Definição de

comportamento

Análise do
comportamento:
Processos Básicos
O que é comportamento?
comportamento
substantivo masculino
1. ato ou efeito de comportar-se.
2.procedimento de alguém face a
estímulos sociais ou a sentimentos e
necessidades íntimos ou uma
combinação de ambos.

Dicionário online
 O que é comportamento?
A pergunta parece fácil.
Comportamento é aquilo que
estou fazendo agora?
O que é comportamento?

E quando estou
parado?

Estou me
comportando?

E se eu estiver parado,
mas pensando?
 Pensamento é
comportamento?
 Pensar é comportamento?
 Você tem acesso ao
pensamento?
 Consegue ver?
 Comportamento é só
aquilo que conseguimos
ver?
 Comportamento é
movimento?
Um carro se move,
logo ele se
comporta?

E os planetas? O
Sol? Eles se
movimentam, logo
se comportam?
 Quem se comporta?
 Apenas os seres humanos se comportam?

 E os animais?

 Meu cachorro se comporta?

 O que é comportamento?
Para entender e estudar os
comportamentos precisamos de um
conceito de comportamento baseado
na ciência e não apenas na nossa
percepção das coisas, baseadas no
senso comum.
 Psicologia é uma ciência

Ciência é baseada na
observação de padrões;
Elaboração de hipóteses
baseadas nessas observações;
Teste controlado dessas
hipóteses;
Elaboração de teorias e
linguagem técnica;
Possibilidade de refutação
dessas teorias (replicação);
 Definição de comportamento
 O interesse central da análise do comportamento é
a compreensão do comportamento humano,
independentemente da espécie a que pertence o
indivíduo que se comporta.
 Essa possibilidade de estudar o comportamento em
diversas espécies tendo como objetivo o
comportamento humano, fundamenta-se em uma
determinada concepção da espécie humana.
 Dois aspectos relacionados marcam essa
concepção de espécie humana:
 1) o compromisso com a teoria da evolução por
seleção natural e
 2) o caráter relacional envolvido no
comportamento.
Sério, Micheletto & Andery (2009)
O compromisso com a teoria da
evolução por seleção natural
 Esta teoria se origina principalmente
das proposições de Darwin,
especialmente daquelas
apresentadas em seu livro A origem
das espécies.
 Darwin defendia que as espécies
mudavam no decorrer de sua
história, opondo-se a ideia de que as
espécies seriam produtos imutáveis e
independentes, ou seja, criadas
separadamente.

Sério, Micheletto & Andery (2009)

O compromisso com a teoria da
evolução por seleção natural

Evolução das espécies envolve

dois processos básicos: a
produção de variação e a
seleção de algumas dessas
variações.

 Variações aleatórias são selecionadas

pela sobrevivência e reprodução de
membros da espécie.
 Skinner traspõe para o seu objeto de
estudo: o comportamento HUMANO.
Sério, Micheletto & Andery (2009)
MODO CAUSAL DE SELEÇÃO POR
CONSEQUÊNCIAS E A EXPLICAÇÃO
DO COMPORTAMENTO
 ORIGEM DO MODELO DE SELEÇÃO
POR CONSEQUÊNCIAS
Skinner elaborou o modelo de seleção por consequências
a partir de proposições de Charles Darwin (1809-1882) e
Alfred Wallace (1823-1913).

Tanto Darwin como Wallace estavam convencidos de que

as espécies não eram imutáveis e preocuparam-se em
responder à pergunta relativa a como as espécies
mudavam.

