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Curso de Formação Introdutória Básica

Agente de Combate às Endemias


Prefeitura de SANTA LUZIA/MG

Organizador: Stefanne Aparecida Gonçalves


Revisora: Anna Sophia Candiotto Pereira

NOME CANDIDATO(A):

MARÇO 2020

Instituto Brasileiro de Gestão e Pesquisa – IBGP


Av. do Contorno 1298 – loja 08, Bairro: Floresta, BH/MG – (31) 3213-5526
www.ibgpconcursos.com.br – www.ibgp.org.br
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INFORMAÇÕES GERAIS

A 2ª Etapa do Concurso Público para provimento de Cargos Públicos do Quadro


de Pessoal da Saúde do Município de Santa Luzia é constituída do curso de
Formação Introdutória Básica para o cargo de AGENTE DE COMBATE ÀS
ENDEMIAS (ACE), conforme previsto no Edital nº 03/2019.
A Formação Introdutória Básica para o cargo de Agente de Combate às
Endemias (ACE) faz parte do processo inicial de formação necessário para a
atuação desses profissionais com o objetivo de fortalecer a Atenção Primária em
Saúde, conforme previsto na Lei nº 13.595/2018 que estabelece a
obrigatoriedade de concluir um curso introdutório, com aproveitamento, para se
tornar um Agente.
Considerando a disseminação do COVID-19, realidade vivenciada por todo o
mundo, a formação que estava desenhada inicialmente para ser realizada
presencialmente, sofreu adequação metodologia, a fim de garantir que não haja
concentração de pessoas em um mesmo espaço para que a contaminação
advinda desse vírus fosse evitada e as recomendações do Ministério da Saúde
buscando preservar o indivíduo e a capacidade da rede pública fossem
cumpridas.
Nesse contexto, a Formação Introdutória Básica terá a duração total de 40
(quarenta) horas, realizadas em forma de estudo a distância, podendo o
candidato realizar seus estudos ao longo do período de 25/03 até o 31/03/2020.
O candidato(a) deve realizar a leitura de cada item apresentado no sumário e
em caso de dúvidas deve encaminhar um e-mail com seu questionamento para
a equipe de professores de saúde para o endereço concursos@ibgp.org.br.
Em detrimento do momento, é de suma importância que o processo de formação
seja cumprido no período pré-estabelecido para que a avaliação do
conhecimento adquirido nessa formação à distância seja medida e os
profissionais aprovados e contratados com maior brevidade possível.
Exercícios de fixação lhe serão encaminhados posteriormente, para que o
estudo realizado do material da apostila seja medido quanto ao seu processo de
aprendizado.
A Formação Introdutória Básica como etapa do Concurso do Município de Santa
Luzia tem o valor de 0(zero) a 10(dez) pontos, e serão considerados
APROVADOS aqueles candidatos que obtiverem desempenho de no mínimo
60%(sessenta por cento), ou seja, 6(seis) pontos. Os procedimentos para
realização da avaliação final, que medirá a aprendizagem de cada candidato
serão disponibilizados no site www.ibgpconcursos.com.br e em sendo
necessário enviado por e-mail para cada candidato. Para tanto recomenda-se ao
candidato que acompanhe diariamente os comunicados e as publicações
realizados no espaço do certame do Concurso do Município de Santa Luzia/MG.

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EMENTA
A Formação Introdutória Básica para o cargo de Agente de Combate às
Endemias (ACE) tem por objetivo repassar conhecimentos iniciais aos
candidatos para sua prática cotidiana por meio de assuntos que contemplem e
explorem a integração entre as equipes de saúde e a população adscrita à
unidade básica de saúde, políticas públicas de saúde, controle social,
territorialização e ações de promoção e prevenção da saúde, visando a melhoria
da qualidade de vida da população.
A Formação Introdutória Básica capacitará o(a) candidato(a) e avaliará seus
conhecimentos e suas habilidades adquiridas ao final. O conteúdo programático
da formação para o cargo de Agente de Combate às Endemias (ACE) contempla
os seguintes temas:
a) Estimular a integração do grupo;
b) Conhecer a estrutura, a metodologia e a proposta de atividades para essa
formação;
c) Reconhecer o papel do ACE;
d) Reconhecer a importância profissional do ACE;
e) Identificar na fundamentação legal o exercício profissional do ACE;
f) Compreender a importância do SUS como uma política pública,
reconhecendo a Vigilância em Saúde como uma prática social;
g) Compreender a ética e sua importância no ambiente de trabalho;
h) Reconhecer a importância das relações no trabalho em equipe;
i) Reconhecer a comunicação como ferramenta para o trabalho do ACE;
j) Compreender a importância da visita domiciliar e suas métricas;
k) Compreender a técnica da entrevista;
l) Reconhecer a territorialização como base para o trabalho do ACE;
m) Identificar, na área de moradia do ACE, aquelas que podem ser
consideradas áreas de risco;
n) Compreender sobre a adoção de medidas simples de manejo ambiental
para controle de vetores, de medidas de proteção individual e coletiva e
de outras ações de promoção de saúde para a prevenção de doenças
infecciosas, zoonoses, doenças de transmissão vetorial e agravos
causados por animais peçonhentos;
o) Reconhecer a importância do ACE como agente de promoção da saúde
e prevenção de doenças.

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SUMÁRIO

1) ACE, um agente de mudança...............................................................05


2) Ações básicas........................................................................................05
3) Ações operacionais...............................................................................06
4) Ações educativas..................................................................................06
5) Fundamentação legal do trabalho do ACE..........................................07
6) Importância da Ética no ambiente de trabalho....................................08
7) Trabalho em equipe...............................................................................09
8) Importância da Comunicação em Saúde.............................................10
9) Visita domiciliar.....................................................................................11
ARBOVIROSES................................................................................................12
DENGUE............................................................................................................12
CHIKUNGUNYA................................................................................................14
ZIKA VÍRUS.......................................................................................................15
FEBRE AMARELA............................................................................................17
LIRAa.................................................................................................................20
TERMONEBULIZAÇÃO....................................................................................21
ESPOROTRICOSE............................................................................................26
RAIVA................................................................................................................29
LEISHMANIOSE................................................................................................33
PREVENÇÃO E CONTROLE DE PEÇONHENTOS..........................................36
PREVENÇÃO E CONTROLE DE ROEDORES.................................................39
ANOTAÇÕES....................................................................................................48

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1. ACE, um agente de mudança
A principal missão do Agente de Combate às Endemias é a de ser capaz de
perceber que as questões relacionadas ao meio ambiente estão associadas às
condições determinantes e condicionantes da saúde e da qualidade de vida das
pessoas.
Ele precisa saber que o ser humano deve viver em ambiente saudável e
adequado e que tem o direito de ser informado sobre os riscos do ambiente em
relação à saúde, ao bem-estar ou à sobrevivência. Juntamente com a equipe de
saúde, é responsável pela proteção, conservação e recuperação do ambiente e
da saúde.
As ações do ACE devem estar dirigidas a esclarecer a população, orientar
técnicos, gestores e conselheiros da área da saúde para participarem de ações
de prevenção, promoção e de proteção à saúde que resultem no monitoramento
e controle dos problemas decorrentes do desequilíbrio do meio ambiente.
Essas ações buscam eliminar ou reduzir a exposição humana aos fatores
prejudiciais à saúde através do correto gerenciamento dos fatores de risco.
O ACE realiza ações complementares e compartilhadas com as equipes de
saúde da atenção primária, tendo como base o território. Entre estas ações,
destacam-se:
1.1) O planejamento e organização do trabalho em nível local;
1.2) A promoção e proteção à saúde;
1.3) O controle ambiental e de endemias/zoonoses;
1.4) A identificação de riscos e danos à saúde;
1.5) A educação para a saúde e atividades de comunicação.

