Você está na página 1de 10

10.

IRRIGAÇÃO POR SUPERFÍCIE

10.1 Definição
O método de irrigação por superfície caracteriza-se por utilizar a superfície do solo como
meio para conduzir e ao mesmo tempo infiltrar a água a ser aplicada às plantas.
Hidraulicamente o processo ocorre à pressão atmosférica (condutos livres), onde pela
aplicação da água na parte mais elevada do terreno, inicia-se o escoamento superficial determinado
pela ação da gravidade, em função de um gradiente de declividade.

10.2 Vantagens e limitações


As vantagens no uso dos sistemas desse método são:
- apresentam menor custo anual quando comparado à sistemas de irrigação pertencentes à outros
métodos;
- menor dependência à qualidade da água;
- dispensam mão de obra especializada no seu uso;
- permitem tratos culturas na parte aérea das plantas concomitantemente à irrigação;
- podem ser aplicáveis a diversas culturas desde que não sensíveis à saturação total ou parcial do
solo.

As limitações no uso dos sistemas desse método são:


- dependência por terrenos planos e uniformes, que por vezes exige a sistematização do terreno,
podendo onerar o projeto e deixa-lo inviável técnica e economicamente;
- não utilizam em solos rasos e com alta permeabilidade, pois determinaria baixa eficiência de
aplicação;
- apresentam dimensionamento, operação e manejo complexos, devido à variabilidade espacial e
temporal dos parâmetros físico-hídricos do solo e hidráulico do sistema;
- apresentam dificuldade de automação da irrigação, exigindo maior quantidade de mão de obra.

10.3 Escolha do método e do sistema de irrigação por superfície


Sulcos, faixas, ou por inundação são os meios com o qual se pode realizar a irrigação por
superfície. A escolha do método, e posteriormente do sistema, deve ser associado à cultura que será
irrigada, à topografia do terreno, e às características de infiltração de água no solo.

10.4 Sulcos de irrigação


- Definição: os sulcos de irrigação são pequenos canais adutores por onde a água escoa e infiltra na
vertical e na lateral, com 20 a 30 cm de base e 15 a 30 cm de altura, abertos no final (perda por
deflúvio superficial), ocupando de 30 a 80% da superfície total (menores perdas por evaporação),
construídos acompanhando a linha de plantio, sendo inviável a sua utilização em culturas com
espaçamento reduzido.

- Culturas: culturas cujo com espaçamento elevado.

- Solos: solos muito permeáveis determinam comprimentos de sulco reduzidos, aumentando o


número de parcelas de irrigação e os custos com infraestrutura para a distribuição da água,
inviabilizando o seu uso. Contudo, solos pouco permeáveis determinam elevados comprimentos de
sulcos, podendo até ser inviável tecnicamente por apresentar elevada perda por deflúvio superficial
para garantir a infiltração da lâmina de irrigação mínima no sulco. Neste caso deve-se optar por
sistemas de inundação.

- Topografia: a declividade longitudinal do sulco não deve ser superior à 1%, evitando velocidades
erosivas de escoamento da água. Transversalmente (entre sulcos) a declividade não deve ser
superior a 10% pois transbordamentos causariam erosões localizadas.

- Sistemas de irrigação por sulco: em função da declividade do terreno e das condições de


infiltração de água no solo podem-se adotar os seguintes sistemas de irrigação:
- Sulcos comuns ou planos: típico de áreas planas;
- Sulcos em contorno: típico de terrenos ondulados onde a sistematização é onerosa, onde
os sulcos acompanham as curvas de nível do terreno;
- Corrugação: terrenos uniformes com solos com textura fina e média, contudo com alta
declividade, onde se constrói sulcos com pequeno comprimento no sentido da declividade.
- Sulcos em tabuleiros: são sulcos comuns ou planos instalados em tabuleiros, onde
quando cheios de água funcionam como sistema de irrigação por inundação irrigando
culturas que suportam encharcamento do solo, e quando vazios funcionam como sulcos de
irrigação irrigando outro tipo de cultura.
- Sulcos em ziguezague: são sulcos instalados em terrenos sistematizados, contudo com
pouca permeabilidade, sendo necessário o trajeto em ziguezague a fim de proporcionar a
infiltração da água.

