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DIVERSIDADE LINGUÍSTICA E
COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA
GUARULHOS – SP
SUMÁRIO
LÍNGUA..................................................................................................................... 4
LINGUAGEM ............................................................................................................ 5
13.2 Formalidade.................................................................................................... 54
13.3 Padronização.................................................................................................. 54
13.4 Concisão......................................................................................................... 54
SEMÂNTICA ........................................................................................................... 57
4
dos noticiários nacionais é feita em língua padrão. Ela é a recomendada para a escrita
formal, tem prestigio social e é protegida por lei.
Podemos conceber língua como um fenômeno natural, um organismo dinâmico,
que evolui com o passar do tempo; como um sistema formal em funcionamento numa
comunidade. Pelos usos diferentes no tempo e nos diversos agrupamentos sociais, as
línguas passam a existir como um conjunto de falares diferentes, todos muito semelhan-
tes entre si, mas cada qual apresentando suas peculiaridades com relação a alguns as-
pectos linguísticos.
A língua de um povo surge e se constrói junto com seu modo de ver o mundo, sua
história e sua cultura, e, nessa construção, ela se transforma e deixa que o tempo lhe
traga novas nuances. A língua não é um sistema homogêneo, ela varia no espaço e na
hierarquia social. Não é um sistema fixo e imutável. Além de evolui no tempo, a língua
ainda está em evolução, em constante mudança, pela ação dos falantes. Sua história
ainda não acabou; está sempre se fazendo pela ação dos falantes.
Como o homem dispõe e inúmeras possibilidades para se comunicar, cada língua
corresponde à expressão de uma escolha entre essas possibilidades, apresentando va-
riações relevantes em função de valores sociais, regionais, de faixa etária, de situação,
etc., concretizando, dessa forma, a relação entre linguagem, língua e cultura. 1
LINGUAGEM
Uma língua, seja ela qual for, tem a função de permitir a comunicação entre os
indivíduos. Essa é sua função primordial. Há uma relação direta e indissolúvel entre so-
ciedade e língua ou língua e sociedade, que não permite que se pense em indivíduos
vivendo conjuntamente sem o estabelecimento de comunicação entre si e, da mesma
forma, não é possível a comunicação sem que haja uma convenção social a respeito
dessa comunicação, o que chamamos de língua.
1
Texto adaptado: www.pt.slideshare.net
5
Língua nada mais é que um conjunto de convenções sociais historicamente cons-
tituídas, que permite que os seres humanos se comuniquem entre si. Somente os seres
humanos têm essa capacidade, uma capacidade relacionada talvez com algum disposi-
tivo biológico, que permite que se formule e se entenda um conjunto de sons e a eles se
associe um sentido.
É possível que outros seres vivos se comuniquem como é o caso, por exemplo,
das abelhas, que, com um conjunto de movimentos (danças) são capazes de transmitir
informações a respeito da localização de alimento ou mesmo do risco iminente à colmeia,
porém não se pode confundir esse tipo de comunicação, de propósito restrito, com lin-
guagem ou mesmo língua.
Fonte: www.ericasitta.wordpress.com
6
conjuntos de sons, como resposta. Os macacos, animais que guardam grande seme-
lhança com o homem, também não possuem um mecanismo capaz de estabelecer co-
municação por meio da língua, ainda que seu raciocínio beire o raciocínio humano.
As baleias também têm sua ‘’linguagem’’, produzem, ao menos, dois tipos de sons:
os que intervêm e seu sistema de eco localização, funcionando como uma espécie de
sonar biológico, e as vocalizações, conhecidas canções das baleias, que parecem ser
um meio de comunicação entre os membros da mesma espécie. Inúmeros estudos com
animais em cativeiro e selvagens tem mostrado que esses mamíferos marinhos são ca-
pazes de comunicação com qualquer ouro usando uma ‘’linguagem’’. Embora essa forma
de linguagem não possa ser comparada com a linguagem humana, e um sistema articu-
lado de comunicação, no qual cada som e modulado em tons e frequências que são
repetidos constantemente durante atos específicos e situações particulares.
Animais domésticos se comunicam com seus donos. Podemos dizer que os ca-
chorros emitem sons que nos permitem identificar sentimentos como medo, raiva e dor.
Um cão abana o rabo, demonstrando satisfação; rosna, expressando ameaça. Os ani-
mais em modos de se expressar; entretanto, a natureza dessa comunicação não se com-
para à utilizada pelo homem. A ‘’linguagem’’ animal possui características bem distintas
da linguagem humana. Em linhas gerais, trata-se de uma forma de adaptação à situação
concreta, relacionada a uma forma fixa de resposta e determinado estímulo.
A linguagem está no limiar do universo humano porque caracteriza o homem e o
distingue do animal. O homem tem a capacidade de ultrapassar os limites da vida animal
ao entrar no mundo do símbolo. A natureza da comunicação animal não se compara à
revolução que a linguagem humana provoca na relação do homem como o mundo.
A diferença entre a linguagem humana e a ‘’linguagem’’ do animal está no fato de
que este não conhece o símbolo, mas somente o índice. O índice está relacionado com
a forma fixa e a única com a coisa a que se refere. Por exemplo, as frases com que
adestramos o cachorro devem ser sempre as mesmas, pois são índices, isto é, indicam
alguma coisa muito específica.
7
A linguagem humana é uma manifestação cultural; relaciona-se com padrões de
comportamentos, crenças, conhecimentos, realizações, costumes que podem ser trans-
mitidos de gerações. O homem imprime sentido às linguagens que cria. Ele cria palavras,
gestos, símbolos, enfim, formas de expressar suas ideias.
8
pessoa e animal não são apenas de grau, porque, enquanto o animal permanece mergu-
lhado na natureza, nós somos capazes de transforma-la, ornando possível a cultura.
Fonte: www.vitaclinica.com.br
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É essa capacidade única que coloca o homem como espécie central do planeta
terra, essa capacidade de se organizar em sociedade e se comunicar que faz do ser
humano um animal capaz de exercer dominação sobre outras espécies e permite-lhe,
dentre outras coisas, o desenvolvimento e a manipulação de objetos, o que o torna tão
diferente das demais espécies. O que permite a esse ser alterar seu meio e traçar o seu
destino, mas, por outro lado, o que lhe permite galgar a própria destruição. 2
A linguagem é um sistema organizado de símbolos a serviço das sociedades hu-
manas. Esse sistema é amplo, complexo, extenso e possui propriedades particulares que
possibilitam a codificação, a estruturação das informações sensoriais, a capitação a
transmissão de sentidos, que favorecem a interação entre os homens.
LINGUAGEM E SOCIEDADE
2
Texto extraído: https://www.portaleducacao.com.br
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linguísticos, estratificação social e estilo, para Labov. Concluo que as relações entre lin-
guagem e sociedade são permeadas por um certo determinismo (de diferentes tipos e
em diferentes graus) nas três perspectivas abordadas.
Inicialmente, chamamos atenção para o fato de que Sapir e Whorf tratam explici-
tamente das relações linguagem/cultura e linguagem/ pensamento. Entretanto, conside-
rando-se que "cultura pode ser descrita como conhecimento adquirido socialmente, isto
é, como o conhecimento que uma pessoa tem em virtude de ser membro de determinada
sociedade' (Hudson 1980: 74 apudLyons 1987: 274 grifo meu), pode-se dizer que há uma
estreita ligação entre cultura e sociedade. Ademais, segundo Sapir, "não há duas línguas
que sejam bastante semelhantes para que se possa dizer que representam a mesma
realidade social' (1969:20 grifo meu). Assim, para efeito da discussão proposta nesta
seção, tomo o termo 'sociedade' como equivalente a 'realidade social' e, grosso modo, a
'cultura'.
De acordo com Sapir, a realidade é produzida pela linguagem, o que significa dizer
que não há mundos iguais, visto que não há línguas iguais. Para o autor, a linguagem
possui, sobretudo, o papel de produzir e organizar o mundo mediante o processo de sim-
bolização. O caminho para compreensão do(s) mundo(s) se dá pela decifração dos sím-
bolos, que referem (produzem) a realidade e remetem a conceitos (pensamento). Por
exemplo: entender um poema exige a "compreensão plena de toda a vida da comuni-
dade, tal como ela se espelha nas palavras ou as palavras a sugerem em surdina" (op.
cit).
O processo de simbolização da linguagem exige um sistema fonético que articule
imagens acústicas "gerando" o símbolo, o qual proporcionará condições para a produção
de conceitos/pensamentos. Sem os símbolos na matemática, por exemplo, um raciocínio
matemático não seria possível, o que vale dizer que a matemática não existiria e muito
menos se expandiria em níveis de complexidade. Os símbolos, por sua vez, geram um
efeito sobre a linguagem que é o de sua ampliação (abstração), mediante um processo
de classificação, categorização e seriação - característicos do pensamento. É dessa
forma que o mundo ao nosso redor é possível/ construído, segundo Sapir.
Uma ilustração clássica da construção da realidade a partir da linguagem é apre-
sentada por Whorf em relação à língua hopi, na qual não é possível pensar o tempo de
11
forma linear como em outras línguas, pois não há palavras, expressões ou formas gra-
maticais que permitam isso. Ao invés das noções de tempo e espaço (passado, presente
e futuro), essa língua permite organizar o contraste entre partícula e onda 2, obrigando,
"ao ser obrigatório pela forma de seus verbos, o povo hopi a perceber e observar os
fenômenos vibratórios, animando-os além disso a encontrar nomes e a classificar esta
classe de fenômenos" (1971:72).
