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2013
1 Edição
a
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof. Fernando Scheeffer
S315p
Scheeffer, Fernando
ISBN 978-85-7830-747-9
CDD 301.1
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico!
III
A terceira unidade busca propiciar a aproximação com conceitos
extremamente relevantes em Psicologia Social, como: subjetividade,
identidade, atividade, consciência, representações sociais, ideologia e
alienação. Estas categorias são chamadas de fundamentais, pois possibilitam
que tenhamos um referencial teórico e técnico que nos instrumentaliza a
analisarmos vários fenômenos à luz da Psicologia Social.
Mãos à obra!
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO.............................................. 1
VII
UNIDADE 2 – DESENVOLVIMENTO HUMANO: UM ENFOQUE PSICOSSOCIAL........... 69
TÓPICO 2 – INFÂNCIA
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 83
2 A INFÂNCIA ENQUANTO CONSTRUÇÃO SOCIAL............................................................... 83
3 O INTERACIONISMO DE PIAGET E VYGOTSKY.................................................................... 85
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 93
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 94
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 95
TÓPICO 2 – ADOLESCÊNCIA............................................................................................................ 97
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 97
2 DEFININDO ADOLESCÊNCIA....................................................................................................... 97
3 A INVENÇÃO DA ADOLESCÊNCIA............................................................................................. 98
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 104
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................... 105
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 106
VIII
TÓPICO 2 – ATIVIDADE E CONSCIÊNCIA................................................................................... 141
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 141
2 ATIVIDADE.......................................................................................................................................... 141
3 CONSCIÊNCIA.................................................................................................................................... 143
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 146
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 148
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 149
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 187
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 1 está dividida em quatro tópicos. Ao final de cada um deles, você
terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos realizando as atividades
propostas.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A ideia deste primeiro tópico é trazer princípios fundamentais que
contribuam para a compreensão de todo o caderno. Em um primeiro momento
serão trazidos elementos que permitam compreender o surgimento da Psicologia
enquanto ciência. Você tem noção do que é a Psicologia? Qual o seu objeto de
estudo? Por que é possível afirmar que não existe uma única Psicologia e sim
“Psicologias”? É importante que estas e outras questões estejam claras para
adentrarmos na Psicologia, uma divisão ou campo da Psicologia. É importante
que você tenha claro que mais do que trazer respostas prontas ou verdades,
pretenderemos problematizar várias questões que ainda permeiam a Psicologia
Social. Dentre as várias divergências ainda existentes, encontraremos uma
diversidade enorme de definições, de compreensão a respeito do seu objeto de
estudo, bem como sua relação com outras ciências humanas.
3
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
O termo Psicologia talvez seja um dos que, para o leigo, tenha um sentido
mais controverso e pouco definido. Qualquer pessoa se dispõe a falar sobre e
acredita se apropriar dela em vários momentos. O fato é que no cotidiano ela
acaba tendo vários sentidos, poucos ancorados em uma sistemática mais
rigorosa. Esta Psicologia “despreocupada” costumeiramente é denominada de
“Psicologia do senso comum”, muito diferente da Psicologia dos psicólogos ou
esta compreendida enquanto ciência.
4
TÓPICO 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO
FONTE: O autor
DICAS
da Psicologia é a Filosofia, e já por volta de 500 a.C. temas como alma, espírito,
já eram discutidos na Grécia por filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles. O
primeiro tratado de Psicologia é considerado Da anima, redigido por Aristóteles.
Seguem abaixo as principais contribuições destes para a Psicologia.
E
IMPORTANT
6
TÓPICO 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO
8
TÓPICO 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO
E
IMPORTANT
DICAS
9
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
10
TÓPICO 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO
11
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
12
TÓPICO 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO
13
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
crítica social. Nessa ótica, a Psicologia Social seria o “certo”, enquanto as outras
psicologias seriam “erradas”, dando à Psicologia Social um status superior e,
inclusive, autorizando-a a criticar os mais diversos campos da Psicologia. Outro
problema reside na dificuldade, a partir dessa suposta superioridade, de ser
feita uma crítica interna, um olhar sobre a própria Psicologia Social, acertos e
equívocos.
