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Prefá cio

Antes de começarmos a estudar sobre as religiões e as seitas vale a pena postular que
a análise que faremos delas será “imparcial”, pelo menos em tese, pois, buscamos ser
honestos na elucidação de todos os conceitos e também porque cremos que existem
certos pressupostos que são construídos em situações adversas que limitam a
verdadeira analise, por isso gostaríamos que você, junto conosco, fosse construindo
um conhecimento a respeito das seitas e das religiões que iremos abordar aqui para
depois construir uma refutação dessa seita ou dessa religião, dando a elas o privilegio
da dúvida para melhor entende-las e melhor refuta-las.

Todavia, vale ressaltar que essa é uma apostila Cristã e será construída sobre os
conceitos base da única religião verdadeira, a saber, o Cristianismo. Nosso intuito não
é refutar por completo todo tipo de religião, visto que, algumas delas possuem uma
dose de verdade muito latente em suas doutrinas, porém, essa “dose de verdade” não
as torna verdadeiras, logo, trabalharemos exatamente as questões que fazem com
que nós apontemos para essas como falsas.

O intuito de fazermos isso não é postular nossa religião como a religião superior,
meramente. Mas, tornar nossas crenças claras e fazer com que nós não venhamos
tropeçar na mesma pedra que eles tropeçaram, nas palavras de Edmund Burke
“Aqueles que não conhecem a história estão fadados a repeti-la”. Vale ressaltar que
nossas críticas serão moldadas a partir dos textos base para construção dos conceitos
das seitas e das religiões.

Nós como AVEC esperamos que essa apostila seja de bom proveito, que lhe ajude a
enxergar a nossa Fé de uma forma diferente e lhe capacite a estar sempre pronto para
expor ela para todos que lhe perguntarem.

“Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre


preparados para responder todo àquele que vos pedir razão da esperança que há em
vós”.

(1 Pedro 3:15)

pg. 1
Aula 1- Introduçã o ao conceito de Seitas e
religiõ es
Objetivos:

1. Explanar o conceito de seitas;


2. Explanar o conceito de religião;

1. CONCEITO DE SEITA

1.1 Seita e heresia

O conceito de seita está intimamente ligado com o conceito de heresia, mesmo que
em dado momento ela se dividam. Heresia vem da palavra grega háiresis que significa:
escolha, seleção, preferência. Daí surgiu à palavra seita, por consequência semântica.

Porém, a seita, em um contexto cristão, é um grupo cismático (aquele que divide)


nascido no interior de uma igreja e se organiza em oposição a ela, todavia, não é
somente isso, geralmente existe a figura de um líder que inspira o grupo fazendo
interpretações extremamente literais ou extremamente alegóricas de trechos da bíblia
(supor significados escondidos dentro do texto).

Geralmente essas seitas são de caráter místico, missionário, messiânica ou


escatológica. Para que fique claro, podemos postular a diferença de seita e de heresia
da seguinte forma:

 SEITA: Grupo de pessoas que propagam uma “verdade” antibíblica como se fosse
bíblica. Vale ressaltar que essa doutrina vai contra aquilo que a igreja toma como
ortodoxo (aquilo que é tipo como certo).

 HERESIA: Doutrina ou um grupo de doutrinas que vão contra aquilo que a igreja
toma como ortodoxo (aquilo que é tido como verdade).

Segue definições de alguns autores sobre o que é seita:

1. “Um grupo de indivíduos reunidos em torno de uma interpretação errônea da


Bíblia, feita por uma ou mais pessoas” (Walter Martin)

pg. 2
2. “É uma perversão, uma distorção do Cristianismo bíblico e/ou a rejeição dos
ensinos históricos da igreja cristã” (Josh McDoweelll e Don Steawart)

3. “Uma seita é alguma perversão religiosa. É a crença e a prática, dentro do


mundo religioso, que requer a devoção das pessoas a algum ponto de vista
religioso ou para algum líder, estribados em alguma doutrina falsa. Uma seita é
uma heresia organizada”.

1.2 Identificando as seitas na bíblia


É bem verdade que todos podem professar sua fé livremente, porém, isso não significa
que não podemos dialogar com elas. Nos tempos de Jesus duas seitas extremamente
combatidas por Ele era a seita dos saduceus (Atos 5:17) e a seita dos fariseus (Atos
15:5), esses dois grupos não se davam bem por certas diferenças doutrinarias (Mateus
22:23-32, Atos 23:6-9), mas por vezes se uniam contra Jesus (Mateus 16:1-4). A crítica
de Jesus a respeito das interpretações e o legalismo dessas é clara (Mateus 16:11-12,
Marcos 7:3-4, Marcos 7:8-13, Mateus 22:23-33).

Vemos que o comportamento de Jesus diante as seitas não era meramente passivo,
mas, Cristo combatia seus ensinos e a forma com que eles praticavam suas disciplinas
espirituais (oração, jejum, esmolas), como vemos em Mateus 6:1-18 que é uma crítica
ao tripé da espiritualidade Judaica. Logo, percebemos que devemos nos portar contra
os ensinos que deturpam a verdade bíblica, com amor e sutileza (na medida do
possível) como fez Jesus.

1.3 Tendências das seitas


Geralmente as seitas tendem a trilhar quatro “caminhos” que podemos identificar em
uma análise até mesmo superficial delas, são eles: o da adição, da subtração, o da
multiplicação e o da divisão. Vamos agora destrinchar esses caminhos.

1. Adição: É a tendência que as seitas têm de considerar outros documentos


como iguais a Bíblia em termos de autoridade, por exemplo:
Os mórmons: “A Bíblia é a Palavra de Deus, escrita por homens. É básica no
ensino mórmon. Mas os santos dos últimos dias reconhecem que se
introduziram erros nesta obra sagrada, devido à forma como este livro chegou
a nós. Além do mais, consideram-na incompleta como um guia (...).
Suplementado-a (a Bíblia), os santos dos últimos dias possuem três livros. Estes
como a Bíblia, constitui as obras-padrão da igreja.” (Quem São os Mórmons?,
p.11)

pg. 3
2. Subtração: O grupo subtrai algo da pessoa de Jesus ou de um dos piláres. Por
exemplo, as Testemunhas de Jeová alegam que Jesus não era Deus, mas, era
um ser criado acima dos outros, veja: “Este [Jesus Cristo], não era Jeová Deus,
mas estava ‘existindo na forma de Deus’. Como assim? Ele era uma pessoa
espiritual, assim como ‘Deus é espírito’; era poderoso, mas não todo poderoso
como o é Jeová Deus.” (Seja Deus Verdadeiro, pp.34,25)

3. Multiplicação: Pregão a auto-salvação. Creem que Jesus é importante, mas não


é tudo. A salvação está baseada naquilo que eu posso fazer. O Espiritismo
(Kardecista) veja: “Qual é o sentido da palavra Cristo? Não é, como supõe
geralmente, o Filho do Criador de todas as coisas? Qualquer ser justo e
perfeito é Cristo” (Spiritual Telegraph, nº37).

4. Divisão: Dividem a fidelidade entre Deus e a organização. Desobedecer à


organização ou à igreja equivale a desobedecer a Deus. Quase todas as seitas
pregam isso por crerem que estão reestabelecendo uma verdade pedida ou
oculta.

1.4 Porque as seitas prosperam?

Podemos pontuar 4 pontos que fazem com que as seitas prosperem:


1. Amor às trevas – João 3:19-21
2. Imaturidade Espiritual – Hebreus 5:12-13.
3. Os falsos mestres que sempre se levantam – 2 Coríntios 11:13-15, Colossenses
2:8,18, Gálatas 3, Tito 1:10-16.
4. Soberba intelectual – 2 Coríntios 11:3,4.

2. CONCEITO DE RELIGIÃO
2.1 O conceito de religião ao longo da história

Muitos autores tentam definir o que é religião, aqui iremos apresentar algumas dessas
definições que não necessariamente se anulam, mas em certo ponto se
complementam:

 Marcos Túlio Cícero (106-43 a.C): Foi filósofo declarado como pagão “justo” pela
igreja Católica, descrevia “religião” como originária da palavra latina relegere, cujos
significados erram reler, fazer algo a mais, observar com cuidado, processo
contínuo, e finalmente, como uma observação diligente de todos os pertences
utilizados para venerar os deuses.1
1
[CÍCERO. De Natura Deorum (Sobre Naturaza dos deuses), II, 28.]

pg. 4
 Aulo Gélio (125-180 d.C): Foi um jurista, escrito e gramático. O verbo que pra ele
definia religião era o verbo relinquer, que passava a ideia que tudo de que aquilo
que era da religião deveria ser separado do profano ou do secular. De todas talvez
essa seja a mais danosa. 2

 Lactâncio (240-320 d.C): Era cristão e foi conselheiro do imperador Constantino 1.


Ele deu a última variação do latim da palavra “religião”, que é religares. Essa passa
uma ideia de que a religião nasce quando o homem tenta reestabelecer o contato
com Deus. Ou seja, é a tentativa humana de se reaproximar de Deus. Conceito
também danoso para o Cristianismo ortodoxo. 3

 Agostinho (254-430): Teólogo e filósofo importantíssimo para o desenvolvimento


do mundo ocidental. Por último, o termo usado por ele é re-eligere, esse passava a
ideia de que em Cristo nós reposicionamos Deus no lugar da onde o tiramos. 4

Logo, podemos postular religião como toda tentativa humana de entrar em contato
com o transcendente, a saber, Deus. Porém, é bem verdade que na nossa religião o
processo é inverso, não é nós que nos realigare a Deus, mas é Deus por meio de
Cristo que realigare todo homem que crer.

2.2 O caráter filosófico da religião

A religião é algo intrínseco ao ser humano, em sua constante busca por significado o
ser humano sempre irá adorar algo que satisfaça essa busca, geralmente as respostas
encontradas para essa busca não satisfazem por completo, pois, na vida daqueles que
buscam em outros caminhos o sentindo que encontram não passa de mera extensão
se Si mesmos. Por isso como fala Herman Dooyewwerd “cabe a você escolher se você
vai adorar ao Deus verdadeiro ou será só mais um idolatra”. A verdade é que algo será
digno da sua adoração, algo será a sua religião cabe a você escolher ou perceber que
foi escolhido pelo Amor.

3. Conclusão:

Ante o exposto, vemos que tanto as religiões quando as seitas parecem ser uma
intensa busca por algo que estenda a finitude humana (Eclesiastes 3:11), porém, a
nossa religião parece propor não uma busca por uma completude, mas sim, a
aceitação dessa completude por meio de Cristo.

2
[GÉLIO. Noctes Atticae (Noites Áticas), IV, 9.]
3
[LACTÂNCIO. Divinia Instituitiones (Instituições Divinas), N, 28.]
4
[AGOSTINHO. De Civitae Dei (A Cidade de Deus), X, 4.]

pg. 5
Para refletir:
1. De acordo com o que vimos: Qual é a diferença entre seita e religião?
2. Como podemos identificar uma seita?
3. Se eu quisesse criar uma nova religião o que ela precisaria ter ou o que ela
precisaria conter para ser considerada uma religião de fato?
4. Se existe um grupo de crentes que não se encaixa em nenhuma das grandes
ramificações do protestantismo (presbiteriana, batista, congregacional, ...) ele é
necessariamente uma seita?

Referência bibliográfica:

 GARRETT, J. Deweese; MORELAND, J.P. Filosofia concisa: Uma introdução aos


principais temas filosóficos. São Paulo: Vida, 2011.
 RAIMUNDO. De Oliveira. Seitas e Heresias. Rio de Janeiro: CPAD, S/D.
 COUTO, Vinicius. Culto Cristão: Origens, Desenvolvimento e Desafios
Contemporâneos. São Paulo: Editora Reflexão, 2016.

pg. 6
Aula 2 - Adventismo do 7°dia
Objetivos:

 Mostrar como a seita começou;


 Explanar e comparar as doutrinas Adventistas com as nossas.

Introdução:

A Igreja adventista no Brasil está muito bem alicerçada. Estima-se que eles já
ultrapassem (13 milhões) de membros no Brasil sendo que 68% dos adventistas vivem
na América do Sul e na África. 5 Esses sempre se portam como uma instituição a favor
do ensino, mas, não do diálogo.

1. ORIGEM DO NOME

No 1º dia de outubro no ano 1860, em Battle Creek, Michigan, um grupo de 25


delegados motivados por questões jurídicas e denominacionais o nome “Adventistas
do Sétimo Dia” foi proposto por David Hewitt e venceu a votação com o resultado de
24-1.

Significado: “O nome Adventista do Sétimo Dia reflete as crenças da igreja em três


palavras. “Adventista” indica a segurança do breve retorno (advento) de Jesus a esta
Terra. “Sétimo Dia” se refere ao Sábado bíblico de descanso que foi graciosamente
dado por Deus para a humanidade na criação e observado por Jesus durante a Sua
encarnação. Juntos, os dois termos falam do evangelho que é a salvação em Jesus
Cristo”6

2. ORIGEM DA SEITA

2.1 Em Guilherme Miller (1782-1849)

No início do século 19 um pastor batista no estado de Nova Iorque chamado


Guilherme (William) Miller (1782-1849) dedicou-se ao estudo de Daniel 8:14 “Ele me
disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; santuário será purificado”. Desse
versículo Miller deduziu que os 2.300 dias eram na verdade 2.300 anos e que a
5
http://www.adventistas.org/pt/institucional/os-adventistas/adventistas-no-mundo/
6
http://www.adventistas.org/pt/institucional/organizacao/sobre-o-nome/

pg. 7
contagem começou após a chegada de Esdras em Jerusalém (457 a.C), o ano no qual
Cristo voltaria, segundo Miller, seria 1843.

O impacto da revelação de Miller foi enorme ao ponto de crentes de diferentes igrejas


venderam suas posses, deixaram seus trabalhos e se preparam para receber o Senhor
no dia 21 de Março de 1843. Porém, quando o tal dia chegou nada aconteceu, Miller
revisando seus cálculos percebeu que tinha errado por um ano e uma nova data foi
marcada 21 de março 1844, porém, nada aconteceu. Mais uma vez 100 mil,
aproximadamente, pessoas sofrem uma nova decepção e mais uma vez Miller revisa
seus cálculos e diz que Cristo na verdade Cristo voltaria no dia 22 de outubro daquele
mesmo ano, todavia, essa previsão também falhou.

Após todas essas falsas previsões Guilherme Miller humildemente e sinceramente


reconheceu que errou, e que o método que usou para compreender a bíblia estava
equivocado.

“Acerca da minha da minha data, expresso francamente meu


desapontamento... Esperamos naquele dia a chegada pessoal de Cristo; e agora,
dizer que não erramos é desonesto! Nunca devemos ter vergonha de
confessar nossos erros abertamente”. (A História da Mensagem Adventista,
p.410).