2. Ações básicas
Dentre as ações básicas, estão incluídas:
2.1 Identificar fontes de dados e informações relativas à população e à
área geográfica, tendo como referência o território;
2.2 Coletar dados e informações que subsidiem as equipem da UBS no
diagnóstico de situação e condições sanitárias do território de referência;

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2.3 Desenvolver, em conjunto com a equipe, ações de planejamento e
de organização do trabalho da vigilância em saúde na atenção
primária;
2.4 Atuar no monitoramento e avaliação das ações, tendo como base o
programa de trabalho integrado da equipe de atenção primária;
2.5 Mapear e referenciar geograficamente agravos, fatores de risco e
outras informações relevantes relacionadas à saúde da população.

3. Ações operacionais
Entre as ações operacionais, destacam-se:
3.1 Orientar quanto à qualidade da água de consumo em domicílios,
escolas, unidades de saúde e demais equipamentos sociais;
3.2 Orientar medidas de manejo ambiental para o controle de vetores e
zoonoses, em conformidade com protocolos estabelecidos pelas
instâncias de âmbito nacional, estadual e municipal;
3.3 Vistoriar imóveis para identificar situações de risco ambiental e de
saúde;
3.4 Identificar agravos e situações de risco sanitário, ocupacional,
ambiental (incluindo saneamento básico e moradia) e de calamidade
e proceder aos encaminhamentos pertinentes em conformidade com
os protocolos da UBS;
3.5 Realizar ações de controle químico e/ou biológico de vetores e outros
animais nocivos à saúde, observando normas técnicas e protocolos
de segurança sanitária, ambiental e ocupacional;
3.6 Executar ações de vigilância ambiental referentes às situações de
risco identificadas, em conformidade com a legislação vigente. •
realizar busca ativa das doenças transmitidas por vetores/zoonoses;
3.7 Proceder à coleta de amostras de material biológico em animais,
conforme normalização vigente;
3.8 Identificar focos e criadouros de vetores e outros animais nocivos à
saúde;
3.9 Realizar captura, coleta, acondicionamento e transporte de animais
nocivos à saúde, desde que capacitados.

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3.10 Identificar riscos relacionados a produtos, serviços, ambientes e
aos processos de trabalho.

4. Ações educativas
Como ações educativas, pode-se citar:
4.1 Mobilizar e orientar a população para desenvolver medidas de manejo
ambiental para o controle de vetores e zoonoses;
4.2 Executar ações de educação para a saúde e mobilização social
voltadas a pessoas, grupos, escolas e demais segmentos sociais quanto
a ações de promoção da saúde, prevenção e controle de doenças, riscos
e agravos à saúde;
4.3 Orientar a população quanto à posse responsável de animais
domésticos.

5. Fundamentação legal do trabalho do ACE


Durante muito tempo, as ações de controle de endemias foram centralizadas na
esfera federal, que era responsável pelos chamados Agentes de Saúde Pública.
Em 1999, de acordo com o estabelecido pelo SUS, as ações de vigilância
passaram a ser descentralizadas e hoje o município é o responsável por elas.
Nesta descentralização, coube à Fundação Nacional de Saúde (Funasa)
capacitar e ceder aos estados e municípios seus 26 mil agentes, conhecidos
como guardas sanitários, supervisores, guardas de endemias ou mata
mosquitos.
O trabalho dos agentes se caracterizava pela atuação quase que exclusiva em
uma doença específica: havia os guardas da malária, os guardas da dengue, os
guardas da esquistossomose e assim por diante. Esses profissionais conheciam
bem uma ou duas doenças, e sua formação era basicamente instrumental, ou
seja, dissociada de conteúdos de formação mais ampla. Estava restrita ao
conteúdo técnico para o controle de determinada doença através de
treinamentos de curta duração.
Foi nesse processo de transformação que se verificou a precarização do trabalho
dos agentes, que passaram a trabalhar com contratos temporários e sem um
piso salarial, situação que perdura até hoje em muitos municípios do país.

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Só em 2006, com a publicação da Lei nº 11.350, que descreve e regulamenta o
trabalho dos ACE e ACS, houve uma alteração nesta situação. Nela fica definido
que o trabalho dos agentes deve se dar exclusivamente no âmbito do SUS e que
a contratação temporária ou terceirizada não é permitida – a não ser em casos
de surtos endêmicos, no qual a contratação deve ocorrer por meio de seleção
pública.
A lei diz ainda que um dos requisitos para o exercício da atividade do ACE é ter
concluído um curso introdutório de formação inicial e continuada. Assim, os
profissionais estarão preparados para o exercício de suas competências
regionais e locais e poderão fortalecer sua identidade profissional.
O controle de endemias foi descentralizado para os municípios, adotando-se a
prevenção e a estratégia de Controle Integrado da Doença, com prioridade no
cuidado ao indivíduo com diagnóstico precoce e preciso, além de tratamento
imediato e adequado. Nos municípios é indispensável o trabalho integrado dos
agentes de endemias e agentes comunitários de saúde, tendo como referência
as unidades básicas de saúde e o Programa Saúde da Família, Vigilância
Epidemiológica, Centro de Controle de Vetores, Unidades de Pronto
Atendimento e outros parceiros
Em 2011, como decorrência desse processo de responsabilização do município
pelas ações da vigilância, em vez de 26 mil, havia 85 mil trabalhadores atuando
nas diversas áreas da vigilância em saúde.
As atividades do ACE foram regulamentadas por leis, decretos e portarias do
Ministério da Saúde. Dois documentos são de grande importância para o seu
trabalho: a Lei nº 11.350/2006 alterada pela Lei nº 13.595/2018 e a Portaria nº
1.007 de 2010, alterada pela Portaria nº 1.635/2012.
Em especial a Lei nº 13.595/2018, que regulamenta e descreve o trabalho dos
Agentes de Combate às Endemias, significou um marco no processo de
reconhecimento da importância desse profissional para a saúde pública.
Leia, então, os artigos da Lei nº 13.595/2018 e destaque o que você achou mais
importante. Quer uma dica? Procure os trechos que falam sobre o exercício de
atividades do ACE e os requisitos para ser um ACE.
Em seguida, leia as Portarias nº 1.007/2010 e a nº 1.635/2012 e novamente
destaque os pontos importantes. Foque na incorporação do ACE nas ESF.

