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NORMA ASTM B 117 – 85

TESTE DE NEVOEIRO SALINO (FOG)

1. Âmbito
1.1 – Este método estabelece seguidamente as condições no teste de Nevoeiro Salino com a finalidade
da sua especificação. O equipamento adequado que pode ser usado para estas condições está descrito
no Apêndice X1. O método não prescreve o tipo de provete ou o tempo de exposição a serem usados
para um específico produto, nem a interpretação dos resultados. Deve-se ter em conta que raramente
existe uma relação directa a resistência ao Nevoeiro Salino e a resistência à corrosão de qualquer outro
processo de ensaio, dado que as reacções químicas, incluindo a formação de filmes e o seu valor
protector, varia frequentemente varia significativamente em função de condições precisas que podem ser
encontradas. Comentários do uso deste teste em investigação podem ser encontrados no Apêndice X2.

Nota 1: Este método é aplicável a ao teste de Nevoeiro Salino de metais ferrosos e não ferrosos e é
também usado no teste de filmes orgânicos e inorgânicos, etc. especialmente onde este teste
pode ser a base para a especificação dos produtos ou materiais.

1.2 – Os valores mencionados nas unidades SI devem ser considerados como standard. Os valores
indicados entre parêntesis em polegadas – libras são apenas para informação.

1.3 – Esta norma pode envolver materiais, operações e equipamento perigosos. Esta Norma não
menciona todos os problemas de segurança associados à sua utilização. Será da responsabilidade de
quem utilizar esta norma, estabelecer práticas de Higiene e Segurança bem como regular todas as
limitações antes do seu uso.

2. Documentos Aplicáveis

2.1 – Normas ASTM


B 287 – Método para Teste com Ácido Acético – Nevoeiro Salino.
B368 – Método para Teste do Cobre com Ácido Acético – Nevoeiro Salino.
D609 – Método para preparação de Provetes em Aço para ensaios de Pintura, Envernizamento e
produtos afins.
D 1193 – Especificação de Água para Ensaios.
D 1654 – Método para Avaliação dos Provetes submetidos a Atmosferas Corrosivas.
E 70 – Método para Teste de pH com Eléctrodo de Vidro para Soluções aquosas.

3. Equipamento.

3.1 – O equipamento necessário para testes de Nevoeiro Salino consiste numa câmara de Nevoeiro, um
reservatório de solução salina, alimentação de ar comprimido adequado, uma ou mais pistolas de
atomização, suportes para suspensão de provetes, sistema de aquecimento da câmara e os respectivos
meios de controle. O tamanho e os detalhes de construção do equipamento podem ser opcionais desde
que as condições obtidas atinjam os requisitos deste método.
3.2 – Deve-se evitar que as gotas da solução que se acumulam na tampa da câmara caíam sobre os
provetes em ensaio.

3.3 – As gotas de solução que caiem dos provetes não deverão retornar ao reservatório da solução
fresca.
3.4 – Os materiais de construção devem ser de qualidade de modo e maneira de não afectar a
agressividade do Nevoeiro em termos de corrosão.

4. Provetes.

4.1 – O tipo e o número de provetes a ser ensaiados, bem como os critérios para avaliação dos resultados
devem ser definidos nas especificações relacionadas com os produtos ou peças em ensaio ou devem ser
fruto de um mútuo acordo entre fornecedor e cliente.

5. Preparação dos Provetes para Ensaio.

5.1 – Provetes metálicos e não metálicos devem ser adequadamente desengordurados. O método de
desengorduramento deve ser opcional dependendo da natureza da superfície e dos contaminantes,
excepto a inclusão do uso de abrasivos para alem de óxido de magnésio puro nem solventes que sejam
corrosivos ou depositem filmes corrosivos ou protectores. O uso de Ácido Nítrico em provetes de aço inox
para a sua limpeza ou passivação pode ser permitido desde que seja de mútuo acordo entre vendedor e
comprador. Deve-se ter cuidado para evitar possível contaminação, após desengorduramento, quer por
excessivo manuseamento quer por um menor cuidado.

