-
nam e transmitem grandes volumes de
água.

São classificados de acordo com a porosi-


dade do material, podendo ser intergranu-
lar, de fraturas, ou contudos.

Aquíferos intergranulares ocorrem em Artesianismo


rochas sedimentares clásticas, como areni- Quando um poço perfura um aquífero con-
tos, a produtividade de água diminui con- finado a pressão atmosférica começa a
forme aumenta o grau de cimentação. atuar no nível do lençol freático. Se o nível
do terreno aonde o poço começou a ser
Aquíferos de fraturas se formam em ambi- escavado for inferior ao nível da coluna
entes tectônicos, no qual dobras e falhas d’água em qualquer ponto interligado do
geram fraturas nos materiais permitindo a aquífero ocorre o efeito do artesianismo,
entrada e armazenamento da água. que é a água jorrando pela superfície, ven-
cendo a força gravitacional.
Aquíferos de contudos se caracterizam pela
porosidade cárstica, proveniente da disso-
lução de calcários e mármores, e apresen-
tam grandes volumes de água com alto

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Renan Salvate Campos Geologia
Rochas ornamentais espelhando os parâmetros de cor e proce-
Do ponto de vista comercial, as rochas dência dos materiais. As formas tradicio-
ornamentais e de revestimento são basi- nais de nomenclatura refletem tais parâ-
camente subdivididas em granitos e már- metros devendo ser adotadas como base
mores. Como granitos, enquadram-se as para identificação de novos materiais co-
rochas silicáticas, enquanto os mármores mercialmente tipificados.
englobam as rochas carbonáticas. Alguns
Os produtos comerciais obtidos a partir da
outros tipos litológicos, incluídos no campo
extração de blocos e serragem de chapas,
das rochas ornamentais, são os quartzitos,
que sofrem algum tipo de tratamento de
serpentinitos, travertinos e ardósias, tam-
superfície, como polimento e lustro, são
bém muito importantes setorialmente.
designados como rochas processadas es-
Rochas isótropas, sem orientação prefe- peciais
rencial dos constituintes mineralógicos, são
As ardósias recebem designação específica,
designadas homogêneas e mais utilizadas
sendo os nomes comerciais diferenciados
em obras de revestimento. Rochas anisó-
pela cor da rocha. Os serpentinitos tem
tropas, com desenhos e orientação minera-
seus produtos comercializados sob a desig-
lógica, são chamadas movimentadas e mais
nação de mármores verdes.
utilizadas em peças isoladas, pois sua apli-
cação em revestimentos demanda apuro Mármores
estético e caracteriza uma nova tendência
de design, ainda não totalmente assimilada
pela maioria dos consumidores tradicio-
nais.
Arabesco Aurora Pérola Bege Camurça
O padrão cromático é o principal atributo Capadócia
considerado para qualificação comercial de
uma rocha. Em função das características
cromáticas, os materiais são enquadrados
como clássicos, comuns ou excepcionais.
Botticino Branco Carrara Calacatta Oro
Os materiais clássicos não sofrem influên-
Nuovo
cia de modismos, incluindo mármores
vermelhos, brancos, amarelos e negros,
bem como granitos negros e vermelhos. Os
materiais comuns, de largo emprego em
obras de revestimento, incluem mármores Cappadócia Cioccolato Crema Marfil
bege e acinzentados, além de granitos
acinzentados, rosados e amarronzados. Os
Granitos
materiais excepcionais são normalmente
utilizados para peças isoladas e pequenos
revestimentos, abrangendo mármores
azuis, violeta e verdes, além de granitos
azuis, amarelos, multicores e brancos. Azul Bahia Café Imperial Caledonia

As designações comerciais aplicadas são


muitas vezes exóticas e enganosas, não

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Ocean Sea Foam Red Dragon

Wave Verde Mari- Verde Candeias


nace

Ardósia

Bacarat Caliza Provence

Quartzitos

Preto Stellar Bege Fendi Branco Absoluto

Travertinos

Monaco Nacional Romando

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