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Ausculta Cardíaca
-Paciente deve ser examinado em ambiente silencioso e em posição confortável.
-Durante a ausculta cardíaca, toda região do precórdio e as regiões vizinhas, como região axilar
esquerda e pescoço, devem ser auscultados.
Focos:
RESUMO:
Ausculta-se:
1-FC
2-Ritimo cardíaco (regular? Arritimias?)
3-Bulhas (N=B1 e B2/ bulhas acessórias?/ Desdobramentos?/ hiperfonese? Hipofonese?)
4-Sopros (patológicos? Fisiológico? Sistólicos?Diastólicos?/ em que foco?/irradia?/ ?+/ 6+)
5-Estalidos ou cliques de abertura
6-Atritos
7-Sopros em artérias/ pescoço/ axila
Anne Caroline A.
PRIMEIRA BULHA:
A primeira bulha (B1) é o primeiro evento da sístole auscultatória ou mecânica.
Fechamento das válvulas mitral e tricúspide.
É o mais prolongado.
Média frequência
Grave
Melhor ouvido em áreas mitral e tricúspide.
TUM.
Mais intensa no ápice
Marca o início da sístole ventricular
Entre B1 e B2 -Sístole
DESDOBRAMENTO de B1:
Desdobramento amplo da primeira bulha ocorre, basicamente, devido ao retardo no
aparecimento do componente tricuspide desse som.
Fechamento retardado da Válvula tricúspide em relação à mitral.
A onomatopéia que utilizamos para B1 desdobrada é TRUM.
Desdobramentos de B1 são mais bem ouvidos em área tricúspide.
1. Desdobramento fisiológico:
Fechamento retardado da vavula tricúspide em relação a mitral Esse desdobramento só é ouvido
Anne Caroline A.
à inspiração.
Durante a expiração B1 é ouvida como um ruído único
2. Desdobramento patológico variável:
Semiologicamente apresenta-se como um exagero do desdobramento fisiológico.
B1 já é ouvida desdobrada à expiração, com aumento do desdobramento à inspiração
Geralmente é produzido por causas que determinem retardo no fechamento da válvula
tricúspide (VT) que podem ser de origem elétrica, mecânica ou mista.
3. Desdobramento invertido —
Geralmente ocorre por retardo no fechamento da válvula mitral (VM) que se consuma após o
fechamento da VT. Como a cronologia dos componentes está invertida (T e M) porém o
comportamento em relação aos movimentos respiratórios continua o habitual, B1 estará mais
desdobrada à expiração. Essa a razão também da denominação de desdobramento paradoxal.
Intensidade:
Hiperfonese X Hipofonese:
a) Posição das válvulas no momento do fechamento.
Assim, se as válvulas estão afastadas, seu fechamento será realizado com uma velocidade
rápida, causando uma vibração maior — hiperfonese. Se, ao contrário, as válvulas estão
próximas uma da outra, o fechamento ocorrerá com uma vibração menor — hipofonese;
b) Grau do inotropismo miocárdico
Fator que também interfere na vibração do fechamento do aparelho A-V. Inotropismo
aumentando, maior vibração — hiperfonese. Inotropismo deprimido, menor vibração —
hipofonese;
c) Integridade do aparelho A-V — logicamente é um fator importante.
O comprometimento anatomofuncional do conjunto A-V poderá ser responsável por uma
hipofonese.
Exemplos:
1) Taquicardia durante uma emoção ou após um exercício físico na ausência de cardiopatia.
Resposta: hiperfonese, uma vez que os três fatores estão presentes, e todos atuando no mesmo
sentido.
2) Taquicardia + infarto agudo localizado do miocárdio.
Resposta: hiperfonese, uma vez que o infarto localizado não está sendo responsável pela
deterioração do inotropismo.
Hipofonese :
Lembre-se ainda que a intensidade de B1 pode estar alterada por causas extracardíacas
como: diâmetro anteroposterior do tórax (pequeno = hiperfonese; grande = hipofonese),
enfisema pulmonar (hipofonese), hipertireoidismo (hiperfonese) etc.
