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SIGAL, L. (1973), Reporters and officials: the organization and politics of newsmaking. Lexington: D.C.

Heath.

https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/13047/2/FontesSofisticadasdeInformao000069327.pdf

http://bocc.ubi.pt/pag/schmitz-aldo-classificacao-das-fontes-de-noticias.pdf

https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/1628/2/DM_13536.pdf

AS FONTES DE INFORMAÇÃO

Por não ser capaz de estar em todos os acontecimentos, em todas as horas, o trabalho jornalístico,
no qual o telejornalismo se inclui, vê obrigado a contar com fontes de informação.

Antes da análise comparativa, foi estabelecida a definição de fonte de informação que lhe serviria de
base. Esta definição foi pensada pela doutorada em “Periodismo y Ciencias de la Comunicación” pela
Universidade Autónoma de Barcelona, Mar de Fontcuberta, no seu livro A Notícia – Pistas para
Compreender o Mundo. “As fontes de informação são pessoas, instituições e organismos de todo o
tipo que facilitam a informação de que os meios de comunicação necessitam para elaborar notícias.
Esta informação é de dois tipos: a que o meio procura através dos seus contactos; e a que o meio
recebe por iniciativa dos vários sectores interessados. A relação entre os meios e as fontes é uma
das mais complexas e estruturantes de todo o processo de produção de notícias. Um meio sem
fontes é um meio morto.” (FONTCUBERTA, 1999, p.46)

Na mesma obra, a autora (apud BORRAT, 1989, p.56) faz uma divisão ampla dos diversos tipos de
fontes quanto à sua atuação e define os seguintes:

 Fonte resistente: “levanta fortes obstáculos, restrições e reticências a quem nela procurar
informação.” (FONTCUBERTA, 1999, p.47 apud BORRAT, 1989, p.56)
 Fonte aberta: “não opõe resistência, mas também não toma a iniciativa: precisa de ser
contactada para fornecer informação.” (FONTCUBERTA, 1999, p.47 apud BORRAT, 1989,
p.56)
 Fonte espontânea: “toma a iniciativa de informar o meio de comunicação.” (FONTCUBERTA,
1999, p.47 apud BORRAT, 1989, p.56)
 Fonte ansiosa: “adopta igual atitude, mas com maior envolvimento pessoal e urgência; é o
caso de alguém que precisa de divulgar mensagens que servem os seus interesses.”
(FONTCUBERTA, 1999, p.47 apud BORRAT, 1989, p.56)
 Fonte compulsiva: “toma a iniciativa com todos os recursos ao seu alcance, tentando obrigar
o meio a divulgar a sua informação.” (FONTCUBERTA, 1999, p.47 apud BORRAT, 1989, p.56)
Por serem tão amplas e difíceis de distinguir num noticiário telejornalístico, nesta análise
comparativa dos telejornais das três principais emissoras em sinal aberto da TV em Portugal
optaremos pela proposta de Leon V. Sigal (1973) que divide as fontes em oficiais e não oficiais.

O investigador americano “chega à conclusão de que as notícias resultam não tanto do que os
jornalistas efectivamente pensam, mas da informação que as fontes transmitem.” (RIBEIRO, 2006,
p.15 apud SIGAL, 1973).

Da perspetiva do autor, “há mais notícias emanadas por fontes oficiais do que por qualquer outra
fonte […] Algumas notícias fora da rotina provêm de fontes oficiais que revelam à imprensa uma
pela informativa que lhes é pertinente, por iniciativa própria e sem autorização específica para tal.
As notícias restantes têm de ser compostas pelos jornalistas, nas suas rondas, trocando e
confirmando as suas informações com os seus contactos no governo, e fazendo mesmo algumas
adivinhações. Também nestas instâncias são as fontes oficiais que fornecem a informação que faz a
notícia” (FERREIRA, 2010, p.72 apud SIGAL, 1974, p.131).

O autor Elias Machado afirma que as fontes oficiais “são mantidas pelo Estado, por empresas e
organizações como sindicatos e associações” (FERREIRA, 2010, p.43 apud MACHADO, 2002, p.5) e
que as não oficiais são todas as que existem “relacionadas de forma direta com uma instituição ou
personalidade mas sem qualquer poder formal de representação” (FERREIRA, 2010, p.43 apud
MACHADO, 2002, p.5) e é a partir destas definições que a distinção e análise será feita.

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