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APOSTILA DE ATIVIDADES

ESCOLARES V - 2021
3º ANO DO ENSINO MÉDIO

FÍSICA
Códigos das habilidades Objetos de conhecimento
EM13CNT107  Corrente elétrica;
 Fluxo de carga e corrente elétrica;
 Fontes de voltagem;
 Resistência elétrica;
 A Lei de Ohm;
Nome da escola: E.E. Rosa Frigger Piovezan
Nome do(a) professor(a): Sandro Natal Daniel / Zelair Elias Sampaio
Nome do estudante:
Período: ( ) Matutino ( ) Noturno Turma: 3° ano EM

CORRENTE ELÉTRICA
Corrente elétrica é o fluxo de carga posta em movimento por uma voltagem e dificultada pela resistência.
A relação entre as grandezas corrente, voltagem e resistência, é creditada ao cientista alemão Simon Ohm.
Em 1805, com 15 anos, Ohm entrou na Universidade de Erlangen,
mas em vez de se concentrar nos estudos, gastava muito tempo
dançando, esquiando no gelo e jogando bilhar. O pai de Ohm,
irritado com o fato de Georg estar desperdiçando essa oportunidade
de educação, enviou-o para a Suíça, onde, em setembro de 1806,
com meros 16 anos, tornou-se professor de matemática. Ele deixou o
posto de professor dois anos e meio mais tarde, tornando-se então
tutor, e prosseguindo em sua paixão pelo estudo da matemática. De
volta à Universidade de Erlangen, tornou-se doutor em 1811,
juntando-se ao corpo daquela universidade como professor de
matemática. Mas o ensino rendia-lhe tão pouco que ele logo se
demitiu e passou os próximos seis anos lecionando em escolas
obscuras da Bavária. Durante este tempo, ele escreveu um livro
sobre geometria elementar.
O livro impressionou o Rei Wilhelm II da Prússia, que ofereceu a
Ohm o cargo de professor em Colônia.
Felizmente, o laboratório de física da escola era bem equipado, de modo que Ohm devotou-se aos
experimentos de física. A experiência prática adquirida com as atividades familiares de serralheiro do pai
provou-se muito útil. Ohm escreveu fartamente, e sua lei de Ohm não foi apreciada inteiramente naquela
época. Seu trabalho acabou sendo reconhecido pela Royal Society, em 1841, quando ele recebeu a
prestigiosa Copley Medal. Ohm tornou-se então professor de física experimental da Universidade de
Munique, onde se manteve até sua morte, aos 65 anos. A unidade de resistência elétrica do SI, o Ohm, é
uma homenagem a ele.

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FLUXO DE CARGA E CORRENTE ELÉTRICA
Lembre-se de nossos estudos sobre calor e temperatura, de
que quando as extremidades de um material condutor
estão a temperaturas diferentes, a energia térmica flui da
extremidade mais quente para a mais fria. O fluxo cessa
quando ambas alcançam uma mesma temperatura.
Analogamente, quando as extremidades de um material
condutor elétrico estão em diferentes potenciais elétricos –
quando existe uma diferença de potencial entre elas, e a
carga fluirá de uma extremidade à outra.
Para obter um fluxo ininterrupto de carga em um condutor,
é preciso que algum arranjo seja providenciado para
manter uma diferença de potencial enquanto as cargas
fluem de uma extremidade para outra. A situação é
análoga ao fluxo de água de um reservatório mais alto para
um mais baixo. A água fluirá através de um tubo entre os
dois reservatórios apenas enquanto existir um desnível da
água nos dois reservatórios. O fluxo de água no tubo (a) A água flui do reservatório onde é maior a
cessará quando as pressões nas extremidades se tornarem pressão para o reservatório de menor pressão.
iguais. É possível haver um fluxo contínuo se a diferença O fluxo cessa quando a diferença de pressão
entre os níveis da água for mantido com a utilização de desaparece. (b) A água continua a fluir porque
a bomba mantém uma diferença de pressão.
uma bomba apropriada.