A evolução das espécies, segundo a concepção

Darwin/Wallace, envolve dois processos básicos: a
produção de variação e a seleção de algumas dessas
variações.
 CARACTERÍSTICAS DO MODELO DE
SELEÇÃO POR CONSEQUÊNCIAS

Para Skinner, o comportamento não é imutável

O comportamento é produto dos processos de
variação e seleção
Como os comportamentos se originam? Como se
alteram e se mantém?
O comportamento é produto, concomitantemente, de
três níveis de variação e seleção.
ONDE O ANALISTA DO
COMPORTAMENTO DEVERIA
PROCURAR RESPOSTAS PARA A
PERGUNTA: “POR QUE AS PESSOAS
SE COMPORTAM DESSA
MANEIRA?”
 CARACTERÍSTICAS DO MODELO DE
SELEÇÃO POR CONSEQUÊNCIAS

... o comportamento humano é o produto conjunto (1)

das contingências de sobrevivência responsáveis
pela seleção natural das espécies e (2) das
contingências de reforçamento responsáveis pelos
repertórios adquiridos por seus membros, incluindo
(3) as contingências especiais mantidas por um
ambiente social que evoluiu. (Skinner, 1981/1987, p.
55)
 CARACTERÍSTICAS DO MODELO DE
SELEÇÃO POR CONSEQUÊNCIAS

O comportamento é produto da SELEÇÃO

NATURAL, do CONDICIONAMENTO OPERANTE e do
REFORÇAMENTO SOCIAL (CULTURA).
 OS TRÊS NÍVEIS DE DETERMINAÇÃO
DO COMPORTAMENTO
1. FILOGÊNESE

Características que são típicas de cada uma das

espécies, aquelas que usualmente chamamos
de inatas.

Nossas características fisiológicas e alguns traços

comportamentais (reflexos e padrões fixos de
ação) são determinados pela filogênese.
 Ontogênese
2. ONTOGÊNESE
 É o processo que descreve como indivíduos
desenvolvem um conjunto específico de
respostas e de relações entre respostas e
mudanças ambientais.
 Surgimento de características que singularizam o
indivíduo em uma dada espécie.

Individualização!
 Podemos entender como os indivíduos de uma espécie se
diferenciam uns dos outros com relação ao seu repertório
de respostas
 OS TRÊS NÍVEIS DE DETERMINAÇÃO
DO COMPORTAMENTO

Emergência do comportamento verbal → O

comportamento verbal tem papel especial no
desenvolvimento do ambiente social e
contribui de maneira decisiva para o
estabelecimento do terceiro nível de variação
e seleção do comportamento
 OS TRÊS NÍVEIS DE DETERMINAÇÃO
DO COMPORTAMENTO
3. Cultura

Torna possível para os indivíduos de um grupo

aprender pela experiência do outro
Torna possível também produzir e acumular
conhecimentos e experiências
E ainda organizar e difundir estilos e formas de
vida e organização e etc.
Resumindo
Comportamento humano é o
produto conjunto da
interação contínua (1) das
contingências de
sobrevivência responsáveis
pela seleção natural das
espécies, (2) das
contingências de
reforçamento responsáveis
pelos repertórios adquiridos
por seus membros, incluindo
(3) as contingências
especiais mantidas por um
ambiente social que evolui.
(Skinner, 1987)
 Os processos de variação e seleção
permitem compreender tanto a diversidade
entre as espécies de seres vivos como as
características que a espécie humana tem
em comum com as demais espécies e as
características peculiares.
 Tomar a espécie humana como resultado de
uma longo processo de variação e seleção
faz, com que olhemos o comportamento
como um produto desse processo.

A cadeia causal,
unidirecional e mecanicista
é substituída por uma malha
de relações de caráter
interacionista e histórica.
Sério, Micheletto & Andery (2009)
O que é comportamento?
 O termo comportamento descreve sempre uma relação,
o intercâmbio:

Organismo Ambiente

 O comportamento descreve uma relação entre

atividades do organismo (qualquer organismo), que
são chamadas de respostas e eventos ambientais
que são chamados de estímulos(tudo ao redor
desse organismo).

Sério, Micheletto & Andery (2009)

 Organismo e Ambiente

Organismo: qualquer ser vivo;

Ambiente: tudo ao redor desse ser vivo;

 Comportamento é:
Dica: Ao analisar
um
 Relação entre: comportamento, é
 Organismo e ambiente importante definir
o comportamento
de quem
(organismo) iremos
analisar.
Alguém tem dúvida?