Anne Caroline A.
TERCEIRA BULHA:
A terceira bulha (B3) é um ruído de baixa frequência, grave, que ocorre na fase de
enchimento rápido ventricular.
Som grave e de baixa frequencia,auscultada com a campânula do estetoscópio no foco mitral ou
com o paciente em decúbito ventral esquerdo.
É uma bulha protodiastólica (terço inicial da diástole) cuja onomatopéia é TUM.
Pode ser ocasionada pelo choque do sangue com a parede do ventrículo ou quando o ventrículo
se relaxa completamento e o sangue vem com alta velocidade que se choca novamente com a
parede. Por isso, geralmente ela tá relacionada com uma sobrecarga de olume ( insuficiência do
VE ou insuficiência mitral.)
Pode ser fisiológica em algumas crianças ou adultos jovens.
Localizado na diástole
Ruído protodiastólico (início da diástole)
QUARTA BULHA (B4)
Acredita-se ser pela contração atrial, para ejetar o resto de sangue no interior do ventrículo.
Na maioria das vezes B4 é patológica, denotando déficit da complascência ventricula(medida da
resistência de um órgão oco ao recuo às suas dimensões originais com a remoção de uma força
compressiva ou distensiva.).
Relacionada com uma sobrecarga de pressão, como em coronariopatias, miocardiopatia,
hipertensão arterial sistêmica e estenose aórtica.
Som telediastólico (pré-sistólico), de baixa frequência, grave
Sua onomatopéia também TUM.
RITMO E FREQUÊNCIA CARDÍACA
Reconhecidas as 1 a e 2 a bulhas, o passo seguinte consiste em determinar o ritmo do coração e
o número de batimentos por minuto, isto é, a frequência cardíaca.
Havendo apenas 2 bulhas, trata-se de ritmo de 2 tempos ou binário; quando se torna
audível um 3 o ruído, passa a ser um ritmo de 3 tempos ou ritmo tríplice, assim
representado: TUMTATU–TUMTATU–TUMTATU . Para determinar a frequência, contase
1 minuto inteiro. Em adultos, o número de batimentos por minuto vai de 60 a 100. Menos de 60
contrações por minuto chamase bradicardia, e mais de 100, taquicardia.
Ritmo binário: Presença de primeira e segunda bulhas.
Ritmo tríplice: Presença associada de terceira ou quarta bulha.
Anne Caroline A.
ATRITO PERICÁRDIO:
Som produzido pelo atrito dos folhetos do pericárdio inflamado.
Não tem relação com as bulhas.
Intensidade é variável e pode mudar as características em curto espaço de tempo
Melhor auscultado entre a ponta e a borda esternal esquerda.
Podem ser divididos em 1 sistólico e 2 diastólicos
O sistólico pode ocorrer em qualquer momento da sístole
O diastólico ocorre 1 x no começo e 1 vez no fim da diástole
ESTALIDOS:
Estalidos são ruídos de alta frequência, agudos, breves.
Podem ser sistólicos(cliques) ou diastólicos.
CLIQUES E ESTALIDOS
A característica semiológica básica dos cliques e estalidos é sua situação no ciclo cardíaco.
Tendo em vista este elemento, podem ser classificados em diastólicos e sistólicos
(protossistólicos e mesossistólicos).
Estalidos diastólicos
Os estalidos diastólicos podem ocorrer nas estenoses (estreitamento ou constrição de um duto
ou passagem.) das valvas mitral e tricúspide e, mais raramente, na insuficiência mitral e na
comunicação interatrial.
Estalido de abertura mitral.
A abertura da valva mitral ocorre após o período de relaxamento isovolumétrico, no início da
diástole, e não determina qualquer ruído se a valva estiver normal. No entanto, na estenose
mitral, em decorrência das modificações anatômicas e das alterações pressóricas, a abertura da
valva mitral passa a provocar um ruído seco, agudo e de curta duração. Costuma ser
intenso, e por este motivo pode ser palpável. O estalido de abertura mitral é mais audível
com o paciente em decúbito lateral esquerdo, na área mitral e na borda esternal esquerda,
na altura do 3 o e do 4 o espaço intercostal.