5.2 – Os provetes para avaliação de pinturas e outros revestimentos orgânicos devem ser preparados de
acordo com as especificações adequadas aos materiais a serem testados ou acordados entre comprador
e fornecedor. Caso contrario os provetes devem ter os requisitos do dos método D 609 e devem ser
desengordurados e preparados para revestimento de acordo com os procedimentos do método D 609.

5.3 – Os provetes revestidos com pinturas ou outros revestimentos não metálicos não devem ser
desengordurados ou manuseados excessivamente antes dos ensaios.

5.4 – Quando for necessário determinar o desenvolvimento da corrosão numa dada área riscada de uma
superfície pintada ou com outro filme orgânico, os riscos devem ser produzidos no revestimento com um
objecto pontiagudo de modo a expor a superfície metálica antes de iniciar o ensaio. As condições para
efectuar os riscos devem ser as consideradas no método D1654, a menos que seja acordado outro
processo entre comprador e vendedor.
5.5 – A menos que seja especificado em contrário, as arestas cortadas de materiais revestidos ou de
materiais duplex ou marcas de identificação ou marcas de contacto com suspensões devem ser
protegidos com um revestimento adequado e que seja estável durante o processo de ensaio.

Nota 2 – Caso seja necessário cortar provetes a partir de peças ou outros componentes metálicos
previamente revestidos, as zonas de corte devem ser protegidas com uma tinta, cera ou uma fita
ou outro processo eficiente, pois caso contrário poderá desenvolver-se um efeito galvânico entre
tais arestas e o revestimento adjacente.

6 – Posição dos Provetes Durante o Teste.

6.1 – A posição dos provetes dentro da Câmara de Nevoeiro Salino durante o ensaio devem obedecer às
condições seguintes:

6.1.1 – A menos que seja especificado doutro modo, os provetes deve ser suspensos entre 15 e 30 º da
vertical e preferencialmente paralelamente à direcção do fluxo horizontal do Nevoeiro através da câmara
baseada na superfície predominante do provete.

6.1.2 – Os provetes não devem estar em contacto uns com os outros ou qualquer outro material metálico
ou qualquer outro material capaz de actuar como condutor.

6.1.3 – Cada provete deve ser posicionado de modo a permitir a exposição de todos os provetes ao
Nevoeiro.

6.1.4 – A solução salina gotejante de um provete não deve tocar noutro provete.

Nota 3 – Os materiais adequados para suspensões dos provetes são: vidro, borracha, plástico ou
madeira devidamente revestida. Metais desprotegidos não devem ser usados. Os provetes devem
ser suportados a partir do fundo ou das paredes laterais. Para provetes planos pode-se usar tiras
de madeira ranhurada. A suspensão com ganchos de vidro ou revestidos a ceras podem ser
usados desde que se obtenha a posição especificada mesmo que para tal seja necessário usar
uma segunda suspensão no fundo da câmara.

7 – Solução Salina
7.1 – A solução salina deve ser preparada através da dissolução de 5 ±1 partes em peso de Cloreto de
Sódio em 95 partes de água com as características do tipo IV da especificação D 1193. O sal usado deve
ser Cloreto de Sódio significativamente isento de Níquel e Cobre e no seu estado de sal seco não deve ter
mais que 0,1% de Iodeto de Sódio e não mais que 0,3% de impurezas totais. Alguns sais podem conter
aditivos que podem actuar como inibidores de corrosão, pelo que deve-se prestar atenção à composição
química do sal. Dependendo de acordo entre vendedor e comprador pode ser necessário uma análise ao
sal e os limites estabelecidos aqui nesta norma podem ser alterados.
7.2 – O pH da solução deve ser tal que ao ser atomizada a 35 ºC, a solução recolhida deve estar numa
gama compreendida entre 6,5 a 7,2 (Nota 4). A solução salina antes de ser atomizada deve estar isenta
de sólidos em suspensão (Nota 5). A medição do pH deve ser feita através de aparelho de pH a 25 ºC
usando-se para tal um eléctrodo de vidro com uma ponte em solução saturada de Cloreto de Potássio de
acordo com o método E 70, ou através de um processo colorimétrico usando para tal um indicador azul
bromotimol, ou alternativamente um papel comparador de pH de gama apertada capaz de medir variações
de 0,2 a 0,3 da unidade de pH.