Mesmo depois de Miller ter reconhecido seu erro publicamente alguns de seus
seguidores se negaram a abandonar a mensagem. Dos muitos grupos que o seguiram
três, em especial, se uniram para formar uma nova igreja baseada numa nova
interpretação da mensagem de Miller. Esta nova interpretação surgiu de uma nova
“revelação” (o povo para gostar de uma revelação) de um amigo e discípulo de Miller
chamado Hiram Edson. De acordo com Edson Miller não errou a data, mas sim o local.
De acordo com Edson a data que Miller previu era a data que apontava o dia em que
Cristo entraria no Santuário celestial, não no “terrenal”, para fazer uma obra de
purificação de pecado. 7

Willian Miller não aceitou essa nova interpretação de Hiram Edson e não apoiou o
novo movimento. Em suas palavras:

“Não tenho confiança alguma nas novas teorias que surgiram no movimento; isto é,
que Cristo veio como Noivo, e que a porta da graça foi fechada; e que em seguida a
sétima trombeta tocou, ou que foi de algum modo o cumprimento da profecia da
sua vinda” (A História da Mensagem Adventista, p. 412)

7
RAIMUNDO. Oliveira. Seitas e Heresias. Rio de Janeiro: CPAD, S/D, p. 67.

pg. 8
Até o fim de seus dias, em 20 de dezembro de 1849, com 68 anos incompletos, Miller
permaneceu como cristão humilde, repleto de fé e esperança de que em breve estaria
com o Senhor.

2.2 Após Guilherme Miller (1849 -)

Após a morte de Miller dois dos três grupos que se uniram foram fundamentais para
formação da seita que hoje conhecemos como Adventista:

1. Era um grupo dirigido por Joseph Bates que acreditava que devíamos guardar o
sábado e não o domingo.

2. Era o grupo em que a senhora Helem Harmon (mais tarde senhora White). Esse
grupo acreditava nos dons espirituais e particularmente no dom de profecia no
qual Ellen White dizia ter.

Logo como poderia dar errado um grupo que tinha um homem cheio das revelações,
uns homens cheios de legalismo e uma profetiza da pesada? Mas, pelo que parece deu
bem errado.

3. DOUTRINAS ADVENTISTAS

3.1 O sábado

Essa doutrina que prega a ideia de que o sábado deve ser observado pelos cristãos,
essa foi inserida no movimento adventista pelo grupo liderado por Joseph Bates.
Contudo, essa doutrina ganhou força após Ellen White alegar ter tido uma “revelação”,
sim mais uma revelação, aonde o Senhor lhe abria em senhor a arca da aliança e para
sua surpresa, ou talvez nem tanto, o quarto mandamento estava no centro da arca
com uma luz ao redor dele. “Lembra-te do dia de sábado para o santificar” (Êxodo
20:8). Vale resaltar que os adventistas acreditam que Ellen White teve algo em torno
de 2000 sonhos e visões dos 17 aos 87 anos, quando veio a falecer. 8

8
http://www.adventistas.org/pt/espiritodeprofecia/sobre-nos/biografia-de-ellen-g-white/

pg. 9
Porém, não seria justo com os Adventistas dizer que a visão de White é o único motivo
de eles guardarem o sábado, pois não é. Todavia, por motivos de tempo
apresentaremos alguns argumentos deles somente para refuta-los e não daremos
muita atenção em explica-los.
 Contra o sábado
É evidente que não é sensato existir qualquer tipo de preconceito com os adventistas
pelo simples fato deles guardarem o sábado, porém, muitos deles utilizam-se do
sábado como um cavalo de batalha contra as igrejas evangélicas que tem o domingo
como dia de “repouso semanal”. Por isso iremos refutá-los criteriosamente.
Dos 10 mandamentos registrados em Êxodo 20 somente 9 são ratificados no NT, o
quarto mandamento é o único que não é confirmado no NT, veja o seguinte diagrama:

1. “Não terás mãe” (Êx


outros deuses 20:12)
diante de mim” 6. “Não matarás”
(Êx 20:3) (Êx 20:13)
2. “Não farás para 7. “Não
ti imagem de adulterarás”
escultura” (Êx (Êx 20:14)
20:4) 8. “Não
3. “Não tomaras Furtaras”(Êx
o nome do 20:15)
Senhor teu 9. “Não dirás
Deus em vão” falso
(Êx 20:7) testemunho”
4. “Lembra-te do (Êx 20:16)
dia do sábado, 10. “Não
para o cobiçarás” (Êx
santificar” (Êx 20:17)
20:8)
5. “Honra a teu
pai e a tua

pg. 10
mandamento)
5. “Filhos, obedecei
a vossos pais” (Ef
1. “...vos convertais 6:1)
ao Deus vivo, que 6. “Não matarás”
fez o céu, e a (Rm 13:9)
terra” (At 14:15) 7. “”Não
2. “Filhinhos, adulterarás”
guardai-vos dos (Rm13:9)
ídolos” (1 Jo 5:21) 8. “Não
3. “... não jureis furtarás”(Rm
nem pelo Céu, 13:9)
nem pela terra” 9. “Não mintais uns
(Tg 5:12) aos outros” (Cl
4. (Não há indícios 3:9)
no NT que 10. “Não cobiçarás”
devemos seguir (Rm 13:9)
esse

O novo testamento repete pelo menos:

 50 vezes o dever de adorar somente a Deus;


 12 vezes advertência contra a idolatria;
 4 vezes a advertência de não tomar o nome do Senhor em vão;
 6 vezes a advertência contra o homicídio;
 12 vezes a advertência contra o adultério;
 6 vezes a advertência contra o furto;
 4 vezes a advertência contra o falso testemunho
 9 vezes a advertência contra a cobiça.

Em nenhum lugar do NT é encontrado uma referência clara sobre guardar o


sábado de fato. Muito pelo contrário vemos Jesus “violando”, ou melhor,
resinificando o sábado quando operava milagres (João 5:16-15). Esses apontam
para um sábado que não é dedicado ao ócio, mas como todos os outros dias, é
dedicado a mover de Deus e a ação a favor do outro.

Mas, por que então guardar o domingo ou qualquer outro dia?

 A favor do domingo:
Dentro de algumas ramificações do Cristianismo, existe a ideia da possibilidade da
“observação” do domingo como o dia a favor da vida, porém, isso é somente uma

pg. 11
possibilidade e uma das muitas linhas de pensamento a respeito dessas questões.
Dentre os motivos que podemos destacar para justificar o motivo pelo qual podemos
“observar” o domingo e não o sábado destacam-se os seguintes:

 Cristo ressuscitou no domingo e não no sábado, logo o dia a favor da


vida parece ser o domingo não o sábado (Marcos 16:9)
 O Espírito Santo foi derramado no dia de Pentecostes, um dia de
domingo. (Lucas 23:15, Lucas 16:21; Atos 2:1-4).
 Os cristãos do primeiro século costumavam se reunir aos domingos
de manhã para participar do “culto” (Atos 20:7, 1 Coríntios 16:1-2)

Ainda sobre essa questão, outro argumento extremamente pertinente para a


substituição do sábado pelo domingo é as palavras dos Pais da Igreja, homens
que viveram do século 1 até o século 6 e foram fundamentais para formação
do cristianismo como conhecemos. Veja alguns exemplos:

 Barnabé: “De maneira que nós observamos o domingo com


regozijo, o dia em que Jesus ressuscitou dos mortos”.
 Justino Mártir: “Mas o domingo é o dia em que todos temos nossa
reunião comum, porque é o primeiro dia da semana, e Jesus Cristo,
nosso Salvador, neste mesmo dia ressuscitou da morte”.
 Dionísio de Corinto: “Hoje observamos o dia santo do Senhor, em
que lemos sua carta”.
 Vitorino: “No dia do Senhor acudimos para tomar nosso pão com
ações de graça, para que não se creia que observamos o sábado
com os judeus, o qual Cristo mesmo, o Senhor do sábado, aboliu
em seu corpo”.

Após essa refutação acreditamos que temos respaldo para crer que podemos
guardar o domingo em vez do sábado, fazendo dele um dia distinto de todos
os outros, servindo mais, amando mais, alegrando-se mais, vivendo mais e
relacionando-se mais.

3.2 Outras doutrinas peculiares do Adventismo

3.2.1 Sobre a alma

Outras doutrinas peculiares da igreja adventista é a do estado da alma após


a morte, onde acredita-se que a alma é reduzida a um estado de silêncio ou
inatividade após a morte, porém, essa doutrina é incorreta quando vemos
texto aonde almas clamavam (Apocalipse 6:9-10) ou até mesmo diálogos
entre um ser que estava no Céu e um ser que estava no inferno (Lucas 16:22)

3.2.2 Sobre o pecador

pg. 12
Outra doutrina de caráter estranho dentro do segmento adventista é uma a
ideia de que não só o pecado será exterminado, mas também os pecadores
serão exterminados, essa doutrina foi amplamente difundida e defendida por
um dos maiores escritores adventistas, a saber, W. A. Spicer. Esse ensino está
em contradição com o ensino de que os ímpios ressuscitarão para a vergonha
eterna (Daniel 12:2, Mateus 25:46, João 5:29, Apocalipse 20:10.

3.2.3 Sobre a expiação

Por último vale ressaltar uma doutrina que talvez seja o maior dos absurdos
defendidos por essa seita. Essa é a doutrina de que no ano de 1844 Jesus
entrou no Santuário celeste para completar sua expiação dos pecados. Essa
afirmação é extremamente séria, pois nega a verdade de que aquilo que
Cristo fez na Cruz foi perfeito no intuito de nos redimir do pecado (Hebreus
7:27, Hebreus 10:12,14, João 5:24, João 8:36, Romanos 8:1, 1 João 1:7) . 9

Ante o exposto, percebemos que assim como nós os adventistas têm muito a
melhorar e cabe a nós ajuda-los com nossas orações, nossas palavras e nosso amor.

Conclusão:
Logo, os adventistas têm algumas coisas a nos ensinar, como o zelo pela palavra e o
compromisso como estudo dela, porém, torna-se extremamente complicado ter o zelo
substituído por legalismo e viver em prol do distanciamento do outro gerado por esse
legalismo.

PARA REFLETIR:

1. O rigor com que a maioria dos Adventistas defendem o sabbath (descanso)


como sendo o sábado, mesmo tendo Paulo falado sobre essa questão em
Romanos 14, leva-os a fazer uma leitura legalista das Escrituras e a colocar
importância exagerada em pontos secundários da fé. Até que ponto podemos
abrir as doutrinas cristãs ao debate de possibilidades e em que ponto
precisamos defendê-las como soldados lutando em uma guerra?
2. Certa vez Ellen White sugeriu que o inferno eterno era uma contradição de um
Deus de fato bondoso e aniquila-lo seria um ato de misericórdia. O que você
pensa sobre isso? Fundamente seu posicionamento nas Escrituras Bíblicas.
3. Por diversas vezes os adventistas tentaram marcar datas para a volta de Cristo.
O que a bíblia fala sobre isso? Essa ênfase escatológica é saudável?

9
RAIMUNDO. De Oliveira. Seitas e Heresias. Rios de Janeiro: CPAD, S/D, p. 75.

pg. 13
4. De acordo com Hiram Edson, em 1844, Cristo completou sua expiação no
santuário dos céus. Isso é biblicamente fundamentado? Justifique sua
resposta.
5. Na história de William Miller existe um dado momento que serve de lição para
todo crente, qual é esse momento? Justifique sua resposta.

Referências:

 ALMEIDA, A. O Sábado, a Lei a graça. Rio de Janeiro: CPAD, 1980.


 OLIVEIRA. Raimundo de. Seitas e Heresias. Rio de Janeiro: CPAD, S/d.
 CAIRNS. Earle E . O Cristianismo através dos séculos. São Paulo: Vida Nova, 2008.

Aula 3 - Testemunha de Jeová


OBJETIVOS:

 Mostrar a origem das Testemunhas de Jeová;


 Explanar algumas doutrinas que vão contra a bíblia.

Talvez essa seja uma das seitas que mais crescem no Brasil, por conta do seu caráter
bem proselitista. Por isso iremos dedicar um tempo a fim de estudá-los, visto que, um
dia eles baterão na sua porta em um domingo de manhã para saber se “você tem um
minutinho para ouvir a palavra de Jeová”.

1. ORIGEM DO NOME:

Um homem chamado Nathan H. Knorr, que ocupava um cargo alto de liderança dentro
desse segmento, escreveu um ensaio chamado: “Testemunhas-de-Jeová dos Tempos
Modernos” e nesse ensaio ele dizia que “Deus Jeová é o organizador de suas
testemunhas sobre a terra” e que o nome da sua organização deriva da passagem de
Isaías 43:10 “Vos sois minhas testemunhas, diz Jeová”. E assim nasceu o nome dessa
seita.

2. ORIGEM DA SEITA:

pg. 14
2.1Em Charles Taze Russell (1854-1916).

Em 1854 no Estado da Pensilvânia nascia Charles Taze Russell, o fundador da seita hoje
conhecida por “Testemunhas de Jeová”. A princípio, Russell não conseguia
compreender a doutrina das penas eternas e por isso decidiu abraçar a fé adventista,
porém, ele era um homem de personalidade extremamente forte e de muitas opiniões
pessoais, principalmente com relação à maneira ao objetivo da vinda de Cristo. Por
conta dessas questões não demorou muito para Russell encontrar problemas com os
líderes adventistas.

Nessa época, Russell escrevera um livro com ajuda de seu amigo, N.H. Barnour. Essa
amizade, porém, não durou muito, em uma “acalorada” discussão sobre a expiação os
dois acabaram com sua amizade e se distanciaram.

No ano de 1872, Russell lança os fundamentos do seu movimento pelo nome de “Torre
de via de Sião” e “Arauto da presença de Cristo”. Russell continuou censurando líderes
de diversas instituições e censurando várias igrejas.

(https://www.google.com.br/url?
sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjB2bGQz
OrUAhXBEpAKHczHCHcQjRwIBw&url=https%3A%2F%2Falchetron.com%2FCharles-
Taze-Russell-1189953-
W&psig=AFQjCNEQTZeMrl0C6wvwyFlM0ymvEyDXzA&ust=1499084778549410)

Para preparação dos seus discípulos escreveu uma obra intitulada de “Estudos nas
Escrituras” a qual alegou que era melhor lê-la do que ler somente a Bíblia sem o auxílio
dessa. Mais tarde, Russell chamou alguns dos clássicos do cristianismo de “imaturos” e
incompletos.10
10
RAIMUNDO, De Oliveira. Seitas e Heresias. Rio de Janeiro: CPAD, S/D, p. 78.

pg. 15
Russel foi um péssimo ser humano. Casou-se em 1879 e várias vezes foi levado ao
tribunal por sua própria esposa em face de maus tratos que cometida contra ela. Não
podendo mais aguentar, ela o deixou em 1887 e posteriormente se divorciaram.

Em 9 de novembro de 1916 morreu Charles Taze Russell, sendo substituído por Joseph
Franklin Rutherford.

2.2Após Charles Taze Russel (1916-)

A atuação de Rutherford foi muito mais ampla do que a de Russell. No início de sua
gestão Rutherford fundou a revista Despertai, com tiragem mensal. Assim como seu
antecessor Rutherford se envolveu em diversos problemas jurídicos e chegou a ser
preso por “atividades antiamericanas”, esses acontecimentos fizeram com que
Rutherford e seus seguidores tivessem mais ódio da “organização do diabo” (apelido
“carinhoso” dado a qualquer instituição política ou religiosa que fizesse oposição a
suas doutrinas).