TUROS
ESTUDOS FU
14
TÓPICO 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO
LEITURA COMPLEMENTAR
UNI
No texto a seguir fica clara a importância dada aos outros, às relações sociais.
Buscando explicar como nos tornamos sociais, a autora ressalta a importância dos “outros”
na construção do que somos. Leia com atenção, pois além de se relacionar com o conteúdo
apresentado anteriormente, também é importante para a leitura da Unidade 2.
OS OUTROS
S. T. M. Lane
15
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
16
TÓPICO 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: EM BUSCA DE UM CONCEITO
17
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, que pretendeu aproximá-lo(a) do conceito de Psicologia
Social (definição e objeto de estudo), as principais informações podem ser
agrupadas nos seguintes itens:
• Psicologia Social pode ser definida como a área da Psicologia que estuda a
relação entre indivíduo e sociedade ou, então, a interação social.
18
AUTOATIVIDADE
DICAS
Para um aprofundamento destes temas, sugiro que você leia os seguintes livros:
19
20
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
FIGURA 5 – PSICOLOGIA SOCIAL
21
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
to social psychology”, pelo psicólogo William McDougall. O que parece ser consenso
é que a Psicologia Social surge no século XX como uma área da Psicologia que faz
uma ponte entre a Psicologia e a Sociologia. Sua formação está muito atrelada aos
movimentos ideológicos e conflitos presentes nesse período.
23
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
TUROS
ESTUDOS FU
24
TÓPICO 2 | A INVENÇÃO DA PSICOLOGIA SOCIAL
E
IMPORTANT
25
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
E
IMPORTANT
Escola Nova foi o nome dado ao movimento que ganhou impulso na década
de 1930 que pregava a Educação como elemento-chave para o crescimento do país. Buscou
uma renovação na Educação a partir da defesa de métodos ativos e criativos, diferente do
que era feito até então.
Diante do que foi colocado até então, fica claro que a tradição da Psicologia
no Brasil foi marcada por um compromisso com as elites, a partir da constatação
de que o interesse maior era controlar, higienizar, categorizar e diferenciar,
objetivos claramente de uma minoria e necessários à manutenção e/ou incremento
do lucro, dentre outros interesses secundários.
26
TÓPICO 2 | A INVENÇÃO DA PSICOLOGIA SOCIAL
UNI
O mundo objetivo passa a ser visto como um fator a ser levado em conta
ao buscar compreender o psiquismo humano. Esse enfoque, distinto da Psicologia
“tradicional”, justificou o surgimento dessa nova área da Psicologia: a Psicologia
Social, que no Brasil, principalmente na década de 80, buscou autonomia científica,
com um aumento significativo de estudos realizados. Nessa década, ainda, foram
criados os primeiros cursos de doutorado específicos na área, várias associações
científicas, dentre elas a Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO),
em julho de 1980.
28
TÓPICO 2 | A INVENÇÃO DA PSICOLOGIA SOCIAL
LEITURA COMPLEMENTAR
UNI
No texto a seguir, você perceberá que a Psicologia Social não é uma área
totalmente nova, mas sim um novo recorte feito e com semelhanças e diferenças um
tanto confusas em relação a outras ciências humanas. Fique atento a esta peculiaridade da
Psicologia Social e que servirá como uma primeira reflexão do que trataremos no próximo
tópico, em que procuraremos conceituá-la, diferenciá-la de áreas afins, assim como delimitar
seu objeto de estudo.
29
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico são trazidas algumas informações a respeito da origem
da Psicologia Social, sendo que as informações mais significativas podem ser
resumidas nos seguintes itens:
l A Psicologia Social tal qual a conhecemos hoje surge a partir de uma necessidade
histórica.
30
AUTOATIVIDADE
1 A partir do que foi colocado até então, relate os marcos de início da Psicologia
Social no mundo e no Brasil. Feito isso, exponha os momentos históricos
que alavancaram seu desenvolvimento e acabaram por contribuir para seu
formato atual.
