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Campo Montenegro
São José dos Campos, SP – Brasil
2014
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA –
MUNTSCH, Rafael Alessi. PROPOSTA DE UMA NOVA ABORDAGEM PARA
SISTEMAS DE CABINE DE AVIÕES EXECUTIVOS DE PEQUENO PORTE. 2014. 108
folhas. Dissertação de Mestrado em Profissionalizante em Engenharia Aeronáutica – Instituto
Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos.
CESSÃO DE DIREITOS -
Endereço do autor Hélio Chaves Monteiro,295, Urbanova. São José dos Campos
PROPOSTA DE UMA NOVA ABORDAGEM PARA
SISTEMAS DE CABINE DE AVIÕES EXECUTIVOS DE
PEQUENO PORTE
ITA
IV
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, que sempre me deram apoio e incentivaram os meus
estudos.
V
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Giulianna e meus amigos pelo apoio durante todo esse tempo.
RESUMO
O estudo apresentado tem como objetivo propor uma nova abordagem para os
categoria Light Jets. Os sistemas atuais possuem uma grande discrepância de funções e
tendências do atual mercado de consumo, como por exemplo a facilidade de uso por parte do
usuário.
executivos de pequeno porte agregarem novas funções, diminuir o peso, consumo de energia e
custo dos equipamentos. A nova arquitetura proposta para os sistemas de cabine permitiu a
da cabine e a aderência aos dispositivos portáteis dos passageiros aos sistemas de cabine,
tornando assim os sistemas de cabine dessa categoria mais atrativos aos passageiros.
VII
apresentados como soluções viáveis para a implementação dos sistemas de cabine propostos.
O estudo também apresenta uma solução alternativa e mais econômica para transferência de
equipamentos.
VIII
ABSTRACT
The study hereby presented has the goal to propose a new approach to the cabin
systems of an light jet executive aircraft. The cabin system feature inflight entertainment, such
as music and movies, management of the cabin parameters, e.g. internal lighting and
temperature control, to the passenger The proposed cabin systems are based in an open
source software, the use of COTS equipment and wireless communication to transfer
The featured systems of this study are divided in inflight entertainment system and
cabin management system. Each system is described according to its available functions,
equipment and applications. The characteristics of the cabin system are detailed based in the
system offered in the segment of the light jet executive aircraft. The actual systems have
fewer functions and features compared to bigger executive airplanes and they don’t follow the
trends of the customer electronics market, e.g. user friendly features for the passenger.
The current work describes that the proposed cabin system enabled light jet executive
aircraft to integrate new functions, to lose weight, diminish the power consumption and cost
of the equipment. The new proposed architecture of the cabin systems provided an integration
of new applications and equipment, management of the cabin parameters and adherence to the
portable electronic devices of the passenger. Therefore, the cabin system of smaller executive
already available in the consumer’s market. The chosen technologies, such as 802.11, and
equipment, e.g. microcontrollers and low cost computers, are described and featured as a
feasible solution to implement the proposed cabin systems. The study also features a less
IX
expensive alternative solution to the wireless commands and cabin parameters exchange.
Instead of ZigBee and Bluetooth, a different wireless technology is proposed to lower the
equipment cost.
X
SUMÁRIO
1 Introdução................................................................................................................... 15
6 Conclusões ................................................................................................................. 64
7 Bibliografia ................................................................................................................. 67
A.2.3 DLNA......................................................................................................................... 85
Glossário............................................................................................................................ 106
XIII
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 4.2 - COMUNICAÇÃO PEDS COM SISTEMA DE CONTROLE DE AMBIENTE DA CABINE ... 45
LISTA DE TABELAS
PROPOSTOS ................................................................................................................... 48
1 Introdução
consumo nas aeronaves. Os sistemas de cabine dessa categoria de aviões possuem diversas
funções, que são projetados especificamente para cada aeronave e utilizam as tecnologias
mais atuais disponíveis. Atualmente essa definição de sistemas de cabine para aviação
executiva é comum para aviões de grande porte, aeronaves que possuem um grande volume
de cabine como Legacy 650 da Embraer. Entretanto existem aviões executivos classificados
como pequeno porte, conhecidos como Light Jets e representados por aeronaves como o
Phenom 300 da Embraer. Eles possuem um volume menor de cabine, o que impacta o projeto
para os sistemas de cabine; de fato isto resulta em um menor número de funções e aplicações
oferecidas aos passageiros e ciclos mais longos para integrar inovações do mercado de
consumo ao avião. Novas tecnologias que chegam aos consumidores, como exemplo a
automação residencial sem fio através de smartphones, tablets e laptops, nos aviões da
categoria Light Jets não podem ser adaptadas em consequência das restrições de espaço,
volume e custos. O estudo apresentado tem como objetivo apresentar um novo modelo para
sistemas de cabine de aviões executivos de pequeno porte que englobe as expectativas atuais
dos clientes, ofereça mais serviços e funções aos passageiros, apresente menor custo, volume,
consumo de energia e peso, como também se adeque as restrições de projeto das aeronaves
desse segmento.
comunicação dos equipamentos dentro dos sistemas de cabine é feita por fios. O trabalho
apresenta um modelo com a aplicação de tecnologia sem fio proprietária para comunicação
16
através de páginas web dinâmicas acessadas via IEEE (Institute of Electrical and Eletronics
novas tecnologias de áudio e vídeo como por exemplo HDMI (High-Definition Multimedia
Interface).
passageiros utilizando a tecnologia IEEE 802.11, também conhecido como Wi-Fi, sistema
futuros trabalhos.
