Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
VERSÃO DIGITAL
IMPRESSÃO NÃO AUTORIZADA
ISBN 978-85-368-2200-6.
12-14030 CDD-370
164 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 1
Física
Por que estudar
Física?
É um ramo da ciência, assim
como a química e a biologia.
Enquanto a biologia trata
dos seres vivos e a química
dos elementos e mudanças
moleculares, a física investiga
o comportamento da matéria e
energia sob diversas condições,
quais sejam: calor, luz, som,
magnetismo, eletricidade,
radiação.
Apesar de interessarem-se
pela física, os gregos da
Antiguidade não a encaravam
como ciência. Como tal, este
saber desenvolveu-se a partir
do século XVI e podem-se citar
dentre os estudiosos: Galileu
Galilei, Isaac Newton, Pascal,
Kepler, entre outros.
HIPERCONHECIMENTO 165
Física
Capítulo
Grandezas físicas e sistema
1 Grandezas fundamentais e derivadas
internacional de unidades Para estudar Física é necessário operar com
grandezas físicas. Existem muitas grandezas físicas e
GRANDEZAS FÍSICAS você verá que a maioria delas é derivada de grande-
zas físicas fundamentais, isto é, existe uma pequena
Observe as afirmações abaixo: quantidade de grandezas fundamentais, e as demais
• a massa de uma caixa é 12 kg. são combinações dessas grandezas.
• o comprimento de um fio é 530 metros.
• o voltímetro acusa a tensão de 127 volts. Exemplos de grandezas fundamentais:
• a velocidade de um ônibus é de 80 km/h.
• a embalagem contém um volume de 1 litro de leite. • comprimento de um corpo, isto é, raio, largura, es-
• a área de uma casa é 70 m². pessura etc.
• massa de um corpo.
As medidas indicadas acima correspondem aos • duração ou intervalo de tempo de um aconteci-
elementos massa, comprimento, tensão, velocidade, mento.
volume e área. Esses elementos, que podem ser medi-
dos, são chamados grandezas físicas. Toda grandeza As grandezas velocidade, aceleração, força, energia,
física é identificada pelo fato de apresentar medidas. trabalho, potência, pressão, área, volume etc. são gran-
Como vimos, grandeza física é um elemento que dezas derivadas, pois se originam a partir de combi-
apresenta medida. Observe que a medida é constituída nações das grandezas fundamentais comprimento,
de duas partes: número e unidade. massa e tempo. Algumas grandezas derivadas recebe-
ram nomes próprios em homenagem a cientistas que
se destacaram em determinados campos da Física.
Elementos como dor, saudade, esperança, medo c) volume é comprimento . comprimento . compri-
etc. não são grandezas físicas, pois não podem ser me- mento → 10 m3.
didos por grandezas definidas. Se, no futuro, com o
progresso da ciência, puderem ser medidos, avaliados d) massa específica é massa ÷ volume → 1,6 g/cm3.
em quantidade ou extensão, então passarão a ser gran-
dezas físicas. e) Força → 3,2 N (newton).
166 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 1
103 kilo K
102 hecto H
Você viu anteriormente que todas as grandezas
físicas podem ser medidas. Como isso é feito? 101 deca da
Para medir grandezas, é preciso inicialmente apren
der a medir as grandezas fundamentais; e para medir as
grandezas fundamentais é necessário usar unidades-
PREFIXOS PARA SUBMÚLTIPLOS DE
-padrão ou unidades fundamentais para essas grandezas.
UNIDADES
Fazer uma medição nada mais é que comparar
uma grandeza com o seu respectivo padrão. Fator Prefixo Símbolo
10-1 deci d
Sistema Internacional (SI) 10-2 centi c
O SI é a linguagem internacional de padrões de medi-
10-3 mili m
da, que simplifica as relações técnicas, comerciais e cientí-
ficas entre os países. No Brasil, o SI foi implantado em 1963, 10-6 micro µ
tornando-se o sistema legal de unidades.
10-9 nano n
HIPERCONHECIMENTO 167
Física
Normas e recomendações ciosos; os construtores, planejar as dimensões dos templos
para a escrita de unidades e casas que erigiam. Em outros casos, devia-se saber o peso
do grão produzido ou prever que altura atingiriam as gran-
O Comitê Internacional de Pesos e Medidas des enchentes.
faz algumas recomendações em relação à escrita A princípio, o comprimento era tomado em compa-
do nome e do símbolo das diferentes unidades. ração a certas partes do corpo: o cúbito, mencionado na
Dentre elas, destacamos: Bíblia, consistia na distância entre o ombro e os dedos,
• o nome das unidades se escreve sempre com letras equivalendo a sete palmos.
minúsculas. (Ex.: metro, newton, ampère etc.) Ainda se avaliava o comprimento em pés, e a jarda
• em relação ao símbolo, se não é derivado de um representava a medida entre a ponta do nariz e a ponta do
nome próprio, escreve-se com letras minúsculas. polegar, quando o rei Henrique I esticava o braço.
(Ex.: m, kg, s etc.). Se o símbolo é derivado de um Com o progresso, os homens foram sentindo neces-
nome próprio, a primeira letra se escreve com letra sidade de maior precisão e estabeleceram padrões rigoro-
maiúscula. (Ex.: N, J, Hz etc.) sos de comprimento, peso e capacidade.
• os símbolos não são seguidos de ponto e não mu- A medida padrão da jarda pode ser vista numa repar-
dam no plural. tição oficial de Londres: corresponde à distância entre duas
• os prefixos não devem ser misturados, isto é, não linhas colocadas em dois suportes de ouro, que repousam
se deve colocar mais de um prefixo em uma uni- sobre uma fita de platina.
dade. Os inspetores especializados controlam os pesos e as
• o produto de duas unidades indica-se, de prefe- medidas usados pelos comerciantes, garantindo sua exati-
rência, com um ponto. O ponto pode ser omitido dão aos compradores.
se não houver perigo de confusão. (Ex.: o produto Vários países possuem diferentes sistemas de medi-
newton por metro pode ser escrito por N.m ou Nm. das, mas um deles, o Sistema Métrico Decimal, é grande-
Não é conveniente escrever “mN”, uma vez que mente empregado pela população da Europa e da América
pode ser confundido com milinewton. do Sul, assim como pelos cientistas do mundo todo. Nesse
• para expressar o quociente entre duas unidades, sistema, calcula-se o comprimento com o auxílio do me-
pode-se utilizar um traço inclinado, um traço ho- tro (dividido em 100 centímetros ou 1.000 milímetros), o
rizontal ou potências negativas. peso em gramas, embora também se use o quilograma,
(Ex.: quilômetro por hora pode ser escrito km/h; ; equivalente a 1.000 gramas, e a capacidade em litros. Em
kmh-1.) todas essas medidas, as unidades podem ser divididas ou
multiplicadas por 10.
Uso de unidades que não pertencem ao SI A definição atual de metro é a distância percorrida
pela luz, no vácuo, durante 1/299.792.458 de segundo.
O Comitê Internacional de Pesos e Medidas reco-
nhece que certas unidades, apesar de não pertencerem
ao SI, se empregam com tanta frequência que são conser-
vadas e aceitas.
PESOS E MEDIDAS
Os pesos e medidas fizeram-se necessários quando o
homem começou a negociar. Os mercadores precisavam O protótipo internacional do quilograma, o único padrão
medir o comprimento dos tecidos ou pesar os metais pre- materializado, ainda em uso, para definir uma unidade de base do SI.
168 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
UNIDADE 2 Mecânica
1
fixo no chão, que ele não muda de lugar, ele não sobe nem
desce nem vai para frente nem para trás. Você conclui que o
HIPERCONHECIMENTO 169
Física
Posição numa trajetória 20 0
A etapa seguinte na descrição de um movimento é de- S (km)
terminar onde o corpo está, qual é a sua localização, qual Origem dos
é a sua posição na trajetória durante o movimento. espaços
132
km
Nesse exemplo, o móvel (caminhão) está no km 20. Portanto, sua
posição é S = 20 km.
Estou no km 132 da
Presidente Dutra.
Os objetos que se movem muitas vezes têm trajetórias
Os marcos quilomé- complicadas e, para simplificar, representamos a trajetória
tricos numa estrada complicada por uma reta.
têm a função de in- É comum quando se estuda o movimento dos corpos não
considerar seu tamanho, massa, peso, formato, cor etc. Quan-
formar, entre outras
do não se levam em conta essas características dos corpos,
coisas, a posição dos consideram- se esses corpos como partículas ou pontos ma-
veículos que nela trafe- teriais. Pode-se considerar qualquer corpo como partícula ou
gam durante o movimento. ponto material, desde que seu tamanho seja muito menor em
relação às distâncias que eles percorrem em seu movimento.
Para determinar a posição do corpo em sua traje- Uma pessoa, um automóvel, um trem ou mesmo a Terra pode
tória, devem-se estabelecer marcações de posição na ser considerada ponto material, desde que seu movimento per-
trajetória. As marcações de posição recebem o nome de corra uma distância muito maior que seu próprio tamanho.
espaços.
Inicialmente, escolhe-se um ponto qualquer da tra-
10
jetória como referencial. Esse ponto será a origem dos 20
espaços e seu valor será zero. A partir da origem, marca- 30
-se os demais valores de espaços que deverão represen- 40
tar a distância até a origem de cada marcação. Os espaços S (km)
poderão ter valores positivos ou negativos dependendo da
localização da origem. Os sinais positivo e negativo indicam Simplificando:
apenas o lado das distâncias em relação à origem dos es- 10 20 30 40
paços.
S (km)
Origem dos
espaços
INTRODUÇÃO AO MOVIMENTO
-3 -2 -1 0 +1 +2 +3
Movimento e repouso
Como você viu anteriormente, se os espaços que um
Estabelecidos os valores dos espaços, deve-se corpo ocupa em relação a um referencial mudam no decor-
orientar a trajetória, de acordo com o sentido positivo rer do tempo, então o corpo está em movimento. Por outro
dos espaços e indicar a unidade de medida das distân- lado, se o espaço que um corpo ocupa em relação a um re-
cias. O símbolo das marcações de espaços é “S”. ferencial permanece o mesmo no decorrer do tempo, então
o corpo não está em movimento, ele está em repouso.
Origem dos
espaços Origem dos
movimento repouso espaços
-3 -2 -1 0 +1 +2
-4 -3 -2 -1 0 +1
S (km) S (m)
Espaço percorrido
Assim, uma vez estabelecida a origem dos espa-
ços, marcados os espaços com a respectiva unidade e O movimento de um corpo inicia-se num determi-
orientada a trajetória, pode-se estabelecer a posição de nado espaço e termina em outro espaço. O espaço em
um corpo que se movimenta em sua trajetória. É impor- que o corpo inicia o movimento recebe o nome de es-
tante lembrar que um corpo que se movimenta também paço inicial (S0)1 e o espaço em que o corpo termina o
é chamado móvel. movimento recebe o nome de espaço final (S).
170 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
HIPERCONHECIMENTO 171
Física
Classificação do sentido de movimento de A velocidade de um corpo num instante de seu
um corpo movimento é chamada de velocidade instantânea e
seu símbolo é v. A expressão matemática da velocida-
A grandeza velocidade pode ser positiva ou negati- de instantânea requer ferramentas matemáticas que
va, uma vez que o espaço percorrido pode ser positivo não estudaremos agora. O seu valor é determinado
ou negativo. O sinal da velocidade indica apenas o sentido indiretamente, por meio das equações que você está
do movimento: utilizando neste tópico de cinemática.
• Se a velocidade é positiva, o movimento é a favor da
orientação da trajetória e é chamado progressivo. Movimento uniforme
S(m) Um dos movimentos mais simples é o movimento
que se realiza com velocidade constante. Nesse tipo de
0 10 20 30 40 50 60 70 80 movimento, o corpo se move sempre com a mesma velo-
Progressivo cidade e recebe o nome de movimento uniforme.
Portanto, um corpo está com movimento uniforme
• Se a velocidade é negativa, o movimento é contra se a sua velocidade é constante. O importante não é o seu
a orientação da trajetória e é chamado retrógrado. nome, mas o conceito.
Se no movimento uniforme a velocidade é cons-
S(m) tante, então podemos dizer que o corpo percorre espa-
ços iguais em intervalos de tempos iguais.
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Retrógrado 3m 3m 3m 3m
S(m)
Unidade de velocidade no SI t0= 0s 1s t1= 1s 1s
t2= 2s
1s
t3= 3s
1s
t4= 4s
3,6
Observe acima o movimento da bola. Ela desloca-se
em movimentos uniformes: a cada segundo que passa ela
percorre um espaço de 3 m, sempre de maneira igual. “Em
km/h m/s tempos iguais, percorre espaços iguais.” Sua velocidade é
constante e vale 3 m/s, isto é, a cada segundo que passa,
percorre um espaço de 3 m.
3,6
Descrição de um movimento por meio de
tabelas de dados
• Velocidade em km/h, para m/s: dividir o valor em
km/h por 3,6. A cinemática estuda a descrição dos movimentos,
Exemplo: 72 km/h = 72 ÷ 3,6 = 20 m/s. e uma das maneiras de descrever um movimento é por
• Velocidade em m/s, para km/h: multiplicar o valor meio de tabelas de dados.
em m/s por 3,6. No exemplo anterior, do movimento da bola, foi uti-
Exemplo: 30 m/s = 30 . 3,6 = 108 km/h. lizado um modelo simplificado. Ao invés de um desenho,
pode-se representar o movimento por meio de uma tabela
VELOCIDADE INSTANTÂNEA de dados que contenha as mesmas informações do dese-
nho e que permitam chegar às mesmas conclusões.
Quando você está andando de carro ou de ônibus,
nota que a velocidade do veículo está variando o tempo Descrição de um movimento
todo. por meio de uma função matemática
O velocímetro do veículo acompanha esse vaivém,
marcando a velocidade. O ponteiro não para. Em qual- Além da descrição de um movimento por meio de tabe-
quer instante que você olhe, ele está marcando algum las de dados, pode-se descrevê-lo por meio de funções ma-
valor. Que tipo de velocidade ele está marcando? Não é temáticas. As funções matemáticas permitem obter muitas
a velocidade média, é a velocidade instantânea! informações e fazer previsões do movimento de um corpo.
172 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
S (m) 4 6 8 10 12
t (s) 0 1 2 3 4
S (m) t t
12
10 Um movimento com Um movimento com
8 velocidade constante velocidade variável
6 v
4
2 t (s)
0 1 2 3 4
Gráfico de espaço S x t
v(m) t
3
A forma mais simples de variação da velocidade
2
Como exemplo desse movimento, considere a seguin-
1 te situação: um caminhão carregado de frutas dirige-se para
a cidade. Ele viaja com uma velocidade quase constante
t(s) de 20 m/s (72 km/h).
0 1 2 3 4 Num local de pouco movimento, o motorista ace-
Gráfico de espaço v x t lera e, em 12 s, o caminhão aumenta sua velocidade
HIPERCONHECIMENTO 173
Física
para 25 m/s (90 km/h). Estude esse movimento, feito em t. O quociente de Δv/ Δt tem o nome de aceleração.
12 s, durante o qual o caminhão aumentou de velocidade. A aceleração mede a rapidez com que varia a veloci-
dade. Portanto, aceleração é a grandeza que mede
v (m/s)
a rapidez da mudança da velocidade. A velocidade
25 muda rápido ou devagar? A aceleração é a grandeza
que responde a essa pergunta.
Se a velocidade com que se move um corpo é cons-
20
tante, sua aceleração é zero. Se a velocidade aumenta ou
diminui rapidamente, sua aceleração é alta. Se a velocidade
0 3 6 9 12 t (s) aumenta ou diminui lentamente, sua aceleração é baixa.
Ao contrário da linguagem do cotidiano, em Física a
A altura do gráfico representa a velocidade do móvel no
instante = 6s palavra aceleração inclui os movimentos em que a velo-
cidade diminui, nesses casos a aceleração e a velocidade
A figura mostra o gráfico v. t do movimento do ca- têm sinais contrários.
minhão no intervalo de 12 s. Considere t0 = 0 no instante
em que o caminhão começa a aumentar sua velocidade. Expressão matemática da aceleração
• Se o gráfico é ascendente, como no caso, a veloci-
dade vai aumentando. Para calcular a aceleração de um corpo num certo in-
• Se o gráfico fosse descendente, a velocidade iria tervalo de tempo, basta dividir a variação da velocidade nes-
diminuindo. se intervalo de tempo pela duração do intervalo de tempo.