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6. Importância da Ética no ambiente de trabalho
A ética estuda o comportamento moral do homem na sociedade. Este
comportamento, por sua vez, é baseado em valores incorporados pelo indivíduo
enquanto ser social. A ética estuda os atos conscientes e voluntários de
indivíduos que afetam outras pessoas, grupos sociais, ou a sociedade em seu
conjunto. Um comportamento só terá conotação moral se for consciente e
voluntário e ocorrer no convívio social. Nesse sentido, as necessidades humanas
básicas são as mesmas em todas as culturas, em qualquer época, o que muda
é a forma ou os meios utilizados para sua satisfação.
O dever de manter o segredo das informações é obrigação ética dos
profissionais de saúde. Para isso, devem ser criadas condições nas unidades,
para que se mantenham sob sigilo os dados relativos à intimidade do usuário
e das famílias. Isso deve ser aplicado igualmente quando se trata da própria
família. Um usuário pode não desejar que alguns fatos ou dados de sua
privacidade sejam revelados a outros membros da família.
É oportuno lembrar que são necessários cuidados no momento da obtenção das
informações. Pois elas, muitas vezes, são colhidas nos domicílios, que podem
não ter um espaço reservado à conversa entre o membro da equipe que realiza
a visita e o usuário. Assim, cabem cuidados, como por exemplo: Procurar manter
um tom baixo de voz ou até mesmo propor a ida do usuário à unidade de saúde.
Com as pessoas idosas, os cuidados devem ser redobrados, pois, algumas
vezes, por suas dificuldades auditivas, é necessário falar em um tom de voz mais
alto do que o habitual, o que naturalmente pode expor sua privacidade.
O ACE possui uma situação singular na equipe de saúde da família, pois reside
na área de adscrição da unidade. Isso faz com que viva o cotidiano da
comunidade com maior intensidade que os outros integrantes da equipe. Ao
exercer a função de elo entre a equipe e a comunidade, deve ter muito cuidado
para discernir quais informações devem ser repassadas para os outros membros
da equipe, de forma a gerar benefícios para a comunidade e orientar o trabalho.

7. Trabalho em equipe
Pensar em equipes de saúde é pensar no trabalho e nas relações, pois as
equipes se formam nas relações dos processos de trabalho. Determinação,

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iniciativa, acomodação ou desânimo não são atributos individuais, mas o
resultado das relações que se estabelecem no trabalho das equipes. As relações
da equipe podem ser tensas e conflituosas e ninguém gosta de conflitos, pois
aprendemos que eles são ruins. No entanto, eles evidenciam diferenças que
devem ser explicitadas e trabalhadas, pois trazem a possibilidade da mudança.
A potência da equipe está justamente no crescimento coletivo. As possibilidades
de expressar diferenças de opiniões, sentimentos e ideias são processos de
democratização das instituições.
Comprometendo-se com as tarefas visíveis e as invisíveis.

E qual a tarefa invisível colocada para a equipe?


A tarefa considerada invisível tem a ver com os afetos e os vínculos que se
estabelecem entre os membros da equipe. Cada pessoa, ao integrar uma
equipe, traz consigo suas experiências pessoais e de trabalhos já
realizados individualmente ou em outras equipes. Cada um tem seu jeito próprio
de fazer as coisas e no trabalho em equipe somos levados a encontrar outras
pessoas para que possamos trabalhar.

8. Importância da Comunicação em Saúde


A comunicação está profundamente inserida na atuação da Vigilância em Saúde.
A ação do ACE é um trabalho comunicativo e de educação. Na verdade, é
impossível falar em educação sem levar em conta a comunicação e vice-versa.
Cabe perguntar:

Qual tipo de comunicação o ACE está exercendo?


Qual tipo de comunicação o ACE deve exercer em seu trabalho?

De acordo com o dicionário, comunicar significa o ato ou efeito de emitir,


transmitir e receber mensagens por meio de métodos e/ou processos
convencionados, quer através da linguagem falada ou escrita, por meio de outros
sinais, signos ou símbolos ou através de aparelhamento técnico especializado,
sonoro e visual (Dicionário Eletrônico Aurélio – Século XXI).

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Podemos então dizer que comunicar é: A capacidade de trocar ou discutir ideias,
de dialogar, de conversar, com vistas ao bom entendimento entre as pessoas;
convivência, trato, convívio.
Nas suas ações, o ACE está sempre comunicando algo, mesmo que não seja
intencionalmente. Suas práticas na comunidade estão de alguma forma
passando uma mensagem.
Além disso, a comunicação é uma via de mão dupla, ou seja, todos os envolvidos
numa situação de interlocução emitem signos. Enquanto ouve, uma pessoa
mostra suas reações: sorri, franze a testa, se mexe, muda sua postura corporal...
todos entendem esses sinais. A comunicação é um jogo dinâmico, simultâneo e
rico, mesmo que se trate de uma conversa entre duas pessoas.
Pode-se imaginar, então, como é complexa a relação de comunicação entre o
profissional de saúde e a comunidade onde ele trabalha. Sua abordagem, sua
vestimenta, o veículo que o trouxe, seus contatos locais, suas atividades
anteriores na comunidade trazem inúmeras informações que interferem naquilo
que ele intencionalmente pretende comunicar.
O escutar ativamente permite às pessoas saberem que estão sendo escutadas
e entendidas. Quando elas sentem que estão sendo ouvidas, expressam-se de
forma mais completa. Ademais, a pessoa que escuta ativamente obtém
informações úteis sobre a pessoa que está falando. Para escutar ativamente é
necessário: focalizar, aceitar, refletir e estimular.

9. Visita domiciliar
A visita domiciliar é uma das atividades mais importantes do agente, devendo
ser feita sempre porque faz parte da sua rotina de trabalho. É através dela que
é possível:

9.1 Identificar as pessoas que estão bem de saúde e as que não estão;
9.2 Mobilizar as pessoas em relação à prevenção e ao controle de doenças e
agravos à saúde;
9.3 Identificar casos suspeitos dos agravos e doenças à saúde;
9.4 Realizar cadastramento e atualização da base de imóveis para planejamento
e definição de estratégias de prevenção e controle de doenças;

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9.5 Realizar identificação e cadastramento de situações que interfiram no curso
das doenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada
principalmente aos fatores ambientais;
9.6 Mobilizar as pessoas para desenvolver medidas simples de manejo
ambiental e outras formas de intervenção no ambiente para o controle de
vetores;
9.7 Ensinar às pessoas medidas simples de prevenção e orientá-las.
Depois de fazer a visita, verifique se os objetivos foram alcançados, analisando
o que deu certo ou não para corrigir as possíveis falhas. Isso é importante para
planejar as próximas visitas.
Em 2006 foi publicada a Lei 11.350, que descreve e regulamenta o trabalho do
ACE. O texto diz que o esse agente tem como atribuição o exercício de
atividades de vigilância, prevenção e controle de doenças e promoção da saúde,
desenvolvidas em conformidade com as diretrizes do SUS.
Talvez, a mais importante das habilidades consista em ser sensível, ou seja, ser
capaz de compreender o momento certo e a maneira adequada de aproximar-
se e estabelecer uma relação de confiança. A partir disso é construído o vínculo
necessário ao desenvolvimento das ações educativas, preventivas e de
recuperação da saúde. Em 2018 essa legislação vem a ser alterada pela Lei
13.595.