TAQUICARDIA VENTRICULAR:
Ritmo regular
Frequência cardíaca elevada
Bulhas podem estar desdobradas
SOPROS
Anne Caroline A.
Rodamoinhos, como o próprio nome indica, são oscilações, com esse desenho, produzidas a
cada lado de um obstáculo ao fluxo, gerando ruídos e, consequentemente, sopro.
Cavitação seria a formação de bolhas na corrente sanguínea por queda local da pressão.
O livro de semiologia “Porto & Porto Semiologia Médica” defende as 4+ cruzes, desta forma:
■ + corresponde aos sopros débeis, audíveis somente quando se ausculta com atenção e em
ambiente silencioso
■ ++ indica sopros de intensidade moderada
■ +++ traduz sopros intensos
■ ++++ corresponde aos sopros muito intensos, audíveis mesmo quando se afasta o estetoscópio
da parede torácica ou quando se interpõe entre esta e o receptor a mão do examinador.
A intensidade de um sopro depende de vários fatores, alguns relacionados com a
transmissão das vibrações, sobressaindo a espessura da parede torácica e a ocorrência de
enfisema ou de derrame pericárdico, outros diretamente ligados ao próprio mecanismo de
formação do sopro.
Quando o volume sanguíneo é pequeno, o sopro tem fraca intensidade; quando é grande, tornase
mais intenso.
Anne Caroline A.
Frequência:
A frequência de um sopro é dada pelo número de vibrações por segundo (ciclos/seg).
Timbre:
De acordo com o timbre os sopros podem ter as seguintes características:
— suaves: que podem ser aspirativos (SD da IAo);
— rudes: que podem ser rolantes (rolar ou ruflar diastólico da EM) ou rasposos (SS da EAo);
— em jato de vapor: como na IM;
— musicais: geralmente de alta freqüência e com vibrações sinusoidais, podendo ser piantes,
como o pio da gaivota (EAo calcificada), ou musicais propriamente ditos (IAo por eversão da
válvula aórtica). Também os sopros musicais podem ser vibratórios, de baixa freqüência, como
ocorre como sopro de Still (SS inocente ou anorgânico).
Morfologia
A morfologia dos sopros pode ser: em faixa, em crescendo, em decrescendo e em crescendo-
decrescendo.
Localização
A localização é o epicentro do sopro, o ponto de sua máxima audibilidade. É um dado de
importância semiológica, pois, muitas vezes, o epicentro do sopro corresponde à projeção do
local anatômico da lesão (ex.: SS ou ruflar diastólico ouvido em área mitral nas lesões da
válvula mitral).
Irradiação(axila, pescoço, borda esternal, região interescapular)
Em geral a irradiação do sopro relaciona-se à intensidade do mesmo. Sopros mais intensos
podem ser ouvidos em locais mais afastados de seu epicentro e sopros de menor
intensidade são mais localizados. Alguns sopros têm irradiação tão característica que
constituem dado semiológico importantíssimo para o diagnóstico da lesão cardíaca subjacente.
Uma outra manobra conhecida é a manobra de Handgrip, onde o paciente fecha as mãos e as
pressiona. Esse exercício isométrico leva ao aumento da resistência vascular periférica,
aumenta regurgitação mitral e reduz o fluxo aórtico. Essa manobra leva ao aumento da
ausculta de sopros ocasionados por insuficiência aórtica ou insuficiência mitral.
Manobra de Valsava
Uma manobra muito utilizada é a manobra de Valsalva, onde o paciente realiza uma expiração
forçada contra resistência (ou seja, soprar contra a mão – pede-se que ele coloque o dorso da
mão na boca, tampando-a, e, então, sopre). Isso provoca um aumento da pressão
intratorácica, levando, então, à redução do retorno venoso. A manobra de Valsalva auxilia
na ausculta cardíaca, quando há suspeita de determinados sopros. Ela reduz a intensidade de
sopros em estenose aórtica, estenose pulmonar, estenose tricúspide, e aumenta a
intensidade, em casos de prolapso da valva mitral.