17
controle de ambiente de cabine, entre outros. Os equipamentos que compõem esse sistema são
SISTEMAS DE
CABINE
As seções 2.1 e 2.2 descrevem as funções, aplicações e equipamentos dos sistemas que
passageiro para entretê-lo durante o voo. Ele é o sistema que possui maior contato com o
passageiro durante a sua viagem. Desde o seu início a aviação comercial utiliza esses sistemas
em longas rotas, nas quais após certo tempo, podendo os passageiros sentir algum desconforto
devido ao espaço reduzido para movimentação e a longa duração da viagem. Entretanto, com
o avanço do sistema de IFE ao decorrer do tempo, que representaram diminuição das LRUs
(Line Replaceable Unit), atualmente ele também é oferecido em rotas curtas. Na sua
utilização o sistema entretém os passageiros durante o voo com filmes, música ou qualquer
18
outra função como jogos. Esse sistema é vital para aeronaves comerciais em longas rotas e
item critico na lista de sistemas que devem funcionar antes de o avião partir. Por outro lado,
aeronaves executivas tem um perfil de voo diferente, pois os seus clientes usualmente são
corporações e executivos, o sistema tem uma menor importância quando comparado à aviação
usufruir no pouco tempo destinado ao seu uso. Por isso, o mercado da aviação executiva
existe desde 1921 quando a Aeromarine Airways projetou um filme chamado "Howdy
filmes era comum em voos panorâmicos. A partir de 1961 a TWA começou a mostrar filmes
em seus voos regulares. No início do entretenimento de bordo, a exibição de filmes era feita
por projetores, entretanto em 1991 a Virgin Atlantic se tornou a primeira companhia aérea a
ter telas de exibição na parte traseira dos assentos [1]. A próxima inovação é integrar os
fornecer ao passageiro conteúdo de áudio e vídeo, jogos e informações sobre a rota de voo,
PEDs (Portable Eletronic Devices), uma única fonte de conteúdo. O conteúdo é escolhido e
controlado por um usuário do sistema e os outros usuários decidem se querem selecionar esse
sistemas instalados em aeronaves na qual a comissária de bordo seleciona um filme e ele era
distribuição de áudio e vídeo foi desenvolvida com a finalidade de possibilitar cada passageiro
conteúdo, de tal forma que não exista atrasos, perda de sincronização entre áudio e vídeo e
20
comercial e aeronaves executivas de grande porte possuem sistemas IFE com a função
AVOD. Porém, aviões menores possuem apenas distribuição broadcast devido às restrições
arquitetura em termos de sistemas de IFE, porém eles não serão descritos, pois não fazem
2.1.2 Equipamentos
bordo.
21
cabine como o PCU e os PEDs, que serão descritos nos capítulos subsequentes.
interfaces elétricas para distribuir o conteúdo para os sistemas de áudio e vídeo. Aviões
desejado, incube o servidor de mídia de distribuir a opção do usuário aos sistemas de áudio e
vídeo.
2.1.2.2 PCU
ser reproduzida nos sistemas de áudio e vídeo da cabine. As aeronaves executivas possuem
diversas PCUs instaladas ao longo da cabine, elas são individuais para cada um dos
ambiente de cabine em aviões executivos, eles são designados aos passageiros conhecidos
como VIP (Very Important Person). O usuário é denominado VIP, pois denota que o usuário é
Os dispositivos portáteis dos passageiros são equipamentos que estão sendo integrados
de cabine. Eles têm a função de substituir os PCUs, como meio de controle do sistema de
entretenimento, e o sistema de áudio e vídeo, pois seria uma nova opção para o passageiro ter
componentes são distribuídos pela aeronave para harmonizar o sistema de entretenimento para
todos os passageiros da cabine. Além disso, existem saídas de áudio pessoal, conhecidos
como audio jacks, que disponibilizam o canal de áudio da mídia selecionada para o usuário,
tipos de transmissão de fontes de conteúdo. Entretanto, é preciso descrever quais são os meios
de inserir conteúdo a ser distribuído pelo Servidor de Mídia aos passageiros. O sistema de
entretenimento tem tradicionalmente como fontes as mídias físicas, conhecidas como Hard
tradicional da aviação executiva dispõe aos seus passageiros que coloquem mídia física em
um leitor óptico e distribui o seu conteúdo para toda a aeronave. Outra forma de entrada de
conteúdo mídia física são equipamentos como unidades de memória flash e discos de
armazenamento externos. Os Servidores de Conteúdo são empresas que detém acordos com
grandes produtoras de filmes e seriados, cobram uma taxa de licença para os usuários terem
DLNA (Digital Living Network Alliance) e Miracast possibilitam que o conteúdo armazenado
nos dispositivos portáteis esteja disponível para todos os membros da mesma rede. A aliança
DLNA está amplamente difundida no mercado atual para distribuição de conteúdo em uma
rede residencial de dispositivos eletrônicos, porém a tecnologia Miracast ainda está em estado
Além das funções citadas acima, os sistemas de IFE atuais possuem outras funções
como Moving Map e jogos. O Moving Map é a função que dispõe informações, em tempo
real, sobre o trajeto da aeronave aos passageiros. Ela informa aos passageiros parâmetros
como a velocidade de voo, distância até o destino, coordenadas cartesianas da aeronave, entre
serviços adicionais como pontos de interesse, conhecidos como POI (Point Of Interest), fusos
sistemas de entretenimento de bordo geralmente são simples e mais focados em temas como
raciocínio lógico e infantil, devido ao público alvo que são geralmente crianças e restrições na
monitores sensíveis a toque do sistema de vídeo. Os PCUs mais modernos e os PEDs dispõem
uma interface gráfica para interação com o usuário, conhecida como GUI (Graphical User
Todo o conteúdo disponível é listado graficamente na GUI do sistema, assim como todos os
balanceamento. Com o avanço do uso dos dispositivos eletrônicos portáteis dos passageiros,
Android, para controle do sistema de IFE. Outras companhias optaram por desenvolver
páginas em HTML (Hyper Text Markup Language) que ficam hospedadas no servidor web do
sistema para controle do sistema de entretenimento de bordo. Cada uma dessas opções
apresentam suas vantagens. Aplicativos específicos tem um apelo mais pessoal para o usuário
Cabine
de assentos, são algumas das diversas funções disponíveis para o passageiro. O usuário
O passageiro de uma aeronave executiva pode configurar a cabine da aeronave de acordo com
as suas preferências. Essas funções são muito importantes para clientes desse segmento da
26
aviação, pois eles estão acostumados com tratamento personalizado em hotéis, restaurantes e
próximos capítulos.
pois as funções e dispositivos nele instalados estão relacionados ao espaço disponível e faixa
de pequeno porte possuem apenas funções básicas de CMS (Cabin Management System)
Nos capítulos seguintes serão apresentadas algumas das principais funções do sistema
2.2.1.1 Iluminação
cabine é tipicamente dividido em: luzes de cabine, leitura e mesa. A Figura 2.4 apresenta os
aeronave. Ela é instalada tipicamente entre o painel do teto e o painel lateral da aeronave.
Esse é o grupo de iluminação com mais funções disponíveis. Existem as opções de ligar e
As luzes de leitura são localizadas acima do assento de cada passageiro da cabine. Elas
têm o objetivo de iluminar localmente o usuário. As funções geralmente são ligar e desligar e
Ambos os grupos de iluminação apresentados, cabine e leitura, também são instalados nas
aeronaves comerciais.
Os aviões executivos de maior porte possuem mesas na cabine para o conforto dos
passageiros. As mesas são utilizadas de apoio para material de trabalho como computadores
especial para esse móvel. As luzes de mesa possuem as mesmas funções das luzes de leitura.