Assim como uma corrente de água é um fluxo de


moléculas de água, uma corrente elétrica nada mais que
um fluxo de carga elétrica. Em circuitos formados por fios
metálicos, são os elétrons que formam a corrente. Isso
porque um ou mais elétrons do metal estão livres para se
mover através da rede atômica. Esses portadores de carga
são chamados de elétrons de condução. Os prótons, por
outro lado, não se movimentam, pois estão firmemente
ligados aos núcleos dos átomos que estão mais ou menos
presos a posições fixas. Em fluidos condutores – tais como
o líquido usado nas baterias dos carros – entretanto, são
íons positivos, bem como elétrons, que constituem o fluxo
de carga elétrica. A taxa do fluxo elétrico é medida em
ampères. Um ampere equivale a 1 Coulomb de carga por
segundo. Num fio que transporta 5 ampères, por exemplo,
5 coulombs de carga passam através de qualquer seção
transversal do fio a cada segundo. Isso é uma quantidade
gigantesca de elétrons.

FONTES DE VOLTAGEM
As cargas fluem somente quando são “empurradas” ou “impelidas”. Uma corrente sustentada requer um
dispositivo de “bombeamento” adequado para fornecer uma diferença de potencial elétrico. Se
carregarmos duas esferas condutoras, uma positivamente e outra negativamente, podemos obter uma
grande voltagem entre as esferas. Esta, entretanto, não é uma boa fonte de voltagem, pois quando as
esferas são conectadas por meio condutor, os potenciais acabam se igualando após um breve fluxo de
carga. Geradores elétricos e baterias químicas, por outro lado, são fontes de energia em circuitos elétricos
e são capazes de sustentar um fluxo constante de carga.

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A unidade de diferença de potencial elétrico (voltagem) é o
volt.3 Uma bateria comum de automóvel fornecerá uma
pressão elétrica de 12 volts ao circuito que for conectado a
seus terminais. Então 12 joules de energia são fornecidos a
cada coulomb que é forçado a fluir pelo circuito ligado a esses
dois terminais.
Frequentemente existe confusão entre o fluxo de carga em um
circuito e a voltagem imprimida, ou aplicada através do
circuito. Podemos distinguir entre essas duas ideias
considerando um tubo comprido cheio de água. A água fluirá
Uma fonte de voltagem pouco usual. A no do tubo se existir uma diferença de pressão através deste,
diferenca de potencial eletrico entre a cabeca
e a cauda desta enguia (Electrophorus
ou seja, entre suas extremidades. A água flui da extremidade
electricus) pode exceder 600 V. onde a pressão é alta para aquela onde a pressão é baixa.
Apenas a água flui, não a pressão.
Analogamente, a carga elétrica flui por causa da diferença na pressão elétrica (voltagem). Dizemos que a
carga elétrica flui em um circuito porque existe uma voltagem aplicada através do circuito. Você não
pode dizer que a voltagem fluiu através do circuito. A voltagem não vai a lugar algum, pois são as cargas
que se movimentam. A voltagem produz a corrente (se existe um circuito completo).

Curiosidade!!!

Enquanto Alessandro Volta fazia experiências com metais e ácidos, em 1791, ele tocou sua língua (a
saliva e ligeiramente ácida) com uma colher de prata e um pedaço de estanho e os ligou com um pedaço
de cobre. O gosto azedo indicava eletricidade. Ele acabou empilhando um conjunto dessas células para
construir uma pilha elétrica. Em homenagem a Volta, o potencial elétrico tem o “volt” por unidade.
(Toque com sua língua os dois terminais de uma bateria de 9 volts para experimentar o efeito.)

Atividades propostas
1 – Comumente se ouve falar dos perigos da alta voltagem em dispositivos elétricos. Todavia, uma alta
voltagem pode não significar uma grande quantidade de energia se
a) o potencial elétrico envolvido for constante.
b) a força elétrica envolvida for baixa.
c) o campo elétrico envolvido for uniforme.
d) a quantidade de carga envolvida for baixa.