AUSCULTA PULMONAR
Para se realizar a ausculta do tórax, o paciente deve estar, preferencialmente, sentado, com o
tórax total ou parcialmente descoberto. Não se deve, em hipótese alguma, colocar o receptor
do estetoscópio sobre qualquer tipo de roupa. Além disso, é importante solicitar ao paciente
que respire um pouco mais profundamente com os lábios entreabertos. Se for necessário, o
examinador ensinalhe a maneira adequada de respirar para se fazer a ausculta. Quando o
paciente está impossibilitado de se sentar, fazse o exame nos decúbitos dorsal e lateral. O
receptor mais adequado é o de diafragma, usandose os de menor diâmetro no exame de crianças.
Sons normais:
Som traqueal e respiração brônquica.
No som traqueal, bem como nos outros sons pulmonares, reconhecem-se dois componentes – o
inspiratório e o expiratório –, cujas características estetoacústicas são específicas para cada
som.
Anne Caroline A.
Murmúrio Vesicular:
Os ruídos respiratórios ouvidos na maior parte do tórax são produzidos pela turbulência
do ar circulante ao chocar-se contra as saliências das bifurcações brônquicas, ao passar
por cavidades de tamanhos diferentes, tais como bronquíolos para os alvéolos e viceversa.
Recebe a denominação de murmúrio vesicular.
O componente inspiratório é mais intenso, mais duradouro e de tom mais alto em relação
ao componente expiratório que, por sua vez, é mais fraco, de duração mais curta e de tom
mais baixo.
Não se percebe, diferentemente do que ocorre na respiração traqueal, um intervalo silencioso
entre as duas fases da respiração. Quando se compara o murmúrio vesicular com a
respiração brônquica verifica-se que o murmúrio vesicular é mais fraco e suave.
Ausculta-se o murmúrio vesicular em quase todo o tórax, com exceção apenas das regiões
esternal superior, interescapulovertebral direita e no nível da 3 a e 4 a vértebras dorsais.
Nestas áreas, ouve-se a respiração broncovesicular. Cumpre salientar que o murmúrio vesicular
não tem intensidade homogênea em todo o tórax – é mais forte na parte anterossuperior, nas
axilas e nas regiões infraescapulares. Além disso, sofre variações em sua intensidade na
dependência da espessura da parede torácica, sendo mais débil nas pessoas musculosas ou
obesas.
Anne Caroline A.
A diminuição do murmúrio vesicular pode resultar de numerosas causas, entre as quais se ressaltam:
presença de ar (pneumotórax), líquido (hidrotórax) ou tecido sólido (espessamento pleural) na
cavidade pleural; enfisema pulmonar, dor torácica de qualquer etiologia que impeça ou
diminua a movimentação do tórax, obstrução das vias respiratórias superiores (espasmo ou
edema de glote, obstrução da traqueia), oclusão parcial ou total de brônquios ou bronquíolos.
Constitui importante alteração do murmúrio vesicular o prolongamento da fase expiratória que, em
condições normais, é mais curta e mais suave que a fase inspiratória. O prolongamento da expiração
surge na asma brônquica, no enfisema e na bronquite com broncospasmo e traduz de modo objetivo
a dificuldade de saída do ar. A respiração tornase sibilante, descrita pelos pacientes como “chieira”
Murmúrio vesicular mais intenso ocorre quando o paciente respira amplamente e com a boca
aberta, após esforço, em crianças e em pessoas emagrecidas. Nos portadores de afecções
pulmonares unilaterais, como mecanismo vicariante, o murmúrio vesicular torna-se mais
intenso no lado não afetado.
Respiração broncovesicular.
Neste tipo de respiração, somamse as características da respiração brônquica com as do
murmúrio vesicular. Deste modo, a intensidade e a duração da inspiração e da expiração têm
igual magnitude, ambas um pouco mais fortes que no murmúrio vesicular, mas sem atingir a
intensidade da respiração brônquica.
