Você está na página 1de 47

FAE CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO DO PARANÁ

CURSO DE PSICOLOGIA

RELATÓRIO FINAL DOS ESTÁGIOS CURRICULARES

ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA ÁREA DE OPÇÃO III (TCC)

Autor

MARCOS DA SILVA RODRIGUES

Orientadora: Prof.ª ANDRÉIA CRISTINA DOS SANTOS KLEIHANS

CURITIBA 2016
2

MARCOS DA SILVA RODRIGUES

RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO DE OPÇÃO III

TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL (TCC)

Relatório de Estágio apresentado


como requisito parcial para conclusão da
disciplina de Estagio Supervisionado Opção
IIl, do curso de Psicologia da FAE - Centro
Universitário Franciscano do Paraná.

Orientadora: Prof.ª Andreia Cristina


Dos Santos Kleinhans.

CURITIBA

NOVEMBRO - 2016
3
4

RESUMO

O estágio em Opção IIl aconteceu na Clínica Escola Psicofae com o


objetivo de oportunizar aos alunos do Curso de Psicologia referencial teórico e
prático no que se refere à atuação clínica e suas diferentes estratégias de
avaliação e acompanhamento do paciente.

Além do atendimento com os pacientes propriamente dito, as supervisões,


ocorreram semanalmente, oportunizaram momentos de estudo, pesquisa e
elaboração de estratégias de intervenção, além dos relatórios de prática e
observação em sala de espelho.

As pesquisas foram realizadas com foco na abordagem Comportamental


Cognitiva e oportunizaram aprofundamento teórico e novas discussões além das
orientações para as práticas seguintes. Todas as atividades ocorreram na
Psicofae, sendo que os atendimentos e planos de intervenção ocorreram
individualmente. Nas salas de espelho houve variação de observação de um ou
dois colegas. Após a avaliação inicial, as demais sessões transcorreram com o
intuito de focar as maiores demandas trazidas, em consultório pelo paciente.

Palavras-chave: Atendimento, clínico, Cognitivo, Comportamental, Serviço


Escola.
5

ABSTRACT

The stage in Option IIl was held at Clínica Escola Psicofae with the
objective of providing students with a theoretical and practical reference
psychology course in relation to clinical practice and its different strategies for
patient evaluation and follow-up.
In addition to attending the patients themselves, the supervisions took place
weekly, providing opportunities for study, research and development of
intervention strategies, as well as practice and observation reports in a mirror
room. The researches were carried out with a focus on the Cognitive Behavioral
approach and they offered a theoretical background and new discussions besides
the guidelines for the following practices. All activities took place in Psicofae, with
the attendance and intervention plans occurring individually. In the mirror rooms
there was variation of observation of one or two colleagues. After the initial
evaluation, the remaining sessions were carried out in order to focus on the
greatest demands brought in by the patient.

Keywords: Attendance, Clinical, Cognitive, Behavioral, School Service.


6

Sumário
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 8

2 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 8

3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 9

4 METODOLOGIA .............................................................................................. 9

5 ESTÁGIO SUPERVISIONADO ...................................................................... 10

6 CAMPO DE ESTÁGIO ................................................................................... 10

7 DESENVOLVIMENTO ................................................................................... 11

5.1 (a) Historia familiar, pais e sua relação com eles: .................... 13

5.2 (b) Histórico escolar: .................................................................. 13

5.3 (c) Histórico social: .................................................................... 14

5.4 (d) Histórico sexual: ................................................................... 14

8 DIAGRAMA DE CONCEITUALIZAÇÃO COGNITIVA ................................. 16

9 RELATÓRIOS DE ATENDIMENTO ............................................................ 17

10 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E ARTICULAÇÃO COM O QUADRO


APRESENTADO PELO PACIENTE .................................................................. 28

11 TEORIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL: VISÃO GERAL, TERAPIA


COGNITIVO COMPORTAMENTAL .................................................................. 28

12 TOC: Transtorno Obsessivo Compulsivo ............................................. 33

13 COMPULSÕES ....................................................................................... 34

14 TOC E ANSIEDADE ................................................................................ 34

15 PENSAMENTOS AUTOMATICOS ........................................................... 35

16 A CATASTROFIZAÇÃO .......................................................................... 35

17 PENSAMENTO DICOTÔMICO OU POLARIZAÇÃO ................................ 36


7

18 TRANSTORNO DA PERSONALIDADE OBSESSIVO-COMPULSIVA


(TPOC) ............................................................................................................. 36

19 DESCATASTROFIZAÇÃO ...................................................................... 38

20 CARACTERÍSTICAS DOS PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS ................ 39

21 OS FUNDAMENTOS DA TERAPIA DE EPR ........................................... 40

22 PREVENÇÃO DE RITUAIS MENTAIS: O EXERCICIO DO “PARE” ........ 40

23 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 41

24 REFERENCIAS ....................................................................................... 43
8

1 INTRODUÇÃO

O presente relatório tem o objetivo de retratar a trajetória durante o


estágio Supervisionado na Área de Opção IIl e com a abordagem da Terapia
Cognitivo Comportamental.
A caracterização do objetivo deste estágio, bem como os momentos de
estudo e as vivências comuns, partilhadas nos momentos de supervisão
oportunizaram grande aproveitamento teórico, além da possibilidade de
conhecer outras práticas pelo relato dos colegas, nos momentos de supervisão e
estudo de caso. A elaboração dos relatórios oportunizou o aprofundamento de
conceitos fundamentais, estudo e o registro dos aspectos mais singulares desta
vivência.
O grupo é composto por quatro estagiários, sendo que, os atendimentos
foram realizados individualmente e em salas específicas, as observações pelo
grupo foram possíveis devido ao recurso da sala de espelho. Os casos aqui
relatados passam pela orientação da supervisora de estágio, que orientou cada
atendimento com o suporte necessário para que o paciente obtenha um
atendimento de qualidade. Proporcionando também subsídio aos orientandos
para que possam adquirir segurança para os atendimentos futuros ao paciente e
em sua vida profissional
As observações feitas por nós, estagiários, consistem numa etapa
fundamental e imprescindível do conhecimento do comportamento verbal e não
verbal do paciente, onde captamos diversos domínios tais como: psicomotor,
afetivo-cognitivo, humor e entre outros.

2 OBJETIVO GERAL

O estágio curricular apresenta como objetivo aplicar os conhecimentos


teóricos adquiridos ao longo do curso, contribuir para a aquisição de experiência
e competências profissionais, refletir sobre as práticas e as aprendizagens no
contato com a realidade e promover a formação ética alicerçada as possíveis
demandas da área clínica.
9

3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Proporcionar através dos recursos disponibilizados no Serviço Escola da


Fae: “PsicoFAE”, a atuação supervisionada na prática clínica, além do
conhecimento de estratégias e manejo clínico por meio de estudos de caso após
observação em sala de espelho.

Integrar atividades de prática pré-profissional como técnicas e manejos


exigidos pela profissão em destaque os processos de diagnóstico baseados no
aprofundamento de um referencial teórico. Possibilitando assim desenvolver a
compreensão do real trabalho desenvolvido na clínica diretamente com o
paciente.

Promover a identificação de possibilidades de atuação clínica, bem como


propiciar ao paciente um plano de intervenção, visando a promoção e a
prevenção da saúde cognitiva e emocional respeitando o seu processo de
desenvolvimento. Levando em consideração princípios éticos no que tange sua
postura junto ao cliente na sua relação terapêutica.

4 METODOLOGIA

O Estágio Supervisionado na Área de Opção IIl, foi realizado no Serviço -


Escola PsicoFAE, com o objetivo de oportunizar suporte acadêmico e
profissional aos alunos do curso de Psicologia, possibilitando a correlação
teórico prática fundamental em todo processo acadêmico. O estágio
proporcionou aos educandos contatos com os recursos e técnicas para a
atuação na psicologia escolar educacional. Durante as sessões foram utilizados
instrumentos avaliativos. Todas as atividades foram relatadas e documentadas
no formato de relatórios semanais, constituindo-se como os registros dos
atendimentos realizados. Esses registros, além de compor parte do presente
relatório final, colaboram para que a supervisora de estágio faça sua avaliação
quanto ao desempenho do (a) discente nas atividades desenvolvidas no campo
de estágio da Clínica Escola da Fae.
10

Para o desenvolvimento desse estágio foram utilizadas as técnicas e


pressupostos da Terapia Cognitivo-Comportamental, enquanto recurso
psicoterápico da Psicologia, para o alívio do sofrimento e na resolução das
questões expostas em terapia pelo paciente.

5 ESTÁGIO SUPERVISIONADO

O Estágio Supervisionado é um processo de aprendizagem prática,


indispensável para os profissionais estarem preparados para enfrentar os
desafios da profissão de Psicólogo frente à atuação clínica. O estágio tem sua
importância justificada também por se caracterizar como um momento
fundamental na interface do discurso acadêmico e a atividade prática, uma vez
que oferece suporte a vivência e compreensão destas primeiras experiências
profissionais por meio das supervisões. A realização do estágio atende às
exigências curriculares da formação do psicólogo na respectiva área.