Em 1942 morre Rutherford e Nathan H. Knorr assumiu a gestão da seita e como vimos
anteriormente ele foi o responsável pela criação do nome da seita.

As Testemunhas de Jeová têm um compromisso extremamente intenso em fazer


conhecidas suas doutrinas, pelo que se dedicam ao máximo à venda de livros, resistas
e panfletagem em portas de casas, centros públicos e até privados. Todavia,
W.J.Schenell, “ex-testemunha”, diz que eles sofrem uma constate pressão de seus
líderes. Por exemplo: se por acaso você (que é uma testemunha) não estiver vendendo
a quantidade proposta por eles você é taxado como “inútil”, todavia é bem verdade
que por ser uma seita enorme algumas sedes podem não adotar esse comportamento,
mas é evidente que ele existe muito forte dentro da seita visto que ele foi apontado
como real por alguém que viveu dentro desse meio.

No Anuário das Igrejas Americanas de 1949 existia a seguinte descrição sobre as


testemunhas de Jeová: “As Testemunhas de Jeová têm grupos em quase todas as
cidades dos
Estados Unidos, bem como em outras partes do mundo, com o propósito de estudar a
Bíblia. Não fazem relatório de seus membros de seus membros, nem anotam a
assistência às reuniões. Reúnem-se em salões alugados e não constroem templos para
o seu próprio uso”. A maior parte de seus recursos é investida em alcançar pessoas
para sua seita. Mesmo que por vezes essas entrem em conflito com autoridades.

3. DOUTRINAS DAS TDJ

pg. 16
3.1Sobre a trindade

As TdJ (Testemunhas de Jeová) rejeitam o conceito de trindade 11, eles alegam os mais
diversos absurdos a respeito dessa, veja trechos de seus escritos:

“Satanás deu origem à doutrina da trindade” (Seja Deus Verdadeiro, p.


81)12.

“Um contemporâneo de Teófilo na África Setentrional, o escritor


chamado Tertuliano, da cidade de Cartago, defronte a Itália, escreveu uma
defesa de sua religião e introduziu nos seus escritos a palavra trinitas, que
quer dizer “trindade”. Daquele tempo em diante a doutrina trinitária veio a
infectar cada vez mais a crença dos cristãos professos. Tal doutrina é
absolutamente alheia ao verdadeiro Cristianismo. Nem se encontra a
palavra trias nas inspiradas Escrituras gregas cristãs, tampouco se acha a
palavra trinitas, nem mesmo na tradução latina da Bíblia, a Vulgata” (Que
tem Feito a Religião Pela Humanidade? P. 261)13.

“Ninrode casou-se com sua mão Semíramis, e assim, num sentido, ele é
seu próprio filho. Aqui está a origem da doutrina da trindade” (RUSSEL,
Estudos nas Escrituras).

3.1.1 A Favor da Trindade

A alegação jeovista de Tertuliano é no mínimo infantil, injusta e tendenciosa.


Façamos a seguinte comparação: Será que Newton inventou a gravidade
quando elucidou sua existência? Penso que não. Da mesma forma podemos ver
Tertuliano como aquele que elucidou a doutrina da trindade e não o seu
inventor, pois pode Tertuliano inventar algo que é anterior a ele, como pode
Newton inventar algo que já existia antes dele mesmo existir.

É evidente que a palavra trindade não se encontra na Bíblia, como também


nela não se encontra as expressões “Testemunhas de Jeóva” e “Salão do Reino”
nem as palavras “cristianismo”, “onisciência”, “livre arbítrio”, porém, a Bíblia
contém a ideia básica de trindade. Mas, é claro que Tertuliano pode ter sido o
inventor da palavra Trindade (três em um). Porém, agora veja algumas
referências claras a trindade na Bíblia:

a. Criação do Homem (Gn 1:26).

11
https://www.jw.org/pt/testemunhas-de-jeova/perguntas-frequentes/crencas-testemunhas-de-jeova/
12
https://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/1200273421
13
https://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/1200277030

pg. 17
b. Conclusão divina quanto à capacidade do conhecimento do homem a
respeito do bem e do mal (Gn 3:22).
c. Confusão das línguas, em Babel (Gn 11:7).
d. Visão e chamado de Isaias (Is 6:8).
e. Batismo de Jesus no Jordão (Mt 3:16-17).
f. A Grande Comissão de Jesus (Mt 28:19).
g. Distribuição dos dons espirituais (1 Co 12:4-6).
h. Bênção apostólica (2 Co 13:13)
i. Descrição paulina da unidade da fé (Ef 4:4-6)
j. Eleição dos santos (1 Pe 1:2)
k. Exortação de Judas (Jd 20-21)
l. Dedicatória das cartas as sete igrejas da Ásia (Ap 1:4-5)

Títulos divinos são atribuídos às três Pessoas da Trindade: a) a respeito do Pai


(Êx 20:2); b) a respeito do Filho (Jo 20:28); c) a respeito Espírito Santo (At 5:3-4)

Cada Pessoa da trindade é descrita na Bíblia, como:

 Onipresente
 Onipotente
 Onisciente
 Criador
 Eterno
 Santo
 Santificador
 Fonte da vida eterna
 Mestre
 Capacitado a ressuscitar mortos
 Inspirador dos profetas
 Salvador
 Superior O Pai

O Pai: Hebreus 1:1 Hebreus 2:11


Jeremias 23:24 Tito 3:4 João 10:28
Gênesis 17:1 Jeremias 3:15 Mateus 23:8
Atos 15:18 João 2:19
Gênesis 1:1 O Filho: 2 Coríntios 13:3
Romanos 16:26 Efésios 1:20-23 Tito 3:6
Apocalipse 4:8 Apocalipse 1:8 Efésios 4:11
Judas 24,25 João 21:17
Romanos 6:23 João 1:3 O Espírito:
Isaías 48:17 Apocalipse 22:13 Salmos 139:7
1 Coríntios 6:14 Atos 3:14 Romanos 15:19

pg. 18
1 Coríntios 2:10
Jó 33:4
Hebreus 9:14
João 1:33
1 Pedro 1:2
Gálatas 6:8
João 14:26
1 Pedro 3:18
Marcos 13:11
João 3:8
Atos 20:28

Em tese, vemos que a doutrina da trindade é extremamente bíblica, mesmo que o


termo como conhecemos não esteja na bíblia.

3.2Sobre a divindade de Cristo

“O grupo subtrai algo da pessoa de Jesus. Por exemplo, as Testemunhas de Jeová


alegam que Jesus não era Deus, mas, era um ser criado acima dos outros, veja: “Este
[Jesus Cristo], não era Jeová Deus, mas estava ‘existindo na forma de Deus’. Como
assim? Ele era uma pessoa espiritual, assim como ‘Deus é espírito’; era poderoso, mas
não todo poderoso como o é Jeová Deus.” (Seja Deus Verdadeiro, pp.34,25)14

Os TdJ afirmam claramente que não creem que Cristo é de fato divino 15. Logo então
agora iremos refutar essa falácia sem precedentes.

3.2.1 A favor da divindade de Cristo:

Primeiro mostraremos as referências na Bíblia que apontam para a divindade de


Cristo:

a. Cristo é Deus (João 1:1; João 10:30,33,38; João 14:9,11; João 20:28;
Romanos 9:5; Colossenses 1:15; Colossenses 2:9; Filipenses 2:6; Hebreus
1:3; 2 Coríntios 5:19; 1 Pedro 1:2; 1 João 5:2; Isaías 9:6).
b. Cristo é Todo-poderoso (Mateus 28:18; Apocalipse 1:8).
c. Cristo não foi criado, pois é eterno (João 1:18; João 6:57; João 8:19, 59;
João 10:30,38; João 14:7, 9, 10, 20; João 16:28, João 17:21).
d. Cristo é o autor da Criação (João 1:3; Colossenses 1:16; Hebreus 1:2,10;
Apocalipse 3:14)
14
https://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/1200273421
15
https://www.jw.org/pt/ensinos-biblicos/perguntas/jesus-filho-de-deus/

pg. 19
Outra coisa que podemos levar em consideração são os atributos e títulos únicos de
Deus existem na pessoa de Cristo, veja:

 O Primeiro e o Último (Isaías 41:4; Colossenses 1:15,18; Apocalipse 1:17;


Apocalipse 21:16).
 Senhor dos senhores (Apocalipse 17:14).
 Senhor de todos e Senhor da Glória (Atos 10:36; 1 Coríntios 2:8).
 Reis dos reis (Isaías 6:1-5; João 12:41; 1 Timóteo 6:15).
 Juiz (Mateus 16:27; Mateus 25:31,32; 2 Timóteo 4:1; Atos 17:31).
 Pastor (Salmo 23:1; João 10:11-12).
 Cabeça da Igreja (Efésios 1:22).
 Verdadeira Luz (Lucas 1:78-79; João1:4,9)
 Fundamento da Igreja (Isaías 28:16; Mateus 16:18).
 O Caminho (João 14:5; Hebreus 10:19,20).
 A Vida (João 11:25; 1João 5:11,12).
 Perdoador de pecados (Salmo 103:3; Marcos 2:5; Lucas 7:48,50).
 Preservador de tudo (Hebreus 1:3; Colossenses 1:17).
 Onisciente (João 21:17)
 Onipresente (Efésios 1:20-23)
 Onipotente (Apocalipse 1:8)
 Salvador (Tito 3:4-6)

Vale ressaltar que na tradução das TdJ (Tradução do novo Mundo das Escrituras
Gregas Cristãs) no primeiro capítulo do evangelho de João diz que Cristo era “A Palavra
era um deus”16 (João 1:1) o que é um enorme equívoco de tradução, após checar 27
traduções da Bíblias disponíveis no mercado observamos que todas são unanimes em
relação a esse versículo. O doutor James l. Boyer, diz que “O fato de não ser usado o
artigo no grego descreve, qualifica e enfatiza a natureza e a característica do
substantivo usado”, logo a palavra logos (Palavra) usada sem o artigo denota a ideia de
que a Palavra é Deus e não parte de Deus ou qualquer outra coisa.

Existem muitos outros falsos ensinos difundidos pelas Testemunhas de Jeová, ensinos
que falam da alma do homem, do inferno que deságua na aniquilação, de que somente
eles serão salvos17, porém por último refutaremos a autenticidade da Tradução do
Novo Mundo das Escrituras Sagradas (Bíblia dos TdJ).

3.3Sobre a “Bíblia” das TDJ

16
https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/nwt/livros/Jo%C3%A3o/1/#v43001001
17
https://www.jw.org/pt/testemunhas-de-jeova/perguntas-frequentes/religiao-verdadeira/

pg. 20
Por muitos anos muitos anos foram mantidos em sigilo os nomes dos autores dessa
tradução meia boca. Mas em um julgamento, em 1954, na Escócia, respondeu a
“testemunha”, F.W.Franz, que a razão dessa omissão era porque o comitê não queria
receber gloria e honra e por isso preferiram o anonimato. Esse argumento era uma
grande falácia e foi revelado quando William Cetnar, homem que trabalho na sede das
TdJ conhecida pelo nome de Sociedade Torre de Vigia nos Estados Unidos, disse que
dois eram os principais motivos desse anonimato: 1) As qualificações dos tradutores
não podiam ser verificadas e avaliadas. 2) Não havia ninguém que assumisse a
responsabilidade pela tradução. Após isso ele citou alguns nomes daqueles que
estavam envolvidos e entre eles estava o nome do senhor F.W.Franz.

O Senhor F.W.Franz nesse mesmo julgamento, no ano de 1954, foi indagado se tinha
“familiaridade com o hebraico” e logo após responder que “sim” (Provada acusação, p.
7) perguntaram se em falava hebraico e a resposta foi “não” e para comprovar se de
fato ele tinha pelo menos uma familiaridade com a língua pediram-lhe que traduzisse
Gênesis 2:4 para o hebraico e ele afirmou não ser capaz de assim fazer (Prova da
acusação, p. 61). Vale lembrar que Franz é apontado como um dos tradutores da
Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas.

Ante o exposto, percebemos que assim como nós os jeovistas têm muito a
melhorar e cabe a nós ajuda-los com nossas orações, nossas palavras e nosso amor.

4. Conclusão
As tdj têm algumas coisas a nos ensinar, como por exemplo: Seu compromisso com o
evangelismo. Porém, as mentiras ditas por eles nós falam que esses são extremamente
maléficos para o Cristianismo verdadeiro e que mais uma vez um homem deturpou A
verdade de Deus, a saber, Cristo Jesus.

Para refletir

1. As Tdj serão salvas, mesmo crendo que Cristo não é Deus? Fundamente sua
resposta biblicamente.
2. “Os de Jeová” não tem um documento extra bíblico com base de sua doutrina,
porém, usam uma bíblia deturpada como base. Quais são as consequências
dessa abordagem? Cite pelo menos 3.
3. Quais são as consequências da doutrina da aniquilação das almas enviadas para
o inferno no que diz respeito a justiça e o amor de Deus?
4. Defenda a divindade de Cristo em uma relação entre versículos bíblicos.

pg. 21
5. Em sua opinião qual é a maior falha, se podemos postular assim, das
Testemunhas de Jeová? Fundamente sua resposta biblicamente.

Referências.

 OLIVEIRA. Raimundo de. Seitas e Heresias. Rio de Janeiro: CPAD, S/d.


 CAIRNS. Earle E. O Cristianismo através dos séculos. São Paulo: Vida Nova,
2008.
 CABRAL, J. Religiões, Seitas e Heresias. Rio de Janeiro: Universal Producões,
1980.
 VAN BAALEN, J. K. O Caos das Seitas. São Paulo: Imprensa Batista Regular,
1970.

Aula 4 – Mormonismo
OBJETIVOS:

 Mostrar as origens do Mormonismo.


 Explanar algumas doutrinas que vão contra ao ensino bíblico.

Agora iremos analisar a seita das igrejas iguais das duplas monocromáticas que andam
de gravata no calor de Fortaleza.

1. ORIGEM DA SEITA:

pg. 22
No dia 23 de dezembro de 1805 nascia um homem chamado Joseph Smith (1805-
1844), ele teve uma infância conturbada e uma criação na ignorância, pobreza e
superstição. Ainda na adolescência Smith se decepcionou demais com as igrejas que
conhecerá e nessa época teve sua primeira “visão”, em suas palavras: “Eles se chegam
a mim com os seus lábios, mas seus corações estão longe de mim, eles ensinam
mandamentos dos homens como doutrina, tendo aparência de santidade, mas
negando o meu poder” (O Testemunho do Profeta Joseph Smith, p. 4).

A sua segunda visão é a mais importante na história da seita. Certa vez apareceu-lhe
um anjo chamado Moroni que lhe disse que o seu pai, o anjo Mórmon, que era um
profeta, havia escrito a história de seu povo em duas finas tabuas de ouro há 1400
atrás, porém não somente isso ele as escreveu quando estava a ponto de ser destruído
pelos seus inimigos e as escondeu. Moroni conduziu ao lugar onde estavam escondidas
as placas que por coincidência ficava no “quintal” da sua casa, perto de um monte
próximo de um local que hoje é conhecido como Palmyra, Nova Iorque. Para que
entendesse a escrita que estava nas placas o anjo lhe deu um tipo de lentes. Após 3
anos traduzindo as tabuas em 1829 o livro foi publicado, recebendo o título de O Livro
Mórmon.18

Logo cedo Smith encontrou que o aceitasse como profeta e com esses fundou a “Igreja
do Senhor Jesus dos Santos dos Últimos Dias”. Que alegava que não existe salvação
fora dessa igreja.

