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EQUAÇÕES EM DIFERENÇA

1. Introdução as equações em diferença

Nas equações diferenciais ordinárias a variável independente, é continua de forma que a


variável dependente pode ser observada a cada variação infinitesimal da variável
independente, essas variações são incorporadas ou descritas na equação como derivadas de
1ª, 2ª , .., nª ordem.

Quando a variável independente ao invés de contínua for discreta, isto é, seus valores
variarem discretamente, dando saltos de um ponto a outro sem passar pelos pontos

dy
intermediários, o operador diferencial não faz mais sentido, ao invés dele ( dt ) usa-se o

Δy
operador à diferença Δt .

Cada valor da variável independente é um ponto e a diferença entre um valor e o


imediatamente anterior é chamado de período. Os períodos podem ser iguais, ou não, inteiros,
ou não. No caso particular, tratado aqui, trabalha-se com o caso mais simples, onde os
períodos são iguais e inteiros, mais particularmente, trabalha-se com períodos de uma
unidade.

Como a variável independente varia discretamente a variável dependente só mudaria


teoricamente de valor, quando a independente mudar, isso não significa que a variável
dependente, deve ser discreta ou assumir valores inteiros.

A variável independente por ser inteira representa geralmente um tempo discreto


como por exemplo um ano, ou uma semana, ou um semestre, ou um mês, etc.

Modelagem: Descubra o Método Recursivo para determinar o número máximo de regiões


de um plano dividido por 100 rectas.Vamos de princípio, considerar algumas divisões que se
pode obter com 1, 2, 3,... Rectas no plano.

Assim, um quadro de relações entre o número de rectas colocadas no plano e as regiões que
surgem pode ser estabelecida, isto é:
Número de Núnero de regiões
rectas
1 2
2 4 = 2+2 Ainda 2 = 1+1
3 7 = 4+3 3 = 2+1
mais
4 11 = 7+4 4 = 3+1
notamos que
5 16 = 11+5 5 = 4+1
6 22 = 16 +6 6 = 5+1

an +1=an +n+ a
Então, podemos tencionar que { a1=2
, é uma Forma Recursiva que nos permite

encontrar o número de regiõesa n ao serem colocados no plano n rectas. a n+1dá-nos a


informação do que acontece ao colocar no plano mais uma recta uma vez sabendo que
acontece com n rectas.

Às expressões como estas de a n+1chama-se lei dinâmica ou equações de diferença ou a


diferença, uma vez que podem ser escritas da seguinte forma:

an +1−an =n+1
a n+1−a n=n=1ou ainda ( ∆ a)n=n+1.Á fórmula recursiva
{ a1=2
, é chamado de

modelo dinâmico e a expressão de a 1=2 de condições iniciais.

Contudo, à nossa fórmula recursiva para determinar o número de regiões subsequentes pela
colocação de n rectas no plano, várias inquietações podem surgir. Para evitar tudo isso, a
nossa fórmula carece de ser garantida a sua veracidade e as respectivas soluções.

Exercício: Mostre que a fórmula recursiva da tarefa 1 (procure garantir a veracidade da lei

n(n+1)
dinâmica a n+1−a n=n+1), tem como solução a n=1+ .
2

Observe que para resolver o exercício precisamos observar o comportamento de a nquando n


varia.
an +1−an =n+1
{ a1=2

a 1=2

a 2=a1 +2=2+ 2

a 3=a2 +3=2+2+3

a 4=a3+ 4=2+2+3+ 4

a 5=a 4+ 5=2+2+3+ 4+ 5

a n=an −1 +n=2+2=3=4=5=…=n

SOMA DE (n-1) TERMOS DUMA P.A

n
a n=2+ ∑ k
k=2

EQUAÇÃO EM DIFERENÇA

Definição: de uma forma geral podemos dizer que uma equação em diferença expressa uma
relação entre uma variável dependente (ou variáveis independentes) desfasada, que muda em
intervalos de tempo discreto.

ORDEM DE UMA EQUAÇÃO EM DIFERENÇA

A ordem de uma equação a difernças é determinada pelo maior número de períodos que
representam um intervalo de tempo. Por exemplo, uma equação a diferenças de primeira
ordem expressa um intervalo de tempo de um período; uma de segunda ordem, de dois
pontos. A mudança em yquando t passa at+1é chamada de primeira difernça de ye escreve-se:

∆y
=∆ y t = y t +1− y t
∆t

Onde:

Δy dy
 Δt assumi o lugar de dt .
Δx
 Como t é inteira e unitária, então, t = 1 logo, Δt = y = y t + 1 - y t ; y t é chamado a
primeira diferença de y no período t.