DICAS
Para um aprofundamento destes temas, sugiro que você leia o seguinte livro:
BRAGHIIROLLI, E. Psicologia geral. Petrópolis: Vozes, 2004.
31
32
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
FIGURA 8 – PSICOLOGIA SOCIAL COGNITIVA
33
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
TUROS
ESTUDOS FU
34
TÓPICO 3 | A PSICOLOGIA SOCIAL COGNITIVA
DICAS
35
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
36
TÓPICO 3 | A PSICOLOGIA SOCIAL COGNITIVA
NOTA
37
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
3.2 ATITUDES
FIGURA 12 – ATITUDES
38
TÓPICO 3 | A PSICOLOGIA SOCIAL COGNITIVA
Para Bock, Furtado e Teixeira (2002), a partir da percepção que temos do meio
social e dos outros, o indivíduo vai organizando essas informações e relacionando-
as com afetos (positivos ou negativos) e desenvolvendo uma predisposição para
agir (favorável ou desfavoravelmente) em relação às pessoas e aos objetos presentes
no meio social. A essas informações, com forte carga afetiva e que predispõem o
indivíduo para uma determinada ação, dá-se o nome de atitudes. Atitudes seriam,
então, sentimentos pró ou contra pessoas ou coisas com quem entramos em contato.
Segundo Rodrigues, Assmar e Jablonski (1999, p. 98), atitude social seria “[...] uma
organização duradoura de crenças e cognições em geral, dotada de carga afetiva
pró ou contra um objeto social definido, que predispõe a uma ação coerente com as
cognições e afetos relativos a este objeto”. Essas atitudes, em sua grande parte, são
aprendidas e servem para nos ajudar a lidar com o ambiente social.
Fica evidente que as atitudes são anteriores à ação. Nossas ações teriam
relação direta com as atitudes que temos. Se tivermos uma atitude positiva
em relação à determinada pessoa, por exemplo, é bastante provável que
nosso comportamento em relação à mesma seja amistoso, a trataremos bem.
Vale a ressalva de que nem sempre temos uma relação direta entre atitude e
comportamento, nem sempre é possível prevermos o comportamento de alguém
a partir do conhecimento de sua atitude. Nosso comportamento é resultante
também da situação dada, ao contexto na qual nos encontramos com os outros. A
título de exemplificação, imaginemos uma situação na qual estamos extremamente
atrasados para algum compromisso importante. Com essa variável, é bastante
provável que você não se comporte da forma prevista em relação ao seu melhor
amigo ao encontrá-lo na rua. A situação, nesse momento, apresenta elementos
que interferem no comportamento esperado.
39
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
Posição aceita por grande parte dos psicólogos sociais é a de que as atitudes
possuem um componente ativo e coerente com as cognições e afetos envolvidos, o
chamado componente comportamental. As atitudes (componente afetivo) seriam
a força motivadora para a ação e a relação entre atitude e o comportamento acaba
por ser um dos grandes campos de interesse da Psicologia Social.
FONTE: O autor
E
IMPORTANT
40
TÓPICO 3 | A PSICOLOGIA SOCIAL COGNITIVA
É um fato que o preconceito não é fruto da nossa época. Ele talvez seja tão
velho quanto a humanidade, como bem coloca Rodrigues (1999). Independente
do momento no qual ele ocorre, o que é notório e bastante preocupante são os
males decorrentes do mesmo. Temos como exemplo mais estarrecedor de todos
o holocausto, momento em que milhões de judeus foram aniquilados, grupo
politicamente indesejado pelo movimento nazista chefiado por Adolf Hitler.
Segundo Rodrigues (1999), apenas por volta dos anos 20 é que o preconceito
passa a ser uma questão discutida, principalmente pelo fato de que até esse
momento praticamente toda a comunidade científica americana e europeia partia
da premissa de que realmente havia diferenças significativas entre as raças e que
41
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
FONTE: O autor
E
IMPORTANT
Como você pôde notar, o quadro acima tem relação direta com o conceito de
atitudes apresentado anteriormente. Estão presentes os três componentes, componentes
centrais para a compreensão do comportamento humano segundo a Psicologia social
cognitiva.