• Uma reta horizontal indicaria que a velocidade é Portanto, se chamamos de a a aceleração do cor-
constante. po, então:
• A altura no instante t0 = 0 indica a velocidade que a = Δ v / Δ t, em que: Δv = v – v0 e Δ t = t – t0
o móvel tinha no começo do movimento. Nesse A unidade da aceleração no SI é m/s2, uma vez que
caso, a velocidade era 20 m/s. m/s/s = m/s.s = m/s2.
Exemplo de aplicação
A novidade é que a velocidade muda durante o mo- Num teste de potência, um carro consegue alcançar,
vimento, e vamos chamar essa variação de Δv, que vale em 4 s, uma velocidade de 24 m/s partindo do repouso.
Δv = v – v0 . a) aceleração do carro durante o teste.
A altura do gráfico representa a velocidade do mó- a = Δv / Δt = (24 - 0) / 4 = 24 / 4 = 6
vel no instante t = 6 s. a = 6 m/s2 → em cada segundo que passa, a veloci-
Considere, no gráfico anterior, o intervalo de tempo dade aumenta em 6 m/s.
entre os instantes t0 = 0 e t = 12 s. A diferença Δt = t – t0 b) o gráfico v x t
representa a duração de tempo do movimento, que no
v (m/s)
caso é de 12 s (Δt =12 – 0 = 12 s).
• No instante t0 = 0, a velocidade é 20 m/s.
24
• No instante t = 12 s, a velocidade é 25 m/s.
174 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
ções matemáticas e gráficos. Evidentemente, a repre- Descrição de um MUV por meio de gráficos
sentação de um MUV é mais complexa que um MU,
pois, além do espaço variar com o tempo, a velocidade Como você já sabe, uma outra maneira de repre-
também varia. Portanto, num MUV o espaço e a veloci- sentar movimentos é por meio de gráficos. No caso do
dade variam simultaneamente com o tempo. MUV, você vai utilizar os gráficos: Espaços x tempo (S x
t), velocidade x tempo (v x t) e aceleração x tempo (a x t).
Descrição de um MUV por meio de tabelas 35 v (m/s)
de dados 30 11
25
s (m)
Lembre-se que no MUV a variação da velocidade é 20 7
15
constante, mas não a velocidade. A velocidade muda, mas 10
5 3
de maneira uniforme, isto é, a mudança é constante.
0 t (s)
0 1 2 3 4
t (s) 0 1 2 3 4
Descrição de um MUV por meio de funções
matemáticas v (m/s)
3
O MUV necessita de duas funções matemáticas
para ficar caracterizado: uma função para os espaços 2
e uma função para a velocidade. Essas duas funções
1
representam o mesmo movimento. Não é possível ter
uma única função que represente satisfatoriamente o t (s)
MUV, pois é um movimento complexo. 0 1 2 3 4
Forma geral das funções de um MUV:
Função da velocidade: v = v0 + a . t, em que: Observe que o gráfico S . t não é uma reta, pois o espa-
• v é o valor da velocidade em função do tempo de ço percorrido em cada segundo varia de maneira desigual.
movimento.
• v0 é o valor da velocidade inicial. EQUAÇÃO DE TORRICELLI
• a é o valor da aceleração.
• t é o tempo do movimento. No MUV, os espaços e a velocidade mudam con-
Função dos espaços (ou função horária): forme passa o tempo; as funções que relacionam essas
S = S0 + v0 t + a . t2 / 2, em que: mudanças são:
• S é o valor do espaço em função do tempo de mo-
vimento. S = S0 + v0 t + a . t2 / 2 e v = v0 + a . t
• S0 é o valor do espaço inicial.
• v0 é o valor da velocidade inicial. Como se sabe, essas funções dependem do tempo (t).
• a é o valor da aceleração. Porém, há muitos casos em que nos interessa relacionar a
• t é o tempo do movimento. velocidade com os espaços, e não com o tempo. A equa-
S= 100 m S= 112,5 m S= 120 m S= 122,2 m
ção de Torricelli permite-nos essa relação, isto é, relaciona
V= 15 m/s V= 10 m/s V= 5 m/s V= 0 o espaço percorrido (ΔS) com a velocidade inicial e final
de um movimento.
No MUV, em tempos
Como você pode observar, a equação relaciona as ve-
iguais as variações de locidades e o espaço percorrido, independentemente do
velocidade são iguais, tempo.
mas as variações dos
espaços não.
Velocidade média no MUV
A função dos espaços (ou horária) relaciona os espaços
que o móvel ocupa durante o movimento, e a função da velo- A velocidade média de um movimento uniforme-
cidade relaciona as velocidades durante o movimento. Cada mente variado é a média aritmética entre a velocidade
movimento terá a função dos espaços e da velocidade. final e inicial, isto é:
Para obter a funções de um MUV, basta colocar os
valores de S0, v0 e a nas funções gerais. Vm = (v0 + v) / 2
HIPERCONHECIMENTO 175
Física
2
que as grandezas força e velocidade só ficam perfeita-
Capítulo
mente determinadas se for acrescida sua orientação. As
grandezas desse tipo são chamadas grandezas vetoriais.
Define-se orientação de uma grandeza vetorial como
sendo sua direção e sentido. Na linguagem do cotidiano,
Dinâmica é comum utilizar-se direção como sinônimo de sentido,
mas é preciso lembrar que são conceitos distintos.
VETORES Objetos que se movimentam numa mesma trajetó-
ria retilínea ou em trajetórias retilíneas paralelas deslo-
Grandezas escalares e grandezas vetoriais cam-se na mesma direção, mas podem estar no mesmo
sentido ou em sentidos opostos.
Um dos objetivos da Física é a compreensão e a des-
crição dos fenômenos naturais, sendo necessário ope-
rar com diversas grandezas, tais como: massa, velocidade,
aceleração, comprimento, energia, intervalo de tempo etc.
Massa de um caminhão =
Área de um terreno = 300m². 25.000 kg
176 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
Exemplos:
O valor, isto é, a parte numérica de um vetor recebe b
o nome de módulo do vetor e sua representação é a letra
com a seta entre barras ou simplesmente a letra sem a
a
seta acima dela.
Exemplos: → Deslocar os vetores para um ponto qualquer, de modo
A medida do vetor velocidade é v 40 km/h. Sim- que os vetores comecem neste ponto.
bolicamente:
→
v = v = 40 km/h.
O valor
→
da força F é 100 N. Simbolicamente:
F = F = 100 N.
R
Portanto, um vetor é constituído de módulo, dire- b
ção e sentido, e sua representação é uma seta. Geome-
tricamente, o tamanho da seta representa o módulo e a a
inclinação da seta e sua ponta representam a direção e
o sentido do vetor.
Traçar linhas pontilhadas, paralelas aos vetores. A reta que une o
ponto inicial dos vetores até o cruzamento das linhas ponti-
lhadas é o vetor resultante, sendo que a “ponta da seta“ é no
cruzamento das linhas pontilhadas.
Os vetores fazem parte do nosso
cotidiano
d
Quantas vezes, no trânsito, não nos guia-
mos pelas placas? Já percebeu que a grande
maioria delas possuem uma seta que nos dá a
direção e o sentido de onde precisamos ir? c
a b
Logo, se ela nos fornece uma direção, um sen-
tido e um valor, então estamos diante de uma
grandeza vetorial.
Vetores a serem somados.
Nessa parte você vai estudar de que maneira se operam 2 Regra do Poligonal
as grandezas vetoriais, isto é, como se operam os vetores.
b c
A maneira de operar vetores é bastante diferente
a
das operações com grandezas escalares, isto é, bastan-
te diferente das operações matemáticas a que você está d
acostumado, pois os vetores não são somente números, Enfileirar um vetor atrás do outro,
mas têm direção e sentido, e estes devem ser levados em em qualquer ordem, de modo que
onde termine um comece o outro.
consideração.
Para somar os vetores a e b e obter o vetor resultante, O vetor resultante é a reta que une
R = a + b, pode-se utilizar a regra do paralelogramo. o começo e o fim do polígono,
com a seta no fim do polígono.
a
b
HIPERCONHECIMENTO 177
Física
Métodos gráficos – casos particulares
• Vetores de mesma direção e mesmo sentido:
R
a
b
b R=a+ b
a
Primeiras concepções
a (3) b (4)
As concepções de Aristóteles
R (7) Desde a Antiguidade, as relações entre força e mo-
vimento foram objeto de estudo por parte de filósofos
Neste caso, o valor da resultante é a soma dos valores e estudiosos dos fenômenos da natureza. Aristóteles, fi-
dos vetores.
lósofo grego, foi um desses estudiosos do assunto, que,
unindo ideias metafísicas às suas observações, chegou a
• Vetores de mesma direção e sentidos opostos: conclusões que foram aceitas por toda a Idade Média, isto
é, por quase dois mil anos.
Aristóteles, em seus estudos sobre o movimento, che-
b
gou às seguintes conclusões:
• “Na ausência de forças, todo corpo em movimento,
a cedo ou tarde, estará em repouso”.
• “As forças são as causas dos movimentos”.
• “O estado natural dos corpos é o repouso”.
a (3) • “O repouso é essencialmente diferente do movi-
R (1) mento”.
b (4) Analisando essas afirmações, verifica-se que Aristó-
teles acreditava que um corpo só poderia permanecer em
Neste caso, o valor da resultante é a dife- movimento se houvesse uma força atuando sobre ele. Um
rença dos valores dos vetores.
corpo só pode se mover na presença de uma força. Cessan-
do a ação da força, o corpo voltaria ao repouso.
Determinação do valor da resultante de dois
vetores – Lei dos Cossenos repouso movimento repouso
178 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
HIPERCONHECIMENTO 179
Física
Se um carro está parado e nenhuma força atua dem provocar o equilíbrio, isto é, em um corpo pode haver
sobre ele ou se a força resultante sobre ele for nula, o forças que se anulam e, consequentemente, provocar o
carro continuará parado. Se um carro está andando e repouso ou manter o corpo com velocidade uniforme.
nenhuma força atua sobre ele ou a força resultante so- Quando as forças provocam o repouso, o corpo está
bre ele for nula, o carro continuará andando, em linha em equilíbrio estático; quando as forças provocam um
reta e com velocidade constante. movimento com velocidade constante, diz-se que o cor-
po está em equilíbrio dinâmico.
FR=0 FR=0
M.R.U Um edifício está em repouso, portanto, equilíbrio está-
tico; um elevador, depois que ele parte, sobe ou desce com
velocidade constante, portanto, em equilíbrio dinâmico.
Repouso
V =0
Força M.R.U
Este é um conceito muito importante e muito anti-
go no mundo físico. Somente no século XVII, os físicos
deram forma a um conceito adequado acerca das forças Equilíbrio estático - Equilíbrio dinâmico -
e suas propriedades. velocidade vetorial nula. movimento retilíneo uniforme.
Vamos examinar alguns exemplos de forças:
um elefante empurra uma árvore até derrubá-la; Além das mudanças de movimento e equilíbrio,
• o Sol atrai a Terra; as forças podem provocar amassamentos, dobramen-
• um ímã repele outro ímã; tos, estiramentos, rupturas etc.
• o ar oferece resistência à queda de uma folha de uma
árvore. Força Resultante
Em todos esses exemplos há um corpo exercendo
uma força sobre outro corpo: um corpo empurra outro, ou A experiência mostra que é possível substituir todas
puxa outro, ou atrai outro, ou repele outro, ou freia outro. as forças que atuam num corpo por somente uma força
Força é uma ação de um corpo sobre outro, uma ação que produza o mesmo efeito de todas as forças juntas. Esta
mútua entre corpos, isto é, uma interação entre corpos. força única, que produz o mesmo efeito de várias forças
Isso quer dizer que para poder falar em força se deve su- simultâneas sobre um corpo, chama-se força resultante.
por a existência de dois corpos: um corpo que exerce a Como força é uma grandeza vetorial, a determina-
força e outro que recebe a ação da força. Toda força é ção da força resultante obedece às regras operacionais
exercida numa determinada direção e sentido: pode ser de vetores.
para cima, para baixo, para o lado, para frente, para trás, Assim, se duas forças atuam num corpo, a força re-
inclinada etc. Portanto, força é uma grandeza vetorial e sultante será:
sua representação é feita por meio de vetores.
Ao representar graficamente uma força, é utilizada
F2
a seguinte convenção: o vetor que representa uma força
é desenhado no corpo que recebe a ação da força, na F1
FR
direção e sentido em que a força é exercida.
B
F
A
F FR
2ª LEI DE NEWTON
180 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
HIPERCONHECIMENTO 181
Física
F F A força de atrito depende dos seguintes fatores:
N S
• da força de compressão entre as superfícies, isto
O ímã age no prego, ao mesmo tempo, o prego é, quanto maior for a força de compressão entre as
age no ímã, com uma força igual e contrária. superfícies dos corpos, maior será a força de atrito.
Quando estamos com frio, esfregamos uma mão
Faça a experiência: segu- na outra, quanto mais pressão aplicamos entre
re um ímã e encoste o suficiente elas, maior é o atrito e maior é o aquecimento das
para atrair um prego. Depois, faça mãos.
o contrário: segure o prego e en-
coste o suficiente no ímã e
2 kg 10 kg
verifique que o ímã vai de fat fat
encontro ao prego. Essa é
a Lei de ação e reação, no
caso, o objeto que se mo-
A força de atrito depende da pressão entre as superfícies.
vimenta depende do objeto
A Terra age nos corpos,
ao mesmo tempo, os que seguramos e vice-ver-
corpos agem sobre a sa. E mais, se aproximarmos • do acabamento das superfícies em contato, isto é,
Terra, com forças iguais
e contrárias. os dois e não segurarmos nem o quanto mais lisas e polidas são as superfícies, menor
prego nem o ímã e a superfície for é o atrito; quanto mais rugosas e irregulares são as su-
bem lisa, vamos observar que os dois se movimentam perfícies, maior é o atrito. O objetivo dos lubrificantes
simultaneamente, um de encontro ao outro, movidos é suavizar o deslizamento entre as superfícies em
pelas forças de ação e reação. contato, diminuindo bastante a força de atrito.
Quando você dá um pulo, volta para o chão. É a Terra
que vem ao seu encontro ou você que vai ao encontro dela?
É uma boa pergunta, não é? As duas forças existem e o va-
lor delas corresponde ao nosso peso. Nós somos pequenos,
2 kg 2 kg
fat fat
temos pouca massa comparando com a Terra. A força peso
é grande o bastante para atrair você de volta à superfície
A força de atrito depende do acabamento das superfícies.
da Terra, mas é muito, muito pequena para fazer com que
a Terra se movimente a seu encontro, pois a
massa terrestre é muito grande e esta força
não é capaz de movimentá-la. Portanto, • da natureza dos corpos, isto é, depende dos ma-
é você que vai ao encontro da superfície teriais das superfícies em contato. Não é sufi-
da Terra devido à sua pouca inércia, e não ciente que a superfície seja lisa e polida para
a Terra que se movimenta em di- obter um atrito pequeno. Se deslizarmos metal
reção a você, devido com metal, metal com madeira, madeira com
à alta inércia. F vidro, vidro com metal, teremos forças de atrito
diferentes.
2 kg 2 kg
Quando andamos ou corremos,
“empurramos” o chão para trás e
o chão nos empurra para frente.
2 kg
Força de atrito
A força de atrito depende dos materiais das superfícies que estão em contato.
A força de atrito pode ser observada frequentemen-
te em nosso cotidiano: quando caminhamos, quando
acendemos um palito de fósforo, quando um carro é
freado, quando lixamos um bloco de madeira etc. Ao contrário do que muitos pensam, o tamanho
Pelos exemplos anteriores, você pode observar: da área das superfícies que estão em contato não al-
sempre que corpos em contato deslizam ou tendem tera a força de atrito, isto é, não tem influência na
a deslizar, um em relação ao outro, aparece a for- força de atrito nem a velocidade com que os cor-
ça de atrito, isto é, a força de atrito surge quando há pos deslizam entre si. Portanto, a força de atrito não
deslizamento ou tendência ao deslizamento, entre os depende da área de contato nem da velocidade de
corpos que estão em contato. deslizamento.
182 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
fat
fat
Força Normal
Quando um corpo pressiona o chão com o seu peso
para baixo, o chão reage a essa pressão com uma força
igual e contrária, igual ao peso, para cima. Essa força de
reação do chão para cima chama-se força normal, geral-
mente simbolizada pela letra N.
HIPERCONHECIMENTO 183
Física
3
um certo ângulo. Velocidade angular relaciona este ân-
Capítulo
gulo percorrido e o tempo que o corpo demorou para
percorrê-lo.