Após a morte de Joseph Smith em um tiroteio para liberta-lo da cadeia, a Igreja por ele
fundada se dividiu, entre:

 Igreja Reorganizada dos Santos dos Últimos Dias: Não creem na


poligamia e foram liderados pelo filho de Joseph Smith, que tem o
mesmo nome do pai.
 Igreja dos Santos dos Últimos Dias: Tem mais fiéis que a outra
ramificação, creem na poligamia e foram liderados por um discípulo de
Joseph Smith, a saber, Brigham Young (1801-1877). 19

18
https://www.mormon.org/por/joseph-smith
19
EARLE. E. Cairns. O Cristianismo através dos séculos. São Paulo: Vida Nova, 2008, p. 461.

pg. 23
2. DOUTRINAS DO MORMONISMO:

2.1 Sobre o livro de Mórmon

O Livro de Mórmon, anjo que dá nome a seita, é composto por 15 livros divididos em
capítulos e versículos, assim como a bíblia. No seu todo ele tem 239 capítulos e 6553
versículos. Nele são encontrados capítulos inteiros da Bíblia, por exemplo: 1 Nefi 20 é
igual a Isaías 48; 2 Nefi 12 e 24 são iguais a Isaías 2 e 14; 3 Nefi 24 é igual a Malaquias
3; 2 Nefi 12 e 14 são iguais a Mateus 5 e 7.

Como se não bastasse esse livro conter muitos trechos da bíblia ele ainda diz que a
bíblia é incompleta e cheia de erros, vejas: 1 Nefi 13:28-29 e 2 Nefi 29:3,6. 20

São muitas as provas de que O Livro de Mórmon é obra de homem não a Palavra de
Deus, como alegam. Aqui iremos colocar somente 6 pontos, visto que a história da
concepção e o conteúdo desse livro é no mínimo infantil. Veja o motivo desse
comentário:

20
https://www.mormon.org/por/perguntas-frequentes/tema/b%C3%ADblia/pergunta/biblia-palavra-
de-deus

pg. 24
 O livro pretende ser a tradução de placas de ouro enterradas desde o
ano 420 até 1823, contudo cita com precisão capítulos inteiros de uma
Bíblia publicada em 1611. Isso é simplesmente inconcebível!
 A opinião mais comum entre os estudiosos do mormonismo é que o
conteúdo de O Livro de Mórmon, em grande parte, foi tomando de um
romance de Salomão Spaulding, um pastor presbiteriano aposentado,
que escreveu uma história fictícia dos primeiros habitantes da
América.
 O livro foi escrito em uma linguagem paupérrima, porém, quando cita
a Bíblia (o profeta Isaías, por exemplo), mostra erudição de linguagem,
mais uma prova de que esses textos foram copiados diretamente da
Bíblia.
 Para tão volumoso conteúdo o Livro de Mórmon, as placas de ouro
que Joseph Smith descreveu requeriam um trabalho microscópio ou
algo miraculoso.
 Os muitos erros gramaticais e de conteúdo de O Livro de Mórmon o
fazem obra de homem e não palavra de Deus.
 As descobertas arqueológicas e os estudos históricos provam que os
primeiros habitantes da região indicada em O Livro de Mórmon eram
muito diferentes da descrição que ele dá quanto aos costumes,
nomes, caráter e línguas.

2.2 A respeito do “profeta” Joseph Smith

Muitas profecias de Joseph Smith falharam, um exemplo: ele alegava que os


habitantes da lua tinham 1,83 m, vestiam-se igual e vivam quase mil anos
(Revista de Oliver B. Huntinton, vol. 2, p. 166). Evidentemente, Smith jamais
sonharia que um dia o homem iria à lua e verificaria que lá não há vida.

2.3 A respeito da concepção de Deus dos Mórmons

Os mórmons acreditam que Deus, o Pai, tem um corpo de carne e osso (Doutrine
and Covenants, 130:22) e que Deus teve relações sexuais com Maria para
produzir o corpo de Jesus (Journal of Discourses, vol. 4, 1857, p. 218). Sem falar
que eles acreditam que Deus é Adão e também é Miguel (Brigham Young, Revista
de Discursos, vol. 1, pp. 50,51)

Essa doutrina é um absurdo completo. Primeiro, porque “Deus é Espírito” (João


4:24) e não matéria. Segundo, porque a concepção de Jesus foi uma obra do
poder do Altíssimo (Lucas 1:35) e o poder do Altíssimo é de outra ordem do
poder que o homem tem de gerar vida. Para gera Adão Deus não precisou de
uma mulher, logo para Jesus vim a terra Ele também não precisaria se utilizar de

pg. 25
métodos naturais. Terceiro, Adão e Miguel são criaturas (Gênesis 1:27,
Apocalipse 12:7-9, Judas 10) e Deus é criador eterno (Gênesis 1:26, Judas 10).

2.4 Jesus era poligâmico?

Eles alegam que Jesus mantinha relações com duas mulheres, a saber, Maria e
Marta. Ou seja, eles creem em um código da vinte ao quadrado. (Brigham Young,
Wife nº 19, 384).

A bíblia não fala que Jesus teve qualquer tipo de relação conjugal aqui na terra. E
os escritos que falam datam de 200 anos após a morte de Jesus e tem marcas de
seitas que gostavam de inventar eventos (gnósticos).

2.5 Sobre o Casamento no céu e o batismo dos mortos

Os Mórmons creem no casamento como uma instituição eterna que atravessa a


morte (Quem são os Mórmons? p. 13).21 E que podemos batizar os mortos com o
intuito de salvá-los (O Plano de salvação, p. 32).22

Primeiro, os ressuscitados serão como os anjos, não se casam nem se dão em


casamento (Mateus 22:30) nossa aliança será com Cristo. Segundo, não há
nenhuma referência na bíblia que nos motive a fazer isso e em toda a história da
igreja nenhuma comunidade eclesiástica seria fez isso, sem falar que o texto que
eles usam para defender esse ponto de vista fala sobre a verdade da ressurreição
dos mortos e não sobre a importância de praticar o batismo dos mortos que era
uma pratica pagam e ilógica (1 Coríntios 15:29-30).

Ante o exposto, percebemos que assim como nós os Mórmons têm muito a melhorar
e cabe a nós ajuda-los com nossas orações, nossas palavras e nosso amor.

3. Conclusão
Ao final dessa aula vemos que a falha dos mórmons foi basear toda a sua teologia na
experiência de um homem que em diversos momentos contradiz as palavras do
próprio Cristo. Isso nos ensina que devemos pautar nossas experiências naquilo que
Cristo nos fala e nos mostra.

Para refletir

1. Que tipo de ensinos difundidos pelos Mórmons fazem deles um modelo bem
comum de seita pseudo-cristã?

21
https://www.mormon.org/por/perguntas-frequentes/tema/casamento/pergunta/juntos-para-sempre
22
https://www.mormon.org/por/perguntas-frequentes/tema/batismo/pergunta/batismo-pelos-mortos

pg. 26
2. Quais são os problemas que podemos enfrentar se admitirmos outros documentos
além da bíblia como inspirados por Deus?
3. Quais são as características dos Mórmons que merecem ser imitadas e quais são as
características dos Mórmons que merecem ser rejeitadas? Cite dois exemplos de
cata e por quê.
4. Em sua opinião, quais são os malefícios da poligamia masculina?
5. Quais são os problemas que enfrentamos em admitirmos que Deus tem um corpo
de carne e osso?

Referências

 FRASER, G. H. Seria Cristão o Mormonismo? São Paulo: Imprensa Batista Regular,


1965.
 OLIVEIRA. Raimundo de. Seitas e Heresias: Um Sin. Rio de Janeiro: CPAD, S/d.
 CAIRNS. Earle E . O Cristianismo através dos séculos. São Paulo: Vida Nova,
2008.
 MCELVEEN, F. C. A Ilusão Mórmon. Miami: Editora Vida, 1981.

Aula 5 - Catolicismo e Protestantismo


Objetivos:

 Elucidar as Origens da Igreja Católica e relacionar certos fatos com a sua situação
atual.

pg. 27
 Comparar certas doutrinas com a crença bíblica.

1. ORIGEM DO CATOLICISMO
Muitos católicos atribuem o surgimento da igreja Católica ao dia de pentecostes (33
d.C). Essa é uma concepção é extremamente difícil de ter, visto que, no dia de
pentecostes o que foi fundado foi a Igreja de Cristo e não a igreja Católica.

Dada a difusão de ideias a respeito dessa, fica muito difícil postular uma data precisa
para a fundação da igreja católica. Todavia, acredita-se que ela foi fundada entre o
século 3 e 4 d.C por um presbitério Romano, com uma série de decisões sucessivas
para tal.

Durante esse mesmo período foi instituído o Papado, seu primeiro representante foi
Dâmaso que era bispo de Roma e por questões políticas foi nomeado como o chefe
religioso do império em 378. Todavia, os católicos acreditam que o apóstolo Pedro foi
o primeiro papa e o papa que passou mais tempo no “mandato” (37 anos) e colocam
Dâmaso como o 37º papa, mesmo sendo ele o primeiro a de fato exercer o papel
proposto pelos papas atuais. Essa é uma das grandes falácias da doutrina católica, visto
que o papa reivindica para si o título de cabeça da igreja sendo que a bíblia dá a Jesus
esse título (Efésios 1:23; 4:16; 5:23; Colossenses 1:18; 2:19), já que a igreja Católica é
construída sobre a ideia de unidade por isso que existe o Papa daí o nome Católica
(universal), já a Protestante é construída sobre o conceito de verdade daí o nome
protestante.

O primeiro grande cisma dentro da igreja Católica foi em 1054 e envolvia as sedes de
em Constantinopla, hoje conhecida como Istambul, na Turquia, e Roma. Esse lapso foi
motivado por questões envolvendo: o Espírito Santo, a eucaristia (Santa ceia), o
papado e a autoridade de Constantinopla. Desse Cisma nasceu a Igreja Ortodoxa,
muito forte na Rússia e nos países ao redor. Vale ressaltar que esse cisma não
aconteceu da noite pro dia, mas, aqui estamos propondo somente uma explanação.

Outro grande lapso na igreja Católica foi no dia 31 de outubro de 1517, com o monge
agostiniano e professor de teologia germânico, a saber, Matinho Lutero. O
acontecimento chave para propagação do protestantismo foram as 95 teses contra as
indulgencias (venda do perdão) coladas na porta do castelo de Wittenberg. Dentre os
motivos que inspiraram os protestantes a protestar contra a igreja católica estão
questões sobre: adoração, culto, tradução da bíblia, salvação, papel do crente, papel
da instituição religiosa, etc. Porém, vale ressaltar que esse cisma não aconteceu da
noite pro dia, mas, aqui estamos propondo somente uma explanação

2. Paganização da igreja católica

pg. 28
Durante a construção da igreja Católica vemos que essa esteve aberta para todo tipo
de crença, porém, isso não é ruim por si mesmo, o problema disso nasce quando eu
perco meu “filtro” e começo a negociar meus conceitos, a saber, o Evangelho de
Cristo, veja o quadro:

Século Ano Dogma ou Cerimônia


I-II 33-196  Nesse período da História, a igreja não aceitou
nenhuma doutrina antibíblica.
II 197  Zeferino, bispo de Roma, começa um movimento
herético contra a divindade de Cristo.
III 217-  Calixto se torna bispo de Roma, começa um
movimento da propaganda herética e levando Igreja
de Roma para mais longe do caminho de Cristo.
270  Início da vida monástica no Egito, com santo António.
IV 370  Culto dos santos professado por Basílio de Cesaréia e
Gregório de Nazianzo. Primeiros indícios do turíbulo
(incensário), paramentos e altares nas igrejas, usos
esse introduzidos pela influência dos pagãos
convertidos.
IV 400  Oração pelos mortos e sinal da cruz feito no ar.
V 431  Maria é proclamada a “Mão de Deus”.
VI 593  O dogma do Purgatório começa a ser ensinado.

600  O latim passa a ser a língua do culto .


VII 609  Começo histórico do papado.
VIII 758  A confissão auricular é introduzida na igreja por
religiosos do Oriente.
789  Início do culto das imagens e das relíquias.
IX 819  A festa da Assunção de Maria é observada pela
primeira vez.
880  Canonização dos Santos.
X 998  Estabelecimento do dia dos finados.
 Quaresma.
1000  Canôn da Missa.
XI 1074  Proíbe-se o casamento para os sacerdotes.
1075  Os sacerdotes casados devem divorciar-se,
compulsoriamente, cada um de sua esposa.
1095  Indulgências plenárias.
 Introduzem na igreja o pagamento da missa e o culto
e o culto de anjos.
1100
XII 1115  A confissão é transformada em um artigo de fé.
1125  Entre os cônegos de Lião aparecem às primeiras ideias
da Imaculada Concepção de Maria.
1160  Estabelecidos os 7 Sacramentos.
 Estabelecida à venda de indulgencias.

pg. 29
1186  Concílio de Verona estabelece a “Santa Inquisição”.
1190  Uso do rosário por São Domingos, chefe da inquisição.
1200
XIII 1215  A transubstanciação é transformada em artigo de fé.
1220  Adoração à hóstia.
1226  Introduz-se a elevação da hóstia
1229  Proíbe-se aos leigos a leitura da Bíblia
1264  Festa do Coração Sagrado
XIV 1303  Igreja Católica Apostólica Romana é proclamada como
sendo a única verdadeira, e somente nela o homem
pode ser salvo.
1311  Procissão do Santíssimo Sacramento e a Oração da
Ave-Maria.
XV 1414  Definição da comunhão com um só elemento, a
hóstia. O uso do cálice fica restrito ao sacerdote.
1439  Os 7 sacramentos e o dogma do purgatório são
transformados em artigos de fé.
XVI 1546  Conferida à Tradição autoridade igual à da Bíblia
1562  Declara-se que a missa é oferta propiciatória e
confirma-se o culto aos santos.
1573  Estabelecida à canonicidade dos livros apócrifos.
XIX 1854  Definição do dogma da Imaculada Conceição de Maria
1864  Declaração da autoridade temporal do papa
1870  Declaração da infalibilidade papal
XX 1950  A assunção de Maria é transformada em artigo de fé.
23

3. DOUTRINAS CATÓLICAS

3.1 Pedro o primeiro papa.


A igreja católica crê que o Apóstolo Pedro foi o primeiro Papa, baseado em Mateus
16:16-19, construindo o seguinte raciocínio:

a. Pedro é a rocha sobre a qual a Igreja está edificada.


b. A Pedro foi dado o poder das chaves, portanto, só ele detém o poder de abrir a
porta do Reino dos céus.
c. Pedro tornou-se o primeiro bispo de Roma.
d. Toda autoridade foi conferida a Pedro até nossos dias, através da linhagem de
bispos e papas, todos os vigários de Cristo na Terra.