42
TÓPICO 3 | A PSICOLOGIA SOCIAL COGNITIVA
NOTA
DICAS
43
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
44
TÓPICO 3 | A PSICOLOGIA SOCIAL COGNITIVA
45
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
46
TÓPICO 3 | A PSICOLOGIA SOCIAL COGNITIVA
aquela que for dada maior importância pelo sujeito. Os diferentes papéis sociais
que desempenhamos deixam clara nossa enorme plasticidade de nos adaptarmos
a diferentes situações, comportando-nos de forma diferente em cada uma delas.
Nos dias de hoje esse tema é mais do que atual, haja vista que se
percebem mais do que nunca os chamados conflitos de papéis. Esses acabam
podendo ser explicados por inúmeros fatores, dentre eles, a proliferação de
papéis recentemente, a existência de inconsistência nos papéis, como no caso dos
adolescentes que agem como crianças em determinadas situações e como adultos
em outras, assim como a própria evolução dos papéis, como no caso do papel da
mulher contemporânea (CORNICK; SAVOIA, 1989).
47
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
UNI
H. Gleitman
D. Reisberg
J. Gross
FONTE: GLEITMAN, H.; REISBERG, D.; GROSS, J. Psicologia. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009, p. 472-473.
48
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, não se esqueça que:
49
AUTOATIVIDADE
DICAS
Para um aprofundamento destes temas, sugiro que você leia os seguintes livros:
50
UNIDADE 1
TÓPICO 4
A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
1 INTRODUÇÃO
FIGURA 16 – PROCESSO GRUPAL E PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
51
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
52
TÓPICO 4 | A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
Com uma posição bem mais crítica em relação à realidade social e com o
intuito de contribuir para a transformação da sociedade vem sendo desenvolvida
uma nova Psicologia Social, buscando a superação dos limites apontados até
então pela Psicologia Social Americana e se atendo a construir conhecimentos
sobre a natureza social do fenômeno psíquico.
53
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
TUROS
ESTUDOS FU
3 A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
A Psicologia, como já deve ter ficado claro diante do que foi colocado até
então, apresenta-se em constante movimento, isto é, a todo momento surgem
novos conhecimentos na área e, mais do que isso, novas abordagens vão sendo
construídas. Uma das abordagens mais recentes na Psicologia e que se torna
referência para a Psicologia do Desenvolvimento, para a Educação e, nosso foco
nesse momento, para a Psicologia Social, é a Psicologia Sócio-histórica.
54
TÓPICO 4 | A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
TUROS
ESTUDOS FU
E
IMPORTANT
Diferente dos socialistas utópicos que sonhavam com uma sociedade ideal, mas
não tinham clareza de como chegar nela, Karl Marx e seu parceiro Friedrich Engels acabaram
sendo considerados pertencentes à outra categoria, a do socialismo científico, por sugerir o
que deveria ser feito para se chegar à tão almejada sociedade igualitária.
55
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
UNI
TUROS
ESTUDOS FU
57
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
58
TÓPICO 4 | A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
59
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
60
TÓPICO 4 | A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
61
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
NOTA
62
TÓPICO 4 | A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
63
UNIDADE 1 | PSICOLOGIA SOCIAL: ORIGEM E DEFINIÇÃO
E
IMPORTANT
UNI
64
TÓPICO 4 | A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
LEITURA COMPLEMENTAR
A. M. B Bock
O. Furtado
M. de L. T. Teixeira
Essa nova Psicologia Social permite que se compreenda o que acontece conosco
na sociedade brasileira, pois ela parte dessa realidade para compreender os elementos do
mundo interno que estão sendo construídos: como estamos representando a juventude
ou infância? Como estamos representando a nossa sexualidade? Nosso trabalho?
Quem somos nós, os brasileiros? Para responder a questões como essas, a Psicologia
Social vai recorrer aos conceitos de atividade, consciência e identidade, promovendo
um estudo sobre o fazer, o pensar e o agir dos homens em nossa sociedade, e será a
articulação entre esses elementos que permitirá a resposta à questão.