Portanto, a expressão que relaciona essas grande-
zas é:
Gravitação
MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME
No Movimento Circular Uniforme, a velocidade an-
Nesse capítulo você vai estudar um movimento gular é constante, isto é, o ângulo percorrido é constante
particular em que a velocidade permanece constante, em relação ao tempo.
mas a sua direção varia. Se a direção varia, o movimen-
to não é retilíneo. Portanto, uma força deve estar agin- Velocidade Linear de um ponto em MCU (ω)
do, ocorrendo uma aceleração.
Uma aceleração desse tipo é comum, por exemplo, Imagine um CD girando com velocidade angular
quando um carro vira uma esquina, um planeta girando constante. Neste CD existem três pontos marcados, cada
em torno do Sol etc. um a uma certa distância do centro. O ponto mais afastado
Você estudará o movimento mais simples desse do centro tem velocidade linear maior que o ponto menos
tipo, em que o corpo descreve uma trajetória circular afastado. Quanto mais afastado do centro de giro V3
com valor de velocidade constante, chamado Movi- estiver o ponto, maior será sua velocidade, uma
mento Circular Uniforme (MCU). vez que ele percorre uma distância V2
maior num mesmo intervalo de
V1
Medidas de Ângulos tempo. A expressão que relacio-
na o valor da velocidade linear v à
• Em Graus, uma circunfe- velocidade angular ω e à distân- c i a
rência tem um ângulo θ = R é:
360º (lê-se 360 graus). V=ω.R R
• Em Radianos, uma cir-
cunferência tem um ân-
gulo θ = 6,28 rad (lê-se
6,28 radianos). Período (T)
Como π vale 3,14, isto é, π O tempo que um corpo leva para dar uma volta
= 3,14, pode-se dizer que a cir- completa é chamado período T.
cunferência tem um ângulo θ No SI, a unidade de tempo é o segundo s.
= 2π rad. Sua expressão é:
ω =2π/ T
Conversão de Unidades
Frequência (f)
Para converter grau para radiano e vice-versa, apli- É o número de voltas, rotações ou revoluções que
camos uma “regra de três”: um corpo efetua numa unidade de tempo. Dividindo-se
a quantidade de voltas pelo tempo medido obtém-se a
360º ↔ 2 πr ad frequência.
x ↔ y Assim, se um motor efetuar 2.400 rotações em um
minuto, a frequência desse motor será:
Exemplos: Para converter 30º em radianos: f = = 2.400 rpm
(360º)/(30º ) =2π/y → Y = π/6 rad No SI, a unidade de frequência é o Hertz, e a uni-
Para converter π / 12 rad em graus: dade de tempo deve ser o segundo. A frequência pode
ser relacionada com o período e também com a ve-
locidade angular:
f = 1 ω = 2.π.f
184 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
fluência de uma força resul- fotografias do nosso planeta obtidas por satélites e naves
tante. A força resultante que espaciais, divulgadas em revistas, jornais, televisão etc.
age num corpo em movimen- mostram que a Terra é redonda, semelhante a uma enor-
to circular é perpendicular ao me esfera. As crianças aprendem esses fatos desde cedo,
movimento e no sentido para e para convencê-los basta mostrar uma dessas fotos nas
dentro da curva. quais se lê: “É assim que se vê a Terra de longe”.
Imagine uma pedra girando Não foi fácil convencer a maior parte da humanida-
amarrada em um barbante. A de de que a Terra era efetivamente redonda, isto é, de que
força centrípeta em direção e a Terra tem a forma semelhante a uma esfera, não sendo
sentido para o centro da cir- estranho o fato de que essa ideia somente foi aceita depois
cunferência faz com que a trajetória seja uma curva. de séculos de controvérsias. De fato, a Terra é tão grande
Se o barbante se rompe, a força centrípeta desaparece que, de sua superfície, não é possível perceber a sua forma.
e a pedra muda para uma trajetória retilínea.
Se a força centrípeta desaparece, a trajetória passa A primeira ideia heliocêntrica
a ser retilínea e o sistema geocêntrico
Aceleração Centrípeta
Se o que faz com que o corpo tenha uma trajetó- Na antiga Grécia, um discípulo de Pitágoras, Filolao,
ria circular é uma força resultante, então, de acordo foi o primeiro filósofo que atribuiu movimento à Terra.
com a 2a Lei de Newton, este corpo tem uma acelera- Segundo Filolao, a Terra descreve um círculo em torno
ção na direção e sentido desta força. Portanto, a força de um ponto situado fora do planeta, no espaço.
centrípeta sobre um corpo provoca uma aceleração Um século mais tarde, Heráclito postula que a Terra
chamada aceleração centrípeta neste corpo: gira sobre seu próprio eixo. Heráclito propôs que a Terra
está situada no centro do Universo e ao seu redor giram a
F = m . ac Lua, o Sol, as estrelas e os demais planetas, com exceção de
Mercúrio e Vênus, que giram em torno do Sol.
A partir de 350 a.C., Aristarco de Samos propôs que
o Sol, e não a Terra, era o centro do Universo, a Terra era
somente um planeta a mais que girava em torno do Sol,
igual aos demais planetas conhecidos: Mercúrio, Vênus,
Marte, Júpiter e Saturno.
Curiosamente, o sistema
heliocêntrico de Aristarco Vênus Júpiter
caiu no esquecimento por
Mercúrio Saturno
quase dois mil anos, e ou-
tra teoria, a dos epiciclos,
A aceleração centrípeta muda a direção do movi- dominou a Astronomia
mento e não o valor da velocidade, e a sua orientação é até meados do século XVI. Lua Marte
para o centro de curvatura da trajetória descrita. O sistema dos epiciclos
foi uma realização cole-
Intensidade da força centrípeta tiva da Escola de Alexan-
Sistema geocêntrico de Heráclito.
e da aceleração centrípeta dria, sendo normalmente
associado ao nome de
• Aceleração centrípeta: Ptolomeu, autor do livro, Júpiter
ac = V2/R ou ac = ω2 . R traduzido em árabe, Al
• Força centrípeta magesto. Supõe a Terra Vênus
Fc = m. V2/R ou Fc = m . ω2. R fixa no centro do univer-
em que: so. O Sol e a Lua giram em Lua
• Fc é a força centrípeta. volta dela, em órbitas cir- Mercúrio
• m é a massa. culares. Os planetas des-
• ac é a aceleração centrípeta. crevem pequenos círcu‑ Saturno Marte
• V é a velocidade linear. los, denominados epi-
• ω é a velocidade angular. ciclos, com movimento Sistema geocêntrico de Ptolomeu.
• R é a distância do corpo até o centro de curvatura uniforme.
da trajetória.
O Universo heliocêntrico de Copérnico
SISTEMA SOLAR
Em 1543, renasceu a ideia de Aristarco por meio da pu-
Hoje em dia, nenhuma pessoa razoavelmente in- blicação da obra De revolutionibus orbium coelestium (So-
formada tem dúvidas a respeito da forma da Terra. As bre as revoluções das esferas celestes), do polonês Nicolau
HIPERCONHECIMENTO 185
Física
Copérnico (1473-1543), sendo o primeiro sistema heliocên- A terceira Lei aparece no livro A Harmonia do Mundo,
trico conhecido, depois do de Aristarco. publicado em 1619. Essa lei refere-se ao tempo que demora
Copérnico confere ao Sol a posição central e con- um planeta para realizar uma volta completa de sua órbita
sidera a Terra, acompanhada pela Lua, como mais um ao redor do Sol, isto é, refere-se à duração do ano para cada
planeta a girar em volta do Sol, suprimindo quase total- planeta.
mente a complexidade do sistema de Ptolomeu. Chamando de T o tempo gasto para dar uma volta
A teoria copernicana provocou uma revolução pro- completa (período) e de R (raio médio da órbita) a distância
funda no pensamento físico da época, apresentando enor- média do planeta ao Sol, tem-se:
mes resistências em ser aceita. A T2/R3 = K, em que K é uma constante válida para
ideia de que a Terra não era o todos os planetas.
centro do universo se cho- Da relação anterior podemos concluir que:
Júpiter
cava com as opiniões fi- T2 = K . R3
losóficas dominantes
desencadeando uma Lua Vênus 3ª Lei de Kepler
grande batalha ideo- “Os quadrados dos períodos de revolução dos plane-
lógica, mas ao romper Mercúrio tas são proporcionais aos cubos dos raios de suas órbitas.”
com a concepção geo- Saturno As leis de Kepler ocupam um lugar fundamental
cêntrica do universo, Marte na história do pensamento físico, devendo ser consi-
Copérnico abriu caminho deradas as primeiras leis da natureza no sentido mo-
para novas explicações do derno da expressão: afirmações precisas, verificáveis,
funcionamento do universo. Sistema heliocêntrico expressas em termos matemáticos, sobre relações gerais
de Copérnico.
que regem um campo específico de fenômenos.
AS LEIS DE KEPLER
Lei da Gravitação Universal
Alguns anos após a morte de Copérnico, o astrô-
nomo dinamarquês Tycho Brahe (1546-1601) desen- Ao tratar do conceito de força, define-se, como pri-
volveu um importante estudo das posições dos corpos meira aproximação, o peso de um corpo como a força de
celestes. Durante 20 anos foram feitas observações ri- atração com que a Terra atrai um corpo. Esta foi nossa
gorosas, verificando que o modelo de Copérnico não primeira ideia a respeito de um tipo de força, as forças gra-
era satisfatório. Após a morte de Tycho Brahe, seu discí- vitacionais.
pulo Johannes Kepler (1571-1630) publicou a obra Nova Considerar o peso como uma força exercida pela
Astronomia. Essa obra contém duas das três leis desen- Terra é o contrário da opinião frequente de que o peso
volvidas por Kepler, baseadas nas ideias de Aristarco e é uma propriedade do corpo, isto é, uma característica
Copérnico, com as devidas correções. inerente ao corpo. Durante muito tempo, cientistas e fi-
lósofos pensavam que o peso era uma manifestação de
Planeta uma tendência natural dos corpos de moverem-se para
1ª Lei de Kepler baixo.
“As órbitas dos planetas, De acordo com a nossa concepção, ao contrário, o
em seu movimento em S peso não é uma propriedade dos corpos, mas o resul-
volta do Sol, são elípti- tado da ação da Terra sobre o corpo. Vários físicos do
cas. O Sol ocupa um dos passado estiveram perto de estabelecer a lei da gravitação
focos da elipse.” universal, entre eles Kepler, mas foi Newton quem a for-
A segunda Lei refere-se mulou com muita simplicidade, elegância e genialidade.
Devemos observar que a órbitra
à velocidade com que os de um planeta não é uma elipse A conclusão a que Newton chegou foi a seguinte:
planetas se movem em tão alongada como sugerida no “Todo corpo atrai outro corpo. Esta força de atração
desenho acima. Na realidade, as
suas órbitas. órbitas são quase circulares. é proporcional ao produto de suas respectivas massas
e inversamente proporcional ao quadrado da distância
Planeta
C que os separa.”
2ª Lei de Kepler B De acordo com essa lei:
“A velocidade do planeta a) todos os corpos que existem se atraem mutuamen-
área área 1
é tal, que a linha traça- 2 S
te;
da entre o planeta até o A b a força com que se atraem dois corpos quaisquer
Sol varre área iguais em depende de três fatores: a massa de um deles, a
tempos iguais.” D massa do outro e a distância que os separa.
Se o tempo de A até B é igual ao tempo de C até D, A Lei da Gravitação Universal é expressa por:
então a área 1 é igual á área 2. Se os tempos são iguais e a
distância CD é maior que a distância AB, então a veloci- em que:
dade em CD é maior que em AB.
186 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
• F representa a força com que os corpos se atraem. ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA SOLAR
• m1 é a massa de um dos corpos.
Massa (kg) Raio (m) Distância do Sol (m)
• m é a massa do outro corpo.
²
• R é a distância entre os corpos. Sol 2,0 . 10 30
7,0 . 108
-
• G é uma constante.
Terra 6,0 . 10 24
6,4 . 10 6
1,5 . 1011
Na equação aparece uma constante que foi desig-
nada pela letra G, conhecida como constante de gravi- Lua 7,4 . 1022 1,7 . 106 –
tação universal.
Mercúrio 3,3 . 1023
2,4 . 10 6
5,8 . 1010
No SI, G = 6,67. 10-11 N.m² / kg2.
Vênus 4,8 . 1024 6,2 . 106 1,1 . 1011
m2 Marte 6,4 . 1023 3,4 . 106 2,3 . 1011
F Júpiter 1,9 . 1027 7,4 . 107 7,8 . 1011
Quando criança, Newton não foi um aluno Com essa descoberta, percebeu que o fenômeno
brilhante, mas gostava de inventar e construir da refração luminosa limitava a eficiência dos teles-
objetos. Graças a um tio, estudou em Cambridge, cópios da época. Inventou, então, um telescópio
onde desenvolveu um recurso matemático, o bi- refletor, em que a concentração da luz era feita por
nômio de Newton. Na época de sua formatura, foi um espelho parabólico e não por uma lente.
obrigado a se refugiar na fazenda da mãe, devido
à peste que assolava a Inglaterra. Permaneceu lá Em 1671, o cientista assumiu o cargo de professor
por cerca de dois anos (1665-1667). catedrático de Matemática da Universidade de Cam-
bridge e, no ano seguinte foi eleito para a Royal So-
As reflexões dessa época o levaram a formular im- ciety. Nos anos posteriores, tratou das propriedades
portantes teorias. Ao observar uma maçã caindo da luz, explicou a produção das cores por lâminas
de uma árvore, Newton começou a pensar que delgadas e formulou a teoria corpuscular da luz.
a força que havia puxado a fruta para a terra seria
a mesma que impedia a Lua de escapar de sua Newton recebeu, em 1684, a visita do astrônomo
órbita. Descobriu a lei da gravitação universal. Foi Edmond Halley, que queria interrogá-lo sobre o
a primeira vez que uma lei física foi aplicada tanto movimento dos planetas, observado pelos astrô-
a objetos terrestres quanto a corpos celestes. Ao nomos. Newton retomou, então, suas reflexões
firmar esse princípio, Newton eliminou a depen- sobre a mecânica celeste. O resultado foi sua
dência da ação divina e influenciou profundamen- obra “Princípios Matemáticos da Filosofia Natural”,
te o pensamento filosófico do século 18, dando que propõe três princípios básicos: o da inércia, o
início à ciência moderna. da dinâmica e o da ação e reação.
Em 1669 o cientista formulou sua teoria das cores, Esse trabalho obteve grande repercussão internacio-
sobre a refração da luz. Quando um raio de sol atra- nal. Newton foi eleito para o Parlamento em 1687,
vessa um prisma de vidro, sai do outro lado como e nomeado para a Superintendência da Casa da
um feixe de luzes de diferentes cores, como um Moeda em 1696, quando se mudou para Londres.
arco-íris. Newton fez o feixe colorido passar por um Tornou-se presidente da Royal Society em 1703 e,
segundo prisma, onde as cores voltaram a se juntar dois anos depois, sagrado cavaleiro, passou a ser
em outro feixe, de luz branca, igual ao inicial. chamado de Sir Isaac Newton.
HIPERCONHECIMENTO 187
Física
4
Fluido ideal (ou perfeito)
Capítulo É todo fluido que não possui viscosidade, isto é, não
há atrito entre suas moléculas.
d= em kg/m3, no SI
MASSAS ESPECÍFICAS
188 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
HIPERCONHECIMENTO 189
Física
TEOREMA DE STEVIN vadores, macacos hidráulicos, compressores, freios etc.
Pascal concluiu que, quando aplicamos uma pressão
O teorema de Stevin, também chamado teore- sobre qualquer ponto de um líquido em equilíbrio, essa
ma fundamental da hidrostática, está relacionado com pressão é transmitida para todos os pontos do líquido.
a pressão no interior de líquidos. O teorema pode ser Uma aplicação do teorema de Pascal são as seringas
enunciado como: de injeção: ao apertarmos o êmbolo da seringa, a pressão
“A diferença de pressão entre dois pontos de um lí- é toda distribuída pelo líquido dentro do cilindro fazendo
quido em equilíbrio e homogêneo é igual ao produto da com que o mesmo saia pela agulha.
massa específica do líquido pela aceleração da gravidade
e pela diferença de nível entre dois pontos.”
Prensa hidráulica
É um dispositivo multiplicador de força utilizado
quando se requer forças de grande intensidade para a rea-
lização de algum tipo de trabalho, tal como em freios, sis-
temas hidráulicos de aviões, navios e tratores, elevadores,
macacos utilizados em oficinas mecânicas etc.
