Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Luísa Bia
I. Resumo
Para a realização deste trabalho laboratorial foram necessários 2 procedimentos. O primeiro permitiu--
nos construir uma curva de calibração e o segundo permitiu-nos determinar o coeficiente de partição
octanol--água.
Para que conseguíssemos, posteriormente, construir a curva de calibração, começámos por preparar
uma solução rigorosa de violeta de genciana a 15 µM, colocando num balão volumétrico de 25ml, 294µl de
uma solução de violeta de genciana a 1,28mM e enchendo o balão com água destilada até à risca. De
seguida pipetámos usando micropipetas os seguintes volumes para cuvettes.
II. Objetivo
Determinação do coeficiente de partição do violeta de genciana entre a água e o n-octanol.
III. Introdução
O violeta de genciana ou cloreto de metilrosanilida (C25H30ClN3) é um corante muito usado
histologicamente. É utilizado no processo de coloração de Gram e é um importante agente identificador de
bactérias.
A diferença de solubilidade de um soluto entre duas fases é utilizada em muitos ramos em Farmácia. A
purificação de compostos farmacêuticos e outros de elevado grau de pureza é muitas vezes efetuada por
processos de extração.
Page 2
Como o violeta de genciana absorve a 580 nm, as concentrações de equilíbrio podem ser encontradas por
espectrofotometria construindo-se a curva de calibração com concentrações conhecidas de soluto.
Determinando as concentrações aquosas antes e depois da extração com o n-octanol, encontra-se a
concentração orgânica por subtração das anteriores.
O coeficiente de partição octanol-água (Kow) do violeta de genciana pode ser determinado por extração de
uma solução aquosa de violeta de genciana com um dado volume de n-octanol. No equilíbrio tem-se:
C 25 H 30 Cl N 3 ( Aq ) ⇆C25 H 30 Cl N 3 (n−octanol)
e
[ C25 H 30 Cl N 3 ] (n−octanol)
K ow =
[ C25 H 30 Cl N 3 ] ( Aq )
Reagentes:
Violeta de genciana 15,0 µM
Violeta de genciana 1,28 mM
n-octanol
Água destilada
Métodos:
Preparação de solução com concentração rigorosa
Homogeneização de soluções
Pipetagem com micropipeta
Leitura da absorvência utilizando um espetrofotómetro
Agitação em vortex
Page 3
Centrifugação
V. Resultados
Curva de calibração
Tabela I – Dados para a elaboração da curva de calibração
Cuvette [violeta] / M A580
0 0 0
1 1,5 0,143
2 3 0,349
3 6 0,519
4 9 0,749
5 12 0,789
NOTA: A última medição foi desprezada para a elaboração do gráfico porque o valor obtido foi muito
diferente do pretendido, devido a um erro de medição, pois, apesar do valor obtido ser maior que o obtido
anteriormente, não é tão diferente do anterior como era suposto.
0.8
f(x) = 0.08 x + 0.03
0.7 R² = 0.98
0.6
0.5
A580 (nm)
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 2 4 6 8 10 12 14
Concentração (µM)
Page 4
Kow = 8,86
Cálculos para a determinação do coeficiente de partição
Page 5
VI. Discussão e Conclusões
Para a construção da curva de calibração, foram feitas 5 diluições da solução padrão em cuvettes que,
posteriormente, foram lidas a A580 e em cada uma delas colocamos maior volume de solução padrão que
na cuvette anterior. Sendo assim, cada solução presente na cuvette tinha maior concentração do que a que
tinha sido preparada anteriormente.
Teoricamente, quanto mais concentrada é a solução, maior é a absorvência da mesma. Deste modo,
lendo as cuvettes pela mesma ordem pela qual foram preparadas as diluições nelas presentes, pode prever-
se que a absorvência lida pelo espetrofotómetro aumente a cada uma das leituras feitas.
As leituras que efetuámos a A580 revelaram, realmente, um aumento da absorvência a cada uma delas.
Assim, conclui-se que as diluições feitas nas cuvettes tenham sido devidamente preparadas e que as leituras
feitas do espetrofotómetro estejam corretas.
O declive da curva de calibração que obtemos tem um valor positivo e o valor de R2 encontra-se entre
0,8 e 1 tal como esperávamos.
Na segunda parte da experiência, os valores obtidos para a concentração de violeta de genciana nas
cuvettes e para a absorvência foram também satisfatórios, pois, era previsível que o valor da concentração
na solução inicial fosse superior ao valor da concentração na fase aquosa, devido ao facto de a solução na
fase aquosa ter sofrido uma diluição pela adição de n-octanol. Sendo maior o valor da concentração, é
também maior o valor da absorvência, tal como havíamos constatado anteriormente.
Em relação aos valores obtidos para a concentração da solução de violeta de genciana na solução inicial
e na fase aquosa, era espectável que estes fossem superiores aos valores calculados para a concentração de
violeta de genciana das cuvettes na solução inicial e na fase aquosa, respetivamente, pois, as soluções das
cuvettes foram obtidas através da diluição das soluções do Erlenmeyer e do tubo de centrifuga,
respetivamente.
Tendo em conta que os valores das concentrações foram calculados corretamente, pois são realistas,
conclui-se que a concentração da fase orgânica está também correta, visto que o seu valor é calculado
através dos valores de concentração obtidos anteriormente.
Este trabalho laboratorial tinha como objetivo determinar o coeficiente de partição do violeta de
genciana entre a água e o n-octanol. Calculámos o coeficiente de partição a partir dos valores obtidos para a
concentração das soluções na fase orgânica e na fase aquosa. Estes valores, tal como constatamos
anteriormente, estão corretos, e tendo em conta que o cálculo foi feito sem erros, podemos concluir que o
valor do coeficiente de partição entre a água e o n-octanol estão corretos. Assim sendo, admite-se que o
objetivo do trabalho laboratorial foi atingido.
Page 6