“o que isso quer dizer? [...] distinguir o que está em questão no discurso como uma estrutura
necessárias que ultrapassa em muito a palavra, sempre mais ou menos ocasional. [...] é um
discurso sem palavras” - 11
meu discurso = retomar Freud pelo avesso = distinguir o que há de estrutura (ordem do
necessário) na ocasião das palavras = discurso sem palavras
“Há estruturas para caracterizar [...] a relação fundamental de um significante com um outro
significante, donde resulta a emergência de um sujeito” - 11
A estrutura caracteriza a relação fundamental entre dois significantes que tem por resultado a
emergência de um sujeito e um resto (objeto a).
“no instante mesmo em que o S1 intervém no campo já constituído dos outros significantes, na
medida em que eles já se articulam entre si como tais, que ao intervir junto a um outro, do
sistema, surge isto, $, que é o que chamamos do sujeito com dividido. [...] desse trajeto surge
alguma coisa definida como perda” - 13
S1 intervém
$ surge
a surge
“o ponto de onde extraímos essa função do objeto perdido é do discurso do Freud sobre a
repetição [...] a repetição tem relação com aquilo que, desse saber, é o limite - e que se chama
gozo”
A função do objeto perdido foi retirada daquilo que Freud chama repetição. A repetição tem
relação com o limite de uma bateria de significantes. O limite de um campo de saber é o que
chamamos gozo. O gozo é o limite interno ao saber como bateria dos significantes. Portanto o
gozo é um limite interno à capacidade dos significantes se articularem como saber. O gozo é
quando os significantes deixam de fazer cadeia.
“o saber é o gozo do Outro [...] na medida em que faz surgir como campo [...] a intervenção do
significante”
“o termo gozo nos permite mostrar o ponto de inserção do aparelho. Fazendo isso [...] saímos
do que é reconhecível como saber, para nos reportamos aos limites, ao seu campo como tal” -
14
gozo = limites do saber / limites da articulação entre significantes / limite à série dos
significantes
“O que eu disse por, para, e em sua assistência, é em cada um dos momentos que eu tinha
definido para vocês, como lugares geográficos, sempre já interpretados” - 15
O lugar de onde eu falo é a interpretação daquilo que digo. Aqui isto ganha uma importância
radical pois neste ano Lacan fala de um lugar onde destrinchar o saber jurídico, aquele que
estrutura a ordem das leis e do mundo. Nada melhor para mostrar que as estruturas
conformam a realidade e sobreduto os laços sociais. O lugar de onde fala interpreta: é sobre a
lei como estrutura de discurso que eu lhe falo esse ano.
“Talvez seja precisamente para dar-lhe seu estatuto, no sentido do termo que chamamos
jurídico, que em qualquer caso, certamente sempre teve e no último ponto, com a estrutura do
discurso. Se a lei não é isso, se não é aí que tocamos em como o discurso estrutura o mundo
real, onde ele estará?” - 16
Dar à psicanálise o seu estatuto (como ter jurídico: lei ou conjunto de leis que disciplinam as
relações jurídicas que possam incidir sobre as pessoas ou coisas): isto é, demonstra a sua
estrutura de discurso.