6 CAMPO DE ESTÁGIO

A Clínica Escola da FAE, (Psicofae) está localizada, na Rua 24 de Maio nº


135, ao lado da FAE Centro Universitário. Suas dependências foram planejadas
com uma estrutura que visa proporcionar o desenvolvimento dos estágios do
curso de Psicologia. Contempla uma área de recepção dos discentes e demais
usuários da Clínica Escola, na qual duas recepcionistas estão à disposição para
orientar, prestar informações, colaborar para a organização dos estágios e
documentos dos pacientes e demais usuários do local. Banheiros femininos,
masculinos e para portadores de necessidades especiais, salas de estudo, salas
para os encontros de supervisão com capacidade para até seis pessoas, salas
de reuniões, salas de espelho para os atendimentos onde são obrigatórios os
atendimentos assistidos e salas para os atendimentos individuais.
11

O local também mantém uma brinquedoteca com jogos e brinquedos


terapêuticos, e um arquivo regularmente atualizado com os principais testes
neuropsicológicos e projetivos que servem de suporte para que os futuros
psicólogos possam desfrutar de uma vivencia real da pratica clinica.

O local possibilita o treinamento e a capacitação dos alunos para a


realização de entrevistas clínicas em situações de triagem e psicoterapia,
desenvolvendo o raciocínio e a escuta clínica inerente à atuação do profissional
em psicologia.

Supervisiona os estágios curriculares previstos pelo curso de psicologia,


consolidando as competências propostas por suas diretrizes curriculares. Presta
serviços de atendimento psicológico que beneficiam indivíduos, famílias e grupos
da comunidade local.

Os atendimentos são destinados aos funcionários da Associação


Franciscana e Ensino Senhor Bom Jesus e comunidade em geral. Atende:
Indivíduos, Grupos, Família e Casais. Faixa Etária: Crianças, Adolescentes,
Adultos e Idosos.

7 DESENVOLVIMENTO

CONCEUITUAÇÃO DO CASO

O Paciente AF de 21 anos. Vem de indicação de um processo de


Coaching que esta realizando. Traz a queixa por escrito, pois já fazia
atendimento a 2 anos na abordagem TCC. Considera-se um paciente estranho,
busca perfeição, busca primeiro lugar, segundo lugar é desprezível. A
ansiedade, o paralisa, aprecia em demasia a opinião dos outros, busca ser
reconhecido nas mais variadas formas.

Identifica sua opinião como inferior, considera-se preguiçoso, quer 100%


de aproveitamento em todas as atividades. Afirma ter compulsão alimentar como
medida de alivio do stress percebe-se com sobrepeso e desanimo. Tem um
sonho de ser piloto e por problemas financeiros abandonou o curso. Percebe-se
12

emocionalmente rebaixado, terminou um relacionamento de 15 meses e se


decepcionou. Entrou em ansiedade maior, relata ter necessidades sexuais que
não consegue satisfazer devido a convicção religiosa. Tem raiva da ex-
namorada, pensamentos intrusivos de agredi-la, matá-la. Não acha justo perdoa-
la. Ainda relata medo exagerado da morte dos pais. Acredita manter
dependência emocional perante as outras pessoas.

1) Dados de identificação do paciente

● Nome do paciente: AF;

● Idade: 21 anos;

● Escolaridade: Superior incompleto;

● Profissão ocupação: Estagiário;

● Estado civil / com quem reside: Solteiro mora com os pais e irmã de 16
anos;

● Religião: Evangélico, praticante e bom seguidor das regras


estabelecidas pela religião;

● Outros profissionais que atendem pacientes (motivo): Não;

● Tratamento psicoterápicos anteriores: Sim 2 anos tratamento de TOC


(Transtorno Obsessivo Compulsivo).

2) Uso Medicações: Fluoxetina e Omeprazol;

● Entorpecentes atuais: não utiliza;

● Medicações psiquiátricas atuais (com dose): Fluoxetina;

● Medicações psiquiátricas atuais: Fluoxetina, Rivotril;

● todas as três classes anteriormente utilizadas: não utiliza.


13

3) Motivo da busca de atendimento:

O paciente já relata um diagnostico de TOC (tratamento de dois anos


interrompido se sente imobilizado com os pensamento intrusivo, alega ter
imaturidade e grande dependência emocional, acredita ter compulsividade por
comida e não consegue se livrar da ansiedade e auto cobrança.

4) Forma de encaminhamento

O paciente esta se preparando para concursos públicos, através de um


serviço de coaching experenciado na FAE, foi então aconselhado a procurar o
serviço da PsicoFae para se livrar da auto cobrança.

5) Informações Históricas Relevantes

5.1 (a) Historia familiar, pais e sua relação com eles:


Considera os pais amáveis porem não consegue manter uma relação
afetuosa, tem medo da morte dos pais não sabe lidar com este assunto, mãe
com histórico de hipocondria e baixo estima, se sente rejeitado pelos outros
membros da família devido a um processo mal resolvido de herança, o pai
também apresenta compulsão por jogos de loteria, e regula seu humor de acordo
com a estabilidade financeira, tem a irmã mais nova como companheira e grande
consideração por ela. Frequentemente tenta intermediar os relacionamentos de
seus pais.

5.2 (b) Histórico escolar:


Sempre manteve bom desempenho escolar porem falta de habilidades
sociais, na infância sofria bullyng devido a baixa estatura, acredita que vivenciou
no ensino médio o seu auge de reforçadores sociais, onde conseguia rir de si
mesmo em relação a sua auto imagem. Porem não teve condições de se manter
em um curso de mecânico pra pilotos e que ainda é o seu maior sonho se sente
desvalorizado com esta situação. Estuda marketing hoje de maneira contrariada.
14

Esta tentando mudar de curso para administração pretende fazer um curso


a distancia de comissário de bordo.

5.3 (c) Histórico social:


Acredita na amizade apenas de forma profissional, lamenta que desde a
infância tenha se decepcionado com as pessoas, relata que gosta de ser
reconhecido, mas se sente arrogante perante as outras pessoas.

Rompeu um namoro de dois anos, o que considera um ponto de declínio


para sua saúde emocional, relata que não quer esquecê-la, porque quer manter
ódio pela ex.. Mantém grande inibição social dificuldade em se relacionar, alega
ser desprezado pelos colegas de curso. Mantém certo grau de amizade pelos
companheiros de comunhão da igreja, mas anda com certa desconfiança. Não
conseguiu dar continuidade nas amizades da infância.

5.4 (d) Histórico sexual:


Hétero sexual se sente impedido de manter relações sexuais devido a sua
orientação religiosa atual, tem problemas de compulsão por pornografia e
masturbação.

6) Lista de Problemas

1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum


momento durante a perturbação, são experimentados como intrusivos e
inadequados e causam acentuada ansiedade ou desconforto;

2. Os pensamentos, impulsos ou imagens não meras preocupações excessivas


com problemas da vida real;

3. Tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens, ou


neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação;
15

4. Reconhece que os pensamentos, impulsos ou imagens obsessivas são


produto de sua mente e não impostos a partir de fora, como na inserção de
pensamentos;

5. Excessiva preocupação com assertividade;

6. Excessiva preocupação com o futuro e com a opinião da outras pessoas;

7. Ansiedade generalizada, busca pela perfeição (auto exigência profissional);

8. Compulsão alimentar;

9. Compulsão por pornografia e masturbação.

7) Hipótese Diagnostica

Segundo os relatos descritos acima das dificuldades apresentadas pelo


paciente podemos investigar com base no DSM- IV sintomas que aparentemente
fecham critérios para um quadro de: Transtorno Obsessivo Compulsivo.

O TOC é um transtorno mental incluído pelo Manual diagnóstico e


estatístico de transtornos mentais (DSM-IV), p.9 da Associação Psiquiátrica
Americana, nos chamados transtornos de ansiedade. Está classificado ao lado
das fobias (medo de lugares fechados, de elevadores, de pequenos animais
como ratos, lagartixas, insetos ou animais domésticos, de alturas ou de ver
sangue ou ferimentos); da ansiedade ou fobia social (medo de expor-se em
público ou diante de outras pessoas); do transtorno de pânico (crises súbitas de
ansiedade, seguidas de medo de frequentar os locais onde ocorreram os
ataques, como lugares fechados e aglomerações de pessoas) e da ansiedade
generalizada (medos excessivos, preocupação e tensão permanentes). Critérios
diagnósticos do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 4a
edição (DSM-IV-TR) 1.

Os sintomas do TOC envolvem alterações do pensamento (obsessões


como dúvidas, preocupações excessivas com doenças, com falhas,
pensamentos de conteúdo impróprio ou “ruim”); do comportamento (rituais ou
compulsões, repetições, evitações, lentidão para realizar tarefas, indecisão) e
emocionais (medo, desconforto, aflição, culpa, depressão).
16

Sua característica principal é a presença de obsessões e/ou compulsões


ou rituais. Os rituais ou compulsões são realizados em razão dos medos ou da
aflição que ocorrem sempre que a mente é invadida por uma obsessão – um
pensamento de conteúdo catastrófico, como contaminar-se, contrair uma doença
grave, cometer falhas ou ser responsável por acidentes ou acontecimentos. As
evitações, embora não-específicas do TOC, são, em grande parte, responsáveis
pelas limitações que o transtorno acarreta.

