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A

ELETRICIDADE,
CONCEITOS E MEDIÇOES
Eletricidade, Conceitos e Medições 2

SUMARIO
1. O QUE É ELETRICIDADE ..................................................................................................................................... 5
1.1. Histórico ............................................................................................................................................. 5
2. CARGAS ELÉTRICAS ............................................................................................................................................... 7

3. DESCARGAS DAS CARGAS ELÉTRICAS ................................................................................................................... 8

4. ELETRICIDADE ESTÁTICA ....................................................................................................................................... 9


4.1. O Átomo / 4.2. Átomo Estável E Instável ......................................................................................... 9
4.3. Leis Das Cargas Elétricas / 4.4. O Coulomb / 4.5. Carga Elétrica Elementar ............................... 10
4.6. Campo Eletrostático / 4.7. Diferença De Potencial ........................................................................ 11

5. ELETRODINÂNMICA ........................................................................................................................................... 12
5.1. Corrente Elétrica / 5.2 Fluxo De Corrente ...................................................................................... 12
5.3. Resistividade Elétrica ........................................................................................................................ 13
5.4. Resistor Elétrico ................................................................................................................................ 14
5.5. Lei De Ohm ....................................................................................................................................... 15
5.6. Código De Cores Para Resistores ...................................................................................................... 16
5.7. Potência Elétrica ............................................................................................................................... 17

6. LEIS DE KIRCHOFF .............................................................................................................................................. 20


6.1. Lei Das Tensões ................................................................................................................................. 20
6.2. Lei Das Correntes .............................................................................................................................. 21
6.3. Análise Nodal .................................................................................................................................... 22
6.4. Associação De Resistores - Associação Em Série / 6.5. Associação Em Paralelo ............................ 24
6.6. Associação Mista .............................................................................................................................. 25
6.7. Considerações Finais Sobre A Lei De Ohm ........................................................................................ 27
6.8. Lei De Ohm Em Circuitos Com Resistência Em Série ........................................................................ 28
6.9. Aplicação Da Lei De Ohm Em Circuitos Com Resistências Em Paralelo ............................................ 28
6.10. Circuito Divisor De Tensão ............................................................................................................. 30
6.11 Circuito Divisor De Corrente / 6.12. Transformação Y ( T ) / ( ) E Vice-Versa ........................ 31

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Eletricidade, Conceitos e Medições 3

7. KIT STATUS - CAIXA DE ALIMENTAÇÃO .............................................................................................................. 33


7.1. Dados Técnicos - Proteção / Segurança / 7.2. Apresentação Do Kit .............................................. 33
7.3. Instruções De Uso ............................................................................................................................. 34

8. KIT STATUS - INTRUÇÕES DE MONTAGEM ........................................................................................................ 35


8.1. Carga Resistiva .................................................................................................................................. 35

9. FATOR DE POTÊNCIA ......................................................................................................................................... 38

10. CAPACITORES ................................................................................................................................................... 40


10.1. Capacitância / 10.2. Força Exercida Por Duas Cargas / 10.3. Materiais Dielétricos .................. 40
10.4. Representação Gráfica Da Capacitância ......................................................................................... 41
10.5. Definição De Capacitor / 10.6. Simbologia / 10.7. Assoc. De Capacitores – Assoc. Em Série .... 42
10.8. Associação Em Paralelo .................................................................................................................. 43
10.9. Energia Elétrica De Um Capacitor ................................................................................................... 44
10.10. Reatância Capacitiva (Xc) .............................................................................................................. 45

11. MEDIDAS ELÉTRICAS ........................................................................................................................................ 46


11.1. Introdução / 11.2. Classificação dos Instrumentos de Medidas Elétricas .................................... 46
11.3. Instrumento Ferro móvel ............................................................................................................... 47
11.4. Instrumento de Bobina Móvel / 11.5. Instrumento Eletrodinâmico ........................................... 48
11.6. Instrumento de Indução ................................................................................................................. 49
11.7. Instrumento de Bobinas Cruzadas .................................................................................................. 50
11.8. Sistema de Medição com Fio Térmico / 11.9. Instrumento Eletrostático .................................... 51

12. MEDIÇÃO DE CORRENTE E MEDIÇÃO DE TENSÃO ........................................................................................... 52


12.1. Medição de corrente / 12.2. Medição de Correntes Mais Elevadas ............................................ 52
12.3. Medição de Tensão / 12.4. Medição de Tensão Mais Elevada .................................................... 53

13. MEDIÇÃO DA RESISTÊNCIA .............................................................................................................................. 54


13.1. Resistência Obtida Pela Medição da Tensão e da Corrente ........................................................... 54
13.2. Medição Por Meio de Ohmímetro .................................................................................................. 54
13.3. Pontes de Medição ......................................................................................................................... 55
13.4. Ponte de Medição de Corrente Alternada / 13.5. Medição de Potência ..................................... 56

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14. MEDIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA ................................................................................................................. 59


14.1. Generalidades / 14.2. Medidores de Corrente Contínua ............................................................. 59
14.3. Medidor de Motor para Watt-hora ................................................................................................ 60
14.4. Medidor Eletrolítico / 14.5. Medidor de Corrente Alternada ...................................................... 61
14.6. Medidores Trifásicos ...................................................................................................................... 63
14.7. Medidores Especiais ....................................................................................................................... 64
14.8. Megômetro (Megger) ..................................................................................................................... 65
14.9. O Frequencímetro .......................................................................................................................... 68
14.10. Medidor de Fator de Potência ...................................................................................................... 69
14.11. Volt-amperímetro Tipo Alicate ..................................................................................................... 70
14.12. Precisão dos Instrumentos de Medidas Elétricas ......................................................................... 73
14.13. Precisão nos Instrumentos do Tipo Bobina Móvel ....................................................................... 74
14.14. Precisão nos Instrumentos do Tipo Eletrodinâmicos ................................................................... 75
14.15. Erro Por Efeito Paralaxe ................................................................................................................ 77
14.16. Classe de Precisão dos Instrumentos ........................................................................................... 78
14.17. Simbologia dos Instrumentos de Medidas Elétricas ..................................................................... 79
14.18. Simbologia quanto às Unidades de Medidas ................................................................................ 80
14.19. Simbologia Quanto ao princípio de Funcionamento .................................................................... 81
14.20. Simbologia Quanto à Disposição de Funcionamento ................................................................... 82
14.21. Simbologia Quanto ao Tipo de Corrente / 14.22. Simbologia Quanto à Tensão de Isolação .... 84
14.23. Simbologia Quanto à Classe de Precisão ...................................................................................... 85
14.24. Sensibilidade dos Instrumentos de Medidas Elétricas / 14.25. Sensibilidade dos Voltímetros . 86
14.26. Sensibilidade dos Amperímetros .................................................................................................. 87
14.27. Verificando o Entendimento – Exercícios ..................................................................................... 89

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1. O QUE E ELETRICIDADE

1.1. HISTÓRICO.

A palavra eletricidade tem sua origem na antiga palavra grega usada para designar o
âmbar - elektron. Os gregos primitivos observaram que quando o âmbar, que é uma resina
fossilizada era esfregado com um tecido, adquiria a propriedade de atrair pequenos pedaços
de materiais, tais como folhas secas.

Posteriormente, os cientistas verificaram que esta propriedade de atração ocorria


também em outros materiais, como a borracha e o vidro, porém não em materiais como o
cobre ou o ferro. Os materiais que apresentavam a propriedade de atração, quando eram
friccionados com um tecido eram descritos como sendo carregados com uma força elétrica, e
notou-se que alguns dos materiais carregados eram atraídos por um pedaço de vidro também
carregado, e que outros eram repelidos. Benjamim Franklin chamou as duas espécies de carga
( ou eletricidade ) de positiva e negativa.

Resumindo o que estava sendo observado nos materiais era um excesso ou uma
deficiência de partículas chamadas elétrons.

Do mesmo jeito que o


bastão de âmbar dos antigos
gregos, uma pente usado em
seu cabelo ficará carregado e
atrairá pedaços de papel, etc.

Figura 1.

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Todos os materiais podem ser classificados como:

a) CONDUTORES: São materiais que permitem o livre movimento de muitos elétrons.

b) ISOLANTES: São materiais que não permitem o livre movimento de muitos elétrons.

c) SEMI-ISOLANTES: São materiais que podem, quando preparados de modo


adequado, funcionar como condutores ou isolantes, dependendo do sentido da corrente.

Placa de silício
Material semi-condutor

d) BONS CONDUTORES: São os melhores materiais condutores, relacionados na ordem


das suas capacidades de condução, tais como a Prata, Cobre, Alumínio, Zinco, Latão e Ferro.

Fios de Alumínio
E Cobre

e) BONS ISOLANTES: São os melhores materiais isolantes, relacionados na ordem das


suas capacidades de isolar, tais como o Ar seco, Vidro, a Cerâmica, Mica, Borracha, Plásticos e
Ardósia.

Isoladores de
Fios de Alumínio
Cerâmica
E Cobre

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2. CARGAS ELETRICAS

a) CARGA NEGATIVA:
São cargas elétricas que possuem excesso de elétrons.

b) CARGA POSITIVA:
São cargas elétricas que possuem deficiência de elétrons.

c) REPULSÃO ENTRE CARGAS:


São cargas elétricas do mesmo nome que se repelem.

d) ATRAÇÃO ENTRE CARGAS:


São cargas elétricas de diferentes nomes que se atraem.

e) ELETRICIDADE ESTÁTICA:
São cargas elétricas em repouso.

f ) CARGA POR FRICÇÃO:


São cargas elétricas produzidas pelo atrito de dois corpos.

g) CAMPO ELÉTRICO:
É o campo de força criado em torno de um corpo carregado.

h) CARGA POR CONTATO:


É a transferência de carga de um material para outro por contato direto.

i) CARGA POR INDUÇÃO:


É a transferência de carga de um material para outro sem contato direto.

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3. DESCARGAS DAS CARGAS ELETRICAS

Quando dois corpos carregados com cargas opostas são aproximados, os elétrons em
excesso no corpo carregado negativamente serão atraídos na direção do corpo carregado
elétrons do corpo com carga negativa se deslocarem em direção ao corpo com carga positiva,
e então as cargas se neutralizarão. Ao invés de ligar os corpos por um fio, você pode encostá-
los (por contato) e outra vez as cargas se neutralizarão.

Quando dois corpos carregados com cargas elevadas são aproximados, os elétrons
poderão pular do corpo com carga negativa para o corpo com carga positiva, antes mesmo
dos dois entrarem em contato. Neste caso a descarga será sob a forma de uma centelha. Em
cargas muitos elevadas, a eletricidade estática poderá ser descarregada entre grandes
espaços, causando centelhas de muitos centímetros de comprimento.