Nota 4 – A temperatura afecta o pH da solução salina preparada a partir de água saturada com
Dióxido de Carbono à temperatura ambiente pelo que o acerto de pH deve ser feito por um dos
processos seguintes:
1) – Quando o pH de uma solução é ajustado à temperatura ambiente e atomizada a 35 ºC o
pH da solução recolhida será mais alto que o pH da solução original devido à perda do
Dióxido de Carbono a mais alta temperatura. Quando o pH da solução salina é ajustada à
temperatura ambiente será necessário ajustá-la a um pH inferior a 6,5 de modo a que a
solução recolhida após ser atomizada a 35 ºC esteja dentro do limite recomendado de 6,5 a
7,2. Recolha uma amostra cerca de 50 ml de solução salina preparada à temperatura
ambiente, ferva suavemente durante 30 segundos, arrefeça e determine o pH. Quando o pH
de uma solução salina é ajustado a um valor de 6,5 a 7,2 por este processo o pH da
solução atomizada e recolhida a 35 ºC estará dentro desta gama.
2) – Aquecendo a solução salina até à fervura e arrefecendo a 35 ºC e mantendo-a a esta
temperatura durante 48 horas antes de ajustar o pH, essa água não mudará o pH quando
atomizada a 35 ºC.
3) – Aquecendo a 35 ºC ou acima a água a usar para a preparação da solução salina a fim de
expelir o Dióxido de Carbono e só então ajustar o pH dentro dos limites recomendados ou
seja 6,5 a 7,2 teremos uma solução que quando atomizada a 35 ºC terá o mesmo pH.

Nota 5 – A solução salina preparada recentemente poderá ser colocada no reservatório após ser
filtrada ou decantada e no tubo de acesso ao atomizador poderá ser colocado um pano filtrante
para evitar o entupimento da pistola atomizadora.

Nota 6 – O pH pode ser ajustado com adições de Ácido Clorídrico ou Hidróxido de Sódio diluídos.

8 – Fornecimento de Ar
O ar comprimido fornecido às pistolas de atomização da solução salina deve ser isento de óleo água e
sujidade (Nota 7) e mantido entre 69 e 172 kN/m2 (10 e 25 psi) (Nota 8).

Nota 7 – O ar fornecido pode ser isento de óleo e sujidade fazendo-o passar através de um
depurador ou pelo menos 610 mm (2 ft) de um material limpo tal como lã de carneiro, excelcior,
espuma de lã ou Alumina activada.
Nota 8 – As pistolas podem ter uma “Pressão Crítica” à qual uma anormal corrosibilidade da
solução salina ocorre. Se a “Pressão Critica” da pistola não foi estabelecida com precisão, para
minimizar a possibilidade da pistola trabalhar à sua “Pressão Crítica” pode-se instalar uma vavula
reguladora de pressão a qual poderá manter a flutuação da pressão na ordem de mais ou menos
0,7 kN/m2 (0,1psi).

9 – Condições da Câmara de Nevoeiro Salino

9.1 – Temperatura – A zona de exposição da câmara de Nevoeiro Salino deve ser mantida a 35 + 1,1 –
1,7 ºC (95 + 2 – 3 ºF). A temperatura dentro da câmara fechada, na zona de exposição, deve ser registada
duas vezes ao dia ou pelo menos 7 h separadamente, (excepto sábados, domingos e feriados quando o
ensaio de corrosão não é interrompido para exposição, rearranjo ou remover os provetes ou para verificar
ou substituir a solução salina no reservatório).