Atenção
do
professor
Comportamento é:
O comportamento é uma
relação entre o organismo e o
ambiente, logo uma relação
entre Respostas e eStímulos
 Ao afirmar que o objeto de estudo da
psicologia é o comportamento é afirmar que
o objeto de estudo da psicologia é a relação
entre o organismo (suas atividades, suas
respostas) e o ambiente (os eventos
ambientais, os estímulos).

NENHUM LIMITE METODOLÓGICO

DEVE SER IMPOSTO AOS
ESTÍMULOS E ÀS RESPOSTAS QUE
CONSTITUEM UM
COMPORTAMENTO

 Alguns aspectos serão destacados.

Sério, Micheletto & Andery (2009)
 1º aspecto
 O primeiro aspecto diz respeito à extensão do
termo ambiente.
 Utilizamos o termo ambiente à situação na
qual o responder ocorre e à situação que
passa a existir após o responder.

Estímulos Estímulos
Resposta
antecedentes subsequentes
 1º aspecto
Podemos ter comportamentos que envolvem
apenas estímulos antecedentes e a resposta e
relações que envolvem os estímulos antecedentes,
a resposta e os estímulos subsequentes

Estímulos Estímulos
Resposta
antecedentes subsequentes
 1º aspecto
Podemos ter comportamentos que envolvem
apenas estímulos antecedentes e a resposta e
relações que envolvem os estímulos antecedentes,
a resposta e os estímulos subsequentes

Estímulos Estímulos
Resposta
antecedentes subsequentes
 Estímulos Estímulos
Resposta
antecedentes subsequentes
 Estímulos Estímulos
Resposta
antecedentes subsequentes
 2º aspecto
 O segundo aspecto diz respeito ao que chamamos
de atividades, respostas do organismo.
 Um organismo vivo está sempre respondendo,
mesmo quando é difícil identificar que está
ocorrendo uma resposta.
 A atividade do organismo envolve:

Respostas manifestas:
Respostas que podem
ser observadas por mais
de um observador
 2º aspecto
 O segundo aspecto diz respeito ao que chamamos
de atividades, respostas do organismo.
 Um organismo vivo está sempre respondendo,
mesmo quando é difícil identificar que está
ocorrendo uma resposta.
 A atividade do organismo envolve:
Respostas encobertas:
Respostas manifestas:
Respostas que podem
Respostas que podem
ser observadas apenas
ser observadas por mais
pelo organismo que se
de um observador
comporta
 2º aspecto
 O segundo aspecto diz respeito ao que chamamos
de atividades, respostas do organismo.
 Um organismo vivo está sempre respondendo,
mesmo quando é difícil identificar que está
ocorrendo uma resposta.
 A atividade do organismo envolve:
Respostas encobertas:
Respostas manifestas:
Respostas que podem
Respostas que podem
ser observadas apenas
ser observadas por mais
pelo organismo que se
de um observador
comporta

Se as respostas envolvidas na relação são

encobertas ou manifestas, isto não é critério
para incluir ou excluir a relação como objeto
de estudo.
 3º aspecto
 Os eventos ambientais são compostos por
estímulos físicos, sociais, públicos e privados.
 Estímulos físicos: eventos em que propriedades e
dimensões têm sido descritas pelas ciências
naturais (diversos objetos ao nosso redor)
 Estímulos sociais: eventos em que as
propriedades e dimensões são derivadas de fato
de serem produzidas por outro organismo (no
caso de seres humanos, são produtos culturais).
 3º aspecto
 Estímulos públicos: acessíveis de maneira
independente a mais de um observador (por
exemplo, os diversos objetos ao nosso redor).
 Estímulos privados: acessíveis diretamente
apenas ao organismo afetado por eles (por
exemplo, o formigamento nos pés).

O aviso da não restrição metodológica às noções de estímulo e

resposta é importante porque é comum restringirmos o termo
ambiente aos estímulos físicos e públicos.
 Ambiente
 O que é ambiente?
 Ambiente é muito mais do que o lugar no qual
as coisas acontecem.
 Quando falamos de ambiente não estamos
dizendo de “algo naturalmente existente, muito
menos coincidente com o conjunto de tudo
que está a nossa volta ou do universo
circundante a todos e a cada um” (Tourinho,
1997)
O abandono de uma perspectiva naturalista para o
conceito de ambiente implica admitir que o universo é,
em larga medida, para cada um, um material
indiferenciado. É apenas a partir do momento em que
interage com partes do universo de um modo particular
que o indivíduo passa a se comportar
discriminadamente diante das mesmas – e que elas,
então se convertem em ambiente. (Tourinho, 1997)
 Ambiente
 E o ambiente privado?