10.5 Faixas de irrigação


- Definição: as faixas de irrigação são canais com geometria transversal de escoamento diferentes
dos sulcos, sendo largos (4 a 20 metros) e rasos, delimitados por diques na lateral, onde a água
avança e cobre a superfície até o final da faixa, infiltrando verticalmente, podendo ser aberto no
final (Faixas em gradiente – perda por deflúvio superficial), ou fechado (Faixas em nível). Essa
superfície apresenta culturas com espaçamento reduzido, sendo uma resistência a mais no
escoamento, devendo-se prever aumento da vazão para acertar o tempo de avanço.

- Cultura: culturas com espaçamento reduzido.

- Topografia e sistemas de irrigação: dependendo do gradiente de declividade do terreno, a faixa


pode ser em nível (0% de gradiente – semelhante à irrigação por inundação), ou com gradiente
(menor que 0,5%). Em situações onde se exigiria muita movimentação de terra, as faixas podem ser
alocadas nas curvas de nível, denominadas “Faixas em Contorno”.

- Solos: a medida que se aumenta a capacidade de infiltração de água no solo, deve-se diminuir o
tamanho da faixa em termos de comprimento, ou manter o comprimento e estabelecer um gradiente
de declividade à faixa.

- Sistemas de irrigação por faixa: em função da declividade do terreno e das condições de infiltração
de água no solo podem-se adotar os seguintes sistemas de irrigação:
- Faixas em nível: instaladas em terrenos planos e uniformes, e em solos com reduzida taxa
de infiltração para se ter comprimentos de faixas maiores e menor quantidade de
infraestrutura para a distribuição da água.
- Faixas em gradiente: À medida que se aumenta a capacidade de infiltração de água no
solo, deve-se diminuir o comprimento das faixas, ou manter o comprimento e estabelecer
um gradiente de declividade pela sistematização. Neste o processo de irrigação é
semelhante ao sulcos.
- Faixas em contorno: quando os terrenos são muito acidentados, ficando oneroso o uso de
trabalhos de sistematização do terreno, pode-se utilizar as faixas em contorno, que
acompanham as curvas de nível do terreno.

10.6 Irrigação por Inundação


- Definição: neste método a água é aplicada em áreas tabuleiros ou bacias, em toda a área, onde
além pode infiltrar no solo durante sua movimentação na área, ela permanece acumulada na
superfície, garantida pela existência de diques, de forma contínua (cultura do arroz), ou de forma
intermitente (outras culturas).

- Culturas: culturas com espaçamento reduzido, com raízes profundas, e que suportem a saturação
parcial ou total do solo.

- Topografia: os tabuleiros devem apresentar terrenos planos e uniformes, nivelados em todas as


direções (desnível máximo de 2/3 da altura da lâmina).

- Solos: devem apresentar baixa capacidade de infiltração, pois quanto menor o valor de velocidade
de infiltração básica do solo (VIB), maior poderá ser o tamanho da área do tabuleiro.

- Sistemas de irrigação por inundação: em função da topografia os tabuleiros podem ser:


- Tabuleiros retos: típicos de áreas planas e uniformes
- Tabuleiros em contorno: típico de regiões montanhosas, no qual acompanham a curva de
nível, exigindo menor movimentação de terra.

10.7 Distribuição da água nos sistemas


Em sulcos e faixas a distribuição da água pode ocorrer pelo uso dos seguintes dispositivos:
- Canais com sifões: a carga hidráulica sobre o sifão determina a sua vazão;
- Saídas laterais em canais: onde a elevação do nível d’água permitirá a distribuição da água;
- Tubos janelados: são tubos com saídas orientadas aos sulcos ou às faixas dos dois lados, cuja
vazão é controlada pela abertura ou fechamento das janelas.

Na irrigação por inundação o fornecimento pode ser individual utilizando os dispositivos


utilizados nos sulcos e nas faixas, porém pode ocorrer uma alimentação coletiva, com circulação da
água de um tabuleiro ao outro, com a abertura dos diques.