8 DIAGRAMA DE CONCEITUALIZAÇÃO COGNITIVA


8.1 História de Vida

Bullyng na infância (estatura) acredita que passou diversas privações


devido ao pouco poder aquisitivo dos pais o que o leva projetar grande
ansiedade em relação futuro. O fim de um relacionamento trouxe um quadro
depressivo. A perda do emprego reforçou suas preocupações e auto exigências.

8.2 Dados relevantes da infância e adolescência

Nunca conseguiu manter amizades na infância procurava se esconder


para não ser perseguido. No segundo grau obteve êxito com os amigos pois
conseguia rir de si mesmo.

8.3 Crenças Centrais

Sou um fracasso, (intolerância a incerteza), sou dependente emocional,


preciso ser o melhor, (Responsabilidade exagerada)

8.4 Estratégias compensatórias

Se eu for o melhor serei respeitado (ser perfeccionista), preciso ser rico


para sanar todo o sofrimento que já passei, e dar um futuro para os meus filhos.
Evitar novas amizades (ter relações impessoais para não se decepcionar, comer
compulsivamente alivia o stress, masturbação excessiva (recompensa imediata).
fuga do desconto da ansiedade).
17

8.5 Esquemas iniciais Desadaptativos e Estilos de Enfrentamento

Preciso do reconhecimento das pessoas para ter êxito, não enxergo


pontos positivos em mim apenas nos outros.

8.6 Fatores Precipitadores

Fim do relacionamento, auto exigência profissional e baixa autoestima


fobia social.

8.7 Pontos fortes e recursos (FATORES PROTETORES)

O paciente já realizou um tratamento na TCC reconhece que sempre foi


cético, mas a terapia o ajudou muito, engajado nas tarefas de casa relacionadas
a terapia ,bastante participativo nas sessões grande eloquência e interesse na
sua melhora. Forte relação terapêutica e empirismo colaborativo durante as
sessões. Muito religioso e fortemente ligado a família.

8.8 Crenças que podem interferir no Atendimento

As pessoas não são dignas de confiança, a ansiedade é benéfica ela me


move a fazer mais atividades. (convicções religiosas absolutistas em relação a
relacionamentos conjugais)

9 RELATÓRIOS DE ATENDIMENTO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E ANÁLISE DAS ATIVIDADES PRÁTICAS

Sessão: 1

06/08/16

O paciente AF. Relata o quanto o TOC é incapacitante, que já fez


acompanhamento psiquiátrico por dois anos, mas perdeu o convênio. Hoje busca
a medicação no posto de saúde atualmente toma Fluoxetina e Omeprazol para
diminuir a acidez do estomago, e Rivotril para baixar tremor das mãos. O
18

acompanhamento é feito com clinico geral, tem preconceito em relação a


médicos que atuam pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Sobre suas
expectativas espera evoluir vindo à terapia gostaria evoluir emocionalmente. Foi
solicitado como tarefa: trazer os quesitos positivos e a relação com os pais e
amigos também revelou ter muita dificuldade me falar em público.

Sessão: 2

13/08/16

Nesta segunda sessão relata que esta decepcionado com o desempenho


que obteve no concurso embora seu professor o tenha alertado que era um bom
resultado comparado ao pouco tempo de estudo. Percebe que faz anos que
trabalha e não consegue sequer dar boas condições para os filhos (que ainda
não tem), decepcionado por não conseguir antes dos trinta anos o primeiro
milhão exige ser reconhecido.

Foi então enfatizado sobre o funcionamento da TCC no trabalho do TOC


com foco no: Pensamento emoção comportamento dentro dos (transtornos
ansiosos). Foi realizado uma explanação das consequências da preocupação da
capacidade de gerar e manter ansiedade na ausência de uma ameaça externa
pela perpetuação de pensamentos e imagens de ameaças e perigos não
existentes antecipados no futuro. Foi reforçado o quanto isto demonstra
maturidade e que ele pode fazer um exercício de auto avaliação da sua
percepção, como certas distorções cognitivas estão dentro do transtorno.

Foi relatado que a preocupação pode ser construtiva que isto é, leva à
resolução de problemas ou pode se tornar excessiva e mal adaptativa se a
ameaça percebida for considerada altamente provável, iminente, aversiva e
incontrolável (ou seja, percepção de acesso limitado a estratégias de
enfrentamento pós-evento). Á preocupação tem uma (qualidade auto
perpetuadora porque funciona como um reforçador negativo criando a ilusão de
certeza, previsibilidade e controle da ameaça ou perigo antecipado. O paciente
ficou apreensivo, pois sempre imaginou a preocupação apenas de maneira
positiva.
19

Sessão : 3

20/08/16

Após ser identificado os pensamentos disfuncionais foi trabalhado o


Questionamento Socrático: Quais as evidências? De que outra maneira se pode
olhar para a crença? Se sua crença é verdadeira, quais as implicações?

Sobre como algumas profissões são realizadoras e não tão bem


reconhecidas, e que o sucesso profissional também depende um relacionamento
interpessoal, as diferenças entre lideres e chefes questões que envolvem o
carisma e autoestima foi realizado uma comparação com personalidades como
Nelson Mandela, Gandhi, etc...

Durante a semana o paciente discutiu com seguranças durante um show


pelo fato do cantor não poder atender a sua mãe que era muito fã do artista.
Relata que pensou melhor (sentimento raiva) e após refletir o comportamento foi
assertivo, foi explicado ao paciente as bases da TCC (como as emoções
confundem o nossos pensamentos e interferem nas nossas ações).

Comentou que isso elevou a moral da família e o cantor fez uma ligação
pessoal para sua mãe. Foi trabalhado a mudança no seu auto conceito ensinado
o paciente a identificar antecipadamente as emoções com benefícios aos
comportamentos assertivos.

Sessão 4

27/082016

O paciente AF. Solicita que esta sessão especifica tenha um enfoque


diferente devido a começar em um novo trabalho esta semana. Ele solicita ajuda
a ser mais receptivo neste novo emprego pois acredita que foi demitido do
emprego anterior devido a sua introspecção e timidez, é explanado que atitudes
básicas como cumprimentar e solicitar ajuda de um estranho demonstram
simpatia, foi indagado se mantinha esta pratica no seu antigo trabalho.
20

Comenta que inicialmente sim, mas depois que percebeu que as pessoas
faziam questão de ignora-lo ele deixou de cumprimentar a todos. Qual era o
objetivo de abandonar este comportamento? AF comenta que era uma maneira
de retalhar mentalmente as pessoas mal educadas, e que não era palhaço de
ninguém.

Foi questionado sobe a funcionalidade da estratégia, responde que não


deu certo. Novamente foi psicoeducado sobre os conceitos emoção, pensamento
e comportamento; o desconforto que é sentido nos levam a querer retalhar
mesmo que o resultado seja nulo, porem quando analisado o comportamento
percebemos que para uma gerente entre manter dois empregados que tenham o
mesmo desempenho, comportamentos sociáveis como o de cumprimentar as
pessoas aparentemente será mais valioso.

O paciente concorda, mas acha injusto, pergunta se sempre vai ter que
ser a pessoa que corre atrás dos outros, foi comentado que não podemos mudar
o passado nem o futuro e nem as outras pessoas, apenas nós mesmos e no
presente.

Então foi realizado uma simulação de como se comportaria diferente hoje


durante o seu primeiro dia trabalho.

Sessão 5

03/09/2016

O paciente comenta que saiu muito satisfeito, no primeiro dia no novo


trabalho que todos foram muito receptivos com ele. Foi então trabalhada a
psicoeducação a respeito das distorções cognitivas a primeira a ser avaliada é a
catastrofização e a previsão do Futuro. Ele reafirmou que este conceito será
realmente útil durante seu novo emprego, ressaltou estar adquirindo as
ferramentas necessárias para esta nova fase.

Foi debatido como suas crenças negativas em relação as expectativas


negativas em relação ao trabalho como mais um erro cognitivo. Como tarefa
solicitado que se auto avalie durante a semana quando as distorções
acontecerem novamente e trouxesse na próxima semana.
21

Sessão 06

10/09/16

É solicitado ao paciente um Feed back do tratamento até agora. Ele


comenta que esta conseguindo diminuir drasticamente a sua ansiedade em
relação ao futuro sua relação familiar e pessoal. Também acredita estar mais
assertivo em relação a tomada de decisão. Porem estava ainda com duvidas a
respeito de um possível quadro depressivo devido a sentir muita lentidão na
execução de tarefas. Foi pontuado sobre o foco na TCC onde o ponto chave hoje
são os sintomas do TOC e em relação ao diagnostico, foi indagado sobre quem
concedeu o diagnostico? Ele confirma que foi o psiquiatra.

Então durante a sessão foi realizado um levantamento sobre alguns


sintomas como: Pensar repetidamente sobre o mesmo assunto, canalizando
numa dúvida interminavelmente (temor, medo, angustia) contaminação, doenças,
cometer falhas imperdoáveis, impedir desgraças futuras, ferir outras pessoas, se
depois disso recorria a algo para afastar tais pensamentos.

Foi realizado a psicoeducação em relação diferença entre obsessão e


compulsão e se o paciente tinha alguma demanda mais critica dentro destes
aspectos: AF comentou que sim duas, a primeira em relação a comer
compulsivamente, inclusive quando as sessões tocam em assuntos mais
delicados ele sente necessidade em passar em fast-food e comer mesmo estar
sem fome exageradamente relata que é apenas pela busca do prazer.

