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Aula 5

Identificação e Atendimento de
Enfermagem ao Paciente Crítico

Curso: Técnico de Enfermagem


Disciplina: Enfermagem na UTI
Professor(a): Letícia Costa de Araújo
Graduada em Enfermagem pela UVA
Especializando em Enfermagem em UTI
Objetivos da aula

• Compreender a evolução da assistência de enfermagem no cuidado ao


paciente crítico;
• Identificar as principais características do paciente crítico;
• Conhecer aspectos relacionados à monitorização hemodinâmica na UTI;
• Identificar os tipos de sistemas de oxigenoterapia e os cuidados de
enfermagem.
• Apresentar as modalidades de Ventilação Mecânica.
Introdução
Enfermagem

Evolução

Construção da assistência qualificada em saúde

Acompanhando mudanças

Tecnológicas

Sociais

Organizacionais
Fonte: BACKES et al., 2012.
Introdução
Mudanças organizacionais

Otimização

Qualidade da assistência

Diminuição de custos

Paciente crítico

Cuidados específicos/ininterruptos

Fonte: BACKES et al., 2012; SILVA et al., 2012.


Introdução
Enfermagem/Paciente crítico

Não se restringe a execução de técnicas


Agrega ciência

Conciliar tecnologia Cuidado


SAE – Processo de Enfermagem

SAE contribui para cuidados holísticos e integrais

Resolução COFEN 358/2009

Fonte: BACKES et al., 2012; Resolução COFEN 358/2009.


Sistematização da Assistência de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva

Fonte: BACKES et al., 2012; Resolução COFEN 358/2009.


Características do Paciente Crítico

Cuidados altamente complexos e estritos

Assistência ininterrupta

Equipamentos e recursos especializados

UTI/PS/Leitos especializados de clínicas


Características do Paciente Crítico

Metabolismo Hemodinâmica Dispositivos

Risco de morte Analgesia Sedação


Assistência de Enfermagem – Monitorização Hemodinâmica

✓ Processo contínuo e diário

Processo de Coleta de
Enfermagem dados
Análise e Tomada de
interpretação decisão
Assistência
Qualificada
Classificação dos Pacientes Críticos
✓ Os pacientes críticos podem ser classificados de acordo com o seu estado
hemodinâmico:
a) estável hemodinamicamente – paciente com seu estado hemodinâmico adequado ou
perto da adequação, sem uso de drogas vasoativas ou de qualquer outra forma de suporte
cardiovascular;

b) compensado hemodinamicamente, mas com risco de descompensação – paciente com


seu estado hemodinâmico adequado ou perto da adequação, mas em uso de drogas
vasoativas ou de qualquer outra forma de suporte cardiovascular;

c) instável hemodinamicamente: paciente com seu estado hemodinâmico inadequado


(nitidamente anormal e não corrigido) e dependente de drogas vasoativas em doses altas
ou crescentes ou de qualquer outra forma de suporte cardiovascular.
Monitorização Hemodinâmica

✓ A Monitorização Hemodinâmica é compreendida por parâmetros capturados


através de aparelhos conectados aos pacientes, permitindo a avaliação e
acompanhamento dos dados vitais.

não-invasiva invasiva
Monitorização Hemodinâmica não-invasiva

✓ Atualmente esse tipo de monitorização vem aumentando nas unidades de


cuidados críticos, pois é baseado em técnicas menos invasivas, com
facilidades no manuseio e de menor custo.

Pressão Arterial Não- Eletrocardiografia


Oximetria de pulso
Invasiva (PANI) (ECG)

Frequência cardíaca Frequência respiratória Temperatura

Capnometria
Monitorização Hemodinâmica não-invasiva

Pressão Arterial Não-Invasiva (PANI)

▪ É a verificação da Pressão Arterial,


através do método escutatório, com
esfigmomanômetro e estetoscópio,
ou;
▪ Método automatizado que tem como
base a medida da pressão arterial
através de curvas de medidas, sendo
necessário um monitor
multiparâmetro, um cabo e um
manguito.
Monitorização Hemodinâmica não-invasiva

Eletrocardiografia (ECG)

▪ Através do eletrocardiograma, é possível


a detecção de arritmias e outras
complicações, tais como: isquemias,
alterações do marca-passo e distúrbios
eletrolíticos graves (potássio, cálcio e
magnésio).
Monitorização Hemodinâmica não-invasiva

Eletrocardiografia (ECG)

▪ Para V1: no 4º espaço intercostal, na borda


direita do esterno.
▪ Para V2: no 4º espaço intercostal, na borda
esquerda do esterno.
▪ Para V4: no 5o espaço intercostal esquerdo,
sobre uma linha vertical que desce do meio da
clavícula.
▪ Para V3: a meia distância entre V2 e V4.
▪ Para V5: na interseção da linha horizontal, que
parte de V4, com a linha axilar anterior.
▪ Para V6: na interseção da linha horizontal, que
parte de V4, com a linha axilar média
Monitorização Hemodinâmica não-invasiva

