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Prática de Ensino

em Arte I
Material Teórico
Arte e Criança na Primeira Infância

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Ms. Solange dos Santos Utuari Ferrari

Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
Arte e Criança na Primeira Infância

• Introdução
• A Primeira Infância
• A Prática do Trabalho Colaborativo
• A Criança nos Aponta os Caminhos
• Percebendo as Singularidades
• Oficina de Arte para Bebês: Criar com o Corpo
• Um Atelier para Criar

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer contextos das fase de criação e desenvolvimento artístico
de crianças.
· Propor estratégias e metodologias de ensino de arte com foco na
educação infantil.
· Valorizar e desenvolver propostas para o ensino de arte na educa-
ção infantil.
· Conhecer os contextos para compreensão das infâncias;
· Conhecer os contextos das fases de desenvolvimento artístico na
primeira infância;
· Aproximar as experiências inspiradoras e inovadoras, com proposições
pedagógicas coerentes com os objetivos da disciplina;
· Apresentar conceitos e fundamentos sobre arte na educação infantil e
suas singularidades;
· Conhecer a importância da elaboração de projetos de trabalho didático
com foco no ensino de arte desde o ensino infantil;
· Estudar as fases de desenvolvimento da criança e suas especificidades,
para adequação das proposições de acordo com as fases da criança;
· Desenvolver o ainda mais interesse na pesquisa e na criticidade, em
busca de conhecer outras práticas pedagógicas em diferentes sociedades;
· Conhecer ações artísticas direcionadas às crianças de 0 a 6 anos;
· Aprender a desenvolver propostas de ações pedagógicas que tenham a
arte como alicerce lúdico e estético.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Arte e Criança na Primeira Infância

Contextualização
Na contemporaneidade a compreensão de infância nos leva a uma complexa
realidade, não é mesmo?

Nosso estudo permeia sobre a importância do arte-educador conhecer as


singularidades da criança na primeira infância e como a arte é presente e faz parte
de seu modo de lidar com o mundo.

E para esta contextualização, trouxemos aqui, caro aluno (a), uma sugestão de
aproximação às questões de racismo na primeira infância, podendo contribuir para
contextualizar ainda mais sua compreensão sobre como levar ações com a arte ao
ensino infantil pode ser abrangente e potente.

História e Cultura Africana e Afro-brasileira na Educação Infantil: https://goo.gl/okcJlQ


Explor

Usando o faz de conta para falar de Racismo: https://goo.gl/4J09g0

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Introdução

Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images

A girar o céu e o mar

Se beijam num novo sol

E a luz transforma em cor

A árvore, a terra, o fruto, a flor

Começa o dia

E Lu...cas

Brinca num vale de fontes e rios

A flor lambuzou seu sorriso de mel

Quem queira entrar em sua casa e brincar

Terá que em seus olhos aprender a olhar

De vez em quando se encosta a dormir

E sonha entre andanças de um lavrador

Que com seu canto convida a bailar

A dança de um carrossel...
Explor

Lucas - Geraldo Azevedo: https://youtu.be/YTuF-YA6lAU

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UNIDADE Arte e Criança na Primeira Infância

O convite para adentrar em nossos estudos neste texto teórico é apreciar a letra
e ouvir a canção Lucas do compositor e músico brasileiro Geraldo Azevedo (1945)
antes da leitura. A proposta é mergulhar neste universo infantil, assim por meio
desta canção trazemos um pouco da atmosfera da criança e sua forma curiosa de
lidar com o mundo, seu modo singular de entrar de corpo inteiro em suas vivências.

Vamos tentar fazer o mesmo? Mergulhar em nossas lembranças infantis, voltar


por meio da memória aos tempos de criança para compreender este momento
tão especial conhecido como primeira infância. Assim quem sabe nos tornarmos
educadores mais sensíveis às necessidades educativas dos pequenos aprendizes da
arte. Aprender a ouvir as crianças, saber de suas necessidades e potencializar seu
desenvolvimento criador são desafios colocados para os professores contemporâ-
neos. Em nossa disciplina Prática de Ensino e Orientação de Estágio Curricular
Supervisionado em Arte II vamos realizar quatro estudos sobre o processo cria-
dor e o ensino de Arte com educandos em várias fases do desenvolvimento escolar.
Iniciamos nesta unidade I com o foco no estudo de Arte e a criança na primeira
infância. Esperamos que o material amplie seu repertório cultural e didático e que
estimule você a sempre buscar mais pela pesquisa.

A Primeira Infância

Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images

“Os primeiros seis anos de vida da criança são fundamentais para o


desenvolvimento de suas estruturas física e psíquica e de suas habilidades
sociais. As experiências nesse período influenciam por toda a vida, a
criança e sua relação com as pessoas que a rodeia.”