Também sente que esta viciado em pornografia e masturbação, antes via


o ato como normal, mas agora se sente culpado em relação aos votos que fez na
igreja, sente-se, que não será honrado em ter uma esposa e falhando com Deus.

Foi reafirmado que nas sessões vamos trabalhar apenas seus


comportamentos, emoções e pensamentos, e agora focado dentro da dinâmica
do TOC que se enquadram as obsessões, compulsões e evitações. Foi também
observado junto ao paciente o caminho neurológico das compulsões. AF se
sente aliviado em saber que é um sintoma comum que pode ser ajudado sem
culpa.
22

Sessão 07

17/09/16

O Paciente AF relata da sua grande carência e dificuldade em encontrar


uma pessoa que aprecie dos mesmos valores e convicções religiosas que ele.
Foi debatido este pensamento de maneira socrática, porem ainda reluta devido a
sua forte convicção religiosa. Foi levantado os seus pensamentos disfuncionais
sobre os colegas de sala pois se sentia desvalorizado por não parabeniza-lo no
seu aniversário. Foi trabalhado sobre o aspecto da rotulação e indagado se ele
dava parabéns a todos as pessoas que conhecia ou somente as que tinham forte
vínculo.

Concordou e mostrou desanimo por não conseguir praticar em casa os


preceitos da TCC. Foram levantados aspectos relevantes da catastrofização,
sobre o forte temor de não conseguir resolver os problemas da empresa, relata
ter que manter um alto padrão de trabalho e não quer perder esta dedicação.

Foi explanado o conceito da flexibilização de pensamento e que a origem


das patologias esta presente em todas as pessoas. Mesmo os sintomas do TOC
começam por uma demasiada auto exigência, grande inibição e sentimentos de
desvalia pessoal, todas as pessoas já sentiram estes sentimentos em algum
momento da vida. Porem a continuidade nesta percepção se consolida em
formação de esquemas e crenças disfuncionais que passam a ser patológicas.
Por isso o treinamento nas sessões avaliações destes pensamentos, para
adquirir novos repertórios comportamentais. Foi Solicitado como tarefa de casa
que traga todas as ruminações, pensamentos e obsessões durante a semana
para serem avaliadas em sessão.
23

Sessão 07

17/09/16

Foi feito outro levantamento sobre rituais como: Lavar as mãos, banhos
demorados, revisar portas e janelas, não usar roupas de determinadas cores,
não passar por cemitérios, medo que possa acontecer algo relacionado a morte
ou algo terrível. Abordado sobre os rituais AF comenta que tinha um espelho
trincado na sua casa e que sempre que passava na frente ele se imaginava se
cortando e se fincando nestes espelhos.

Em relação a limpeza evita pegar no ônibus em partes de borracha temor


de uma possível contaminação, tem medo de pegar bebes no colo pois acredita
que vai derruba-los. Trabalhamos o conceito das obsessões de pensamento com
a técnica Pare quando os pensamentos afligirem a sua cabeça e tarefas de
prevenção de rituais.

Sessão 08

24/09/16

O paciente AF relata que está com medo de lidar com uma situação na
faculdade visto que tem um trabalho em grupo e suas notas estão baixas
comenta que para ele é difícil lidar com a situação de não ter o controle da
situação.

Indagado sobre qual verdadeiro temor? Relata ser o de baixar o


rendimento ou ficar mal com os colegas, embora relate que consegue graças a
terapia ter uma melhor flexibilização de pensamento e que a nota hoje já não é o
mais importante, pois realiza várias atividades, mas precisa passar de ano, então
é reforçado pela conquista terapêutica.

Também comenta sobre a fobia social, que foi discutido em sessões


passadas que agora consegue se auto avaliar melhor, porem nesta semana ficou
deprimido por ser ironizando por ser do tipo calado, depois comentou como
todos acharam o colega inconveniente e ficou feliz com a situação.
24

Foi trabalhado novamente os pensamentos distorcidos como ficam


evidentes com o treino, por exemplo, ele sempre teve um auto conceito negativo
pelo fato de ser quieto e que falar muito nem sempre é sinal de aprovação para
as outra pessoas. Sobre como flexibilizar o pensamento em relação a auto
exigência, foi feita uma comparação com a chefe do paciente que tem grande
estima e apreciada como principal qualidade a flexibilização de pensamento por
confiar a ele em apenas um mês de casa todas as tarefas e saiu viajar. O
paciente concordou e relatou que vai trabalhar assim no grupo da faculdade.

Foram reafirmadas questões do foco no aqui e agora e conceitos do RPD


que era justamente o enfrentamento e prevenção de respostas o quanto era
importante o enfrentamento das situações estressantes. Foi solicitado que não
evitasse falar em público que enfrentasse e que diante dos pensamentos
automático usufruísse da técnica do PARE trouxesse as sensações para ser
trabalhadas em sessão.

Sessão 09 -08/10/2016- Falta atendimento

Sessão 10- 15/10/16 feriado dia dos professores.

Sessão 11

22/10/2016

Apresentou avanços na terapia relata estar se sentindo altruísta, com


avanços na auto-estima, acredita que a terapia esta abrindo portas. Comentou
que precisaram dele como conciliador. Relata que entregaram um trabalho
independente da nota. Percebe que talvez o problema não seja realmente nele , e
sim com o perfil do curso que é diferente mais adaptado para pessoas
expansivas por se tratar de marketing, relata a respeito da decisão de mudar de
curso.

Foi reforçado positivamente, pois toda a situação decisiva envolve


ansiedade riscos e insegurança e que estes eram aspectos difíceis de lidar. Foi
25

debatido os conceitos a respeito dos padrões (esquemas) adotados que


dificultam estas decisões, uma característica da ansiedade é o preceito de
querer ter o controle da situação e de todas as variáveis.

Foi levantado padrões familiares do paciente que relata que a variação de


humor do pai depende da situação financeira e era sempre explosivo, já a mãe é
percebida extremamente contida, passiva e com sintomas de hipocondria,
sempre vitimada pela família. Percebe-se carregando este fardo, seu avô
conservava a mesma atitude acredita que herdou este comportamento. Acredita
que desde a infância sempre foi o “nerd- renegado” que ninguém gostava, agora
quer ser reconhecido pelo seu conhecimento. Não acredita na possibilida de de
ser feliz no Brasil devido a Cultura de esquerda e a corrupção.

Então foi realizado um Role–Play onde o terapeuta era aluno que estava
se despedindo e ele era o aluno que era extrovertido e iria continuar na classe.
Ele concordou que não havia razões para esperar um reconhecimento de
pessoas praticamente desconhecidas. Também discutido dialeticamente
verdadeira afirmação que todos nos EUA serem inteligentes bem sucedidos e
pacíficos. (Preocupação exacerbada com o Futuro). Foram reforçadas suas
qualidades e as qualidades dos brasileiros. Enfraquecendo os pensamentos
Absolutistas. (Reestruturação cognitiva). Reavaliado o quanto era de fato
verdadeiro a possibilidade de ele continuar passivo diante das situações, dando
continuidade aos padrões comportamentais da mãe e ser responsável pela
própria historia a partir de agora.

Sessão 13

29 /10/2016

Solicitado ao paciente AF. Que ensine o demonstre uma técnica de


respiração e relaxamento que aprendeu com sua terapeuta anterior. O paciente
teve grande desenvoltura na tarefa, assim foi realizada a psicoeducação sobre o
terceiro principio da TCC a colaboração participativa ativa.

Em cada sessão, o terapeuta e o paciente estão com colaboração e isto


quer dizer que ambos decidem o conteúdo que será trabalhado, o número de
26

sessões semanais que é ideal para a eficácia do tratamento, se é adequado ou


não uma determinada “tarefa de casa” a ser realizada pelo paciente. Porem
também foi ressaltado que é preciso delimitar um foco na terapia que neste caso
é a habilidade em lidar com a ansiedade, pois é o elemento discriminador dos
seus sintomas de TOC. Ao final é indagado como ele se sente ensinado, relata
que fica feliz que é sinal que aprendeu a lição de casa que esta técnica tem o
ajudado bastante então Foi solicitado um Feed back das sessões a qual avalia
como positivo pois esta feliz, reconhece quem tem usado todas as técnicas
aprendidas na terapia e isto tem o ajudado muito. Avalia que seus sintomas
diminuíram em 90% acredita que sua ansiedade tem baixado para 40%. Peço a
ele que traga na próxima sessão o RPD registro pensamentos disfuncionais.

Sessão 14

05/11/2016

Devido aos avanços graduais do paciente continuamos enfocando na


técnica de EXPOSIÇÃO E PREVENÇÃO DE RESPOSTA A EPR. Na técnica de
exposição e prevenção de respostas, o paciente é exposto a situação temida,
prevenindo-se a resposta (comportamento de evitação e ritual) até que a
ansiedade diminua. Relata que seu maior temor é a fobia social, novamente foi
trabalhado a função do medo e sua base biológica, o paciente relata que vem
tendo grande êxito no enfrentamento da fobia social e que se sente mais
encorajado a falar em publico no trabalho recentemente fez até uma piada em
publico no trabalho não consegui ficar na sala, mas depois voltou satisfeito.
Reafirmamos a técnica do PARE.