10.8 Hidráulica do processo de irrigação


Como o escoamento ocorre em meio poroso (solo), no qual a taxa de infiltração é variável
no tempo, o escoamento é dito não permanente. Adicionalmente, devido às variações espaciais na
geometria de escoamento, rugosidade hidráulica e gradiente de declividade, o escoamento também é
dito não uniforme, podendo, na maioria das vezes, ser gradualmente variado.
Neste caso as equações diferenciais de Saint Venant caracterizam o escoamento nestes
sistemas, onde utilizando modelos de simulação (hidrodinâmico, zero-inércia, onda cinemática e
balanço volumétrico) pode-se estimar algum parâmetro de interesse no escoamento.

10.9 Processo de irrigação com abertura final

- A água é aplicada na parte elevada do terreno, onde pela ação da gravidade, em função do
gradiente de declividade, inicia-se o escoamento superficial;

- Com o avanço da água sobre a superfície, observa-se redução do perímetro molhado devido a
infiltração da água, diminuindo a carga líquida de água que proporcionará infiltração da água;

- Adicionalmente observa-se tempos de permanência da água diferenciados sobre a superfície no


decorrer do trajeto da água (no início há um maior tempo e no final o menor tempo de
permanência);

- Todos esses fatores determinam desuniformidade de água infiltrada no avanço da água até o fim
da parcela;

- Para aumentar a uniformidade de aplicação o processo deve continuar após a frente de avanço
atingir o final da parcela, possível devido abertura do final da parcela, aumentando a lâmina
infiltrada na parcela até um valor de uniformidade e eficiência de aplicação adequada, determinando
perdas por deflúvio superficial;

- O tempo de avanço não deve ser elevado, pois determinaria elevada perda por percolação no início
da parcela, reduzindo a eficiência de aplicação. Na prática o tempo máximo de avanço deve ser de
25% do tempo de irrigação;

10.10 Fases da irrigação por superfície em sulcos e faixas com abertura no final da parcela
Todo esse processo de irrigação em sulcos e faixas, que possuem saída livre no final da sua
parcela, são caracterizados por quatro fases, denominadas por avanço, reposição, depleção e
recesso, caracterizando a dinâmica da posição da frente de molhamento ou de secamento em relação
ao tempo.
- Fase de avanço: o início da fase de avanço coincide com o início do processo de irrigação, e
finaliza-se quando a frente de molhamento atinge o final da parcela, no tempo denominado “tempo
de avanço (ta)”. A relação entre posição da frente de avanço e o tempo é denominado por “curva de
avanço”, expressa matematicamente por um modelo potencial.

- Fase de reposição: inicia-se quando a frente de avanço atinge o final da parcela, prolongada até
que a quantidade de água infiltrada em grande parte do comprimento se aproxime da lâmina
requerida, ou seja, até o tempo de irrigação (ti).

- Fase de depleção: depois de transcorrido o tempo de reposição de água, é interrompido o


fornecimento de água, iniciando-se a fase de depleção (fase de menor duração), que vai até que, no
início da parcela, a água seja removida por deflúvio superficial e infiltração, no tempo relativo ao
“tempo de depleção (td)”.

- Fase de recesso: No momento em que a água no início da parcela ser removida por deflúvio
superficial e infiltração inicia-se a fase de recesso, ou remoção da água da superfície da parcela,
finalizando quando toda a água da parcela é removida no tempo relativo ao “tempo de recesso
(Tr)”, que pode ser expresso pela curva de recesso e matematicamente por um modelo potencial.

O intervalo de tempo entre a curva de avanço e de recesso, para determinado ponto da


superfície, determina o tempo de oportunidade para infiltração (to), que se refere no tempo em que a
água fica na superfície do solo podendo ser infiltrada.
As fases de irrigação podem ser determinadas em campo para determinado comprimento de
parcela, declividade, vazão e umidade antecedente. Contudo, esses testes de campo determinam
elevados gastos iniciais e tempos elevados de execução. Nesse sentido pode-se utilizar modelos de
simulação (exemplo: balanço volumétrico – volume de entrada no avanço=volume que escoa +
volume que infiltra) para imprimir rapidez e economia.