2 – Explique de que forma a energia elétrica é produzida na Usina hidrelétrica, e como ela chega até a sua
residência.

3 – Explique de que forma uma lâmpada pode ser acesa utilizando energia elétrica.

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4 – Leia o texto a seguir.
Um raio é uma descarga elétrica na atmosfera. Geralmente, ele começa com pequenas descargas elétricas
dentro da nuvem, que liberam os elétrons para iniciar o caminho de descida em direção ao solo. A
primeira conexão com a terra é rápida e pouco luminosa para ser vista a olho nu. Quando essa descarga,
conhecida como “líder escalonado”, encontra-se a algumas dezenas de metros do solo, parte em direção a
ela outra descarga com cargas opostas, chamada de “descarga conectante”. Forma-se então o canal do
raio, um caminho ionizado e altamente condutor. É neste momento que o raio acontece com a máxima
potência, liberando grande quantidade de luz e som.
(Adaptado de: SABA, M. M. F. A Física das Tempestades e dos Raios.Física na Escola. v.2. n.1. 2001.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre eletrostática, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às
afirmativas a seguir, e justifique as afirmativas que julgar falsas.
( ) A maioria das descargas elétricas atmosféricas ocorre quando o campo elétrico gerado pela diferença
de cargas positivas e negativas é próximo de zero.
( ) A corrente elétrica gerada pelo raio produz um rápido aquecimento do ar, e sua inevitável expansão
produz o som conhecido como trovão.
( ) A corrente elétrica gerada a partir de um raio pode ser armazenada e utilizada, posteriormente, para
ligar o equivalente a 1000 lâmpadas de 100 watts.
( ) Para saber a distância aproximada em que um raio caiu, é preciso contar os segundos entre a
observação do clarão e o som do trovão. Ao dividir o valor por 3, obtém-se a distância em quilômetros.
( ) A energia envolvida em um raio produz luz visível, som, raios X e ondas eletromagnéticas com
frequência na faixa de AM.

5 – De acordo com o sentido convencional da corrente elétrica, podemos dizer que:


a) os elétrons só se movem devido à agitação térmica.
b) os elétrons movem-se do potencial mais baixo para o mais alto.
c) os elétrons permanecem nas proximidades dos núcleos atômicos
d) os elétrons movem-se em movimentos oscilatórios de vai e vem.
e) os elétrons movem-se do potencial mais alto para o mais baixo.

Resistência elétrica
Sabemos que uma bateria ou um gerador de qualquer espécie é a causa primeira e a fonte de voltagem em
um circuito elétrico. Quanta corrente haverá depende não apenas da voltagem, mas também da
resistência elétrica que o condutor oferece ao fluxo de carga. Isto é semelhante ao fluxo de água em um
cano, que depende não apenas da diferença de pressão entre as extremidades do cano, mas também da
resistência que o próprio cano oferece. Um cano curto oferece menos resistência ao fluxo de água do que
um tubo comprido, e quanto mais largo for o cano, menor será sua resistência. Isso funciona da mesma
forma com a resistência dos fios pelos quais flui uma corrente.

(a) Em um circuito hidráulico, um tubo estreito (verde) oferece


resistência ao fluxo da agua. (b) Em um circuito elétrico, uma
lâmpada ou outro dispositivo (mostrada pelo símbolo de resistência
elétrica, a linha em zigue-zague) oferece resistência ao fluxo de
elétrons.

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A resistência de um fio depende da sua espessura, do seu comprimento e de sua condutividade específica.
Fios grossos têm uma resistência menor do que fios finos. Fios compridos têm resistência maior do que
fios curtos. Fios de cobre têm resistência menor do que fios de aço de mesmo tamanho. A resistência
elétrica também depende da temperatura. Quanto maior a agitação dos átomos dentro de um condutor,
maior a resistência que ele oferece ao fluxo de carga. Para a maioria dos condutores, um aumento de
temperatura significa um aumento de resistência. A resistência de alguns materiais vai a zero a
temperaturas muito baixas. Esses são os supercondutores, discutidos rapidamente no capítulo anterior.
A resistência elétrica é medida em ohms (Ω). Seu cálculo é feito através da seguinte equação:

ou ainda
R = resistência elétrica
U = diferença de potencial (ddp)
I = intensidade da corrente elétrica