ARBOVIROSES

Arboviroses são as doenças causadas pelos chamados arbovírus. A


classificação "arbovírus" engloba todos aqueles transmitidos por artrópodes, ou
seja, insetos e aracnídeos. As doenças mais conhecidas e que iremos discorrer
ao longo do nosso treinamento incluem quatro tipos:

 Dengue

 Zika vírus

 Chikungunya

 Febre Amarela

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DENGUE

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e


atualmente um dos principais problemas enfrentados pela saúde pública em
diferentes regiões do Brasil.

Existem quatro sorotipos diferentes de vírus do dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3


e DEN-4. Sendo que a segunda infecção por um sorotipo diferente pode
aumentar ou não a gravidade da doença.

DEFINIÇÃO DE CASO

Caso Suspeito

 Indivíduo que resida em área onde se registram casos de dengue, ou que


tenha viajado nos últimos 14 dias para área com ocorrência de
transmissão de dengue (ou presença de Aedes aegypti). Deve apresentar
febre, usualmente entre 2 e 7 dias, e duas ou mais das seguintes
manifestações:

 Náuseas e/ou vômitos; exantema; mialgia e/ou artralgia; cefaleia com dor
retro-orbital; petequias; prova do laço positiva; leucopenia.

 Também pode ser considerado caso suspeito toda criança proveniente de


(ou residente em) área com transmissão de dengue, com quadro febril
agudo, usualmente entre 2 e 7 dias, e sem foco de infecção aparente.

SINTOMAS

A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou grave, levando à pessoa
ao óbito. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39°C
a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de
dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás
dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são
comuns. Na fase febril inicial da doença pode ser difícil diferenciá-la. A forma
grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes,
sangramento de mucosas, entre outros sintomas.

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IMPORTANTE! Ao apresentar os sintomas, a pessoa deve procurar um
serviço de saúde para avaliação médica.

TRATAMENTO

Não existe tratamento específico para dengue. O tratamento é feito para aliviar
os sintomas. É contraindicado o uso de Ácido Acetilsalicílico (AAS); quando
aparecer os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde mais próximo,
fazer repouso e ingerir bastante líquido; importante não tomar medicamentos por
conta própria;

VACINA

Apesar da ANVISA ter autorizado o uso da Dengvaxia® no Brasil (registro em


dezembro de 2015), em 2016, o Comitê Técnico Assessor de Imunizações
(CTAI) recomendou a não introdução no Calendário Nacional de Vacinação, uma
vez que os resultados dos estudos clínicos dessa vacina evidenciaram a
existência de limitações que foram descritas no parecer elaborado por esse
comitê, especialmente, quando se analisou a sua utilização para fins de Saúde
Pública; Portanto, neste momento, não há nenhuma recomendação de
introdução da Dengvaxia® nos serviços de vacinação do SUS;

PREVENÇÃO

A única forma de prevenção é o controle populacional do vetor Aedes aegypti,


mantendo o domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros.

VAMOS CONVERSAR SOBRE A CHIKUNGUNYA?

DEFINIÇÃO DA PALAVRA

Chikungunya significa "aqueles que se dobram" em swahili, um dos idiomas da


Tanzânia. Refere-se à aparência curvada dos pacientes que foram atendidos na
primeira epidemia documentada, na Tanzânia, localizada no leste da África,
entre 1952 e 1953.

A Febre Chikungunya é uma doença transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti


assim como ocorre na Dengue, porem pode ser transmitida também pelo e
Aedes albopictus. No Brasil, a circulação do vírus foi identificada pela primeira
vez em 2014 e posteriormente tornou-se um problema de saúde Pública.
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DEFINIÇÃO DE CASO

Suspeito

Paciente com febre de início súbito maior que 38,5°C e artralgia ou artrite intensa
de início agudo, não explicado por outras condições, sendo residente ou tendo
visitado áreas endêmicas ou epidêmicas até duas semanas antes do início dos
sintomas, ou que tenha vínculo epidemiológico com caso importado confirmado.

TRATAMENTO

Não existe vacina ou tratamento específico para Chikungunya. Os sintomas são


tratados com medicação para a febre e as dores articulares.

Não é recomendado usar o Ácido Acetilsalicílico (AAS).

Recomenda‐se repouso absoluto ao paciente, que deve beber líquidos em


abundância para hidratação do corpo.

ZIKA VÍRUS

O Zika é um vírus transmitido pelo Aedes aegypti e identificado pela primeira vez
no Brasil em abril de 2015.

O vírus Zika recebeu a mesma denominação do local de origem de sua


identificação em 1947, após detecção em macacos sentinelas para
monitoramento da febre amarela, na floresta Zika, em Uganda.

DEFINIÇÃO DE CASO

Suspeito

Pacientes que apresentem exantema maculopapular pruriginoso acompanhado


de dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas:

 Febre baixa;

 Hiperemia conjuntival sem secreção e


prurido;

 Poliartralgia;

 Edema periarticular.

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Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não desenvolvem
manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa,
dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão
nos olhos. Formas graves e atípicas são mais raras.

É importante observar o aparecimento de sinais e sintomas e buscar um serviço


de saúde para atendimento, caso necessário.

Não existe tratamento específico para a infecção pelo vírus Zika. Também não
há vacina contra o vírus. O tratamento é recomendado para os casos
sintomáticos e será avaliado conforme a clínica médica.

O principal modo de transmissão descrito dos vírus é pela picada do Aedes


aegypti. Outras possíveis formas de transmissão:

 Zika vírus pode ser transmitido de uma gestante ao feto.

 Zika vírus pode ser transmitido pela relação sexual de uma


pessoa contaminada por ele para seus parceiros sexuais.

Casais grávidos com risco de contrair Zika devem usar preservativos ou não ter
relações sexuais durante toda a gravidez.

OUTRAS COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À INFECÇÃO POR ZIKA


VÍRUS

Microcefalia Síndrome de Guillain-Barré

Trata-se de uma malformação congênita, em Doença neurológica autoimune grave


que o cérebro não se desenvolve de maneira caracterizada pela inflamação dos nervos e
adequada. Neste caso, os bebês nascem fraqueza muscular, paralisia e em alguns
com Perímetro Cefálico (PC) menor que o casos pode ser fatal.
normal.

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16
PREVENÇÃO

A principal forma de prevenção é o controle populacional do vetor Aedes aegypti,


mantendo o domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros.

FEBRE AMARELA

Doença infecciosa febril aguda, imunoprevenível.

Agente etiológico: vírus.

Modo de transmissão: o vírus é transmitido pela picada das fêmeas dos


mosquitos transmissores infectados. Não há transmissão de pessoa a pessoa.

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DEFINIÇÃO DE CASO HUMANO

Suspeito:

Indivíduo com quadro febril agudo (até 7 dias), de início súbito, acompanhado de
icterícia e/ou manifestações hemorrágicas, residente em (ou procedente de)
área de risco para febre amarela ou de locais com ocorrência de epizootia
confirmada em primatas não humanos ou isolamento de vírus em mosquitos
vetores, nos últimos 15 dias, não vacinado contra febre amarela ou com estado
vacinal ignorado.