Fonte: www.atosociologico.blogspot.com
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mundo, e consequentemente, de se relacionar com esse mundo (hipótese do determi-
nismo linguístico); isso significa que para diferentes línguas há diferentes perspectivas e
diferentes comportamentos (hipótese do relativismo linguístico).
É interessante destacar que, para Sapir, tanto a língua como a cultura (realidade
social) é passível de modificações: é da natureza da linguagem a mudança, visto que
"não há nada perfeitamente estático" e a "deriva geral de uma língua tem fundo variável"
(1969: 137). Entretanto, existe um paradoxo: embora ambas estejam sujeitas a mudan-
ças, essas se dão em velocidades diferentes - a língua se modifica mais lentamente, pois
"um sistema gramatical, no que depende dele próprio, tende a persistir indefinidamente.
Em outras palavras, a tendência conservadora se faz sentir muito mais profundamente
nos lineamentos essenciais da língua do que da cultura" (p. 61). As consequências disso
são que as culturas não poderão WORKING PAPERS EM LINGÜÍSTICA, UFSÇ N.8,
2004 130 - Cristine Gorski Severo ser sempre simbolizadas pela linguagem, conforme a
passagem do tempo; e que será muito mais fácil simbolizar a cultura no passado do que
no momento atual.
Posto isso, remeto-me às questões colocadas na introdução: para Sapir e Whorf,
a linguagem determina a realidade social. Todavia, a versão forte da hipótese do deter-
minismo linguístico parece se enfraquecer diante do descompasso verificado entre as
mudanças na língua e na cultura, conforme exposto no parágrafo acima.
3.1 Hymes
Fonte: www.ello.uos.de
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Hymes pauta sua teoria no pressuposto da linguística constituída socialmente, o
que implica uma relação entre ideologia/cultura e linguagem no que diz respeito à utiliza-
ção da forma linguística motivada pelo uso social. Esse pressuposto estipula que usos
linguísticos se diferenciam mediante instituições, valores, crenças e diferenças individu-
ais, no sentido de que são as diferenças do mundo/ da realidade/ do contexto que causam
diferenças linguísticas: "valores culturais e crenças são em parte constitutivos da reali-
dade linguística" (Hymes apud Figueroa 1994:42).
O autor não está preocupado com o sistema gramatical formal, mas compreende
a linguagem dentro de uma perspectiva comunicativa'', o que invoca outras áreas para o
seu estudo, uma vez que a linguagem pode ser considerada como uma "parte integrada
de uma organização sociocultural geral do comportamento" (Figueroa 1994:33). Para ele,
a definição de língua é complexa e deve levar em conta diferentes aspectos, como o
histórico, o social, o cultural e as particularidades individuais. Com a inserção do contexto
histórico e etnográfico há a consequente supremacia do aspecto funcional em detrimento
do formal. Segundo o autor, "não é a forma linguística que cria o padrão social, mas o
padrão social informa a forma linguística. Nesse caso, a inferência é dos dados etnográ-
ficos para as funções da língua" (p. 42). Vemos assim que Hymes atribui ao contexto
social uma propriedade causal - prioritária - em relação ao uso linguístico. Mesmo a es-
trutura formal está subordinada ao contexto que, para ele, é sempre comunicativo.
Dessa forma, o autor subordina a competência gramatical à competência comuni-
cativa, que implica "a habilidade de escolher, dentre uma variedade de falas possíveis,
aquela que é mais apropriada para a situação (...) a competência consiste numa varie-
dade de habilidades, incluindo conhecimento gramatical, mas sem se reduzir a esse" (op.
cit p.53). Ainda na visão do linguista, diferentes línguas refletem diferentes mundos e isso
implica um certo relativismo linguístico, que, em seu grau máximo, nos remete à hipótese
de Sapir-Whorf (discutida na seção anterior). Como características desse relativismo,
destacam-se: que ele se baseia em um princípio de diversidade e heterogeneidade ao
invés de homogeneidade ou invariância; que os aspectos a priori e universais da língua
não são suficientes e que não há igualdade linguística entre os falantes (devido, por
exemplo, à natureza política da interação) (cf. Figueroa 1994: 42).
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Novamente aqui percebemos em evidência o caráter heterogêneo da língua per-
meando a relação linguagem e sociedade. Em síntese: ao atribuir relevância ao contexto
social/cultural como constitutivo da realidade linguística, Hymes não deixa de operar com
um certo determinismo. Só que, diferentemente de Sapir e Whorf o autor não prevê que
a linguagem cria o contexto, mas que diferentes contextos motivam diferentes lingua-
gens. Seria um tipo de determinismo sócia
3.2 Labov
Fonte: english.osu.edu
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A preocupação de Labov com a fala da comunidade fica patente em sua definição
de linguagem como "o instrumento de comunicação utilizado por uma comunidade de
fala, um sistema comumente aceito de associações entre formas arbitrárias e seus signi-
ficados" (Labov 1994: 09).
Daí a questão: quais os limites que fazem com que um falante pertença a uma
determinada comunidade de fala e não a outra? Para o sócio linguista, os limites não
estão presentes no fato de um falante se considerar pertencente a uma dada comuni-
dade, mas sim nas características essenciais - as regras gramaticais - do sistema linguís-
tico abstrato daquele falante, em relação à comunidade a que pertence.
A aquisição desse sistema linguístico não se dá conscientemente, ou seja, não diz
respeito à vontade do falante de falar de determinada forma; a aquisição da gramática
ocorre de forma inconsciente, como também são também inconscientes, em grande
parte, as reações subjetivas s dos falantes em relação à língua.
Além disso, para o autor, a característica principal da comunidade de fala está no
fato de que seus integrantes devem compartilhar as mesmas atitudes e os mesmos va-
lores em relação à língua: "atitudes sócias em relação à língua são extremamente unifor-
mes numa comunidade de fala" (Labov 1972: 248). Guy (2001), com base em Labov,
aponta três características essenciais na definição de uma comunidade de fala 6: os
falantes devem compartilhar traços linguísticos que sejam diferentes de outros grupos;
devem ter uma frequência de comunicação alta entre si; e devem ter as mesmas normas
e atitudes em relação ao uso da linguagem.
Entretanto, a identificação de uma comunidade de fala, ou o estabelecimento de
seus limites, não é uma tarefa fácil, o que pode ser ilustrado pelo seguinte exemplo for-
necido pelo autor: há diferenças entre o falar dos nativos de Fortaleza e de Florianópolis
em relação aos três aspectos colocados acima, o que permite distinguir duas comunida-
des de fala; contudo, ao se considerar Brasil e Portugal, provavelmente os nativos de
Fortaleza e de Florianópolis integrariam uma mesma comunidade de fala. Guy levanta
então algumas questões: quais seriam os limites internos de uma comunidade? Até que
ponto uma comunidade de fala seria caracterizada pelo uso linguístico?
Guy considera aspectos quantitativos e qualitativos para limitar uma comunidade
de fala. Quanto aos primeiros, tem-se como exemplo a frequência com que uma certa
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comunidade apaga o -r final no português brasileiro. Isso teria uma implicação (e motiva-
ção) social e dialetal, mas, também, poderia ser motivado pelo efeito de contexto', ha-
vendo uma grande frequência de apagamento do -r final em verbos no infinitivo para
quase todos os brasileiros, diferentemente do apagamento do -r final em outras palavras.
Avançando em suas reflexões, o linguista aponta duas possibilidades: pode haver
diferenças de frequência em diferentes comunidades de fala, sendo que o efeito de con-
texto permanece semelhante; ou pode haver diferenças em termos do efeito de contexto
(peso relativo) entre as comunidades, o que determinaria diferenças estruturais ao invés
de diferenças simplesmente quantitativas. Assim, a sua hipótese é: falantes que variam
apenas na frequência possuem a mesma gramática e falantes que variam em termos de
efeito de contexto possuem gramáticas diferentes.
Daí os limites postos por Guy: as diferenças em uma mesma comunidade de fala
implicam diferenças em uma mesma gramática (não-gramaticais) enquanto que diferen-
tes comunidades de fala fazem uso de diferentes gramáticas. Essa hipótese lançada por
Guy não só encontra respaldo nos pressupostos labovianos - pois, conforme visto acima,
Labov considera que os limites de uma comunidade de fala devem ser buscados no sis-
tema linguístico abstrato dos falantes, além do compartilhamento de atitudes sociais -,
como também operacionaliza uma forma de medir o partilhamento de traços linguísticos
pelos falantes. Diante do exposto parece possível falar em um certo determinismo lin-
guístico, uma vez que usos linguísticos de uma mesma gramática funcionariam como
identificadores de uma mesma comunidade de fala, ao passo que usos de gramáticas
diferentes apontariam para diferentes comunidades de fala. Em outras palavras, a estru-
tura gramatical estaria delineando a comunidade de fala. As bases para a identificação
de uma comunidade de fala seriam, nesse sentido, de natureza linguística'.
ORALIDADE E ESCRITA
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A escola trabalha com uma cultura escrita, com dispositivos que são organizados
pela escrita, como livros, cadernos, fichários, quadros e tabelas. Os escritos que circulam
nesses materiais acabam conduzindo a um modo de se expressar e pensar que é nutrido
pelo modelo escrito e pelos poderes da escrita. No entanto, a escola é, além disso, es-
paço de encontro de culturas da oralidade, quando os alunos produzem textos orais de
sua tradição familiar e de seus grupos de convivência, quando diferentes falares convi-
vem no espaço escolar, quando muitos conhecimentos são transmitidos pela via da ora-
lidade. A presença de escritos na vida social ou escolar e as tecnologias têm modificado
as fronteiras entre a escrita e a oralidade: fala-se a distância (por telefone), a pessoas
ausentes (recados na secretária eletrônica); dialoga-se por escrito (através de emails,
chats, tweets). O oral passa a deixar seus traços em registros escritos e os numerosos
escritos podem ser efêmeros como a fala. A grande diferença entre os modos de funcio-
namento oral e escrito deve ser relativizada quando as sociedades se tornam letradas.