Nota 9 – Um método adequado será a monitorização constante ou um termómetro que possa ser
lido do exterior da câmara. O registo da temperatura deve ser obtida com a câmara fechada para
evitar uma leitura errada devido ao efeito da ponteira estar molhada quando a câmara é aberta.

9.2 – Atomização e Qualidade do Nevoeiro Salino.


Devem ser pelo menos colocados dois tabuleiros limpos na zona de exposição de modo que estes não
recolham solução escorrida dos provetes ou de outra fonte. Os tabuleiros devem ser colocados na
proximidade dos provetes em ensaio, devendo um ser colocado junto de uma pistola e o outro o mais
longe possível de todas as pistolas. O Nevoeiro Salino deve ser de tal modo que por cada 80 cm2 de área
horizontal de recolha sejam recolhidos em cada tabuleiro 1,0 a 2,0 ml de solução por cada hora baseado
numa média de trabalho pelo menos de 16 h.(Nota 10). A concentração do Cloreto de Sódio da solução
recolhida deve ser da ordem de 5% ± 1 em peso (Nota 11). O pH da solução recolhida deve ser da ordem
6,5 a 7,2. A medição do pH deverá ser feita electrometricamente ou colorimetricamente usando para tal,
como indicador, Azul Bromothymol.

Nota 10 – Os acessórios adequados são funis inseridos em provetas ou cilindros de cristalização.

Nota 11 – Uma solução com um peso específico da ordem de 1,0255 a 1,0400 satisfaz os requisitos
de concentração. A concentração também poderá ser determinada do modo seguinte: Dilua 5 ml
da solução recolhida até 100 ml com água desmineralizada e homogeneíze bem. Pipete 10 ml desta
solução para uma cápsula de evaporação. Adicione 40 ml de água desmineralizada e 1 ml de
solução de Cromato de Potássio a 1% (Isento de Cloretos) e titule com Nitrato de Prata 0,1 N até ao
aparecimento de uma coloração permanente: Uma solução salina que requer 3,4 a 5,1 ml da
solução de Nitrato de Prata 0,1 N satisfaz os requisitos.

9.3 – A pistola ou pistolas devem ser colocadas de modo que não atinjam directamente os provetes ou
alternativamente colocar-se deflectores.
10 – Continuidade dos Testes

10.1 – A menos que seja especificado nas especificações do material em ensaio, o teste deve ser
contínuo durante o período de tempo necessário. O trabalho em contínuo implica que a câmara seja
fechada e o Nevoeiro trabalhe continuamente excepto durante as pequenas paragens diárias necessárias
para inspeccionar, rearranjar ou remover provetes; Para verificar ou substituir a solução salina do
reservatório e fazer os registos necessários conforme indicado na secção 9.

11 – Período de Teste
11.1 – O período de ensaio deve ser designado pelas especificações relativas ao material ou ao produto a
ser testado ou então conforme acordado entre comprador e vendedor.

Nota 12 – Os tempos de ensaio devem ser acordados entre comprador e vendedor, no entanto os
períodos de ensaios devem de períodos ou múltiplos de 24 h.

12 – Limpeza dos Provetes

12.1 – A menos que seja especificado de modo diferente, as especificações para os provetes do material
ou peças em ensaio devem se tratados do modo seguinte:
12.1.1 – Os provetes devem ser removidos cuidadosamente.

12.2 – Os provetes podem ser lavados ou mergulhados suavemente em água limpa e corrente e não
superior a 38 ºC (100 ºF), para remover os depósitos de sais da sua superfície e imediatamente secos. A
secagem deve ser acompanhada por um jacto de ar comprimido limpo.

13 – Avaliação de Resultados
13.1 – Após secagem dos provetes deve ser feita uma imediata e cuidadosa avaliação da extensão da
corrosão, bem como de qualquer outra falha conforme seja requerido pela especificação relativa ao
material ou produto em teste ou então por acordo entre comprador e vendedor.