65
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, dentre outras questões, lembre-se de que:
DICAS
66
AUTOATIVIDADE
DICAS
Para um aprofundamento destes temas, sugiro que você leia o seguinte livro:
Este livro se destina a psicólogos, estudantes de Psicologia e interessados no
debate da construção social do indivíduo e de sua subjetividade. Os temas e
questões que estão aqui apresentados são fruto da construção coletiva da equipe
de Psicologia Sócio-Histórica da Faculdade de Psicologia da PUC de São Paulo.
A psicologia sócio-histórica vem se desenvolvendo, no Brasil, nos últimos 20
anos e tem suas raízes na obra de pensadores russos como Vygotsky, Luria,
Leontiev e outros. Esta obra pretende ser introdutória na Psicologia Sócio-
Histórica, trazendo os fundamentos teóricos da abordagem, assim como a
discussão metodológica e o debate sobre a prática a partir dessa perspectiva.
67
68
UNIDADE 2
DESENVOLVIMENTO HUMANO: UM
ENFOQUE PSICOSSOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 2 está dividida em cinco tópicos. Ao final de cada um deles, você
terá a oportunidade de fixar seus conhecimentos realizando as atividades
propostas.
TÓPICO 2 – INFÂNCIA
TÓPICO 3 – ADOLESCÊNCIA
69
70
UNIDADE 2
TÓPICO 1
O LUGAR DO OUTRO NO
DESENVOLVIMENTO HUMANO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico será apresentada a possibilidade de interface entre a
Psicologia do Desenvolvimento e a Psicologia Social, ou melhor, do estudo do
desenvolvimento humano a partir de um enfoque psicossocial, enfoque este
que norteará toda a unidade. Existem inúmeras teorias psicológicas a respeito
do desenvolvimento humano, entretanto, a grande distinção entre elas se dá no
privilégio de alguns fatores de influência em detrimento de outros. No caso da
Psicologia Social, seu olhar se volta para a importância dada ao estudo do outro,
para compreendermos o que somos e como nos constituímos. Esta possibilidade
será apresentada a seguir.
71
UNIDADE 2 | DESENVOLVIMENTO HUMANO: UM ENFOQUE PSICOSSOCIAL
No que diz respeito à relação entre essas duas esferas, é possível afirmarmos
que, embora certo grau de maturação física seja necessária para que uma criança
possa tocar um instrumento musical, horas de prática e a devida instrução serão
essenciais para que em algum momento ela possa ser extremamente habilidosa
neste quesito. Desta forma, grande parte das mudanças no desenvolvimento são
resultado da relação entre maturação e aprendizagem. Hoje, raros estudiosos
desmerecem qualquer uma dessas instâncias. A grande divergência, no entanto,
reside em qual a porcentagem de importância de cada uma dessas instâncias no
processo de desenvolvimento.
72
TÓPICO 1 | O LUGAR DO OUTRO NO DESENVOLVIMENTO HUMANO
73
UNIDADE 2 | DESENVOLVIMENTO HUMANO: UM ENFOQUE PSICOSSOCIAL
Ele se destaca nesta área por ter sido inovador em vários aspectos
importantes, dentre eles, por ter sido um dos primeiros a contemplar a vida
humana em toda a sua extensão, o que pode ser considerado uma novidade ao
nos voltarmos à Psicologia do desenvolvimento em seu início.
TUROS
ESTUDOS FU
E
IMPORTANT
76
TÓPICO 1 | O LUGAR DO OUTRO NO DESENVOLVIMENTO HUMANO
categoria que traz consigo a ideia de ativo, presente, pensante, que se posiciona
no próprio curso de sua atividade, superando o determinismo, que buscou situar
as causas ou construir leis que servissem a todos, e menosprezando a trajetória de
cada sujeito e o processo de significação envolvido nisso tudo.
E
IMPORTANT
socializador dos meios de comunicação de massa. Por mais que no caso da família
e da escola se tenha uma relação dialógica, no caso da televisão, por exemplo, a
comunicação é direta e extremamente impessoal, o que não desmerece a influência
desses novos agentes socializadores que se fazem presentes atualmente.