O paciente comenta que esta ajudando um colega que é muito inflexível e


perfeccionista que nunca imaginou que isto poderia acontecer.

Fizemos um levantamento de como andava sua ansiedade agora que


estava enfrentando estas situações relatou que antes e durante o enfrentamento
é alto, mas logo depois que consegue conversar se sente gratificado. E muito
pouco precisa usar para a técnica do pare.
27

Sessão 15

12/11/2016

É realizado as observações da semana em relação a técnica de


EXPOSIÇÃO E PREVENÇÃO DE RESPOSTA A EPR e do PARE nas situações
de pensamentos automáticos. O paciente relata que foi em um jantar com a
família e que se sentiu muito bem mesmo que sendo um lugar estranho, relata
também que o conseguiu dar uma resposta a altura, para um colega que sempre
praticava bullyng com ele e que o colega passou a respeita-lo em relação a
compulsão pela comida relata que esta indo na nutricionista e fazendo academia
e que já perdeu 7klg.

Como esta é penúltima sessão é proposto um exercício o paciente escreve


em um papel cinco derrotas e cinco aprendizados.

Também solicitado ao paciente que coloque em um papel cinco qualidade


que ele perceba. O paciente relembra como era impossível perceber estas suas
qualidades no começo da sessão.

Sessão 16

19/11/2016

Ultima sessão foi solicitado um Feed back do percurso do paciente


durante as sessões o paciente acredita que alcançou seus objetivos, relembra
dos pensamentos intrusivos de violência que tinha em relação a ex-namorada e
que hoje não existem mais. Comentou satisfeito pela sua evolução em relação a
Flexibilidade de pensamento e diminuição radical da ansiedade.

Acredita que ainda possa precisar de terapia, mas por outros motivos, pois
reconhece que foi exaustivamente educado sobre os sintomas de TOC e
enfrentamento da Fobia Social. Termina a sessão emocionada e é parabenizado
pelo seu desempenho e esforço e que todo o mérito da sua melhora é graças a
sua dedicação. É encerrada a sessão com o paciente AF.
28

10 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E ARTICULAÇÃO COM O QUADRO


APRESENTADO PELO PACIENTE

O quadro relatado pelo paciente A.F será relacionado com as


fundamentações teóricas de acordo com as demandas apresentadas e
observadas no quadro do paciente em questão.

11 TEORIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL: VISÃO GERAL, TERAPIA


COGNITIVO COMPORTAMENTAL

A área de atuação escolhida é a terapia cognitiva comportamental os


termos terapia cognitiva (TC) e o termo genérico terapia cognitivo
comportamental (TCC) são usados com frequência como sinônimos para
descrever psicoterapias baseadas no modelo cognitivo. O termo TCC também é
utilizado para um grupo de técnicas nas quais há uma combinação de uma
abordagem cognitiva e de um conjunto de procedimentos comportamentais. A
TCC é usada como um termo mais amplo que inclui tanto a TC padrão, quanto
combinações teóricas de estratégias cognitivas e comportamentais. Desde seu
inicio a TC se baseia em métodos científicos, pois surge de uma onda de
questionamento nos meios científicos na década de 1970 que se intrigava em
relação à eficácia da abordagem psicanalítica para os transtornos mentais.
Algumas das teorias cognitivas comportamentais atuais surgiram nesse período.
A construção do modelo de reestruturação cognitiva de Aaron Beck, foi no
período entre 1959 e 1979, psicanalista de formação, professor e pesquisador da
Universidade da Filadélfia, nos Estados Unidos, juntamente com seus
colaboradores, desenvolveu e sistematizou o modelo da Terapia Cognitiva.
Como psicanalista e pesquisador, a intenção inicial de Beck foi estudar qual
seria o processo psicológico central envolvido nas depressões. Sua hipótese
inicial foi de que a “raiva internalizada” seria o processo lógico central dos
transtornos depressivos, e elegeu os sonhos como objeto de estudo para validar
essa ideia. Investigou inicialmente a manipulação experimental desses pacientes
29

levou Beck e seus colaboradores a abandonar a hipótese de necessidade de


sofrer o masoquismo como o principal elemento psicológico na depressão.

A conclusão final desses estudos foi de que “certos padrões cognitivos”


poderiam ser responsáveis pela tendência do paciente a fazer julgamentos com
um viés negativo de si mesmo, de seu ambiente e do futuro que, embora menos
proeminentes no período fora do episódio depressivo, se ativariam facilmente
durante os períodos de depressão, (Beck, 1967).

Beck (1967) passou a utilizar esses achados em sua prática, apontando


para seus pacientes deprimidos em atendimento suas distorções cognitivas
negativas e a relação destas com o estado depressivo deles. Para sua surpresa,
provocá-los no aqui e agora a perceber este viés negativo de pensamento
resultou em uma significativa melhora no humor e no comportamento desses
indivíduos. Mais que os fatos em si, a forma como o indivíduo os interpreta
influencia a forma como ele se sente e se comporta em sua vida. Uma mesma
situação produz reações distintas em diferentes pessoas, e uma mesma pessoa
pode ter reações distintas a uma mesma situação em diferentes momentos de
sua vida. O indivíduo com sofrimento psicológico tem sua capacidade de
percepção de si mesmo, do ambiente e de suas perspectivas futuras
prejudicadas pelas distorções de conteúdo de pensamento específicas de sua
patologia, que acabam por determinar “vícios” na forma como os fatos são
interpretados. Nos estados depressivos, são essas distorções cognitivas que
influenciam na visão negativa do indivíduo em relação a si mesmo, ao mundo e
ao seu futuro. A terapia cognitiva de Beck evoluiu a partir da observação clinica
e de testes experimentais dessa forma de pensar peculiarmente negativa dos
pacientes com transtornos depressivos. Todas as terapias cognitivas
comportamentais derivam do modelo cognitivo e compartilham alguns
pressupostos básicos:

1. A atividade cognitiva influencia o comportamento;

2. A atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada;

3. Mudanças na cognição determinam mudanças no comportamento


(Dobson, 2001).
30

A terapia cognitiva de Beck é uma psicoterapia focal, baseada no modelo


cognitivo que pressupõe que, em transtornos mentais, o pensamento
disfuncional é um elemento importante. Pensamentos automáticos são o nível de
cognição mais superficial na terapia cognitiva: são espontâneos, telegráficos,
repetitivos e sem questionamento quanto a sua veracidade ou utilidade e são
acompanhados de uma forte emoção negativa ante as mais variadas situações
do cotidiano. Podem ser mais facilmente identificados pelo paciente.

Crenças intermediárias são o segundo nível de cognição criado por Beck


em seu modelo: são as regras e os pressupostos criados pelo indivíduo para que
ele possa conviver com as ideias absolutas, negativas e não adaptativas, que
tem a seu respeito. Funcionam como um mecanismo de sobrevivência que o
auxiliam a lidar e a se proteger da ativação extremamente dolorosa das suas
crenças nucleares. Crenças nucleares são o terceiro e mais profundo nível de
cognições e têm sua origem nas experiências infantis.

Desde aproximadamente 45 anos atrás, quando o papel da cognição na


depressão e na terapia foi descrito pela primeira vez na literatura, tem havido um
progresso contínuo no desenvolvimento da teoria e da terapia cognitiva. Os
experimentos empíricos de ambas refinaram o modelo cognitivo com o passar
dos anos. Entretanto, as características essenciais da TC persistiram
especialmente na ênfase da influência do pensamento distorcido e da avaliação
cognitiva irrealista de eventos sobre os sentimentos e comportamentos do
indivíduo. Aaron Beck, o fundador da terapia cognitiva, formulou uma base
teórica coerente antes do desenvolvimento de estratégias terapêutica.

As diretrizes para desenvolver e avaliar o novo sistema de psicopatologia


e psicoterapia foram:

1) Construir uma teoria abrangente de psicopatologia que dialogasse bem


com a abordagem psicoterápica;

2) Pesquisar as bases empíricas para a teoria;

3) Conduzir estudos empíricos para testar a eficácia da terapia.

As pesquisas subsequentes envolveram diversos estágios a tentativa de


identificar os elementos cognitivos idiossincráticos derivados de dados clínicos
31

em vários transtornos, desenvolver e testar medidas para sistematizar essas


observações clinica e preparar planos de tratamento e diretrizes para terapia.

A pesquisa e a prática clínica mostraram que a TC é efetiva na redução de


sintomas e taxas de recorrência, com ou sem medicação, em uma ampla
variedade de transtornos psiquiátricos. Beck aplicou sistematicamente o conjunto
de princípios teóricos e terapêuticos da TC a uma série de transtornos,
começando por depressão, suicídio, transtornos de ansiedade e fobias, síndrome
do pânico, transtornos da personalidade e abuso de substâncias.

Problemas interpessoais e raiva, hostilidade e violência, também foram


estudados. Além disso, trabalhos mais recentes usando esta abordagem
mostraram um efeito adicional sobre o tratamento medicamentoso de doenças
psiquiátricas graves, como esquizofrenia e transtorno bipolar.