DESCARGAS ESTÁTICAS

ATRAVÉS DE UM FIO

POR CONTATO

Figura 2
POR ARCO

a) DESCARGA POR CONTATO: É a passagem de elétrons de um corpo com carga


negativa para outro com carga positiva, por contato direto.

b) DESCARGA EM ARCO: É a passagem de elétrons de um corpo com carga negativa


para outro com carga positiva, sob a forma de centelha. (arco).

c) LEI DE COULOMB: A força de atração ou de repulsão é diretamente proporcional ao


produto das cargas dos corpos e inversamente proporcional ao quadrado da distancia entre
eles.

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4. ELETRICIDADE ESTATICA

4.1. O ÁTOMO

Tudo que ocupa lugar no


espaço é matéria. A matéria é
constituída por partículas muito
pequenas chamada de átomos. Os
átomos por sua vez são constituídos
por partículas subatômicas: elétron,
próton e nêutron, sendo que o elétron
é a carga negativa (-) fundamental da
eletricidade e estão girando ao redor
do núcleo do átomo em trajetórias
concêntricas denominadas de órbitas.

O próton é a carga positiva fundamental (+) da eletricidade e estão no núcleo do


átomo. É o número de prótons no núcleo que determina o número atômico daquele átomo.
Também no núcleo é encontrado o nêutron, carga neutra fundamental da eletricidade.
No seu estado natural um átomo está sempre em equilíbrio, ou seja, contém o mesmo
número de prótons e elétrons. Como cargas contrárias se anulam, e o elétron e próton
possuem o mesmo valor absoluto de carga elétrica, isto torna o átomo natural num átomo
neutro.

4.2. ÁTOMO ESTÁVEL E INSTÁVEL

Um átomo é estável como vimos anteriormente, quando a quantidade de energia dos


elétrons (-) e dos prótons (+) são iguais. Como os elétrons estão divididos em camadas
distanciadas proporcionalmente do núcleo, os mesmo possuem energias diferentes,
chamados níveis de energia. O nível de energia de um elétron é diretamente proporcional a
distância do seu núcleo. Os elétrons situados na camada mais externa são chamados de
elétrons de valência. Quando estes elétrons recebem do meio externo mais energia, isto pode
fazer com o elétron se desloque para um nível de energia mais alto. Se isto ocorre, dizemos
que o átomo está num estado excitado e portanto instável. Na camada mais externa
suficiente, alguns dos elétrons de valência abandonarão o átomo, se tornando elétrons livres
que produz a corrente elétrica num condutor metálico.

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4.3. LEIS DAS CARGAS ELÉTRICAS

Alguns átomos são capazes de ceder elétrons e outros são capazes de receber
elétrons. Quando isto ocorre, a distribuição positivas e negativas que era igual deixa de
existir. Um corpo passa a ter excesso e outro falta de elétrons. O corpo com excesso de
elétrons passa a ter uma carga com polaridade negativa, e o corpo com falta de elétrons terá
uma carga com polaridade positiva.

CARGAS ELÉTRICAS IGUAIS SE REPELEM


CARGAS OPOSTAS SE ATRAEM.

4.4. O COULOMB

A quantidade de carga elétrica que um corpo possui é dada pela diferença entre
número de prótons e o número de elétrons que o corpo tem. A quantidade de carga elétrica é
representada pela letra Q, e é expresso na unidade COULOMB (C).

A carga de 1 C = 6,25x1018 elétrons. Dizer que um corpo possui de um Coulomb


negativo ( -Q ), significa que um corpo possui 6,25x1018 mais elétrons que prótons.

Ex.: Um material dielétrico possui uma carga negativa de 12,5´1018 elétrons. Qual a
sua carga em um Coulomb?

4.5. CARGA ELÉTRICA ELEMENTAR

A menor carga elétrica encontrada na natureza é a carga de um elétron ou próton.


Estas cargas são iguais em valor absoluto e valem

e = 1,6 x 10-19 C

Para calcular a quantidade de carga elétrica de um corpo, basta multiplicar o número


de elétrons pela carga elementar.

Q=nxe

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Exercício:

Um corpo apresenta-se eletrizado com carga Q = 32 μC. Qual o número de elétrons


retirados do corpo?

A carga elétrica difere da corrente elétrica. Q representa um acúmulo de carga,


enquanto a corrente elétrica I mede a intensidade das cargas em movimento.

4.6. CAMPO ELETROSTÁTICO

Toda carga elétrica tem capacidade de exercer força. Isto se faz presente no campo
eletrostático que envolve cada corpo carregado. Quando corpos com polaridades opostas são
colocados próximos um do outro, o campo eletrostático se concentra na região
compreendida entre eles. Se um elétron for abandonado no ponto no interior desse campo,
ele será repelido pela carga negativa e atraído pela carga positiva.

Quando não há transferência imediata de elétrons do/para um corpo carregado, diz-se


que a carga esta em repouso. A eletricidade em repouso é chamada de eletricidade estática.

4.7. DIFERENÇA DE POTENCIAL

Em virtude da força do seu campo eletrostático, uma carga é capaz de realizar


trabalho ao deslocar uma outra carga por atração ou repulsão. Essa capacidade é chamada de
potencial. Cargas diferentes produzem uma d.d.p. (diferença de potencial). A soma das
diferenças de potencial de todas as cargas do campo eletrostático é conhecida como Força
Eletromotriz (F.E.M.). A sua unidade fundamental é o Volt. A diferença de potencial é
chamada também de Tensão Elétrica. A tensão elétrica é representada pela letra E ou U.

Ex.: Qual o significado da tensão de uma bateria ser igual a 6 V?


R.:

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5. ELETRODINAMICA

5.1. CORRENTE ELÉTRICA

Determinados materiais, quando são submetidos a uma fonte de força eletromotriz,


permitem uma movimentação sistemática de elétrons de um átomo a outro, e é este
fenômeno que é denominado de corrente elétrica.
Pode-se dizer, então que cargas elétricas em movimento ordenado formam a corrente
elétrica, ou seja, corrente elétrica é o fluxo de elétrons em um meio condutor. A corrente
elétrica é representada pela letra I e sua unidade fundamental é o Ampère.

Define-se 1A como sendo deslocamento de 1 C (6,25×1018 e) através de um condutor


durante um intervalo de 1 s.

Secção Transversal

Ex.: Se uma corrente de 2 A passar através de um medidor durante um minuto, isto


equivale a quantos coulombs ?
R.:

A definição matemática da intensidade de corrente elétrica é dada por:


onde:
I = corrente elétrica em ampère;
Q = carga em Coulomb;
T = tempo em segundos.

5.2. FLUXO DE CORRENTE

Se ligarmos às duas extremidades de um fio de cobre, uma diferença de potencial, a


tensão aplicada faz com que os elétrons se desloquem. Esse deslocamento consiste num
movimento de elétrons a partir do ponto de carga negativa Q - numa extremidade do fio,
seguindo através deste e chegando à carga positiva +Q na outra extremidade.

O sentido do movimento de elétrons é de – para +. Este é o fluxo de elétrons. No


entanto para estudos convencionou-se dizer que o deslocamento dos elétrons é de + para –
Este é o chamado de fluxo convencional da corrente elétrica.

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Exercícios:

1) Em uma seção transversal de um fio condutor circula uma carga de 10 C a cada 2 s.


Qual a intensidade de corrente?

2) Um fio percorrido por uma corrente de 1 A deve conduzir através da sua seção
transversal uma carga de 3,6 C. Qual o tempo necessário para isto?

3) Qual a carga acumulada quando uma corrente de 5 A carrega um isolante durante 5s?

5.3. RESISTIVIDADE ELÉTRICA

Define-se resistência como sendo a capacidade de um fio condutor ser opor a


passagem de corrente elétrica através de sua estrutura.

Verifica-se experimentalmente que a resistência elétrica de um resistor depende do


material que o constitui e de suas dimensões.

Para simplificar a análise dessas dependências, vamos considerar que os condutores


tenham a forma de um fio cilíndrico como mostra a figura abaixo. Esta é a forma largamente
utilizada tanto na transmissão de energia elétrica como na construção de resistores.

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Considere vários fios condutores de mesmo material, mesma área de secção


transversal de comprimentos diferentes. Verifica-se que quanto maior o comprimento tanto
maior é a resistência do fio. Então, a resistência é diretamente proporcional ao comprimento
do fio.
Matematicamente: R=k×l
Se tomarmos vários condutores de mesmo material, mesmo comprimento, mas de
diâmetro diferentes, verificamos que a resistência é inversamente proporcional à área da
seção reta do fio.

Matematicamente:

Relacionando as duas conclusões acima, obtemos:

A constante de proporcionalidade é uma característica do material e simboliza-se por


ρ (letra grega rô). Recebe o nome de resistividade.
A resistência de um condutor é diretamente proporcional ao seu comprimento e
inversamente proporcional à área da secção transversal do fio. Assim:

No Sistema Internacional a unidade de resistividade é ohm-metro (m).


A condutância é o inverso de resistência. A unidade da condutividade é o mho (-1) ou
Siemens (S).

5.4. RESISTOR ELÉTRICO

A energia elétrica pode ser convertida em outras formas de energia.


Quando os elétrons caminham no interior de um condutor, eles se chocam contra os
átomos do material de que é feito o fio. Nestes choques, parte da energia cinética de cada
elétron se transfere aos átomos que começam a vibrar mais intensamente. No entanto, um
aumento de vibração significa um aumento de temperatura.
O aquecimento provocado pela maior vibração dos átomos é um fenômeno físico a
que damos o nome de efeito joule.

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É devido a este efeito joule que a lâmpada de filamento emite luz. Inúmeras são as
aplicações práticas destes fenômenos. Exemplos: chuveiro, ferro de engomar, ferro elétrico,
fusível, etc...
O efeito joule é o fenômeno responsável pelo consumo de energia elétrica do circuito,
quando essa energia se transforma em calor.

O componente que realiza essa transformação é o resistor, que possui a capacidade


de se opor ao fluxo de elétrons (corrente elétrica).
Símbolo:

5.5. LEI DE OHM

Considere o resistor abaixo, mantido a uma temperatura constante. Quando o mesmo


for submetido a uma tensão elétrica (d.d.p.) E, circulará, pelo mesmo uma corrente elétrica I.

Mudando o valor da d.d.p. para E1, E2, ... En , o resistor passa a ser percorrido por uma
corrente I1, I2, … In. O Físico alemão George Simon Ohm, verificou que o quociente da tensão
aplicada pela respectiva corrente circulante era uma constante do resistor.

A resistência elétrica não depende nem da tensão, nem da corrente elétrica, mas sim da
temperatura e do material condutor.

Exercícios. Calcule:

R= 50 W; E = 10 V; I = ?

E= 3,5 V; I = 5mA; R = ?