10.11 Parâmetros de dimensionamento de sulcos de irrigação


O dimensionamento de sulcos baseia-se na combinação das variáveis:
- espaçamento entre sulcos;
- comprimento;
- declividade;
- vazão;
- tempo para aplicar a lâmina bruta de irrigação (projeto agronômico).

- Espaçamento entre sulcos: deve ser tal que garanta que o movimento lateral da água fique na
profundidade efetiva do sistema radicular antes de umedecer regiões abaixo das raízes, ou seja, em
solos argilosos o espaçamento entre sulcos tende a ser maior quando comparado à sulcos instalados
em solos arenosos. Deve-se também estar compatível com o espaçamento entre linhas de cultivo
(espaçamento entre linhas de cultivo elevados pode-se utilizar um sulco por linha, atuando como
aplicador localizado) e também com o espaçamento requerido pelo tipo de equipamento utilizado
nos tratos culturais. O espaçamento entre sulcos determinará a quantidade deles no campo, e
consequentemente a magnitude da vazão do sistema de bombeamento.

- Declividade e vazão: observa-se que o aumento da declividade do sulco determina aumento da


velocidade de escoamento (com base por exemplo a equação de Manning), podendo essa velocidade
causar erosão no sulco. Essa velocidade está associada à determinada vazão, devendo esta ser o
mais próxima de uma vazão máxima não erosiva, que é inversamente proporcional à declividade do
sulco, ou seja, quanto maior a declividade do sulco menor deverá ser a vazão máxima não erosiva, e
consequentemente menor a velocidade de escoamento e a propensão à ocorrência de erosão.

- Importância da vazão: A definição da vazão é extremamente importante para se atingir eficiências


de aplicação adequadas, tal como:
- Vazões reduzidas: implicam em menor velocidade de escoamento e maior tempo de
avanço da água, determinando elevadas perdas por percolação profunda no início da
parcela.
- Vazões excessivas: apesar de determinarem menor tempo de avanço (deve ser menor que
25% do tempo de irrigação), podem provocar erosão no sulco e causar elevadas perdas por
deflúvio superficial.
- Solução: dimensionar o sulco com a técnica da redução de vazão, onde na fase de avanço
aplica-se a maior vazão, garantindo assim o menor tempo de avanço e as menores perdas
por percolação no início da parcela, e posteriormente, quando a frente de avanço atinge o
final da parcela, reduz-se a vazão com o intuito de reduzir as perdas por deflúvio
superficial no tempo relativo à aplicação da lâmina bruta de irrigação.

- Comprimento do sulco: deve ser submúltiplo do comprimento da área, resultando em sulcos com
comprimentos uniformes, facilitando o manejo da irrigação. Contudo, mantendo-se fixas a
declividade do sulco e consequentemente a vazão, está determinará uma velocidade de escoamento,
que quanto maior o sulco, maior o tempo gasto no deslocamento da água, imprimindo em maiores
perdas por percolação no início da parcela. Essas perdas são acentuadas a medida que os solos são
mais permeáveis, e nesse sentido solos permeáveis determinam redução do comprimento dos sulcos
a fim de compatibilizar uma eficiência de aplicação adequada.

- Tempo de irrigação (ti): em sulcos o tempo de irrigação refere-se na soma do tempo de avanço (ta)
e o tempo de oportunidade (to), sendo desconsiderados os tempos de depleção e recesso devido
volume de água ser insignificante.
‫ ݅ݐ‬ൌ ‫ ܽݐ‬൅ ‫݋ݐ‬
O tempo de avanço (ta) pode ser determinado utilizando o modelo potencial (equação de
avanço) que descreve a curva de avanço substituindo o comprimento do sulco e extraído o tempo. E
em casos em que não foi realizado o teste de avanço em campo, pode-se utilizar simulação pelo
balanço volumétrico, que baseia-se na igualdade entre o volume aplicado na fase de avanço, e soma
dos volumes na superfície com os volumes infiltrados.
O tempo de oportunidade (to) é estimado substituindo a o valor de lâmina bruta de irrigação
definido no projeto agronômico na equação de Kostiakov ou de Kostiakov-Lewis, extraindo-se o
tempo necessário de infiltração da referida lâmina (Tempo de oportunidade – to).