14 – Registos e Relatórios

14.1 – A informação seguinte deve ser registada, a menos que seja especificado doutro modo na
especificação do material ou produto:
14.1.1 – Tipo de sal e água usados na preparação da solução salina.
14.1.2 – Todas as leituras de temperaturas da zona de exposição dentro da câmara.
14.1.3 – Registos diários de cada um dos acessórios de colheita de Nevoeiro incluindo:
14.1.3.1 – Volume de solução salina recolhida em ml por hora por 80 cm2.
14.1.3.2 – Concentração ou peso especifico a 35 ºC da solução recolhida, e
14.1.3.3 – pH da solução recolhida.

14.4 – Tipo de provete e as suas dimensões, ou número ou descrição das peças.


14.5 – Processo de limpeza dos provetes antes e depois dos ensaios.
14.6 – Processo de suporte ou suspensão dos provetes dentro da câmara de Nevoeiro Salino.
14.7 – Descrição das protecções usadas conforme requerido em 5.5.
14.8 – Tempo de exposição.
14.9 – Interrupções do ensaio, causas e tempo dessa interrupção, e
14.10 – Resultados de todas as verificações.
Nota 13 – Se qualquer parte da solução salina atomizada que não tenha contactado com os
provetes seja colocada novamente no reservatório, é também recomendável registar a sua
concentração ou o seu Peso Específico.

15 – Precisão e Tendências.
15.1 – A reprodutibilidade dos resultados nos testes de Nevoeiro Salino está fortemente dependente do
tipo de provetes em ensaio e dos critérios seleccionados bem como do controlo das variáveis de trabalho.
Em qualquer programa de testes, suficientes réplicas devem ser incluídas para estabelecer a variabilidade
dos resultados. Significativa variabilidade é muitas vezes observada quando provetes similares são
ensaiados em diferentes Câmaras de Nevoeiro Salino mesmo quando as condições nominais são
similares e dentro da gamas especificadas neste método.
15.2 – O teste de Nevoeiro Salino tem a intenção de reproduzir a corrosão que ocorre em atmosferas que
contem Nevoeiro Salino ou salpicos do mesmo. Contudo, tem sido largamente observado que rankings de
diferentes ligas ou sistemas de recobrimento, ou ambos, não seguem necessariamente a mesma ordem
como os testes atmosféricos em ambientes marinhos ou de salpicos em estradas. Este teste tem sido
mais aplicado em testar a resistência relativa da protecção de um dado tipo de revestimento, põe exemplo
películas de zinco sobre aço aplicadas a quente por imersão. A interpretação dos resultados deste método
deve ser verificados por testes de exposição real.

APÊNDICES

X1 – CONSTRUCÇÃO DO EQUIPAMENTO

X1.1 – Câmaras

X1.1.1 – Estão disponíveis de vários fornecedores Câmaras de Nevoeiro Salino Standard, mas será
pertinente assegurar de que certos acessórios funcionem de acordo com este método e proporcionem
controlo consistente para duplicação dos resultados.

X1.1.2 – A Câmara de Nevoeiro Salino consiste basicamente numa câmara, uma torre de saturação de ar,
um reservatório de Solução Salina, Pistolas de Atomização, e equipamento de controle para manutenção
da temperatura desejada.

X1.1.3 – Acessórios tais como um deflector ajustável ou uma torre central de saturação de ar, controlo
automático de para indicação do nível de solução no reservatório, um controlo automático para a torre de
saturação de ar, são sem duvida partes indispensáveis do equipamento.
X1.1.4 – A câmara propriamente dita deve ser de um tamanho adequado ao número de peças a ensaiar
para evitar sobrelotação. Verifica-se na pratica que pequenas Câmaras são difíceis de controlar, pelo que
as câmaras com capacidades inferiores a 0,45 m3 (15 ft3) devem ser evitadas

X1.1.5 – A Câmara pode ser construída em materiais inertes tal como plástico, vidro, ou pedras, mas o
material preferido será ferro revestido com plásticos, borracha, resinas epoxy ou materiais equivalentes.