E= 180 V; R = 30 W; I = ?

E= 220 V; I = 4,4 A; R = ?

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5.6. CÓDIGO DE CORES PARA RESISTORES

O código de cores é a convenção utilizada para identificação de resistores de uso geral.


Compreende as séries E6, E12 e E24 da norma internacional IEC.

PROCEDIMENTO PARA DETERMINAR O VALOR DO RESISTOR:

Identificar a cor do primeiro anel, e verificar através da tabela de cores o algarismo


correspondente à cor. Este algarismo será o primeiro dígito do valor do resistor.

Identificar a cor do segundo anel. Determinar o algarismo correspondente ao segundo


dígito do valor da resistência.

Identificar a cor do terceiro anel. Determinar o valor para multiplicar o número


formado pelos itens 1 e 2. Efetuar a operação e obter o valor da resistência.

Identificar a cor do quarto anel e verificar a porcentagem de tolerância do valor


nominal da resistência do resistor.

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OBS.: A primeira faixa será a faixa que estiver mais perto de qualquer um dos
terminais do resistor.

Exemplo:

1º Faixa Vermelha = 2

2º Faixa Violeta = 7

3º Faixa Marrom = 10

4º Faixa Ouro = 5%

O valor será 270W com 5% de tolerância. Ou seja, o valor exato da resistência para
qualquer elemento com esta especificação estará entre 256,5W e 283,5W.

Entenda o multiplicador. Ele é o número de zeros que você coloca na frente do


número. No exemplo é o 10, e você coloca apenas um zero se fosse o 100 você colocaria 2
zeros e se fosse apenas o 1 você não colocaria nenhum zero.

Outro elemento que talvez necessite explicação é a tolerância. O processo de


fabricação em massa de resistores não consegue garantir para estes componentes um valor
exato de resistência. Assim, pode haver variação dentro do valor especificado de tolerância. É
importante notar que quanto menor a tolerância, mais caro o resistor, pois o processo de
fabricação deve ser mais refinado para reduzir a variação em torno do valor nominal.

5.7. POTÊNCIA ELÉTRICA

Se um trabalho está sendo executado em um sistema elétrico, uma quantidade de


energia está sendo consumida. A razão em que o trabalho está sendo executado, isto é, a
razão em que a energia está sendo consumida é chamada Potência.

Em eletricidade, a tensão realiza trabalho de deslocar uma carga elétrica, e a corrente


representa o número de cargas deslocadas na unidade de tempo. Assim em eletricidade:

A unidade fundamental de potência elétrica é o WATT.

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Fórmulas Matemáticas Relacionando Tensão, Corrente, Resistência e Potência


Elétricas.
aE RI bP E I cP RI 2 d I E R eR E I

f P E2 R gI P E

Unidades das Grandezas Elétricas – Múltiplos e Submúltiplos

Prefixos das Unidades: São múltiplos ou submúltiplos da unidade básica no S..:

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Exercícios:

Realize as conversões requeridas abaixo:

5.850.000em M 2.318 mA em A 0,000654 A em mA



2,8 Mem  45.910 A em A 0,8 A em A

45.000 A em A 28.700 V em kV 12.000.000 Kem M

2 A em mA 0,00196 V em mV 14.800 V em kV

0,00053 A em mA 0,077 Mem  40.890 mA em A

270 kem  180 A em A 1A em A

1470 em k 120V em mV 10A em mA

5,2 kem  250 Mem k 1000em k

870 kem M 0,017 kV em V

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6. LEIS DE KIRCHOFF

6.1. LEI DAS TENSÕES

A Lei das Tensões de Kirchoff pode ser utilizada para determinar as várias correntes
em um circuito elétrico. Uma vez em que as correntes elétricas estão definidas, torna-se
simples a tarefa de calcular as várias tensões do circuito. Esta lei pode ser definida como:

A soma algébrica das tensões em um circuito fechado é sempre igual a zero

E1 + E2 + E3 + E4 = 0

Método para cada malha:

a) Arbitre um sentido para a corrente elétrica;

b) Siga o sentido desta corrente, realizando o somatório das tensões;

c) Para fontes, considere sua tensão com o sinal do pólo de entrada;

d) Para resistências, considere a queda de tensão R.i ;

e) Iguale o somatório a zero.

Ex. 1:

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Ex. 2:

Exercícios: Determine os valores das correntes dos circuitos abaixo:

a)

b)

6.2. LEI DAS CORRENTES

Esta lei visa o equacionamento das correntes nos diversos nós de um circuito, e por
isso é também conhecida por “Lei de Nós”.

A soma algébrica das correntes em um nó é igual a soma das correntes que dele saem.

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I1 + I2 + I3 + I4 + I5 + I 6 = 0

Exemplo: Calcule a corrente 2 na figura abaixo:

6.3. ANÁLISE NODAL

O método nodal da análise é baseado nas equações da “Lei de Kirchoff” para corrente,
em termos potenciais (tensões) nodais, os quais são tomados como desconhecidos para um
conjunto de equações simultâneas.

Em um circuito elétrico há n nós principais; um deles é escolhido como nó de


referência, e a ele é atribuído arbitrariamente um potencial zero Volt. Aos demais nós são
atribuídos então diferentes potenciais simbólicos.

Passos para Análise Nodal:

a) Selecione o nó principal, que será o nó de referência, e atribua a cada um dos nós


restantes seus próprio potencial em relação ao nó de referência;

b) Atribua correntes nos ramos (a escolha da direção é arbitrária);

c) Expresse as correntes nos ramos em termos de potenciais dos nós;

d) Escreva uma equação de corrente para cada um dos nós conhecidos; Sentido da
Corrente:

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Exemplo 1:

Exemplo 2: Encontre a corrente que circula pelo resistor de 30 do circuito abaixo.

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6.4. ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE

Quando resistores são conectados de forma que a saída de um se conecte a entrada


de outro e assim sucessivamente em uma única linha, diz-se que os mesmos estão formando
uma ligação série.
Neste tipo de ligação a corrente que circula tem o mesmo valor em todos os resistores
da associação, mas a tensão aplicada se divide proporcionalmente em cada resistor.

Os resistores que compõem a série podem ser substituídos por um único resistor
chamado de Resistor Equivalente.

Como a corrente é comum a todos os termos da equação ela pode ser simplificada
(cortada) nos dois lados da igualdade:

A R eq de uma associação em série é igual à soma das resistências dos resistores.

6.5. ASSOCIAÇÃO EM PARALELO

Quando a ligação entre resistores é feita de modo que o início de um resistor é ligado
ao início de outro, e o terminal final do primeiro ao termina final do segundo, caracteriza-se
uma ligação paralela.
Neste tipo de ligação, a corrente do circuito tem mais um caminho para circular, sendo
assim ela se divide inversamente proporcional ao valor do resistor. Já a tensão aplicada é a
mesma a todos os resistores envolvidos na ligação paralela.

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Analisando o circuito vemos que: t123t . Pela Lei de Ohm temos que a
corrente elétrica é igual a tensão dividido pela resistência, então:

Como a tensão é a mesma, e é comum a todos os termos da igualdade, ela pode ser
simplificada, restando então:

O inverso da R eq de uma associação em paralelo é igual à soma dos inversos das
resistências dos resistores.

Para dois resistores em paralelo é possível calcular a Req através de uma outra fórmula:

6.6. ASSOCIAÇÃO MISTA

É o caso mais encontrado em circuitos eletrônicos. Neste caso há resistores ligados em


série e interligados a outros em paralelo. Para se chegar a Req, faz-se o cálculo das associações
série e paralelo ordenadamente, sem nunca “misturar” o cálculo, ou seja, associar um resistor
em série a outro esteja numa ligação paralela.

Exercícios:

1) Calcule a resistência equivalente dos circuitos abaixo.

a) Dados: R1=2; R2=6; R3=2; R4=4; R5=3

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b) Dados: R1=R5=4; R2=R3=R4=3

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2) Calcule os valores das variáveis dependentes:

a) E= 120 V; P= 60 W; = ?; R=?

b) E= 8 V; = 0,2 A; P= ?; R= ?

c) R= 2.000 ; E= 40 V; = ?; P=?

3) Quatro resistores estão conectados em série. Se a resistência equivalente é 49 ,


qual o valor de cada resistor?

6.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A LEI DE OHM

A Lei de Ohm pode ser definida como a relação entre a Tensão, a Corrente e a
Resistência em um circuito elétrico de corrente contínua. Ela pode ser definida como uma
constante de proporcionalidade entre as três grandezas.

Ela estabelece que:

A corrente elétrica em um condutor metálico é diretamente proporcional à tensão


aplicada em seus terminais, desde que a temperatura e outras grandezas físicas forem
constantes.

Com a passagem da corrente elétrica pelo condutor, há choques dos elétrons contra
os átomos do material, com consequente aumento da temperatura (efeito Joule). Este fato
acarreta dois fenômenos opostos no condutor: um aumento da energia de vibração dos
átomos do material, opondo-se à corrente elétrica (aumento da resistência); e um aumento
do número de cargas livres e também de suas velocidades, favorecendo a passagem de
corrente elétrica (diminuição da resistência).

Quando os dois fenômenos se contrabalançam, o condutor é ôhmico ou linear, pois


sua resistência permanece constante.

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Quando o primeiro fenômeno predomina, a resistência do condutor aumenta


com a temperatura, e é o que ocorre com o filamento de uma lâmpada incandescente.

6.8. LEI DE OHM EM CIRCUITOS COM RESISTÊNCIA EM SÉRIE

A corrente elétrica é a mesma em todas as resistências, e a tensão elétrica se dividirá


proporcionalmente ao valor das resistências.

6.9. APLICAÇÃO DA LEI DE OHM EM CIRCUITOS COM RESISTÊNCIAS EM


PARALELO

A tensão elétrica será a mesma em todas as resistências, e a corrente elétrica se


dividirá inversamente proporcional ao valor da resistência.

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Exercícios:

1) Um resistor de 10 ; outro de 15 e um de 30 são conectados em série com


uma fonte de 120 V. Qual a Req? Qual a corrente que circula no circuito? Qual a potência
dissipada por cada resistência?

2) Qual a corrente total fornecida pela bateria no circuito abaixo e a potência dissipada
em cada resistor?

3) Para o circuito abaixo onde E= 12 V, r = 2 , R1 = 20 , R2 = 5 , calcule e


intensidade de corrente que passa pela fonte.

4) Qual a corrente que indicará o amperímetro ideal no circuito abaixo:

5) Quatro lâmpadas idênticas L, de 110 V, devem ser ligadas a uma fonte de 220 V, a
fim de produzir, sem queimar, a maior claridade possível. Qual a ligação mais adequada?