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Explor
O texto anterior de autoria da ONG Rede nacional primeira infância, esta organização
defende que é fundamental cuidar e proteger as crianças que estão na primeira infância,
saiba mais sobre esta instituição no seu site oficial.
http://primeirainfancia.org.br/

É considerada primeira infância o período que abrange os primeiros seis anos


completos ou os setenta e dois meses de vida da criança.

Seguiremos em busca da compreensão da fase de 0 a 6 anos, e como no desen-


volvimento da criança a arte é intrínseca a sua existência, seu modo de se apropriar
do mundo, suas linguagens. Assim você poderá se preparar, ter instrumentos e
conhecimentos para propor estratégias e metodologias de ensino de arte na edu-
cação infantil. Partirmos aqui de conceitos balizadores em nossa constituição e do-
cumentos oficiais como Parâmetros e Referenciais Curriculares Nacionais. Entre-
tanto, antes é preciso lembrar que nem sempre a infância era compreendida como
é hoje, ocorreu transformações significativas para chegarmos ao que é entendido
por “infâncias” na sociedade brasileira. Desde a colonização e toda trajetória de
violação dos direitos humanos, se fez e se faz necessário que organizações sociais
se juntem para se oporem às tamanhas violações.

Na Europa, na Idade Média ao século XVIII a criança era vista como ser em
miniatura, esta história influencia a educação brasileira. No nosso país, questões
morais e formação da família tradicional levaram milhares de crianças ao abandono,
por consequência da complexidade daquela realidade histórica. Um estudo publicado
em artigo no IX ANPAD Sul de 2012, denúncia algumas instituições ligadas à igreja
católica que acolhiam crianças abandonadas, mas não resolviam suas situações:
[..] o objetivo da irmandade não era educar as crianças, mas acolhê-las
e encaminhar as que tinham de zero a 3 anos de idade para amas de
leite pagas que amamentavam em domicílio ou no próprio hospital. Se
ninguém se responsabilizasse por elas, estas retornavam para a casa
de assistência e lá permaneciam até os 7 anos de idade, quando eram
entregues às câmaras municipais e ficavam expostas, em especial ao
trabalho escravo. (POLLETO, 2012, p. 3)

O que vemos em nosso país foi uma cultura do abandono à infância construída
historicamente e agravada por condições financeiras das famílias. Neste sentido,
sem a intervenção do Estado as crianças ficam desprotegidas. No decorrer dos
tempos já no século XX algumas conquistas foram significativas embora não
definitivas. A constituição de 1988, em seu art. 227 explicita:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e
ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar comunitária,
além de coloca-los salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência e opressão.

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UNIDADE Arte e Criança na Primeira Infância

E baseados nesses compromissos, muitos educadores de todo território nacional


se organizaram e conquistaram em 1996 na Lei de Diretrizes de Base da Educação
Nacional (lei nº9394/96), entre outras importantes conquistas, para a educação
infantil estão os artigos 29 e 30 que asseguram:
A Educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como fina-
lidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a
ação da família e da comunidade.

A educação infantil será oferecida em:

I- creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de


idade; II- pré-escola, para crianças de quatro a seis anos de idade.
Fonte: portal.mec.gov.br

E com a Lei de Diretrizes e Base da Educação, foram elaborados os Parâmetros


Curriculares Nacionais, os PCNs e o Referencial Curricular Nacional para a
Educação Infantil – RCNEI. Materiais compostos por orientações curriculares,
planejados para nortear nacionalmente os parâmetros e referenciais pedagógicos
por disciplinas e áreas de saberes e ações pedagógicas.

Nesta unidade, vamos analisar e citar estes documentos pedagógicos.

A Prática do Trabalho Colaborativo

Figura 3
Fonte: iStock/Getty Images

Sabendo que a criança em sua primeira infância, em diferentes realidades deve


ser assegurada de seus direitos, o arte-educador, leva consigo o compromisso de
garantir no programa das instituições em que estiver presente, a arte em suas
diferentes linguagens.

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As proposições do arte-educador, principalmente na educação infantil, terá mais
possibilidades de êxito, se desenvolvidas em projetos coletivos e interdisciplinares.
Porque em projetos de trabalhos didáticos coletivos as possibilidades de reflexões e
contrapontos são ainda mais potentes, que em uma ação individual. As pesquisas em
torno do planejamento tomarão proporções maiores e acima de tudo haverá uma
integração no viver da instituição se todos os educadores estiverem participando
do projeto, assim como se este profissional também se envolver no projeto de seus
pares. A dinâmica do trabalho por projetos está na importância da participação
de todos envolvidos da instituição, pais, educadores, trabalhadores dos serviços,
gestores e administradores. Assim o coletivo se faz em um trabalho colaborativo
realizado por toda a equipe da instituição escolar. Essa também é a orientação
presente nos PCNs e no RCNEI

A Criança nos Aponta os Caminhos


Como a música de Geraldo Azevedo, nos versos:
“Quem quiser entrar em sua casa e brincar,

terá que em seus olhos aprender a olhar...”