3.1.1 Uma interpretação equivocada:

23
RAIMUNDO. De Oliveira. Seitas e Heresias. Rio de Janeiro: CPAD, S/D, p. 15-16.

pg. 30
A partir dessa ideia, o padre Miguel Maria Giambelli põe o versículo 19 de Mateus 16
nos lábios de Jesus, da seguinte maneira: “Nesta minha Igreja, que é o reino dos céus
aqui na terra, eu te darei também a plenitude dos poderes executivos, legislativos e
judiciários, de tal maneira que qualquer coisa que tu decretares, eu a ratificarei lá do
Céu, porque tu agirás em meu nome e com a minha autoridade.” (A Igreja Católica e os
Protestantes, p. 68).

Dado essa afirmação agora iremos refutar esse argumento católico.

1) Pedro jamais assumiu no centro do Cristianismo nascente o papel que a igreja


Católica lhe dá. Tal é que, após a morte de Cristo que ficou no comando do
principal centro do Cristianismo (Jerusalém) foi Tiago irmão de Jesus e não
Pedro.
2) O que Mateus faz no seu evangelho é se utilizar de uma figura de linguagem
chamada de paronomásia com um intuito meramente literário e não
propriamente ao literal, veja: “Pois também eu te digo que tu és Pedro
(Petros), e sobre esta pedra (petra) edificarei a minha igreja”. Também vale
reassaltar que muito provavelmente o discurso original foi feito em aramaico e
não grego, por isso deve ter sido mais bem mais claro para os primeiros
discípulos de Jesus estipular o papel de Pedro, visto que foi Tiago e não Pedro
que assumiu a “direção” da igreja após a ascensão de Jesus.

3.1.2 O testemunho dos Pais da Igreja.

Dentre a lista de 84 Pais da Igreja, só dezesseis crêem que o Senhor se referia a Pedro
quando disse “esta pedra”. Somente a partir do século IV começou-se a falar a respeito
da possibilidade de Pedro ser a pedra fundamental da Igreja.

Porém, o próprio Apóstolo Pedro diz que cristo é a petra (rocha firme): “Chegando-vos
para ele, A pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e
preciosa” (1 Pedro 2:4) (ênfase minha). Logo após isso ele diz que todos nós somos
petros (rocha móvel): “Vós mesmo, como pedras que vivem, sois edificados casa
espirituais, agradáveis a Deus, por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pedro 2:5).

Vale ressaltar que se Pedro fosse de fato um Papa ele seria o Papa mais diferente de
todos, já que:

a. Pedro era financeiramente pobre (Atos 3:6). Diferente do grande acervo ativo
de um bilhão de dólares que o vaticano dispõe, de acordo com Jose Maria
Alegria em 1972.
b. Pedro era casado (Mateus 8:14-15). Os padres são celibatários, vale resaltar,
que o papa Bento XVI disse que mesmo essa doutrina não tendo
fundamentação bíblia os Católicos não estavam dispostos a negocia-la.

pg. 31
c. Pedro foi um homem humilde, pelo que não aceitou ser adorado pelo
centurião Cornélio (Atos 10:25-26). Os papas frequentemente aceitam
“adoração” humana, mas, isso ocorre por uma construção que eles próprios
ajudaram a fazer.
d. Pedro foi um homem repreensível (Gálatas 2:11-14). Os papas consideram
infalíveis seus decretos e decisões.
e. Pedro respeitava quem estava “acima” dele na liderança (Atos 15). Os papas
são o topo da pirâmide eclesiástica católica.

3.2 O Purgatório –

3.2.1 Sobre o Purgatório

De acordo com a teologia romanista: O Purgatório é um lugar de “purificação”.

Existem ainda aqueles que fazem uma estimativa de quanto tempo no ser humano
comum que não se confessa passa no purgatório (em média):

(30 pecados veniais - “menores” - por dia) × 365 dias × 60 anos de vida= 1800 anos de
purgatório para uma pessoa que crê, mas não é lá não nem “boa” nem “ruim”.

3.2.2 Quem vai para o Purgatório?

Veja a resposta do papa Pio IV “1. Os que morrem culpados de pecados menores, que
costumamos chamar veniais, e que muitos cristãos cometem – e que, ou por morte
repentina, ou por outra razão, são chamados dessa vida, sem que se tenham destas
faltas ordinárias. 2. Os que, tendo sido formalmente culpados de pecados maiores, não
deram plena satisfação deles à justiça divina” (A Base da Doutrina Católica Contida na
Profissão de Fé).

Ou seja, embora você tenha escapado do inferno por meio de Cristo, você ainda tem
que correr do purgatório.

3.2.3 Objeção ao Purgatório

O Purgatório é uma doutrina extremamente danosa para o Cristianismo como um


todo, visto que aqueles que a professam pisam em diversos pilares a respeito da
bondade de Deus e do Sacrifício de Cristo, veja diagrama:

 Como pode Deus lançar os pecadores redimidos por ele próprio em um lugar
para serem redimidos, isso é uma intensa contradição e até soa esquisito.
(Romanos 8:1).
 Como pode Deus jogar os seus filhos no fogo para satisfazer uma justiça que O
Seu Filho (Jesus) já satisfez. Penso que a única coisa que queima na nossa
relação com Deus é o Amor dEle por nós.

pg. 32
 Dizer que as almas expiam suas faltas no purgatório é atribuir ao fogo o poder
do sacrifico de Jesus, e de certa forma ignorar o sacrifício de Cristo, ou até
mesmo postula-lo como incompleto.

Sem falar que a proposta do purgatório está em intensa contradição com várias
afirmações bíblicas:

a. Quanto à perfeita libertação do pecado (João 8:32,36).


b. Quanto ao completo livramento do juízo vindouro (João 5:24).
c. Quanto à completa justificação pela fé (Romanos 5:1-2).
d. Quanto à intercessão de Cristo (1 João 2:1)
e. Quanto ao atual estado dos salvos mortos (Lucas 23:43, Apocalipse 14:13).
f. Quanto à bem-aventurada esperança do salvo (Filipenses 1:21, 23, 2 Coríntios
5:8).

3.3 Sobre a Tradição e a Bíblia.


De acordo com o Padre Bernahrd Conway a Bíblia não é a única fonte de fé pro Cristão,
já que não podemos saber se “escolhemos os livros certos” ou se as copias que temos
hoje são de fato verídicas (The Question Box).

3.3.1 Sobre a confiabilidade da bíblia:

Confiabilidade do AT: Os massoretas, povo que redigiu o At, tinham um caráter


literário que nos ajuda a crer que o AT é de fato confiável, veja:

1) A confiabilidade do AT está ligada com o fato histórico de que os textos eram


redigidos por escribas extremamente cuidadosos e preparados, que
trabalhavam sobre regras rigorosas.
2) Os textos passavam por uma análise e se apresentassem algum erro eram
jogados no fogo, porque aqueles textos eram algo muito sagrado para eles.

Confiabilidade do NT:

1) West e Hort, Erza Abbot, Philip Schaff e A. T. Robertson avaliaram com o


máximo cuidado o Novo Testamento e as chamadas “variantes” e chegaram à
conclusão que a pureza do Novo testamento é superior a 99%, alguns falam
que ela é inferior a 0,5%.

2) Outro fato que ajuda na autenticidade do NT é que existem muitos manuscritos


para que haja comparação entre eles, estima-se que existam mais de 5000
manuscritos gregos (datando do século 2) e 9000 versões e traduções. Veja
uma comparação:

pg. 33
a. De acordo com Bruce M. Matzger após o Novo testamento o escrito
com maior número de manuscritos disponíveis é a Ilíada (453
papiros, 2 unciais e 188 minúsculos, ou seja, 643 no total). Em
semelhança da Bíblia essa obra também foi considerada sagrada e
por isso também passou pelo que nós chamamos de critica textual
(Critica alta= critica histórica, critica baixa= critica textual) e foi
constatado que de cerca de 15000 linhas que a obra tem 764 linhas
são desconfiáveis isso é 5% da obra sofreram corrupção, enquanto o
NT que tem cerca de 20000 linhas e somente cerca de 40 linhas
inspiram dúvida (Cerca de 400 palavras) isso dá em média menos de
1%.24

Ou seja, A BÍBLIA É TEXTO ANTIGO MAIS CONFIAVEL QUE EXISTE SEJA ELE
CONSIDERADO SAGRADO OU NÃO.

3.3.2 Sobre a tradição ambígua

É bem verdade que a tradição é algo importantíssimo para o desenvolvimento do


Cristianismo, todavia, de certa forma a tradição engessa certas possibilidades ou até
mesmo define como verdade coisas que nós discordamos. Por isso, creio que devemos
encarar a tradição como algo extremamente bom para a compreensão dos nossos
ambientes, mas, com certeza ela não está em pé de igualdade com a Bíblia. A tradição
apostólica tem um peso impar na vida do crente, ela é apresentada como um dos
pilares da fé (Atos 2:42) e está há anos luz de qualquer outra na história do
Cristianismo e para conhecermos ela é necessário ir direto a fonte, isto é, ir direto a
bíblia. “As coisas que se inventam e se apresentam como tradições apostólicas, sem
autoridade e testemunho das Escrituras, serão atingidas pela Espada de Deus.”

Ademais, por ser um livro antigo, a bíblia já passou pela mão de diversos homens, logo,
já foi interpretada por diversos homens e nós podemos achar essas interpretações
facilmente na internet, mas, vale ressaltar que toda interpretação bíblica nasce dentro
de um contexto e para um propósito, visto que, todo homem que olha para Bíblia a vê
seu tempo e por vezes essa interpretação não tem valor pragmático (prático) para o
nosso tempo. Nas palavras de Jerônimo:

3.4 Sobre Maria

24
NORMAN. Geisler e William Nix. Introdução Bíblica: Como a Bíblia chegou até nós. São Paulo: Vida,
2006.

pg. 34
Maria é um exemplo de fé para todos os Cristãos, assim como Paulo, Pedro, Tiago e
tantos outros que dedicaram suas vidas a causa do Reino de Deus, todavia, penso que
os nossos irmãos católicos têm uma “admiração” além da conta por Maria, eu diria até
que eles têm uma veneração além da conta por ela. E por isso, fazem da mãe de Jesus
um cavalo de guerra para atacar os que discordam de sua teologia Mariana. Dado esse
comportamento, iremos refutar certas posições defendidas por eles a respeito desta.

3.4.1 Maria não tinha pecado?

Dentro da igreja Católica existe a crença de que Maria não tinha pecado (Compêndio
Vaticano II, p. 105). Essa doutrina é extremamente contra os ensinos bíblicos, em
Romanos vemos Paulo dizendo que todos os homens são pecadores e carecem da
gloria de Deus (Romanos 3:23) e Hebreus fala que somente Jesus é separado dos
pecadores (Hebreus 7:26) e não Maria.

3.4.2 Maria foi sempre virgem?

Os católicos creem que Maria passou toda a sua vida virgem (A Igreja católica e os
Protestantes, p. 88). Eles veem os versículos que citam os irmãos de Jesus como uma
tradução errada já que para eles ali seria primo, porque de acordo com eles primo e
irmão são a mesma coisa no Grego (João 2:12, Mateus 12:46, Mateus 13:55-56,
Marcos 3:31, Lucas 8:19, João 7:3,5,10, Atos 1:14, 1 Coríntios 9:5, Gálatas 1:19).

Mesmo a exegese de Jerônimo sendo genial ela é pouco convincente e perde todas as
forças quando lemos Lucas 1:36 e vemos que tinha diferença entre primo e irmão, esse
“parente” que vemos no texto é o equivalente a primo.

Logo, é uma falha achar que Maria passou a vida toda virgem.

3.4.3 Maria é o caminho mais rápido para Deus.

Os Católicos creem que Maria é o caminho para Jesus e a intercessora dos cristãos
(Compêndio Vaticano II, p. 109). Essa afirmação, especificamente, será respondida
somente com afirmações bíblicas:

“Porque há um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1


Timóteo 2:5).

“Se. Todavia pecar, temos um Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo” (1 João
2:1).

“Por isso também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo
sempre para interceder por eles” (Hebreus 7:25).

pg. 35
3.5 Sobre os Apócrifos
A palavra apócrifa significa escondido ou duvidoso. Esses são livros aceitos pelos
católicos e rejeitados pelos protestantes, existe algo entre 14 a 15 livros considerados
apócrifos, esses livros preenchem o espaço entre Malaquias e Mateus (Com exceção
de 2 Esdras) e foram escritos dois ou três séculos antes do cristianismo. Vamos aqui
apresentar dois argumentos contra e a favor desses livros, mesmo que existam no
mínimo 9 argumentos plausíveis para uso e desuso desses.

Argumentos a favor:

1) O Novo testamento em algumas partes faz alusão aos livros apócrifos, por
exemplo, Hebreus 11:35 parece fazer referência a 2 Macabeus 7 e 12.

2) Algumas artes feitas nas catacumbas dos primeiros cristãos parecem ter uma
inspiração desses escritos do período interbíblico (Tempo entre Malaquias e
Mateus).

Argumentos contra:

1) As alusões feitas pelo NT aos escritos apócrifos não os definem como


inspirados, assim como as citações feitas por Paulo escrito dos poetas pagãos
não os classifica como inspirados (Atos 17:28-30).

2) As artes encontradas nas catacumbas dos cristãos não falam que esses livros
são inspirados, mas, apenas mostram que eles tinham ciência da sua tradição
religiosa e a considerada.

Talvez o maior motivo que faça com que nós rejeitemos esses livros seja porque os
judeus os rejeitam piamente, Filo, o judeu Alexandrino, rejeitou toda a clareza e
canonicidade desses livros no tempo de Jesus e hoje seguimos aquilo que recebemos
dos Judeus.
4. CONCLUSÃO.
Após essa explanação a respeito da fé católica e contrates com a protestante
percebemos que precisamos em certa, medida, ter uma fé “católica" que está
profundamente comprometida com a verdade (protestante).

PARA REFLETIR

pg. 36
1. Tendo em vista que somos protestantes, e observando o movimento evangélico
moderno, o que, exatamente, nos torna diferente dos católicos? Justifique sua
resposta.
2. Você acredita que um católico pode ser salvo? Justifique sua resposta
biblicamente.
3. Aponte 3 malefícios de basear suas doutrinas somente na tradição.
4. O que é idolatria? Cite dois tipos de idolatria dentro da igreja Católica e dois tipos
de idolatra dentro da igreja Protestante.
5. Quais são as consequências de achar que Maria é necessária para a salvação.
Justifique sua resposta biblicamente.

Referências

 OLIVEIRA. Raimundo de. Seitas e Heresias. Rio de Janeiro: CPAD, S/d.


 CAIRNS. Earle E . O Cristianismo através dos séculos. São Paulo: Vida Nova, 2008.
 GEISLER, Norman; NIX, William. Introdução Bíblica: Como a Bíblia chegou até nós.
São Paulo: Vida, 2012, p. 9.
 MCGRATH, Alister E. A revolução protestante: Uma provocante história do
protestantismo contada desde o século 16 até os dias de hoje. Brasília, Df: Palavra,
2012.
 CAMPOS, H. Roma, Sempre a Mesma. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1957.

pg. 37
Aula 6 – Islamismo
OBJETIVOS:

 Trabalhar a origem do islamismo


 Explanar suas doutrinas em contraste com as nossas

O islã é a segunda maior religião do mundo, tendo ela 1.5 bilhões de fiéis 25. De
caráter extremamente prosélito e rigoroso eles têm ganhado espaço dentro do cenário
mundial há pelo menos 40 anos.