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6) Numa indústria de confecções abastecida por uma rede de 220 V, é utilizado um


fusível de 50 A para controlar a entrada de corrente. Nessa indústria existem 100 máquinas
de costura, todas ligadas em paralelo. Se a resistência equivalente de cada máquina é 330 ,
qual o número máximo de máquinas que podem funcionar simultaneamente?

7) Uma lâmpada de filamento dissipa a potência elétrica de 60 W quando ligada em


110 V. Calcule a resistência elétrica do filamento.

8) Um aparelho elétrico quando em funcionamento, é percorrido por uma corrente de


20 A, alimentado por 110 V. Determine a potência elétrica consumida pelo aparelho.

9) Um resistor de 200 de resistência elétrica dissipa a potência de 3200 W. Calcule a


intensidade corrente que o atravessa.

6.10. CIRCUITO DIVISOR DE TENSÃO

Num circuito série, cada resistência produz uma queda de tensão “E” igual a sua parte
proporcional da tensão total aplicada.

E = tensão sobre a resistência, em Volt;


R = resistência, em ;
Rt = resistência total do circuito;
Et = tensão total do circuito.

Uma resistência R mais alta produz uma queda de tensão maior do que uma
resistência mais baixa no circuito série. Resistências iguais apresentam quedas de tensão
iguais.

Exercícios:

No circuito abaixo calcule a queda de tensão por divisor de tensão em cada resistor.

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6.11. CIRCUITO DIVISOR DE CORRENTE

Às vezes torna-se necessário determinar as correntes em ramos individuais num


circuito em paralelo, se forem conhecidas as resistências e a corrente total, e se não for
conhecida a tensão através do banco de resistências.

Quando se considera somente dois ramos do circuito, a corrente nem ramo será uma
fração da  total . Essa fração é quociente da segunda resistência pela soma das resistências.

Onde 1e 2são as correntes nos respectivos ramos. Observe que a equação para a
corrente em cada ramo tem o resistor oposto no numerador. Isto porque a corrente em cada
ramo é inversamente proporcional à resistência do ramo.

Exercícios:

1) Qual o valor de um resistor que deve ser ligado em paralelo através de um outro
resistor de 100 kpara reduzir a Req para:

a) 50 k b) 25 k c) 10 k

2) Que resistência deve ser ligada em paralelo com um resistor de 20 , e um de 60a


fim de reduzir a Req para 10 ?

6.12. TRANSFORMAÇÃO Y ( T ) /  (  ) E VICE-VERSA.

Alguns circuitos possuem resistências interligadas de uma maneira que não permite o
cálculo da Req pelos métodos conhecidos – série e paralelo. As resistências podem estar
ligadas em forma de redes Y ou . A solução do circuito então é converter uma ligação em
outra, de modo a permitir a associação em série e/ou paralelo após essa conversão.

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Exercícios:

Calcule a Req e a total dos circuitos abaixo:

a) b)

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7. KIT STATUS
CAIXA DE ALIMENTAÇAO

7.1. DADOS TÉCNICOS:

PROTEÇÃO / SEGURANÇA

Toda conexão em tensão é feita com cabos isolados e bornes de segurança.


O kit é montado em uma caixa de plástico, impossibilitando o contato nas partes
internas durante o manuseio do equipamento.
Os alunos devem ser orientados quanto ao risco de ligações erradas.
Sempre conferir as conexões antes da energização. É recomendado o
acompanhamento de um responsável habilitado durante os ensaios praticados com o
equipamento.

7.2. APRESENTAÇÃO DO KIT

a) Características elétricas
- Tensão de entrada = 220VAC
- Tensão de saída = 220 VAC
- Corrente nominal = 10A

b) Painel frontal
- Adesivo personalizado;
- Disjuntor mini 10A - 3 polos – Steck;
- 01 Tomada 2P+T;
- 08 bornes de segurança, sendo:
- Amarelo = R
- Verde = S
- Vermelho = T
- Azul = Terra

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c) Painel superior

- 01 cabo de força com plug trifásico 3P+T;

7.3. INSTRUÇÕES DE USO

A caixa de alimentação protege o seu equipamento contra curtos-circuitos e


sobrecargas de energia, proporcionando aplicações seguras.

1. Antes de ligar a caixa de alimentação, posicione o disjuntor na posição desligada


(off).

2. Conecte nos bornes de segurança ou na tomada monofásica o equipamento que


deseja ligar;

3. Conecte o plug em uma tomada trifásica de 220VCA;

4. Posicione a disjuntor na posição ON.

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8. KIT STATUS
INSTRUÇOES DE MONTAGEM

8.1. CARGA RESISTIVA

1. Desembale todos os componentes do


kit carga resistiva: 01 caixa plástica, 04
suportes de acrílico, 01 tampa de
policarbonato e 09 lâmpadas.

2. Para fixar o suporte de acrílico,


posicione a peça de forma horizontal
conforme ilustrado na imagem acima.
Observe que os suportes são diferentes,
então você deve se guiar pelo tamanho
do furo.

3. Encaixe o suporte no primeiro furo e


levante a peça lentamente. Não deve
ser aplicado força para encaixar o
suporte no primeiro furo.

4. Encaixe o suporte no segundo furo.

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5. Imagem do suporte encaixado.

6. Monte os outros 03 suportes de


acrílico da mesma forma.

7. Rosqueie as lâmpadas
cuidadosamente nos respectivos
soquetes.

8. Remova a película dos dois lados da


tampa de policarbonato.

9. Observe que cada suporte de acrílico


possui um furo retangular para fixar a
tampa de policarbonato. Em um dos
lados, encaixe a tampa nos dois
suportes.

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10. Para encaixar o outro lado, com uma


das mãos segure o suporte e com a
outra envergue a tampa de
policarbonato cuidadosamente até
possibilitar encaixá-la no suporte.

11. Foto do kit montado.

12. Foto do kit montado.

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9. FATOR DE POTENCIA

Sabemos que a potência elétrica é o produto da corrente pela tensão, ou seja:

P=VxI
P = em watts;
V = em volts;
I = em ampères.

Esta expressão só é válida para circuitos de corrente contínua ou para circuitos de


corrente alternada monofásica, com carga resistiva, ou seja, lâmpadas incandescentes, ferro
elétrico, chuveiro elétrico, etc.
Quando a carga possui motores ou outros enrolamentos, aparece no circuito uma
outra potência que o gerador deve fornecer - potência reativa.
Assim, temos três tipos de potência:

Potência ativa é a potência dissipada em calor - P

Potência reativa é a potência trocada entre gerador e carga sem ser consumida - Q

Potência aparente é a soma vetorial das duas potências anteriores - N

Assim, podemos considerar a seguinte soma vetorial:

N=P+Q

Para entendermos estes conceitos, basta imaginarmos que, em circuitos com motores
ou outros enrolamentos, a tensão ou voltagem se adianta em relação à corrente de um certo
ângulo Ɵ, quando são representados em gráfico. Estes são os circuitos indutivos (Fig.
2.47), onde V está sempre avançado em relação a i.

Fig. 2.47 Diagrama de defasagem entre tensão e corrente em circuito indutivo.

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Chama-se fator de potência o cosseno do ângulo de defasagem entre a corrente e a


tensão. A expressão geral da potência em circuitos monofásicos de corrente alternada é a
seguinte:

P = V x I x fator de potência

Para os circuitos trifásicos, temos um outro fator, resultante da composição vetorial


das três fases, ou seja:

√3 ou 1,73:
P = 1,73 x V x I x fator de potência

Os valores do fator de potência variam desde 0 até 1 ou, em termos percentuais, de 0


a 100%. O valor 0 representa uma indutância pura, e o valor 1, um circuito resistivo. Uma
indutância pura não existe na prática porque é impossível um fio sem alguma resistência, por
isso o valor zero nunca é obtido.

EXEMPLO: Um motor trifásico de 220 volts exige da rede 25 ampères por fase, com
fator de potência de 80%. Calcular a potência fornecida pela rede.

Solução:

P = 1,73 x V x I x fator de potência;

P = 1,73 x 220 x 25 x 0,8 = 7.612 W.

O fator de potência abaixo, isto é, menor que 0,85, pode trazer sérios problemas numa
instalação, como, por exemplo, aquecimento dos condutores, por isso deve ser corrigido com
a instalação de capacitores.

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10. CAPACITORES
Tratamos até agora das propriedades resistivas dos circuitos elétricos. A resistência,
que é a oposição ao fluxo de corrente está associada à dissipação de energia.
Além da propriedade resistência, um circuito elétrico também pode possuir as
propriedades da indutância e da capacitância, sendo que ambas estão associadas ao
armazenamento de energia.

10.1. CAPACITÂNCIA

Propriedade de um circuito se opor a qualquer variação de tensão no circuito.


Alternativamente, capacitância é a capacidade de um circuito elétrico armazenar
energia em um campo eletrostático.

10.2. FORÇA EXERCIDA POR DUAS CARGAS

Pelos conceitos da eletrostática, cargas iguais se repelem, e cargas diferentes se


atraem. A força exercida entre elas é dada pela Lei de Coulomb como:

Onde: F é a força, dada em Newton;


Q1 e Q2 são quantidade de carga elétrica, em coulomb;
d é a distância, em metro;
k é a constante dielétrica ( k do ar = 9109 )

10.3. MATERIAIS DIELÉTRICOS

Isolantes ou dielétricos são caracterizados pelo fato de possuírem poucos elétrons


livres, isto é, os elétrons estão fortemente ligados ao núcleo. Sem a aplicação de um campo

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Eletricidade, Conceitos e Medições 41

elétrico, um átomo dielétrico é simétrico, mas na presença de um campo elétrico os elétrons


se deslocam de forma a ficarem próximos da carga positiva do campo elétrico.

Uma medida de como as linhas de força são estabelecidas em um dielétrico é


denominada permissividade. A permissividade absoluta () é a relação entre a densidade de
fluxo no dielétrico e o campo elétrico sobre o mesmo.

A constante dielétrica então, é a relação entre permissividade de um material e a


permissividade do vácuo, e é definida como:

10.4. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA CAPACITÂNCIA

Existe uma relação entre a tensão aplicada entre duas placas paralelas separadas por
um dielétrico, e a carga que aparece nestas placas.
Analise o circuito abaixo:
Ao fecharmos a chave, circulará uma corrente da
fonte para as placas, no início alta. Quando houver um
equilíbrio de cargas, isto é E = v, a corrente tenderá a
zero. Este processo é chamado “carga”, e leva um tempo
muito pequeno.

Um gráfico relacionando a tensão e a carga acumulada gera uma relação linear. A


constante de proporcionalidade a tensão e a carga acumulada e a tensão, isto é, a inclinação
da reta é a capacitância.

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A unidade de capacitância é o Coulomb/ Volt, que é definida Farad.