CICLO DE TRANSMISSÃO

Possui dois ciclos de transmissão: silvestre e urbano

Definição de caso (epizootia)

Primata não humano de qualquer espécie, encontrado morto (incluindo ossadas)


ou doente, em qualquer local do território nacional.

OS PRIMATAS NÃO HUMANOS E A FEBRE AMARELA

Estudos sobre a FA em primatas demonstram que esse grupo animal pode


sinalizar a circulação viral e ajudar no alerta para a prevenção da doença em
humanos (REIS et al., 2008). Em regiões habitadas por populações humanas, a
morte de primatas, principalmente dos gêneros Cebus e Alouatta, alerta a saúde
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pública e justifica a importância do monitoramento desses animais, uma vez que
essa zoonose silvestre não é passível de ser eliminada (REIS et al., 2008).

SINTOMAS E TRATAMENTO

A febre amarela é classificada como uma doença infecciosa grave. Ela provoca
febre, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas e no corpo, náuseas e vômitos,
fadiga e fraqueza. O quadro clínico típico caracteriza-se por manifestações de
insuficiência hepática e renal, tendo em geral apresentação bifásica, com um
período inicial prodrômico (infecção) e um toxêmico, que surge após uma
aparente remissão e, em muitos casos, evolui para óbito em aproximadamente
uma semana.

Não existe um tratamento específico, é apenas sintomático. Quando aparecer os


sintomas, é importante procurar um serviço de saúde mais próximo e mais rápido
possível.

PREVENÇÃO

A forma de prevenção da febre amarela é por meio da vacinação. Como a


transmissão urbana da febre amarela é possível através da picada de
mosquitos Aedes aegypti, é fundamental que as pessoas mantenham o domicílio
sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros.

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Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa)
O LIRAa é uma atividade que foi desenvolvida pelo Ministério da Saúde em 2002,
sendo realizada pelos municípios considerados infestados pelo Aedes aegypti.
Ela permite a identificação de áreas com maior proporção/ocorrência de focos,
bem como dos criadouros predominantes, indicando o risco de transmissão de
dengue, febre de chikungunya e zika vírus. A atividade é realizada por meio da
visita a um determinado número de imóveis do município, onde ocorre a coleta
de larvas para definir o Índice de Infestação Predial (IIP).
Classificação dos municípios quanto ao risco de transmissão de dengue, zika
vírus e febre Chikungunya

Qual a importância?
• Diagnóstico situacional instantâneo para determinar riscos à saúde humana;
• Complementa as informações obtidas na rotina;
• Abrange áreas pouco monitoras (descobertas);
• Tomada de decisão oportuna, segura e precisa.

Como funciona?
• Município são estratificados em critérios pré-estabelecidos;
• São sorteados quarteirões/quadras dentro dos estratos;
• Parte dos imóveis dos quarteirões sorteados são inspecionados;
• Amostras obtidas são identificadas e os resultados são lançados no aplicativo
para geração de relatórios.

Delineamento amostral
.

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Principais critérios:
• Densidade populacional;
• Número de imóveis existentes.

Unidade amostral:

-amostra)

Amostragem nos quarteirões


• Quarteirões sorteados devem ser, previamente, analisados;
• Imóveis podem ser definidos no boletim de campo;
• Dificuldades operacionais ou peculiaridades da localidade ou quarteirão
devem ser consideradas;
• Localidades com edifícios serão adequadas em seu número de imóveis;
• Apenas o térreo dos edifícios;
• Não são computados imóveis fechados e recusados;
• Ocorrendo imóvel fechado, inspeciona-se o anterior, continuando fechado,
fazer no posterior ao da sequência.

Aplicabilidade dos resultados


Avaliação do risco para a ocorrência de arboviroses transmitidas pelo Aedes
aegypti;
Definição das áreas prioritárias para as ações de controle do vetor;
Importante socializar os resultados com gestores municipais das áreas
correlatas.

TERMONEBULIZAÇÃO

Utiliza de produtos para dedetização como o inseticida em forma de neblina.


Assim o termonebulizador despeja no ar do ambiente minúsculas gotículas que
ficam suspensas no ar por mais tempo, alcançando todo o ambiente,
principalmente em locais onde não conseguimos alcançar quanto utilizamos
outros produtos.
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Dessa forma são atingidos desde os insetos em si como seus ovos e
comunidades, permitindo que o extermínio seja realizado com maior precisão e
agilidade.

A termonebulização é utilizada para o controle de diversos insetos voadores e/ou


rasteiros como: pernilongos, mosquitos, escorpiões, moscas, traças, aranhas,
baratas, ácaros, besouros, pulgas, formigas, abelhas, etc.

O que é um Aerossol:
Aerossol é a designação dada a pequenas partículas de um líquido ou sólido
que estão em suspensão no ar na forma de um gás.

Esta palavra é formada por "aero", que significa "ar" e "sol" remete para uma
solução. Ou seja, aerossol é uma solução que está dispersa no ar.

Quanto à pronúncia correta desta palavra é aerossol (como a palavra sol) e não
"aerozol".

Um aerossol pode ser sólido ou líquido.


 Líquidos: nuvens, neblinas ou desodorantes;
 Sólidos: fumaça e a poeira.

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FUMACÊ → neblina quente

 UBV (Ultra Baixo Volume) - é o método que permite aplicar inseticidas


líquidos à taxa de meio galão por acre ou menos.
1 acre = 4046 metros quadrados
 80% das partículas das aplicações devem ter entre 5 e 25 micras de
diâmetro

 A nuvem de aerossol dispersa facilmente, invadindo espaços internos e


externos, chegando também aos quarteirões vizinhos, levados pelo vento;

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 O uso da nebulização é útil para eliminar rapidamente fêmeas infectadas
que estejam sustentando uma transmissão de dengue, desde que
aplicada com critérios técnicos;
 A vibração das asas do inseto é que atrai as partículas de encontro ao
seu corpo:
 Machos: de 322 a 574 vibrações/segundo;
 Fêmeas: de 241 a 342 vibrações/segundo.

Condições ideais de aplicação


 Em condições de calmaria ou vento forte (acima de 9,6 km/h – levanta-se
poeira e papel do chão), deve-se evitar a aplicação e em caso de serviço
já iniciado espera-se mudar o vento:
 Vento de 2,0 a 3,2Km/h: fumaça é inclinada;
 Vento de 3,2 a 6,5Km/h: brisa leve sentida na face, folhas oscilam;
 Vento de 6,5 a 9,6Km/h: folhas e ramos em constante movimento.
 Maior eficácia: em horário de maior atividade do vetor (5:00 até 21:00
horas).