1. ORIGEM DO NOME:
A palavra “islah” significa submissão, essa palavra sintetiza toda a ideia da religião, a
submissão completa a deus (Alah). Logo, por sua vez a palavra “mulçumano” significa
aquele que se submete a Alah

2. ORIGEM:
Maomé nasceu por volta de 570 em Meca, seu pai morreu antes que ele nascesse e
sua mãe morreu muito cedo. O jovem pastor de ovelhas teve contato com um
Cristianismo católico durante a infância, porém, era um cristianismo extremamente
desfigurado, com doutrinas sobre a divindade de Maria confundiram a mente do
jovem sobre o que era o cristianismo 26. Aproximadamente aos seus 25 anos, enquanto
meditava em uma caverna, Maomé diz ter recebido a visita do anjo Gabriel, o que
mostra que esse tinha ciência do conteúdo Bíblico, e o anjo lhe fala por repetidas vezes
“recita” “recita” “recita” e sem entender ele foge assustado da caverna, e durante um
período de 3 anos e meio sem receber nenhuma visão ou “visitação” do anjo Gabriel
elas voltaram com tudo.

Ele começou a ter visões repentinas a qualquer momento do dia e quando as tinha
parecia que ele estava tendo ataque cárdia ou coisa do gênero, essas visões
continuaram por 23 anos. Durante seus contatos com o anjo Gabriel, o anjo lhe falava
as palavras de Alah. Mesmo sendo de origem humilde e não sabendo escrever Maomé
decorava as palavras que lhe eram ditas e repetia para seus “admiradores” copiarem.
Daí nasceu o Alcorão (recitação ou leitura por excelência), de uma série de revelações
transmitidas oralmente por Maomé e escritas por algumas pessoas.

Depois de certo reconhecimento por parte primeiro de sua família e depois do povo,
Maomé decide se mudar de Meca para Medina e lá se torna um líder espiritual,
político e militar. Pois o que Maomé queria criar era um estado que gira em torno de

25
http://www.islam.org.br/o_islam_hoje.htm
26
https://www.youtube.com/watch?v=Lqy3lmCjlu8

pg. 38
das revelações que ele havia recebido. Porém, começou a existir muita resistência da
parte da própria cidade de Medina, daí começaram as famosas guerras santas (yihad),
aonde estimasse que Maomé tivesse liderado 20 guerras extremamente sangrentas.

Maomé morreu com 62 anos (632) vítima de uma doença, porém ante de morrer ainda
em vida e em saúde instituiu o islamismo como uma religião Monoteísta e Abraãmico,
visto que esse acreditava ser um descendente de Ismael, filho de Abraão com Agar
(Gênesis 16:15).

Dentre as muitas contribuições alcançadas por Maomé vale ressaltar uma contribuição
sociológica extremamente importante para o desenvolvimento da sua religião e para o
desenvolvimento daquela região, Maomé trouxe fim à “idade da ignorância”, época
pré-islâmica, e unificou as tribos que viviam naquela região debaixo da bandeira do
islã. Essas não foram completamente dissolvidas, porém, agora tinha entre si uma
coisa extremamente importante, a saber, a Fé.

Após a morte de Maomé, a questão sobre quem o substituiria logo gerou a primeira
divisão dentro da nova religião. Os sunitas e os xiitas.

3. DOUTINAS

3.1 Sobre o Alcorão e a Bíblia

Os islâmicos acreditam que o antigo testamento e o novo testamento são palavra de


Deus, porém, é incompleto. Eles acreditam que o alcorão é a fonte máxima de
autoridade no quesito revelação de Deus. Eles dizem que quando Jesus subiu ao céu
ele levou consigo o escrito do verdadeiro evangelho e o que nós temos hoje é uma
versão deturpada desse, o que não passa de uma falácia, visto que o primeiro
evangelho foi escrito somente 30 anos após a morte de Jesus, a saber, o evangelho de

pg. 39
Marcos. Esse é o argumento usado para justificar todo tipo de diferença entre o
Alcorão e o NT, já que quando essa aparece eles logo dizem que o Alcorão está certo e
a verdade dita por ele estava no evangelho que Cristo levou para os céus 550 anos
antes de qualquer islâmico de fato existir. Algo desse nível é um absurdo completo,
pois nenhum dos apóstolos faz referência a esse evangelho e essa crença está
extremamente baseada nas experiências de um homem.

O Alcorão é dividido em capítulos (suratas ou sura) e versículos (ayat), são ao todo 114
capítulos e milhares de versículos. Porém, existe outro documento conhecido pelo
nome de Suna (Caminho trilhado) que foi escrito 100 anos após a morte de Maomé e
que contem histórias a respeito desse e aplicações práticas da fé islâmica. A maioria
dos mulçumanos aceita a Suna como complemento do Alcorão, daí o nome sunitas,
parcela que representa 90% dos fiéis, mas, também existem aqueles que não aceitam
esse livro, no caso os xiitas.

Um erro muito comum cometido pelos Cristãos é comparar Jesus a Maomé, porém,
Maomé é só um profeta enquanto o Alcorão é que é a revelação de Deus, a palavra de
Deus. Logo, seria mais sensato compararmos Jesus ao Alcorão visto que é Cristo a
nossa revelação de Deus.

3.2 Sobre a salvação


Para os islâmicos Jesus teve um nascimento virginal e fez milagres durante a vida,
porém, ele não era o filho de Deus e não era nada mais que um profeta, igual a
Moises, igual a Abraão e até ao próprio Maomé. (Sura 5:75; cf. 5:116-120) Acreditasse
também que Jesus não morreu na cruz, mas que na verdade que morreu ali foi uma
espécie de duble enquanto Cristo se escondia (Sura 4:157-158)

Logo a salvação não é por meio de Jesus, mas, por meio da obediência as palavras de
“deus” reveladas no Alcorão por intermédio do anjo Gabriel a Maomé. Visto que, para
a fé islâmica o homem não é depravado em si mesmo, “logo não precisa de um
salvador, mas, de um instrutor” (Augustus Nicodemus). Enquanto no cristianismo
temos o Salvador para fazer por nós aquilo não podemos, no islamismo eles têm
profetas para mostra-los o que deve ser feito.

Vale ressaltar que por essa salvação está intimamente ligada aquilo que eu faço os
islâmicos vivem uma eterna tensão sobre essa questão ao ponto de, um certo
comentarista dizer que nem mesmo Maomé pode ter certeza que Alah ira aceita-lo.
(Sura 46:9)

Também é proveitoso comentar que para os mulçumanos, aqueles que dão suas vidas
no esforço (Yihad) de propagar o islamismo recebem uma recompensa maior, e alguns

pg. 40
entendem esse esforço (Yihad) como algo de fato bélico. Veja Sura 4:95: “. Os fiéis,
que, sem razão fundada, permanecem em suas casas, jamais se equiparam àqueles
que sacrificam os seus bens e suas vidas pela causa de Deus; Ele concede maior
dignidade àqueles que sacrificam os seus bens e suas vidas do que aos que
permanecem (em suas casas). Embora Deus prometa a todos (os fiéis) o bem, sempre
confere aos combatentes uma recompensa superior à dos que permanecem (em suas
casas).”

3.3 Sobre a violência

O alcorão condena a matança e o suicido, porém quase todos os comentaristas dele


concordam em dizer que existe um grande número de passagens que podem justificar
a Yihad. Veja:

 “190.Combatei, pela causa de Deus, aqueles que vos combatem; porém,


não pratiqueis agressão, porque Deus não estima os agressores.
191.Matai-os onde quer se os encontreis e expulsai-os de onde vos
expulsaram, porque a perseguição é mais grave do que o homicídio. Não
os combatais nas cercanias da Mesquita Sagrada, a menos que vos
ataquem. Mas, se ali vos combaterem, matai-os. Tal será o castigo dos
incrédulos. 192.Porém, se desistirem, sabei que Deus é Indulgente,
Misericordiosíssimo. 193.E combatei-os até terminar a perseguição e
prevalecer a religião de Deus. Porém, se desistirem, não haverá mais
hostilidades, senão contra os iníquos.” (Sura 2:190-193)
 “.Anseiam (os hipócritas) que renegueis, como renegaram eles, para que
sejais todos iguais. Não tomeis a nenhum deles por confidente, até que
tenham migrado pela causa de Deus. Porém, se se rebelarem, capturai-
os então, matai-os, onde quer que os acheis, e não tomeis a nenhum
deles por confidente nem por socorredor.” (Sura 4:89)
 “.Encontrareis outros que intentarão ganhar a vossa confiança, bem
como a de seu povo. Toda a vez que forem chamados à intriga, nela
sucumbirão. Se não ficarem neutros, em relação a vós, nem vos
propuserem a paz, nem tampouco contiverem as suas mãos, capturai-os
e matai-os, onde quer que os acheis, porque sobre isto vos concedemos
autoridade absoluta.” (Sura 4:91)

 “O castigo, para aqueles que lutam contra Deus e contra o Seu


Mensageiro e semeiam a corrupção na terra, é que sejam mortos, ou
crucificados, ou lhes seja decepada a mão e o pé opostos, ou banidos. Tal
será, para eles, um aviltamento nesse mundo e, no outro, sofrerão um
severo castigo.34.Exceto aqueles que se arrependem, antes de caírem
em vosso poder; sabei que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.”
(Sura 5:33)

pg. 41
3.4 Diferenças na conversão

Enquanto no Cristianismo a conversão é um processo interno, no islamismo o processo


é externo. Ao ponde de: Um cristão que cumpre todos os “requisitos”, mas não crê no
coração nós a chamamos de hipócrita, porém na fé islâmica para ser considerado um
“membro” você deve pratica o que eles chamam de 5 pilares: jejum, oração,
peregrinação, esmolas e confissão (não necessariamente nessa ordem). Logo,
podemos entender que o islã facilita o avanço da sua religião, pois basta cumprir a
tabela que você é aceito.

4. Conclusão

A ideia de que Alah e O Deus Judaico-Cristão são o mesmo Deus não passa de
balela. Porém, mesmo assim devemos respeitar os mulçumanos pela sua fé e
aprender com eles no que diz respeito à devoção a “deus” tento sempre cuidado
para não deixar com que a nossa religião seja reduzida a meros rituais externos.

Para refletir

1. Quais as consequências de negar a divindade de Cristo? No que o Cristianismo


se tornaria se Jesus fosse apenas um profeta ou um mestre moral?

2. Por que não aceitamos as “visões” e “revelações” de Maomé?

3. Alah e o Deus Judaico-cristão é o mesmo Deus?

4. Devemos seguir o exemplo de Maomé?

5. Como devemos nos portar diante do discurso de ódio conta o islã?

Referências

 FADELLE, Joseph. O Preço a Pagar. Por Me Tornar Cristão. São Paulo: Paulos, 2015.

 CANER, Ergun Mehmet; CANER, Emir Fethi. O Islã Sem Véu – Um Olhar Sobre a
Vida e a Fé Muçulmana. São Paulo: Vida, S/d.
 BOTTRICH, Christfried; EGO, Beate; EISSLER; FRIEDMANN, Eissler. Abraão: No
Judaísmo, no Cristianismo e no Islamismo. São Paulo: Loyola, 2010.
 SCHIRRMACHER, Christine. Entenda o islã. São Paulo: Vida Nova, 2017.

pg. 42
Aula 7 - Judaísmo
Objetivos:

 Origem do Judaísmo
 Conceitos dessa Religião

O judaísmo é uma das 3 grandes religiões monoteístas do mundo. É definida como


“religião, filosofia e modo de vida” dos judeus e dos convertidos ao judaísmo.

1. ORIGEM DO JUDAÍSMO:

Por ser um grupo étnico acredita-se que o judaísmo foi fundado com Abraão. Visto
que, Deus disse que seria a partir dele que uma nação toda seria levantada (Gênesis
12:2). A fundação dessa religião é a Tanakh (Antigo testamento) e os comentários
feitos a essas, exemplo: Talmud.

 Talmud: Essa palavra significa ensino e é uma série de livros que contém a
tradição oral dos judeus do século 1 até o 3 e também algumas discussões entre
alguns rabinos contemporâneos a essa época a respeito da lei.

Os judeus já viveram quase tudo com nação, já experimentaram a escravidão, como


também já experimentaram a liberdade. Já experimentaram pobreza como também já
experimentaram riqueza. Já experimentaram gloria, como também já experimentaram
humilhação. Porém, nunca lhe faltou um Deus. Vemos no livro de Ester, um dos temas
mais recorrentes da bíblia: a aparente ausência de Deus, visto que o nome de Deus
não é dito nenhuma vez no livro e o povo está preste a ser dizimado, todavia, vemos
que mesmo assim é a Deus que o povo recorre e pela bondade de Deus são salvos.

pg. 43
Atualmente, existem 13,8 milhões de judeus no mundo 27, que vivem basicamente no
estado de Israel, nos Estados Unidos e no Canadá. Como toda religião, o judaísmo
possui suas ramificações. As três ramificações mais fortes dentro dessa religião são:

5. Judaísmo ortodoxo: Grupo que segue a torah e o talmud rigorosamente,


pois crê que a torah e suas leis são a divinas, eternas e inalteráveis.

6. Judaísmo conservador: Possuem um comprometimento com a torah e o


talmud, porém, não tal fundamentalista quanto o ortodoxo. Há uma
tentativa dessa ramificação de unir os métodos rabínicos tradicionais de
estudo com o método cientifico literário.
7. Judaísmo reformista: Buscam construir um contato maior com os cristãos e
apontar o judaísmo como a espiritualidade do mundo. Nas palavras de seu
criador: “Não temos todos nós um único pai? Não nos criou um único Deus?” (Israel
Jacobson)
2. Explanação sobre as doutrinas judaicas

2.1 Sobre a Tanakh (AT) e B'rit Hadashah (NT).

O judaísmo crê que a Torá (Pentateuco), é a revelação eterna dada por Deus aos
judeus. Os judeus rabinitas e os judeus caraítas aceitam também que Deus usou
homens através do dom de profecia para auxiliar o seu povo e por isso creem nos
Neviim (Proféticos: com exceção de Lamentações e Daniel. Históricos: com exceção de
Rute e os pós-exílicos) e nos Kethuvim (Poéticos e os que faltam). Todavia, a
comunidade judaica propriamente dita não aceita o B´rit Hadashah (Novo
testamento).

A bíblia é divinamente inspirada (2 Timóteo 3:16), ao ponto de que, tanto o Novo


quanto o velho testamento são divinamente inspiradas (Hebreus 1:1-3), pois o Antigo
fala sobre as promessas a respeito do messias e o contexto onde elas foram
desenvolvidas, já o Novo, fala da concretização dessas promessas, da reação dos povos
27
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/setenta-anos-apos-o-holocausto-ha-menos-judeus-do-
que-antes-da-guerra.html

pg. 44
diante dessa e das consequências dessa realização. Nas palavras do teólogo latino
americano chamado René Padilla “Cristo é a contextualização da mensagem de Deus
para os homens”28. Logo se Cristo é de fato quem ele diz que é precisamos reconhecer
o Novo testamento como inspirado por Deus.