Adaptações em andamento de protocolos cognitivo comportamentais para


uma gama cada vez maior de transtornos médicos e psicológicos foram testados
para dor crônica, relação conjugal conflituosa, transtornos somáticos na infância,
bem como para bulimia e problemas de comer compulsivo. Alguns estudos de
resultado usando neuroimagem recentemente confirmaram o que já se previa: as
TCC produzem mudanças fisiológicas e funcionais em muitas áreas cerebrais.

Atualmente, tratamento cognitivo comportamental é utilizado na maioria


das desordens encontradas na prática psiquiátrica. A terapia cognitiva
comportamental considera que os problemas psicológicos podem ser
compreendidos em termos de sistemas de respostas intercalados: o cognitivo,
afetivo/fisiológico e o comportamental. O modo como uma pessoa percebe o
ambiente a sua volta (reação cognitivo) é seletivo e depende de um conjunto de
regras e crenças adquiridas no desenvolvimento desta pessoa. As reações
cognitivas influenciam e são influenciadas pelas reações afetivas, fisiológicas e
comportamentais. Assim, nas desordens de ansiedade e na depressão, o
indivíduo percebe e avalia a situação de forma distorcida, tendenciosa (distorção
cognitiva), propiciando a ocorrência de afetos desagradáveis (angústia,
desânimo, etc), de reações fisiológicas correspondentes (sudorese, taquicardia,
tonteira, fraqueza, etc), e de comportamento (bloqueio, colapso, tremor, fuga,
32

evitação, etc), que acabam confirmando as hipóteses negativistas acerca de


situação e da autoimagem.

As abordagens cognitivas partem do pressuposto de que um processo


interno e oculto de cognição media o comportamento. Um mesmo evento pode
ser considerado como agradável para uma pessoa, gerando um comportamento
de aproximação, ou ameaçador para outra, provocando ansiedade e esquiva.
Desse modo, é a interpretação do evento que gera emoções e comportamentos
e não o evento em si (Knapp, 2004).

Beck, J. (1997). Principio 3: A terapia cognitiva enfatiza a


colaboração e participação ativa
Em cada sessão, o terapeuta e o paciente estão com
colaboração e isto quer dizer que ambos decidem o conteúdo que
será trabalhado, o número de sessões semanais que é ideal para
a eficácia do tratamento, se é adequado ou não uma determinada
“tarefa de casa” a ser realizada pelo paciente. Portanto, o
terapeuta tem uma participação ativa no processo da terapia,
propondo o seguimento das próximas consultas, bem como o
resumo final em cada uma delas. Enfim, há sempre o
encorajamento de que as consultas sejam em mútuo acordo, com
o objetivo último de dar cada vez mais autonomia para quem
buscou o tratamento.
Beck, J. (1997). Princípio 4: A terapia cognitiva é
orientada em meta e focalizada em problemas Este é um dos
principais princípios da terapia cognitiva, em minha opinião, pois
demonstra que há um foco, há uma meta, há um objetivo no
tratamento como um todo, mas também em cada sessão deste. O
quarto princípio está claramente em distinção com toda a linha
terapêutica que vem da psicanálise e é chamada de
psicodinâmica, ou seja, todas as outras linhas que não são
diretivas e deixam que o conteúdo surja a partir do inconsciente.
Assim, na terapia cognitiva já na primeira sessão há o
levantamento completo do porquê do tratamento, o que vai ser
tratado, qual é o problema específico a ser resolvido a fim de que
ao final possa ser feita uma avaliação se foi positivo ou negativo,
se foi eficaz ou ineficaz – o que nem sempre é possível em outros
tratamentos psicológicos. Evidente, que a terapia cognitiva já
demonstrou a sua eficácia, mas é sempre interessante saber que,
no final, há a possibilidade de saber em detalhes o que ocorreu,
como ocorreu e para que.
Pedir feedback fortalece adicionalmente o rapport,
transmitindo a mensagem de que o terapeuta se importa com o
que o paciente pensa. Isso também proporciona ao paciente uma
chance para expressar-se e para o terapeuta, resolver quaisquer
mal-entendidos. Ocasionalmente, algum paciente faz uma
interpretação idiossincrásica de algo que o terapeuta disse ou fez.
(Beck, J. (1997) p 70).
33

12 TOC: Transtorno Obsessivo Compulsivo

Segundo os relatos descritos acima das dificuldades apresentadas pelo


paciente podemos investigar com base no DSM- IV sintomas que aparentemente
fecham critérios para um quadro de:

Transtorno Obsessivo Compulsivo o TOC é um transtorno mental incluído


pelo Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-IV),p 9 da
Associação Psiquiátrica Americana, nos chamados transtornos de ansiedade.
Está classificado ao lado das fobias (medo de lugares fechados, de elevadores,
de pequenos animais como ratos, lagartixas, insetos ou animais domésticos, de
alturas ou de ver sangue ou ferimentos); da ansiedade ou fobia social (medo de
expor-se em público ou diante de outras pessoas); do transtorno de pânico
(crises súbitas de ansiedade, seguidas de medo de frequentar os locais onde
ocorreram os ataques, como lugares fechados e aglomerações de pessoas) e da
ansiedade generalizada (medos excessivos, preocupação e tensão
permanentes). Critérios diagnósticos do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais, 4a edição (DSM-IV-TR) 1.

Os sintomas do TOC envolvem alterações do pensamento (obsessões


como dúvidas, preocupações excessivas com doenças, com falhas,
pensamentos de conteúdo impróprio ou “ruim”); do comportamento (rituais ou
compulsões, repetições, evitações, lentidão para realizar tarefas, indecisão) e
emocionais (medo, desconforto, aflição, culpa, depressão).

Sua característica principal é a presença de obsessões e/ou compulsões


ou rituais. Os rituais ou compulsões são realizados em razão dos medos ou da
aflição que ocorrem sempre que a mente é invadida por uma obsessão – um
pensamento de conteúdo catastrófico, como contaminar-se, contrair uma doença
grave, cometer falhas ou ser responsável por acidentes ou acontecimentos. As
evitações, embora não-específicas do TOC, são, em grande parte, responsáveis
pelas limitações que o transtorno acarreta. Esses são os sintomas-chave do
TOC.
34

13 COMPULSÕES

Cordioly: acrescenta que as compulsões existam em


razão das obsessões: são realizadas com a finalidade de aliviar o
medo ou o desconforto que as acompanha, tentando reduzir ou
eliminar por completo as possíveis consequências desastrosas
atuais ou futuras. São, portanto, geralmente precedidas por um
pensamento de natureza catastrófica, de algum desastre ou de
algo muito ruim que possa acontecer. Certas compulsões (como
dar uma olhada para o lado, tocar, raspar, estalar os dedos,
fechar as mãos com força, etc.) são realizadas sem que qualquer
pensamento as preceda. Geralmente são precedidas apenas por
uma sensação de desconforto ou tensão física (fenômeno
sensorial), que necessita ser aliviada ou descarregada, ou por um
sentimento de “tenho que”. (Cordioli, Aristides Volpato, 2008.)

14 TOC E ANSIEDADE

TCC no trabalho do TOC com foco no: Pensamento emoção


comportamento dentro dos (transtornos ansiosos). Uma das consequências da
preocupação é a capacidade de gerar e manter ansiedade na ausência de uma
ameaça externa pela perpetuação de pensamentos e imagens de ameaças e
perigos não existentes antecipados no futuro (Borkovec, 1985). Dessa forma, a
preocupação é uma contribuição na etiologia e manutenção da ansiedade.
Mathews (1990) sugere que a preocupação contribui para a manutenção da
ansiedade aumentada por manter níveis altos de vigilância para perigo pessoal.
M. W. Eysenck (1992) propôs que a preocupação tem três funções: 1. Alarme -
introduz sinais de ameaça na percepção consciente; 2. Lembrete -
repetidamente representa pensamentos e imagens relacionadas à ameaça na
consciência; 3. Preparação - permite que o indivíduo preocupado antecipe uma
situação futura gerando uma solução ao problema ou uma preparação emocional
para as consequências negativas. Foi reforçado o quanto isto demonstra
maturidade e que ele pode fazer um exercício de auto avaliação da sua
percepção, como certas distorções cognitivas estão dentro do transtorno.

Afirmou que a preocupação pode ser construtiva (isto é, leva à resolução


de problemas) ou pode se tornar excessiva e mal adaptativa se a ameaça
percebida for considerada altamente provável, iminente, aversiva e incontrolável
(ou seja, percepção de acesso limitado a estratégias de enfrentamento pós-
35

evento). Á preocupação tem uma (qualidade auto perpetuadora porque funciona


como um reforçador negativo criando a ilusão de certeza, previsibilidade e
controle da ameaça ou perigo antecipado (Barlow, 2002). Corcove desenvolveu a
conceitualização mais abrangente da preocupação como uma resposta cognitiva
mal adaptativa de Esquiva à ameaça futura (Roemer e Borkovec, 1993). Além
disso, considera-se que a preocupação suprime (inibe) a excitação autonômica e
outros processos emocionais perturbadores (Borkovec, 1994).

De acordo com Barlow (1999) o TOC é compreendido


através da teoria de Mowrer (1939) a qual propõem que,
primeiramente, um acontecimento é emparelhado com um
estímulo que, dada a sua natureza, provoca desconforto ou
ansiedade. Assim, por meio de processos de condicionamento, os
objetos, tanto quanto os pensamentos e as imagens, adquirem a
capacidade de produzir desconforto. Posteriormente são
desenvolvidas as respostas de fuga ou evitação, para reduzir a
ansiedade ou o desconforto evocados pelos vários estím ulos
condicionados, e esses comportamentos de fuga e esquiva são
mantidos pelo sucesso em agir assim. (BARLOW, D.H., 1999.)