Além disso, a existência da escrita não é marco para estabelecer o fim de algumas práti-
cas sociais que ocorrem numa cultura típica da oralidade.
AS LÍNGUAS DO BRASIL
No Brasil se fala português, certo? Sim, esse é o idioma falado pela maioria das
pessoas que aqui vivem. No entanto, em nosso território convivem falantes de línguas
indígenas, de imigração, de fronteira e de sinais. Em razão das relações entre seus fa-
lantes, essas línguas influenciam-se e modificam-se. Nós figuramos entre os países de
maior diversidade linguística do mundo. Estima-se que cerca de 250 línguas são faladas
no país, entre línguas indígenas, de imigração, de sinais e de comunidades afro-brasilei-
ras.
De acordo com o levantamento do Censo Demográfico de 2010, do Instituto Bra-
sileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 274 línguas são faladas por indígenas de 305
etnias diferentes. No entanto, esse resultado foi considerado inflacionado por incluir no-
mes de etnias ou mesmo línguas que já não são mais faladas. “Temos apenas uma esti-
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mativa do número de línguas faladas no Brasil. Em relação às línguas indígenas, os da-
dos do Censo são maiores daqueles que os pesquisadores costumam reproduzir, que é
em torno de 180 línguas indígenas. Além dessas pesquisas mostram que há 56 línguas
faladas por descendentes de imigrantes que vivem no Brasil há pelo menos três gera-
ções”, diz Rosângela Morello, coordenadora-geral do Instituto de Investigação e Desen-
volvimento em Política Linguística (Ipol).
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Fonte: www.plataformadoletramento.org.br
Fonte: www.plataformadoletramento.org.br
21
Apesar da enorme diversidade linguística no Brasil, a relação dos falantes e de
suas línguas é desigual em comparação à língua portuguesa. A percepção dominante,
inclusive, é de que aqui se fala apenas uma língua. Considerando a importância de co-
nhecer essa diversidade e de preservar tantas línguas com alto risco de desapareci-
mento, foi criado, por meio do Decreto Federal 7.387/2010, que institui o Inventário Naci-
onal da Diversidade Linguística (INDL), um instrumento para inserir as línguas como re-
ferência cultural brasileira, administrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan).
Fonte: www.plataformadoletramento.org.br
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Fonte: www.plataformadoletramento.org.br
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Nos moldes labovianos, através da linguagem é possível tirar "um retrato" da rea-
lidade social. Em outras palavras, o indivíduo se identifica ao falar ("função de identifica-
ção", cf. Labov 1978). Desse modo, o determinismo soda/preconizado por Weinreich,
Labov e Herzog (1968) estaria mantido. Mas isso deve ser visto com reservas diante de
indagações como: até que ponto se pode dizer que o uso de certa estrutura linguística
define o grupo ao qual a pessoa "genuinamente" pertenceria? O uso "consciente" do [r]
em posição pós-vocálica pelos empregados da loja de padrão alto, por exemplo, não
identifica necessariamente as características sociais "naturais" do falante, podendo esse
ser "enquadrado" em um grupo social diferente daquele ao qual realmente pertence.
Assim, através do uso "consciente" de certas formas, o falante" pode mostrar ca-
racterísticas sociais tais que lhe permitam ser "identificado" como pertencendo a um
grupo X (embora de fato pertença ao grupo Y), e isso romperia com a perspectiva deter-
minística de que o contexto social determina a linguagem. Essa questão, entretanto, deve
ser examinada sob a ótica da variação estilística, o que será discutido adiante.
Por outro lado, Weiner & Labov (1983) mostram, em seu estudo da passiva sem
agente, que a variação entre o uso da construção passiva e da ativa em inglês não é
sensível a fatores sociais, sendo condicionado apenas por fatores de natureza linguística.
Nesse caso, uma das exigências originariamente formuladas para se caracterizar uma
variável linguística - a de que a mesma fosse estratificada -, deixou de ser atendida. Como
fica, então, a questão do condicionamento social, nesse caso? Para Labov (1972), os
indivíduos variam seu modo de falar conforme a situação em que se encontram", consi-
derando a relação entre diferentes estilos (informal, cuidado, de leitura, etc.) e diferentes
usos linguísticos, no que diz respeito especialmente à atenção e ao monitoramento
Retomando o exemplo anterior, o uso do [r] pelos Working Papear em linguística,
UFSÇ N.8,2004 136 - Cristine Gorski Severo diferentes grupos sociais mostram também
a relação entre fatores estilísticos (fala cuidada ou não) e a pronúncia ou não da vibrante.
Nesse caso, teríamos o que Labov (1978) chama de "função de acomodação"" da lingua-
gem, em que o falante se adequa à situação comunicativa. Posteriormente, Labov (2003)
amplia sua noção de variação estilística, postulando que as variações linguísticas no in-
divíduo de acordo com o contexto, são determinadas por três aspectos: as relações entre
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os interlocutores, particularmente as relações de poder e solidariedade entre eles; o con-
texto social mais amplo - escola, trabalho, vizinhança; e o tópico" (p234). Desse modo, a
par de condicionamentos sociais (normalmente inconscientes), que podem ser observa-
dos na comunidade de fala, existem também condicionamentos estilísticos, que operam
no plano individual, no âmbito das escolhas linguísticas conscientes.
Apesar de a noção de sociedade e suas implicações ser explorada de forma dife-
renciada pelos autores aqui discutidos, com enfoque ora em aspectos concernentes à
realidade social; ora no contexto histórico social e no conceito de competência comuni-
cativa; ora na noção de comunidade de fala, estratificação social e estilo, parece possível
abstrair as especificidades de enfoque e tecer considerações de caráter comparativo
mais geral entre os autores e suas respectivas visões de linguagem e sociedade, na ten-
tativa de evidenciar qual o tipo de relação que permeia o binômio em questão, a partir de
uma hipótese determinística.
Na formulação de Sapir-Whorf, a maneira pela qual a linguagem determina formas
de percepção do mundo e o próprio mundo é identificada na literatura como determinismo
linguístico. Todavia, o desencontro entre linguagem e cultura em termos de evolução
(mudança), conforme apontado por Sapir, é um indício de que tal determinismo deve ser
amenizado.
Na proposta de Hymes, o papel atribuído à influência do contexto social/cultural
sobre os usos linguísticos parece apontar para a direção do que se poderia chamar de
um certo determinismo social- originado pelo contexto. O falante seria dotado de compe-
tência comunicativa para se adequar linguisticamente a diferentes situações comunicati-
vas. Pode-se dizer que esse mesmo tipo de relação entre contexto e linguagem sustenta
o que Labov chama de condicionamento estilístico. Contudo, diferentemente de Hymes,
que prioriza o contexto, Labov considera a função de "acomodação" como secundária, o
que parece colocar em segundo plano a importância das interações sociais no uso lin-
guístico.
Esse aparente paradoxo deve-se ao fato de que o papel de adequação ao con-
texto cabe ao indivíduo. Na teoria sociolinguística de Labov, percebem-se implicações
determinísticas de diferentes tipos e em diferentes graus. Ao caracterizar a comunidade
de fila-os lócus do objeto de estudo variacionista -, o autor atribui um importante papel à
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língua (uma mesma gramática recobrindo usos variáveis implica uma mesma comuni-
dade de fala, segundo Guy), de tal modo que uma comunidade de fala poderia ser deli-
mitada por certos usos linguísticos, entre outras propriedades (um certo determinismo
linguístico).
Fonte: www.opera10.com.br
Por sua vez, os falantes de uma comunidade operam com regras linguísticas vari-
áveis, e a seleção das variantes pode ser socialmente condicionada por fatores que di-
zem respeito à estratificação social (um certo determinismo social). A escolha das vari-
antes pode ser também estilisticamente condicionada por fatores de natureza contextuai
(um certo determinismo linguístico). Concluindo, tento responder, em termos amplos, as
questões colocadas na introdução do trabalho: a sociedade determina a linguagem" - do
ponto de vista do contexto e da estratificação social e estilo, segundo Hymes e Labov,
respectivamente; a linguagem determina a sociedade - na produção e representação da
realidade social e na delimitação de uma comunidade de fala, de acordo com Sapir-Whorf
e Labov (Guy), respectivamente; as relações entre linguagem e sociedade são permea-
das por um certo determinismo nas três perspectivas WORICING PAPERs EM LINGÜÍS-
TICA, UFSÇ N.8, 2004 138 - Cristine Gorski Severo aqui analisadas, sendo que há uma
aproximação maior entre as postulações de Hymes e Labov. Esse determinismo parece
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atuar unilateralmente em Sapir e Whorf (linguagem à realidade social) e em Hymes (con-
texto social à linguagem), mas parece ser bilateral em Labov (fatores sociais e estilísticos
à linguagem; e linguagem à comunidade de fala). Daí a indagação que fica em suspenso:
não haveria em Labov uma certa dialética?