A partir do teorema de Stevin, podemos concluir A relação de forças entre um êmbolo de área peque-
que dois pontos situados num mesmo nível ou mesma na e um êmbolo de área maior é expressa por:
altura, não importando a distância entre eles, estão sob
a mesma pressão, uma vez que, se Δh = 0, então Δp = 0.
Vasos comunicantes
Quando dois ou mais recipientes têm suas bases li-
gadas por um tubo, chamamos os recipientes de vasos TEOREMA DE ARQUIMEDES
comunicantes. A experiência mostra que, quando há um OU TEOREMA DO EMPUXO
líquido em equilíbrio no interior de vasos comunicantes, o
nível do líquido é igual em todos os recipientes, indepen- Você já deve ter observado que os corpos quando es-
dentemente de seus formatos e da sua área transversal. tão dentro da água ficam mais leves. Quando você afunda
uma bola dentro da água e a solta, ela sobe rapidamente
para a superfície. O teorema do empuxo, resultado dos es-
tudos feitos pelo sábio grego Arquimedes, pode ser enun-
ciado da seguinte maneira:
“Todo corpo mergulhado num fluido fica sujeito a
uma força vertical, de baixo para cima, igual ao valor do
peso do líquido deslocado pelo corpo.”
190 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
E E
E
P
P P
HIPERCONHECIMENTO 191
Física
Capítulo
Trabalho e energia
5 Lixo industrial pode fornecer
energia
CONCEITO DE ENERGIA/ENERGIA
CINÉTICA Um novo calorífico, com capacidade
de gerar entre 50% e 80% mais calor
O termo energia é bastante conhecido, as expres-
que o carvão mineral, foi desenvolvido
sões energia atômica, energia elétrica, energia solar etc.
são expressões de nosso cotidiano. Neste ponto, você vai no CIENTEC/RS pelo russo Vsevolod
aprofundar esse importante conceito, especialmente a Mymrin. O produto, que está à espera de
energia mecânica, em suas duas formas: a energia ciné- patente, apresenta a vantagem de utili-
tica e a energia potencial.
zar rejeitos industriais, que normalmente
poluem o meio ambiente.
Propriedades da energia
Entre as principais propriedades do conceito de O combustível é uma variante dos
energia, convém destacar as seguintes: combustíveis utilizados como fonte de
energia dos fornos industriais do exte-
• A energia não é uma grandeza vetorial, não está
associada a nenhuma direção e sentido e, por- rior, que utilizam piche, breu, alcatrão ou
tanto, não pode ser representada por um vetor. É argila como aglutinante, o combustível
uma grandeza escalar, do mesmo modo que massa proposto utiliza resíduos petroquímicos e
e temperatura.
rejeitos industriais como aglutinante.
• A energia é uma grandeza física que caracteriza
um certo estado de um corpo, em que um corpo
Segundo o autor da invenção, “há o
possui uma certa quantidade de energia.
• A energia pode se apresentar numa grande varie- reaproveitamento dos rejeitos industriais,
dade de formas: energia mecânica, energia elétri- despoluindo o ambiente e fornecendo
ca, energia química, energia térmica, energia atô- mais energia para as indústrias, sendo
mica, energia nuclear, energia luminosa, energia
solar etc.
uma alternativa eficaz e economicamen-
• A energia pode-se transformar de um tipo em ou- te atraente para controlar a poluição”.
tro. De fato, são precisamente as transformações
(Adaptado de Ciência Hoje, maio/2001, ed. nº 171, p. 55.)
de energia mais dignas de estudo e de maior im-
portância prática.
• A energia pode ser transferida de um corpo para ou-
tro. Quantidade de energia em diferentes
• A propriedade mais importante da energia é que processos
ela se conserva: em todas as transformações de
energia de um tipo para outro e em todas as trans- • Energia necessária para elevar de 1°C
ferências de energia de um corpo para outro, a a temperatura de 1 litro de água
energia total não aumenta nem diminui, ela man- 4,2 . 103 J
tém o seu valor. • Energia consumida por uma lâmpada de
100 W, acesa por 1 hora
Falar de energia, portanto, é falar da lei da conser- 3,6 . 105 J
vação da energia. • Energia diária necessária por uma pessoa
(média aproximada)
Unidades de energia 107 J
• Energia que se obtém da combustão
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unida- de 1 litro de gasolina
de de energia é o joule. Seu símbolo é J. 3,5 . 107 J
O múltiplo mais comum é o quilojoule (k J), sendo • Energia proveniente do Sol que chega à
que 1 k J = 1.000 J. Terra em cada segundo
1,7 . 1017 J
192 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
Equivalência entre diferentes unidades de energia energia cinética do corpo. Se a força for contrária, have-
1 cal = 4,2 J rá diminuição da energia cinética do corpo, sendo esse
1 kcal = 4.200 J aumento ou diminuição da energia igual ao produto da
1 kW . h = 3,6 . 106 J força pelo deslocamento do corpo. Se a força for perpen-
O joule e seus múltiplos são aplicáveis a qualquer dicular (90°) ao deslocamento do corpo, não há aumento
tipo de energia, por razões históricas ou práticas em nem diminuição da energia cinética do corpo.
determinados campos da ciência ou da técnica se em-
pregam, também outras unidades.
A energia cinética
Na biologia e na química e em estudos relaciona- aumenta, pois a
força está a favor F
dos com o calor, emprega-se frequentemente a caloria F
da orientação do
(cal) e seu múltiplo, a quilocaloria (kcal). Na eletricida- movimento.
de, utiliza-se o quilowatt hora (kW. h).
O trabalho mecânico FX
HIPERCONHECIMENTO 193
Física
DEFINIÇÃO DE TRABALHO PARA medida da transferência de energia, quando um corpo
QUALQUER TIPO DE FORÇA aumenta ou diminui sua velocidade.
• Em segundo lugar, o trabalho mecânico está sempre
A expressão geral do trabalho para qualquer tipo de associado a uma força, sendo conveniente falar em
força é: “trabalho mecânico efetuado por uma força sobre um
τ = F . d . cos θ , em que: corpo”. Se a força tem o mesmo sentido que o deslo-
• τ é o trabalho mecânico, em joules (J). camento, ele é positivo e a energia cinética aumenta.
• F é a força que efetua o trabalho mecânico, em Se a força tem sentido contrário ao deslocamento, ele é
newton (N). negativo e a energia cinética diminui. Se a força é per-
• d é o deslocamento (distância) percorrido pelo pendicular ao movimento, o trabalho mecânico é nulo.
corpo, em metros (m).
• θ é o ângulo entre a força e a trajetória do corpo. ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL
Sinal do trabalho mecânico realizado por Como você viu anteriormente, a energia mecânica
uma força sobre um corpo pode apresentar-se na forma de energia cinética ou na
forma de energia potencial.
Se a força e o deslocamento têm o mesmo sentido, Na realidade, existem vários tipos de energia po-
o trabalho é positivo. tencial, no entanto, neste momento vamos analisar so-
Se a força e o deslocamento têm sentidos opostos, mente uma delas: a energia potencial gravitacional que
o trabalho é negativo. um corpo possui quando se encontra sob a influência
Se a força é perpendicular ao deslocamento, o tra- do campo gravitacional da Terra. Para começar nossa
balho é nulo, isto é, vale zero. análise, considere alguns exemplos.
Observe que, se uma força estiver atuando sobre Exemplo 1:
um corpo e não houver deslocamento do corpo, o tra- Se jogamos um objeto verticalmente para cima, obser-
balho, do ponto de vista da Física, será nulo. vamos que, à medida que sobe, a energia cinética vai dimi-
A unidade de trabalho mecânico é a mesma unidade nuindo paulatinamente até chegar a zero no ponto mais alto
da energia: o joule (J). Portanto, 1J = 1N. m. da trajetória, pois a velocidade no ponto mais alto é zero.
Durante a descida, ao contrário, a energia cinética
Relação entre trabalho mecânico e variação aumenta até alcançar seu máximo valor no momento
de energia cinética que chega ao chão.
Essas variações de energia cinética são explicadas
O trabalho mecânico efetuado sobre um corpo é exata- pelo trabalho mecânico realizado pela força peso do cor-
mente igual à variação da energia que o corpo sofre. po durante o movimento do objeto.
Se uma força F efetua um trabalho mecânico sobre De fato, sabe-se que a força peso atua sempre para
um corpo, então sua energia cinética Ec apresenta uma baixo e, portanto, durante a subida o peso e o deslocamen-
variação. Entre a variação de energia cinética ΔEc e o tra- to têm sentidos contrários, o trabalho realizado será nega-
balho τ realizado sobre o corpo existe a seguinte relação: tivo, causando diminuição de energia cinética.
Nessas relações:
• ΔEc representa a variação de energia cinética que
o corpo apresenta.
• τ representa o trabalho mecânico efetuado sobre o
corpo.
• Ec(2) representa a energia cinética final do corpo.
• Ec(1) representa a energia cinética inicial do corpo.
No SI, todas essas grandezas são medidas em J.
Resumo
Vamos fazer uma recapitulação e uma sistematiza-
ção de algumas propriedades essenciais do conceito
de trabalho mecânico.
Ec aumenta
• Primeiramente, recordemos que o trabalho me- Ec diminui
Epg diminui
Epg aumenta
cânico está associado às variações sofridas pela
energia cinética de um corpo.
O valor do trabalho coincide com o valor do aumento Na descida, o peso e o deslocamento têm o mes-
ou diminuição da energia cinética, surgindo daí sua mo sentido e, portanto, o trabalho realizado será positivo
propriedade fundamental: o trabalho mecânico é a causando o aumento da energia cinética.
194 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
Transformação de energias
Nós nos referimos anteriormente à propriedade mais
importante da energia que é conservar-se. A energia que
um corpo possui pode transformar-se de um tipo para ou-
tro ou ser transferida a outro corpo, mas em toda transfe-
rência ou transformação a quantidade total permanece a
mesma durante todo o processo.
Antes de começar esta análise, é importante in-
troduzir uma nova definição: à soma da energia cinéti-
Você está em forma? ca e da energia potencial que um corpo possui daremos
o nome de energia mecânica total (Em), ou simplesmen-
Estudo mostra que pessoas que fazem fre- te de energia mecânica. Isto é:
quentemente exercícios leves, como andar ou
pedalar, queimam em média mais energia que , em que, no SI, em joule [ J ]:
• Em é a energia mecânica.
aquelas que se dedicam à ginástica exaustiva • Ec é a energia cinética.
durante um curto período de tempo. Este últi- • EP é a energia potencial.
mo tipo de atleta, segundo a pesquisa, tende a
ficar inativo períodos mais longos. Transformação de energia cinética em
potencial gravitacional e vice-versa
Cuide da sua saúde!
Ao falar de energia potencial gravitacional, deve-
mos lembrar que o seu valor depende de sua posição em
relação a um referencial.
HIPERCONHECIMENTO 195
Física
Assim, por exemplo, se um corpo se move até uma Para que a soma permaneça constante, é necessá-
posição mais elevada, sua energia potencial aumenta; se o rio que todo aumento ou diminuição da energia cinética
corpo desce, sua energia potencial diminui. seja compensado por um aumento ou diminuição, de
De maneira geral, se um objeto se afasta do centro igual valor, da energia potencial.
da Terra, sua energia potencial aumenta; ao aproximar- Portanto, se há uma variação ΔEc da energia cinética,
-se do centro da Terra sua energia potencial diminui. deverá haver uma variação ΔEP da energia potencial de
Em relação à energia cinética, o seu valor depen- igual valor. Esse fato pode ser expresso da seguinte maneira:
de da velocidade do corpo. Se a velocidade aumenta, a
energia cinética aumenta; se a velocidade diminui, a
energia cinética do corpo diminui. A equação (3) não nos diz nada de novo em relação
A transformação da energia cinética em potencial ao processo, mas destaca a relação que existe entre as
implica, portanto, se o corpo diminui sua velocidade variações da energia cinética e potencial.
ao mesmo tempo em que se afasta do centro da Terra. Se levarmos em consideração que a energia mecâ-
De forma análoga, numa transformação de ener- nica total se conserva, a equação (4) poderá ser escrita
gia potencial em cinética deve ocorrer o processo in- como segue:
verso, isto é, a velocidade aumenta ao mesmo tempo
em que o corpo se aproxima do centro da Terra.
Veja um exemplo: suponha que alguém jogue Conforme dito anteriormente, o conteúdo de todas
para cima uma pedra. Conforme a pedra sobe, sua essas equações é o mesmo: todas elas se referem ao fato
energia potencial vai aumentando, uma vez que a al- de que, sob certas condições, a energia mecânica total de
tura aumenta, e, ao mesmo tempo, a energia cinética um corpo se mantém constante. Cada uma das equações
diminui, à medida que sua velocidade vai diminuindo, destaca um aspecto diferente do mesmo fato.
e assim se vai produzindo a transformação da energia
cinética em potencial, supondo que não há nenhuma Em que condições se mantém constante a
perda de energia mecânica. As energias vão variando, energia mecânica total?
mas a soma delas permanece constante.
No ponto mais alto que a pedra atinge, a velocida- É conveniente recordar que nem sempre a ener-
de é zero, portanto, a energia cinética é zero; a altura é gia mecânica se mantém constante, pois poderá haver
máxima, portanto, a energia potencial é máxima. transferência de energia para outro corpo ou uma trans-
Na descida, ocorre o inverso: a velocidade vai au- formação para um outro tipo de energia.
mentando, portanto, a energia cinética vai aumentan- Então, em que condições ela efetivamente se
do, enquanto a energia potencial vai diminuindo, pois conserva? A resposta é simples: quando não recebe ou
a altura vai diminuindo. cede energia para outros corpos.
Quando a pedra chega ao chão, a altura vale zero, Alguns casos concretos em que ela se conserva:
portanto, a energia potencia l é zero; no entanto, a velo- • Em casos nos quais a única força que atua durante seu
cidade é máxima; portanto, a energia cinética é máxima. movimento é somente o seu peso e a força de atrito é
Em todo o processo de subida e descida, as energias desprezível.
mudaram de valor, mas a soma delas permaneceu constante. • Em casos em que há forças atuando sobre o corpo, po-
rém, as mesmas são perpendiculares ao deslocamento.
Várias maneiras de dizer a mesma coisa Sob as condições acima, são válidas as equações
dadas anteriormente e pode-se definir a: Lei da Conser-
No exemplo analisado, partimos do fato de que a vação da Energia Mecânica:
energia mecânica total do corpo se mantém constante Devemos observar que a Lei da Conservação da
durante todo o movimento. Energia Mecânica é um caso particular da Lei da Con-
Matematicamente, pode-se expressar esse fato da servação da Energia.
seguinte maneira:
Em = constante (1)
Essa expressão é uma forma compacta de dizer que
a energia mecânica total manterá seu valor, sem que se “Se um corpo não recebe nem cede energia
produzam aumentos ou diminuições.
Uma vez que a energia mecânica total é igual à
mecânica ao seu meio, então sua energia me-
soma das energias cinética e potencial, pode-se rees- cânica se manterá constante.”
crever a equação (1) da seguinte forma:
Ec + EP = constante (2)
Mesmo tendo o mesmo conteúdo que a equação (1), ao
dar-lhe uma forma diferente, estamos variando o aspecto que ENERGIA POTENCIAL ELÁSTICA
queremos enfatizar. Neste caso, estamos reforçando o fato de
que os valores da energia cinética e potencial podem variar, Vimos que a energia potencial gravitacional de um
porém, a sua soma permanece constante, isto é, não muda. corpo, isto é, a energia armazenada num corpo, devido
196 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
6
à altura em que esse corpo se encontra, permite que a
força peso desse corpo realize trabalho. De forma se-
melhante, a energia potencial elástica armazenada num
corpo permite que a força elástica realize trabalho. Como
Capítulo
primeiro passo vamos estudar a força elástica.
Impulso e quantidade
Força elástica (Fel) de movimento
Força elástica (Fel) é a força contrária que aparece
numa mola quando se aplica uma força (F) sobre a mola, IMPULSO
puxando ou empurrando, isto é, quando puxamos ou
empurramos uma mola com uma força F, a mola res- Neste capítulo, você estudará um novo conceito
ponde com uma força igual e contrária chamada força que amplia as descrições das Leis de Newton, vistas
elástica (Fel). O valor da força elástica depende do mate- anteriormente. Quando uma força atua sobre um
rial da mola, diâmetro do fio etc. e de quanto deslocamos corpo, é razoável pensar que sua atuação é por um
a mola. Levando em consideração esses fatores, o valor certo intervalo de t mpo. A grandeza física que rela-
da força elástica é dado por: ciona a atuação de uma força (F) durante um certo
intervalo de tempo (Δt) é chamada de impulso (I). A
descrição matemática de Impulso é dada por:
em N, em que:
• Fel é o valor da força elástica. , em N.s, no SI, em que:
• k é a constante da mola (características da mola),
em N/m. • I é o impulso.