A capacitância é determinada pelos fatores geométricos A (área) e d (distância) das
placas que formam o capacitor. Quando a área das placas é aumentada, aumenta a
capacitância. Da mesma forma quando a separação entre as placas aumenta, a capacitância
diminui. Então temos que:

C = capacitância em Farad;
A = área das placas em m2
d = distância entre as placas em m

10.5. DEFINIÇÃO DE CAPACITOR

Dispositivo ou componente designado especificamente para ter capacitância.

10.6. SIMBOLOGIA

10.7. ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES

Associação em série

Quando os capacitores são conectados em série, a fem “E” é dividida pelos


capacitores, e a capacitância equivalente ou total Ct, é menor que o menor dos capacitores.
Analisando o circuito abaixo:

Todos os capacitores adquirem a mesma carga elétrica; ou seja; Q1 = Q2 = Q3. A tensão


total é igual a Et = E1 + E2 + E3.

Então:

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10.8. ASSOCIAÇÃO EM PARALELO

Quando dois capacitores são conectados em paralelo, a carga total adquirida pela
combinação é dividida pelos capacitores da associação, e a capacitância total é a soma das
capacitâncias individuais.

Analise o circuito ao lado:

Cada capacitor adquire uma carga dada por:

Q1 C1 E1 Q2 C2 E2 Q 3 C3 E3

Como Et E1 E2 E 3 e Qt Q1 Q 2 Q3 têm-se:

Ceq para 2 capacitores em série



 Ct Et C1 E 1 C 2 E2 C3 E 3 → Ct Et C1 Et C 2 Et C3 Et Et 

Exercícios:

1) Dados C1 = 12 F, C2 = 6 F, C3 = 30 F ; Calcule:

a) capacitância total

b) a carga em cada capacitor

c) a tensão sobre cada capacitor

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2) Qual a capacitância total de quatro capacitores de 20F conectados:


a) em série
b) em paralelo

3) No circuito ao lado, calcule:


a) a capacitância total;
b) a tensão em cada capacitor;
c) a carga em cada capacitor.

10.9. ENERGIA ELÉTRICA DE UM CAPACITOR

A energia armazenada em um capacitor é medida pelo trabalho elétrico, quando a


carga Q passa de uma armadura para a outra descarregando o capacitor. Ocorre que durante
essa operação a tensão “E” do capacitor diminui até zero. Com o auxílio da matemática pode-
se demonstrar que a energia armazenada num capacitor é representada pela área do gráfico
a seguir:

Exercícios:

1) Têm-se 20 capacitores de 2 F cada, associados em 5 séries iguais, ligados em


paralelo. Quanto vale a Ceq da associação?

2) Um capacitor de 2 F é ligado a uma d.d.p. de 3 V. Calcule a carga e a energia


acumulada no capacitor.

3) Dos capacitores iguais são ligados em série e, aos extremos da associação aplica-se
uma tensão de 400 V. A seguir descarrega-se um deles, e verifica-se que o calor desenvolvido
foi de 0,5 J. Calcule a capacitância de cada capacitor.

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4) Calcule capacitância total de um capacitor de 3 F, um de 5 F e um de 10 F


associados em série.

10.10. REATÂNCIA CAPACITIVA (X c )

A reatância capacitiva é a oposição ao fluxo de corrente CA devido à capacitância no


circuito. A unidade de reatância capacitiva é o OHM. Pode-se calcular a reatância capacitiva
através da equação abaixo:

Onde: Xc = reatância capacitiva, ;


f = freqüência, Hz;
C = capacitância, F.

A tensão e a corrente num circuito contendo somente reatância capacitiva pode ser
determinada utilizando-se a Lei de Ohm. Entretanto, no caso de um circuito capacitivo
substitui-se R por Xc.

Exercícios:

1) Qual a reatância capacitiva de um capacitor de 20 F em 60 Hz?

2) Um capacitor de circuito de telefone tem uma capacitância de 3 F. Que corrente


passa através dele quando se aplicam 15 V em 800 Hz?

3) Uma corrente CA de 25 mA e 120 Hz passa por um circuito contendo um capacitor


de 10 F. Qual a queda de tensão através do capacitor?

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11. MEDIDAS ELETRICAS

11.1. INTRODUÇÃO

Os aparelhos de medidas elétricas são instrumentos que fornecem uma avaliação da


grandeza elétrica, baseando-se em efeitos físicos causados por essa grandeza. Vários são os
efeitos aplicáveis, tais como: forças eletromagnéticas, forças eletrostáticas, efeito Joule,
efeito termoelétrico, efeito da temperatura na resistência, etc..

11.2. CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS

a) QUANTO AO PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO:


 Instrumentos eletromagnéticos;
 Instrumentos eletrodinâmicos;
 Instrumentos eletroquímicos;
 Instrumentos dinâmicos.

b) QUANTO À CORRENTE:
 Instrumentos de corrente contínua – CC;
 Instrumentos de corrente alternada – AC.

c) QUANTO A GRANDEZA A SER MEDIDA:


 Amperímetros;
 Voltímetros;
 Ohmímetros;
 Wattímetros;
 Varímetros;
 Frequencímetros, etc.

d) QUANTO À APRESENTAÇÃO DA MEDIDA:


 INSTRUMENTOS INDICADORES – Apresentam o valor da medida no instante em que
está sendo feita, perdendo-se esse valor no instante seguinte;
 INSTRUMENTOS REGISTRADORES – Apresentam o valor da medida no instante em
que está sendo feita e registra-o de modo que não o perdemos;
 INSTRUMENTOS INTEGRADORES – Apresentam o valor acumulado das medidas
efetuadas num determinado intervalo de tempo.

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e) QUANTO AO USO:
 Instrumentos industriais:
 Instrumentos de laboratório.

11.3. INSTRUMENTO FERRO MÓVEL

Na parte interna de uma bobina, uma chapa de ferro doce fixa é montada em oposição
a uma chapa móvel. Se na bobina circula corrente, então ambas as chapas são magnetizadas
identicamente em relação aos polos resultantes, e desta forma, se repelem. Quando se dá a
inversão do sentido de circulação da corrente, na bobina, as chapas são novamente
magnetizadas identicamente, e continuam se repelindo. Por isto, os instrumentos de ferro
móvel são adequados para a medição, tanto de corrente quanto de tensão, em corrente
contínua e em alternada.

As forças magnéticas das chapas exercem um conjugado sobre o eixo do ponteiro. A


grandeza deste conjugado não é proporcional à corrente na bobina, mas sim ao quadrado
desta corrente que está sendo medida. Portanto, uma corrente três vezes maior ocasiona
uma deflexão do ponteiro nove vezes superior. Por isto, a escala de leitura tem intervalos
menores nos valores mais baixos do que nos mais elevados. Por meio de uma forma
adequada das chapas no instrumento, é possível corrigir este detalhe, com exceção dos
valores bem baixos. Em muitos instrumentos, uma leitura exata apenas é possível na faixa
contida entre dois pontos bem destacados sobre a escala.

A mola montada sobre o eixo do ponteiro desenvolve um conjugado oposto ao das


chapas, levando assim o ponteiro novamente a zero, quando o instrumento é desligado. O
ponteiro destes instrumentos não estabiliza imediatamente a sua posição de leitura sobre a
escala, em virtude de vibrações do sistema de medição. Por isto, é necessário acrescentar ao
sistema câmaras de amortecimento.

Este amortecimento é consequente da


ação entre uma lâmina que se desloca dentro
de uma câmara, deslocamento este
dificultado pela resistência do ar.

Estes instrumentos são frequente-


mente encontrados devido à sua construção
robusta e mesmo assim simples, para
aplicações industriais.

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Eletricidade, Conceitos e Medições 48

11.4. INSTRUMENTO DE BOBINA MÓVEL

No campo de um imã permanente, é montada uma bobina móvel, giratória, alternada


por corrente elétrica. a corrente é levada até a bobina por meio de molas espiras, que
simultaneamente desenvolvem o conjugado de oposição ao deslocamento da bobina.

A rotação da bobina e consequente deflexão do ponteiro, são proporcionais à


corrente, o que faz com que os intervalos sobre a escala estejam igualmente distanciados. O
ponto zero da escala pode tanto ficar no meio quanto na extremidade. Quando ocorre
inversão do sentido de circulação da corrente, ocorre também a inversão da rotação da
bobina ou da deflexão do ponteiro. Disto resulta que este instrumento apenas pode ser usado
para medição de tensão ou corrente contínua.

O amortecimento do movimento do ponteiro é obtido por frenagem de correntes de


histerese, oriundas do movimento de rotação de uma moldura de alumínio que envolve a
bobina móvel, no campo magnético.

11.5. INSTRUMENTO ELETRODINÂMICO

O sistema de medição eletrodinâmico


consiste de uma bobina móvel e uma fixa.
Perante a passagem de determinada corrente,
as bobinas apresentarão a mesma polaridade
e assim levarão o ponteiro à deflexão, por
repulsão. A corrente que alimenta a bobina
móvel é levada a esta por meio de 2 molas
espirais, que, simultaneamente, desenvolvem
uma força contrária ao deslocamento angular.

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Eletricidade, Conceitos e Medições 49

Numa inversão do sentido da corrente, ambas as bobinas invertem ao mesmo tempo a


sua polaridade. Com isto, as condições de repulsão entre as bobinas não se alteram e a
deflexão do ponteiro se dá sempre para o mesmo lado. Por esta razão, o instrumento pode
ser utilizado tanto em corrente contínua quanto alternada.
Usado como amperímetro ou como voltímetro, ambas as bobinas são ligadas em série
ou, perante correntes muito elevadas, são ligadas em paralelo.
A principal aplicação deste tipo de instrumento é encontrada nos medidores de
potência (Wattímetros). Como a potência é obtida do produto da tensão pela corrente, a
bobina fixa é dimensionada como bobina de corrente, e a móvel como de tensão. A potência,
em watts, pode assim ser obtida diretamente por simples leitura. Na medição de potências
em corrente alternada, a potência indicada é a potência útil, porque apenas aquela parte da
corrente efetuará um trabalho, que estiver em fase com a tensão, e assim seu valor

P = U x I x cosϕ.

O amortecimento é obtido por uma câmara com ar, tal como no instrumento de ferro
móvel.
Às vezes são empregados instrumentos de medição blindados por uma chapa de ferro,
para evitar influências magnéticas presentes no ambiente externo. Neste tipo, a bobina fixa é
montada dentro de um anel de ferro fechado e laminado, evitando-se assim a formação de
correntes parasitas. A precisão do instrumento é menor devido ao ferro.