X1.2 – Controle de Temperatura

X1.2.1 – A manutenção da temperatura dentro Câmara de Nevoeiro Salino pode ser feito por meio de
vários métodos. Na generalidade será conveniente controlar a temperatura nas zonas envolventes da
câmara e mantê-la o mais estável possível. Isto poderá ser atingido através da colocação da câmara
numa sala de temperatura constante, mas também poderá ser conseguido através da instalação de uma
camisa de água a temperatura constante ou ar a temperatura controlada.

X1.2.2 – O uso de resistências de aquecimento no reservatório de solução salina ou no interior da câmara


é negativo devido a significativas perdas de calor e de radiação de calor sobre os provetes.

X1.2.3 – Toda a tuberia que contacta com a solução salina devem ser de materiais inertes tal como o
plástico. A tuberia de ventilação deve ser de calibre adequado de modo a evitar quedas de pressão e
aspiração de solução salina. O extremo do tubo deve ser protegido de correntes de ar que possam causar
variação da pressão ou vácuo no interior da câmara.

X1.3 – Pistolas de Atomização

X1.3.1 – Pistolas adequadas podem ser construídas em borracha dura ou outro material inerte. O material
mais usado é o plástico. Estão disponíveis no mercado pistolas calibradas para um dado débito de ar e
solução salina. As características típicas de trabalho para as pistolas são indicadas na tabela X1.1.

X1.3.2 – Pode-se verificar facilmente que o consumo de ar é relativamente estável às pressões


normalmente usadas, mas poder-se-á verificar uma acentuada queda de pressão na solução salina caso
se deixe baixar significativamente o nível da solução salina dentro do reservatório dessa mesma solução
durante o teste. Assim deve-se assegurar a manutenção automática do nível da solução salina no interior
do reservatório durante todo o teste.

X1.3.3 – Caso a pistola utilizada não atomize a solução salina em pequenas gotas uniformemente, será
necessário direccionar o nevoeiro para um deflector ou para a parede para eliminar as grandes gotas e
evitar que estas atinjam os provetes. Durante o completo entendimento dos efeitos da pressão de ar, etc.,
é importante que a pistola seleccionada deverá produzir, quando em trabalho, a pressão de ar
seleccionada. As pistolas não terão que estar num dos extremos, mas podem ser colocadas no centro e
podem também ser direccionadas verticalmente para cima através de uma torre adequada.
11 – Um acessório adequado para a manutenção do nível de liquido quer na torre de saturação
quer no reservatório da solução de teste pode ser construído pelos técnicos da empresa, ou
poderá ser comprado, como acessório, em fornecedores de câmaras de corrosão.

X1.4 – Ar para Atomização

X1.4.1 – O ar usado para atomização deverá ser isento de gorduras, óleo, e outra sujidade antes de ser
usado, fazendo-o passar através de filtros mantidos adequadamente. O ar ambiente poderá ser
comprimido, aquecido, humidificado, e lavado numa bomba rotativa devidamente estanque, desde que a
temperatura da água seja adequadamente controlada. Caso contrário o ar limpo poderá ser introduzido
através do fundo de uma torre cheia com água, através de pedras porosas ou de múltiplas pistolas. O
nível da água deve ser mantido automaticamente para assegurar adequada humidificação. Uma câmara a
trabalhar conforme este método e o Apêndice terá uma humidade relativa entre 95% e 98%. Dado que
uma solução salina de 2% a 6% dará os mesmos resultados (embora por uma questão de uniformidade
os limites são 4% a 6%), será preferível saturar o a uma temperatura bem acima da temperatura da
câmara como segurança para um nevoeiro húmido. A tabela X1.2 mostra as temperaturas, a diferentes
pressões, que são requeridas para offset o efeito de arrefecimento da expansão até à pressão
atmosférica.

X1.4.2 – A experiência tem mostrado que as mais uniformes atmosferas de Nevoeiro no interior das
câmaras são obtidas pelo aumento das temperaturas de atomização suficientemente para compensar as
perdas de calor, excepto aquelas que podem ser repostas doutro modo a gradientes de baixas
temperaturas.

