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A impressão 3D ou manufatura aditiva é apenas uma pequena parte da revolução que já

está batendo à nossa porta. A indústria 4.0 vai alterar, de modo muito
significativo, todos os mercados nos próximos anos. Biotecnologia, nanotecnologia,
robótica, inteligencia artificial e sensores vão ditar as regras em um mundo
hiperconectado.

Com as impressoras 3D será possível imprimir peças de automóveis, próteses,


alimentos e até órgãos humanos. Pode parecer loucura, mas isso está muito perto de
acontecer. A indústria 4.0 vai impactar profundamente todos os mercados e é hora de
se preparar para isso. Bem-vindo à nova revolução industrial.

Imagine que você chega a uma loja de artigos esportivos e escolhe um lindo tênis
para comprar. Na hora que o vendedor vai buscar o produto no estoque, ele percebe
que não tem sua numeração disponível. Chato isso, não é? Esse problema está com os
dias contados. As impressoras 3D já imprimem em multimateriais e estão cada vez
mais rápidas e com melhores resoluções. Existem estudos avançados para impressão de
orelhas e tecidos com uso da manufatura aditiva.

A empresa OwnPhone tem caso semelhante que já é realidade nos Estados Unidos. Ela
inovou na produção e venda de fones de ouvido. Você envia uma foto da sua orelha
por meio de um aplicativo de celular, escolhe um modelo e a empresa customiza na
medida exata de suas orelhas.

A tecnologia da manufatura aditiva não é nova, as primeiras máquinas surgiram em


1998. Recentemente, a Stratasys, líder mundial em impressão industrial 3D, adquiriu
por nada menos que US$ 609 milhões a MakerBot, empresa líder em impressoras 3D
domésticas. Outra fusão ocorreu entre a gigante 3D Systems e a Robtec.

O custo da impressão 3D ainda é muito alto, o que compensa apenas para pequeno
número de tiragens. Como aconteceu com a mudança do setor gráfico, na qual a
impressão digital foi ganhando espaço frente à impressão off-set, o que se vê hoje
é que grandes volumes ainda exigem processos tradicionais na impressão em 3D. Mas
isso está mudando rapidamente.

O diretor geral da Stratasys no Brasil Paulo Farias percebe que a revolução na


indústria, chamada de 4.0, faz parte de um complexo sistema conectado via sistemas
e isso vai permitir o avanço do setor. “Cada vez mais a demanda vai ser customizada
e personalizada. As tecnologias 3D estão avançadas e será possível imprimir, muito
em breve, qualquer coisa em qualquer lugar”, completa Farias.

Segundo o representante da Stratasys, a empresa não quer apenas popularizar as


impressoras, mas também possibilitar que um usuário comum possa gerar arquivos e
fazer a impressão de objetos para os mais variados fins. A empresa está envolvida
em projetos junto às faculdades com política de inclusão do aluno em projetos que
envolvam prototipagem.
Mas nem tudo são flores
Algumas discussões éticas estão em curso no momento, fruto da entrada da nova
tecnologia no cotidiano das pessoas e a falta de uma regulamentação clara sobre os
limites de uso. Assim como ocorreu com a chegada das impressoras tradicionais e o
scaner, que podiam copiar e reproduzir livros, as impressoras 3D podem replicar
peças protegidas por direitos autorais como personagem de desenhos animados e
super-heróis. Será possível proteger esse mercado? A Liberator foi a primeira arma
3D impressa no mundo e gerou, claro, grande polêmica em 2013. As discussões nos
Estados Unidos acabaram com a proibição da impressão de armas em 3D. Mas é possível
criar limites na produção e comercialização de produtos derivados desse novo
mercado?

Certo ou errado, a indústria de manufatura aditiva está em grande ebulição. No ano


passado o setor cresceu 33% e o faturamento foi de US$ 5 bilhões. Em 2021, a
projeção é que o mercado fature algo em torno de US$ 25 bilhões. Segundo o fundador
da MakerBot, Bre Pettis, a pergunta não é quando comprar uma impressora 3D e sim,
qual escolher. Então, já escolheu a sua?

Conheça algumas marcas disponíveis no mercado brasileiro

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