Bomba de UBV
 A bomba deve trabalhar em alta rotação o tempo todo para efetivar a
quebra de partículas. Hoje preconiza-se a bomba funcionar 30 minutos e
descansar 20, para minimizar o stress do equipamento;
 O acelerador deve ser mantido no máximo durante a aplicação;
 O consumo médio de combustível é de 4l/hora com a bomba na
aceleração máxima;
 A bomba funcionando 30 minutos consome uma média de 2 litros de
calda;
 Desaconselha-se trabalhar com a bomba em seu limite máximo de tanque
de veneno;
 Preconiza-se 3 agentes por bomba e nos 20 minutos de descanso há que
se reabastecer o equipamento, preencher boletins e/ou qualquer outra
atividade de planejamento, não seria um tempo de “lazer”;
 O auxiliar deve andar ao lado do operador o tempo todo com EPI
completo;

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 O equipamento de UBV deve ser ligado (manutenção) a cada 15 dias.
Pode-se colocar o combustível direto no carburador para economizar e
coloca-se para funcionar com água uns 15 minutos;
 Para ligar as máquinas elas devem estar no chão. Apoiar o pé sobre a
base do chassi e uma mão firmando em cima para puxar a corda;
 Coloca-se o equipamento nas costas do agente em aceleração mínima;
 EM HIPÓTESE ALGUMA LIGAR A MÁQUINA NAS COSTAS DO
AGENTE!!!
 As máquinas novas já vêm com o mostrador de rpm acoplado;
 Todas as máquinas devem trabalhar com filtro que fica antes da pastilha
dosadora (bico). O filtro é de material inoxidável e não deteriora;
 A torneira do escape de veneno não pode ficar aberta após o término dos
trabalhos;
 O padrão é: 40ml DE ÓLEO 2T PARA 1 LITRO DE GASOLINA
INDEPENDETE DO EQUIPAMENTO;
 MÁQUINA STHIL: NÃO É PARA UBV. O uso dessa máquina é para fazer
borrifação residual em PE’s. Sai com bico de fábrica sem troca. Usa-se
um difusor no bocal que é próprio para borrifar PE com jato em aspiral.

Orientações de aplicação de UBV


 Não é aconselhável “cortar” o inseticida ao se passar na frente de
farmácias ou estabelecimentos com hortifrutigranjeiros. O correto é se
inclinar verticalmente o canhão e acelerar o passo;
 Manter um ângulo de 45° cria uma nuvem cujas partículas ficam à deriva
com posterior sedimentação e dispersão das mesmas;
 Em um lote de 360m o agente chega até o meio do lote e se posiciona
para pulverizar respeitando o ângulo e com movimento leve
esquerda/direita;
 Não há necessidade de saída do ambiente durante a aplicação de UBV
(observar situações específicas de hipersensíveis, idosos, acamados,
problemas respiratórios graves;
 Não direcionar o jato onde tenham pessoas aglomeradas;
 Uma porta ou janela do imóvel é escolhida e direciona-se o jato;
 Não aplicar inseticida sobre veículos;
 Não soltar o canhão no chão;
 Não se borrifa árvores!!!
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 No momento da aplicação não é a hora de pedir para tirar a roupa do varal
ou tampar gaiolas;
 Os imóveis fechados entre aqueles abertos acabam recebendo a nuvem
também ao se direcionar o canhão esquerda, direita, frente e fundo;
 Após feita a calda diluível em água deve-se utilizar a mesma em até 24
horas. As sobras deverão ser descartadas.
ESPOROTRICOSE

INFORMAÇÕES GERAIS

Agente: Sporothrix schenckii.

Cosmopolita (Regiões Tropicais e subtropicais) solo, substrato de plantas e


vegetais, árvores e materiais em decomposição.

Primeira Epidemia no Brasil com importância zoonótica (RJ): final da década de


1990.

Etiopatogenia.

Inoculação traumática por materiais ou animais contaminados.

A doença era conhecida anteriormente como a “Doença do jardineiro”.

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Manifestação crônica, nódulos cutâneos ou subcutâneos ulcerados, podendo
evoluir pelo sistema linfático.

Comprometimento sistêmico mais comum nos gatos do que no homem.

Período de Incubação da doença: De 3 a 30 dias ou estender-se a seis meses,


com média de três semanas (SCHUBACH et al., 2005) 95% dos casos humanos
restrito à pele (SCHUBACH et al., 2005).

COMO O HOMEM SE INFECTA?

 Traumas em ambiente contaminado;


 Arranhadura ou mordedura;
 Contato direto com lesão.

TRANSMISSÃO

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DIAGNÓSTICO

 Levantamento do histórico;
 Animais semidomicilados e extradomiciliar;
 Anamnese e exame clínico.

Exames intra vitam (LERSSON, 2011):

 Citologia;
 Cultura fúngica;
 Histopatológico;
 Provas Sorológicas;
 PCR.

COMO EVITAR A INFECÇÃO?

A melhor solução para evitar que a doença se espalhe é cuidar dos animais
doentes e medida simples como:

 Cuidar/tratar doentes;
 Uso de luvas ao manipular jardins;
 Sempre higienizar bem as mãos.

O QUE É NECESSÁRIO FAZER:

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RAIVA

O que é a RAIVA?

Doença mortal causada por vírus que ocorre em todos os mamíferos inclusive
no homem.

 Acomete o Sistema Nervoso Central (neurotrópico);

 Doença caracterizada por encefalomielite aguda;

 Baixa morbidade (poucos adoecem) e alta mortalidade (a maior parte


das pessoas que são acometidas do vírus morre);

 É considerada uma Zoonoses.

QUAIS ANIMAIS ACOMETIDOS

 Ocorre em mamíferos: cães, gatos, morcegos, macacos e canídeos


silvestres (raposas, cachorro do mato, lobo guará, graxaim do campo);

 As aves não contraem a doença naturalmente.

CICLO DE TRANSMISSÃO

Inoculação do vírus está contido na saliva do animal infectado e pode ser


transmitido:

 pela mordedura;

 por arranhadura;

 pela lambedura de pele lesada e mucosas.

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CICLO DE TRANSMISSÃO

PERÍODO DE INCUBAÇÃO

É o período entre a penetração do vírus no organismo e o aparecimento dos


primeiros sintomas;

 Homem: variável, 15 a 90 dias;

 Cão: variável, 10 dias a 2 meses.

PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE

É o tempo durante o qual o animal elimina vírus pela saliva.

 Cão: elimina o vírus pela saliva 2 a 5 dias antes de apresentar os sintomas


e persiste por toda a evolução da doença; A morte ocorre entre 5 a 7 dias;
Período de transmissão da doença pelo cão e gato é de 8 a 12 dias;

Período de observação clínica é de 10 dias.

RAIVA EM MORCEGOS

A transmissão do vírus ocorre:

 Pelo contato entre os indivíduos durante brigas nas colônias por disputa
de fêmea ou de liderança;

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 Durante expulsão de morcegos estranhos ao grupo ou que apresentam
sintomas da raiva.

Morcegos encontrados em locais atípicos e horários não habituais, por exemplo,


andando ou caídos no chão, pendurados em muros, grades ou paredes durante
o dia são suspeitos de raiva.

Não só os morcegos hematófagos são transmissores da raiva. As espécies não


hematófagas também podem transmitir acidentalmente a doença ao homem e
aos animais, principalmente em áreas urbanas.

MANUSEIO DE MORCEGOS

 Usar luvas de raspa de couro e pinças;

 Colocar os animais em recipientes adequados, caixas, potes de vidro ou


plástico tampados SEM álcool;
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 Enviar para o laboratório para identificação da espécie e pesquisa de vírus
da raiva.

PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA

Por que lavar o local do ferimento com água e sabão?

Para eliminar o maior número possível de vírus no ferimento e ao redor deste.