X1.5 – Tipos de Construção

X1.5.1 – Uma moderna câmara de laboratório é mostrada na fig. X1.1. Câmaras de trabalho contínuo
usualmente não são construídas com a cobertura inclinada devido ao seu tamanho e localização. Pistolas
de Nevoeiro directas e localizadas adequadamente evitando as acumulações e gotejo da cobertura. As
pistolas podem ser colocadas na cobertura ou 0,91 m (3 pés) a partir do fundo da câmara direccionadas
para cima de 30 a 60 º sobre um corredor. O número de pistolas depende do tipo e da capacidade e está
relacionada com a área do espaço de ensaio. Um depósito de capacidade de 11 a 19 dm3 (3 a 5 galões)
é necessário dentro da câmara com um controlo de nível.
As principais características de uma câmara de trabalho contínuo a qual difere significativamente das
câmaras típicas de laboratório, está representada na fig. X1.2. Uma pistola de plástico tal qual fornecida
por um dos vários construtores está representada na fig. X1.3.
TABELA X1.1 – Características de Trabalho de uma típica Pistola de Nevoeiro

Caudal de Ar Consumo de Solução


Altura de L/min ml/h
Sifão Pressão de Ar, psi Pressão de Ar, psi
Polegadas 5 10 15 20 5 10 15 20
4 19 26,5 31,5 36 2100 3840 4584 5256
8 19 26,5 31,5 36 636 2760 3720 4320
12 19 26,5 31,5 36 0 1380 3000 3710
16 19 26,5 31,5 36 0 780 2124 2904

Caudal de Ar Consumo de Solução


Altura de dm3/min cm3/h
Sifão Pressão de Ar, kPa Pressão de Ar, kPa
cm 34 69 103 138 34 69 103 138
10 19 26,5 31,5 36 2100 3840 4584 5256
20 19 26,5 31,5 36 636 2760 3720 4320
30 19 26,5 31,5 36 0 1380 3000 3710
40 19 26,5 31,5 36 0 780 2124 2904

TABELA X1.2 – Temperatura e Pressão para ensaios a 95 ºF

Pressão de Ar, psi


Temperatura ºF 12 14 16 18
114 117 119 121
Pressão de Ar, kPa
Temperatura ºC 83 96 110 124
46 47 48 49

Θ – Ângulo da Tampa, 90 a 125 º


1 – Termómetro e termóstato para controlo do aquecimento (artigo nº8) na base.
2 – Acessório para controlo automático do nível de água.
3 – Torre de Humidificação
4 – Regulador automático de temperatura para controlar o aquecimento (artigo nº 5)
5 – Resistência de Imersão, que não enferruje.
6 – Entrada de Ar, múltiplas aberturas.
7 – Tubo de ar para a pistola de Nevoeiro.
8 – Aquecedor em fita na base.
9 – Tampa amovível, accionada hidraulicamente ou com contra peso
10 – Encaixes para o suporte das suspensões dos provetes.
11 – Reservatório interno.
12 – Pistola de Nevoeiro acima do reservatório adequadamente desenhada, localizada e com
deflector.
12 A – Pistola de Nevoeiro colocada na torre de dispersão preferencialmente localizada no centro
da Câmara.
13 – Vedante de água.
14 – Combinação de Esgoto e Exaustão. Exaustão no lado oposto ao lado do espaço de ensaio a
partir da pistola de Nevoeiro. (artigo nº 12), mas preferencialmente em combinação com esgoto,
tabuleiro de sujidade, e esboço de tubo forçado para esgoto (artigos 16,17,e 19)
16 – Separação completa entre esboço de tubo forçado para esgoto (artigo 17) e a combinação do
esgoto e exaustão (artigos 14 e 19) para evitar uma indesejável sucção ou contra pressão.
17 – Esboço de tubo forçado para esgoto
18 – Acessório para controlo automático do nível de reservatório.
19 – Caleira de esgoto
20 – Espaço de Ar ou Camisa de água.
21 – Mesa ou Suspensão, bem abaixo da tampa