A criança em sua plenitude quando se relaciona com o mundo ao redor, encara


de frente tudo a sua volta, presta muita atenção a tudo e a todos os detalhes. E
não só, com um único sentido, mas colocando em alerta todos os seus sentidos.
E principalmente na primeira infância, quando guarda sua interação plena com o
mundo. Quando seu complexo sistema sensorial é ativado nesta integração viva e
repleta de significados.
A relação com a arte nos apresenta caminhos de como nossos sentidos podem
ser acionados, aflorados ao mesmo tempo. Como na Música e sua relação com as
cores ou a dança. E para definir esta mistura de ativação simultânea dos sentidos,
há um termo que poderá causar bastante curiosidade e pesquisas posteriores
que é: sinestesia. O professor e músico Sérgio Roclaw Basbaum, em seu artigo
publicado em 2003, sobre “Sinestesia e percepção digital” compartilha, “A palavra
“sinestesia” é de origem grega: “syn” (simultaneas) mais “aesthesis” (sensação),
significando “muitas sensações simultâneas” - ao contrário de “anestesia”, ou
“nenhuma sensação”.”
Na arte educação o conceito é muito presente porque responde às observações.
Atentando-se à imagem é possível perceber que mais de um sentido é ativado ao
mesmo tempo. Observe:
• como as crianças tateiam a textura das tintas;
• como se deslumbram com a mistura entre elas e as novas cores que surgem;
• como seus corpos se envolvem à procura de novos gestos;
• E se há cheiro, sabores?

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UNIDADE Arte e Criança na Primeira Infância

Figura 4
Fonte: iStock/Getty Images
Explor

Sinestesia e percepção digital- Sergio Roclaw Basbaum: https://goo.gl/94edIR

A primeira infância é o momento em que a criança aprende a conhecer o seu


corpo assim ela descobre as suas modalidades sensoriais que são formadas pelos:
• Sistema olfativo: permite perceber odores e aromas;
• Sistema visual: permite enxergar;
• Sistema auditivo: permite perceber sons;
• Sistema gustativo: permite perceber as sensações causadas por diferentes
substâncias na boca;
• Sistema tátil: permite perceber o toque, a pressão, a dor e as temperaturas;
• Sistema vestibular: coordena os movimentos dos olhos, cabeça e corpo no
espaço além dos movimentos corporais;
• Sistema proprioceptivo: é a percepção do próprio corpo.

E a arte acontece na relação de descoberta e construção do mundo que a cerca.


E ao descobrir o mundo, a criança envolve-se por inteiro.

Nesta Unidade I, estamos estudando aspectos da primeira infância, assim


falamos inicialmente de questões históricas, legislativas e agora sobre questões de
desenvolvimento com foco no ensino da arte e como as crianças em suas diferentes
fases compreende um corpo atento aos seus sentidos, receptivos a estímulos
sensoriais. Vamos conhecer agora algumas propostas de ações educativas?

Vamos à prática!

Agora a proposta é pesquisar ações educativas, com foco no ensino infantil


na primeira infância. Ao entrar no universo da criança, é preciso saber que este
é composto por complexidades e modos singulares de relações com o mundo.
Isto pode provocar inseguranças no educador, porém ele precisa saber escutar a
criança e conhecer as fases do desenvolvimento infantil.

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E para sabermos se estamos indo bem, teremos que estar de olhos e ouvidos
atentos. O arte-educador é aquele que se envolve com o que cria e antes de tudo,
que percebe, olha e escuta cada criança, atento às singularidades.

Percebendo as Singularidades

Figura 5 – Cândido Portinari. Meninos no Balanço óleo sobre tela, 1960, 61 x 49 cm


Fonte: museudainfancia.unesc.net

Figura 6
Fonte: iStock/Getty Images

Desde que nasce a criança aprende e nos ensina o que a deixa feliz e o que a
faz bem. Sua experiência, seu modo de viver, sentir, será externado. Ela de algum

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UNIDADE Arte e Criança na Primeira Infância

modo irá dar sinais ao adulto sobre a reverberação daquela experiência. Os bebês,
após um banho e alimentado demonstra com um sono tranquilo e repousante seu
nível de satisfação com a experiência. Os estímulos de afetos e carinhos contribuirão
para o desenvolvimento emocional da criança. Para o psicólogo suíço Jean Piaget
(1896-1980), que para a pedagogia deixou um legado transformador, com seu
estudo sobre os estágios do desenvolvimento da inteligência, a fase de 0 a 2 anos
é considerada o estágio sensório-motor, é o momento em que a criança aprende a
identificar os objetos e seu cognitivo esta no aprendizado pelo concreto.

