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A análise do discurso é o estudo da discursivização, ou seja, o ato de compactar a

decodificação do texto, a interpretação linear, e a compreensão adquirida.


Texto e discurso são dois termos que convém distinguir.
Texto é o espaço de concretização do discurso, ou seja, o objeto (pintura, escultura,
imagem, ou em nosso caso, o aglomerado de palavras.) O discurso é a junção da
objetividade, da subjetividade e do contexto do enunciador.
Existem três níveis na compreensão do discurso. O primeiro deles é o fundamental, que
se caracteriza por uma compreensão linear (“do que o texto fala”), depois o nível
narrativo, que pode (ou não) apresentar o autor, ou a voz desse texto (quem fala); e por
último o nível discursivo, que seria o pontapé inicial para a análise discursiva.

”Ao analisarmos o discurso, estaremos inevitavelmente diante da


questão de como ele se relaciona com a situação que o criou. A análise
vai procurar colocar em relação ao campo da língua (suscetível de ser
estudada pela Linguística) e o campo da sociedade (apreendida pela
história e pela ideologia). A "ideologia" é um conjunto de
representações dominantes em uma determinada classe dentro da
sociedade. Como existem várias classes, várias ideologias estão
permanentemente em confronto na sociedade. A ideologia é, pois, a
visão de mundo de determinada classe, a maneira como ela representa a
ordem social. Assim, a linguagem é determinada em última instância
pela ideologia, pois não há uma relação direta entre as representações e
a língua.” (GREGOLIN, Maria R.V. A análise do discurso: conceitos e
aplicações. Alfa, São Paulo, 39: 13-21, 1995. Disponível em: (Acesso
em 30/03/2017)
(GREGOLIN, 1995, p.17)

A linguagem é uma materialização da nossa ideologia, assim como o discurso é um


espaço da materialização das formações ideológicas, sendo por elas influenciados.
Nesse sentido, pode ser visto como uma abstração porque corresponde à voz de um
grupo social.
Existem, na AD, alguns elementos de persuasão, que podem compor a “verdade” da
mensagem:
Objetividade: O uso da 3ª pessoa mantém a enunciação afastada do discurso, garantindo
a veracidade do enunciado.
Aproximação: Contrapõe o primeiro elemento, fazendo uso da 1ª pessoa, como por
exemplo nas autobiografias, que busca uma certa empatia do enunciatário.
Referências: É basicamente o enunciador que faz uso de outro enunciador (que se
apresenta imparcial) que pode convencer o enunciatário por este motivo, ou criando
uma relação de empatia, de aproximação.
Para entender os sentidos subentendidos em um texto, é preciso que o enunciador e o
enunciatário tenham um conhecimento partilhado que lhes permita inferirem os
significados. Este conhecimento de mundo envolve o contexto sócio-histórico ao que o
texto se refere.

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