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OAB REGULAR MODULO I

Disciplina: Direito Constitucional


Prof.: Erival Oliveira
Data: 09.10.09

TEMAS TRATADOS EM AULA

 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:
 É a verificação se a norma infraconstitucional ou o ato jurídico está de acordo ou não com a Constituição
de 1988.
- Pode ser:
1. PREVENTIVO/A PRIORE/PRIORÍSTICO:
 é aquele feito a um projeto de lei. Tem atuação direta do Poder Legislativo e do Poder Executivo.
- O Poder Legislativo realiza esse controle através das comissões permanente, chamadas Comissões de
Constituição e Justiça – CCJ.
- O Presidente da República (Poder Executivo) realiza esse controle através do veto por inconstitucionalidade,
chamado veto jurídico.

____________________________________PROMULGAÇÃO____________________________________

2. CONTROLE REPRESSIVO/A PORTERIORE/POSTERIOR/SUCESSIVO:


 é aquele feito sobre uma lei ou ato normativo efetivo, entenda: em vigor.
- O Poder Judiciário é quem realiza o controle repressivo, através do controle difuso ou concentrado.

Controle Difuso
Poder Judiciário
Controle Repressivo
Controle Concentrado

2.1. CONTROLE DIFUSO:


- Não exige legitimidade especial, pode ser proposto por qualquer pessoa;
- Perante qualquer magistrado (inclusive o STF);
- O magistrado tem que ser competente;
- O efeito atinge as partes, inter partes;
- É julgado com base em um fato concreto;
- É, também, conhecido como controle Norte-Americano, pois surgiu nos EUA;
- Exemplo de controle difuso: Recurso Extraordinário – RE, Mandado de Segurança – MS, Hábeas Corpus –
HC, Mandado de Injunção – MI.

2.2. CONTROLE CONCENTRADO:


- São legitimadas as pessoas do art. 103, CF, em regra, salvo a ADIN Interventiva Federal, pois a única
pessoa legitimada é o Procurador Geral da República – PGR;
- O STF será o foro competente caso a matéria diga respeito a algo contrário a Constituição Federal;
- Se for algo contrário à Constituição Estadual o foro competente será o Tribunal de Justiça dos Estados e no
caso de Lei Orgânica Distrital o foro competente será o do Tribunal de Justiça do DF;
- Efeito erga omnes, ou seja, para todos e vinculante;

Ler:
Arts. 97,102 e 103, CF/88
Leis: 9868/99 e 9882/99

CURSO – OAB MODULAR 2009.3 – Direito Constitucional – Erival Oliveira – 09.10.09


DICAS DO CONTROLE PREVENTIVO:
- Não existe proibição para que o Poder Judiciário realize o controle preventivo, mas para tanto deve ser
acionado (Projeto de Lei inconstitucional – violação do processo legislativo – Mandado de segurança -
proposto por Deputado Federal ou Senador – no STF – pedido de arquivamento);

DICA DO CONTROLE REPRESSIVO:


- O Poder Legislativo realiza o controle repressivo nas seguintes situações:
1. A Câmara dos Deputados ou o Senado podem rejeitar Medida Provisória (art. 62, §5º, CF);

2. O Congresso Nacional pode sustar os atos do Presidente da República que exorbitem o poder
regulamentar (art. 49, V e art. 84, IV, CF) – O congresso vai sustar os atos do PR;

3. Resolução do Senado que suspende a execução, no todo ou em parte, de uma lei declarada
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal – STF, em controle difuso de constitucionalidade (STF quando
julga qualquer RE - art. 52, X, CF).

Cuidado!! Tem-se a ampliação dos efeitos, aquele caso que atingia somente as partes, passa a ter efeito
erga omnes (para todos), quando a decisão do RE é passada para o Senado, o qual suspende a execução da
lei.

RESUMO DAS AÇÕES DO CONTROLE CONCENTRADO:

A. ADIN/ADI GENÉRICA – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE GENÉRICA:


 Existe uma lei ou ato normativo Federal/Estadual inconstitucional (art. 102, I,”a”, CF).
- Legitimidade: Pessoas do art. 103, CF;
- Foro competente: STF, pois se é inconstitucional é contrário a CF/88;
- Efeitos: erga omnes (contra todos), vinculante e ex tunc (retroativo);

DICAS:

Pertinência temática: têm que justificar o porquê de propor a ação  as pessoas prevista nos incisos IV, V e
IX do art. 103, CF.

Modulação temporal ou mudança de efeitos (entenda mudar de efeito – ex tunc para ex nunc): é
necessário relevante interesse público e manifestação de pelo menos 2/3 do STF (8 Ministros).

B. ADIN/ADI INTERVENTIVA:
 É aquela ação em que se pede uma intervenção. Pode ser:
B.1. FEDERAL: Intervenção da União em Estados Membros ou no Distrito Federal. Esta intervenção será
feita devido ao fato destes entes terem violado princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII, CF).
- Legitimidade: Procurador Geral da República - PGR;
- Foro: STF – o STJ julga e determina que o Presidente da República que faça um Decreto;
B.2. ESTADUAL: Intervenção dos Estados nos Municípios, os quais violaram princípios constitucionais
sensíveis, expressos na Constituição Estadual.
- Legitimidade: Procurador Geral de Justiça - PGJ;
- Foro competente: Tribunal de Justiça – TJ, o qual determinará que o Governador faça um Decreto.