UNI
78
TÓPICO 1 | O LUGAR DO OUTRO NO DESENVOLVIMENTO HUMANO
LEITURA COMPLEMENTAR
A. M. B. Bock
O. Furtado
M. L. T. Teixeira
Não queremos dizer com isso que o homem esteja subtraído do campo
de ação das leis biológicas, mas que as modificações biológicas hereditárias não
determinam o desenvolvimento sócio-histórico do homem e da humanidade:
dão-lhe sustentação. As condições biológicas permitem ao homem apropriar-se
da cultura e formar as capacidades e funções psíquicas. A única aptidão inata no
homem é a aptidão para a formação de outras aptidões. [...] H. Piéron resume
esse pensamento em uma frase bastante interessante: “A criança, no momento do
nascimento, não passa de um candidato à humanidade, mas não a pode alcançar
no isolamento: deve aprender a ser um homem na relação com os outros homens”.
Essas diferenças entre os indivíduos existem, mas não são elas que justificam
as grandes diferenças que temos em nossa sociedade. Pois, repetindo, essas diferenças
biológicas geram apenas alguns traços particulares na atividade dos indivíduos. Ou
seja, todos aprendem a fazer, só que colorem seu fazer com alguns traços particulares,
singulares, individuais. As nossas diferenças sociais são muito maiores – temos crianças
que sabem fazer e outras que não aprenderam e, portanto, não desenvolveram certas
aptidões. Essas diferenças estão fundadas no acesso à cultura, que em nossa sociedade
se dá de forma desigual. Existem crianças que não têm brinquedos sofisticados, e até
aquelas que não têm os mais comuns; crianças que não manuseiam talheres ou lápis;
crianças que não andam de bicicleta, ou que nuca viajaram. Temos até muitos adultos
que não aprenderam a ler e escrever e, portanto, nunca leram um livro; que nunca
saíram do local onde nasceram e não sabem que o homem já vai à Lua; nunca viram
um avião, nem imaginam o que seja um computador. Esses são alguns exemplos.
Não precisamos nos alongar, por que você, com certeza, já percebeu essas diferenças.
Ora, se desenvolvemos nossa humanidade a partir da apropriação das realizações do
progresso histórico, é claro que, numa sociedade em que essa igualdade não ocorre,
fica excluída a possibilidade de igualdade entre os indivíduos.
79
RESUMO DO TÓPICO 1
Deste tópico é importante que você tenha claro que:
80
AUTOATIVIDADE
81
82
UNIDADE 2 TÓPICO 2
INFÂNCIA
1 INTRODUÇÃO
Por muito tempo o estudo do desenvolvimento humano era sinônimo
de estudo da infância, visto a importância dada a esse período: a infância seria,
por este ideário, a responsável pela formação da personalidade do adulto.
Embora hoje se perceba que o ser humano se constrói em um processo que se
inicia no nascimento e acaba na morte, fica difícil negar que os acontecimentos e
aprendizados ocorridos neste período têm uma relevância ímpar.
83
UNIDADE 2 | DESENVOLVIMENTO HUMANO: UM ENFOQUE PSICOSSOCIAL
Para Shaffer (2005), embora não se possa afirmar precisamente o que reserva
a vida adulta de alguém com base em uma análise meticulosa de sua infância,
a grande maioria dos desenvolvimentalistas concordam que os primeiros doze
anos de vida são extremamente importantes, pois interferem substancialmente
na adolescência e na vida adulta.
Até o final da Idade Média, a criança não tinha espaço no seio familiar. Ela
era entendida como um ser incompleto, inacabado, que precisava evoluir para se
tornar completa quando adulta. Essa visão adultocêntrica teve como principal
agravante o desrespeito a esse período e à compreensão da criança apenas como
um “vir a ser”, um futuro adulto.