PLURALIDADE LINGUÍSTICA
A língua não é, como muitos acreditam, uma entidade imutável, homogênea, que
paira por sobre os falantes. Pelo contrário, todas as línguas vivas mudam no decorrer do
tempo e o processo em si nunca para. Ou seja, a mudança linguística é universal, contí-
nua, gradual e dinâmica, embora apresente considerável regularidade.
A crença em uma língua estática e imutável está ligada principalmente à normati-
vidade da gramática tradicional, que remota à Grécia Antiga, numa época em que os
estudiosos estavam interessados principalmente em explicar a linguagem usada nos tex-
tos dos autores clássicos e em preservar a língua grega da "corrupção" e do "mau uso".
A língua escrita - especialmente a dos clássicos - era tão valorizada que era considerada
mais pura, mais bonita e mais correta do que qualquer outro tipo de linguagem.
A linguística moderna, no entanto, prioriza a língua falada em relação à língua
escrita por vários motivos, dentre eles pelo fato de que todas as sociedades humanas
conhecidas possuem a capacidade da fala, mas nem todas possuem a escrita. Anali-
sando a nossa própria sociedade, podemos concluir que a escrita pertence a poucos,
uma vez que grande parte da população brasileira é constituída por analfabetos ou semi-
analfabetos e que mesmo os que tiveram acesso à escola não a usam muito.
Além da língua falada ser mais utilizada do que a escrita e atingir muito mais situ-
ações, o ser humano a adquire naturalmente, sem precisar de treinamento especial. Ape-
nas em contato com o modelo, ou seja, apenas exposta a uma determinada língua, qual-
quer criança normal é capaz de falar essa língua e compreendê-la perfeitamente nas
mais variadas situações e em um período de tempo muito curto. Aos três anos, mais ou
menos, uma criança já adquiriu quase todas as regras de sua língua, podendo ser consi-
derada um falante competente da comunidade linguística da qual faz parte. Mesmo
27
quando parece que ela não conhece a sua língua nativa, o dizer, por exemplo, "eu di" ou
"eu fazi" no lugar de "eu dei" e "eu fiz", a criança está mostrando que sabe muito sobre
ela, pois já compreendeu que o passado, no português, termina regularmente com "i" e
está aplicando uma regra geral da língua em vez de aplicar uma particular.
O processo de aquisição da escrita difere do da fala no sentido de não ser natural.
Crianças que têm mais contato com a escrita sem dúvida a aprendem mais fácil e rapi-
damente, mas ainda assim necessitam de algum tipo de instrução. Quanto à homogenei-
dade, as pessoas de uma mesma comunidade linguística podem até pensar que falam
exatamente a mesma língua, mas isso não é verdade. As diferenças linguísticas podem
ser percebidas em todas as línguas do mundo, mesmo em pequenas comunidades de
fala, nos níveis fonéticos, fonológico, morfológico, sintático ou semântico. Por exemplo,
a palavra "porta" pode ser pronunciada de várias maneiras, tais como poxta, pota
ou pôrta; a palavra "mulher" pode ser pronunciada "muié"; as frases "Maria assistiu ao
filme" e "faz dois anos que parei de fumar" também podem ser ditas "Maria assistiu o
filme" e "fazem dois anos que parei de fumar", respectivamente.
Na verdade, toda língua é um conjunto heterogêneo e diversificado porque as so-
ciedades humanas têm experiências históricas, sociais, culturais e políticas diferentes e
essas experiências se refletirão no comportamento linguístico de seus membros. A vari-
ação linguística, portanto, é inerente a toda e qualquer língua viva do mundo. Isso signi-
fica que as línguas variam no tempo, nos espaços geográfico e social e também de
acordo com a situação em que o falante se encontra.
Podemos exemplificar a variação temporal com a forma "você", que passou por
uma grande transformação ao longo do tempo. No século XII, as pessoas diziam "vossa
mercê" e hoje, na linguagem falada, e mesmo na escrita informal, encontramos "cê", que
não é a melhor nem a pior que "você" ou "vossa mercê", embora entre os não-linguistas
a tendência seja a de considerá-la ruim, feira ou deteriorada. Isso acontece porque a
sociedade normalmente é conservadora e demora para aceitar as mudanças, inclusive
as linguísticas.
O espaço linguístico também produz variação em um momento sincrônico de uma
língua, o que pode ser explicado tanto pela existência de limites físicos como montanhas,
mares ou rios que separam uma comunidade linguística de outra, como pela ideia de
28
"rede de comunicação". Considerando-se uma população espalhada em um determinado
espaço geográfico, uma pessoa se comunicará mais com aqueles que estão mais próxi-
mos a ela do que com as que se encontram mais distantes. Haverá, assim, um padrão
de maior densidade de comunicação entre os indivíduos que estão mais próximos e de
menor densidade de comunicação entre os que se encontram mais distantes. A maior
densidade provocará maior interação entre as pessoas e, consequentemente, as formas
linguísticas de uns se estenderão aos membros do grupo mais denso (que estão mais
próximos) do que aos membros dos agrupamentos mais distantes. Aparecerão, dessa
maneira, em cada região, diferentes variedades. No Brasil, por exemplo, a fala da região
nordestina se caracteriza pela abertura das vogais pretônicas "e" e "o", como em "mér-
gulho" e "cólete", normalmente fechadas em outras regiões. Há lugares onde se diz ‘’to-
mati’’, pimênta e kaska.
As variações também podem ser notadas nas estruturas sintáticas ou no nível le-
xical. Assim, conforme a região, encontramos "nós fomos ir embora" em vez de "nós
fomos embora" e a banana pode ser "anã", "nanica" ou "d'água".
Fonte: www.descomplica.com.br
29
rede de comunicação. Assim, sociedades rurais e urbanas são importantes fatores soci-
ais, bem como sexo, idade, escolaridade, classe socioeconômica, dentre outros. Sabe-
mos, por exemplo, que pessoas que vivem nas áreas urbanas falam variedades diferen-
tes dos falantes do meio rural, onde são comuns formas como "nóis vai" ou "eles prantô"
em oposição às formas padrão "nós vamos" e "eles plantaram", mais características das
regiões urbanas.
As mulheres, por outro lado, são linguisticamente mais conservadoras e geral-
mente mais sensíveis à norma culta do que os homens, além de usarem expressões e
até entonações mais associadas à feminilidade, enquanto os homens, de modo geral,
distanciam-se da norma padrão e usam formas que acentuam sua masculinidade. Se-
gundo Possenti, "muitos meninos não podem usar a chamada linguagem correta na es-
cola, sob pena de serem marcados pelos colegas, porque em nossa sociedade a corre-
ção é considerada uma marca feminina". Os grupos etários também diferem linguistica-
mente: os mais jovens, por exemplo, tendem a ser menos conservadores que os mais
velhos e isso se refletirá na sua maneira de falar.
A escolaridade também é um fator muito relevante na questão da variação linguís-
ticas e, em nosso país, está diretamente relacionada à classe socioeconômica, porque
os que têm acesso à escola pertencem, de modo geral, ao grupo socioeconômico mais
privilegiado. Dessa maneira, as pessoas pertencentes aos estratos sociais mais altos
tendem a usar mais as formas padrão do português do que aquelas dos grupos menos
privilegiados e menos escolarizados.
A língua varia, ainda, de acordo com a situação em que o falante se encontra.
Situações formais exigem uma variedade de língua mais cuidada, uma vez que a socie-
dade impõe certas regras sociais - e, consequentemente, linguísticas - que espera ver
cumpridas, e que qualquer desrespeito a essas regras pode provocar não só o constran-
gimento ao falante como também a sua não-aceitação pelo grupo. Linguisticamente, po-
rém, todas as formas associadas a grupos sociais e a diferentes situações são igualmente
perfeitas. Nenhuma é melhor, ou mais correta ou mais bonita que outra, embora umas
tenham prestígio social e outras não tenham, e embora algumas possam ser mais ade-
quadas a certas situações sociais que outras.
30
A aceitação ou não de certas formas linguísticas por parte da comunidade falante
está relacionada com o significado social que lhe é imposto pelo grupo que as usam, ou
seja, estão relacionadas com o conjunto de valores que simbolizam e que se uso comu-
nica. Algumas variedades são estigmatizadas ou ridicularizadas não porque são feias,
incorretas ou ruins em si, mas porque a sociedade, preconceituosamente, associa seu
uso a situações e/ou grupos sociais com valores negativos. Cientificamente, porém, todas
as variedades de uma língua qualquer são igualmente consideradas, porque possuem
uma gramática, ou seja, todas possuem regras, todas têm organização e todas são fun-
cionais.
A escola, de modo geral e tradicionalmente, tem desconsiderado a questão da
variação linguística e dos usos das variedades pela comunidade falante, o que é bastante
grave, já que muito do que é classificado como problema de fala e escrita, principalmente
na alfabetização, está diretamente relacionado ao fenômeno. O professor alfabetizador,
geralmente imbuído dos conceitos da gramática tradicional, atribui valores de certo e er-
rado aos textos de seus alunos, desconsiderando que as crianças, nesta fase, além de
não possuir o domínio do sistema gráfico e das complexidades que lhe são característi-
cas, tende a escrever conforme o seu dialeto regional e/ou social.
Mattoso Câmara Jr., em um artigo denominado "Erros de escolares como sintomas
de tendências linguísticas no português do Rio de Janeiro", apresenta resultados parciais
de análises de textos em que mostra que a oralidade e a percepção fonética estão pre-
sentes na produção escrita dos alunos.