C. ADIN/ADI POR OMISSÃO/SUPRIDORA DA OMISSÃO:


 Existe uma norma constitucional de eficácia limita não regulamentada.
- Legitimidade: as pessoas do art. 103, CF;
- Foro competente: STF;

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- Efeitos: dar ciência da omissão para o Poder competente e mandar fazer a lei omissão em 30 dias (art. 103,
§2º, CF). Lembrando que essa omissão foi do ente administrativo.

D. ADECON/ADECO/ADC – AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE:


 Aplica-se quando existir uma lei ou ato normativo federal inconstitucional e processos judiciais, nos quais
se constata que a União está perdendo.
- Legitimidade: as pessoas do art. 103, CF;
- Foro competente: STF;
- Efeitos: erga omnes (para todos), vinculante e ex tunc (retroativo).

E. ADPF – ARQUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (art. 102, § 1º, CF):


- Julgamento pelo STF, nos termos da L. 9882/99;
- Utiliza-se quando houver uma lesão de preceito fundamental, violação de qualquer parte da CF/88;
- Órgão Público – lei/ato normativo federal, estadual ou municipal, inclusive anterior à CF/88 que violou
preceito fundamental;
- Legitimidade: as pessoas do art. 103, CF;
- Foro competente: STF;
- Efeitos: erga omnes (para todos), vinculante e ex tunc (retroativo);
- Com relação à ADPF existe ainda o princípio da subsidiariedade, o que significa que se houver um
mecanismo processual para sanar a lesão (em definitivo) não se pode usar a ADPF.

 FEDERALISMO/ESTADO FEDERAL BRASILEIRO:


 Divisão de competência entre os entes federativos.
- Ler:
 Art. 1º, CF: República Federativa do Brasil composta pelos: Estados Membros, DF e Municípios;
 Art. 18, caput, CF: Organização política administrativa composta pela: União, Estados Membros,
DF e Municípios;
 Art. 18, § 3º, CF: Criação de novos Estados – necessidade de plebiscito e Lei Complementar do
Congresso Nacional.
 Art. 18, § 4º, CF: Criação de novos Municípios – necessidade de uma Lei Complementar
estabelecendo um prazo para a criação, um estudo de viabilidade do município, plebiscito e uma Lei
Estadual.

VEDAÇÕES AO FEDERALISMO BRASILEIRO (ART. 19, CF):


I. O Brasil é um país laico, pois não tem religião oficial;
II. Fé dos documentos públicos;
III. Veda a discriminação entre nacionais.

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QUESTÕES SOBRE O TEMA

1. (OAB.CESPE/2008.1) Com relação ao controle de constitucionalidade no direito brasileiro, assinale a


opção incorreta.
a) Pode ser objeto da ação direta de inconstitucionalidade o decreto legislativo aprovado pelo Congresso
Nacional com o escopo de sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.
b) O governador de um estado ou a assembléia legislativa que impugna ato normativo de outro estado não
tem necessidade de demonstrar a relação de pertinência da pretendida declaração de inconstitucionalidade
da lei.
c) A jurisprudência do STF entende que, nas ações diretas de inconstitucionalidade, o advogado-geral da
União não está obrigado a fazer defesa do ato questionado, especialmente se o STF já tiver se manifestado
pela inconstitucionalidade.
d) A ação declaratória de constitucionalidade só é cabível quando ficar demonstrada a existência de
controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação.

2. Acerca do controle de constitucionalidade concentrado, julgue os itens a seguir.


I A administração pública indireta, assim como a direta, nas esferas federal, estadual e municipal, fica
vinculada às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF nas ações diretas de inconstitucionalidade e
nas ações declaratórias de constitucionalidade.
II Em razão do princípio da subsidiariedade, a ação direta de inconstitucionalidade por omissão somente será
cabível se ficar provada a inexistência de qualquer meio eficaz para afastar a lesão no âmbito judicial.
III É possível controle de constitucionalidade do direito estadual e do direito municipal no processo de
argüição de descumprimento de preceito fundamental.
IV São legitimados para propor ação direta de inconstitucionalidade interventiva os mesmos que têm
legitimação para propor ação direta de inconstitucionalidade genérica.
Estão certos apenas os itens
A) I e II.
B) I e III.
C) II e IV.
D) III e IV.

3. (OAB.CESPE/2008.3) Acerca do controle de constitucionalidade, assinale a opção correta.


A) Tanto na ação direta de inconstitucionalidade como na ação declaratória de constitucionalidade, as
decisões do STF possuem força vinculante em relação aos demais tribunais e à administração pública
federal, independentemente de a decisão ter sido sumulada.
B) Os tribunais de justiça nos estados podem desempenhar o controle abstrato e concentrado de leis
estaduais e municipais diretamente em face da CF.
C) O STF é o único órgão competente para desempenhar o controle incidental de constitucionalidade no
Brasil.
D) Na ação direta de inconstitucionalidade, quando o relator indefere, sob qualquer fundamento, pedido de
liminar, é admissível a utilização da reclamação contra essa decisão.

Gabarito:
1. B; 2. B; 3. A

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