• x é o deformação sofrida pela mola, em m. • F é a força que atua no corpo, em N.
• Δt é o intervalo de tempo em que a força atua sobre
A intensidade da força elástica é proporcional à defor- o corpo, em s.
mação x, também conhecida como Lei de Hooke.
em J, no SI, em que:
• τ é o trabalho realizado pela mola.
• k é a constante da mola (características da mola), em
N/m.
x é o deslocamento da mola, em m.
Portanto, Epel representa a energia potencial elásti- Como exemplo, podemos considerar um jogador
ca na posição cuja deformação é x em relação à posição de futebol quando chuta a bola. Suponha que a força
natural da mola. do chute seja de 300 N e o tempo que o pé do jogador
HIPERCONHECIMENTO 197
Física
fica em contato com a bola seja 0,1 s. O impulso dado Sendo uma grandeza vetorial quantidade de movi-
na bola será dado por: mento, possui intensidade, direção e sentido, em que:
• a intensidade será , em kg . m / s.
→
⇒ I = 300 . 0,1 ⇒ I = 30 N.s • a direção é a mesma de v .
→
• o sentido é o mesmo de v .
O impulso dado na bola será de 30 N.s.
Por meio de um gráfico F x Δt, é possível deter- Teorema do Impulso
minar o impulso pela área do gráfico, uma vez que a
área do gráfico é numericamente igual ao impulso: “O Impulso da força resultante num intervalo de
Neste exemplo, o impulso da força F será: tempo é igual à variação da quantidade de movimento
Área do gráfico = Impulso ⇒ Área = 200. 8 = 1.600 N. do corpo no mesmo intervalo de tempo.”
s⇒
Impulso = 1.600 N. s.
Q=m.V
198 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3
UNIDADE 3 Termologia
Capítulo
Calor
1 dras de gelo para que fique geladinho. O que ocorre
com o gelo e o refrigerante? O gelo em contato com o
refrigerante quente vai derretendo e o refrigerante vai
esfriando, pois ocorre uma transferência espontânea
de energia térmica do refrigerante para o gelo. Calor é
definido como a energia térmica que passa esponta-
neamente de um corpo mais quente para um corpo
O
estudo do calor, suas formas de propagação e mais frio.
fenômenos ligados à sua transmissão são co- Até quando essa passagem de energia continua? A
nhecidos pelo homem há muito tempo. Du- resposta é simples: até que a quantidade de energia entre
rante longo período o homem lidou de forma em- os dois corpos fique idêntica, ou seja, até que os corpos
pírica ao observar o fenômeno (como a dilatação ou fiquem com a mesma temperatura. A essa situação de
absorção do calor); utilizava-o por meio da tentativa e equilíbrio de temperaturas damos o nome de equilíbrio
erro. Com a Revolução Industrial, começaram a usar térmico.
máquinas térmicas para substituir a força animal ou
humana em tarefas como tear, as locomotivas no
lugar dos cavalos, levando os cientistas da época a
pensar e repensar em teorias que explicassem e prin-
cipalmente conduzissem a uma aplicação tecnológi-
ca que rendesse lucros. Hoje, o estudo do calor nos
rendeu aplicações práticas, como as geladeiras, mi-
cro-ondas, as placas coletivas de energia solar, cho-
cadeiras, entre outros aparatos tecnológicos simples
ou complexos.
CALOR E ENERGIA
Formas de propagação do calor
Como você sabe, os corpos materiais são for-
mados por moléculas, e estas moléculas não estão Você já sabe o que é o calor e sua forma de medida, a
paradas, estão em agitação contínua. A agitação das temperatura. Agora você verá como o calor é transmitido de
moléculas está associada à energia cinética das mo- um corpo para outro. O calor é transmitido de três formas:
léculas. Portanto, podemos dizer que os corpos têm por condução, convecção e irradiação.
energia devido à agitação das moléculas. A agitação
pode ser maior ou menor. Quanto maior a agitação, Condução
mais energia e mais quente estará o corpo. Quanto Ocorre em materiais sólidos, ou seja, em ma-
menor a agitação, menos energia e mais frio estará o teriais cuja estrutura molecular é ordenada e coesa.
corpo. Assim, podemos concluir que a temperatura de Você tem exemplo disso em sua casa: quando pega
um corpo está relacionada à energia interna das mo- a concha da sopeira para tomar uma deliciosa canja,
léculas. Portanto, temperatura é a medida da energia “Ui!”, queima a mão na concha de metal. Isso acon-
térmica de um corpo. tece porque a energia da sopa, ao entrar em contato,
Imagine que você colocou refrigerante num copo. com as moléculas da concha de metal é transferi-
O refrigerante está quente e você coloca algumas pe- da para ela. As moléculas da concha são agitadas
HIPERCONHECIMENTO 199
Física
uma atrás da outra até chegar ao final da concha, Irradiação
onde colocamos a mão. A condição importante para É o processo de transmissão em que a energia
a condução é que os materiais estejam em contato térmica é levada por ondas eletromagnéticas de uma
com a fonte de calor e que o material seja um bom região para outra. Na maioria dos casos, as ondas são
condutor de calor. Veja o esquema da propagação na predominantemente de infravermelho.
figura abaixo: Quando você está perto de uma fogueira, o calor
que recebe não é transmitido por condução, pois o ar é
um péssimo condutor; não é por convecção, pois o ar
quente sobe. Portanto, pode-se concluir que a transmis-
são é feita por ondas eletromagnéticas, isto é, por ir-
radiação.
Termometria
Vimos que a temperatura é a medida da energia tér-
mica das partículas que constituem um corpo.
Os aparelhos que medem a temperatura são os
termômetros; os mais comuns são os termômetros
Convecção de mercúrio constituídos por uma cápsula de vidro
Convecção é um processo de transmissão de de pequena espessura e na extremidade de uma das
calor muito importante para a natureza porque é por pontas há um pequeno reservatório com mercúrio,
meio dela que se formam as brisas e os ventos. A movi- chamado bulbo. No interior da cápsula temos o vá-
mentação das massas de ar, quentes e frias, e os fenô- cuo.
menos climáticos estão ligados a ela. É pela convecção O princípio de funcionamento é o aumento de
que aquecemos a água para fazer café e é o processo volume do mercúrio conforme a temperatura cresce e
que ocorre dentro das geladeiras no resfriamento dos a diminuição do volume de mercúrio conforme a tem-
alimentos. Então, como ela acontece? peratura diminui, ocasionando a subida e a descida da
A convecção ocorre quando o calor é transportado coluna de mercúrio na cápsula onde existe a graduação
pelas moléculas de um meio, de uma região para outra da temperatura.
pela ação da gravidade. A gravidade tem uma ação maior
sobre as moléculas que estão em regiões mais densas
fazendo com que estas se desloquem para regiões mais
Vácuo
baixas. Por outro lado, as moléculas situadas em regiões
menos densas tendem a se deslocar para regiões mais
altas. Cápsula
Esse movimento de vaivém das massas faz com que de vidro
o calor seja transmitido de uma região para outra.
Imagine uma panela com água sendo aquecida
num fogão. A água que está no fundo da panela é
aquecida diminuindo sua densidade, fazendo com
que ela suba para a superfície. A água da superfície é Bulbo
mais fria que a do fundo, portanto mais densa, fazendo
com que ela desça. Assim, a água do fundo sobe e a
água da superfície desce, ocasionando uma espécie de
redemoinho. Esse processo é o de convecção.
Escalas
Qualquer pessoa pode construir um termômetro
com sua escala particular, mas imagine a confusão! Ao
Fria longo da História foram criadas muitas escalas, e as me-
nos adequadas foram deixando de ser usadas, atual-
mente são utilizadas três escalas: Celsius, Fahrenheit e
Kelvin.
Quente Correntes Para comparar diferentes escalas foram adotadas
de convecção temperaturas de referência chamadas pontos fixos. Os
pontos fixos são a temperatura de fusão do gelo, ponto
de gelo, e a temperatura de vaporização da água, ponto
de vapor.
200 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3
No exemplo acima: , t = 7 °C
intervalos
HIPERCONHECIMENTO 201
Física
mas na minha casa ferve a 95°C. Será • α é o coeficiente de dilatação linear do material, re-
que tem alguma coisa errada? Outro presentando a proporção em que o material varia
dia, fui à praia de carro e na descida da com a variação da temperatura. A unidade é em °C–1.
serra meus ouvidos ficaram “tampados”.
• L0 é o comprimento inicial do corpo.
Por que isso ocorre? A essas e a muitas
outras perguntas você responde com os • ∆t é a variação da temperatura que o corpo sofre,
conhecimentos em termologia. em °C.
202 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3
V volume
HIPERCONHECIMENTO 203
Física
Capítulo
Mudanças de fase
3
ESTADOS FÍSICOS
Nós conhecemos os três estados de agregação da
matéria: sólido, líquido e gasoso. O que define o estado de
agregação da matéria são as forças de coesão entre os áto-
mos e moléculas, isto é, as forças que os mantêm ligados.
O estado mais coeso, mais ligado, é o estado sólido, no
qual os átomos e moléculas mantêm uma posição relativa-
mente fixa entre si. Conforme essas forças de coesão vão
ficando menores, pelo aumento da temperatura, temos
um estado menos coeso; os átomos e moléculas mantêm
Um problema de
uma relação entre si, mas suas posições são relativamente
dilatação de metais móveis caracterizando o estado líquido. No estado gasoso,
a energia interna é maior que no estado líquido, isto é, a
Apesar do sucesso das técnicas portugue-
temperatura é maior, ocasionando a perda de vínculo entre
sas de navegação por latitude, a impreci- os átomos e moléculas da substância; elas movimentam-
são na determinação das longitudes era -se independentemente uma das outras. Nos três estados,
um problema para as navegações em mar os átomos ou moléculas da substância não se modificam,
aberto. Por exemplo, o cálculo da latitude apenas a posição relativa entre elas é que se altera.
O que ocorre se aumentarmos a temperatura para
de Porto Seguro, na época do descobri-
além do estado gasoso? Os átomos começarão a desa-
mento, apresentou um erro tão grande, gregar-se, isto é, a composição de átomo que define uma
que o colocou onde está Brasília atual- substância será desfeita, restando uma massa de prótons,
mente. Assim, por questões de segurança, elétrons e nêutrons. Este estado é conhecido como plasma,
viajava-se em mar aberto somente de o quarto estado da matéria; em nossos estudos esse estado
dia, pois os recifes não tinham posições não será considerado.
corretas nos mapas. Os repetidos choques
com recifes, por problemas de localização
incorreta, levaram as grandes potências
navais a oferecer prêmios milionários a
quem resolvesse o problema, provocando
uma verdadeira corrida tecnológica.
204 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3
dança de estado, dá-se o nome de temperatura de mudan- A análise do diagrama de fases é importante porque
ça de estado ou temperatura de mudança de fase. facilita a verificação dos pares de pressão e temperatura
Por exemplo, a água: imagine que temos água líquida. onde o material é sólido, líquido ou gasoso e o estudo de
Se aquecermos a água até 100 °C e continuarmos o aqueci- suas propriedades.
mento, ela mudará de estado, tornar-se-á vapor. Por outro A primeira característica que vemos são as substân-
lado, se resfriarmos a água até 0 °C e continuarmos o resfria- cias normais e as exceções, em que o volume aumenta
mento, ela mudará de estado, tornar-se-á sólida, isto é, gelo. quando a temperatura diminui em determinadas faixas de
Na maioria das substâncias temos duas temperaturas temperatura.
de mudança de estado, uma vez que temos três estados fí-
sicos, uma temperatura de mudança de estado para limite P NORMAIS
entre dois estados. Devemos observar que o valor das tem-
p - pressão
peraturas de mudança de estado das substâncias depende T - temperatura
absoluta
da pressão atmosférica do local onde ocorre a mudança.
Dependendo de que mudança ocorre e como ocor-
re, ela recebe um nome:
• fusão: mudança de estado sólido para o líquido, pelo T
vaporização
fusão
liquefação
solidificação
sublimação
DIAGRAMA DE FASES
Uma forma de caracterizar as substâncias é observar
seu diagrama de fases. Os diagramas de fases são gráficos de
pressão X temperatura que mostram as regiões dos estados fí-
sicos com as curvas de mudança de estado, representando as
fronteiras das regiões. Os pares de pressão e temperatura que
recaem sobre as curvas são condições para que a substância
apresente os dois estados que a curva separa, simultanea-
mente. Há um ponto no diagrama que indica a condição de
pressão e temperatura em que os três estados podem ocor-
rer de forma simultânea: é o ponto tríplice, sendo o ponto no
qual as curvas se encontram.
HIPERCONHECIMENTO 205
Física
4
Desta forma, temos seu diagrama de fases com-
pleto como na figura abaixo.
tado.
Observe as curvas de p, t para a mudança de es- Capítulo
Calorimetria
206 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3
no SI em que
• c é o calor específico
• Q é a quantidade de calor sensível fornecida ou re-
SO
tirada do corpo.
SO
• ∆t é a variação de temperatura.
GA
Ebulição
• m é a massa do corpo. DO
HIPERCONHECIMENTO 207
Física
5
Haverá fluxo de energia térmica do mais quente
para o mais frio até que todos os corpos atinjam a mes-
ma temperatura, isto é, até que haja o equilíbrio térmico
entre os corpos. Durante as trocas de calor, constata-
Capítulo
-se que a quantidade de calor cedida por um corpo é
numericamente igual à quantidade recebida pelo outro Estudo dos gases
corpo. Convencionamos que quem cede calor tem sinal
negativo (-) e quem recebe calor tem sinal positivo (+).
G
Assim, se a quantidade de calor cedido é igual ao calor ás é um fluido que apresenta uma força de coe-
recebido entre os corpos e os sinais são contrários, a são fraca entre suas moléculas, ocorrendo gran-
soma das energias térmicas é nula. Portanto, nas trocas de distanciamento entre elas e cerca de 99% do
de calor temos: volume ocupado por um gás é espaço vazio. As molé-
culas de um gás apresentam um movimento contínuo e
desordenado chamado movimento brawniano, levando
ou o gás a se expandir e ocupar todo o espaço que lhe é
oferecido.
As características de um gás são representadas por
Potência térmica três grandezas: volume (V), pressão (p) e temperatura
(T), sendo conhecidas como as variáveis de estado de
É a grandeza que mede a quantidade de calor que uma um gás.
determinada fonte consegue fornecer numa unidade de Para nossos estudos utilizaremos um modelo de
tempo. Sua expressão matemática é dada por: gás, isto é, um gás que possui características ideais, cha-
mado gás ideal. Nosso gás ideal tem as seguintes carac-
terísticas:
em cal / s ou J / s ou W (watt) no SI, pois 1J / s = 1W, • o movimento de suas moléculas é contínuo e de-
em que: sordenado, regido pela Mecânica newtoniana;
• P é a potência.
• Q é o calor cedido ou recebido. • as colisões entre as moléculas são perfeitamente
elásticas, isto é, não há perda de energia;
EQUAÇÃO DE CLAPEYRON
Para descrever o que acontece com os gases, o fí-
sico francês Paul Émile Clapeyron estabeleceu uma re-
lação entre as variáveis, p, T e V e o número de mol (n) de
um gás ideal, nas condições normais de temperatura e
pressão. A relação é dada por:
, em que:
208 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3
estado 2
Valores de R
Os valores de R só dependem das unidades das va- Já vimos que os gases perfeitos sofrem transfor-
riáveis de estado: mações quando vão de um estado para outro. A trans-
formação sempre ocorre quando uma das três variáveis
• para pressão em atmosferas (atm), o volume em do gás é alterada. Existem transformações particula-
litros (l) e a temperatura em kelvin (K), temos: res, em que apenas uma das três variáveis é mantida
constante e as duas outras variam. Nessas condições,
as transformações particulares são:
, em que:
HIPERCONHECIMENTO 209
Física
6
Essa relação é comumente conhecida como Lei de
Boyle.
Capítulo
Termodinâmica
210 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3
Motor revolucionário
HIPERCONHECIMENTO 211
Física
QUANTIDADE DE CALOR (Q)
AB - Transf. adiabática
Q > 0: O sistema recebe calor do meio externo. CD - Transf. isotérmica
TRABALHO (τ)
τ > 0: O sistema realiza o traballho sobre o meio isoterma
externo (volume aumenta).
τ < 0: O sistema recebe trabalho do meio externo
(volume diminui). 2º Princípio da Termodinâmica e o ciclo de
τ = 0: O sistema não troca trabalho com o meio Carnot
externo (volume não varia).