É particularmente importante que uma ciência do

comportamento enfrente o problema da
privacidade... Uma ciência adequada do
comportamento deve considerar os eventos que
ocorrem sob a pele de um organismo, não como
mediadores fisiológicos do comportamento, mas
como parte do comportamento em si. Pode lidar
com estes eventos sem assumir que eles têm
qualquer natureza especial ou que devem ser
conhecidos de uma maneira especial. A pele não
é tão importante como um limite. Eventos
privados e públicos têm o mesmo tipo de
dimensões físicas. (Skinner, 1969)
 Neste trecho:
 Skinner não nega a existência de um universo
privado;
 Propõe como uma tarefa de uma ciência do
comportamento estudar como esta parte do
universo é transformada em ambiente;
 a parte privada não tem “qualquer natureza
especial” e
 Que para conhecê-la não precisamos
necessariamente recorrer a nenhuma
“maneira especial” de proceder

Sério, Micheletto & Andery (2009)

 4º aspecto
 Quando se assume que o comportamento é
uma relação entre organismo e ambiente
sobre a qual não se impõe limites
metodológicos, a relação organismo-
ambiente pode envolver situações como
níveis de complexidade distintos.
 Finalizando.......
 Como vocês definem comportamento?
 Organismo Ambiente

 O comportamento descreve uma relação entre

atividades do organismo (qualquer organismo),
que são chamadas de respostas e eventos
ambientais que são chamados de
estímulos(tudo ao redor desse organismo).

Sério, Micheletto & Andery (2009)

 Organismo Ambiente

- Respostas do - Eventos ambientais

organismo (estímulos);
(ação do - Tudo ao redor do ser
organismo); vivo que o afeta;
- Respostas - Podem ser eventos
manifestas; antecedentes e
- Respostas subsequentes;
encobertas - Estímulos físicos,
sociais, público e
privado
 NENHUM LIMITE
METODOLÓGICO DEVE SER
IMPOSTO AOS ESTÍMULOS E ÀS
RESPOSTAS QUE CONSTITUEM
UM COMPORTAMENTO

Sério, Micheletto & Andery (2009)

 Finalizando...
 Comportamento descreve sempre uma
relação entre organismo (Respostas - R) e
ambiente (estímulos - S), não existe
comportamento sem organismo ou sem
ambiente;
 Apenas se movimentar (por exemplo,
levantar o braço) não é comportamento é
uma resposta;
 Pensamento é um comportamento, apesar
de não ser observado diretamente (pode
ser relatado);
 Todos os seres vivos se comportam;
 Resposta é uma ação do organismo ou aquilo
que o sujeito faz;
 Para encontrar a resposta é necessário primeiro
estabelecer quem é o organismo (o
comportamento de quem estamos
analisando);
 Depois de encontrar a resposta fica mais fácil
encontrar o estímulo, em que situação ocorre a
resposta e o que passa a ocorrer após a
resposta (ambiente);
Comportamento é um objeto de estudo difícil,
não porque é inacessível, mas porque é
extremamente complexo. Uma vez que é um
processo, e não uma coisa, não pode
facilmente ser imobilizado para observação. É
mutável, fluido e evanescente e por esta
razão coloca enormes exigências sobre a
engenhosidade e energia do cientista.
(Skinner, 1953/1965)
 Referências
 Sério, T.M.A.P. , Micheletto, N. & Andery, M.A.P.A. (2009).
Respostas e eventos subsequentes: contiguidade e
contingência. Comportamento e Causalidade. São Paulo:
PUC/SP
.http://www.pucsp.br/sites/default/files/download/posgra
duacao/programas/psicologia-
experimental/comportamento_causalidade_2009.pdf
Obrigada!