A diferença entre as luzes de leitura e mesa é o perfil do usuário que as controla. As luzes de
leitura são locais e geralmente controladas pelo passageiro ali presente. Contudo, a
iluminação das mesas da cabine, além de ser controlada localmente, pode ser configurada pelo
ar da aeronave, conhecido como MAS (Air Management System), é afetado pela escolha da
AMS depende das entradas e saídas dos sistemas instalados na aeronave. A troca de
informação pode ocorrer através de padrão RS-232, sinal PWM (Pulse Width Modulation),
entre outros. A temperatura ambiente da cabine é controlada pelo passageiro com perfil VIP
da aeronave.
29
O sistema de água e detritos é responsável por gerenciar a água para utilização dos
passageiros em pias, chuveiro e toalete do avião. Ele possui interface com o sistema de
das interfaces elétricas disponíveis, geralmente é utilizado comunicação serial, RS-232 ou RS-
485.
controlar a luz natural dentro da cabine da aeronave. As persianas elétricas podem funcionar
cabine através de sistemas mecânicos para levantar e descer as persianas de acordo com a
Particle Device), na qual a luminosidade é controlada pela uma tensão elétrica é aplicada no
padrões comuns como RS-232 para comunicação com CMS. Os passageiros com privilégios
normais tem a opção de controlar a sua devida janela, porém o usuário VIP pode gerenciar as
janelas em grupo de acordo com a sua preferência, sobrepondo os comandos individuais dos
outros passageiros.
anteriores. Cada uma dessas funções é desenvolvida por um fornecedor próprio especializado
30
o passageiro.
2.2.2.1 PCU
cabine. A Figura 2.5 demonstra um exemplo de unidade de controle do passageiro, como pode
PCU. O passageiro pode ter controle dos parâmetros de ambiente da cabine, como no PCU, na
de iluminação, por exemplo, utiliza PWM, na qual o sinal de saída é modulado entre 0 e
100% do seu ciclo de trabalho para gerar diferentes níveis de tensão [6]. Ao receber
informações sobre modificações em algum dos estados dos parâmetros executadas pelos
através do PCU e o comando é enviado para um controlador global que age no devido sistema
da cabine. O passageiro possui na sua interface com o sistema a disposição do estado de cada
32
um dos parâmetros da cabine. Essa característica exige um controle do estado das funções da
da cabine não podem ser armazenados em somente um equipamento, pois em caso de falha de
existem fornecedores de sistemas de cabine que oferecem ambos os sistemas de IFE e CMS.
pequeno porte, com o intuito de demonstrar algumas das funções descritas e ser referência
de pequeno porte como estudo de caso, com o intuito de contrapor os sistemas de cabine
propostos nesse estudo. Os sistemas de cabine escolhidos possuem, como descritos nos
capítulos anteriores, as funções típicas de uma aeronave executiva da categoria Light Jets:
Moving Map e o PCU VIP. A Figura 3.1 apresenta o diagrama de blocos dos sistemas de
cabine estudados.
entre outros.
Player / Moving Map, PCU VIP, sistemas de áudio e vídeo e um painel de entrada de
conteúdo.
lateral dos assentos ou no teto. O sistema de áudio é composto pelos alto-falantes instalados
controla o sistema de entretenimento de bordo, ele pode ser classificado como servidor de
mídia do sistema. Ele é o meio de inserção de conteúdo através de mídia física para o sistema,
reproduz o conteúdo escolhido pelo passageiro e distribui a mídia aos sistemas de áudio e
vídeo para os usuários do sistema. A Figura 3.2 apresenta um exemplar do servidor de mídia
estudado.
36
Além de reproduzir discos de DVD e CD, ele possui as funções de Moving Map e
rádio via satélite [7]. O rádio via satélite é uma função disponível apenas nos EUA. A função
Moving Map possui comunicação com o sistema de aviônicos da aeronave, via RS-232, pois o
equipamento necessita de informações da rota da aeronave, conhecido como Flight Path. Ele
temperatura externa para geração das informações que são disponibilizadas ao passageiro pelo
Moving Map.
como VIP na aeronave. Ele controla a temperatura, iluminação da cabine e as fontes de áudio
PCU VIP e a sua GUI são apresentados na Figura 3.3, demonstrando as funções
GUI para interação com o usuário. Cada função do equipamento possui um diferente padrão
de comunicação. O envio de comandos do PCU VIP para o DVD Player / Moving Map utiliza
estudado compreendem as funções de tocador de DVD, Moving Map e rádio via satélite, no
caso é a opção XM da Figura 3.3. A comunicação com os outros sistemas presentes na cabine
vídeo e áudio para esses equipamentos na cabine é feito por broadcast, como descrito nos
capítulos anteriores. O DVD Player / Moving Map envia aos alto falantes e monitores
VIP.
meios de entrada de conteúdo a ser distribuído na cabine da aeronave. Além, do leitor óptico
possui uma entrada para conectores elétricos conhecidos como RCA (Radio Corporation of
America). Eles são utilizados para transferir sinais analógicos separadamente de áudio e vídeo
adota o padrão de três cabos, sendo um para vídeo e dois para áudio, sendo os canais de áudio
tocadores de DVD antes do padrão HDMI ser criado. Esse padrão está sendo substituído por
tecnologias que transportam sinal digital de áudio e vídeo, como também possuem um canal
para comunicação de dados acoplada. A Figura 3.4 exemplifica os cabos utilizados para se
entrada de conteúdo e o servidor de mídia distribui o sinal analógico para os sistemas de áudio
e vídeo da cabine.
pode ser observado na Figura 3.1. O PCU VIP é responsável pela comunicação com as
de cabine.
função de controle da luz de cabine, mesa e respectiva luz de leitura do passageiro VIP.
O PCU VIP tem um potenciômetro na qual regula a tensão de saída entre 0 e 5 V para
de mesa e leitura são sinais chaveados entre 0 e 28 V DC. As informações contidas nos pinos
comunicam o PCU VIP ao servidor de mídia podem estar distantes dentro na cabine, o que
equipamentos. Além disso, o PCU VIP o único meio de controle dos sistemas de cabine
acordo com os sistemas de cabine previamente instalados na aeronave. Não existe um padrão
expansíveis e não estão aptas a trocar informações com outros padrões como RS-485, CAN
estado dos parâmetros da cabine. Por exemplo, não existe informação visível aos passageiros
entretenimento de bordo estudado, pois não existe hardware para essa função. O sistema de
IFE estudado não possui interface elétrica para armazenamento interno de conteúdo e
memória não-volátil para guardar músicas, filmes, entre outros arquivos dos passageiros.
usuários através de transferência sem fio de arquivos. Contudo, essa função não está
A GUI do PCU VIP, como pode ser observada na Figura 3.3 não possibilita muita
interatividade com o usuário. Ela também não pode ser facilmente personalizada para o perfil
do usuário. O display utilizado tem qualidade baixa de resolução e está defasado com as
funções de controle dos sistemas de cabine nos seus dispositivos portáteis e atualmente os
sistemas de IFE e CMS não se comunicam com PEDs. Um exemplo recorrente de tendência
42
controle de diversos parâmetros da sua casa, como iluminação e temperatura, na tela do seu
PED. A arquitetura do sistema atual não possui essas funções e tem um sistema que não
sistemas instalados em aeronaves executivas de grande porte. Essa característica sempre foi
válida devido ao menor volume de cabine e perfil de voo desse segmento de aeronaves.