Eletrocardiografia (ECG)
Monitorização Hemodinâmica não-invasiva

Eletrocardiografia (ECG)
Monitorização Hemodinâmica não-invasiva

Oximetria de pulso

▪ É um método seguro e simples para avaliar a oxigenação do


paciente. Reflete a monitorização da saturação de oxigênio da
hemoglobina arterial pelo oxímetro de pulso.
▪ A molécula de hemoglobina é capaz de carregar 98-99% de todo o
oxigênio presente no sangue;
▪ Pode ser usado para detectar a presença de hipoxemia em
pacientes com potenciais distúrbios respiratórios que estejam sob
ventilação mecânica, em oxigenoterapia e em pacientes com
deficiência neurológica que pode afetar a respiração;
▪ Calafrios, atividades de pressão, pacientes inquietos no leito,
baixa perfusão e edema podem interferir na leitura da oximetria.
Monitorização Hemodinâmica não-invasiva

Frequência cardíaca

▪ É a verificação dos batimentos cardíacos, representada pelo número de vezes que o


coração bate por minuto.
▪ Locais (artérias) que podem ser verificados: radial, braquial, dorsal do pé, poplítea,
femoral e carótida.

Frequência respiratória

▪ É mensurada através da observação da expansão torácica contando o número de


inspirações por um minuto.
▪ A frequência, profundidade e ritmo dos movimentos ventilatórios indicam a
qualidade e eficiência da ventilação.
Monitorização Hemodinâmica não-invasiva

Frequência cardíaca Frequência respiratória

Frequência cardíaca (POTTER; PERRY, 2013) Frequência respiratória (POTTER; PERRY, 2013)
Idade Frequência (bpm) Idade Frequência (irpm)
Lactente (0-2 anos) 120-160 Recém-nascido 30-60
Infante (1-3 anos) 90-140 Lactente 30-50
Pré-escolar (2-4 anos) 80-110 Criança pequena (2 anos) 25-32
Escolar (5-10 anos) 75-100 Criança 20-30
Adolescente (11-19 anos) 60-90 Adolescente 16-20
Adulto 60-100 Adulto 12-20
Monitorização Hemodinâmica não-invasiva

Temperatura

▪ A diferença entre a quantidade de calor produzida por processos do corpo e a


quantidade de calor perdida para o ambiente externo;

▪ A temperatura pode ser monitorizada de várias regiões, como axilar, retal, oral,
esofágica, vesical e cerebral.

▪ Exige da equipe de enfermagem conhecimento técnico, pois pode reconhecer


alterações significativas do estado clínico do paciente em tempo hábil.

▪ Segundo Potter e Perry (2013), a faixa normal de temperatura é considerada de 36°C


a 38°C.
Monitorização Hemodinâmica não-invasiva

Capnometria

▪ É o registro do gás carbônico no final da


expiração;

▪ Os capnógrafos analisam e registram a


pressão parcial de CO2 durante o ciclo
respiratório por um sensor aplicado nas vias
áreas do paciente ou pela aspiração de uma
amostra de ar nas vias aéreas processada por
um sensor.

▪ Valor de referência da PaCO2: 35-45 mmHg.


Monitorização Hemodinâmica invasiva

✓ A monitorização hemodinâmica invasiva, quando clínica e criteriosamente bem


indicada, fornecem informações qualitativas e quantitativas das pressões
intravasculares. Entretanto, devemos lembrar que a cateterização desses vasos
está associada a complicações e riscos inerentes de qualquer procedimento
invasivo.

Pressão Arterial Invasiva Pressão Venosa Central (PVC)


Monitorização Hemodinâmica invasiva

Pressão Arterial Invasiva

▪ Método de verificação da Pressão Arterial – conhecemos


como PAI.
Radial
▪ Realizado através de um cateter – artéria;
Femoral
▪ Modo mais preciso;
Pediosa
▪ Por punção percutânea direta; ou
Braquial???
▪ Através de dissecção.
▪ A normalidade varia de 70 mmHg a 100 mmHg;
▪ Resolução COFEN 390/2011.
Monitorização Hemodinâmica invasiva
Pressão Venosa Central (PVC)
▪ A PVC representa a pressão de enchimento
ventricular direito e indica a capacidade de
bombear do lado direito do coração e de suportar
uma sobrecarga de líquidos.

▪ Meio diagnóstico para condições clínicas de


desidratação e hiperidratação;

▪ Meio para infusão de líquidos nos pacientes graves,


pois é possível avaliar uma hipo ou hipervolemia,
sem induzir a uma sobrecarga cardíaca.
Instalação:
▪ Os índices normais oscilam entre 5 a 10cm H2O. https://www.youtube.com/watch?v=ZtlukOSm4Ww
Cuidados de Enfermagem – Monitorização Hemodinâmica

1. Higiene das mãos;


2. Manter o paciente confortável;
3. Certificar-se do funcionamento adequado do monitor;
4. Verificar se os parâmetros para disparar os alarmes estão ajustados;
5. Verificar se o alarme está funcionando corretamente;
6. Manter o paciente e os familiares orientados quanto aos procedimentos;
7. Verificar se a área de colocação dos eletrodos está limpa e sem pelos (realizar tricotomia,
se necessário);
8. Durante o banho no leito, não molhar os eletrodos devido a possibilidade de micro-choques
(não retirar os eletrodos, principalmente em caso de pacientes de alta complexidade);
9. Realizar desinfecção do monitor antes e após o uso de cada paciente;
10. Se as extremidades do paciente estiverem frias, procurar aquecê-las;
11. Alternar o local de posicionamento do sensor a fim de evitar lesões de pele;
12. Atentar para edemas;
13. Atentar para nível de consciência do paciente.
Oxigenoterapia
e Ventilação
Mecânica
Oxigenação

O oxigênio é necessário para manter a vida.