2.2 Sobre o título de Judeus.

Do que diz respeito à permanência na religião, um judeu que deixe de praticar o


judaísmo e se transforme e num judeu não praticante continua a ser considerado
judeu. Um judeu que não aceite os princípios de fé judaicos e se torne agnóstico ou
ateu (judaísmo humanista) também continua a ser considerado judeu. No entanto, se
um judeu se converte a outra religião, ou ainda, que se afirme “judeu messiânico”
(Ramificação que defende Jesus como o messias esperado) então você é posto a
margem desse povo e considerado um apostata. Se essa pessoa quiser voltar para o
judaísmo basta deixar suas crenças e voltar para o judaísmo sem nenhuma
necessidade de “conversão”.

Porém, se alguém quiser se converter deve aderir a tradição e os princípios judaicos.


Os homens têm de passar pelo ritual do brit milá (circuncisão), todavia todos têm de
passar pelo ritual da mikavá ou “banho ritual”.

Na Bíblia vemos que Fé não é um objeto que é passado de geração em geração, mas
algo que é vivo e que produz vida, não a como ser Judeu ou Cristão sem possuir Fé
(hebreus 11:6) e é realmente muito complicado, talvez até impossível, desenvolver
uma espiritualidade saudável sem a Bíblia (Salmos 1:3). A verdadeira Israel de Deus
não é aquela que têm o sangue de Abraão no seu corpo, mas, aqueles que têm o
aditivo da Fé na sua vida. A Israel que vemos no AT não passava de um lampejo, uma
sombra (Hebreus 1:1-3) do Reino citado no NT (Colossenses 3:11) composto por todo
tipo de gente.

2.3 Sobre o Messias:

A maioria dos judeus acredita que o Messias será um homem judeu, filho de pais
judeus (alguns creem que ele viria da descendência de Davi), que reinará sobre Israel,
reconstruirá a nação fazendo com que todos os judeus retornem à Terra Santa e unirá
os povos em uma era de paz e prosperidade sob o domínio de YHWH.

Algumas ramificações do judaísmo (reformistas) creem, no entanto, que a era


messiânica não envolva necessariamente uma pessoa, mas sim que se trate de um
período de paz, prosperidade e justiça. Há também uma ênfase em uma reparação
social do mundo por meio de atitudes que o deixe mais justo, “Tikun Olam” (“reparar o
mundo”).

28
RENÉ. Padilla. Missão Integral: O reino de Deus e a igreja. Viçosa, MG: Ulitmato, 2014.

pg. 45
A Salvação vem pela fé no Messias, no Salvador, o qual a Bíblia nos deixa claro que
este é Cristo, não apenas pelo cumprimento das profecias do Antigo Testamento
referente à vinda do Messias – como Isaias 53, Salmos 2, Salmos 22-, mas sua
ressureição, que é uma das bases da nossa fé e uma das formas que estamos unidos
em Cristo (1 Coríntios 15:14, Romanos 6:4).

3. Conclusão

Após essa explanação percebemos que os judeus têm muitos pontos que precisam ser
avaliados e também tem ponto que estão em conformidade com os nossos. A história
desse povo é extremamente importante para nós, visto que foi no meio desse povo
que o Cristianismo nasceu e deu os primeiros passos, por isso devemos estuda-los com
respeito e convicção a fim de entender melhor a nossa fé.

“Tradicionalismo é a fé morta dos que ainda vivem. Tradição é a fé viva dos que já
morreram.” [Nikolai Berdiaev]

Para Refletir

1. A Lei foi completamente anulada na Cruz de Cristo? Fundamente sua resposta


no que a Bíblia diz? Veja Romanos 3:31
2. Como a nação de Israel se relaciona com a Igreja?
3. Das três grandes ramificações do judaísmo qual é a mais pautada? Justifique
sua resposta?
4. O que você acha das congregações que adotam festas e outras práticas do povo
judeu? Justifique sua resposta com referência bíblica.
5. Devemos nos inspirar na tradição judaica contida no Talmud? Justifique sua
resposta.

Referências

 HESCHEL, Abraham Joshua. O Sachabat: Seu significado para o homem moderno.


São Paulo: Elos, 2014.
 BOTTRICH, Christfried; EGO, Beate; EISSLER; FRIEDMANN, Eissler. Abraão: No
Judaísmo, no Cristianismo e no Islamismo. São Paulo: Loyola, 2010.
 JONES, Landon. O Deus de Israel: Na teologia do Antigo Testamento. São Paulo:
Hagnos, 2015.

pg. 46
Aula 8 – Espiritismo
OBEJETIVOS:

 Traçar as origens do espiritismo e a influência de Alan Kardec;


 Contrastar nossas doutrinas com as doutrinas espíritas.

1. A ORIGEM DO ESPIRITISMO

1.1 Irmãs Fox

Mesmo que a proposta espírita remonte aos tempos mais remotos da humanidade o
espiritismo como conhecemos hoje começou em 1847 em Hydeville, Noca Iorque.
Duas irmãs de 12 e 10 chamadas Margaret e Kate Fox começaram a ouvir ruídos em
sua casa, porém, a princípio acharam que eram produzidos por ratos, todavia, quando
as coisas começaram a cair, o lençol delas começou a ser puxado e uma mão gelada
tocou o rosto de uma delas chegaram à conclusão de que estavam acontecendo
eventos “sobrenaturais” bem ali.

A partir daí aquelas meninas tiveram a “brilhante” ideia de se comunicar com o autor
do ruído por meio de um jogo de batidas. Esse acontecimento logo se espalhou por os
estados pelos meios de comunicação da época e o número de médiuns cresceu muito
dado o solo fértil que encontrou nos Estados Unidos, logo esses médiuns começaram a
visitar outros países e teve uma resposta positiva em muitos deles.

1.2 Allan Kardec

pg. 47
Na França, um homem chamado de Léon Hippolyte Rivail que nascera 3 de outubro de
1804 na cidade de Lião, filho de um advogado e vindo de uma família católica. Teve
uma educação refinada em uma ótima escola na Suíça e desde cedo mostrava que era
um excelente aluno, pois aos quatorze anos de idade já dava aula para seus amigos
mais adiantados, criava cursos gratuitos para auxiliar seus colegas de escola. Aos
dezoito anos graduou-se em Ciências e Letras.

Rivail voltou para sua cidade natal, casou-se e começou a traduzir livros do alemão, a
escrever e a lecionar na sua cidade. Dentre as matérias que dava aula estão: Química,
Matemática, Astronomia, Física, Fisiologia, Retórica, Anatomia e Francês.

De acordo com seu próprio depoimento, foi em 1854 que o Prof. Rivail ouviu falar, por
seu amigo chamado Fortier, do fenômeno das “mesas gigantes”, porém achou isso um
grande absurdo, porém em maio de 1855 se sentiu interessado pelo efeito e começou
a frequentar reuniões em que tais fenômenos se produziam. 29

Durante esse período também conheceu a escrita mediúnica ou psicografia, e assim


passou a se comunicar com espíritos. Um desses espíritos lhe disse que sabia quem ele
“era” e o conhecera no tempo das Gálias pelo nome de Allan Kardec, um suposto
poeta celta, o Prof. Rivail decidiu tomar para si esse pseudônimo e por orientação
desse espírito que o incentivou a crê que a missão dele era pregar uma nova religião.
No dia 30 de Abril de 1856 Allan Kardec começou a difundir as suas ideias, um ano
depois, publicou O Livro dos Espíritos, que contribuiu na propaganda espiritista
(neologismo criado por ele). Dotado de muito compromisso e inteligência Allan
estudou “toda” a literatura a respeito de espírito disponível na Inglaterra e nos Estados
Unidos. Dentre várias contribuições de Allan Kardec para a “religião” espírita está o
conceito de reencarnação.

Allan Kardec escreveu alguns livros e fundou A Revista Espírita, de saída mensal e
impressa em diversos idiomas.
29
http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/07/139.pdf

pg. 48
2. CRENÇAS ESPIRITAS:
2.1 As subdivisões

Dentro do espiritismo existem muitas subdivisões, dada a grande diversidade iremos


aborda somente os conceitos do espiritismo Kardecista. Porém a nível de curiosidade
iremos explanar algumas das sub divisões do espiritismo:

1. Espiritismo Comum

a. Quiromancia: Adivinhação pelo exame das tinhas das mãos. O mesmo que
“quiroscopia”.
b. Cartomancia: Adivinhação pela decifração de combinações de cartas.
c. Grafologia: Estudo dos elementos normais e principalmente patológicos de
uma personalidade, feito através da análise da sua escrita.
d. Astrologia: Estudo e/ou conhecimento da influência dos astros, especialmente
dos signos, no destino e no comportamento dos homens; também conhecida
como “uranoscopia”.

2. Baixo Espiritismo: ramificação mais inculta e sem disfarce do espiritismo.

a. Vodu: Culto de negros atilhanos, de origem animista, e que se vale de certos


elementos do ritual católico. Praticado principalmente no Haiti.
b. Candomblé: Religião dos negros ioruba, na Bahia. A sabedoria popular diz que
o candomblé é a “macumba” para ricos, já que tem os mesmos princípios.
c. Umbanda: Designação dos cultos afro-brasileiros, que se confundem com os da
macumba e dos candomblés da Bahia, xangô de Pernambuco, pajelança da
Amazônia, do catimbó e outros cultos sincréticos.
d. Macumba: Sincretismo religioso afro-brasileiro derivado do candomblé, com
elementos de várias religiões africanas, de religiões indígenas brasileiras e do
catolicismo.
3. Espiritismo Científico: também chamado de “Alto Espiritismo”, “Espiritismo
Ortodoxo”, “Espiritismo Profissiona” ou “espiritualismo”.

a. Ecletismo: Sistema filosófico dos que não seguem sistema algum, escolhendo
cada um a parte que lhe parece mais próxima da verdade.
b. Esoterismo: Doutrina ou atitude de espírito que preconiza que o ensinamento
da verdade deve reserva-se a um número restrito de iniciados, escolhidos por
sua influência ou valor moral.
c. Teosofismo: Conjunto de doutrinas religioso-filosóficas que têm por objetivo a
união do homem com a divindade, mediante a elevação progressiva do espírito
até a iluminação. Iniciado por Helena Petrovna Blavastky, mística norte America
(1831-1891), fanática adepta do budismo e do lamaísmo.

pg. 49
4. Espiritismo Kardecista: É a subdivisão mais abundante no Brasil e suas crenças
são:

a. Possibilidade de comunicação com os espíritos desencarnados.


b. Crença na reencarnação.
c. Crença de que ninguém pode impedir o homem de sofrer as consequências dos
seus atos.
d. Crença na pluralidade dos mundos habitados.
e. A caridade é virtude única, aplicada tanto aos vivos como aos mortos.
f. Deus, embora exista, é um ser impessoal, habitando um mundo longínquo.
g. Mais perto dos homens estão os “espíritos-guias”.
h. Jesus foi um médium e reformador judeu, nada mais que isto.

2.2 Sobre a reencarnação:

Penso que a reencarnação é a base de toda discussão espiritista e sem ela essa não
pode subsistir.

Sobre essa questão, Allan Kardec disse: “A reencarnação fazia parte dos dogmas
judaicos sob o nome de ressurreição... A reencarnação é a volta da alma, ou espírito, à
vida corporal, mas em outro corpo novamente formado para ele que nada tem de
comum com o antigo” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, pp. 24-25).

2.2.1 O que a bíblia fala sobre a reencarnação.

A Bíblia jamais faz sequer menção à palavra “reencarnação”, tampouco a confunde


com “ressurreição”. No grego as palavras traduzidas por “ressurreição” são: anástasis
e égersis. Essas palavras significam levantar, erguer, surgir, sair de uma situação para
outra. Já no latim, “ressurreição” é o ato de ressurgir, voltar à vida, reanimar-se.

Além da ressurreição de Jesus (Mateus 28:1-10) e da ressurreição futura (Lucas 20:36).


Existem outros sete casos de ressurreição na bíblia, por ordem são:

O filho da viúva de Serepta (1 Reis 17:19-22); o filho da sunamita (2 Reis 4:32-35); o


defunto que foi lançado na cova de Eliseu (2 Reis 13:31); a filha de Jairo (Marcos 5:21-
23, Marcos 5:35-43); o filho da viúva de Naim (Lucas 7:11-17); Lázaro (João 11:1-46);
Docas (Atos 9:36:43).

Todas essas ressurreições eles não voltaram para corpos distintos dos que estavam
antes de morrer, muito pelo contrário, eles voltaram a vida no seu corpo e não em
outros.

pg. 50
Ainda existem aqueles que afirmam que João Batista era a reencarnação de Elias.
Afirmação essa no mínimo infantil, pois João Batista dizia que ele não era Elias (João
1:21) e não somente isso, mas no monte da transfiguração teria aparecido Moises e
João Batista, porém, apareceu Moises e Elias (Mateus 17:18).

2.3 Sobre o contato com os Mortos:

Os espíritas acreditam na possibilidade de contato entre os que vivem e os que já


morreram. Allan Kardec fala que as objeções feitas por Moises a esse tipo de prática
não passam de instruções políticas contra os cananeus é no mínimo presunção, já que
o profeta Isaías ratifica essa ordem anos após Moises “Quando, pois, vos disserem:
Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram:
Porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos
mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque
não há luz neles”.

2.3.1 Sobre o Caso de Saul e a Médium:

Um caso que gera controvérsia dentro da igreja de Jesus é o de Saul e a Médium de En-
dor que lemos em 1 Samuel 28. A questão sobre ser ou não Samuel na visão da
médium é um ponto de controvérsia. A tradição judaica acredita que era de fato
Samuel ali, já Tertuliano, Jerônimo, Lutero e Calvino acreditavam que um demônio
apareceu em forma de pessoa, personificando Samuel.

Se analisarmos o caso a fundo veremos que essa visão possui uma série de
inconsistências, veja 3 delas:

 A parte final do vaticínio da médium não foi verdadeiro no seu cumprimento,


pois nem Saul morreu no dia Seguinte, nem morreram nesse dia todos os seus
filhos.
 Não era necessário que alguém fosse perito em guerras para prever a derrota
de Saul e de Israel diante dos filisteus. Em todos os tempos, o salário do pecado
é a morte. No capítulo 15 de 1 Samuel a questão dessa guerra já havia sido
levantada bem antes de Saul consultar a médium.
 O próprio Saul não viu Samuel, mas somente viu a reação de uma mulher
claramente pressionada pela situação.

2.4 Sobre o conceito de Deus kardecista

“Ab-rogamos a ideia de um Deus pessoal” (The Physical Phenomena in Spiritualism


Revealed).

pg. 51
“Deve-se entender que existem tantos deuses quantas são as mentes que necessitam
de um deus para adorar; não apenas um, dois, ou três, mas muitos” (The Banner of
Light, 03.02.1866).

A Bíblia nos apresenta um Deus que além de ser pessoal (João 17:3, Salmos 116:1-2,
Gênesis 6:6, Apocalipse 3:19) é o único Deus que de fato vive (Deuteronômio 6:4,
Isaías 45:5, 18, 1 Timóteo 1:17, Judas 25).