Porém com a evolução da tecnologia dos equipamentos eletrônicos dentro e fora da cabine e a
entrada dos PEDs dentro das aeronaves, os aviões executivos da categoria Light Jets podem
PEDs como parte do sistema de cabine; além disso, é importante observar que são mais
aeronave.
neste trabalho são a integração de PEDs aos sistemas e a uma nova proposta de arquitetura de
de ambiente de cabine através de uma página web dinâmica hospedada no servidor web do
está atrelada aos requisitos da aliança DLNA, ela é apresentado na seção 4.2 e descrita
Como pode se observar na Figura 4.1, o DVD Player / Moving Map foi substituído
bordo.
O PCU VIP foi substituído pelo controlador local e pelos PEDs. Os controladores
dos sistemas de cabine estudados e adição de novos sistemas como as persianas elétricas e
estudado. É desejável não modificar protocolos e meios de comunicações com esse sistema
servidor de mídia como entrada de conteúdo. Essa tecnologia é bastante difundida no mercado
estudados. Contudo, o sistema de cabine proposto tem a capacidade de suportar vídeo de alta
definição através da saída HDMI no servidor de mídia. O que possibilita o sistema de áudio e
Como mencionado previamente, a interface com o usuário será feita pelos PEDs. O
ambiente de cabine através de um aplicativo para plataformas PED ou via navegador. A GUI
mídia para o sistema de áudio e vídeo da cabine pela mesma interface gráfica.
cabine estudados e propostos de acordo com as funções desejadas para o sistema. A Tabela
4.2 compara as funções e serviços entre os sistemas mencionados nesse trabalho. As funções
Tabela 4.2 - Comparativo das funções entre os sistemas de cabine estudados e propostos
Descrição Sistema Atual Sistema Proposto
Iluminação Funções de ligar/desligar e controle Funções de ligar/desligar,
de intensidade controle de intensidade e cor da
luz
Controle de Controle de temperatura da cabine Controle de temperatura da
temperatura da pelo usuário VIP, porém sem cabine pelo usuário VIP
cabine informação sobre o estado atual
Informação sobre temperatura
atual da cabine
Distribuição para Sinal analógico em baixa definição Sinal digital em alta definição
cabine de áudio e
vídeo (Broadcast)
Armazenar e Não possui essas funções Armazena arquivos no Media
compartilhar Server e possibilita
mídias de compartilhamento de conteúdo
entretenimento entre usuários
entre usuários
Reprodução de Possui CD/ DVD Player Media Server possibilita
Hard Media (DVD, conexão de diversas mídias
CD, USB e etc.) físicas como CD,DVD, HD
externos e outros equipamentos
COTS.
Integrar PEDs ao Não possui Sim, integra PEDs e possui a
sistema de áudio e função de AVOD
vídeo
GUI Simples e possui pouca Possui diversas opções de
interatividade com o passageiro personalização e grande
interatividade com o usuário
49
qual o controlador global gerencia a rede contendo os controladores locais, como apresentado
recebe informações do controlador global e/ou do PCU, e tem como objetivo executar os
comandos nos parâmetros de cabine, ou seja cada controlador local terá somente controle dos
sistema.
AR CONDICIONADO/
TEMPERATURA
PCU CONTROLADOR
LOCAL SISTEMA DE ÁGUA
E DETRITOS
CONTROLADOR CONTROLADOR
CONTROLADOR GLOBAL
LOCAL LOCAL
PERSIANAS CONTROLADOR
ELÉTRICAS ILUMINAÇÃO
LOCAL
Legenda:
Comunicação sem-fio
Comunicação por fio
controle de ambiente de cabine proposto é a tabela de estados. Ela é uma tabela com duas
rede com os outros elementos, ou seja, o controlador global envia e recebe informações de
tecnologia sem fio utilizada. A prova de conceito apresentada nesse trabalho utiliza uma
tecnologia que permite no máximo seis controladores locais devido a restrições da tecnologia
para todos os controladores locais, quando uma modificação é inserida pelo usuário através
Início
Configuração
Inicial
Enviar tabela de
Estados para
Controlador Local(N)
Esperar resposta
N=1
Tabela de NÃO
Estados
Modificada
?
N= N+1
SIM
Atualizar tabela de
Estados
Último Nó?
NÃO
SIM
armazena e envia a tabela de estados aos controladores locais com os parâmetros do CMS e
ambiente, a próxima tarefa é entrar em um loop no qual ele controla a tabela de estados. O
gerente da rede envia para o controlador local a tabela de estados, o controlador local recebe a
informação e responde com a sua tabela de estados atual. O controlador global atualiza as
comunicar com todos os controladores locais da rede, ele reinicia o loop. Esse fluxo de
estados do controlador local, ele segue instruções, de acordo com o tipo da modificação
existente na tabela de estados. As instruções serão descritas na seção 4.1.3, referente aos
controladores locais.
feita através de uma comunicação sem fio. A escolha pelo padrão e tecnologia de
parâmetros que são controlados apenas pelo controlador local responsável, enquanto os
exemplo de tabela de estados enviada para um controlador local, que é referida como nó,
53
Variável Status
Nó 1
Temperatura ambiente 25⁰C
Luz de Leitura 1
Mood Lights [RGB] [40% 20% 40%]
...... ..........
requeridas pelo sistema para cada um dos casos acima mencionados. A troca de valores nos
Início
Configuração Inicial
Esperar Tabela
De Estados
Comparar Tabela
de Estados
Atualizar Modificação
NAO
Tabela de em
Estados Parâmetros
Controlados
?