Os sistemas cardíaco e respiratório suprem as


demandas de oxigênio do corpo.

O sangue é oxigenado através dos mecanismos


de ventilação, perfusão e transporte dos gases
respiratórios.
Oxigenação

Ventilação: entrada e saída de ar entre as unidades funcionais dos


pulmões, alvéolos, e o meio externo.
Saturação de Oxigênio (SatO2): porcentagem de hemoglobina que está
ligada a moléculas de oxigênio.
Fração inspirada de O2 (FiO2): porcentagem de oxigênio no ar
inspirado. Em ar ambiente, ao nível do mar, temos uma FiO2 de 21%.
Oxigenoterapia

Tratamento em que o objetivo é aumentar a concentração


do oxigênio no sangue para evitar a hipoxemia.

Indicada para casos de insuficiência respiratória,


traumatismos, intoxicação por gases, parada
cardiorrespiratória e Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).

Administração de oxigênio por meio de cânula nasal,


máscara facial simples, máscara de venturi, incubadora e
capacete de cabeceira, dentre outros.
Régua de gases
Modos de administração

• Sistemas de baixo fluxo (cânula nasal, máscara facial simples);


• Sistemas de alto fluxo (máscara de venturi);
• Sistemas com reservatório.
Dispositivos de baixo fluxo

Cânula nasal Máscara facial simples


Dispositivos de alto fluxo

Fluxo O2 L/min

Sistema de venturi FiO2


Dispositivos com reservatório

• Sem válvula anti-


• Com válvula anti-
retorno
retorno
• FiO2 de 60-80%
• FiO2 de até 95%
• Reinalação parcial do
• Não há reinalação do
CO2 expirado no
CO2 expirado
reservatório

Máscara de reinalação parcial Máscara não reinalante


Incubadora

▪ Combinam o aquecimento com a


complementação de O2;
▪ A ventilação é feita através de tubos que
entram na incubadora e se ligam ao bebê
através de um tubo endotraqueal que se
encontra na boca ou no nariz e vai até a
traquéia do bebê.
Capacete de oxigênio –
Halo - Oxyhood

• Cobre somente a cabeça;

• Fluxo de O2 de acordo com o tamanho.


Capacete Elmo
▪ Indicado para pacientes com insuficiência
respiratória aguda hipoxêmica e situações
onde o pulmão apresenta dificuldade de
oxigenação;

▪ Não invasivo;

▪ Envolve toda a cabeça do paciente, e precisa


estar fixado no pescoço de forma que a
passagem de ar fique vedada. Então aplica-se o
fluxo de gases medicinais com oxigênio (O²) e
ar comprimido (mínimo 40L/min).
Ventilação Mecânica
▪ A ventilação mecânica é compreendida como a
manutenção da oxigenação e/ou da ventilação dos
pacientes de maneira artificial até que estes estejam
capacitados a reassumi-las.
▪ 4 modos básicos de ventilação:
- Ventilação controlada: o próprio aparelho controla o
ciclo respiratório;
- Ventilação assistida: o paciente comanda o aparelho;
- Ventilação assistida-controlada: o ciclo controlado
entra sempre que o paciente não disparar o ciclo
assistido.
- Ventilação mandatória intermitente: combinação de
ventilação controlada e/ou assistida intercalada com
ventilações espontâneas do paciente.
Cuidados de Enfermagem em Oxigenoterapia/Ventilação Mecânica

1.Checar e testar todo material antes da sua instalação, válvula com defeito pode causar
intoxicação pelo dióxido de carbono e sufocação;
2. Desobstruir vias aéreas e hidratar mucosas antes de instalar qualquer um dos dispositivos;
3. Registrar horário de início da oxigenioterapia e saturação de oxigênio antes da terapia
iniciada;
4. Certificar-se sempre de que a vedação da máscara esta adequada;
5. Depois da instalação de qualquer um dos dispositivos, uma hora após recomenda-se que
seja verificado a oximetria de pulso e sinais vitais gerais;
6. Realizar a inspeção de derme facial detectando ocorrência de lesões;
7. Observar e anotar de 2/2h, perfusão periférica, frequência respiratória e padrão
respiratório, bem como, demais sinais vitais.
8. Lembre-se que oxigenoterapia de longa duração deve ser úmida, esteja atento quanto ao
reservatório, mantido com água destilada.
9. Cabe ao enfermeiro avaliar e discutir com equipe e médico momento ideal para iniciar
desmame da oxigenoterapia.
OBRIGADA!

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