O 2º Princípio da Termodinâmica está ligado a um
VARIAÇÃO DE ENERGIA INTERNA (∆U) comportamento da natureza a que chamamos de entro-
∆U >0: A energia interna do sistema aumenta pia, que diz que os sistemas possuem uma tendência a
(temperatura aumenta). degradar suas características. No caso da energia, a for-
∆U < 0: A energia interna do sistema diminui ma mais degradada é o calor. Esse princípio pode ser
(temperatura diminui). definido de duas formas:
• “O calor não passa espontaneamente do corpo
∆U = 0: A energia interna do sistema não varia
mais frio para o mais quente.” (Clausius)
(temperatura não varia).
• “É impossível construir uma máquina térmica
que, operando em ciclos, retire calor de uma fon-
1ª LEI DA TERMODINÂMICA NAS te quente e o transforme integralmente em traba-
TRANSFORMAÇÕES PARTICULARES lho.” (Kelvin e Planck)
O engenheiro francês Nicolas Carnot (1796-1832),
• Transformação isobárica: nesse caso, a pressão é por meio de seus estudos sobre máquinas térmicas,
constante, o volume e a temperatura variam. Por- verificou que:
tanto, há trabalho e variação da energia interna: • “Para que uma máquina térmica funcione de
∆U = Q - τ em J. modo contínuo, ela deve operar em ciclos entre
• Transformação isotérmica: nesse caso, a temperatu- duas fontes térmicas, uma quente e outra fria.”
ra é constante, o volume e a pressão variam. Portan- A expressão matemática que mostra essa condição é:
to, há trabalho, mas a energia interna não varia: τ = Qq – Qf em J, em que:
τ = Q em J. • τ é o trabalho executado pela máquina térmica.
Todo calor é convertido em trabalho. • Qq é a energia térmica retirada da fonte quente.
• Transformação isovolumétrica: nesse caso, o volume é • Qf é a energia transferida para a fonte fria, a energia
constante, a pressão e a temperatura variam. Portanto, excedente que não foi transformada em trabalho.
não há trabalho, mas a energia interna varia:
∆U = Q em J. Rendimento de uma máquina térmica (η)
Todo o calor é armazenado na forma de energia in-
terna. O termo “rendimento”, em Física, é utilizado para
dimensionar, em termos de porcentagem, quanta
Transformação adiabática energia é aproveitada por uma máquina térmica em
relação ao total de energia térmica que ela recebe.
Quando um gás realiza um trabalho sem receber Assim, temos algumas relações matemáticas que nos
calor externo, o trabalho realizado é à custa de sua pró- dão esse percentual, expresso em decimais:
pria energia interna (∆U). Esse tipo de transformação re- , em que
cebe o nome de transformação adiabática. A expressão
matemática que mostra esta condição é: • η é o rendimento da máquina térmica.
τ = – ∆U em J. • Qq é o calor recebido da fonte quente.
As trocas de calor entre o gás e o meio devem ocor- • Qf é o calor excedente transferido para a fonte fria.
rer lentamente. • Tf é a temperatura da fonte fria.
Para que a troca seja lenta, devemos fazer com que o • Tq é a temperatura da fonte quente.
processo seja rápido, evitando que haja tempo para trocas • τútil é o trabalho útil, a energia efetivamente trans-
de calor. formada em trabalho.
As transformações adiabáticas podem ser feitas por O rendimento não tem unidade, é um número adi-
expansão ou compressão do gás. mensional.
212 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 4
UNIDADE 4 Eletricidade
Capítulo
Eletrização
1 LEI DE DUFAY
Enuncia que:
• cargas elétricas de mesmo sinal se repelem;
• cargas elétricas de sinais contrários se atraem.
A
o retirarmos uma blusa de lã, em dias secos,
ouvimos pequenos estalos e, se estivermos no
escuro, vemos pequenas faíscas de eletricidade
saltando da blusa para o corpo. Certos materiais plás-
ticos, quando atritados, ficam carregados eletricamen-
te, passando a atrair pedacinhos de madeira, tecido,
papel, fatos observados desde a antiga Grécia. Esses
fatos são conhecidos como fenômenos eletrostáticos,
ocasionados por cargas elétricas em repouso.
CARGAS ELÉTRICAS
Princípio da enunciação das cargas elétricas
As cargas elétricas são a evidência do caráter elétri-
co que a matéria possui. Há dois tipos de carga: Enuncia que:
• positiva, associada ao próton; “A soma algébrica das cargas positivas e negativas é
• negativa, associada ao elétron. constante num sistema isolado eletricamente, podendo
Dependendo de como essas cargas estiverem distri- haver troca de cargas entre os corpos.”
buídas, poderemos dizer que um corpo está: Para exemplificar, imagine dois corpos, A e B, ele-
• eletrizado positivamente: quando o número de trizados com cargas elétricas QA e QB, respectivamente.
elétrons for menor que o número de prótons; Vamos admitir que houve troca de cargas entre eles e as
• eletrizado negativamente: quando o número de novas cargas são Q’A e Q’B.
elétrons for maior que o número de prótons;
• eletricamente neutro: quando possuir iguais quan-
tidades de prótons e elétrons.
HIPERCONHECIMENTO 213
Física
Processos de eletrização Se ligarmos esses corpos por um fio condutor, alguns
elétrons de A passarão para B, deixando-o negativo.
Existem três tipos de processo de eletrização: por Nesse outro caso, temos um corpo positivo A liga-
atrito, contato ou indução. Dependendo da natureza do do por um fio condutor para B (neutro). Elétrons fluirão
corpo a ser eletrizado e do processo utilizado, teremos de B para A, deixando este último positivo.
um tipo de carga.
Observe que:
Atrito • Se B for isolante, não haverá eletrização.
• Se A e B forem condutores geometricamente idên-
Neste processo, os corpos atritados ficam eletriza- ticos, após contato eles terão cargas iguais.
dos com cargas elétricas de sinais contrários, mas sem-
pre com mesmo valor absoluto.
Por exemplo, se atritarmos um pedaço de seda num
vidro, a seda arrancará elétrons do vidro e irá absorvê- A B
-los, ficando negativa, e o vidro, que perdeu elétrons,
ficará positivo.
Observe a tabela abaixo: aquele que ocupa posi-
ção superior na série é o que perde elétrons para o que
está na posição inferior, ficando positivo.
Série Triboelétrica:
A B
• pele de coelho
• vidro
• mics
• lã Indução
• pele de gato Na eletrização por indução, o induzido eletriza-
• seda -se com carga de sinal contrário a do indutor. Ao
• algodão aproximarmos um corpo positivamente eletrizado
• madeira num outro eletricamente neutro, os elétrons livres
• âmbar do último serão atraídos pelo corpo positivo, acu-
• ebonite mulando-se na região mais próxima possível. Já na
• enxo região mais afastada ficam os excessos de cargas
positivas. Esse fenômeno é denominado indução
• frecobre
eletrostática.
• celuloide
Veja que para que B fique eletrizado, deve-se apro-
ximar A de B e realizar a seguinte sequência:
Contato
Se colocarmos em contato dois condutores, um ele-
tricamente negativo e outro eletricamente neutro, este
último se tornará negativo.
A B
214 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 4
Eletroscópio de lâminas
Pêndulo elétrico
Os elétrons em excesso no
induzido espalham-se imedia- ELETRICIDADE
tamente por ele. Sendo assim, ATMOSFÉRICA
eletriza-se negativamente.
A nossa atmos-
fera permanece eletri-
zada, mesmo em dias
Veja agora a secos, quanto mais A nuvem eletriza-se
operação realizada, alta, mais eletrizada é
considerando um a atmosfera. Por outro
indutor negativo: lado, as nuvens, devi-
Note que, ao do ao atrito com o ar,
ser efetuada a li- vão se eletrizando, as
gação do induzido partículas positivas,
com a terra, os elé- que são mais pesadas, são separadas facilmente das partí-
trons, que cons- culas negativas, que são mais leves. Essa separação forma
tituem as cargas nuvens positivas e nuvens negativas, surgindo entre elas
do induzido, de uma forte atração.
mesmo sinal que Quando as nuvens que estão se atraindo estão a uma
a carga do indu- certa distância, a isolação do ar é rompida e uma descar-
tor, escoam para a ga elétrica ocorre entre as nuvens. A essa descarga elétrica
terra. No final do chamamos de raio; seu efeito luminoso é o relâmpago e o
processo, temos B efeito sonoro, o estrondo, que é o trovão.
eletricamente po-
sitivo.
Fio terra
O fio terra é usado para o escoamento das car-
gas elétricas em excesso para a terra. Portanto, se
não houver um fio ligado à terra num aparelho, e ele
estiver com acúmulo de carga, quando o tocarmos,
faremos o papel do fio, onde escoarão as cargas em
excesso. Além dos raios, as auroras boreais são fenômenos
provocados pela eletricidade atmosférica.
HIPERCONHECIMENTO 215
Física
2
CAMPO ELÉTRICO
Capítulo Você já aprendeu em mecânica que o planeta Terra
e os demais planetas exercem uma determinada influên-
cia sobre os corpos colocados nas regiões do espaço ao
Lei de Coulomb e seu redor, à qual chamamos de atração gravitacional.
campo elétrico A região do espaço, em torno do planeta, onde quais-
quer corpos são atraídos por ele, denomina-se campo
gravitacional. O mesmo conceito pode ser aplicado às
V
ocê aprendeu que corpos com cargas opostas se cargas elétricas e às forças de interação atuantes no es-
atraem e corpos com cargas iguais se repelem. paço que os cerca.
Essa atração ou repulsão é devida ao aparecimen-
to de forças originadas. Essas forças aparecem aos pares, Observe:
sendo ação e reação, de acordo com a 3ª Lei de Newton;
portanto, têm mesma intensidade, mesma direção, porém
com sentidos contrários.
meio qualquer
, em N, no SI, em que:
• F é a força elétrica.
• K é a constante eletrostática que caracteriza o meio em
que as cargas estão imersas, em N. m² /C2. Pela Lei de Coulomb, podemos chegar ao valor do
• q1 e q2 são os valores das cargas elétricas, em C campo elétrico:
(coulomb).
• d é a distância entre as cargas, em m. ou
O valor de K para o vácuo é 9 . 109 N. m² / C2 . A
constante K, no ar, tem um valor aproximado igual
ao do vácuo. A unidade do campo elétrico é N/C, no SI.
Observe:
ALGUNS VALORES DE K • na primeira expressão, o campo elétrico pode ser
interpretado em função da força que atua sobre
Água 1,1 . 108 N . m2/C2 uma carga puntiforme colocada no interior desse
campo.
Etanol 3,6 . 108 N . m2/C2
• na primeira expressão, o campo elétrico é direta-
Benzeno 2,3 . 109 N . m2/C2 mente proporcional à carga fixa e inversamente pro-
porcional à distância ou quadrado (d2) entre a carga
Petróleo 3,6 . 109 N . m2/C2 fixa e o ponto onde se pretende medir o campo.
216 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 4
HIPERCONHECIMENTO 217
Física
3
Considerando um certo intervalo de tempo para
a passagem dos elétrons na seção do fio condutor, te-
Capítulo remos o que se chama corrente elétrica (i):
N
os capítulos anteriores, analisamos fenômenos • i é o valor da corrente elétrica, em A (ampère), no
de cargas elétricas em repouso. Nos próximos SI.
capítulos, abordaremos os fenômenos relacio- • ∆q é a carga total que passa numa seção do fio
nados a cargas elétricas em movimento. condutor, em C (coulomb).
Imagine um fio metálico no qual atua um campo • ∆t é o intervalo de tempo considerado, em s.
elétrico, gerado pela ligação das pontas do fio a uma ba-
teria ou uma pilha, por exemplo.
218 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 4
4
UNIDADES
Como vimos, a unidade de corrente elétrica no SI é
ampère, em homenagem ao cientista francês André-
Capítulo
-Marie Ampère, e o símbolo é A; esta é uma unidade
fundamental do Sistema Internacional de Unidades
(SI). A unidade ampère apresenta os seguintes sub-
Resistência elétrica
múltiplos usuais:
D
• miliampère: mA, sendo 1/1.000 A ou 0,001 A ou 10–3 A. ando continuidade ao estudo da eletricidade, es-
tudaremos agora um importante elemento utili-
• microampère: mA, sendo 1/1.000.000 A ou zado em circuitos eletroeletrônicos e em diver-
0,000001 A ou 10–6 A. sos aparatos usados em nossas casas, que é a resistência
elétrica.
A partir do ampère, definimos a unidade de carga
Coulomb (C) como sendo: 1C = 1A . 1s (um ampère . um Diferença de potencial (ddp)
segundo).
No capítulo anterior, você viu que um campo elé-
trico num condutor pode ser obtido ligando-se esse
condutor aos polos de uma bateria ou pilha. Isso ocor-
re porque as baterias ou pilhas são elementos capazes de
manter uma diferença de potencial (ddp) entre os seus
polos. O polo positivo de uma bateria tem o potencial
mais alto (VA) e o polo negativo tem o potencial mais
baixo (VB).
Laser ajuda a A ddp ou voltagem ou tensão (U) é dada por:
regenerar o fígado U = VA – VB em V (volt), no SI, em que:
• U é a diferença de potencial entre os pontos A e B.
Testes experimentais realizados em ratos • VA é o potencial elétrico no ponto A.
• VB é o potencial elétrico no ponto B.
demonstraram que o uso de laser de Uma pilha ou bateria é simbolizada num circuito
baixa potência acelera o processo de como na figura abaixo:
regeneração do fígado em até 10 vezes.
As pesquisas foram realizadas pela Facul-
dade de Medicina de Ribeirão Preto, em
São Paulo. A expectativa da equipe é de
que o novo método apresente a mesma
eficácia em seres humanos, passando a
ser empregado em pacientes submetidos
Símbolo de um pilha. Pilha.
à remoção parcial do tecido hepático. A
Comissão de Ética do Hospital das Clí-
nicas, em São Paulo, já estuda a possi-
bilidade da adoção do novo método em O movimento das cargas elétricas só é possível se
a ddp U entre dois pontos for mantida. Então, podemos
pacientes.
considerar que a ddp é a causa da passagem da corrente
O uso do laser requer cuidados especiais elétrica (i).
na intensidade, para não provocar danos
celulares, mas, se aplicado corretamente,
mostra-se bastante positivo, pois apre-
senta menos efeitos colaterais que as
drogas normalmente utilizadas.
HIPERCONHECIMENTO 219
Física
RESISTÊNCIA ELÉTRICA: LEI DE OHM Representação da resistência elétrica
Um condutor ligado a uma bateria estabelece uma Em diagramas de circuitos elétricos, a resistência
ddp, ou voltagem, nas pontas desse condutor, que por elétrica é representada conforme abaixo:
sua vez provoca a passagem de uma corrente elétrica
(i), isto é, a voltagem movimenta as cargas elétricas (elé-
trons livres), que constituem a corrente elétrica. Durante
o movimento, as cargas elétricas realizam colisões con-
tra os átomos e moléculas do condutor, que assim ofe-
recem uma resistência à passagem da corrente elétrica
através do condutor.
Resistência de um material
A experiência mostra que a resistência de um fio
Essa resistência que ocorre durante a passagem da condutor depende de seu comprimento, da área trans-
corrente elétrica recebe o nome de resistência elétrica. A versal do fio e do material. A expressão que determina
expressão da resistência elétrica é dada por: essa relação é dada por:
R = ρL
, em Ω (ohm), no SI, em que: A
em Ω, no SI, em que:
Unidades: = 1ohm = 1Ω. Um material será tanto mais condutor quanto me-
nor for sua resistividade. Abaixo alguns valores de resis-
tividade, na temperatura ambiente:
Quanto maior a resistência elétrica, maior a dificul-
dade da corrente elétrica atravessar o condutor.
O cientista alemão Georg Ohm, no século pas-
sado, realizou várias experiências com diversos fios
condutores submetendo-os a diversas voltagens, e Área
verificou que para muitos materiais, principalmente os Transversal
metais, o valor da resistência permanecia constante, in-
dependentemente da voltagem. Esse resultado, expresso
por R = U/i, é conhecido como Lei de Ohm.