SIM
Executar comando
Ler interfaces
elétricas
Com esse exemplo em vista, o controlador local tem o privilégio de modificar os parâmetros
entre eles. Os controladores locais podem ser instalados em qualquer posição dentro da cabine
da aeronave, pois diferentemente do PCU VIP do sistema proposto, eles não tem a função de
no controlador local devem manter as interfaces elétricas presentes no CMS estudado e adotar
novas tecnologias de acordo com os requisitos dos sistemas de controle de cabine. Alguns
exemplos de interfaces elétricas mais modernas são Ethernet, potenciômetro digital, PWM,
RS-485, CAN, entre outros. A seção A.1 e C.1 descrevem mais detalhadamente algumas das
4.1.4 PCU
Ao apresentar o PCU nos capítulos anteriores, foi demonstrado a sua importância para
PEDs, pois é necessário devido a requisitos de certificação da aeronave que seja disponível ao
menos um meio de controle dos sistemas de cabine que seja componente do próprio sistema,
pois os PEDs são equipamentos externos aos sistemas de cabine e pertencem aos passageiros.
possibilita que ele seja instalado e conectado ao controlador local mais próximo. Essa
característica permite o PCU não ser conectado diretamente ao controlador central do CMS
pontos são a nova arquitetura da rede, inclusão de novos equipamentos ao sistema e aderência
entre os controladores locais facilita a instalação de sistemas de cabine nas aeronaves, pois
modificação de parâmetros da cabine. Ambas as funções eram exercidas pelo PCU VIP. Ao
separar essas aplicações, o CMS pode modificar a interface visual com o usuário, sem a
passageiro mudam constantemente, como exemplo as novas tecnologias para telas e GUI
anteriormente, a automação residencial e a Internet das Coisas são temas discutidos como
57
grandes inovações para o futuro e os PEDs tem papel essencial dentro dessas tendências. É
vídeo da aeronave e para os PEDs. O passageiro através do seu dispositivo móvel seleciona a
equipamento.
tecnologia DLNA. O padrão DLNA é utilizado para troca de conteúdo de áudio e vídeo entre
função AVOD para os usuários, ou seja, cada usuário poderá escolher a sua própria fonte de
mídia independentemente dos outros usuários. A escolha do conteúdo pelo passageiro é feita
proposto neste estudo. Com o intuito de viabilizar a aplicação do padrão DLNA foi utilizado o
COTS ou via software. Fornecedores de jogos, programas de Moving Map, entre outras
funções, vendem softwares que são instalados no servidor de mídia e disponibilizam novas
sistema de cabine proposto para demonstrar a aplicação prática dos conceitos e funções
apresentadas no capítulo 4.
do protótipo funcional foi baseada nos objetivos desse estudo: diminuir custo, peso e volume
Além dos equipamentos relacionados acima, existem outros componentes essenciais para o
funcionamento do protótipo. Eles são descritos dentro dos anexos dos equipamentos na qual
O sistema de áudio e vídeo conectado não será descrito nesse estudo, pois é
representado por qualquer sistema eletrônico que reproduza imagens e som e possua entrada
controlador global se comunica com diversos controladores locais. A Figura 4.3 exemplifica
com o sistema de controle de cabine para executar as ações requeridas pelo passageiro. O
sistema de iluminação tem as funções de luz de cabine representadas pelo led RGB, chamados
de Wash Lights e a luz de leitura pelo led vermelho, denominada Reading Light. O sistema de
comunicação serial com o computador representa o envio serial de dados do controlador local
modificar a cor da luz de cabine na página web do sistema, ele altera um parâmetro da cabine
PWM. Então, os valores configurados mudam a cor do led RGB, que simula as luzes de
cabine.
64
6 Conclusões
moderno, leves e com menor consumo de energia nas aeronaves executivas de pequeno
porte. O sistema de cabine proposto possui diversas funções novas e tem capacidade de
defasadas das tendências do mercado de consumo atuais como integração com PEDs,
A integração com PEDs é uma das maiores vantagens do sistema de cabine proposto no
tablet ou computador. O que antes era feito por equipamentos instalados na cabine do avião
mercado de consumo.
estudo apresenta protótipo na qual é utilizado HTML para apresentação dos parâmetros
que seja somente executável em determinada plataforma como Android, iOS, entre outros.
A comunicação sem fio entre o controlador global e local foi comprovada através
cada controlador local ser instalado próximo aos sistemas e periféricos por ele gerenciado.
A tecnologia selecionada, chip nRF24L01, para a transmissão sem fio atendeu os requisitos
os controladores.
executando funções como leitura de temperatura e controle dos leds. Como plataforma de
técnica do estudo, existem diversos pacotes e problemas a serem endereçados para torna-lo
um sistema aeronáutico.
cabine proposto e o protótipo apresentado neste estudo, alguns tópicos foram levantados:
padrão Miracast;
distintos;
passageiros;
o passageiro;
aeronáuticas. Assim os sistemas de cabine propostos deveriam passar por rigorosos testes de
7 Bibliografia
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22. XBMC FOUNDATION. Sobre a XBMC Foundation. Site da XBMC Foundation, 2014.
Disponivel em: <http://xbmc.org/>. Acesso em: 30 Janeiro 2014.
23. CAUÃ, P. Site do Projeto Cauã. Organização Projeto Cauã. Disponivel em:
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26. FORUM, U. UPnP/AV Device Capability Database: Media Server. UPnP Device
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27. DLNA. Site do grupo DLNA, 2014. Disponivel em: <http://www.dlna.org>. Acesso em:
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29. THE PHP GROUP. PHP: Hypertext Preprocessor. Site do PHP Group, 2014. Disponivel
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32. ARDUINO.CC. Arduino Board Uno. Site da Arduino.cc, 14 Maio 2014. Disponivel em:
<http://arduino.cc/en/Main/arduinoBoardUno>.
33. MARGOLIS, M. Arduino Cookbook. Primeira. ed. Sebastopol, CA, EUA: O’Reilly
Media, Inc., 2011.
sistemas de cabine propostos nesse trabalho, como se apresenta na Figura 4.1. Apesar de
Além disso, o mesmo equipamento para ambos os componentes do sistema atende um dos
aeronave.
O Raspberry Pi© Modelo B [9] foi selecionado como equipamento a ser utilizado como
o Servidor de mídia e Controlador Global. Algumas das razões para a escolha foram o fato de
Broadcom BCM2835 como SoC e 512 MB de RAM (Modelo B). O circuito integrado
ele possui o mesmo processador de um smartphone Iphone 3G e seu GPU é capaz de executar
mídia em resolução 1080p [9]. O computador foi criado pelo Raspberry Pi Foundation, um
objetivo de promover ciência da computação para crianças [10]. Entretanto, logo que foi
tendências como a Internet das Coisas [11]. A Figura A.1 e Figura A.2 mostram o Raspberry
A alimentação é realizada atráves da entrada micro USB ou pelos pinos especificos do GPIO.
aproximadamente 40 g. O que o torna uma opção de baixo volume e peso para ser instalado
na aeronave.
A memória não volátil do Raspberry Pi é externa, ou seja ele não possui embutido um
disco rígido ou memória de estado sólido na sua placa. O computador utiliza um cartão de
sistemas operacionais de acordo com as aplicações desejadas. Algumas versões são mais
contudo algumas versões são mais parecidas com distribuições Linux tradicionais, o que
as mais diferentes utilizações como ser uma plataforma para ensino de progamação, ou como
exemplo utilizar em balões para tirar fotos a uma altura de 30 mil kilometros [12]
A Figura A.2 apresenta a localização dos componentes, as entradas e saídas do Raspberry Pi.