84
TÓPICO 2 | INFÂNCIA
NOTA
FONTE: O autor
86
TÓPICO 2 | INFÂNCIA
87
UNIDADE 2 | DESENVOLVIMENTO HUMANO: UM ENFOQUE PSICOSSOCIAL
NOTA
89
UNIDADE 2 | DESENVOLVIMENTO HUMANO: UM ENFOQUE PSICOSSOCIAL
E
IMPORTANT
90
TÓPICO 2 | INFÂNCIA
NOTA
Para conhecer melhor Vygotsky, uma boa escolha é ter um contato com suas
próprias obras, “Formação social da mente” (São Paulo: Martins Fontes, 1984).
recíprocas que se estabelecem entre sujeito e objeto. Exatamente por este fato,
Vygotsky tem uma aproximação maior com a Psicologia Social e é referência ao
estudo do desenvolvimento humano, partindo de um enfoque psicossocial.
UNI
92
TÓPICO 2 | INFÂNCIA
LEITURA COMPLEMENTAR
93
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, dentre outras questões, lembre-se de que:
94
AUTOATIVIDADE
95
96
UNIDADE 2 TÓPICO 3
ADOLESCÊNCIA
1 INTRODUÇÃO
A adolescência pode ser considerada uma das fases do desenvolvimento
humano mais curiosa e isso nos leva a uma infinidade de materiais à disposição
para consulta e a uma diversidade de teorias explicativas e concepções a respeito
da mesma. Três questões centrais estão presentes e são de enorme valia nesse
sentido: a adolescência existe? Há características naturais na adolescência? O que
é a adolescência?
2 DEFININDO ADOLESCÊNCIA
Parece bastante óbvio que uma primeira questão que se coloca, ao
buscarmos adentrar no estudo da adolescência, é a sua definição, bem como a
idade cronológica em que esse período ocorre. Há ainda autores que defendem
uma subdivisão desse período como é o caso de Stone e Church (apud CARMEN,
1988). Para eles, ocorrem três momentos distintos com os respectivos termos:
pubescência, puberdade e adolescência.
97
UNIDADE 2 | DESENVOLVIMENTO HUMANO: UM ENFOQUE PSICOSSOCIAL
Para Carmen (1988), fica difícil fixar com precisão em termos de idade
o início e término da adolescência. Segundo ela, uma possibilidade seria a de
compreendê-la em três etapas: adolescência inicial (11 aos 15 anos), adolescência
mediana (11 aos 17 anos), e a adolescência terminal ou tardia (17 aos 24 anos).
Não há consenso em relação a esses números, embora a maioria dos teóricos
compartilhe que a adolescência é o estágio intermediário do desenvolvimento,
aquele situado entre a infância e a adultez ou, como afirmam Bock, Furtado e
Teixeira (2002), é a fase caracterizada sobretudo pela aquisição de conhecimentos
necessários para o ingresso do jovem no mundo do trabalho e constituição da sua
própria família.
3 A INVENÇÃO DA ADOLESCÊNCIA
A definição de adolescência nos leva à discussão central e que atormenta
de certa forma a maioria dos estudiosos nesse campo. Seria a adolescência algo
natural e universal ou uma invenção cultural? O que seria exatamente adolescência?
Essas perguntas nos levam a uma série de reflexões bastante valiosas sobre o
tema. Infelizmente, a Psicologia tradicionalmente não teve dúvida em relação a
estas respostas e optou por acreditar que a adolescência é algo natural e, por isso,
a pergunta o que é adolescência acaba não tendo sentido. Isso pode ser explicado
em grande parte pela própria formação que acaba por ignorar a relação entre
adolescência e a sua determinação histórica e cultural. Tanto as ciências médicas
quanto psicológicas acabaram por historicamente naturalizar, universalizar e até
patologizar a adolescência.
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UNI
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Esse exemplo deixa claro que a adolescência não pode ser considerada
uma fase natural do desenvolvimento humano. Não podemos negar a existência
em qualquer cultura da passagem da infância para a fase adulta, embora ela se
dê de forma muito diferente em um lugar e outro: duração, comportamentos
associados etc. No caso dos trobriandeses, como há um salto da pré-adolescência
para a fase adulta, poderíamos afirmar, sem medo, de parecermos ridículos que
lá não existe adolescência.