Nas crianças, em razão do menor tamanho do tórax, a respiração broncovesicular é audível em
regiões mais periféricas. Em condições normais, a respiração broncovesicular é auscultada na
região esternal superior, na interescapulovertebral direita e no nível da terceira e da quarta
vértebra dorsal.
Sua presença em outras regiões indica condensação pulmonar, atelectasia por compressão ou
presença de caverna; ou seja, nas mesmas condições em que se observa a respiração brônquica. Para
que surja este tipo de respiração, é necessário que haja na área lesionada alvéolos mais ou menos
normais, capazes de originar ruído do tipo vesicular.
Sons anormais:
Sons ou ruídos anormais descontínuos.
Os sons anormais descontínuos são representados pelos estertores, que podem ser audíveis na
inspiração ou na expiração, superpondo-se aos sons respiratórios normais. Podem ser finos ou
grossos.
Os estertores finos ocorrem no final da inspiração, têm frequência alta – ou seja, são agudos – e
duração curta; não se modificam com a tosse e são tradicionalmente comparados ao ruído
produzido pelo atrito de um punhado de cabelos junto ao ouvido ou ao som percebido ao se fechar
ou abrir um fecho tipo velcro, desses usados em aparelho de pressão. São ouvidos principalmente nas
zonas pulmonares influenciadas pela força da gravidade (bases pulmonares).
Os estertores grossos têm frequência menor e duração maior que os finos. Sofrem nítida
alteração com a tosse e podem ser ouvidos em todas as regiões do tórax. Diferentemente dos
estertores finos, que só ocorrem do meio para o final da inspiração, os estertores grossos são
audíveis no início da inspiração e durante toda a expiração.
Os estertores finos são produzidos pela abertura sequencial de vias respiratórias anteriormente
fechadas em razão da pressão exercida pela presença de líquido ou exsudato no parênquima
pulmonar ou por alteração no tecido de suporte das paredes brônquicas. O primeiro mecanismo
explicaria a presença de estertores finos na pneumonia e na congestão pulmonar da insuficiência
ventricular esquerda, enquanto o segundo seria observado nas doenças intersticiais pulmonares.
Anne Caroline A.
Os roncos originam-se nas vibrações das paredes brônquicas e do conteúdo gasoso quando há
estreitamento desses ductos, seja por espasmo ou edema da parede ou presença de secreção aderida a
ela, como ocorre na asma brônquica, nas bronquites, nas bronquiectasias e nas obstruções
localizadas. Ocorrem tanto na inspiração quanto na expiração, na qual predominam. São
fugazes, mutáveis, surgindo e desaparecendo em curto período de tempo.
Os sibilos também se originam de vibrações das paredes bronquiolares e de seu conteúdo gasoso,
ocorrendo na inspiração e na expiração. São múltiplos e disseminados por todo o tórax quando
provocados por enfermidades que comprometem a árvore brônquica toda, como acontece na asma e
na bronquite. Quando os sibilos são localizados em uma determinada região, indicam a presença de
uma obstrução por neoplasia ou corpo estranho.
Estridor.
É um ruído basicamente inspiratório produzido pela obstrução da laringe ou da traqueia, fato que
pode ser provocado por difteria, laringite aguda, câncer da laringe e estenose da traqueia.
Quando a respiração é calma e pouco profunda, a intensidade do estridor é pequena, mas, na
respiração forçada, o aumento do fluxo de ar provoca significativa intensificação deste som.
Som anormal de origem pleural
Atrito pleural.
Em condições normais, os folhetos visceral e parietal da pleura deslizam um sobre o outro
durante os movimentos respiratórios sem produzir qualquer ruído. Nos casos de pleurite, por
Anne Caroline A.
PEDIATRIA:
Aspectos clínicos e fisiopatológicos para reconhecimento das cardiopatias congênitas:
Bulhas cardíacas. Avalie com cuidado as bulhas cardíacas B1 e B2 . Normalmente elas são bem
audíveis. Em geral, é possível auscultar os dois componentes da segunda bulha (B2) na base
separadamente, mas as duas bulhas fundem-se em um único som na respiração profunda. No
recémnascido, você deve ser capaz de detectar um desdobramento de B2 se examinar o
lactente quando ele estiver completamente tranquilo ou dormindo. A detecção deste
desdobramento elimina a possibilidade de ocorrência de muitas cardiopatias congênitas mais
graves, mas nunca de todas.