73
GPIO
Sistema Operacional
Servidor Web
acima e demonstram o modo que se tornou viável aplicar os conceitos dos sistemas de cabine
A.1 GPIO
constituído por 26 pinos, marcados de P1 a P26, configurados via software de acordo com a
GPIO, a configuração padrão dispõe 8 pinos de próposito geral que são configurados como
pinos de leitura ou escrita digital, PWM, aterramento, 5 V DC ou 3,3 V DC. Os outros pinos
provem acesso a protocolos como SPI, I²C e UART [14]. O processador BCM2835 possui
outros protocolos nativos [9] que podem ser habilitados através de comandos no sistema
operacional, porém não é objetivo do estudo utilizar tais configurações.A Figura A.3
proposto. Ou seja, ele também pode se conectar ao sistemas de controle de ambiente de cabine
A seção A.1.1 descreve com mais detalhes os pinos de propósito geral, enquanto a
seção A.1.2 detalha o protocolo SPI. Os demais protocolos presentes no Raspberry Pi são
são aplicados na conexão com equipamentos que se comunicam através de variação de tensão
entre 0 e 5 V DC. As aplicações gerais mais comuns dos pinos de GPIO são alimentação e
O sistema de cabine proposto utilizou 7 pinos do GPIO do Raspberry Pi, sendo que 3
foram configurados como entrada e saída de propósito geral. Os pinos P1, P6 e P22 foram
A.1.2 SPI
full duplex criado pela Motorola [14]. Ele trabalha no modelo Mestre/Escravo e é aplicado
a configuração do pino de serial clock do protocolo, ela pode alcançar até 10 Mbps e o
Basicamente o barramento SPI utiliza 4 pinos de interface, devido ao seu modo full
Os pinos MISO e MOSI são responsaveis pela troca de informação entre o mestre e os
escravo ativo no barramento é feita pelo pino SS. A Figura A.4 demonstra um exemplo de
frequência do clock, se a ordem do dados terá primeiro bit LSB ou MSB e ativação da
registrador SPSR.
SPDR. Ele funciona baseado na troca entre informação armazenada nos registradores nos
componentes do barramento SPI. Esse tipo de registrador é conhecido como Shift Register
do barramento SPI.
Os protocolos I²C e UART não são utilizados no protótipo funcional, porém podem
ser utilizados para implementar novas aplicações ou equipamentos aos sistemas de cabine
propostos. Por exemplo, a comunicação via UART, em conjunto com o padrão RS-232 de
gerenciamento do equipamento.
comunicação, SDA (Serial Data) e SCL (Serial Clock), criado pela Phillips [17] e é utilizado
para comunicação dentro da placa de circuito impresso, assim como o SPI. Ao contrário do
barramento SPI, ele não possui pino de seleção de escravo, pois todos os componentes podem
tentar controlar o barramento e cada elemento possui endereço único. O barramento de 2 fios
seriais para comunicação entre computadores e periféricos [19]. Ele transforma dados (bytes)
em fluxo paralelo em um fluxo em série (bits). Diferentemente dos padrões I²C e SPI de
barramento ele não utiliza um canal para sincronização e é uma comunicação ponto-a-ponto.
como RS-232 e RS-485. Isso permite que o controlador global, na arquitetura do sistema de
usa dois sistemas operacionais distintos para cobrir as funções e aplicações propostas de
instalado a distribuição Raspbian. Parte dos estudos futuros do sistema de cabine apresentado
sistemas operacionais.
80
A.2.1 Raspbmc
Debian que adapta o programa XBMC para o Raspberry Pi [22]. O software XBMC é um
tocador de mídia e servidor de mídia de código aberto que possibilita conectar diversos
Raspberry Pi como servidor de mídia é comum entre os usuários do computador devido a seu
uso do Raspbmc, ele foi idealizado por John Maddog, um dos criadores do Linux, visando
Android e iOS, além de uma GUI via web browser. O passageiro pode selecionar a mídia que
deseja no seu PED, controlar a reprodução do conteúdo e navegar pela biblioteca disponível
O capítulo A.2.3 apresenta como uma das novas funções do sistema de IFE proposto,
essa função, o programa XBMC visualiza o conteúdo armazenado nos dispositivos eletrônicos
plugar dispositivos às entradas USB presentes no Raspberry Pi, como descrito no capítulo
A.3. O programa XBMC disponibiliza também outras diversas formas de adicionar conteúdo
81
à biblioteca do sistema de entretenimento, entretanto ela não tem aplicação prática para o
proposto.
A.2.2 UPnP
PEDs, entre outras. Ela é aplicável tanto para ambientes domésticos e industriais.
O UPnP possui diversas vantagens que estão alinhadas com os objetivos do estudo
Raspberry Pi e PEDs;
relacionado à entretenimento, é o mais utilizado dentro do fórum UPnP. Foi criada uma
distintos. Ela difere do típico modelo de funcionamento da tecnologia UPnP pois visa
mídia selecionada.
O servidor de mídia possui as mesmas aplicações descritas no ítem 2.1.2.1. Ele contém
equipamento.
Point. Ele disponibiliza uma interface visual na qual o usuário navega pela biblioteca do
servidor de mídia e seleciona o conteúdo que deseja desfrutar, como também qual
visual com o usuário para o mesmo navegar na biblioteca disponível. Outro exemplo são
controle. O usuário tem a opção de procurar conteúdo em servidores de mídia que estejam
equipamento.
áudio e vídeo e disponibiliza GUI ao usuário. Existem diversos outros programas que
à designação da sua entidade, pois pode desempenhar o papel de control point e/ou
arquivos entre eles. Contudo, não existe comprovação que o conteúdo é possível de ser
reproduzido no outro dispositivo. A situação pode ocorrer caso exista incompatibilidade entre
o conjunto de protocolos não prevê transferência de arquivos que possuam controle de acesso
entre companhias chamada DLNA. A aliança DLNA será descrita no próximo capítulo.