11.6. INSTRUMENTO DE INDUÇÃO

Este instrumento se compõe de um corpo de ferro quadripolar, que possui dois pares
de bobinas cruzadas entre si.
No circuito de corrente de um destes pares de bobinas, inclui-se uma indutância. Disto
resulta um deslocamento de fase entre os pares de bobinas e desta forma, a existência de um
campo girante.
Um tambor de alumínio, montado de tal modo que apresente um movimento
giratório, fica sob efeito indutivo deste campo girante. As correntes induzidas neste tambor
desenvolvem um conjugado e, com isto, uma deflexão do ponteiro. A força contrária a esta
deflexão é conseguida da ação das molas espirais. O amortecimento do instrumento é feito

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Eletricidade, Conceitos e Medições 50

por um imã, em forma de ferradura, cujo campo atua sobre o tambor girante.

O instrumento de indução, também chamado de instrumento de campo girante ou


instrumento de Ferraris, apenas pode ser usado para corrente alternada.
Devido à indutância, este instrumento sofre a influência da frequência.

11.7. INSTRUMENTO DE BOBINAS CRUZADAS

Entre os polos de um imã permanente, duas bobinas interligadas entre si, porém
cruzadas, estão dispostas de tal forma que possam girar. Cada uma das bobinas é ligada à
determinada tensão. Por esta razão, cada uma das bobinas influi com certa força magnética
sobre o imã permanente.
Medição, à distância, de pressões por meio de um instrumento de bobinas cruzadas.

Se a tensão é igual em ambas as bobinas seus efeitos magnéticos contrários se


equilibram, o que significa que as bobinas se ajustam sobre um valor central (médio). Neste
instrumento, portanto, a posição zero não é obtida por meio da força de molas, mas sim pela

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Eletricidade, Conceitos e Medições 51

existência de correntes iguais em ambas as bobinas. Se cada uma das bobinas estiver ligada à
tensão diferente, então apresentam-se também campos magnéticos de intensidade diferente,
do que resulta que o campo mais forte irá determinar a deflexão do corpo da bobina. Disto se
pode concluir que o instrumento de bobinas cruzadas apenas se destina a indicar diferenças
de tensões. Seu emprego é encontrado sobretudo na medição de resistências, assim como na
de temperaturas e pressões, à distância. para estas finalidades as tensões correspondentes
são enviadas ao instrumento por meio de um divisor de tensão, que se altera em função da
temperatura ou pressão.

11.8. SISTEMA DE MEDIÇÃO COM FIO TÉRMICO

Neste instrumento, é utilizada a dilatação que um fio fino sofre devido ao calor
originado pela passagem da corrente. Fixa-se um fio de tração a um fio esticado de platina-
irídio, estando o fio de tração fixo a uma mola, passando por um rolo ou bobina. Quando da
dilatação do fio térmico, a bobina é movimentada pela ação da mola, e o ponteiro é ativado,
deslocando-se. A subdivisão da escala não é uniforme, uma vez que o calor dissipado varia
com o quadrado da corrente. O instrumento é adequado para corrente contínua e alternada,
sendo empregado sobretudo nas medições em alta frequência.

11.9. INSTRUMENTO ELETROSTÁTICO

O funcionamento deste instrumento baseia-se na


atração recíproca de corpos eletricamente carregados, com
polaridades contrárias. O instrumento se compõe de placas
fixas e móveis, às quais é ligada a tensão a ser medida.
Sobre o eixo do disco móvel, é montado um ponteiro. Uma
mola atua no sentido contrário ao deslocamento deste.
Instrumentos eletrostáticos se destinam especificamente à
medição de tensões elevadas, pois apenas estas são
capazes de desenvolver um conjugado suficientemente
elevado. O instrumento pode ser usado tanto em corrente
contínua, quanto em corrente alternada.

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12. MEDIÇAO DE CORRENTE E


MEDIÇAO DE TENSAO

12.1. MEDIÇÃO DE CORRENTE

Todos os instrumentos destinados a medir correntes, que atualmente são utilizados,


baseiam o seu funcionamento na ação magnética da corrente. Medidores de corrente ou
amperímetros são ligados em série com o circuito de corrente, apresentando uma pequena
resistência interna. Instrumentos de ferro móvel são fabricados para correntes até 250A,
enquanto os de bobina móvel são executados para medir correntes de apenas alguns
ampères.

12.2. MEDIÇÃO DE CORRENTES MAIS ELEVADAS.

Liga-se exatamente ao instrumento um resistor em paralelo, designado por derivador


(antigamente shunt).

Caso o amperímetro deva ser utilizado para uma faixa de medição n vezes superior a
existente (fator de amplificação n), então uma parte da corrente passará pelo amperímetro e
(n-1) partes deverão passar pelo derivador.

Exemplo: A faixa de medição de amperímetro deve ser ampliada de 100A para 1A. A
resistência interna é de 2 ohms. Qual o tamanho do derivador Rn?
Fator de amplificação:

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Para a medição de correntes alternadas elevadas, são usados transformadores de


corrente.

12.3. MEDIÇÃO DE TENSÃO

Medidores de tensão ou voltímetros são medidores de corrente com elevada


resistência interna. Quando da aplicação de uma tensão, circula nos aparelhos uma
determinada corrente, que provoca a deflexão do ponteiro. Devido a resistência interna
inalterável do instrumento, a escala pode ser ajustada em volts. Voltímetros são ligados em
paralelo com o consumidor ou rede.

12.4. MEDIÇÃO DE TENSÃO MAIS ELEVADAS

É utilizado um resistor de pré-ligação.

Se a tensão a ser medida é n vezes superior a faixa de medição existente, então o valor
de tensão a ser consumido pelo resistor é de (n - 1) volts.

RP = Resistor de pré-ligação Ri = Resistência interna do instrumento


Rp = Ri x (n - 1)

Exemplo: A faixa de medição de um voltímetro de 12 volts deve ser ampliada para 60


volts. A resistência interna do instrumento é de 2000 ohms. Qual o valor de Rp?

Para a medição de tensões alternadas elevadas, empregam-se transformadores de


potencial.

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13. MEDIÇAO DA RESISTENCIA

13.1. RESISTÊNCIA OBTIDA PELA MEDIÇÃO DA TENSÃO E DA CORRENTE.

A determinação da resistência de uma carga pode ser feita por medição indireta. Para
tanto, o elemento resistivo é ligado a uma tensão, medindo-se a sua queda de tensão e a
absorção da corrente. O valor da resistência é obtido segundo a Lei de Ohms: R = E/I.

Nas medições de grande precisão, devem ser levadas em consideração a resistência


interna e a corrente absorvida pelo instrumento de medição.

13.2. MEDIÇÃO POR MEIO DE OHMÍMETRO.

Ligando-se diversos resistores de valores diferentes a uma mesma tensão, então em


cada um aparecerá uma corrente de valor diferente. As grandezas das correntes são
inversamente proporcionais aso valores dos resistores. Quando da interrupção de um circuito
de corrente, isto é, quando a resistência tem um valor infinitamente elevado, a corrente terá
valor nulo. Por estas razões, a escala de um amperímetro pode ser calibrada em ohms e o
instrumento utilizado como um ohmímetro.

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A fonte de tensão é normalmente uma bateria de 4 volts. O valor da deflexão máxima
do instrumento (valor zero) é ajustado mediante o pressionamento do botão de prova
(eliminação do resistor Rx) e pelo ajuste do resistor preligado. Quando diferentes baterias são
usadas, a tensão exata é obtida por meio de um divisor de tensão.

13.3. PONTES DE MEDIÇÃO

Compõe-se a ponte de medição de dois divisores de tensão ligados em paralelo, cada


um composto de 2 resistores (R1 - R3) e (R2 - R4), sob a mesma tensão, acrescentando-se mais
um amperímetro (galvanômetro) ligado entre os terminais de um dos divisores de tensão.

A ponte se baseia no princípio de que a corrente no galvanômetro é nula, quando a


relação entre os valores R1 e R2 de um dos lados é igual a relação R3 e R4.

Isto significa:

Os resistores R3 e R4 podem ser feitos variáveis, mediante um cursor que desliza sobre
o fio metálico. Desta forma, é possível determinar o valor de um resistor Rx desconhecido.

Neste caso:

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Na execução normal de pontes de medição usa-se um potenciômetro no lugar do fio


com cursor. Para se obter valores de medição exatos, o valor de R2 deve se aproximar o mais
possível do valor de Rx. Isto leva a fazer com que o resistor R2 seja executado nos tamanhos de
1 - 10 - 100 - 10 000 ohms.

13.4. PONTE DE MEDIÇÃO DE CORRENTE ALTERNADA

Para a medição de resistências de líquidos ou aterramento, deve-se usar corrente


alternada no lugar da corrente contínua, pois caso contrário aparecerá uma decomposição
química, que influirá sobre o valor da medição. Da mesma forma, numa medição de um
resistor com parte reativa, a ponte deve ser alimentada com corrente alternada. A corrente é
então obtida da bateria, tornada pulsante e ajustada por meio de um transformador. No lugar
do galvanômetro é colocado um fone. A ponte de medição é ajustada até a posição em que o
som desaparece do fone.

13.5. MEDIÇÃO DE POTÊNCIA

Nos instrumentos eletrodinâmicos utilizados para a medição de potência, um resistor


é ligado antes da bobina de tensão, quando a corrente nesta bobina não deve atingir valores
muito elevados.
Neste caso, a ligação deve ser feita de tal forma que a bobina de corrente e a de
tensão em uma de suas extremidades estejam ligadas ao mesmo polo (P).

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Assim, evita-se que entre as duas bobinas esteja atuando toda a tensão, o que poderia
dar origem à descarga no instrumento.
Se a deflexão do ponteiro se der no sentido inverso ao desejado, então é necessário
inverter a polaridade de uma das bobinas não modificaria o sentido de deflexão.

Nos casos de igual carga para a fase, a potência total é 3 vezes maior que a potência
de uma fase. Por esta razão, um medidor de potência pode ser ligado a um dos condutores de
fase (A). A bobina de tensão é ligada entre a fase considerada (R) e o condutor neutro ou
ponto de estrela.

No caso de um sistema de 3 condutores, o ponto neutro é formado artificialmente por


meio de 3 resistores, neste caso, o resistor de pré-ligação Rp deve ser menor que os resistores
R1 e R2, pelo valor da resistência interna do aparelho Ri, de modo que R1 = R2 = Rp + Ri.

No caso de cargas desequilibradas nas diversas fases, a medição pode ser feita por
meio de 3 wattímetros.

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A potência total é dada pela soma das 3 potências parciais. A bobina de corrente é
ligada nas 3 fases, e os terminais das 3 bobinas de tensão são unidos entre si ou levados a um
condutor neutro existente. A ligação com 3 wattímetros é pouco usada, empregando-se mais
o sistema de 2 wattímetros, que permite obter o valor total, somando-se os valores medidos
em ambos os instrumentos.