Desta maneira as atividades devem ser sempre a partir de experiências concretas


em que a criança tenha contato direto com as coisas. O tato, o olfato, paladar são
elementos sensoriais sempre de apelos fundamentais a serem estimulados neste
momento. Tintas feitas com base de alimentos, por exemplo, são ideias para se
trabalhar com esta faixa de idade.

Neste vídeo podemos perceber como o professor encontrou caminhos pedagógicos para
Explor

trabalhar com as crianças e desenvolver suas experiências cognitivas de modo concreto na


fase sensório motor.
XII Prêmio Arte na Escola Cidadã - Educação Infantil através da manipulação de materiais.
https://youtu.be/AcupYuWzLNI

Segundo os Referenciais para Educação Infantil, as crianças de zero a três


anos devem ter garantidas suas oportunidades para que sejam capazes de:
• ampliar o conhecimento de mundo que possuem, manipulando diferentes
objetos e materiais, explorando suas características, propriedades e possibi-
lidades de manuseio e entrando em contato com formas diversas de expres-
são artística;
• utilizar diversos materiais gráficos e plásticos sobre diferentes superfícies para
ampliar suas possibilidades de expressão e comunicação.

Oficina de Arte para Bebês:


Criar com o Corpo
Como o corpo da criança está sempre em expansão, ela pinta, desenha com
o corpo todo, assim o ideal é deixar folhas grandes disponíveis para o uso. Os
riscadores, ou seja, giz de cera, lápis devem ser grossos e também podem estar
ao alcance dos pequenos. É importante gerar vivências com tintas, porém estas
devem ser livres de materiais tóxicos, o melhor é usar tintas caseiras feitas à base

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de alimentos. Existem várias receitas fáceis de fazer, com uma busca na internet
podemos encontrar várias opções. Os pincéis devem ser de cerdas firmes e macias
e devem ser higienizados com frequência.

Os materiais podem estar ao alcance das crianças, mas sempre com a super-
visão de adultos. Em algumas comunidades existem a participação de pais que se
revezam na escola ajudando a comunidade escolar a cuidar e educar as crianças.
Esta experiência já acontece em vários países e tem dado bons resultados. A parti-
cipação da comunidade é sempre um ganho para escola.

Sobre o Traço e Produção Visual das


Crianças Pequenas: As Garatujas

Figura 7
Fonte: iStock/Getty Images

Os rabiscos são os riscos gerados pelos movimentos de uma criança com objeto
entintado na mão, pedra ou grafite. A soma do gesto com a surpresa da criança ao
ver o que está produzindo é um grande acontecimento. E esta produção simbólica
é algo muito importante do educador valorizar e incentivar.
“O termo “garatuja” foi utilizado por Viktor Lowenfeld para nomear os
rabiscos produzidos pelas crianças na fase inicial de seus grafismos. Dois
outros autores que estudaram a evolução do desenho infantil merecem
destaque: G. H. Luquet e Rhoda Kellogg.”

As garatujas podem ser gráficas, sonoras e corporais como diz Martins e Picosque
(2010, p.90), há uma variedade de rabiscos e traços criados pelas crianças e nem
sempre notamos esta rica produção. Estes desenhos vão se modificando assim
como a própria vida.

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UNIDADE Arte e Criança na Primeira Infância

Figura 8
Fonte: iStock/Getty Images

A gestualidade das garatujas traz à criança um prazer enorme em gerá-las. É


importante que o educador, os pais, ou adultos que a acompanha não perguntar
sobre o que é, ou significa. Deste modo a criança entenderá como não sendo capaz
de produzir seus símbolos, já que precisa da palavra para “explicá-los”.

Desta forma, em oficinas de arte, a proposta de oferecer às crianças momentos


para desenharem livremente sobre grandes suportes explorando riscadores e
também os movimentos do seu corpo, pode ser muito interessante. Há artistas
contemporâneos que exploram estas experiências. O estúdio Segni Mossi existe
desde 2014 e explora a interação entre várias áreas da arte como a dança, música
e artes visuais. Neste local, são desenvolvidas oficinas em que as crianças brincam
de desenhar, fazendo movimentos ao som de músicas e ao mesmo tempo criam
desenhos de modo muito lúdico e livre. Vale a pena conhecer mais.


Figura 9
Fonte: segnimossi.net

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Explor
Vale a pena ler sobre garatujas:
https://goo.gl/C3pX73
Vídeos mostrando os projetos do estúdio Segni Mossi que integra dança e artes visuais:
https://goo.gl/sk4VWf
Não apenas escolas, mas também museus estão abrindo suas portas para a comunidade.
Pesquise sobre projetos deste tipo. Como por exemplo, o Projeto Bebês no Museu,
reconhecido em 2016 pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM) como um dos cinco
melhores do mundo na área de educação museal, desenvolvido pelo Museu Lasar Segall:
https://goo.gl/cs9Ua5

Figura 10 – Bebês no museu Lasar Segall: Atividade reconhecida pelo Icom


Fonte: museus.gov.br

A arte é uma linguagem que as crianças pequenas estão familiarizadas. O


educador que tem consciência da importância de contemplar em seus planos de
ações proposições que abarquem o estímulo, a invenção, a criatividade, o convite
aos sentidos da criança alcançará o desenvolvimento de proposições que estejam
em sintonia com a plenitude da criança. Se as ações envolverem a participação da
comunidade o ganho será ainda maior.