Lei de Ohm
A relação entre voltagem, corrente e resistência é resumida no enunciado
chamado de lei de Ohm. Ohm descobriu que a corrente em um circuito é
diretamente proporcional à voltagem estabelecida através do circuito, e
inversamente proporcional à resistência do circuito. Em notação
matemática,

Assim, para um dado circuito onde a resistência é constante, a corrente e a voltagem são proporcionais
entre si.5 Isso significa que a corrente será duas vezes maior para uma voltagem também duas vezes
maior. Quanto maior a voltagem, maior a corrente. Mas se a resistência do circuito for dobrada, a corrente
terá a metade do valor que teria se isso não tivesse ocorrido. Quanto maior a resistência, menor a corrente.
A lei de Ohm faz sentido.

Acesse para saber mais!!!

A lei de Ohm nos diz que quando uma diferença de potencial de 1 V é aplicada através de um circuito que
possui uma resistência de 1 Ω, produzirá uma corrente de 1 A. Se 12 V forem aplicados ao mesmo
circuito, a corrente será 12 A. A resistência típica de um fio elétrico comum é muito menor do que 1 Ω,
enquanto o filamento típico de uma lâmpada incandescente tem uma resistência maior do que 100 Ω. Um
ferro de passar roupas ou uma torradeira elétrica possui uma resistência de 15 a 20 Ω. Lembre-se de que,
para uma determinada diferença de potencial, menos resistência significa mais corrente. No interior de
dispositivos elétricos tais como computadores e receptores de televisão, a corrente é controlada por
elementos de circuito chamados de resistores, cuja resistência pode ser de alguns ohms ou de milhões de
ohms.

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Os efeitos danosos do choque elétrico são o resultado da passagem da corrente através do corpo. O que
causa um choque elétrico no corpo humano – a corrente ou a voltagem? Da lei de Ohm, vemos que essa
corrente depende da voltagem aplicada e também da resistência do corpo humano. A resistência de um
corpo depende de suas condições e varia desde cerca de 100 Ω, se está encharcado com água salgada, até
cerca de 500.000 Ω, se a pele está muito seca. Se tocarmos os dois eletrodos de uma bateria com os dedos
secos, fechando o circuito de uma mão à outra, podemos esperar que a resistência oferecida seja de 100.000
ohms. Normalmente, não sentimos a corrente produzida por 12 V, e 24 V produzem apenas um leve
formigamento. Mas se sua pele estiver úmida, 24 V podem ser completamente desconfortáveis.

Atividades propostas
6 – Qual será a corrente produzida em seu corpo, ao tocar nos terminais de uma bateria de 12 volts, se sua
resistência for de 100.000 Ω?

7 – Se sua pele estiver muito úmida – de maneira que sua resistência seja de apenas 1.000 Ω – e você
tocar nos terminais de uma bateria de 12 volts, quanta corrente passará por seu corpo?

8 –Um fio condutor foi ligado a um gerador ideal ,que mantém entre seus terminais
uma tensão de u=12 volts , determine o valor da resistência desse fio sabendo que a
corrente que atravessa o resistor tem intensidade igual a 2 A.

9 – Na figura ao lado temos o gráfico da tensão (U) aplicada a um condutor em função da intensidade da
corrente (i) que o percorre. Determine o valor da resistência quando a tensão vale 20 V e 60 V.

10 - Os valores nominais de uma lâmpada incandescente, usada em uma lanterna, são: 6,0 V; 20 A. Isso
significa que a resistência elétrica do seu filamento é de?

Referências
Física – Coleção Base. Vol. Único 2ª edição. Editora Moderna, 2004 Sampaio & Calçada.
Hewitt, Paul G. Física conceitual/Paul G. Hewitt; tradução: Trieste Freire Ricci; revisão técnica: Maria
Helena Gravina. – 12ª. ed. – Porto Alegre: Bookman, 2015.