As bobinas de corrente são inseridas em duas fases externas e as extremidades das


duas bobinas de tensão são ligadas àquele condutor de fase, que ainda não recebeu ligação.

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14. MEDIDORES DE ENERGIA ELETRICA

14.1. GENERALIDADES

Para a medição do trabalho elétrico, são empregados medidores de energia elétrica


cujos valores são obtidos em função da tensão, da corrente e do tempo. Dependendo do seu
emprego, são encontrados diversos tipos, classificados segundo:

corrente contínua , alternada monofásica e alternada


1. Tipo de corrente:
trifásica.

2. Tipo de medição: medidores de ampère-horas, medidor de watt-horas.

medidor com motor, medidor de indução, medidor


3. Tipo de construção:
eletrolítico.
medidor que após um determinado tempo passa a
um segundo sistema de medição ou um medidor que
4. Medidor de diversas tarifas:
apenas marca consumo acima de um determinado
valor, medida de máxima.

14.2. MEDIDORES DE CORRENTE CONTÍNUA

Medidor de motor para medição dos


ampères-horas.

Este medidor baseia o seu funcio-


namento no princípio dos motores de corrente
contínua.

Os polos são constituídos por um imã


ferradura. O induzido se compõe de 3 bobinas
planas, que são dispostas entre dois discos de
alumínio. Os terminais das bobinas são
levados a um coletor de 3 lamelas.

O induzido é percorrido apenas por


uma parte da corrente devido à ligação de um
derivador. O conjugado do induzido é
proporcional ao fluxo de corrente. O disco de
alumínio sofre uma frenagem durante a sua

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rotação, em função da própria rotação e das correntes parasitas que se desenvolvem. Desta
forma, os efeitos de rotação e de frenagem mantém a rotação num certo equilíbrio, fazendo
com que a rotação represente a grandeza da corrente do induzido. A rotação do eixo do
induzido é transmitida ao mecanismo de medição por meio de uma engrenagem. Como o
número de voltas do disco depende da corrente do induzido e do tempo, o número de
ampère-horas pode ser lido diretamente, levando-se em consideração uma relação de
transmissão adequada.

Considerando-se constante a tensão de rede, este mecanismo pode ser calibrado para
indicar o consumo de kWh. A construção deste medidor é simples e, por isto, relativamente
barata. Os terminais devem estar com a polaridade certa, pois, caso contrário, o medidor
andará para trás.

14.3. MEDIDOR DE MOTOR PARA WATT-HORAS.

Este medidor também baseia o seu funcionamento nos motores de corrente contínua
e assemelha-se na sua construção ao instrumento eletrodinâmico de medição.

Duas bobinas de corrente fixas, pelas quais passa a corrente de carga, originam o
campo magnético fixo (campo do estator). O induzido, que é uma bobina de tensão sem
núcleo de ferro e formato circular, ligado à tensão da rede, recebe a alimentação da corrente
por meio de escovas e um coletor de metal nobre. As forças de frenagem desenvolvem-se
devido às correntes parasitas, empregando discos de alumínio e imãs permanentes. O
número de voltas depende tanto da corrente como da tensão, em virtude da montagem
dinamométrica. O valor medido ao longo de um certo tempo é dado em kWh.

Para a compensação das perdas devido ao atrito, acrescenta-se uma bobina auxiliar.
Esta bobina é ligada ao circuito de corrente do induzido e fica assim permanente sob tensão.

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É de se observar, porém, que esta bobina auxiliar poderá fazer com que o induzido
gire mesmo sem carga, quando ocorre uma sobretensão ou aparecem vibrações mecânicas.
Para evitar tal situação, o eixo é dotado de uma lâmina de ferro, a qual é presa pelo imã de
frenagem perto da posição deste.
A designação dos terminais dos medidores de corrente contínua e corrente alternada
é normalizada.

A ligação de um medidor de watt-horas de dois condutores e de três condutores pode


ser vista nas figuras abaixo.

MEDIDOR DE WATT-HORAS DE TRÊS CONDUTORES


Entrada de Saída de
Condutor Tensão
corrente corrente
A (P) 1 2 3
B (N) 4 5 6
C 7 8 9
N 10 11 12

14.4. MEDIDOR ELETROLÍTICO

Este medidor baseia-se na decomposição eletrolítica de um líquido.


Nesta decomposição, dá-se a liberação de hidrogênio ou metal. A quantidade que se
desprende é proporcional à corrente e ao tempo, podendo, desta forma, ser usada como uma
medida das ampères horas.
Tais medidores podem apenas ser usados em corrente contínua.

14.5. MEDIDOR DE CORRENTE ALTERNADA

Funcionamento: Um disco de alumínio, montado de tal forma que possa girar


horizontalmente, fica sob a ação de diversos campos magnéticos alternados próximos. Por
meio destes campos aparecem no disco correntes parasitas. Os efeitos magnéticos destas
correntes influem entre si e originam a rotação do disco.

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a) ROTAÇÃO DO DISCO POR BLINDAGEM

Um campo magnético pode ser blindado parcial ou totalmente, quando o polo do imã
é dotado de um anel metálico. O mesmo efeito tem uma lâmina de ferro em presença de um
campo.

O fluxo magnético induz, assim, de um lado o anel metálico, e do outro, com seu fluxo
não blindado, o disco.
Desta forma desenvolvem-se correntes de igual sentido em ambos os lados, cujos
campos se atraem, dando ao disco o movimento de rotação.

b) ROTAÇÃO DO DISCO PELA ATUAÇÃO DE DOIS CAMPOS MAGNÉTICOS

Medidores de corrente alternada são construídos de tal modo que dois campos
alternados, defasados entre si, atuam sobre um disco de alumínio.

Um dos campos é criado pela bobina de tensão, o outro pela bobina de corrente. O
defasamento de 90° entre ambos é devido, em grande parte, ao fato de a bobina de tensão,
com elevado número de espiras, apresentar uma indutância bem superior à bobina de
corrente. Além disto, a bobina de tensão é feita com um circuito magnético paralelo, de modo
que apenas parte do fluxo passa pelo disco. Desta forma, aparece mais um defasamento
angular. Para o ajuste exato da posição de fase, os enrolamentos de tensão e de corrente são
dotados de mais um enrolamento auxiliar, que é curtocircuitado por meio de um reostato.

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CONSTRUÇÃO:
O mecanismo registrador é acionado por meio de uma engrenagem, que está ligada ao
eixo do induzido. Um imã permanente forma também aqui a força oposta à rotação, por meio
a ação das correntes parasitas.

Para compensar as forças de atrito, desenvolve-se um conjugado suplementar, obtido


por meio de uma blindagem parcial do campo da bobina de tensão ou por meio de um
pequeno parafuso de ferro, lateralmente ao campo magnético.
Obtêm-se assim uma distribuição irregular do campo magnético e, com isto, uma força
resultante que motiva a rotação. Uma lâmina de frenagem evita a rotação sem carga, tal
como no medidor com motor de corrente contínua.

14.6. MEDIDORES TRIFÁSICOS

Para a medição do trabalho em corrente trifásica, com carga equilibrada, basta um


medidor de corrente monofásica.
Este é ligado em uma das fases e o valor medido é multiplicado por três. No caso de
carga desequilibrada, empregam-se dois instrumentos de medição, que estão interligados da
mesma forma como os dois wattímetros.

Os dois discos do induzido são, neste caso, montados sobre um mesmo eixo.
No caso de um sistema de 4 condutores, ou seja, três condutores de fase e um neutro,
são empregados medidores com três sistemas de medição.

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Os três discos são montados sobre um eixo comum, de modo que as suas forças de
rotação se somam.

14.7. MEDIDORES ESPECIAIS

 OS MEDIDORES DE POTÊNCIA REATIVA: destinam-se à medição do trabalho reativo.


Estes medidores se distinguem dos medidores trifásicos de potência ativa, apenas pela
mudança da ligação de seus elementos internos, devendo-se atentar para que a
sequência de fase seja correta (A, B, C).

 OS MEDIDORES DE DUAS TARIFAS: são dotados apenas de um sistema de medição,


que porém, é comutado com dois sistemas registradores, por meio de um relógio de
comando. Desta forma, é possível o registro de duas tarifas, por exemplo, diurna e
noturna.

 OS MEDIDORES DE EXCESSO DE CONSUMO: possuem, igualmente, dois sistemas de


registro. Um deles indica o consumo total e o outro o excesso de consumo acima de
um valor máximo preestabelecido.
A separação de ambos os valores é feita por um motor síncrono, o qual, por meio de
uma engrenagem ajustável, separa o número de rotações do medidor, que
correspondem ao excesso de carga.

 OS MEDIDORES DE MÁXIMA: possuem, além de um dispositivo de medição do


trabalho útil (kWh), um destinado a medir a potência (kW), para determinar a carga
máxima que ocorre dentro de um período de leitura de 15 ou 30 minutos. Esta é a
base para o cálculo do preço básico. Por meio de um sistema de contatos, podem ser
ligados sistemas de alarme ou de desligamento, quando uma determinada carga
máxima prefixada é ultrapassada. Também os medidores de controle do valor
máximo, que se baseiam no princípio de funcionamento do Medidor de Excesso de
Consumo, executam este serviço.

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14.8. MEGÔMETRO (MEGGER)

O megôhmetro é um instrumento de medidas elétricas destinado à medição da


resistência de isolamento dos dispositivos ou equipamentos elétricos (motores,
transformadores, redes de eletrodutos metálicos, cabos, etc...). Essa resistência de
isolamento é normalmente de valores elevados, na ordem de megohms (MΩ).
O valor de 1 MΩ = 1 000 000 Ω.

Basicamente, os megôhmetros são constituídos pelos seguintes componentes:

A - Galvanômetro com bobinas cruzadas (A);


B - Bobinas móveis cruzadas (B e B1);
C - Gerador de CC manual de 500 ou 1000 V (C);
D - Regulador de tensão;
E - Ponteiro;
F - Escala graduada;
G - Bornes para conexões externas (L e T);
H- Resistores de amortecimento (R e R1).

O funcionamento do megôhmetro é baseado no princípio eletrodinâmico com bobinas


cruzadas, tendo como polo fixo, um imã permanente e como polos móveis as bobinas B e B1.

Quando a manivela do gerador de CC é girada obtêm-se uma tensão de valor variável,


de acordo com a velocidade que esteja sendo imprimida à manivela. Essa tensão é enviada ao
regulador de tensão que a estabiliza em 500 ou 1000 V, sendo enviada aos bornes L e T.

Se os bornes L e T estiverem abertos, haverá circulação de corrente somente pela


bobina B, que recebe tensão através do resistor de amortecimento R.