Com base nestes exemplos, professores podem criar maneiras de criar desafios
para as crianças desenharem como, por exemplo, deixar disponível grandes folhas
de papéis e riscadores. Colocar uma música, e na medida em que a música tocar,
em seu ritmo as crianças de movimentam e criam seus desenhos. Pesquise mais
sobre estas propostas.

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UNIDADE Arte e Criança na Primeira Infância

Oficina de Arte para Crianças de 3 a 4 anos:


Um Lugar para Viver Experiências Estéticas

Figura 11
Fonte: iStock/Getty Images

Nesta fase de idade, as crianças estão em plena:


• Exploração e manipulação de materiais, como lápis e pincéis de diferentes
texturas e espessuras, brochas, carvão, carimbo etc.; de meios, como tintas, água,
areia, terra, argila etc.;
• Pesquisas de variados suportes gráficos, como jornal, papel, papelão, parede,
chão, caixas, madeiras etc.
• Exploração e reconhecimento de diferentes movimentos gestuais, visando à
produção de marcas gráficas.
• Descoberta do próprio corpo e dos colegas no contato com os suportes e materiais
de artes.
• Manipulação de materiais e com os trabalhos e objetos produzidos individual-
mente ou em grupo.

Fonte: <https://goo.gl/X2897u>.

Observe a imagem com as crianças acima.

O que envolve esta imagem?

Com os subsídios do que estudamos até aqui, vamos observá-la, de forma bem
detalhada, percorrendo-a bem devagar.

Quais os sentidos destas crianças que estão sendo estimulados? A imagina-


ção, a confiança, a autonomia, o equilíbrio, a consciência gestual, o coletivo
etc... E o mais importante, elas estão brincando... Vivenciando experiências
estéticas e sinestésicas.

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Para John Dewey, pedagogo e filósofo norte-americano, que estudou o conceito
de experiência, vivemos muitas experiências no dia a dia, algumas são mais
conscientes outras nem nos damos conta que estamos tendo uma “experiência”.
No entanto estamos a todo o momento vivenciando experiências. Mas quando uma
experiência em particular assume certo significado ou consciência, abre espaço
para reflexão e percepção, neste instante um processo se inicia e dizemos que
temos uma experiência estética. Mas tudo isto acontece de forma simbiótica com a
vida. “Vida, experiência, aprendizagem – não se podem separar. Simultaneamente
vivemos, experimentamos e aprendemos.” (John Dewey, 1978, p.16)

Veja a seguir as imagens em oficinas/obras. Os educadores podem criar lugares


para criar e brincar. As crianças desta idade gostam de brincar de faz de conta.
Neste sentido, o teatro, uma linguagem artística pode ser potencializada neste
momento. São lugares cenários para viver experiências estéticas e imaginárias.

Figura 12
Fonte: stelabarbieri.com.br

Este tipo de proposta convida as crianças a experienciarem e explorarem


seus sentidos de diferentes maneiras. A proposta é oferecer um local seguro e
confortável para que as crianças possam ficar descalças sentindo as texturas do
lugar. Os educadores podem cobrir os espaços com tecidos criando labirintos,
cabanas para que as crianças percorram os detalhes do lugar, vivendo cada cor,
forma, tamanho, textura... O olfato também pode ser aguçado colocando sachês
com aromas escondidos e estimular as crianças a encontrar esses cheiros. Neste
local, histórias podem ser contadas ou inventadas junto com as crianças.

A audição pode ser estimulada com sons, paisagem sonora, músicas...

Este tipo de atividade oferece muitas possibilidades lúdicas, artísticas e estéticas.


Podemos dizer que crianças vivem em estado de sinestesia. Conheça mais sobre
os trabalhos de artistas que cria lugares para viver experiências como estas. No
catálogo da exposição, a artista e educadora Stela Barbieri, diz:

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UNIDADE Arte e Criança na Primeira Infância

Os “Lugares” são obras-oficinas, espaços de reflexão e também de pro-


dução, em que o participante pode se envolver e ter possibilidades de
ação. A intenção é que este projeto se constitua em campos de presença,
ou seja, em espaços que nos fazem estar entregues e presentes. Na vida
contemporânea, temos tendência a um automatismo que nos deixa dis-
persos; fazemos uma ação pensando em outra. Há algumas situações que
nos chamam a estar presentes porque nos emocionam ou nos envolvem;
nos deslocam, no tempo e no espaço, para o agora.