A.2.3 DLNA
A tecnologia DLNA foi criada para conectar dispositivos de produzidos por diferentes
mídia disponível para o mercado de consumo: UPnP. Ela foi descrita na seção anterior.
inclui em suas diretivas a camada física, protocolos de rede, formatos de mídia, protocolos de
Fonte: DLNA.org
O objetivo do estudo não abrange especificar todas as camadas de serviços da aliança
DLNA. Entretanto, alguns pontos importantes devem ser mencionados e serão apresentados
nas próximas seções para elucidar a razão de ser a tecnologia mais difundida no mercado de
O primeiro ponto a ser abordado é a proteção de conteúdo, uma das inovações mais
importantes apresentadas nas diretivas da aliança DLNA. Para explicar a relevância dessa
aplicação, é necessário entender a sua necessidade. Durante os anos finais da década 90,
diversas companhias criaram o termo DRM, Digital Right Management, definindo uma classe
de tecnologias que assegurassem os direitos autorais de conteúdo digital após a sua venda. O
novo termo foi endossado legalmente pela DMCA, Digital Millenium Right Act, aprovado no
87
congresso americano, na qual torna crime qualquer mecanismo com intenção de burlar
medidas de proteção aos direitos autorais [29]. A aliança DLNA permitiu que as empresas de
equipamentos certificados.
áudio e vídeo, contra cópia, interceptação ou modificação não autorizada durante uma
transmissão digital [17]. Ele simplifica o objetivo de proteger o conteúdo, pois substitui
seja reproduzido tem como diferencial do fórum UPnP. O objetivo é alcançado através da
transferência.
domésticos e PEDs. Os formatos de mídia são separados em padrão e opcional com o intuito
Tabela A.2 apresentam os formatos de mídia padrões e opcionais para dispositivos domésticos
e portáteis.
Pode se observar que existem diferenças em alguns formatos de mídia padrões entre os
dispositivos domésticos e portáteis. Alguns tipos de arquivo de áudio e vídeo são opcionais
para uma classe de dispositivos, ou padrões para a outra classe. A razão é a diferença de
capacidade de processamento menor, o que pode restringir alguns formatos de mídia de serem
A aliança DLNA foi criada com o objetivo de agregar funções adicionais ao padrão de
dispositivos foi mantida. Aos equipamentos certificados pela aliança DLNA são atribuídos os
A.2.4 Raspbian
O Raspbian é uma adaptação não oficial da distribuição Debian para Linux para o
permite acesso aos GPIO, modificar parâmetros do sistema e instalar programas. Essas
características do sistema operacional o tornam uma das opções para viabilizar o Raspberry Pi
apresentado na Figura 4.2. Pode ser observado na figura que controlador global um bloco
representando a aplicação de servidor web no controlador global. Ela é essencial para prover
90
as aplicações apresentadas do sistema de cabine proposto. O servidor web tem como objetivo
principal hospedar a página web dinâmica de acesso do usuário aos parâmetros do sistema de
controle de ambiente da cabine. A próxima seção descreve como foi montando o ambiente do
cabine e o passageiro é uma página web dinâmica acessada via navegador. O servidor web é
proposto é descrito na seção 4.1. O servidor web precisa de um ambiente preparado para
processar as requisições feitas pelos usuários. Existem diversos métodos para se montar um
ambiente para um servidor de páginas dinâmicas, o mais popular, software livre e selecionado
programas e linguagem de programação utilizados como solução para gerar páginas web
páginas web.
LAMP.
91
O servidor web Apache é responsável por atender aos pedidos de acesso a páginas
web feitos pelo usuário em seu respectivo navegador. Ao receber a requisição o servidor web
usadas por página web. Ele possui um grande nível de confidencialidade das informações e
dispõe diversas funções para gerenciamento de banco de dados. Para o protótipo do sistema
de cabine proposto, ele armazena os dados dos usuários registrados e inclui novos usuários ao
banco de dados de usuários. Além disso, ele gerencia os níveis de privilégios entre os
92
normal, o que influi nas funções que ele pode executar dentro do sistema de cabine proposto.
dados MySQL. A informação contida na tabela de estados precisa ser acessada e modificada
diversas vezes durante o funcionamento do sistema pela página web e também pelo
equipamento responsável pela comunicação sem fio entre controlardores. Utilizar um banco
de dados impactaria em demora na leitura e escrita das informações. Para armazenar e trocar
informações dentro do controlador global foi utilizado um arquivo tipo CSV (comma-
separated values). Ele é um arquivo na quais os valores são separados por vírgulas para
análise sintática por linguagens de programação. Os tempos de leitura e escritas são menores e
As páginas web possuem duas partes: o lado cliente, chamado front end, e o lado
servidor, conhecido como back end [2]. O lado servidor é a comunicação do navegador com o
servidor para gerar a página requerida e executar funções de acordo com a interação com o
usuário. As funções executadas pelo servidor web são conhecidas como scripts. Eles são
roteiros de ações que o servidor deve executar quando a página web é gerada ou algum
comando é selecionado pelo usuário. O servidor web é capaz de interpretar os scripts escritos
nesse estudo utilizou PHP como linguagem de programação para o lado servidor devido ao
front end apresenta a interface do usuário com o servidor web. O navegador interpreta os
scripts enviados pelo servidor web e monta a visualização gráfica da página web. A
programação interpretativa, então cada linha de código do script é lida seguidamente, sem a
necessidade de compilação.
do pinos de proposito geral (GPIO). Eles podem ser classificados como I/O de áudio, vídeo,
dados e redes.
A saída de áudio e vídeo do RPi pode ser analógica ou digital. A saída analógica de
áudio é o conector de 3,5 mm, quanto o vídeo é disponibilizado pela saída auxiliar de Vídeo
Componente. A saída HDMI provê áudio e vídeo digital. A escolha entre o tipo de saída de
entretenimento proposto.
de cabine proposto possui 2 entradas USB. Elas podem ser utilizadas para se conectar
unidades externas e adicionar periféricos ao Raspberry Pi. As unidades externas podem ser
unidades de disco rígido e leitores de disco óptico. Ao conectar uma unidade de disco rígido
entretenimento de bordo proposto. O leitor de disco óptico pode ser conectado à entrada USB
sistema de cabine proposto. Um dos equipamentos essenciais é o Wifi Dongle. Ele é tem o
papel de antena para conexões IEEE802.11 do Raspberry Pi, pois o equipamento não possui
placa de rede e antena para conexões sem fio. No protótipo do sistema de cabine proposto foi
utilizado o equipamento Edimax 7811un. Ele suporta conexões 802.11 b, g e n. Através desse
94
equipamento é possível conectar o equipamento à uma rede sem fio e permitir acesso de PEDs
cabine proposto, houve a necessidade de escolha de uma tecnologia a ser utilizada para a
(IEEE 802.11). As três últimas tecnologias são certificadas pelo órgão IEEE.
transferência, pois somente são enviadas informações presentes na tabela de dados, que
representam poucos bytes. O alcance deve ser suficiente para cobrir uma área de 10 metros,
pois aviões executivos de pequeno porte possuem cabines de passageiros pequenas e não se
necessita transmitir dados por grandes distâncias dentro da aeronave. A abordagem proposta
nesse estudo é um sistema com o baixo valor de aquisição e consumo de energia da aeronave.
pois não impactaria diretamente em outros equipamentos da aeronave que emitem sinais de
rádio.