Há condutores que obedecem à Lei de Ohm, isto Alumínio: 2,6 . 10–8 Ω.m
é, o valor da resistência permanece constante, inde- Cobre: 1,7 . 10–8 Ω.m
pendentemente da voltagem aplicada sobre ele. Esses Níquel-cromo: 100 . 10–8 Ω.m
condutores são chamados de condutores ôhmicos. Chumbo: 22 . 10–8 Ω.m
Há condutores que não obedecem à Lei de Ohm, Ferro: 10 . 10–8 Ω.m
isto é, conforme varia a voltagem sobre ele o valor da Mercúrio: 94 . 10–8 Ω.m
resistência muda, não permanece constante. Prata: 1,5 . 10–8 Ω.m
A relação R = U/i é válida para qualquer tipo de con- Tungstênio: 5,5 . 10–8 Ω.m
dutor. Exemplo de aplicação:
Se o condutor for ôhmico, o valor de R sempre será Um fio condutor de cobre com 500 m de compri-
o mesmo, independentemente da voltagem, enquanto mento e área transversal de 0,0002 m² terá uma resis-
que, para um condutor não ôhmico, o valor de R variará tência de:
conforme a voltagem aplicada.
A expressão R = U/i também é utilizada na forma U =
R . i.
220 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 4
Associação de resistências
Muitas vezes, nos circuitos elétricos, aparecem
resistências umas ligadas nas outras. Verifica-se que é
possível substituir o conjunto de resistências por uma
única resistência R capaz de fazer o mesmo papel do
conjunto. Essa resistência recebe o nome de resistência
equivalente (Req).
Associação em série
Associação mista: em paralelo e série
É quando as resistências estão ligadas uma atrás
da outra, como as lâmpadas utilizadas nas árvores de Nos circuitos elétricos, geralmente, ocorrem associa-
Natal, que geralmente apresentam ligação em série. ções mistas, isto é, em paralelo e série. Nesse caso, determi-
namos resistências equivalentes parciais e depois determi-
namos a resistência equivalente total.
HIPERCONHECIMENTO 221
Física
Capítulo
Geradores
5
V
ocê viu anteriormente que, para haver uma
corrente elétrica num fio condutor ou cir- Força eletromotriz (fem)
cuito, é necessário colocar um elemento que
proporcione uma diferença potencial e movimente A partir de fatos experimentais, verificamos que a
os elétrons livres, formando a corrente elétrica. Esse potência elétrica total gerada (Pg) por um gerador é dire-
elemento, em nossos exemplos, era uma bateria ou tamente proporcional à intensidade da corrente (i) que
pilha, cuja função era fornecer energia elétrica. Todo passa por ele. Esse fato é expresso por:
o elemento ou aparelho que transforma um tipo qual- Pg = E . i
quer de energia em energia elétrica chama-se gerador em W (watt), no SI, em que a constante de propor-
elétrico. cionalidade, simbolizada pela letra E, é chamada de força
As baterias e pilhas transformam energia química eletromotriz (fem) do gerador. Como consequência, a
em energia elétrica, as hidrelétricas transformam ener- fem de um gerador pode ser definida como:
gia mecânica em energia elétrica, as termoelétricas E = Pg / i
transformam energia térmica em energia elétrica. A unidade, no SI, da fem é o volt (V), pois
222 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 4
HIPERCONHECIMENTO 223
Física
UNIDADE 5 Magnetismo
Capítulo
Fenômenos magnéticos
1 O fato de o ímã alinhar-se ao polo norte-sul geo-
gráfico permitiu aos chineses a invenção da bússola, que
consiste em uma agulha magnética apoiada sobre um eixo
móvel que está apoiado sobre uma graduação, que são os
pontos cardeais.
Colocando dois ímãs próximos um do outro, ob-
servamos que ocorrem forças de atração e repulsão,
Q
uando se coloca limalha de ferro em contato dependendo da posição dos dois, o que nos permite
com um ímã, observa-se que a limalha de ferro concluir que polos iguais se repelem e polos diferentes
adere a certas regiões do ímã e não sobre todo se atraem.
o ímã. Num ímã em forma de barra, a limalha de ferro
adere às extremidades da barra, as quais denominamos
polos, qualquer ímã possui sempre dois polos.
224 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 5
Capítulo
Campos magnéticos
2
CAMPOS MAGNÉTICOS DE ÍMÃS
Da mesma forma que cargas eletrizadas ge-
ram um campo elétrico na região em sua volta, os A partir da experiência de Oersted, vários traba-
ímãs geram um campo magnético na região em sua lhos foram feitos por diversos cientistas, a ciência mo-
volta. derna mostrou que não existe diferença entre o campo
O campo magnético é determinado experimental- magnético provocado por um ímã e um campo mag-
mente, colocando-se uma limalha de ferro sobre uma nético provocado por uma corrente elétrica. O campo
cartolina e o ímã por baixo da cartolina. Uma vez colo- magnético provocado por uma corrente elétrica é es-
cado o ímã, as limalhas de ferro ficarão posicionadas de tabelecido por meio de diversas leis importantes na
forma que indiquem as linhas de indução. No caso de Física.
um ímã na forma de barra, as linhas de indução terão a
seguinte forma:
Campos magnéticos de um condutor reto
Considere um condutor reto, colocado na vertical,
atravessando uma cartolina na horizontal. No condutor
fazemos passar uma corrente (i) no sentido de baixo para
cima. As linhas de campo são circulares e concêntricas,
situadas num plano perpendicular (cartolina), confor-
me a figura:
HIPERCONHECIMENTO 225
Física
• r é distância do fio condutor, um ponto P do cam-
po, em m, no SI.
Polo
Campo magnético de uma espira circular
Imagine um fio condutor dobrado na forma de uma B
circunferência por onde circula uma corrente elétrica.
As linhas de campo nesse tipo de formato de fio condu-
tor são parecidas com as linhas de campo de um ímã,
norte
sendo atribuídos a elas um polo norte, de ondesaem as
linhas, e um polo sul, no qual chegam.
B
sul
226 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 5
3
Acima de um certo valor de temperatura, o prego dei-
xará de ser atraído pelo ímã. No caso do ferro, 770°C. A
Capítulo temperatura em que ocorre esse fenômeno é chamada
de ponto Curie, sendo definida como a temperatura à
qual o material perde as propriedades ferromagnéticas.
Substâncias magnéticas
Eletroímã
Q
uando um campo magnético atua em qualquer Chamamos de eletroímã a um dispositivo consti-
meio material, este meio sofre uma modifica- tuído de ferro doce (ferro aquecido e esfriado lentamen-
ção, dizemos que ele se magnetiza ou imanta. te). Ao redor do ferro doce são enroladas espiras com
Experiências realizadas mostram que a maioria das fio condutor, de modo que, quando uma corrente pas-
substâncias presentes na natureza se imanta muito fra- sa, ocorra a magnetização e, quando cessa a corrente,
camente quando colocada sob um campo magnético. cessa a magnetização. Havendo magnetização, pode-
Materiais como papel, cobre, chumbo e alumínio são mos atrair um material. Este recebe o nome de armadura.
exemplos desses materiais, sendo este o motivo pelo O eletroímã tem aplicações importantes. Uma de-
qual não podemos construir ímãs com eles. las é o guindaste eletromagnético, usado para levantar
Por outro lado, há materiais que são fortemente sucata ou outras peças pesadas de ferro.
imantados quando colocados na presença de campos
magnéticos. Em relação aos materiais, podemos dividi-
-los em três grupos:
• paramagnéticos: são aqueles que, quando colo-
cados num campo magnético, magnetizam-se
de modo que provoquem um pequeno aumen-
to do campo magnético num ponto qualquer.
Alumínio, magnésio, platina e sulfato de cobre
são exemplos desses materiais.
• diamagnéticos: são aqueles que, quando coloca-
dos num campo magnético, magnetizam-se de
modo que provoquem uma pequena diminuição
do campo magnético num ponto qualquer. Bis-
muto, cobre, água, ouro e chumbo são exemplos
desses materiais.
• ferromagnéticos: são um pequeno grupo, encon-
trado na natureza, com características bem di-
ferentes dos grupos anteriores. Esses materiais
magnetizam-se fortemente quando colocados
num campo magnético, estabelecendo um cam-
po magnético muitas vezes maior do que o campo
aplicado sobre ele, podendo resultar em campos
magnéticos, centenas e milhares de vezes maiores
que o campo magnético inicial, o que leva a apli-
cações práticas muito importantes. Ferro, cobalto,
níquel e as ligas que apresentem essas substâncias
são os componentes desse grupo.
Um fenômeno importante que essas substâncias
apresentam é o que chamamos de histerese magnética.
Magnetizando-se estas substâncias, elas poderão per-
manecer imantadas, mesmo que seja retirada a causa da
magnetização. O aço temperado, o qual mantém alto
valor de magnetização, é utilizado na construção de
ímãs permanentes.
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA
SOBRE A MAGNETIZAÇÃO
Um prego é atraído por um ímã permanente. Se
aquecermos o prego, ele continuará sendo atraído
pelo ímã enquanto a temperatura não fique muito alta.
HIPERCONHECIMENTO 227
Física
Capítulo
Ondas
1 lago. No ponto de queda da pedra formam-se as on-
das, que vão se deslocando até atingir a rolha. O que
ocorre com a rolha? Ela está parada, em repouso, e,
quando as ondas passam, ela começa a subir e a des-
cer, isto é, quando estava parada não tinha energia de
movimento, com a passagem das ondas ela adquiriu
energia de movimento. Isso significa que as ondas
CONCEITO DE ONDA transportam energia, podendo transferir essa energia a
elementos que estão em seu caminho.
Ao atirarmos uma pedra num lago tranquilo, ob- Portanto, onda:
servamos que ocorre uma perturbação na superfície da • é uma perturbação que se propaga num meio.
água e, à medida que o tempo passa, a perturbação vai se • ela transporta energia, sem transportar matéria.
alastrando para diferentes pontos do lago. A essa pertur-
bação que se desloca num meio, no caso a água, damos
o nome de onda. Natureza das ondas
Imagine, agora, que no lago exista uma rolha flu-
tuando tranquilamente e você atira uma pedra nesse Quanto à natureza das ondas, temos as que preci-
sam de meio material para se propagar ou as que não
precisam de um meio, isto é, se deslocam no vácuo:
• ondas mecânicas: necessitam de um meio para se
deslocar, seja sólido, líquido ou gasoso, e não se
propagam no vácuo. Ondas em cordas, na super-
fície da água e ondas sonoras são exemplos desse
tipo de onda.
228 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 6
Ondas eletromagnéticas.
HIPERCONHECIMENTO 229
Física
2
• frequência (f): é a quantidade de ondas que pas-
sam, em relação a uma referência, numa unidade
de tempo.
Como você já sabe, a relação entre período e frequên-
Capítulo
cia é:
Reflexão, refração, difração e
gundos
em que, no SI, o período é dado em se-
polarização
(s) e a frequência em Hertz (Hz). REFLEXÃO DE UM PULSO
1 Hz = 1 oscilação por segundo.
Imagine uma das pontas de uma corda fixa em
Velocidade de uma onda algum lugar e a outra ponta está em sua mão, de for-
ma que a corda está levemente esticada. Se você mo-
Uma onda percorrendo um meio homogêneo apre- vimentar a corda de forma que provoque um pulso, ve-
senta uma velocidade de propagação constante que rificará que o pulso se propaga até o ponto fixo e retorna
pode ser expressa por: na direção de sua mão. Esse fato leva o nome de reflexão
v = λ . f , em que, no SI: de um pulso, ocorrendo seja a extremidade totalmente
• v é a velocidade de propagação da onda, em m/s. fixa, seja tendo liberdade vertical de movimento.
• λ é o comprimento de onda, em m.
• f é a frequência, em Hz.
• Se a extremidade estiver totalmente fixa, o pulso
A velocidade da onda depende do meio em que ela
retorna à sua mão com inversão de fase, isto é,
se propaga, ou seja, a velocidade do som, por exemplo, é
se o pulso é para cima, no retorno ele estará para
diferente na água e no ar.
baixo e vice-versa.
Refração de um pulso
Imagine agora uma corda formada por duas cordas,
uma bem grossa e outra bem fina. Uma das extremida-
des está fixa em algum lugar, a outra extremidade está em
sua mão. Você faz um movimento brusco provocando
um pulso, que se desloca em direção à extremidade fixa.
Quando o pulso atinge a união das duas cordas, verifique
que o pulso é transmitido para o outro pedaço de corda.
Esse fenômeno é chamado de refração de um pulso. Além
de transmitir o pulso para a outra corda, no ponto de união
surge um outro pulso, em sentido contrário ao pulso ini-
cial.
Se a 1ª corda for mais fina, o pulso em sentido con-
trário será invertido em relação ao pulso original; se a 1ª
corda for mais grossa, o pulso em sentido contrário não
será invertido em relação ao pulso original.
Reflexão de ondas
Quando uma frente de ondas atinge uma superfí-
cie, por exemplo a água, com um certo ângulo de inci-
dência (i), em relação à linha normal N, a frente de ondas
refletirá com um ângulo de reflexão (r), igual ao ângulo
incidente (i).
230 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 6
Região Região
de de
sombra sombra
Refração de ondas
Corda “leve“
Corda “pesada“ Corda “pesada“ Corda “leve“
Onda incidente
HIPERCONHECIMENTO 231
Física
3
baleia: 40 Hz a 80.000 Hz
morcego: 20 Hz a 160.000 Hz
Capítulo O infrassom pode ser produzido pelo vento, ou por
terremotos. O ultrassom é produzido por alguns animais,
tais como os golfinhos e morcegos para orientar seus
D
entre os fenômenos ondulatórios, esta parte O sonar é utilizado na navegação de navios e também na
chamada acústica estuda as propriedades das pesquisa do fundo do mar.
ondas sonoras, que são ondas de pressão forma-
das a partir de áreas de compressão e rarefação do meio Velocidade das ondas sonoras
onde se propagam.
O som é um dos meios de comunicação do ser hu- Como o som é uma onda mecânica longitudinal,
mano e dos animais, tirando informações do meio em a sua velocidade será dada por:
que vivem. v = λ . f , em que, no SI:
As ondas sonoras são produzidas a partir de um ele- • v é a velocidade de propagação da onda, em m/s.
mento vibrador, por exemplo, um instrumento musical, • λ é o comprimento de onda, em m.
ou pelas nossas cordas vocais que permitem a nossa co- • f é a frequência, em Hz.
municação por meio da fala. Todos os elementos citados As ondas sonoras são ondas mecânicas e, portan-
causam pressão sobre as moléculas do meio ao seu redor, to, precisam de um meio material para se propagar. Isso
propagando ondas de pressão. As ondas sonoras são ondas quer dizer que, quanto mais próximas estiverem as mo-
mecânicas longitudinais, não podendo, portanto, propa- léculas do meio por onde passa a onda, tão mais rápida
gar-se no vácuo. será a sua velocidade. Como nos sólidos as moléculas
estão mais juntas, a velocidade é maior do que nos lí-
quidos, cujas moléculas estão mais separadas. Os gases
têm suas moléculas mais separadas ainda que os líqui-
dos; portanto, sua velocidade é a mais lenta.
232 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 6
• Intensidade é a qualidade que permite diferenciar Timbre é a qualidade que permite diferenciar dois
entre um som forte e um som fraco. A intensidade sons de mesma altura e mesma intensidade, emitidos
do som depende da amplitude da onda sonora. Um por fontes diferentes. O timbre depende da forma da onda,
som forte tem uma onda de amplitude (A) maior, por exemplo, o violino é diferente do piano, que é diferente
ao contrário do som fraco. da voz humana.
A intensidade é expressa por:
Fontes sonoras
em que, no SI:
Fontes sonoras são aparelhos que emitem on-
• I é a intensidade do som, em W/m² (watt por metro das sonoras entre 20 Hz e 20.000 Hz de frequência.
quadrado). As fontes sonoras são:
• P é a potência da fonte sonora, em W. • cordas vibrantes: violão, violino, guitarra, piano.
• S é a área, em m². Considerando uma corda de densidade linear (m)
A intensidade mínima que o ouvido pode ouvir é fixa nas extremidades e submetida à força de tração
I0 = 10 –12 W/m2. (T), a velocidade da onda será dada por:
A intensidade máxima que o ouvido pode ouvir é
Imax = 1 W/m2.
Alguns físicos perceberam que a sensação huma-
na não acompanha de forma linear a variação do som, A propagação dessas ondas e sua reflexão nas ex-
isto é, um som 100 vezes maior é percebido como, tremidades determinam a formação de ondas estacioná-
aproximadamente, o dobro mais forte. Assim, foi de- rias, provocando ondas sonoras. A menor frequência de
finida uma escala logarítmica de nível sonoro (b), re- vibração da corda é dada por:
presentada por:
β = 10 log I/I0 em que, no SI: em que, no SI:
• β é o nível sonoro, em dβ.
• I é a intensidade do som, em W/m². • f1 é a menor frequência de vibração da corda.