Fonte: <https://goo.gl/S9472U>.

O educador do ensino infantil, com formação consciente do que sua turma


precisa ter, para poder criar e externar suas ideias e modo de ver o mundo cria
proposições transformadoras.

Oficina de Arte para Crianças de 5 a 6 anos: Reggio Emilia,


uma Experiência Inspiradora de Sonhos, Mundo à Fora
Reggio Emilia ou Região de Emilia e um local no norte da Itália que ficou
conhecido por sua inovadora pedagogia para crianças na primeira infância. Após
a Segunda Guerra Mundial, um educador chamado Loris Malaguzzi (1920-1994)
tomou a inciativa de reunir a comunidade e conversar sobre a educação das
crianças, sobretudo das bem pequenas. Ele acreditava que o futuro dependeria
do que as crianças também acreditassem, do que poderia ser possível para elas
no futuro. Assim embalados neste sonho, a comunidade local une forças, após a
difícil experiência da guerra, para reconstruir não apenas a cidade, mas suas vidas
e a escola dos sonhos para seus filhos. E foi neste cenário de dor e de esperança
que Loris Malaguzzi escreveu o poema, que passa a ser um mantra para tudo que
estava por vir, sob o título “As cem linguagens da criança”.
Ao contrário, as cem existem

A criança
é feita de cem.
A criança tem cem mãos
cem pensamentos
cem modos de pensar
de jogar e de falar.
Cem sempre cem
modos de escutar
de maravilhar e de amar.
Cem alegrias

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para cantar e compreender.
Cem mundos
para descobrir.
Cem mundos
para inventar
Cem mundos
para sonhar.
A criança tem
cem linguagens
(e depois cem cem cem)
mas roubam-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura
lhe separam a cabeça do corpo.
Dizem-lhe:
de pensar sem mãos
de fazer sem a cabeça
de escutar e de não falar
de compreender em alegrias
de amar e de maravilhar-se
só na Páscoa e no Natal.
Dizem-lhe:
de descobrir um mundo que já existe
e de cem roubaram-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe:
que o jogo e o trabalho
a realidade e a fantasia
a ciência e a imaginação
o céu e a terra
a razão e o sonho
são coisas
que não estão juntas.
Dizem-lhe enfim:
que as cem não existem.
A criança diz:
ao contrário, as cem existem.

Loris Malaguzzi, Apud. EDWARDS, C.; GANDINI, L.; FORMAN, G. As cem linguagens da criança: a abordagem de Reggio
Emilia na educação da primeira infância. Trad. Dayse Batista. Porto Alegre: Artmed, 1999. p. 5

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UNIDADE Arte e Criança na Primeira Infância

Figura 13
Fonte: iStock/Getty Images

Saiba mais sobre as escolas:


Explor

https://goo.gl/Srvypb
Reportagem Especial – As Escolas de Educação Infantil de Reggio Emilia, Itália:
https://youtu.be/4j8mtA_iDss

As propostas pedagógicas de Malaguzzi para educação infantil em Reggio Emilia


foram referenciadas em Piaget, Vygotsky e Dewey, criando um legado que até hoje
inspira o mundo todo por suas experiências transformadoras.

Tendo como princípio uma educação baseada na escuta, nas diferentes maneiras
de cada criança se expressar, como fala no poema, de suas cem diferentes formas
de ver, fazer, criar, escutar, falar, sonhar... Assim fala de como é diversa sua forma
de viver. Ações que provocam o desenvolvimento sensorial e criativo das crianças
por meio de vivências lúdicas e acolhedoras são extremamente importantes. Sendo
a linguagem da arte potencializadora em abarcar a diversidade das linguagens
existentes. Nesta proposta, é valorizado o desenho das crianças em todas as suas
fases inclusive as garatujas, representações simbólicas e mais realistas. Em cada fase
a criança esta em um momento de descoberta e assim se dá o seu desenvolvimento
natural de conhecimento e domínio das linguagens. Sobre criança e linguagem veja
o que as autoras a seguir têm a dizer e a contribuir para nossa compreensão:
[..] Pode-se dizer que linguagem é um sistema simbólico e toda linguagem
é um sistema de signos.
Somos rodeados por ruidosas linguagens verbais e não verbais – sistemas
de signos – que servem de meio de expressão e comunicação entre nós,
humanos, e podem ser percebidas por diversos órgãos dos sentidos, o que
nos permite identificar e diferenciar, por exemplo, uma linguagem oral
(fala), uma linguagem gráfica (a escrita, um gráfico) , uma linguagem tátil
(o sistema de escrita braile, um beijo), uma linguagem auditiva (o apito do
guarda ou do juiz de futebol), uma linguagem gustativa (o gosto apimentado
do acarajé baiano ou o gosto doce do creme de cupuaçu) ou as linguagens
artísticas. (MARTINS, PICOSQUE e GUERRA, 2010. p. 32)

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Um Atelier para Criar
Com base nas propostas da escola de Reggio Emilia podemos dar várias ideias
de oficinas como, por exemplo, seções de atelier de arte. Como funciona?