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que, querendo ou não, lhe traz segurança e proteção; e, por outro lado, sente-
se atraído pelo mundo adulto, mesmo que ainda tenha dificuldade de gozá-
lo plenamente. Por se perceberem no meio do caminho, acabam tendo muitas
dúvidas.
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LEITURA COMPLEMENTAR
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RESUMO DO TÓPICO 3
As informações principais deste tópico podem ser resumidas nos
seguintes itens:
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AUTOATIVIDADE
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UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Normalmente, ao se referir à Psicologia do desenvolvimento, tem-se a
ideia de que esta é uma área da Psicologia voltada a compreender como se dá o
desenvolvimento humano do nascimento até a morte. Entretanto, ao entrarmos
em contato com a literatura da área, percebemos que a maioria do material
voltado a esta temática se volta à compreensão da infância. O que fica evidente
no estudo do desenvolvimento humano é que este acabou sendo considerado por
muito tempo como sinônimo de desenvolvimento infantil e isto mudou apenas
recentemente.
2 IDADE ADULTA
A vida adulta e a velhice constituem desafios a todas as sociedades
humanas, sobretudo no mundo moderno, cuja dimensão social se encontra
centrada na juventude, como mito e como valor que orientam a percepção de
mundo e a compreensão possível da vida. No entanto, como afirma Gusmão
(2001), ao ser vivida, a própria vida se encarrega de destruir o mito e expor a
realidade humana em sua fragilidade biológica e social.
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3 VELHICE
Se algumas sociedades tradicionais tinham a velhice como sinônimo de
sabedoria, em que o ancião, por ter acumulado experiência, saber e ter algo a
transmitir, era altamente respeitado e requisitado, entretanto, infelizmente, hoje
é vista como sinônimo de afastamento e dificuldades das mais diversas.
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TÓPICO 4 | IDADE ADULTA E velhice
E
IMPORTANT
Essas ocorrências são mais comuns naquelas que passaram quase toda a
sua vida ocupadas em um trabalho especializado e acabaram não encontrando
satisfação em outros aspectos da vida. Algumas empresas, diante da constatação
de que uma aposentadoria brusca, em muitas pessoas, pode ser uma ameaça
para a saúde, optaram por estabelecer aposentadorias parciais, promovendo,
dessa forma, uma gradual transição no ato de aposentar. Para McKinney (apud
MOSQUERA, 1978), a aposentadoria traz consigo o abandono ou a diminuição
da força de trabalho, o que acaba por ameaçar a integração de si mesmo. Na nossa
cultura, a aposentadoria é tida como o não emprego e, aliado a isso, são vários os
reflexos sentidos pelo idoso, principalmente de ordem psicológica e social.
O que parece estar em voga nessa discussão é que uma das melhores
garantias para a conservação de uma boa saúde na velhice é estar ocupado em
coisas que despertam verdadeiro interesse. Para Beauvoir (1990), é exatamente
esse o grande desafio para o idoso, continuar perseguindo fins que deem sentido
à nossa vida: dedicação a indivíduos, a coletividades, a causas, trabalho social ou
político, intelectual, criador.
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LEITURA COMPLEMENTAR
N. M. M. de Gusmão
UNI
O texto anterior deixa claro que a velhice, assim como as demais fases do
desenvolvimento humano, não passa de construções sociais, logo é passível de mudanças
e não se revela enquanto uma resposta direta à idade cronológica pura e simplesmente. No
grupo indígena suyá, estudado por Seeger (apud GUSMÃO, 2001), os velhos são tomados
por absoluta irreverência e têm atitudes cômicas, inclusive em relação a temas considerados
privados ou pouco falados como a sexualidade. Espera-se que o comportamento do velho
ou da velha seja o oposto daquele que o suyá moralmente correto deve ter. Além de
representar o divertimento e a comédia, são respeitados e prestigiados ao adentrar à “classe
de idade dos velhos”.
Diante de uma realidade bastante diferente da nossa, podemos perceber que a velhice na
nossa sociedade acaba tendo cont