15 PENSAMENTOS AUTOMATICOS

A Terapia Cognitiva e Comportamental considera estarem os


pensamentos conscientes vinculados às emoções e comportamentos. Esses
pensamentos podem ser classificados em reflexivos e automáticos. Os reflexivos
são mais lentos, profundos e demandam esforço mental. Os automáticos são
mais rápidos e surgem espontaneamente, de acordo com cada situação. Por
estarem associados a um raciocínio superficial, estes últimos tem chance maior
de apresentar erros de lógica. Denominados Pensamentos Automáticos
Disfuncionais, eles são processados por Distorções Cognitivas de lógica e
resultam geralmente em sofrimento emocional ou prejuízo comportamental. As
distorções frequentemente encontradas na Terapia Cognitivo-Comportamental.
(Beck, Aaron T., 1979)

16 A CATASTROFIZAÇÃO

(Acreditar que um acontecido pode novamente ocorrer e será terrível,


intolerável ou insuportável) foi trabalhado a correção desta distorção. Focando
36

sobre recursos de enfrentamento disponíveis para o pior cenário. Avaliado os


eventos em perspectiva), (Beck, Aaron T. 1979). Ele reafirmou que este conceito
será realmente útil durante seu trabalho que tem as ferramentas necessárias
para o novo trabalho.

Foi debatido como suas crenças negativas em relação as expectativas


negativas em relação ao trabalho como mais um erro cognitivo.

17 PENSAMENTO DICOTÔMICO OU POLARIZAÇÃO

Tem como definição: perceber as experiências pessoais em apenas duas


categorias extremas e excludentes. Perceber as situações em termos absolutos.
Branco ou preto. Oito ou oitenta. Perfeito ou totalmente inválido. Tudo ou nada.
(Beck, Aaron T. 1979).

18 TRANSTORNO DA PERSONALIDADE OBSESSIVO-COMPULSIVA (TPOC)

Um problema frequentemente confundido com o TOC é o chamado


transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva (TPOC). Esse transtorno
ocorre em 24,7% dos portadores de TOC.6 Os indivíduos que apresentam esse
transtorno caracterizam-se por serem perfeccionistas, detalhistas, meticulosos,
exigentes e rígidos em questões de moral, tanto consigo mesmos como com os
outros, excessivamente preocupados com pontualidade, ordem, organização e
em não cometer falhas. Caracterizam-se, ainda, pelo excessivo devotamento ao
trabalho e aos deveres, por serem emocionalmente contidos, controladores,
centralizadores das decisões (só eles sabem fazer bem feito) e obstinados,
tendo dificuldade em aceitar opiniões divergentes das suas. Apresentam
dificuldade em desfazer-se de objetos usados ou inúteis, mesmo quando não
têm valor sentimental – aspecto comum ao TOC (colecionismo). Tendem a ser
avarentos e pouco generosos. Esses pacientes sofrem quando suas opiniões e
atitudes são contrariadas em função das circunstâncias (p. ex., chegar atrasado
a um evento, deixar de cumprir um compromisso, cometer uma falha ou ouvir
uma crítica tornam-se incidentes causadores de grande sofrimento). Fora dessas
situações, consideram essa maneira de ser correta e não sofrem com ela
37

(egossintônicos). Não apresentam obsessões ou desconforto associado, nem


são compelidos a realizar rituais. Entretanto, por serem perfeccionistas e muito
exigentes, necessitam repetir tarefas (o que lembra um ritual), demoram a
completá-las, podendo, eventualmente, ser caracterizados como compulsivos.
Têm em comum com o TOC o perfeccionismo, a dúvida, a indecisão, a tendência
a armazenar objetos inúteis e, eventualmente, a repetição de tarefas para evitar
falhas, mas não apresentam obsessões que são neutralizadas

Critérios diagnósticos do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos


Mentais, 4a edição (DSM-IV-TR)10:

A) Presença de obsessões ou compulsões. As obsessões são definidas


conforme 1, 2, 3 e 4:

1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em


algum momento durante a perturbação, são experimentados como intrusivos e
inadequados e causam acentuada ansiedade ou desconforto. 2. Os
pensamentos, impulsos ou imagens não são meras preocupações excessivas
com problemas da vida real. 3. A pessoa tenta ignorar ou suprimir tais
pensamentos, impulsos ou imagens, ou neutralizá-los com algum outro
pensamento ou ação. 4. A pessoa reconhece que os pensamentos, impulsos ou
imagens obsessivas são produto de sua mente e não impostos a partir de fora,
como na inserção de pensamentos.

As compulsões são definidas por 1 e 2:

1. Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar as mãos, organizar, verificar)


ou atos mentais (rezar, contar, repetir palavras em silêncio) que a pessoa se
sente compelida a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com
regras que devem ser rigidamente aplicadas. 2. Comportamentos ou atos
mentais que visam a prevenir ou a reduzir o desconforto ou buscam evitar algum
evento ou situação temida. Entretanto, esses comportamentos ou atos mentais
não têm conexão realística com o que buscam neutralizar ou evitar e são
claramente excessivos.

2. Em algum momento durante o curso do transtorno, o indivíduo


reconheceu que suas obsessões ou compulsões são excessivas e irracionais.
38

Isso não se aplica a crianças. C) As obsessões ou compulsões causam


sofrimento acentuado, consomem tempo (mais de uma hora por dia) ou
interferem significativamente na rotina, no funcionamento ocupacional (ou
acadêmico) e em atividades ou relacionamentos sociais habituais de Transtorno
da personalidade obsessivo-compulsiva.

19 DESCATASTROFIZAÇÃO

As previsões catastróficas sobre o futuro são muito


comuns entre pessoas com depressão e ansiedade. Essas
previsões são frequentemente influenciadas pelas distorções
cognitivas observadas nesses transtornos, mas, às vezes, os
medos têm razão de ser. Assim, o procedimento de
descatastrofização nem sempre tenta negar o medo catastrófico.
Ao contrário, o terapeuta pode preferir ajudar o paciente a
trabalhar maneiras de enfrentar uma situação temida caso ela se
torne real.( Jesse H. Wrigh pg.94)

Aqui estão alguns procedimentos que podem ser usados para ajudar os
pacientes a reduzirem suas previsões catastróficas:

1. Faça uma estimativa da probabilidade de ocorrer um resultado


catastrófico, pedindo aos pacientes para classificarem sua crença em uma
escala de 0% (totalmente improvável) a 100% (certeza absoluta). Anote as
respostas para avaliações futuras dos resultados. 2. Avalie as evidências a favor
e contra a probabilidade de acontecer um evento catastrófico. Monitore a
ocorrência de erros cognitivos dos pacientes e utilize o questionamento socrático
para ajudá-los a discriminarem entre temores e fatos. 3. Revise a lista de
evidências e peça aos pacientes para refazerem as estimativas da probabilidade
de ocorrer uma catástrofe. Normalmente, deve haver uma queda do valor original
no passo 1. Se a estimativa de probabilidade aumentar (e a preocupação se
tornar mais crível), indague sobre as evidências, no passo 2, que fizeram com
que o resultado temido parecesse mais provável.

Aplique os métodos de reestruturação cognitiva “Trabalhando com


pensamentos automáticos”, se necessário. 4. Avalie a percepção do controle,
pedindo aos pacientes para classificarem até que ponto acreditam ter controle
39

sobre a ocorrência ou o resultado do evento. Utilize uma escala de 0% (sem


controle) e 100% (controle total). Anote esse valor para revisão futura. 5. Crie um
plano de ação, fazendo um brainstorm das estratégias para redução da
probabilidade de que a catástrofe ocorra. Peça ao paciente para colocar no
papel as ações que poderia realizar para melhorar ou evitar o resultado temido.
6. Desenvolva um plano para enfrentar a catástrofe, caso esta ocorra. 7.
Reavalie a percepção da probabilidade do resultado catastrófico, bem como o
grau de percepção do controle sobre o resultado final. Compare essa avaliação
com as avaliações originais e discuta quaisquer diferenças. 8. Faça uma análise,
perguntando ao paciente como foi falar sobre seus pensamentos catastróficos
dessa maneira. Reforce o valor da descatastrofização como parte do plano de
tratamento.