As crianças são levadas para um espaço preparado com materiais que ficam
disponíveis, pode inclusive ser um espaço ao ar livre. O professor em roda de
conversa escolhe junto com as crianças um assunto a ser investigado, pode ser
a cor, a linha, a forma, movimento, formas na natureza (a árvore, nuvens...
objeto), temas abstratos... Não há regras, são as crianças quem escolhem o que
elas querem estudar. Escolhido o foco de estudo e os materiais, as crianças se
lançam a começar seus trabalhos, o professor não deve direcionar, apenas orientar,
ajudar nas demandas e pedidos dos alunos. Não deve trazer modelos de como
se desenha algo, porque o desenho do adulto é diferente dos das crianças e elas
precisam encontrar suas próprias hipóteses e respostas. Nas escolas Reggio Emilia,
existe o profissional Atelierista, ele é muito importante neste processo porque é um
educador preparado para esta pedagogia. Terminada a seção todos colocam seus
trabalhos na roda e conversam sobre o que fizeram e como foi este momento de
criação e o processo de estar ali.

Lendo esta entrevista com um Atelierista de uma escola Reggio Emilia publicado in:
Explor

VECHI, Vea. O papel do atelierista. In: EDWARDS, Carolyn, GANDINI, Lella e FORMAN, George.
As cem linguagens da criança. A abordagem de Reggio Emilia na Educação da primeira
infância. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. p.129-141.

As crianças nesta faixa de idade estão dispostas à:


• Criação de desenhos, pinturas, colagens, modelagens a partir de seu próprio
repertório e da utilização dos elementos da linguagem das Artes Visuais: ponto,
linha, forma, cor, volume, espaço, textura etc.
• Exploração e utilização de alguns procedimentos necessários para desenhar,
pintar, modelar etc.
• Exploração e aprofundamento das possibilidades oferecidas pelos diversos
materiais, instrumentos e suportes necessários para o fazer artístico.

Neste sentido, as seções de atelier são fundamentais nas propostas das escolas
de pedagogia Reggio Emilia. Assim como, ao término de cada proposição, há
uma roda de conversa, onde cada um conta sua experiência, suas escolhas e as
ideias que o acompanharam na construção da proposta. A presença do atelierista é
imprescindível na organização de Reggio Emilia. O atelierista é para nós o educador
mediador, aquele que apresenta a diversidade de materiais, suas possibilidades
técnicas e poéticas, articula com o professor pedagogo as proposições artísticas e
faz a mediação. Ou seja, o professor de arte, aqui.

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UNIDADE Arte e Criança na Primeira Infância

As experiências das escolas infantis na cidade, que iniciou em uma escola, em


pouco tempo tornou-se referência para toda cidade, são acolhidas por todos os
moradores. É comum a exposição dos trabalhos das crianças pela cidade. Hoje
esta cidade educadora recebe vários professores que vem de todo o mundo fazer
cursos de aperfeiçoamento sobre a primeira infância. São instituições de pedagogia
Reggio Emilia que passam para outros educadores estas propostas.
Explor

Reggio Emilia: uma cidade educadora da primeira infância: https://goo.gl/MPA9mJ

A experiência de Reggio Emilia é uma experiência muitíssimo importante para


a arte e educação, entretanto na diversidade e extensão de nosso planeta não
poderia ser diferente, há inúmeras e muitas vezes desconhecidas boas e significativas
experiências em educação, que abarcam a arte, a cultura e a vida.
Citamos aqui nosso ilustríssimo pedagogo Paulo Freire (1978-1997). Neste
texto ele narra a suas primeiras descobertas na aventura em ler o mundo, ler a
palavra, ler a vida, descobrir que tem cem linguagens. E você como aprendeu,
como descobriu as suas cem linguagens?
[..]A retomada da infância distante buscando a compreensão do meu ato
de ‘’lê’’ o mundo particular em que me movia, e até não sou traído pela
memória, me é absolutamente significativa. Neste esforço a que me vou
entregando, recrio, e revivo, no texto que escrevo a experiência vivida no
momento em que ainda não lia a palavra. Vejo-me então na casa mediana
em que nasci, no Recife, rodeada de árvores, algumas delas como se
fossem gente, tal a intimidade entre nós, à sua sombra brincava e em
seus galhos mais dóceis à minha altura eu me experimentava em riscos
menores que me preparavam para riscos e aventuras maiores. A velha
casa, seus quartos, seu corredor, seu sótão seu terraço, o sítio das avencas
de minha mãe, o quintal amplo em que se achava tudo isso foi o meu
primeiro mundo. Nele engatinhei, balbuciei, me pus de pé, andei , falei. Na
verdade, aquele mundo especial se dava a mim como o mundo de minha
atividade perceptiva, por isso mesmo como o mundo de minhas primeiras
leituras. Os ‘’textos’’, as ‘’palavras’’, as ‘’letras’’ daquele contexto, em cuja
percepção me experimentava e, quanto mais o fazia, mais aumentava a
capacidade de perceber, se encarnavam numa série de coisas, de objetos,
de sinais, cuja compreensão eu ia apreendendo no meu trato com eles nas
minhas relações com meus irmãos mais velhos e com meus pais.