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TEMA TRANSVERSAL
FÍSICA
CARGA HORARIA
COMPLEMENTAR
ÉTICA
Códigos das habilidades Objetos de conhecimento/conteúdos
Ética e Ciência; Como definirmos ética? A ciência, a ética e a filosofia;
Ciência e ética nos dias atuais.
Nome da escola:
Nome do(a) professor(a):
Nome do estudante:
Período: ( ) Matutino ( ) Vespertino ( ) Noturno Turma: 1° ano ____ EM

ÉTICA E CIÊNCIA

COMO DEFINIRMOS ÉTICA?


Poderíamos entender ética de várias formas. Uma delas poderia ser como a busca ou caminho para
ou pela “verdade” que seria, talvez, e em algumas condições, subjetiva.
Se relembrarmos da origem da filosofia na Grécia, por exemplo, os sofistas, que através da retórica e
do convencimento pelas palavras, da oratória, julgavam que “a verdade é resultado da persuasão e do
consenso entre os homens”. Isso era combatido por Sócrates, Platão e Aristóteles que julgavam ser a
essência da verdade através da razão e não do “simples” convencimento e consenso. Sócrates fazia isto
através de perguntas básicas, feitas a diversos profissionais especialistas, tais como: ao “sapateiro” – o que é
um sapato? Ao “juiz” - o que é a justiça? Ou o que é a verdade? E assim, a partir de um questionamento,
buscava desvendar, através da razão e da lógica e não mais por um simples convencimento retórico, o que
seria esta verdade.
Poderíamos dizer então que, de certa forma, Sócrates inaugura a ética dentro do discurso. Sócrates,
como comenta Marcondes (1998) seria:
“(...) um divisor de águas. É nesse momento que a problemática ético-política passa
ao primeiro plano da discussão filosófica como questão urgente da sociedade grega
superando a questão da natureza como temática central, pois a temática racionalista
filosófica, inicialmente, era a natureza, iniciada por Tales de Mileto que buscava na
própria natureza a explicação para ela própria, se afastando assim do mito em que
tudo era explicado pelos deuses...”

Assim teríamos a questão da subjetividade na ética, e a formação da própria sociedade interagindo


entre ela e os indivíduos. A ética ajudando-nos a refletir sobre os costumes, sobre as práticas da ciência, da
religião, da família, da empresa, enfim, em todas as instituições da sociedade. A ética nos ajuda a pensar a
subjetividade. Que sujeito é esse em tal momento da história? Que sujeito é este hoje? Que “conhecimento”
é este que buscamos pela ciência?
Ainda Marcondes (1998) nos define ética da seguinte forma: “A ética do grego “ethike”, diz respeito
aos costumes e tem por objetivo elaborar uma reflexão sobre os problemas fundamentais da moral
(finalidade e sentido da vida humana, os fundamentos da obrigação e do dever, natureza do bem e do mal, o
valor da consciência moral.”

A CIÊNCIA, A ÉTICA E A FILOSOFIA


Não existe um profissional ético, sem antes um homem ético. Portanto, a discussão sobre ética deve
ser vista como uma situação-problema que provoca e estimula uma reflexão abrangente sobre a própria
natureza da relação ética e ciência.
Em sua reflexão sobre o conceito de progresso MATOS (1993) conclui que: “como não há progresso
que não seja também moral, a principal tarefa dos nossos dias é o combate pelo progresso dos direitos
humanos.”