20 CARACTERÍSTICAS DOS PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS

Pensamentos automáticos são um fluxo de pensamento que coexiste com


um fluxo de pensamento mais manifesto (Beck, 1964). Esses pensamentos não
são peculiares a pessoas com angústia; eles são uma experiência comum a
todos nós. Quando nos tornamos cientes dos nossos pensamentos, podemos
automaticamente fazer uma checagem de realidade quando não estamos
sofrendo de disfunção psicológica. A terapia cognitiva lhes ensina ferra mentas
para avaliar seus pensamentos de uma forma consciente estruturada,
especialmente quando eles estão aflitos. Embora os pensamentos automáticos
pareçam surgir espontaneamente, eles se tornam bastante previsíveis, uma vez
que as crenças subjacentes do paciente sejam identificadas. O terapeuta
cognitivo está preocupado em identificar os pensamentos que são disfuncionais,
ou seja, os que distorcem a realidade, que são emocionalmente aflitivos e/ou
interferem com a habilidade do paciente de atingir suas metas. Pensamentos
automáticos disfuncionais são quase sempre negativos, a menos que o paciente
seja maníaco ou hipomaníaco, tenha um transtorno de personalidade narcisístico
ou seja um viciado em drogas. Os pensamentos automáticos são usualmente
bastante breves, e o paciente com frequência está mais ciente da emoção que
40

sente em decorrência do pensamento do que do pensamento em si. Sentando -se


na sessão, por exemplo, um paciente pode estar um pouco ciente de sentir-se
ansioso, triste, irritado ou embaraçado, porém inconsciente dos seus
pensamentos automáticos até que o terapeuta o questione.

21 OS FUNDAMENTOS DA TERAPIA DE EPR

A terapia comportamental de EPR fundamenta-se em uma modalidade de


aprendizagem e de mudança de comportamento mais geral denominada
habituação, que é uma característica dos seres vivos, desde os insetos até o
homem. Procura, ainda, cortar o círculo vicioso representado pelo alívio dos
sintomas (reforço negativo), obtido com todas as manobras de neutralização,
mas, especialmente, pelos rituais e pela evitação, responsáveis pela
perpetuação dos sintomas OC. A interrupção desse circuito dá margem a uma
nova aprendizagem, pois os objetos, as situações ou os outros estímulos que
provocam medo deixam gradualmente de provocá-lo, tornando-se estímulos
neutros, e novas associações entre tais estímulos e emoções (ausência de
medo, por exemplo) são estabelecidas. A memória anterior (estímulo e medo)
passa a ser substituída por uma nova memória.

Esses são alguns dos mecanismos que, segundo o que se acredita, sejam
os responsáveis pelo desaparecimento dos sintomas na terapia de EPR.
Mudanças cognitivas nos pensamentos e nas crenças errôneas ou distorcidas
também podem desempenhar um papel importante.

22 PREVENÇÃO DE RITUAIS MENTAIS: O EXERCICIO DO “PARE”

A prevenção de compulsões mentais é mais complicada, pelo simples fato


deque é mais difícil percebê-las, se comparadas a comportamentos motores
mais complexos. As compulsões mentais mais comuns são: repetir frases ou
palavras, rezar, contar, substituir pensamentos ruins por pensamentos bons,
anular um pensamento ruim com um ritual motor (p. ex., repetir uma palavra,
lavar a cabeça, rezar).
41

Um exercício que pode interromper tais compulsões é o “Pare: Ele


favorece exposição às obsessões, pois aborta uma manobra de neutralização –
o ritual mental. O “Pare” também é utilizado para expor o indivíduo a dúvidas e a
incertezas em situações em que fica repassando argumentos ou lembranças
para ter certeza de que não disse ou fez algo errado, sem conseguir chegar a
uma conclusão.

Esse fenômeno é chamado de “ruminação obsessiva”, comum em


pacientes perfeccionistas ou verificadores, que só se sentem seguros tendo
certeza, o que em geral é impossível. O “Pare” não deixa de ser uma prevenção
de rituais, já que os interrompe, e, ao mesmo tempo, obriga o indivíduo a se
expor ao que tenta evitar com a compulsão ou a ruminação.

Também pode ser utilizado para cessar com Vencendo compulsões


comuns, especialmente aquelas que já se tornaram hábitos, que são realizadas
de forma praticamente automática ou que não são precedidas de cognição
(pensamento, ideia, lembrança, imagem), aflição ou desconforto (lavagens
excessivas ou evitações). Pg.64

O “Pare” pode, ainda, interromper certos rituais motores, que lembram


tiques, e que são precedidos apenas por desconforto ou sensação física
desagradável (fenômeno sensorial), como estalar os dedos, fechar os olhos com
força, sacudir as pernas, olhar para o lado, dar uma batida, tocar, raspar, coçar o
couro cabeludo, alinhar ou pentear os cabelos, mas não por pensamento de
conteúdo catastrófico. pg 68

23 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da realização do estágio em Psicologia Clínica, foi possível deparar com


fenômenos comportamentais, antes somente estudados nas teorias, constatar a
aplicabilidade da terapia cognitivo comportamental, tanto no que se refere ao
embasamento teórico (visão de homem e mundo subjacentes), como na
42

empregabilidade de técnicas específicas, o que fez com que se averiguasse a


eficácia da mesma por diversas vezes. O trabalho se mostrou válido, na medida
em que permitiu estudar caminhos a se trilhar num processo psicoterapêutico.

O caso citado foi observado e relatado melhora significativa nas seguintes


demandas. Diminuição dos Pensamentos, impulsos ou imagens intrusivos e
inadequados e causadores de ansiedade e desconforto; flexibilidade de
pensamento e assertividade em relação a preocupação excessiva com o futuro
e com a opinião da outras pessoas; Controle da ansiedade generalizada e
busca pela perfeição (auto exigência profissional); extinguiu comportamentos
ligados a Compulsão alimentar e compulsão por pornografia e masturbação
excessiva.

Diante do caso vivenciado ficou clara a eficácia da terapia cognitivo-


comportamental no tratamento das queixas e demandas levantadas, o que de
certa forma, prova o sucesso dessa forma de abordagem. Além de toda a
experiência pratica profissional com o comportamento ético, responsabilidade,
assiduidade, pontualidade e empatia com o sofrimento humano.

Finalmente, a experiência em Psicologia Clínica foi extremamente valiosa,


mostrando que psicólogos, enquanto cientistas do comportamento devem eles
mesmos, colocar sempre à prova seus conhecimentos, suas crenças,
pensamentos e hipóteses a priori, no intuito de constantemente buscarem a
atualização teórica e prática, devendo ainda, sempre estar procurando meios de
compreender de forma mais clara e efetiva os fenômenos que ocorrem a sua
volta; as relações entre os indivíduos e o meio, visando, com isso, proporcionar
um aumento da qualidade de vida para aqueles que o procuram.
43

24 REFERENCIAS

Araújo, C. F., & Shinohara, H. (2002). Avaliação e diagnóstico em terapia cognitivo -


comportamental. Interação em Psicologia, 6(1), 37-43.

BARLOW, D.H. Manual Clínico dos Transtornos Psicológicos. Trad: Maria Borges Osório -2ª
edição-Porto Alegre: Artmed, 1999.

BECK, A. T. & ALFORD, B. A . 2000. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto Alegre:
Artes Médicas;

Beck, A. (1976). Cognitive therapy and the emotional disorders. New York: Penguin Books.

Beck, J. (1997). Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed.

Beck, Aaron T. Cognitive Therapy and the Emotional Disorders. New York: Meridian, 1979.

BOSSA,DRA. N. A. "Do nascimento ao inicio da Vida Escolar: o que fazer para os filhos darem
certo ?" in Revista Psicopedagogia. Vol. 17, São Paulo, Salesianas 1998

Butler AC, Chapman JE, Foreman EM, Beck AT. The empirical status of cognitive -behavioral
therapy: a review of meta-analyses. Clin Psychol Rev. 2006;26(1):17-3

Branco, C. M., & Ferreira, E. A. P. (2006). Descrição do atendimento de uma criança com déficit
em habilidades sociais. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 8(1),25 -38.

Caminha, R. M., & Caminha, M. G. (2007). A prática cognitiva na i nfância. São Paulo: Roca.

Cordioli, Aristides Volpato. Vencendo o transtorno obsessivo-compulsivo [recurso eletrônico] /


Aristides Volpato Cordioli. – 2. ed. – [Dados eletrônicos] – Porto Alegre : Artmed, 2008.

Dobson KS, Dozois DJ. Historical and philosophical bases of the cognitive-behavioral therapies.
In: Dobson KS, editor. Handbook of cognitive-behavioral therapies. 2nd ed. New York: Guilford
Press; 2001.

GUERRELHAS, F., BUENO, M. & SILVARES, E.F.M. Grupo de ludoterapia comportamental x


Grupo de espera recreativo-infantil. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva,
2: 157-169, 2000.

Rangé, B. (org.). (2001). Psicoterapias Cognitivo-comportamentais: Um diálogo com a


psiquiatria. Porto Alegre: Artmed.PG 21

Souza, C. R. & Baptista, C. P. (2001). Terapia cognitivo-comportamental com crianças. Em: B.


Rangé (Org.), Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria (pp. 523-
534). Porto Alegre: Artmed.

SIDMAN, Murray. Existe algum outro caminho. Coerção e suas implicaçõe s. Tradução:
ANDERY, Maria Amália; SÉRIO, Tereza Maria. São Paulo: Editoral Psy, 1995, p. 246 – 275.

WRIGHT, J. H.; BASCO, M. R.; THASE, M. E. APRENDENDO A TERAPIA COGNITIVO-


COMPORTAMENTAL: UM GUIA ILUSTRADO. PORTO ALEGRE: ARTMED, 2008. 129 P.

LIDO EM 02/06/2016, as 20:00 horas:


http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462008000600002
file:///C:/Users/marco/Downloads/523-1840-1-PB%20(2).pdf lido em 06-04-2016 4;00h
44
45
46
47

Você também pode gostar