Os ‘’textos’’, as ‘’palavras’’, as ‘’letras’’ daquele contexto se encarnam no


canto dos pássaros, do sanhaçu, o do olha pro caminho que vem, o do
bem te vi, o do sabiá; na dança das copas das árvores sopradas por fortes
ventanias que anunciavam tempestades, trovões, relâmpagos; as águas
da chuva brincando de geografia: inventando lagos, ilhas, rios, riachos.
Os ‘’textos’’, as ‘’palavras’’, as ‘’letras’’, daquele contexto se encarnavam
também no assobio do vento, nas nuvens do céu, nas suas cores,...
[...] (FREIRE, Paulo, A importância do ato de ler: em três artigos que
se completam/Paulo Freire. – São Paulo: Autores Associados: Cortez,
1989. Coleção polêmicas do nosso tempo; 4)

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Arte/Educação Contemporânea – Consonâncias Internacionais
BARBOSA, A. M. T. B. Arte/Educação Contemporânea – Consonâncias Interna-
cionais. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
Inquietações e Mudanças no Ensino da Arte
BARBOSA, A. M. T. B. Inquietações e Mudanças no Ensino da Arte. 2. ed. São
Paulo: Cortez, 2003.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte
BRASIL SECRETARIA DA EDUCACAO FUNDAMENTAL.Parâmetros Curriculares
Nacionais: Arte. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
Ser Artista, Ser Professor - Razões e Paixões do Ofício - Coleção Arte & Educação
ALMEIDA, Celia Maria de Castro. Ser Artista, Ser Professor - Razões e Paixões do
Ofício - Coleção Arte & Educação. São Paulo: Unesp, 2009.

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UNIDADE Arte e Criança na Primeira Infância

Referências
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil /
Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. —
Brasília: MEC/SEF, 1998.

BARBIERI, Stela. Interações – Onde está a Arte na Infância? São Paulo: Editora
Blucher, 2012.

DEWEY, John. Vida e educação. Tradução de Anísio Teixeira. 10.ed. São Paulo:
Melhoramentos, 1978. (p.16).

EDWARDS, C.; GANDINI, L.; FORMAN, G. As cem linguagens da criança:


a abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. Trad. Dayse
Batista. Porto Alegre: Artmed, 1999.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários a Pratica Educativa.


São Paulo: Paz e Terra, 2011.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: São Paulo: Cortez, 1989.

KATZ, Lilian. O que podemos aprender com Reggio Emilia. In: EDWARDS,
C.; GANDINI, L.; FORMAN, G. As cem linguagens da criança. Porto Alegre:
Artmed, 1999. p. 37-58

MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles.


Teoria e prática do ensino de arte: a língua do mundo. São Paulo: FTD, 2010.

MARTINS, Raimundo; TOURINHO, Irene. Cultura visual e infância: quando as


imagens invadem a escola. Santa Maria (RS): UFSM, 2010.

PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Tradução: Maria Alice Magalhães


D’amorim e Paulo Sergio Lima Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.

VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. Tradução: Jefferson Luiz Camargo.


3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

Sites visitados
Casa Civil – Subchefia para Assuntos Jurídicos <https://goo.gl/70IC5C>.

Livraria Cultura <https://goo.gl/4gAhyL>.

Domínio Público <https://goo.gl/Kw7X>.

Nova Escola <https://goo.gl/UoENeP>.

Centro de Referência em Educação Integral <https://goo.gl/Srvypb>.

YouTube – Lucas - Geraldo Azevedo <https://youtu.be/YTuF-YA6lAU>.

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Rede Nacional Primeira Infância <http://primeirainfancia.org.br/>.

A (Des) Qualificação da Infância <https://goo.gl/4zKO9L>.

Sinestesia e Percepção Digital <https://goo.gl/94edIR>.

Nova Escola <https://goo.gl/C3pX73>.

Segni Mossi <https://goo.gl/sk4VWf>.

Portal do Instituto Brasileiro de Museus <https://goo.gl/cs9Ua5>.

Projeto Lugares – Stela Barbieri <https://goo.gl/NIgcGI>.

Uol – Portal do Aprendiz <https://goo.gl/CVdn2B>.

Centro de Referência em Educação Infantil <https://goo.gl/u1DbH8>.

As Cem Linguagens da Criança - Vol.2 <https://goo.gl/HVazkb>.

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