Luiz Carlos Cagliari, em Alfabetização e linguística, afirma que as crianças relaci-
onam a fala e a escrita ortográfica a todo momento e que seus erros não são frutos de
distração, irreflexão ou descuido. Para ele, os alunos aprendem a escrever produzindo
textos espontâneos, aplicam nessa tarefa um trabalho de reflexão muito grande e se
apegam a regras que revelam usos possíveis do sistema de escrita do português. Essas
regras são tiradas dos usos ortográficos que o próprio sistema de escrita tem ou de rea-
lidades fonéticas, num esforço da criança para aplicar uma relação entre letra e som que
nem sempre é previsível, mas que também não é aleatória.3
3
Texto adaptado: www.scielo.br
31
TIPOS DE VARIEDADES LINGUÍSTICAS
Variedades geográficas
Varia conforme o lugar, a região ou pais em que é desenvolvida. As mudanças de
tipo geográfico se chamam dialetos. Diz-se que uma língua é um conjunto de dialetos
cujos falantes podem se entender.
Exemplos: “menino” é dito no Sudeste.” Guri” para os gaúchos e “piá” para os pa-
ranaenses.
Variedades históricas
Ela varia com o tempo, com o desenvolvimento da história. Como por exemplo, a
palavra “Você”, que antes era “vosmecê” e que agora, diante da linguagem reduzida no
meio eletrônico, é apenas “VC”.
Variedades sociais
Variedades situacionais
32
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fazer postagens direcionadas para ele e te ajudar mais. Aproveita também para inscrever
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Fonte: www.mscamp.wordpress.com
O termo preconceito designa uma atitude prévia que assumimos diante de uma
pessoa (ou de um grupo social), antes de interagirmos com ela ou de conhecê-la, uma
atitude que, embora individual, reflete as ideias que circulam na sociedade e na cultura
em que vivemos. Assim como uma pessoa pode sofrer preconceito por ser mulher, pobre,
negra, indígena, homossexual, nordestina, deficiente física, estrangeira etc., também
pode receber avaliações negativas por causa da língua que fala ou do modo como fala
sua língua.
O preconceito linguístico resulta da comparação indevida entre o modelo ideali-
zado de língua que se apresenta nas gramáticas normativas e nos dicionários e os modos
4
Texto extraído: www.centraldefavoritos.com.br
33
de falar reais das pessoas que vivem na sociedade, modos de falar que são muitos e
bem diferentes entre si. Essa língua idealizada se inspira na literatura consagrada, nas
opções subjetivas dos próprios gramáticos e dicionaristas, nas regras da gramática latina
(que serviu durante séculos como modelo para a produção das gramáticas das línguas
modernas) etc. No caso brasileiro, essa língua idealizada tem um componente a mais: o
português europeu do século XIX. Tudo isso torna simplesmente impossível que alguém
escreva e, principalmente, fale segundo essas regras normativas, porque elas descrevem
e, sobretudo, prescrevem uma língua artificial, ultrapassada, que não reflete os usos reais
de nenhuma comunidade atual falante de português, nem no Brasil, nem em Portugal,
nem em qualquer outro lugar do mundo onde a língua é falada.
Mas a principal fonte de preconceito linguístico, no Brasil, está na comparação que
as pessoas da classe média urbana das regiões mais desenvolvidas fazem entre seu
modo de falar e o modo de falar dos indivíduos de outras classes sociais e das outras
regiões. Esse preconceito se vale de dois rótulos: o “errado” e o “feio” que, mesmo sem
nenhum fundamento real, já se solidificaram como estereótipos. Quando analisado de
perto, o preconceito linguístico deixa claro que o que está em jogo não é a língua, pois o
modo de falar é apenas um pretexto para discriminar um indivíduo ou um grupo social
por suas características socioculturais e socioeconômicas: gênero, raça, classe social,
grau de instrução, nível de renda etc.
A instituição escolar tem sido há séculos a principal agência de manutenção e
difusão do preconceito linguístico e de outras formas de discriminação. Uma formação
docente adequada, com base nos avanços das ciências da linguagem e com vistas à
criação de uma sociedade democrática e igualitária, é um passo importante na crítica e
na desconstrução desse círculo vicioso.
34
brasileiros. Com isso, causam certa antipatia por parte dos estudantes, pois eles se sen-
tem como aprendizes de um idioma estrangeiro que, por mais que se esforcem, dificil-
mente chegarão à fluência. Para Antunes (2003, p. 40):
Ensina-se a língua portuguesa como se fosse só gramática, tudo que uma língua
tem de riqueza e dinamismo é posto em segundo plano. Alguns professores questionam:
por que os estudantes não gostam da Língua Portuguesa? “O que a escola ensina não é
a língua, mas a nomenclatura. As aulas de Língua Portuguesa costumam se caracterizar
por ensinar o nome das coisas” (Terra, 2008, p 79). Pressupõe-se que o mais importante
da língua não é ensinado. O seu uso social e a funcionalidade entre os homens que a
utilizam parecem não ser lembrados durante as aulas.
Estas mesmas aulas de português, quando dispõem de tempo para o ensino das
variações linguísticas, o fazem de maneira intolerante, como aponta Bagno (2008, p. 16):
35
É preciso evitar a prática distorcida de apresentar a variação como se ela exis-
tisse apenas nos meios rurais ou menos escolarizados, como se também não
houvesse variação (e mudança) linguística entre os falantes urbanos, social-
mente prestigiados e altamente escolarizados, inclusive nos gêneros escritos
mais monitorados.
A escola não pode discriminar o estudante pelo seu jeito de se comunicar. Pois,
essa maneira de falar representa muito mais que um processo comunicativo, é a identi-
dade do falante. Nela, é possível perceber de onde vem este falante, a que classe social
pertence, que cultura possui, etc. É de grande relevância para o falante do português
saber identificar e diferenciar sua variação linguística das demais, não para desprestigiar,
e sim para respeitar e encantar-se com a riqueza que a língua materna possui. É uma
das propostas dos PCNs da Língua Portuguesa dos anos iniciais:
36
O conhecimento das diversas variações linguísticas também possui sua finalidade
para a compreensão da linguagem do cinema, teatro e telenovelas, para a caracterização
do modo de falar dos personagens, que muitas vezes o fazem de forma exagerada e
totalmente diferente da realidade, por falta de informação ou intencionalmente. Um bom
exemplo disso são os sotaques dos personagens nordestinos exibidos nas novelas, que
muitas vezes são exagerados e tornam-se cômicos, representando quase sempre pes-
soas de classes populares e notadamente com pouco nível de instrução. Segundo Bagno
(2008) esse sotaque deve ser de um nordestino de marte.
Por conta desta ação e do ensino discriminatório, é que o preconceito linguístico
vem se expandindo. Com a mesma importância que o ensino da norma padrão repre-
senta para qualquer cidadão no seu uso social, as variações não padrão também estão
presentes. Durante o dia e, dependendo de com quem se fala, é necessário mudar o jeito
de falar para ser compreendido. É o que acontece com os inúmeros gêneros textuais,
cada um com sua função para auxiliar a escrita.
O direito que é dado para todos aprenderem a norma padrão deve ser o mesmo
para o ensino das variações. O estudante não pode em momento algum sentir-se linguis-
ticamente inferior, nem superior às outras variações, pois “diferença não é deficiência
nem inferioridade” (Bagno, 2008, p. 29). O autor ainda defende que:
Seria mais justo e democrático explicar ao aluno que ele pode dizer “bulacha” ou
“bolacha”, mas que só pode escrever bolacha, porque é necessária uma ortogra-
fia única para toda a língua, para que todos possam ler e compreender o que está
escrito (Bagno, 2008, p. 69).
Parece que a parte pedagógica do ensino não se importa com a bagagem que o
estudante tem linguisticamente desde que entra na escola. É como se ele tivesse que
esquecer tudo que já aprendeu socialmente sobre Língua Portuguesa e tenha que apren-
der outra língua que nada tem a ver com a forma que ele se expressa. É fundamental
que o docente assuma o papel de estudioso, investigador, cientista, buscando construir
o próprio conhecimento da língua, assumindo uma postura crítica que consequentemente
o auxiliará a ressignificar sua prática, pois segundo Bagno (2008, p. 115), como docentes
devemos:
(...) acionar nosso sendo crítico toda vez que nos depararmos com um comando
gramatical e saber filtrar as informações realmente úteis, deixando de lado (e
denunciando, de preferência) as afirmações preconceituosas, autoritárias e into-
lerantes. Da parte do professor em geral, (...) essa mudança de atitude deve re-
fletir-se na não-aceitação de dogmas, na adoção de uma nova postura (crítica)
em relação a seu próprio objeto de trabalho: a norma culta.
Não é papel da escola ensinar o aluno a falar: isso é algo que a criança aprende
muito antes da idade escolar. Talvez por isso, a escola não tenha tomado para si
a tarefa de ensinar quaisquer usos e formas da língua oral. Quando o faz, foi de
maneira inadequada: tentou corrigir a fala “errada” dos alunos – por não ser coin-
cidente com a variação linguística de prestigio social, com a esperança de evitar
que escrevesse errado. Reforçou assim o preconceito contra aqueles que falam
diferente da variedade prestigiada. (Secretaria de Educação Fundamental, 1997,
p. 48)
Um aluno na escola não pode chegar à conclusão que seus pais são “burros”
porque falam errado, não pode achar que as pessoas de sua comunidade são
incapazes porque falam errado, não têm valor porque falam errado, ao passo que
a cultura só está com quem fala o dialeto padrão, que a lógica do raciocínio só
pode ser expressa nessa variedade linguística, que o bom, belo e perfeito só
pode ser expresso através das “palavras bonitas” do dialeto-padrão.