Supondo que E é o operador à diferença. Quando aplicado a uma função faz com que esta
avance em um período, ou seja, faz uma translação na função. É o equivalente ao operador
diferencial D, que quando aplicado a uma função transforma ela em sua primeira derivada.
 Exemplo 1: yt +1 - y t = 2 => (E - 1)yt =2
2: yt +1 - 0,9y t = 0 => (E - 0,9)yt = 0

 t + 1 é o primeiro período após o período t


 t - 1 é o período imediatamente anterior ao período t

RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES EM DIFERENÇA DA PRIMEIRA ORDEM

MÉTODO GERAL

Seja dada a equação em diferença da primeira ordem y t +1 +ay t =c ,a e c constantes.

A solução geral será a soma de dois componentes: uma solução particular y pque é qualquer
solução não – homogénea completa e outra função complementar y c , que é a solução geral da
equação reduzida y t +1 +ay t =0 .

Assim, para encontrarmos y c supomos y t =Ab tonde, substituimos em

y t +1 +ay t =0 obtemos :

t
Abt +1+ a Abt =0 ↔ Abt ( b+ a )=0e, como Abt ≠ 0→ b+ a=0 ↔ b=−a ,logo teremos y c = A (−a)
.

Para acharmos y pem y t +1 +ay t =c ,procuramos:

1. As soluções constantes, isto é, y t =k logo y t +1=k e, substituindo na nossa equação

c c
teremos: k + ak=c ↔ k ( 1+ a )=c ↔ k= ; a ≠−1.Se asim for, teremos y p=k= .
1+a 1+a
c
2. Se a=−1então y p= não é definida. Neste caso, devemos tentar uma outra solução
1+a
da equação não – homogénea. Supõe-se neste caso que y t =kt o que equivale a
y t +1=k ( t +1 )e, substituindo na equação obtemos;

c
k ( t +1 )+ akt =c ↔k ( 1+t +at )=c ↔k = .Como, pela hipótese
1+ t+at

a=−1então k =c →kt=ct donde teremos como y p=kt=ct .

Assim, a solução geral y t +1 +ay t =c será y t = y c + y p.

Exemplo:
Resolva as equações em diferenças de primeira ordem.
7
1. y t +1−5 y t =1; y 0 =
4
−1 −1
y t =k → k−5 k =1 ↔k = → y p=
4 4
Tomando a equação homogénea y t +1−5 y t =0.Se
y t =Ab t → Abt ( b−5 )=0 ↔ b−5=0 ↔ b=5 → y c = A 5t ,

Donde concluimos que y t = y c + y pteremos como solução geral

1 7 7 1
y t =A 5t − e, como y 0= temos que =A 5 0− ↔ A=2.
4 4 4 4

t 1
Portanto, a solução será y t =2.(5) − .
4

Exercício1:

Converta as seguintes equações em diferença e resolva-as.

1. ∆ y t =7
2. ∆ y t =0,2 y t
3. ∆ y t =2 y t−9

Exercício 2:

Use o método geral para resolver cada uma das equações em diferenças
seguintes:

a) y t +1 +3 y t=4 ; y 0=4
b) 2 y t +1− y t=2; y 0 =7
c) y t +1=0,2 y t +8 ; y 0 =1
MÉTODO ITERATIVO

Exemplo 1:

Achar a solução da equação: y t +1= y t + b

Vamos deduzir passo a passo:

Para t ¿0; y 1= y 0 +b

Para t ¿ 1 ; y 2= y 1+ b= y 0+ b+b= y 0 +2 b

Para t ¿2; y 3= y 2 +b= y 0 +2 b+b= y 0 +3 b

Para t¿3; y 4 = y 3 +b= y 0+ 3 b+b= y 0 +4 b

E, em geral, para qualquer período t teremos: y 1= y 0 +bt

Exemplo 2:

y t +1−by t =0

Usando o método iterativo:

Para t ¿ 0 ; y 1=by 0

2
Para t ¿ 1 ; y 2=by 1=b ( by 0 ) =b y 0

Para t ¿ 2 ; y 3=by 2=b ( b2 y 0 )=b3 y 0

Para t ¿ 3; y 4 =by 3=b ( b3 y 0 )=b4 y 0

E, em geral para qualquer período t teremos: y t =bt y 0

Exercícios 1:

Resolva usando o método iterativo

1. y t +1− y t =2 ; y 0=15
2. y t +1=o ,9 y t ; y 0 =0,3
Exercícios 2: Escreva a solução de:

1. y t +1− y t =−5 ; y 0=4


2. y t +1− y t −3=0 ; y 0=3
1
3. y t +1−10 y t =0 ; y 0=
2
4. y t +1=9 y t ; y 0=3

Exercício 3:Resolva por iteração as sguintes equações:


a) y t +1= y t +1 ; y 0=10
b) y t +1=αy t ; y 0=β
c) y t +1=αy t−β

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