2.5 Sobre a concepção de Cristo do kardecismo

“Qual é o sentindo da palavra Cristo ? Não é, como se supõe geralmente, o filho do Criador
de todas as coisas? Qualquer ser justo e perfeito é um Cristo” (Spiritual Telegraph, n 37).

“Não obstante, parece que todo o testemunho recebido dos espíritos avançados mostra
apenas que Cristo era um médium e um reformador da Judéia, e que agora é um espírito
avançado na sexta esfera” (Palavras do Dr. Weisse, citado por hanson, em Demonology or
Spiritualism).

Entretanto, a bíblia fala de Jesus como alguém para além de um ser humano comum “Hebreus
7:26), e nunca o coloca como um médium ou até mesmo um espírito e sim como profeta,
sacerdote e rei (Atos 3:19-24, Hebreus 7:26-27, Filipenses 2:9-11).

2.6 Sobre a queda, o inferno, a expiação e a igreja.

Por consequência, os espíritas não creem na queda do homem (The true light), no
inferno (Outlines of Spiritualism), na expiação feita por Cristo e por último dizem que
“Se o Cristianismo sobreviver, o espiritismo deve morrer, e se o espiritismo tiver de
sobreviver, o Cristianismo deve desaparecer. São a antítese um do outro” (Mmd and
Matter, junho de 1880). Vale ressaltar que muitos espíritas tentam fazer uma junção
hedionda entre CRISTO e Alan Kardec, porém, a fé Cristã verdadeira é a antítese da
espírita.

3. Conclusão
Após essa breve elucidação, chegamos à conclusão de que a fé kardecista é de ordem
extremamente distinta da Cristã e que não é nada sensato tentar construir uma fé que
transite entre uma já que ou uma ou outra morrerá.

Para refletir
1. Muitas vezes temos dificuldade de dizer a um Espirita que ele não é um Cristão,
porque reduzimos a nossa fé a meros comportamentos morais, porém,
sabemos que a nossa fé não é somente isso. O que é a fé Cristã ?
2. Elabore um possível dialogo de no mínimo (10 linhas) sobre a reencarnação entre um
espirita e um Cristão. Utilize versículos bíblicos para defender seu ponto de vista.

pg. 52
3. Quais são as consequências de tratar Cristo como somente um homem e ver a
humanidade como algo que não precisa de uma redenção?
4. O a crença kardecista pode gerar na fé verdadeira?
5. Em uma comparação entre a bíblia e a fé kardecista os espíritas vão para o Céu?
Justifique sua resposta.

Referências

 CABRAL, J. Religiões, Seitas e Heresias. Rio de Janeiro: Universal Producões, 1980.


 VAN BAALEN, J. K. O Caos das Seitas. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1970.
 ERNEST, V. H. Eu Falei com Espíritos. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1975

Aula 9 - Religiõ es Orientais


OBJETIVOS:

 Abordar um panorama geral sobre o Budismo.


 Abordar um panorama geral sobre o Hinduísmo.
 Abordar um panorama geral sobre o Taoísmo e o Confucionismo.
 Compara-las com a nossa Fé.

Por último iremos estudar as “religiões” orientais, mesmo que muitas delas não
possam ser chamadas de religiões, já que não propõem um contato com um ser
transcendente. Iremos falar do budismo, do hinduísmo, do taoísmo e do
confucionismo.

1. Budismo

1.1 ORIGEM

O budismo surgiu na Índia entre os séculos V e VI em um momento de grandes


tensões. Durante esse período o seu fundador, Sidarta Gautama (buda), serviu de “luz”
para a iluminação espiritual do povo daquela região.

pg. 53
Como toda religião, o budismo tem suas ramificações. Existe duas grandes
ramificações dentro dessa religião: A mahayana (maaiana) que é a principal
ramificação dessa, com a maioria de adeptos concentrados no Tibete e no norte da
Ásia. E a outra é chamada de theravada, que é uma ramificação mais conservadora
doutrinariamente e que se desenvolveu no sudeste asiático e no Sri Lanka.

1.2 Sidarta Gautama

Apesar de o budismo ter vários contribuintes, o maior deles é Sidarta Gautama (buda),
e todos os outros serão uma encarnação dele. Gautama cresceu em um palácio,
vivendo isolado, pois seu pai acreditava que ele seria um grande líder e não queria que
esse entrasse em contato desagradáveis da vida. Toda vida, diz a tradição, Sidarta
conseguiu sair do palácio e conhecer diversas pessoas e esse contato o motivou a
refletir sobre vida, morte, doença e envelhecimento. Essa reflexão o motivou a
renunciar a vida que tinha e buscar uma “iluminação espiritual” e a partir dessa
“iluminação” começou responder as grandes questões da vida, tais verdades foram
chamadas de “verdades nobres”.

Sidarta (buda) se dedicou ao ensino dessas verdades até sua morte aos 80 anos de
idade. Os escritos sobre buda datam de um período de 400 a 600 anos após a morte
de Sidarta Gautama, todavia, algumas evidências arqueológicas estabelecem ele como
uma pessoa histórica, mesmo que as informações que temos a respeito dele, de seus
ensinamentos e de sua experiência religiosa não passam confiança.

1.3 Doutrina Budistas

O budismo não crê em um Deus pessoal. Eles creem que tudo é Deus e ao mesmo
tempo Deus é nada. A proposta não é o conhecimento de Deus ou até o contato direto

pg. 54
com Deus, mas, atingir a iluminação por meio da meditação e do compromisso com a
leis que rodeiam essa.

No budismo não existe morte, entretanto, existe um constante renascer até que você
chegue no nível máximo de compreensão para atingir o nirvana – a plenitude – e
então encerrando o ciclo de sofrimento chamado vida.

Para o budismo é a meditação que me dá a capacidade de salvar a minha vida dessa


realidade ultrajante chamada vida e me elevar a plenitude (nirvana). Como toda outra
religião, exceto o cristianismo, é aquilo que eu faço que tem o poder de me salvar.

2. Hinduísmo

2.1 Origem

É extremamente difícil postular quando começou o hinduísmo, o mais perto que os


estudiosos chegam de uma possível origem do hinduísmo é: A cerca de 4000 anos
atrás existia uma civilização chamada Mohenjo-Daro, que seus indivíduos eram
chamados de dravidianos, perto do vale do rio Indo, no noroeste da Índia. Após uma
invasão dos arianos, em 1500 a.C, eles incorporaram características culturais desse
povo e características religiosas, e daí nasceu, provavelmente, o hinduísmo.

Vale ressaltar que a palavra hinduísmo significa, rio que corre. Pois vem da palavra
“shindu” que é rio, especificamente rio indo. Os hindus acreditam que existe uma
fonte de toda existência e ela está presente em tudo, seu nome é Brahma, não a
cerveja, mas sim a essência de tudo.

Como toda religião o hinduísmo possui suas ramificações. Essas ramificações surgiram
devido ao “sistema de castas” existente na Índia, já que, uma parcela da população
não podiam participar dos cultos pois eram de uma “casta” menor. Inconformados
com isso foram surgindo diversas ramificações dentro dessa religião, duas delas são os
Upanixade e os Vedanta.

pg. 55
2.2 Mahatma Gandhi

O principal representante do hinduísmo é Mohandas Karamchand Gandhi, ou, como é


conhecido, Mahatma Gandhi. Gandhi nasceu no dia 2 de outubro de 1869, na cidade
de Porbandar, na Índia ocidental, hoje estado de Gujarat. Cursou direito na faculdade
de Londres e formou-se. Exerceu a sua profissão ao viajar para África do Sul, onde
compreendeu a sua função como advogado, em suas palavras: “Eu aprendi a descobrir
o lado bom da natureza humana e entrar nos corações dos homens. Eu percebi que a
verdadeira função de um advogado era unir partes separadas”.

Gandhi era um pacifista e tentou conciliar as disputas entre Islâmicos e Hinduístas,


principalmente na Índia.

2.3 Doutrinas Hinduístas

Pelo número de ramificações fica extremamente difícil dizer, com precisão, quais são
as crenças hinduístas, porém existem doutrinas “base” que todas as ramificações, ou
pelo menos a maioria, admitem, são elas:

pg. 56
A reencarnação, a qual acontece devido ao fato de que existem dois tipos de almas, a
individual e a universal, e um dos maiores objetivos a serem alcançados é a união
dessas duas para que ocorra a libertação da “roda da desfortuna”. A partir de tal
ensino vem a crença no carma, o qual você tem que produzir o melhor possível (carma
bom) para que seja liberto da reencarnação, dando incentivo à prática de boas obras,
as quais podem ocorrer de três maneiras: o caminho da atividade, do conhecimento
ou devoção. Caso o contrário você não alcançara o objetivo e não se libertará, como
diria Braswell:

“O indivíduo pode escolher um ou muitos desses caminhos com a esperança de


quebrar o ciclo de nascimento e experimentar a liberdade final”.

O politeísmo, é uma crença central no hinduísmo e permite ao seguidor escolher um


deus para seguir, pois os variados deuses possuem variadas funções e não são
pessoais. Em uma citação fora de contexto podemos relatar a frase de Friedrich
Nietzsche no livro Crepúsculo dos Ídolos como uma perfeita elucidação do panteão
hindu:

“Há mais ídolos do que realidades no mundo.”

3. Taoísmo e Confucionismo

3.1 Origem do Taoísmo

O taoísmo foi desenvolvido na China durante o século II, na dinastia do imperador Han.
Os ensinamentos taoístas são atribuídos ao filósofo Lao Tsé, contemporâneo de outro
importante filósofo chinês, Confúcio.

Lao Tsé teria escrito o livro sagrado do taoísmo, o Tao Te Ching, chamado em
português de livro do Caminho e da Virtude. É um livro de 5.500 palavras em que estão
contidos os ensinamentos religiosos e filosóficos adquiridos por Lao Tsé na busca pelo
caminho.

3.2 Origem do Confucionismo

O filósofo chinês conhecido por seu nome ocidental Confúcio, viveu de 552 a 479 a.C.
A leitura dos ideogramas chineses sobre o seu nome pode ser grafada como Kung-fu-
tzu ou Koung Fou Tseu, e ainda existem registros chamando-o de Mestre Kung.

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Confúcio é originário de uma família pobre no período da China feudal, e teve que
mudar-se muitas vezes por questões de sobrevivência. Neste caminho ele vai
desenvolvendo habilidades como professor de diferentes áreas, e vai ganhando o
respeito de sua comunidade como um sábio em que o povo possa confiar e pedir
auxílio.

Ao retornar para a região em que nasceu, reúne discípulos e começa a propagar sua
doutrina. A influência do Confucionismo na sociedade chinesa começa no século II e se
estende até o começo do século XX, com a Proclamação da República. E fica ainda mais
limitada com a chegada do Partido Comunista ao poder em 1949, por apresentarem
ideologias que não se complementam

3.3 Relação entre o Taoísmo e o Confucionismo

A filosofia taoísta surgiu como um contraponto ao conhecimento pregado pelo


confucionismo. Confúcio primava pelo cumprimento das obrigações em sociedade e
pela disciplina como única forma de viver a vida. Enquanto que o taoísmo acredita que
é no contato contemplativo com a natureza que está a certeza de uma vida autêntica e
em paz.

3.4 Doutrinas de ambas

O Confucionismo, assim como o Taoísmo, acredita no Tao, no caminho superior que


todos os indivíduos buscam em sua vida, em equilíbrio entre a vida mundana e a
espiritual, entre o homem e a natureza.

A perspectiva do divino em ambas as “religiões” é panteísta, ou seja, “Deus é tudo e


tudo é Deus”, logo ambas podem ser vistas como filosofias e não religiões
propriamente ditas.

4. Em comparação com a Fé Cristã

As religiões orientais sequer podem ser chamadas de religião, pois, não propõem uma
tentativa de aproximação entre o homem e Deus, essas parecem mais filosofias do que
religiões propriamente ditas.

Porém, mesmo assim iremos comparar elas com a fé Cristã, iremos desenvolver uma
aproximação filosófica e uma aproximação teológica.

4.1 Aproximação filosófica:

A fé oriental tem profundas limitações filosóficas, pois, ela falar que “tudo é Deus e
Deus é tudo”, logo não podemos entender o que é Deus de fato, pois não conseguimos

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conceber todas as coisas logo não podemos conceber a Deus e esse Deu não pode s
revela já que está preso as coisas. Diferente do Deus Cristão que tudo está nEle,
porém, não é Ele o que faz dEle um Deus que não está limitado as coisas.

4.2 Aproximação teológica:

Admitir a teologia oriental é um atraso sem precedentes para fé no Deus verdadeiro.


Irei motivar minha explicação no contexto do livro de Êxodo.

Na teologia egípcia se, por acaso, a sua plantação pegasse fogo você teria que ir até o
“sacerdote” perguntar qual foi deus que você tinha ofendido e saber por meio do
sacerdote qual era a vontade de deus e o que deveria ser feito.

Porém, vemos no desenvolvimento do livro manifestações crescentes da graça de


Deus, seja livrando o povo das maldições, de faraó, do mar vermelho e de tantos
outros males. Porém, alguns teólogos creem que o ápice dessa graça é os 10
mandamentos (Êxodo 20), pois naquele momento Deus estava falando para povo qual
era a sua vontade e as consequências de segui-la, ou seja, diferente dos egípcios o
povo de Israel conhecia qual era a vontade do seu Deus.

Assim também é no panteão oriental onde a variedades de deuses me obriga a viver


uma tensão extremamente angustiante de servir a todos sem ofender a nenhum deles,
caso ofenda, será necessário buscar a ajuda de terceiros para saber quem foi o deus da
vez eu teve a moral abalada. Diferente da nossa fé, onde vemos Deus como o único
que nos livra e nos sustenta.

IAVÉ é o Deus que nos livra das nossas tensões, por meio do seu agir, veja referencias
que comprovam esse caráter diferente de IAVÉ.

“Então disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá
e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu o prove se anda em minha
lei ou não.” (Êxodo 16:4) Deus é o único que provê.

“Durante o dia o Senhor ia adiante deles, numa coluna de nuvem, para guiá-los no
caminho, e de noite, numa coluna de fogo, para iluminá-los, e assim podiam caminhar
de dia e de noite. A coluna de nuvem não se afastava do povo de dia, nem a coluna de
fogo, de noite” (Êxodo 13:21,22). Ele é único Deus que nos livra, seja de dia, seja de
noite.

Logo, dentre as muitas libertações feita por Deus em Êxodo penso que uma das
maiores foi a dos deuses e voltar a isso é ser escravo da vontade de homens
personificados em deuses ou a natureza personificada em deuses.

5. Conclusão

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Ao fim dessa breve explanação sobre as “religiões” orientais percebemos que essas
podem até ter uma pitada de sabedoria, mas, não passa disso.

Para refletir

1. Para o hinduísta, as suas obras podem lhe conduzir a uma “iluminação”. Faça um
paralelo entre a concepção hinduísta de salvação e a Cristã.
2. No budismo é ensinado que é possível atingir a perfeição por meio da meditação.
O que a bíblia diz sobre o homem atingir a perfeição?
3. A crença na reencarnação é bíblica? Justifique.
4. Postule 3 grandes diferenças entre as religiões orientais e o Cristianismo?

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