Não se trata de uma apologia ao falar diferente da norma padrão, mas tão só de
respeitar as variações que não seguem a normatização. Tendo em vista que toda socie-
dade se constitui da individualidade de cada um “não se trata de ensinar a falar ou a fala
“correta”, mas sim as falas adequadas ao contexto de uso” (Secretaria de Educação Fun-
damental, 1997 p. 22).
39
Fonte: www.provafacilnaweb.com.br
Uma união entre um homem e uma mulher ganha mais credibilidade quando existe
uma certidão de casamento. A escravidão só terminou com a assinatura da Lei Áurea.
Como se percebe a sociedade dá um status de seriedade para a escrita. Por ter um papel
muito relevante no mundo letrado, como nos diz Cagliari (2007, p. 96): “O ensino do por-
tuguês tem sido fortemente dirigido para a escrita, chegando mesmo a se preocupar mais
com a aparência da escrita do que com o que ela realmente faz representar”. Porém, não
se pode esquecer que, da mesma forma que a escrita tem uma funcionalidade, a fala
também tem. É o que afirmam os PCNs:
40
escrita e a fala durante o ensino; as duas têm que ser coniventes no processo de ensino-
aprendizagem, uma vez que “pode-se perceber agora que o ensino da Língua Portu-
guesa não só é problemático pelo que se ensina, mas também é falho porque se deixa
de ensinar muita coisa” (Cagliari, 2007, 48).
As aulas de Língua Portuguesa podem dar o direito para o estudante falar, discutir
seu idioma, brincar com a fonologia das palavras, como acontece com a escrita. Diante
dos pressupostos, entende-se que as variações linguísticas não são muito apreciadas
pela escola, por apresentarem características que “promovem” o desvio da norma pa-
drão, pois “a escola, como espelho da sociedade, não admite o diferente e prefere adotar
só as noções de certo e errado, numa falsa visão da realidade” (Cagliari, 2007, p. 65).
Com essa premissa, como o professor dos anos iniciais pode ensinar a Língua Portu-
guesa, sem desvalorizar as variações linguísticas?
42
Fonte: www.novosalunos.com.br
Como nos afirma Bagno (2008, p. 29) “assim, tal como existem milhões de brasi-
leiros sem escola, sem teto, sem trabalho, sem saúde, também existem milhões de bra-
sileiros que poderíamos chamar de sem línguas”. Isso nos faz refletir sobre o nosso papel
de docente e nossa prática em sala de aula e, também, sobre a nossa relação com os
milhares de estudantes que deverão passar por nós, que refletirão nossos pontos de vista
e nossas esperanças, pois que é através deles que poderemos combater o preconceito
linguístico.5
GÊNEROS TEXTUAIS
São textos que exercem uma função social específica, ou seja, ocorrem em situa-
ções cotidianas de comunicação e apresentam uma intenção comunicativa bem defi-
nida. Os diferentes gêneros textuais se adequam ao uso que se faz deles. Adequam-se,
principalmente, ao objetivo do texto, ao emissor e ao receptor da mensagem e ao con-
texto em que se realiza.
5
Texto extraído: www.ipv.pt
43
Você já se deu conta da infinidade de situações comunicacionais às quais somos
expostos ao longo de nossa vida? Nem precisa tanto, pois durante um único dia podemos
estar envolvidos em diferentes contextos e ambientes que exigem de nós um comporta-
mento linguístico específico. A linguagem é um dos mais eficientes meios de comunica-
ção, pois ela nos permite interagir com pessoas, assim como alterar nosso discurso de
acordo com as necessidades do momento.
Dessa constante necessidade que o ser humano tem de interagir e comunicar-se
com o outro, surgiram os gêneros textuais. Os gêneros textuais não podem ser numera-
dos, visto que variam muito e adaptam-se às necessidades dos falantes. Mesmo que não
possamos contá-los, é possível observar que eles possuem peculiaridades que nos per-
mitem identificá-los e reconhecê-los entre tantos outros gêneros. Entre as características
dos gêneros textuais estão a apresentação de tipos estáveis de enunciados, além de
estruturas e conteúdos temáticos que facilitam sua definição.
Diferentemente dos tipos textuais, que apresentam uma estrutura bem definida,
além de um número limitado de possibilidades (podem variar entre cinco e nove tipos),
os gêneros textuais são diversos e cumprem uma função social específica. Além disso,
os gêneros podem sofrer modificações ao longo do tempo, embora muitas vezes preser-
vem características preponderantes. Como exemplo dessa “evolução”, temos a carta,
que depois do advento da tecnologia foi transformada no e-mail, meio de comunicação
que substituiu o papel, a caneta e a necessidade de postagem pelos correios, visto que
pode ser recebido instantaneamente pelo destinatário. Contudo, alguns elementos lin-
guísticos foram preservados, como as saudações, o remetente e, claro, o destinatário.
Os gêneros são utilizados todas as vezes que os falantes estão inseridos em al-
guma situação comunicativa. Ainda que inconscientemente, selecionamos um gênero
que melhor se adapta àquilo que desejamos transmitir aos nossos interlocutores, sempre
com a intenção de sobre ele obter algum efeito. Seja no bilhetinho deixado na porta da
geladeira, seja nas postagens feitas nas redes sociais ou até mesmo nas piadas que
contamos para os nossos amigos, os gêneros estão lá, trabalhando a serviço da comu-
nicação e da linguagem. 6
6
Texto adaptado: www.portugues.uol.com.br
44
Fonte: pt.slideshare.net
45
Fonte: www.revistaestante.fnac.pt
Texto narrativo;
Texto descritivo;
Texto dissertativo expositivo;
Texto dissertativo argumentativo;
Texto explicativo injuntivo;
Texto explicativo prescritivo.
Romances;
46
Contos;
Fábulas;
Novelas;
Crônicas;
Diários;
Relatos de viagens;
Folhetos turísticos;
Cardápios de restaurantes;
Classificados;
Jornais;
Enciclopédias;
Resumos escolares;
Verbetes de dicionário;
Artigos de opinião;
Abaixo-assinados;
Manifestos;
Sermões;
Receitas culinárias;
47
Manuais de instruções;
Bula de remédio;
Leis;
Cláusulas contratuais;
Edital de concursos públicos;
Gênero lírico;
Gênero épico ou narrativo;
Gênero dramático.
Fonte: www.conceptodefinicion.de
Romance
Novela
Crônica
Contos de Fada
Fábula
Lendas
49
12.10 Texto Descritivo
Diário
Relatos (viagens, históricos, etc.)
Biografia e autobiografia
Notícia
Currículo
Lista de compras
Cardápio
Anúncios de classificados
Editorial Jornalístico
Carta de opinião
Resenha
Artigo
Ensaio
Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado
50
12.12 Texto Expositivo
Seminários
Palestras
Conferências
Entrevistas
Trabalhos acadêmicos
Enciclopédia
Verbetes de dicionários
O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica uma
ordem, de modo que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (re-
ceptor). Por isso, apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo. Alguns exem-
plos de gêneros textuais injuntivos:
Propaganda
Receita culinária
Bula de remédio
Manual de instruções
Regulamento
Textos prescritivos
51
Fonte: www.feitonuvem.com
52
Tudo isto deverá ser sempre as atribuições de um órgão que acaba comunicando
o destinatário, ou é o público o conjunto de todos os cidadãos ou ainda outros órgãos de
ordem pública e poderes da união.7
A redação oficial tem sido a causa de muita preocupação para muitos concursei-
ros, pois sua cobrança em provas de concurso é muito grande. É possível compreender
toda essa preocupação uma vez que escrever uma redação oficial exige o conhecimento
de normas e técnicas estabelecidas para essa escrita. Se você faz parte desse grupo de
concurseiros então continue lendo esse artigo. Você encontrará aqui os seis principais
pilares para a produção da redação oficial que irão diminuir, ou até mesmo, acabar com
a sua angústia.
Redação oficial é uma forma específica de escrever que deve seguir algumas nor-
mas e técnicas estabelecidas. É comumente utilizada em momentos formais que neces-
sitam ser documentados ou quando envolvem os três poderes constituído pelo Estado: o
Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Neste caso, a redação oficial, é a maneira pela
qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações.
Assim como qualquer correspondência, essa forma de escrita deve apresentar al-
gumas características básicas:
Formalidade;
Padronização;
Concisão;
Clareza;
Impessoalidade;
7
Texto extraído: ww.blog.qconcursos.com
53
13.2 Formalidade
13.3 Padronização
13.4 Concisão
13.5 Clareza
Um texto claro é aquele que transmite seu conteúdo de forma que seu leitor possa
compreender a mensagem facilmente. Sendo assim, a clareza deve ser uma qualidade
básica de todo texto oficial. Para que haja a clareza é necessário que o texto apresente
as outras características aqui citadas.
54
13.6 Impessoalidade
Fonte: www.oenem.com.br/
8
Texto extraído: www.refinandoaescrita.com
55
SINTAXE E SEMÂNTICA
56
João vendeu um baú antigo ano passado.
SEMÂNTICA
Choveu muito.
Há muitos homens na fila.
Nessa oração, embora Carlinhos seja o sujeito, há, sem dúvida, uma declaração
sobre Camilo que não é o sujeito da oração. Dessa forma, muitos conceitos prescritos
pela Gramática Normativa se tornam frágeis, no entanto, as relações semânticas possi-
bilitam estabelecer uma versão com maior fundamentação em relação às prescrições
gramaticais e aos próprios fatos da língua.