10.12 Parâmetros de dimensionamento das faixas de irrigação


O dimensionamento de faixas em gradiente (com abertura no final da parcela) é similar ao
dimensionamento de sulcos, e faixas em nível o dimensionamento é similar ao sistema de irrigação
por inundação intermitente. Em faixas de irrigação com gradiente temos:

- Comprimento da faixa: deve ser submúltiplo do comprimento da área, resultando em faixa


uniformes em comprimento, facilitando o manejo da irrigação. Além disso o comprimento deve
estar compatível com uma eficiência de aplicação adequada, pois comprimentos excedentes,
associados à alta capacidade de infiltração de água determina baixos valores de eficiência de
aplicação.

- Largura da faixa: também deve ser submúltiplo da largura da área resultando em faixas com
largura uniforme, com o intuito de facilitar o manejo da irrigação. Adicionalmente a largura deve
ser tal que de acordo com a vazão que será aplicada no sulco resulte em uma lâmina de água menor
que a altura dos diques de contenção, verificado pela aplicação da equação de Manning.

- Declividade e vazão: deve-se utilizar uma vazão próxima à vazão máxima não erosiva, que está
associado à declividade da faixa. Adicionalmente com o intuito de elevar a eficiência de aplicação
deve-se utilizar a metodologia da redução da vazão.

- Tempo de irrigação (Ti): além dos tempos referentes ao avanço (ta) e a oportunidade (to –
utilizando equação de kostiakov ou kostiakov-Lewis) de infiltração da lâmina bruta de irrigação,
neste deve-se considerar também o tempo de depleção (td) e de recesso (tr), pois representam um
volume significativo de água a ser aplicada.
‫ ݅ݐ‬ൌ ‫ ܽݐ‬൅ ‫ ݋ݐ‬൅ ‫ ݀ݐ‬൅ ‫ݎݐ‬

10.13 Parâmetros de dimensionamento dos tabuleiros


Os tabuleiros podem ser dimensionados para serem utilizados como inundação intermitente
ou permanente.

- Inundação intermitente: deve-se inicialmente selecionar uma vazão máxima não erosiva, onde, de
posse da informação de velocidade de infiltração básica do solo (VIB), determina-se a área do
tabuleiro da seguinte forma:
ܳ ሺ݉ଷ ݄ିଵ ሻ
‫ܣ‬ሺ݉ଶ ሻ ൌ ͳͲͲǤ
ܸ‫ ܤܫ‬ሺ݄݉݉ିଵ ሻ
Quanto maior a permeabilidade do solo, menor deverá ser a área do tabuleiro para uma
determinada vazão selecionada.
Definida as dimensões do tabuleiro, bem como a vazão que será utilizada no enchimento do
tabuleiro, estima-se a altura da lâmina utilizando a equação de Manning, devendo esta ser menor
que a altura dos diques de contenção.
O tempo de irrigação em sistemas de irrigação por inundação leva em consideração apenas
as fases de avanço e de reposição da água no final da parcela, ou seja, é o tempo gasto para a água
atingir o final da parcela (ta) somado ao tempo para a formação de uma lâmina no final desta (to).
- Inundação permanente: com o tamanho da área definido da mesma forma que na inundação
intermitente, este consiste em determinar a quantidade de água necessária para saturar o solo e
estabelecer uma lâmina de água desejada na superfície do solo, devendo na vazão de enchimento
prever perdas por evapotranspiração e percolação profunda. Adicionalmente deve-se prever uma
vazão de manutenção do nível de água, devido às constantes perdas por percolação e
evapotranspiração.

10.14 Resumo
Os sistemas de irrigação por superfície apresentam potencial econômico significativo,
contudo o seu uso só é possível caso as variáveis que interferem no processo de irrigação sejam
bem definidas e controladas com o intuito das eficiências estarem adequadas a um valor otimizado.

Você também pode gostar