Arritmias patológicas em crianças podem ser devidas a lesões cardíacas estruturais, mas
também a outras causas, como ingestão de drogas, anormalidades metabólicas, doenças
endócrinas, infecções graves e estados pósinfecciosos, ou transtornos da condução sem
cardiopatia estrutural.
Às vezes é detectada uma terceira bulha cardíaca (B3). Está é uma bulha protodiastólica, de
tonalidade grave, que costuma ser auscultada na borda esternal esquerda inferior ou no ápice.
É frequente auscultá-la em crianças e ela é normal e reflete rápido enchimento ventricular.
A quarta bulha cardíaca (B4), raramente auscultada nas crianças, é um ruído telediastólico, de
baixa frequência, que ocorre logo antes da primeira bulha cardíaca
Você também pode detectar um galope aparente (desdobramento amplo e variável de B2), na
vigência de ritmo e frequência cardíacos normais. Esse achado frequente é normal em crianças
sem doenças
Sopros cardíacos. Um dos aspectos mais desafiadores do exame cardíaco nas crianças é a
avaliação dos sopros cardíacos. Além de tentar auscultar crianças que esperneiam e às vezes
não cooperam, um desafio importante é diferenciar sopros benignos comuns de sopros
anormais ou patológicos. Caracterize os sopros cardíacos em lactentes e crianças pela
observação de sua localização específica (p. ex., borda superior esquerda do esterno, e não
apenas borda esternal esquerda), cronologia, intensidade e características. Se cada sopro for
bem definido, em geral é possível realizar o diagnóstico por meio da simples confirmação e
amplificação por exames complementares como ECG, radiografia de tórax e ecocardiografia.
Os sopros benignos em crianças, por definição, não se associam a outros achados anormais.
Quase todas as crianças com malformações cardíacas graves apresentam sinais e sintomas
além do sopro cardíaco descoberto na anamnese ou no exame cuidadoso. Muitos apresentam
Anne Caroline A.
outros sinais e sintomas extracardíacos, inclusive evidências de alterações genéticas que são
indícios diagnósticos úteis.
A maioria das crianças (segundo alguns autores, quase todas) apresentam um ou mais sopros
cardíacos funcionais ou benignos antes da fase adulta. 21 É importante identificar sopros
funcionais mais por suas características do que por suas intensidades específicas. Com a
prática, é possível reconhecer os sopros funcionais comuns na lactância e na infância que, na
maioria dos casos, não exigem avaliação adicional.
Em alguns lactentes, é detectado sopro suave de ejeção não situado no precórdio, mas nos
campos pulmonares, em especial nas axilas. Este é um sopro periférico da artéria pulmonar,
Anne Caroline A.
SOPROS INOSCENTES:
inocentes merecem menção especial, pois ocor-rem em cerca de 60% das crianças e
adolescen-tes assintomáticos, com sistema cardiovascular normal, apresentando
características clínicas co-muns que frequentemente permitem diferenciá-los de sopros
decorrentes de alteração cardio-vascular, que são:
Ausculta. Após realizar essas manobras, você estará pronto para a ausculta. Os ruídos
respiratórios são mais intensos e grosseiros do que os dos adultos, pois o estetoscópio fica
mais próximo à origem dos sons. Muitas vezes é difícil diferenciar os ruídos transmitidos pelas
vias respiratórias superiores dos ruídos originados no tórax. Os ruídos das vias superiores
tendem a ser mais intensos, transmitidos de modo simétrico por todo o tórax e mais altos
quando o estetoscópio é movimentado na direção do pescoço. Em geral, são ruídos
inspiratórios e grosseiros. Os ruídos das vias respiratórias inferiores são mais intensos no lado
da doença, costumam ser assimétricos e frequentemente ocorrem durante a expiração.