Deve-se:

 Ensaboar o local por alguns minutos e enxaguar em água corrente em


abundância;

 Em seguida, procurar o Centro de Saúde mais próximo.

Observação clínica de animais agressores

A observação é importante para auxiliar na definição de necessidade de


profilaxia, evitando que pessoas recebam tratamento inadequado ou deixem de
recebê-lo quando necessário.

A observação clínica evita o alto custo causado pela indicação indiscriminada de


vacina por dose.

Em muitos casos basta apenas a observação do animal, sem que se necessite


iniciar o tratamento humano; Cerca de 60% das agressões ocorre nos domicílios
e 31% nas vias públicas; Geralmente os acidentes são causados por provocação
ou descuido das pessoas.

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Raiva no Brasil

 Distribuição heterogênea;

 No Brasil o cão é o principal transmissor, seguido do morcego, gato e


macaco;

 No meio urbano é o cão, seguido pelo gato;

 Em áreas rurais o morcego hematófago é o principal transmissor;

 A maioria dos casos se concentra nas regiões norte e nordeste;

 A raiva humana pode ser considerada controlada na região sul e sudeste;

 Poucos municípios apresentam casos de raiva canina em centros


urbanos.

LEISHMANIOSE

A Leishmaniose Visceral é uma doença grave, sistêmica e fatal quando não


tratada, considerada de grande importância para a saúde pública. É causada
pelo protozoário Leishmania infantum e transmitida pelo vetor Lutzomyia
longipalpis. Possui como principal reservatório na área urbana o cão (Canis
familiaris).

CARACTERISTICAS GERAIS DA BIOLOGIA DO VETOR


Nome científico: Lutzomyia longipalpis – Flebótomo.
Nome popular: Mosquito palha, Cangalhinha, Birigui e outros.
Corpo: piloso.
Tamanho: 2 a 3mm.
Cor: clara, palha.
Voo: curto (aproximadamente 200m) e saltitante.
Longevidade: 20 a 30 dias.
Hábito: crepuscular e noturno.
Criadouros:
Fase larvária - solo rico em matéria orgânica em decomposição, em locais
úmidos e sombreados.

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Fase adulta - habitam diversos ambientes – peridomicílios com vegetação.
Abrigos de animais, especialmente galinheiros e intradomicílios.

Ciclo Biológico

6 dias

25 a
8 dias 27
dias

Duração do ciclo: 30 a 40 dias

Ciclo de Transmissão da LV

Flebótomo Leishmania

Ao picar um cão infectado o flebótomo ingere as Leishmanias podendo transmitir


o parasita para outros cães sadios ou pessoas.

Período de Incubação
• Homem: 10 dias a 24 meses, média de 2 a 6 meses.

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• Cão: Variável, de 3 meses a vários anos com média de 3 a 7 meses.

ONDE SÃO PRIORIZADOS AS AÇÕES DE CONTROLE DA LV EM SEU


MUNICÍPIO?
 Áreas com situações ambientais favoráveis à proliferação do vetor;
 Área com maior número de cães positivos;
 Área com maior número de casos humanos.

TRATAMENTO DA LVC
A Portaria Interministerial ANVISA - MAPA 1.426 DE 11/07/2008 proíbe o
tratamento de cães com medicação de uso humano ou outras drogas não
registrada no MAPA.

A Nota Técnica Conjunta nº 001/2016 – MAPA/MS, Ministério da Agricultura


Pecuária e Abastecimento e Ministério da Saúde, autoriza o registro do produto
MILTEFORAN, sob número SP 000175-9.000003, de propriedade da empresa
VIRBAC SAÚDE ANIMAL, indicado para o tratamento da leishmaniose visceral
em cães.

“Cabe ressaltar que o tratamento de cães com LVC não se configura como
medida de saúde pública para controle da doença e, portanto, trata-se única e
exclusivamente de uma escolha do proprietário do animal, de caráter individual”
(NT n° 001/16 – MAPA/MS)

O uso do MILTEFORAN, assim como a supervisão e acompanhamento de cães


em tratamento da LVC, é de responsabilidade exclusiva do médico veterinário
responsável.

IMPORTANTE SABER!
• Não diminui a importância do cão como reservatório do parasito;
• Tem efeito limitado na infectividade de flebotomíneos.

CONTROLE QUÍMICO DO VETOR

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O controle químico da Lutzomyia longipalpis é realizado por meio da aplicação
de inseticidas de ação residual. Utilizado apenas para combate ao mosquito
adulto. Borrifar apenas não resolve. Medidas bem mais simples podem e
devem ser tomadas como limpar o quintal e terrenos são fundamentais.
Além disso, eliminar o lixo corretamente também é muito importante.

PREVENÇÃO E CONTROLE DE PEÇONHENTOS

“TODO ANIMAL PEÇONHENTO É VENENOSO, MAS NEM TODO ANIMAL


VENENOSO É PEÇONHENTO.”

Os animais venenosos possuem o veneno mas não conseguem injetá-lo por


vontade própria. Os animais peçonhentos possuem um mecanismo que os
permite injetar seu veneno no organismo de outro animal.

ANIMAIS PEÇONHENTOS

ESCORPIÕES
 Animais carnívoros;
 Predadores de insetos e outros artrópodes;
 Apresentam hábitos noturnos;
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 Podem sobreviver vários meses sem alimento e sem água, o que dificulta
seu combate;
 Podem reproduzir por partenogênese;
 Cada mãe tem aproximadamente dois partos com em média 20 filhotes
cada, por ano, chegando a 160 filhotes durante a vida.

As cidades produzem uma grande quantidade de lixo e acumulam materiais


de diversos tipos. Este ambiente constitui um hábitat ideal para os
escorpiões porque fornece abrigo e alimento farto.

Medidas de controle
A intervenção para o controle de escorpiões consiste na busca ativa de todo
imóvel (área interna e externa) visando:
• Captura de exemplares;
• Manejo dos ambientes propícios à ocorrência e proliferação desses
animais;
• Conscientização da população;
• Manipulação de entulho, material de construção, etc.;
• Os profissionais devem fazer uso dos Equipamentos de Segurança
Individual (EPI).

Medidas de controle
• Telar ralos e outras passagens de água nas áreas interna e externa;
• Recompor rede de esgoto;
• Eliminar frestas nas paredes, pisos, janelas, portas e rodapés;
• Rebocar paredes e muros;

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• Manter terrenos, quintais e jardins limpos, aparados e/ou capinados;
• Realizar o controle da população de baratas e outros insetos;
• Guardar alimentos em embalagens bem fechadas e em locais elevados
do chão;
• Manter móveis afastados da parede.

Acidentes por Lonomia

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Sintomas
- Dor e queimação local, seguida de desconforto e dor pelo corpo;
- Dor de cabeça, náuseas e vômitos;
- Sangramento na gengiva, nariz, urina e feridas recentemente
cicatrizadas podem ocorrer;
- Manchas escuras no local ou em outras partes do corpo.

PREVENÇÃO E CONTROLE DE ROEDORES

ROEDORES URBANOS
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
• Possuem dois pares de dentes incisivos, que cresce continuamente;
• São onívoros;
• Possuem extraordinária capacidade de reprodução.