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Referenciando a utopia que temos em comum: a humanidade com vida digna e feliz. Visto deste
ponto, a reflexão filosófica não tem a utilidade imediata no sentido do senso comum. Sua contribuição à
ciência e à técnica explicando os fundamentos epistemológicos e metodológicos e certamente, éticos.
Citando Chauí (1994): “Não se trata, pois, rigorosamente de uma ciência, mas de uma reflexão em busca de
uma fundamentação teórica e crítica dos nossos conhecimentos e de nossas práticas”.
Segundo o existencialismo, o ser humano está em processo de autoconstrução. Em outras palavras, é
um agente transformador da Natureza que, ao transformá-la, constrói sua própria essência. A natureza
humana vem sendo construída pela própria humanidade no processo histórico atualizando sua potencialidade
com agente transformador. Sobre este conceito Matos (1993) nos expõe:

“Temos uma natureza em devir. O ser humano é, ao mesmo tempo, um ser


atualmente advindo e um ser ainda a vir, apenas prometido a si mesmo. (...) É aqui
que se manifesta a estrutura fundamental da ação: de um lado, ela é aquilo em que se
tornou, aquilo que ela é agora: do outro, também é uma antecipação de seu ser
realizado e, por ser ação de um agente autônomo, ela implica em si a
responsabilidade daquilo que fazemos de nós mesmos. E veremos como a
responsabilidade de cada ser humano para consigo mesmo constitui, ao mesmo
tempo, uma responsabilidade que ele tem com todos os homens”.

CIÊNCIA E ÉTICA NOS DIAS ATUAIS


A ciência, traço que singulariza as sociedades modernas, vem sendo analisada sob os mais diversos
ângulos. Desde o enfoque mais clássico da epistemologia ao olhar mais recente dos estudos culturais,
multiplicam-se os estudos sobre a atividade científica. Entretanto, em nossos dias, uma perspectiva, a da
ética, exerce particular interesse, associada ao desenvolvimento contemporâneo das ciências da vida.
Alternativas inéditas, antigamente nem sequer questionadas, fazem hoje, parte do cotidiano.
Possibilidades como a preservação duradoura da vida em condições artificiais, a intervenção em fetos ou as
que decorrem do amplo repertório de ações ligadas à clonagem evidenciam a expansão do nosso poderio
científico-tecnológico. Poderio que nos inscreve, de imediato, no horizonte ético: podendo fazer, devemos
fazer?
Os órgãos que regulam a ética nas pesquisas científicas que envolvam seres humanos, o crescente
cuidado no trato dos animais associados à pesquisa científica, a atenção e a sensibilidade com que são vistas
as questões relativas à intervenção no meio ambiente são indicadores de que estamos diante de um novo
cenário. Mas, se, de um lado, devemos celebrar o reaparecimento da temática ética, na medida em que se
localiza no campo da ação humana, por outro lado, cabe perguntar sob que condições é razoável esperar uma
aproximação permanente entre a ciência e a ética.
Ética, entre outras coisas, significa restrição. O recurso a valores, constitutivos de qualquer agenda
ética, implica aceitar proibições e limites. Caso existisse, uma sociedade inteiramente permissiva levaria à
supressão da dimensão ética, que se tornaria supérflua num ambiente onde tudo fosse tolerado.
Se aceitarmos a associação entre a atitude ética e o estabelecimento de alguma espécie de limite,
como poderíamos aproximar a ética e a ciência, entre os procedimentos éticos e a busca do conhecimento?
No contexto da sociedade atual, à que pertencemos, a criação dos campos científicos na modernidade
ocidental é decorrência, entre outros fatores, da ideologia que preconiza a defesa da liberdade mais plena no
que diz respeito ao conhecimento. A concepção moderna de ciência, a que estamos, ainda hoje, associados, é
inseparável da progressiva reafirmação do princípio da autonomia da pesquisa e da rejeição, inegociável, da
tutela, seja religiosa, seja política.

Responda
1 – De que forma poderemos definir a ética?

2- No que a ética nos ajuda a refletir?

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3- De que forma Sócrates, Platão e Aristóteles julgavam ser a essência da verdade através da razão e não do
“simples” convencimento e consenso?

4- O que Matos (1993) conclui em sua reflexão sobre o conceito de progresso?

REFERÊNCIAS
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/a-historia-vacina.htm
http://www.artigonal.com/educacao-artigos/etica-e-ciencia-urgencia-do-debate-982236.html

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