FIG. X1.1 – CÂMARA TÍPICA DE NEVOEIRO SALINO

Nota – Os instrumentos de controlo são os mesmos na generalidade como para uma câmara de
uso em laboratório, sendo apenas dimensionados para uma cuba maior. A Câmara tem as
características seguintes:
(1) – Forte Isolamento
(2) – Porta de refrigeração com caleira de escorrimento, ou porta de pressão com caleira de
escorrimento, protecção de entrada inclinada.
(3) – Resistência auxiliar de baixa temperatura, e
(4) – Saídas no chão, com inclinação, para uma combinação de esgoto e exaustão
FIG. X1.2 – CÂMARA DE NEVOEIRO SALINO PARA TRABALHO CONTÍNUO COM 1,5 X 2,4 M (5 X 8
FT) AND UPWARD IN OVER – ALL SIZE

X.2 – USO DO ENSAIO DE NEVOEIRO SALINO EM INVESTIGAÇÃO

X2.1 – Os requisitos detalhados deste método são primariamente para critérios de aceitação de qualidade
e não devem ser construídas com as condições óptimas como para investigação. O ensaio tem sido
usado em grande escala com a finalidade de comparar diferentes materiais ou acabamentos com um
standard de aceitação. A recente eliminação de muitas variáveis das câmaras e o melhoramento de
controlo dos Ensaios de Nevoeiro Salino ASTM: Métodos B 117; B 287 e B 368 tornaram estes métodos
em excelentes ferramentas auxiliares de muitos processos industriais e militares e programas de
qualificação.

X2.2 – O teste tem sido usado em larga escala com o propósito de comparar diferentes materiais e
acabamentos. Deve-se notar que existe uma correlação aleatória entre a resistência à corrosão no ensaio
de Nevoeiro Salino e a resistência à corrosão noutro meio, devido às reacções químicas, incluindo a
formação de filmes e o seu valor protector e, frequentemente varia significativamente com as condições
precisas encontradas. Pessoal informado está informado da composição errática das ligas base, da
possibilidade de uma larga variação da qualidade em espessuras de peças tratadas electroliticamente e
na mesma suspensão e ao mesmo tempo, e a consequente necessidade da determinação matemática de
um número de provetes requerido para constituir uma amostra adequada para a finalidade de ensaio. Na
sequência disto torna-se importante indicar que o método B 117 não é aplicável ao estudo do ensaio do
Crómio decorativo (Níquel - Crómio ou Cobre – Níquel - Crómio) sobre aço ou ligas e Zinco ou para
Cadmiagem sobre aço. Para esta finalidade os Métodos B 287 e B 368 são adequados os quais também
são considerados por alguns como sendo superior para comparação para Alumínio tratado quimicamente
(Cromatizado, Fosfatado, ou Anodizado), embora considerações finais considerando a validade dos
resultados dos ensaios relacionados com a experiência em serviço não tem sido atingida. O método B 117
é considerado como sendo o mais adequado na estimativa do comportamento relativo, o mais próximo
possível dos materiais em ambientes marítimos, dado que simula as condições básicas com alguma
aceleração devida à humidificação ou à temperatura ou a ambos.

X2.3 – Quando o teste é usado para pesquisa pode ser vantajoso trabalhar com uma solução de
composição diferente ou concentração diferente ou até a temperatura diferente. Contudo em todos os
casos será desejável controlar a temperatura e humidade do modo especificado, e assegurar-se que a
composição do Nevoeiro e da solução no reservatório é substancialmente a mesma. Quando se verificam
diferenças, será necessário controlar as condições para que as características do Nevoeiro ajustado vão
de encontro aos requisitos especificados para a atmosfera.

X2.4 – As especificações dos materiais em ensaio devem ser anotadas em termos de dos requisitos
standard do método de Nevoeiro apropriado, tornando portanto possível ensaiar materiais de diferentes
fontes no mesmo equipamento.

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