Temos três espécies diferentes de roedores habitando o meio


urbano, são eles:

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RATAZANA (Rattus norvegicus)
- Conhecido como rato de esgoto ou rato marrom.
- Peso:150 a 600g.
- Comprimento: em média 43cm.
- Fezes: forma de cápsulas com extremidades rombundas.

- Colônias de tamanhos variados.


- Território pequeno (50 metros de raio).
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- Dispersão ativa devido a procura por alimentos e abrigo.
- Neofobia acentuada.

RATO DE TELHADO (Rattus rattus)


- Comensal que predomina na maior parte do interior do Brasil,
comum em fazendas e sítios.
- Já ocupa o lugar da Ratazana em alguns bairros de grandes cidades.
- Peso: 100 a 350g.
- Comprimento: em média 40cm.
- Fezes: Fusiformes.
- Habilidade em escalar, andar sobre galhos e cabos.

- Conhecido popularmente como rato preto, rato de paiol, rato de


forro.
- Hábito arvícola, vivendo também nas partes altas das construções.
- No meio urbano as construções com forros falsos, galerias técnicas
favorecem seu abrigo e deslocamento.
- Raio de ação: 60 metros.

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CAMUNDONGO (Mus musculus)
- Dispersão por todo o mundo.
- Convive com o homem em suas moradias desde milhares de anos
atrás.
- 18cm de comprimento.
- 10 a 21g de peso.
- Fezes: em forma de bastonetes.

- Raio de ação muito pequeno: 3 metros


- Hábitos intradomiciliares e podem cavar pequenas ninheiras no
solo.
- Ninhos em gavetas, armários, fogões e quintais próximos de animais
domésticos.
- Podem visitar 20 a 30 locais por noite. Alto potencial de
contaminação de alimentos.

FEZES DE ROEDORES
Fezes de
ratazana

Fezes de rato

Fezes de camundongos
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PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE CONTROLE DE ROEDORES
Procedimentos Gerais:
• Observar existência de ambiente propício à presença do roedor;
• Orientar para que seja feita a capina, se necessário, nas áreas suspeitas
de infestação;
• Identificar tocas, ninhos, trilhas, fezes, roeduras e se possível as espécies
de roedores;
• Localizar fontes de alimentos ou lixo alimentar abandonados nas ruas,
beira d’água, terrenos baldios, junto a restaurantes, feiras, mercados,
zona cerealista, indústrias de alimentos e similares;
• Inspecionar bueiros e “bocas de lobo” quando da proximidade com a área
problema;
• Identificar e cientificar estabelecimentos situados na área-problema,
sensíveis à infestação, representando risco à saúde ou instalações
suscetíveis a incêndios e acidentes.

EFEITO BUMERANGUE

AVALIAÇÃO DE SINAIS E PRESENÇA DE ROEDORES


AVALIAÇÃO DE SINAIS E PRESENÇA DE ROEDORES

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AVALIAÇÃO DE SINAIS E PRESENÇA DE ROEDORES

Nível de Trilhas Manchas Roeduras Fezes Ninhos


Ratos
infestação de gordura vistos
Baixa Nenhuma Nenhuma Nenhuma Algumas 1 a 3/ 300m2 Nenhuma
área ext.
Média Algumas Poucas Algumas Vários 4 a 10/ Alguns à
locais 300m2 área noite
ext.
Alta Várias e Evidentes e Visíveis em Numerosas Mais de 10/ Vários à
bem em vários diversos e frescas 300m2 área noite e
evidentes locais locais ext. alguns de
dia.

INSPEÇÃO NA PARTE EXTERNA DOS IMÓVEIS


• Portas e janelas: verificar presença de frestas maiores que 0,5cm, quando
fechados;
• Muros: presença de rachaduras ou orifícios com aberturas maiores que
0,5cm;
• Canos de escoamentos das calhas de telhado, encostados a menos de
8cm do muro;
• Escavações (ninhos) por baixo dos muros ou paredes, que separam o
imóvel do meio externo. Folga superior a 0,5cm nos pontos de passagem
de canos, pelas paredes do imóvel;
• Observar galhos de árvores e fixação de entrada dos fios de luz e telefone,
junto ao beiral do telhado, permitindo acesso ao forro da casa ou ao
interior do imóvel;
• Cano externo de ligação à caixa d’água;
• Canalização de águas servidas ligadas à rede de esgoto, sem ralos
adequados;
• Abertura e dutos de verificação, desprovidos de grade adequada ou
outros dispositivos de proteção contra roedores.

INSPEÇÃO NA PARTE INTERNA DOS IMÓVEIS


• Casas residenciais e comerciais: cozinha, despensas, sótão, porão,
garagem, depósito de material, casa de bombas, salas (sofá, estantes,
etc.);

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• Prédios residenciais e escritórios: lixeira coletiva, garagem, cabine de
força, casa de máquinas dos elevadores, casa ou cabine de bombas,
depósito de material;
• Armazéns, depósitos e almoxarifados: sacarias, caixotes, fardos,
prateleiras e estrados;
• Indústrias e lojas: cozinha, refeitório, despensa, depósito de material,
depósito de lixo, cabine de força, casa de bombas, vestiário e
almoxarifado;
• Mercados, supermercados, padarias, bares, lanchonetes e restaurantes:
depósito de engradados, caixotes, sacaria, parte inferior das prateleiras,
dos balcões frigoríficos e demais áreas de comercialização de alimentos;
almoxarifado, depósitos de material, locais destinados a estocagem de
mercadorias avariadas aguardando reposição, cozinha, despensa,
depósito de lixo, banheiros e vestiários.

ISCAS PELETIZADAS
• Atrai o roedor pelo olfato e pelo paladar;
• Composição básica é de cereais, farinha de carne e outros ingredientes
que sejam atrativos;
• São mais utilizadas em ambiente interno;
• Sevem ser colocadas em pontos de passagem dos roedores. Ex.: atrás
de móveis, dentro de depósitos, garagens, sótãos;
• Colocar de 20 a 25g em cada ponto de iscagem;
• Abrir o saco de isca.

BLOCOS
• Utilizado preferencialmente em ambientes externos;
• Podem ser colocados diretamente nas ninheiras, caixas de passagem,
esgoto, gordura e bueiros;
• Devem ser fixados com arame;
• Colocar 1 unidade por toca;
• Nos demais pontos colocar 3 unidades;
• Realização de etapas seguintes:
• 2ª etapa: 7 a 10 dias após a primeira aplicação;
• Deve-se verificar o consumo das iscas e repor as consumidas;
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• Caso não tenham sido consumidas removê-las para outros locais.

PÓS DE CONTATO
• Formulação em pó finíssimo;
• Aplicado em locais de passagem do roedor;
• Aplicado dentro das tocas e esconderijos, trilhas, ninheiras em beira de
córregos e outros locais de passagem;
• O produto adere aos pelos, patas e corpo do animal que o ingere ao
realizar a sua higiene corporal ou lamber seu pelame;
• Cada inversão do frasco corresponde a 5 gramas – cobrir 4cm de largura;
• 2ª etapa: repor o pó nos pontos onde ele foi removido.

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