Outro item fundamental tratado por Ilari e Geraldi (1995) está relacionado ao verbo
de ligação. Para a Gramática Tradicional esse tipo de verbo é um mero componente de
ligação, de certa forma, até desprovido de significado. Essa concepção pode ser revista
com o auxílio da Gramática de Port-Royal de Arnauld e Lancelot.
58
Para tanto, Ilari e Geraldi (1995, p. 11) afirmam que a Lógica Clássica entendeu a
relação sujeito-predicado como expressão de juízos. Por exemplo:
Pedro é leitor.
Não tinha dinheiro, então, fez-se uma vaquinha entre os amigos para comprar a carne
do churrasco.
Nessa situação, vaquinha não é mais vaca pequena (diminutivo), mas adquire ou-
tro significado: ajuda mútua. Constata-se, portanto, que a palavra em determina sentença
consegue esclarecer seu sentido mais próximo do exato.
59
Das classes gramaticais pode adquirir uma nova versão, diferente da adotada
pela Gramática Tradicional e dicionários. A palavra ‘’velho’’, por exemplo, é um adjetivo,
mas em determinadas situações, ou melhor, construções sintáticas, pode ser classificada
como um substantivo.
Posto isso, é importante considerar várias nuances na língua a fim de que se possa
capturar o significado preciso e não “cair” em superficialidades. Quanto mais o pesquisa-
dor ou até mesmo o professor considerar o significado existente na palavra, por exemplo,
vinculado a seu contexto, mais eficaz serão seus resultados no entendimento acerca da
língua. Assim, um elemento não pode prejudicar o outro, mas sim devem se complemen-
tar.9
9
Texto extraído: file:///C:/Users/Colaborador/Downloads/3807-16914-1-PB%20(2).pdf
60
Fonte: www.bibliotecamadre.blogspot.com
Se olharmos para uma multidão veremos que não existe uma única pessoa com o
rosto igual outro. Somos todos diferentes. Temos tons de voz diferentes, andamos dife-
rente um dos outros, gesticulamos diferentemente, enfim, cada um é único. Por que então
a escola quer tanto massificar os alunos? Por que não se respeita a individualidade de
cada um?
Como pode a escola, lidando com seres tão diferentes querer avaliar de 0 a 10 o
que o aluno “aprendeu” se a maneira como lhe foi explicada foi igual para todos. Fala-se
de maneira igual para entendimentos diferentes. Como pode o entendimento do aluno
ser avaliado se ele não teve oportunidade de vivenciar nada do que foi dito! E quanto ao
aluno que tem potencialidades diferentes das abordadas em sala de aula? Como a escola
poderá saber se nunca olhou para este aluno de forma diferenciada. Nunca proporcionou
possibilidades que permitisse esse afloramento.
Devemos acreditar que é aí que mora o segredo. Permitir que o aluno se manifeste
em relação ao que lhe é importante. Sobre suas habilidades, preferências. Sobre qual é
o seu ritmo, seu tempo de desenvolvimento. É o respeito à individualidade. É saber que
cada um é cada um. No momento em que as diferenças forem somadas numa sala de
61
aula, aí sim haverá o desenvolvimento das competências. Ao se respeitar a individuali-
dade se está respeitando o direito à criação, e a criatividade é a ferramenta principal
numa época em que o conhecimento é o diferencial.
Atrelado a tudo isso deverá a escola propiciar, além de uma formação sólida, co-
nhecimentos extras que serão condições de oportunidades para o aluno atuar em dife-
rentes áreas passando a dominar as diferentes informações culturais e tecnológicas, bem
como desenvolver sua capacidade de inovação tornando-se predisposto a mudanças
mantendo-se, dessa forma, atualizado e desenvolvendo postura crítica que lhe propiciará
a interpretação antecipada das necessidades futuras da sociedade.
Fonte: www.annaramalho.com.br
62
aluno está, aonde ele pode chegar e quais estratégias poderão ajudar esse processo a
ser mais efetivo e que faça com que o próprio aluno participe ativamente da construção
do seu conhecimento.
Para alcançar esse objetivo é necessário que toda a equipe pedagógica se dedi-
que a conhecer seus alunos e a elaborar planos de ensino que estimulem o estudante a
alcançar o seu maior potencial. O olhar individualizado não anula a genuína missão das
escolas, que é integrar a todos, sem distinções, possibilitando que todos os alunos te-
nham as mesmas oportunidades. O diferencial, neste caso, é que as oportunidades po-
dem ser aplicadas de forma única, percebendo e respeitando as limitações de cada
aluno.10
Conhecer, aproximar-se e acolher. Esses são os princípios básicos para que um
aluno ingresse e permaneça na escola, sentindo-se seguro e apto para iniciar a aprendi-
zagem e o convívio social com os colegas. Esse momento acontece, principalmente, na
Educação Infantil, quando as crianças têm o primeiro contato com o ambiente escolar.
Por isso, é muito importante que a instituição de ensino elabore uma programação com
horários e atividades especiais que, com o acompanhamento contínuo da família, pos-
sam garantir que o processo de adaptação seja tranquilo e progressivo, respeitando as
particularidades de cada aluno.
Valorizar a identidade da criança nas pequenas ações do dia a dia também faz a
diferença na fase de adaptação. Por exemplo, ao escolher com criança aonde ela deseja
sentar ou quais podem ser as cores de seus materiais, o professor dá a ela a liberdade
de se expressar, além de permitir uma maior interação com o ambiente.
Nas séries subsequentes, como no Ensino Fundamental, o processo de adaptação
deve respeitar as especificidades da faixa etária. O acolhimento também é de extrema
importância nessa fase, já que o medo de ficar longe dos pais, presente na Educação
Infantil, foi substituído pela ansiedade em ser aceito em um novo grupo. Uma forma de
integração interessante neste período são as brincadeiras e as dinâmicas em grupo,
oportunidades nas quais o aluno fala sobre sua personalidade e experiências, além de
ser uma maneira efetiva de estreitar a relação com os novos colegas.
10
Texto adaptado: www.marupiara.com.br
63
Ensinar a importância do respeito que se deve ter com as diferenças dos colegas
no ambiente escolar é de fundamental importância, esse ensino deve ser aplicado desde
os primeiros anos de escolaridade. Em primeiro lugar, convém explicar a complexibili-
dade do termo preconceito, considerado como um ato pensado, elaborado e praticado
não só pelos adultos, mas também no meio infantil, visto que nem mesmo as crianças
estão excluídas das inúmeras formas de discriminação.
Sendo assim, é de extrema importância que seja eliminado o preconceito desde
os primeiros anos da Educação Infantil. É fundamental que, desde o início, a hipocrisia
seja deixada de lado na afirmação de que todos somos iguais, mesmo porque se todos
realmente fossem iguais não haveria preconceito. É a partir das diferenças que surgem
os preconceitos. É notório que muitas escolas são reprodutoras da própria discriminação
e que não desenvolvem, nem se quer tem interesse em buscar, propostas pedagógicas
para se contrapor em relação às questões apresentadas.
O ideal é que o educador, antes de trabalhar o assunto em questão na sua sala
de aula, deixe bem claro para o seu alunado três conceitos fundamentais, são eles:
11
Texto extraído: www.mundoeducacao.bol.uol.com.br
64
Tom de pele, tipo de cabelo, sotaque, limitação física. Quando as características pes-
soais fogem ao padrão estético predominante de determinado grupo, a pessoa costuma cha-
mar a atenção e, muitas vezes, acaba sendo alvo de preconceito. Em meio à diversidade
cultural, fechar os olhos para o valor do diferente é um erro crucial.
Fonte: www.envolverde.cartacapital.com.br
12
Texto adaptado: www.gauchazh.clicrbs.com.br
65
Não lidar com as diferenças é não perceber a diversidade que nos cerca, nem os
muitos aspectos em que somos diferentes uns dos outros e transmitir, implícita ou expli-
citamente, que as diferenças devem ser ocultadas, tratadas à parte. Essa maneira de agir
remete, entre outras formas de discriminação, à necessidade de separar alunos com di-
ficuldades em escolas e classes especiais, à busca da "pseudo-homogeneidade" nas
salas de aula para o ensino ser bem-sucedido, remete, enfim, à dificuldade que temos de
conviver com pessoas que se desviam um pouco mais da média das diferenças, condu-
zindo-as ao isolamento, à exclusão, dentro e fora das escolas.
As escolas abertas à diversidade são aquelas em que todos os alunos se sentem
respeitados e reconhecidos nas suas diferenças, ou melhor, são escolas que não são
indiferentes às diferenças. Ao nos referirmos a essas escolas, estamos tratando de am-
bientes educacionais que se caracterizam por um ensino de qualidade, que não excluem,
não categorizam os alunos em grupos arbitrariamente definidos por perfis de aproveita-
mento escolar e por avaliações padronizadas e que não admitem a dicotomia entre edu-
cação regular e especial. As escolas para todos são escolas inclusivas, em que todos os
alunos estudam juntos, em salas de aulas do ensino regular. Esses ambientes educativos
desafiam as possibilidades de aprendizagem de todos os alunos, e as estratégias de
trabalho pedagógico são adequadas às habilidades e às necessidades de todos.