• I0 é o limiar de audibilidade, de valor 10 –12 W/m². • v é a velocidade de propagação, em m/s.
Um dos problemas da civilização moderna é o ní- • L é o comprimento da corda, em m.
vel de ruído das grandes cidades. Um indivíduo exposto Uma frequência maior é dada por:
continuamente a níveis maiores que 80 dβ terá graves fn = n . f1 (para n = 1, 2, 3, 4...) em que, no SI:
problemas de saúde, desde a perda de audição, chegan- • fn é uma frequência de n harmônico, em Hz.
do ao estresse e ao taquicardia. • f1 é a frequência fundamental ou 1o harmônico, em
Níveis sonoros de alguma situações: Hz.
• limiar de audibilidade: 0 dβ • n é o harmônico (n = 1, 2, 3, 4...).
• cochicho: 20 dβ • colunas de ar vibrantes ou tubos sonoros.
• em casa: 40 dβ Imagine um diapasão vibrando na entrada de um
• festa barulhenta: 60 dβ tubo de vidro parcialmente cheio de água. Em certas
• tráfego intenso: 80 dβ condições, dependendo do nível da água, a coluna de ar
• máquina agrícola: 100 dβ do tubo entra em ressonância com o som do diapasão.
• conjunto de rock: 110 dβ Isso só ocorre quando as ondas se encaixam no compri-
• decolagem de avião a jato, a 30 m de distância: 140 mento livre do tubo.
dβ • hastes vibrantes: diapasão.
Violino
Piano
HIPERCONHECIMENTO 233
Física
Capítulo
Propagação e reflexão da luz
1 Cor de um corpo por reflexão
A chamada luz branca é um conjunto de cores
visíveis, entre as quais estão o vermelho, alaranjado,
amarelo, verde, azul, anil e violeta. Com isso quere-
mos dizer que a luz branca não é, como muitos pen-
sam, uma cor, mas uma soma de cores que para nossa
P
ara enxergar um corpo, é necessário que raios lu-
percepção é o branco. Como exemplos de luz branca
minosos vindos do corpo atinjam nossos olhos.
podemos citar a luz solar e a luz emitida pelas lâmpa-
Exemplificando: o livro que você está lendo só é
das fluorescentes.
perceptível porque raios luminosos vindos da página
atingem seus olhos. Se você apagar a luz e ficar no escu- Todo corpo tem pigmentos que absorvem determina-
ro não mais enxergará o livro, pois não haverá raios de das cores e que refletem outras. Um corpo que é azul para
luz vindos do livro. nós possui pigmentos que absorvem todas as cores, me-
Livros emitem luz? Sim, emitem luz. Apesar de não nos o azul, o qual é refletido para nossos olhos. Portanto,
irradiarem luz própria, eles refletem a luz que está no um corpo azul é um corpo que reflete a cor azul e absorve
ambiente. as demais.
Se iluminarmos o corpo acima com a luz branca,
ele absorverá todas as cores contidas na luz branca,
FONTES DE LUZ menos o azul, que será refletido e percebido pelos
nossos olhos. Ainda, se iluminarmos este corpo com
A partir da situação descrita acima, podem-se distin-
uma luz verde, ele absorverá a luz verde e não refletirá
guir dois tipos de fontes de luz:
nenhuma cor, o que para nós será o preto. Um cor-
• Fontes primárias: são corpos que têm luz própria, cha-
po preto é um corpo que absorve todas as cores, não
mados corpos luminosos. Vela acesa, sol, lâmpada
acesa são exemplos de fontes primá- refletindo nenhuma. Um corpo branco é um corpo
rias. que é capaz de refletir todas as cores, não absorvendo
nenhuma.
• Fontes secundárias: são corpos que Portanto, a cor com que enxergamos um corpo de-
não têm luz própria, apenas refletem pende dos pigmentos que ele possui e da luz que incide
a luz que incide sobre eles, chamados sobre ele.
corpos iluminados. A lua, o livro que
você está lendo, árvores são exem-
plos de fontes secundárias. (a) corpo azul (b) corpo branco (c) corpo negro
Luz
azul
234 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 7
Princípio da propagação retilínea da luz Considere a mesma situação anterior, mas utilizan-
do uma fonte extensa, isto é, uma fonte de luz que tem
Você, provavelmente, já esteve num lugar cheio um certo tamanho.
de árvores e observou lindos raios luminosos passan- O que se verifica agora são três regiões distintas:
do entre as árvores, e, se foi atento, observou que os uma região iluminada, uma região parcialmente ilumi-
raios caminhavam em linha reta. nada e uma região escura. A região parcialmente ilumi-
Portanto, podemos definir que, em meios transparen- nada recebe o nome de penumbra.
tes e homogêneos, a luz se propaga em linha reta.
HIPERCONHECIMENTO 235
Física
Capítulo
Espelhos planos
2
E
lementos de nosso dia a dia, os espelhos são feitos
de uma fina camada de nitrato de prata sobre uma
face polida, limpa e plana de um vidro. Esse tra-
tamento permite a reflexão de raios luminosos, e a for-
mação de imagem num espelho se dá em função dessa
Do ponto de vista geométrico, tem-se a seguinte reflexão.
relação:
LEIS DA REFLEXÃO
Considere um raio de luz que incide sobre a superfí-
em que: cie do espelho com um certo ângulo de incidência (i), em
• m é o tamanho, a altura do objeto. relação à reta normal N. O ângulo do raio refletido (r) será
• n é o tamanho, a altura da imagem formada do ob- igual ao ângulo do raio incidente (i).
jeto.
• a é a distância do objeto à câmara de orifício.
• b é a profundidade da câmara de orifício.
236 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 7
Como se pode observar, a imagem P’ é equidistante • Invertida: quando a imagem possui orientação
e simétrica ao ponto P, em relação ao espelho. oposta à do objeto.
Quanto à natureza
• Real: é a imagem formada efetivamente pelos raios
refletidos na frente do espelho.
Ponto imagem
virtual
HIPERCONHECIMENTO 237
Física
3
Campo visual de um observador
Uma pessoa parada, observando um espelho, con-
seguirá ver através do espelho uma região limitada. Essa
região do espaço que o observador consegue enxergar é
Capítulo
chamada campo visual.
Espelhos esféricos
S
ão espelhos cuja forma poderia fazer parte de uma
esfera, como se fosse uma calota. Se a parte refle-
tora é interna, recebe o nome de espelho côncavo
(a); se a parte refletora é externa, recebe o nome de es-
pelho convexo (b).
estudo da luz e dos espelhos servirá para • Vértice (V): é o ponto onde o eixo principal se en-
sanar essas e muitas outras questões! contra com o espelho esférico.
superfície superfície
refletora refletora
238 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 7
Imagem formada num espelho esférico • No espelho convexo, valem os mesmos raios
particulares e o mesmo processo de determi-
Há dois métodos para obtenção das característi- nação da imagem de um ponto do objeto. A
cas da imagem formada no espelho esférico: o método diferença está em prolongar os raios refletidos,
gráfico, por meio de desenho, e o método analítico, pela pois o cruzamento se dá no prolongamento dos
matemática. raios refletidos.
Método gráfico
No espelho esférico incidem infinitos raios de luz,
mas existem quatro raios particulares que ajudarão a de-
terminar a imagem formada:
imagem
espelho côncavo
imagem
espelho convexo
HIPERCONHECIMENTO 239
Física
4
Equação de Gauss
Capítulo
Refração da luz
T
odos nós já vimos um lápis mergulhado dentro
de um copo d’água: ele parece quebrado. Uma
moeda que não vemos, dentro de um copo vazio,
• f é a distância do foco ao vértice. pode passar a ser vista quando colocamos água dentro
• p é distância do objeto ao vértice. do copo.
• p’ é a distância da imagem ao vértice.
• i é a altura da imagem.
• o é a altura do objeto.
• A é um número que indica quantas vezes a ima-
gem é maior ou menor que o objeto.
• As unidades no SI são em metros, porém, é usual
utilizar o cm e o mm. De todas as formas, seja qual
for a unidade utilizada, todos os elementos de-
vem estar na mesma unidade.
Esses fatos e muitos outros são explicados pela re-
Regra de sinais para utilização das equações an- fração da luz, fenômeno que ocorre quando a luz passa
teriores: de um meio para outro.
• f (+) positivo para espelhos côncavos; f (–) nega-
tivo para espelhos convexos. DIOPTRO PLANO
• p e p’ (+) positivos para elementos reais; p e p' (–)
negativos para elementos virtuais. Chama-se dioptro plano a superfície de separação
• A (+) positivo para imagem direita; A (–) negativo de dois meios transparentes e planos, onde a velocidade
para imagem invertida. da luz é diferente nos dois meios.
Num dioptro plano ocorre a refração de um raio
luminoso incidente sobre ele. Se a incidência for oblí-
qua, haverá mudança de direção, se for perpendicular,
não haverá mudança de direção.
Ar S Ar S
Água Água
Raio refratado
, em que:
• n é o índice de refração.
• c é a velocidade da luz no vácuo, e vale c = 3.108 m/s
ou c = 3.105 km/s.
• v é a velocidade da luz no meio. A unidade deve ser
a mesma de c.
240 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 7
Analisando a relação matemática, verifica-se que, • x é a distância do objeto até a superfície de separa-
quanto maior o índice de refração de um meio, menor ção dos dois meios.
será a velocidade da luz nesse meio. • x’ é a distância da imagem até a superfície de sepa-
ração dos dois meios.
• n é o índice de refração do meio de incidência.
Leis da refração • n’ é o índice de refração do meio de emergência.
, em que:
HIPERCONHECIMENTO 241
Física
Capítulo
Lentes esféricas
5 divergente
Ar
Vidro
L
entes são elementos ópticos muito importantes na
civilização moderna, sendo utilizados em comple- Qualquer lente pode
xos microscópios ou até num simples par de óculos. ser convergente ou diver-
Elas são capazes de formar imagens por meio da re- gente, dependendo do ín-
fração dos raios luminosos. Uma lente possui duas faces, dice de refração do meio
uma do raio incidente, outra do raio emergente, sendo onde ela está. No caso mais
considerada uma lente esférica quando pelo menos uma comum, que é uma lente de
das faces é esférica. vidro imersa no ar, as lentes
de bordas finas são conver-
TIPOS DE LENTES gentes e as de bordas gros-
sas são divergentes.
Abaixo apresentamos os tipos possíveis de lentes:
IV - Bicôncava V - Plano-côncava
VI - Convexo-côncava
Lente delgada divergente
Ar
convergente
242 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 7
• Foco imagem (F’) é quando um feixe de luz de raios • p é distância do objeto até O.
paralelos atinge a lente. Os raios de luz que saem for-
mam um ponto, decorrente do encontro dos raios de
luz emergentes ou do encontro dos seus prolonga-
mentos.
não sofre desvio ao atravessar a lente (1). • f (+) positivo para lentes convergentes; f (–) negati-
vo para lentes divergentes.
b) Todo raio que incide na direção do foco objeto F, • p e p’ (+) positivos para elementos reais; p e p' (–)
emerge paralelamente ao eixo principal (2). negativos para elementos virtuais.
• A (+) positivo para imagem direita; A (–) negativo
c) Todo raio de luz que incide paralelamente ao eixo, para imagem invertida.
emerge na direção que passa pelo foco imagem (F’) (3).
Vergência (V)
Nos itens a e b, a passagem pelos focos principais
é efetiva na lente convergente e em prolongamento na Vergência é a grandeza que permite a comparação
lente divergente. do quanto uma lente consegue convergir ou divergir.
Quanto maior a vergência, maior o poder de convergir e
divergir. A vergência é dada por:
, em di (dioptria), no SI.
HIPERCONHECIMENTO 243
Física
6
DEFEITOS DA VISÃO
Capítulo • Miopia: é quando o foco das imagens está antes da
retina. A correção é feita pelo uso de lentes diver-
gentes.
A visão
O
olho humano é um sistema óptico complexo,
constituído por vários meios transparentes que
são atravessados pela luz.
Esclerótica
Íris Retina
Humor vítreo
Córnea
Eixo
óptico
Humor
aquso Cristalino • Hipermetropia: é quando o foco das imagens está
Nervo óptico depois da retina. A correção é feita pelo uso de
Músculos lentes convergentes.
ciliares
A lente de contato
A ideia de aplicar lentes corretivas diretamen-
te na superfície do olho foi proposta pela
primeira vez em 1508 por Leonardo da Vinci,
e ideias similares surgiram de René Descartes
em 1636, mas foi somente em 1887 que o fi-
siologista alemão Adolf Eugen Fick construiu
as primeiras lentes de contato.
244 HIPERCONHECIMENTO
EXERCÍCIOS
Exercícios UNIDADES 1 E 2
B C
0
DE. D t
2 numa2 estação.
2R O coeficiente de atrito estático entre o
c) E
só retardado no trecho AB. caixote
C
e o piso do vagão é 0,25. Num dado instante,
d) retardado nos trechos AB e o trem começa a se mover, uniformemente acelerado
CD. em relação à estrada, sobre trilhos retilíneos e horizon-
e) nenhuma das anteriores. tais. No local, g=10m/s2. Para que o caixote não deslize
sobre o piso do vagão, o valor máximo da aceleração
consideradas, a aceleração é:
a) 32 m/s²
b) 12 m/s²
d) 8 m/s²
e) 4 m/s²
9 (UNIFOR-CE) É fornecido o gráfico velocidade x tempo
de um corpo de massa 4,0 kg, que se move em trajetó-
ria retilínea. O impulso da força resultante sobre o corpo,
c) 16 m/s² no intervalo de tempo de 0 a 4,0 s, é, em N:
a) 8,0 v (m/s)
1,0
em rps (rotação por segundo) igual a: e) 24
0 4,0 t (s)
HIPERCONHECIMENTO 245
Física
a) 0
b) 10 m/s
16 (F.F.S. AMARO-SP) Calor é:
12
v (m/s)
(UFSE) Na figura, que representa esquematicamen-
te o movimento de um planeta em torno do Sol, a
e) n.d.a.
3,0
1,0
a) A
velocidade do planeta é maior em:
17 (PUC-RS) Uma piscina contém 20.000 litros de
água. Sua variação de temperatura durante a noite
0 b) B 4,0 t (s) é de -5ºC. Sabendo que o calor específico da água
c) C é de 1cal/g ºC, a energia, em kcal, perdida pela água
d) D ao longo da noite, em módulo, é:
e) E a) 1 . 104 d) 9 . 103
b) 1 . 105 e) 9 . 107
= 0 V A = 10 m/s
19 (PUC-RS) Se, ao fornecermos calor a um sistema,
sob pressão constante, observarmos que a tempe-
ratura permanece inalterada, podemos afirmar que
VB = 0
B
B
A
d) e) B
o sistema:
a) é totalmente sólido.
b) é totalmente líquido.
c) está necessariamente em processo de fusão.
246 HIPERCONHECIMENTO
V A = 10 m/s
VB = 0
EXERCÍCIOS
RESPOSTAS:
30 (UFJF-MG) Um chuveiro elétrico ligado a uma ddp
de 110 V possui uma resistência de comprimento
L. O mesmo chuveiro, ligado à mesma ddp, mas
com a resistência de comprimento L/2, terá uma
14.D 15.A 16.D 17.B 18.D 19.E 20.C 21.B 22.D 23.C potência dissipada:
24.A a) 4 vezes maior. c) 2 vezes maior.
b) 4 vezes menor. d) 2 vezes menor.
HIPERCONHECIMENTO 247
Física
248 HIPERCONHECIMENTO
EXERCÍCIOS
RESPOSTAS:
49 (UFRN) A figura ao
lado representa uma
onda senoidal. Por de-
finição:
33.B 34.E 35.D 36.A 37.A 38.C 39.C 40.C 41. C 42.
B 43. A
a) A é a amplitude e B, o comprimento de onda.
b) A é o comprimento de onda e C, a amplitude.
c) B é o comprimento de onda e C, a amplitude.
UNIDADE 6 d) A é o comprimento de onda e B, a amplitude.
e) C é o comprimento de onda e A, a amplitude.
HIPERCONHECIMENTO 249
Física
RESPOSTAS:
44.B 45.D 46.A 47.C 48.B 49.B 50.A 51.E 52.C 53.A 54.C
59 (UFES) Uma pessoa utiliza um espelho côncavo para
concentrar raios solares e acender um fósforo. A ca-
beça do fósforo deve estar localizada:
UNIDADE 7
250 HIPERCONHECIMENTO
EXERCÍCIOS
RESPOSTAS:
55.E 56.D 57.A 58.C 59.E 60.A 61.A 62.E 63.B 64.A
HIPERCONHECIMENTO 251