A Tabela B.1 apresenta um comparativo entre algumas das tecnologias sem fio
envolvidas para transferência de dados para uma rede local de pequena área de cobertura.
nRF24L01 possuem a mesma frequência de operação e estão contidos na banda ISM, porém
menor preço e consumo de energia que os competidores. Apesar de ter menor alcance, ele está
de acordo com as exigências do sistema de cabine proposto para aviões da categoria Light
Jets. Portanto, devido a maior aderência aos requisitos do sistema de cabine proposto em
relação às outras tecnologias, foi selecionado o chip nRF24L01 para a transmissão de dados
O nRF24L01 foi desenvolvido pela Nordic Semiconducters para comunicação sem fio
operando na frequência de 2,4 a 2,4835 GHz. Ele se comunica com componentes externos
através do protocolo SPI, possui modulação GFSK para transmissão de dados, tem taxas de
saída do transmissor é configurável nos níveis -18, -12, -6 ou 0 dBm. Cada transceiver pode
se comunicar com até no máximo seis equipamentos. Ademais, o nRF24L01 possui 127
[30].
blocos.
97
próximos capítulos.
98
dados sem fio. A escrita dos parâmetros nos registradores é feita via SPI pelo
A potência de saída do transmissor possuem 4 opções, -18 à 0 dBm, e é configura por 2 bits
no campo RF_DR.
canal é configurado através de 6 bits, o que possibilita a seleção de 126 canais. Apesar de ser
desenvolvido para trabalhar na banda ISM, o nRF24L01 pode ser configurado para transmitir
em frequências alocados fora do espectro da banda, no caso acima do canal 85, o que poder
entrega de pacote, conhecido como ACK e utilizado em protocolos de transporte como TCP
[31]. O serviço permite que o transceiver reconheça se o pacote enviado foi devidamente
transmissor não receba ACK, ele persiste no envio da informação para o receptor. O
registrador EN_AA contém os campos que permitem a função ACK para cada um dos seis
canais de comunicação disponíveis, os canais são conhecidos como pipes, para o nRF24L01.
SETUP_RETR.
local. Ao permitir um pipe para transmissão ele é configurado pelo seu respectivo registrador
TX_ADDR.
mínimo de energia e fica no aguardo de comandos para mudar o estado para o modo
transmissão ou recepção.
100
SPI. Além disso, o equipamento receptor deve estar configurado no modo recepção no
momento da transmissão.
transmissor são configurados para retirar o equipamento do modo stand-by e acionar o modo
o payload no TX FIFO do chip nRF24L01 para envio da informação pelo pipe configurado no
destinatário. Caso o remetente não receba ACK no tempo de espera configurado inicialmente,
registrador STATUS para verificar se existe informação no RX_FIFO oriunda de algum dos
pipes configurados. Quando for sinalizado que existe payload disponível o equipamento é
101
barramento SPI para que o controlador possa extrair a informação recebida. Por diante, o
terminando a transmissão.
102
sistema de cabine proposto é o Arduino Uno, especificamente a versão R3. O Arduino é uma
projetos no seu ambiente. Ele possui uma IDE própria para programação e carregamento do
microcontroladores [33]. A Figura C.1 apresenta a placa Arduino Uno R3 e a Figura C.2 os
Uno que possibilitam o seu funcionamento como controlador local, os próximos capítulos são
divididos em:
Alimentação e Memória
Entradas e Saídas
Programação
O Arduino Uno possui algumas funções que não foram apresentadas nesse capítulo,
pois não são utilizadas no projeto apresentado nesse estudo como sistema de controle de
ambiente de cabine proposto. Entretanto, aplicações como a comunicação I²C, podem ser
placa. Ele possui as opções de alimentação via USB, pela entrada de 2.1mm para um
adaptador AC-DC ou pelo pino Vin da placa. O padrão USB fornece 5 V DC. O pino Vin e o
power jack aceitam uma tensão de alimentação maior de 7 a 25 V DC, porém o recomendado
é 6 a 12 V DC. Carregadores de celular antigos podem ser utilizados na entrada de 2.1 mm. O
do componente da Atmel (0,5 KB) é utilizada para o bootloader, programa que inicializa o
nele através das entradas e saídas da placa. Como descrito anteriormente, a placa baseada no
microcontrolador ATmega238 possui diversas entradas e saídas. Ao todo são 5 pinos usados
para alimentação, 14 pinos de entrada e saída digitais e 6 pinos analógicos de entrada. Todos
os pinos digitais podem ser utilizados para I/O. Todavia, alguns pinos contêm funções
3 Pinos terra;
1 Entrada USB.
de iluminação do protótipo usa 3 pinos com a função especializada PWM para simular as
luzes de cabine e outro pino digital sem configuração especial com o intuito de emular a luz
Os pinos digitais para troca de informação de modo serial é utilizada para padrões
como RS-232, que podem ser utilizados para comunicação do CMS com o sistema de
persianas elétricas, como mencionado no capítulo 2.2.1.4. Como também, os pinos seriais
projeto. Eles tipicamente são usados para a leitura do sinal de sensores conectados ao Arduino
Uno. A alta resolução de 6 bits da entrada, que possibilita a distinção entre 1024 valores,
propicia um grande nível de acurácia para comunicação com outros sistemas e componentes.
com outros equipamentos. Ela é utilizada no protótipo para simular a comunicação serial com
C.3 Programação
através do IDE disponibilizado pela Arduino.cc. O código deve ser desenvolvido em C e C++.
desenvolvedor para facilitar o uso de aplicações, por exemplo, a biblioteca para comunicação
Glossário
ACK - Acknowledge
AMS - Air Management System
AVOD -Audio and Video On Demand
BYOD -Bring Your Own Device
CAN - Controller Area Network
CMS - Cabin Management System
COTS - Commercial of the Shelf
dBm - Decibel Miliwatt
DLNA - Digital Living Network Alliance
DRM - Digital Right Management
DTCP - Digital Transmission Content Protection
GFSK - Gaussian Frequency Shift Keying
GPIO - General Purpose Input and Output
GPS - Global Positioning System
GPU - Graphics Processing Unit
HDMI - High-Definition Multimedia Interface
HTML - Hyper Text Markup Language
I²C - Inter-Integrated Circuit
IDE - Integrated Development Environment
IEEE – Institute of Electrical and Eletronics Engineers
IFE - In-Flight Entertainment
I/O - Input / Output
ISM - Industrial, Scientific and Medical
LRU - Line Replaceable Unit
LSB Least Significant Bit
Mbps - Megabits per second
MSB - Most Significant Bit
PCU - Passenger Control Unit
PED - Portable Electronic Device
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