Os alunos, em sua totalidade, experimentam em momentos de sua trajetória es-
colar um ou outro problema, obstáculo, dificuldade nas aprendizagens acadêmicas. As
razões pelas quais os alunos fracassam em algumas situações escolares são complexas
e não devem recair única e inteiramente no que é inerente ao aprendiz. Grande parte
dessas dificuldades e incapacidades é devida à própria escola. Nesse sentido, podemos
afirmar que o número de pessoas com problemas de aprendizagem em uma escola está
relacionado com a qualidade da educação nela oferecida.
Da mesma forma, todos os alunos devem se beneficiar do apoio escolar e de su-
portes individualizados quando estão passando por situações que os impedem de con-
seguir sucesso nas atividades escolares.13
13
Texto adaptado: www.lite.fe.unicamp.br
66
PRODUÇÃO DE TEXTOS
Houve um tempo em que a escrita era algo incomum nas comunidades agrafas e
quando ela começou a ser utilizada era uma atividade apenas de uma parte da popula-
ção, devido à falta de acesso dos menos abastados, e ainda que parte da população
detivesse dinheiro, apenas alguns tiveram o privilégio de obter este acesso. Com o
tempo, a escrita foi fazendo parte da população, de tal forma que hoje em dia ela faz
parte do cotidiano, uma vez que em todo momento é preciso fazer uso dela, seja por meio
de um bilhete, um e-mail, ou ainda, porque entramos em contato com toas as formas de
escrita, como placas, anúncios, rótulos de embalagens ou textos mais formais.
A prática da escrita e sua atividade, no entanto, envolvem alguns aspectos, cons-
tituindo-se como um produto sócio-histórico-cultural, de modo que a leitura e a maneia
como vai ocorrer a aquisição de uma língua por pare de um aprendiz serão determinantes
na maneira como a escrita será concebida. Esse modo de entender a escrita é que vai
traduzir como compreendemos a linguagem e consequentemente vai direcionar a prática
e o uso que fazemos dela.
Assim, Ingedore Vilaça Koch (2010) apresenta algumas concepções de sujei-
tos/escritor, uma é em que o:
[...] sujeito como (pré)determinado pelo sistema, o texto é visto como simples
produto de uma codificação realizada pelo escritor a ser decodificado pelo leitor,
bastando a ambos, para tanto o conhecimento do código utilizado. (KOCH,2010,
p. 33, grito do autor).
A autora completa, ainda, que nesse tipo de concepção não há espaço para ilici-
tudes, pois o que está escrito está dito, assim essa visão está centrada no que Koch
define como ‘’linearidade’’.
A outra definição, diz respeito ao:
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Segundo esta última concepção, texto é visto como um produto do pensamento
do autor/escritor, de forma que a escrita ‘’[...] é entendida como uma atividade por meio
da qual aquele que escreve expressa seu pensamento’’ (KOCH, 2010, p.33) porem neste
processo não se considera s conhecimentos do leitor nem a interação envolvida.
Fonte: www.arabalmanya.com
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Diante disso, a autora propõe que a escrita é uma atividade que demanda usos
estratégias, tais como uso de conhecimentos que possam contribuir na construção co-
municativa, seleção e organização das ideias que serão expostas no texto, o balancea-
mento ente as informações ‘’novas’’ e ‘’dadas’’ e pôr fim a revisão da escrita ao longo de
odo o processo. Assim, esse tipo de escrita e definida como um ‘’constructo’’, de modo
que e produzida por meio da interação e dessa maneira o sentido do texto vai sendo
desenvolvido.
Para que o escritor possa redigir de maneira correta um texto, e preciso que ele
tenha a seus dispor um leque de conhecimentos de sua língua, como a ortografia, léxico
e a gramatica. Assim, e de fundamental importância que o sujeito como produtor de um
texto detenha o conhecimento linguístico na produção textual, sabendo grafar correta-
mente as palavras, bem com acentua-las. Além disso, saber pontuar um texto também é
importante, pois ‘’marca os ritmos da escrita’’, conforme aponta Koch. Esse comporta-
mento por arte do escritor demonstra conhecimento e também contribui no processo co-
municativo.
Outros recursos também utilizados pelo escritor de texto é o seu conhecimento
sobre o mundo que está armazenado em sua memória, esses conhecimentos se referem
a leituras ou aquilo que é adquirido nas diversas experiências vividas. Koch chama este
tipo de conhecimento especifico de conhecimento enciclopédico.
Ademais, a autora revela a importância de destacar que o conhecimento textual
está também relacionado à presença de um texto ou mais dentro de outro que isso e o
que ela denomina de ‘’intertexto’’. Então, falar em um texto requer que se fale em ‘’inter-
textualidade’’, um princípio que entra na constituição de um texto, já que é produzido em
resposta a outro texto e assim por diante. Portanto, a escrita ou o ato de escrever em si
é uma atividade que requer a retomada de outros textos, implicitamente ou não, conforme
o intuito da comunicação.
Por último, Ingedore vai dizer que o ‘’conhecimento interacional’’ que o produtor
de textos possui, vai determinar a atividade de escrita, a partir de práticas interacionais
por ele vividas, tais como seu conhecimento histórico e culturalmente adquiridos, bem
como as intenções configuradas em sua escrita, a seleção da quantidade de informação
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necessária numa situação comunicativa real, a adequação de gênero textual a um con-
texto comunicativo, além de recurso a estratégias, como o uso de expressões linguísti-
cas, ente outros. Todos esses traços
Definem o conhecimento que o escritor carrega e são compartilhados como
o leitor no momento em que ele escreve e faz uso desses conhecimentos. Dessa forma,
toda escrita sempre vai pressupor um leitor e, por meio dessa interação, os sujeitos irão
negociar uns com s outros a ‘’intersubjetividade’’ que será construída ‘’sociocognitiva-
mente’’.14
Devemos começar este raciocínio com a pergunta óbvia e básica, isto é, o que é
produção? Segundo os vários dicionários que circulam pelo meio estudantil: ato ou efeito
de produzir, construir, fazer, criar pela imaginação. Outras duas perguntas também ób-
vias e fáceis:
O que é textual?
O que é texto?
14
Texto adaptado: www.bdm.unb.br
70
Fonte: ww.noticias.universia.com.br
A produção de textos é o ato de expor por meio de palavras as ideias, sendo uma
ação deveras importante. Saber produzir um texto pode ser um pré-requisito para conse-
guir um emprego, uma vaga na faculdade, dentre outros. Pessoas que escrevem bons
textos conseguem se expressar melhor. A leitura, intimamente ligada à escrita, é um ato
essencial para se produzir um bom texto.
Enquanto lemos estamos ampliamos nosso vocabulário e, consequentemente,
nosso universo interpretativo. Ou seja, com o ato da leitura estamos aumentando nossa
capacidade de entender melhor tudo que nos rodeia. Assim, é muito importante saber
escrever bons textos, e sobretudo, ter o hábito da leitura.
Antes de mais nada, para produzir um bom texto é muito importante conhecer os
diversos tipos de textos existentes, para que seja coerente com a proposta. Assim, os
principais tipos de textos são:
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Narração: narra fatos, acontecimentos ou ações de personagens num de-
terminado tempo e espaço, por exemplo, crônicas, novelas, romances, len-
das, etc.
Descrição: descreve objetos, pessoas, animais, lugares ou acontecimen-
tos, por exemplo, diários, relatos, biografias, currículos, etc.
Tipos de Textos
Tipos de Redação
Gêneros Textuais
Observe que não existe uma “fórmula mágica” para produzir um bom texto, no
entanto, há estratégias interessantes para melhorar sua produção. Cada indivíduo tem
um estilo de escrita, no entanto, o que importa não é necessariamente o estilo e sim,
a coesão e a coerência apresentadas no texto.
De tal modo, a coerência é uma característica textual que está relacionada com o
contexto. Ou seja, ela significa a relação lógica entre as ideias expressas, de forma que
não haja contradição no texto. A coesão, por sua vez, está relacionada com a regras
gramaticais e os usos corretos dos conectivos (conjunções, preposições, advérbios e
pronomes).
Em suma, para que um texto seja considerado bom, o importante é conhecer o
tipo e o gênero do texto. Além disso, não fugir do tema pedido e sobretudo, cumprir as
regras gramaticais essenciais para sua compreensão. Para tanto, pesquisar sobre o tema
antes de escrever o texto é muito importante para dar consistência e mais propriedade
à argumentação textual agregando maior valor ao texto. Vale lembrar das novas regras
gramaticais da língua portuguesa, apresentadas pelo “Novo Acordo Ortográfico”.
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17.4 Crie a Estrutura do Texto – Tema e Título
17.5 Apresentação
Fonte: www.medium.com
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17.6 Conclusão
Muitas pessoas não se preocupam com essa parte fundamental do texto, ou seja,
o momento da conclusão (também chamado de nova tese). Finalizar o texto é tão impor-
tante quanto começá-lo. Assim, não adianta fazer uma boa introdução e desenvolvi-
mento, e deixar o texto sem conclusão. Após a argumentação faz se necessário que o
escritor chegue numa conclusão e opine (no caso dos textos dissertativos), apresentando
assim um novo caminho. Note que, quanto mais criativa for a conclusão, mais interes-
sante ficará o texto.
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Texto extraído: www.todamateria.com.br
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PRODUÇÃO DE TEXTO EM DIFERENTES FORMATOS
Para produzir bons textos, além do hábito de leitura é importante conhecer os di-
versos formatos existentes, para que você siga corretamente a proposta. É bom lembrar
que não existe fórmula mágica para criar um bom texto, mas quanto mais conhecimento
você tiver sobre o tema abordado, melhor se sairá.
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Texto extraído: www.eadbox.com/producao-de-texto
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BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
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