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O campo magnético criado por essa bobina B um deslocamento do conjunto de


bobinas móveis, levando o ponteiro para o ponto infinito da escala graduada.
Se os bornes L e T estiverem fechados em curto circuito haverá circulação de corrente
também pela bobina B1, que receberá tensão através do resistor de amortecimento R1.

O campo magnético criado pela bobina B1 será forte e oposto ao criado pela bobina, o
que fará com que o conjunto de bobinas móveis se desloque para outro lado, levando o
ponteiro para o ponto zero da escala graduada.
Se os bornes L e T forem fechados através de um resistor Rx de valor elevado, a
corrente que fluirá pela bobina B1 terá uma intensidade menor, ocasionada pela queda de
tensão no resistor Rx.

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O campo magnético criado pela bobina B1 terá uma intensidade menor, porém ainda
em oposição ao campo criado pela bobina B.
Nessa situação o conjunto móvel se deslocará levando o ponteiro para um ponto
intermediário da escala graduada. Esse ponto intermediário é o valor da resistência ôhmica
do resistor Rx.
A escala do megôhmetro é graduada em megohms e a sua graduação não é
homogênea.

ESCALA (MΩ) GRADUAÇÃO (MΩ)


0,5 a 1 0,1 em 0,1
1 a 2 0,2 em 0,2
2 a 5 0,5 em 0,5
5 a 10 1 em 1
10 a 30 2 em 2
30 a 40 2,5 em 2,5
40 a 100 5 em 5
100 a 200 10 em 10
200 a 300 20 em 20
300 a 500 100 em 100
500 a 1000 250 em 250
1000 a 2000 1000 em 1000

A leitura da escala graduada do megômetro é direta, ou seja, basta localizar a posição


do ponteiro sobre a escala graduada e fazer a leitura.

O ponteiro está localizado sobre o número 20. Portanto, Ri = 20 MΩ.

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O ponteiro está localizado sobre o número 1,4. Portanto, Ri = 1,4 MΩ.

Medição da resistência de isolamento entre a fiação e a tubulação metálica (massa) da


instalação elétrica.

O borne T é conectado à tubulação metálica (massa) da instalação elétrica, e o borne L


é conectado à fiação da instalação.

14.9. O FREQUENCÍMETRO

Para as medições em baixa frequência, é geralmente usado o frequencímetro de lâminas.

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O instrumento baseia o seu funcionamento nos efeitos de ressonância. Uma


determinada quantidade de Lâminas metálicas (línguas) de diferentes frequências, próprias
de ressonância, é levada a vibrar, pela ação dos impulsos magnéticos provenientes de um
eletroímã alimentado com frequência nominal da rede. Com isto, uma das lâminas vibrará
com maior intensidade, e exatamente aquela cuja frequência própria é a mesma cômoda
frequência aplicada. Lâminas adjacentes também vibrarão, porém com menor intensidade.

14.10. MEDIDOR DE FATOR DE POTÊNCIA

O fator de potência pode ser determinado por cálculo baseado na tensão, corrente e
potência útil, ou senão diretamente por meio de um medidor de fator de potência. A
construção deste instrumento corresponde ao de um instrumento eletrodinâmico blindado
em invólucro de ferro, com bobinas cruzadas móveis. Os polos do núcleo de ferro, que é fixo,
são estabelecidos por meio de uma bobina de corrente. Ambas as bobinas do sistema móvel
de bobinas cruzadas são ligadas à tensão e apresentam um comportamento em oposição.
Aplicando-se corrente alternada monofásica, uma das duas bobinas cruzadas, ligadas em
paralelo, irá comandar uma indutância, enquanto a outra comandará um resistor puro.

No caso de corrente trifásica, ambas as bobinas cruzadas estão ligadas a duas tensões,
defasadas entre si, da rede trifásica.

Em ambos os casos analisados, apresentam-se conjugados opostos nas bobinas


cruzadas, devido ao defasamento, em relação à bobina de corrente. O conjugado que atua

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Eletricidade, Conceitos e Medições 70

sobre a deflexão do ponteiro é determinado pela bobina, cuja tensão apresenta um maior
deslocamento de fase em relação à corrente da bobina de corrente. O ponto zero do
instrumento, tal como em todos os instrumentos de bobina cruzada, é dado apenas após a
ligação da tensão. Estes instrumentos tem amortecimento por correntes parasitas.

14.11. VOLT-AMPERÍMETRO TIPO ALICATE

O amperímetro comum é acoplado ao circuito, quando empregado para medir a


corrente elétrica em CA. Podemos efetuar essa mesma medida com um volt-amperímetro
tipo alicate, sem a necessidade de acoplamento com o circuito, pois esse instrumento é
constituído pelo secundário de um transformador de corrente, para captar a corrente do circuito.
O volt-amperímetro tipo alicate apresenta os seguintes componentes básicos
externos:

A - Gancho (secundário de um TC);


B - Gatilho (para abrir o gancho);
C - Parafuso de ajuste (para zerar o ponteiro);
D - Visor da escala graduada;
E - Terminais (para medição de tensão);
F - Botão seletor de escala.

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O volt-amperímetro tipo alicate apresenta os seguintes componentes básicos internos:

a - Gancho (bobinado secundário de um TC);


b - Retificador;
c - Resistor shunt para medições amperimétricas;
d - Galvanômetro;
e - Terminais;
f - Seletor de escala;
g - Resistores de amortecimento para medições voltimétricas.

O princípio de funcionamento do volt-amperímetro tipo alicate é do tipo bobina móvel


com retificador e é utilizado tanto para medições de tensão como de corrente elétrica.

Observação: Quando o volt-amperímetro tipo alicate é utilizado na medição de tensão


elétrica, funciona exatamente como o multiteste.

Na medição da corrente o gancho do


instrumento deve abraçar um dos condutores
do circuito em que se deseja fazer a medição
(seja o circuito trifásico ou monofásico).

O condutor abraçado deve ficar o mais


centralizado possível dentro do gancho.

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O condutor abraçado funciona como o primário do TC e induz uma corrente no


secundário (o próprio gancho). Essa corrente secundária é retificada e enviada ao
galvanômetro do instrumento, cujo o ponteiro indicará, na escala graduada, o valor da
corrente no condutor.
Os volt-amperímetros tipo alicate não apresentam uma boa precisão no início de sua
escala graduada, mesmo assim podem ser empregados nas medições de correntes com
baixos valores (menores que 1A). Nesse caso, deve-se passar o condutor duas ou mais vezes
pelo gancho do instrumento.

Para sabermos o resultado da medição basta dividirmos o valor lido pelo número de
vezes que o condutor estiver passando pelo gancho.

Suponha que o instrumento da figura acima esteja indicando uma corrente de 3A.

A corrente real que circula no condutor será:

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14.12. PRECISÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS

Para que a medição de uma grandeza elétrica seja correta, dois fatores devem ser
observados:
 A escolha correta dos instrumentos;
 Precisão de leitura.
Cada tipo de instrumento apresenta variações na precisão de sua escala, ou seja, a
precisão da escala varia, de acordo com o princípio de funcionamento do mesmo.
Numas escalas, as divisões são homogêneas, isto é, suas divisões são uniformes,
mantendo do início ao fim da graduação a mesma distância entre uma divisão e outra.

Em outras escalas, essas divisões são heterogêneas, suas divisões são mais
concentradas no início e mais afastadas no centro.

Precisão em Instrumentos do Tipo Ferro Móvel


A escala graduada dos instrumentos de medida do tipo ferro móvel é heterogênea.

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Eletricidade, Conceitos e Medições 74

A distância entre o número zero e o número 1 é menor que a distância entre o número
1 e o número 2. Essa variação ocorre porque o deslocamento do ponteiro, nesse tipo de
instrumento, não é linearmente proporcional ao aumento da corrente em sua bobina.
Com a passagem de 1 A na bobina do instrumento, o ponteiro deflexiona 1 unidade na
escala graduada.

Com a passagem de 2 A na bobina do instrumento, o ponteiro deflexiona 4 unidades


na escala graduada. Note que o deslocamento do ponteiro nesse tipo de instrumento é
proporcional ao quadrado da corrente na sua bobina.
Devido a essa característica, esse instrumento é utilizado apenas para medições de
grandezas elétricas que não requerem grande precisão e cujos valores se situem em pontos
intermediários da escala graduada.
O instrumento de medição tipo ferro móvel abaixo com escala graduada de 0 a 50 V,
tem uma precisão aceitável de medida somente nos pontos localizados entre 10 e 40 V.

14.13. PRECISÃO NOS INSTRUMENTOS DO TIPO BOBINA MÓVEL

A escala graduada dos instrumentos de medida do tipo bobina móvel é homogênea. A


distância existente entre o número zero e o número 2 é igual à que existe entre o número 2 e
o número 4. Essa homogeneidade ocorre porque o deslocamento do ponteiro nesse tipo de
instrumento é linearmente proporcional ao aumento da corrente na sua bobina.
Com a passagem de 1 A na bobina do instrumento, o ponteiro deflexiona 1 unidade na
escala graduada.

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Eletricidade, Conceitos e Medições 75

Esse tipo de instrumento é bastante sensível às variações de corrente na sua bobina,


isto é, qualquer alteração no valor dessa corrente será prontamente registrada pelo ponteiro.
Esse instrumento tem boa precisão em toda a sua escala graduada. Por isso, esse
instrumento é bastante usado na medição de grandezas elétricas que requerem precisão
(grandezas medidas em laboratórios).

14.14. PRECISÃO NOS INSTRUMENTOS DO TIPO ELETRODINÂMICOS

A escala graduada dos instrumentos de medida do tipo eletrodinâmico é heterogênea.


A graduação é mais concentrada no início, pois a distância entre o número zero e o
número 20 é menor que a distância entre o número 20 e o número 40.

Note que as distâncias vão aumentando até o centro da escala, decrescendo a seguir e
voltando a concentrar-se no final. Essa variação é devido a este tipo de instrumento ter duas
bobinas cruzadas, responsáveis pela variação do ponteiro (uma fixa A e outra móvel B que se
repelem mutuamente com a passagem da corrente).
A repulsão, no início da passagem da corrente, é mais fraca, aumentando de
intensidade até que bobina móvel B atinja o centro do fluxo magnético da bobina fixa A. A
partir desse ponto a repulsão volta a enfraquecer.
Com a passagem dos primeiros 10 A o ponteiro deflexionará 2 mm.

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Com a passagem de 60 para 70 A o ponteiro deflexionará 10mm.

Com a passagem de 70 para 80 A o ponteiro deflexionará 11mm.

Esse tipo de instrumento apresenta precisão aceitável, nas medições de valores


situados nos pontos intermediários de sua escala graduada, e é empregado com maior
frequência nos medidores de potência elétrica, como os wattímetros.

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14.15. ERRO POR EFEITO PARALAXE

É o erro de leitura que ocorre quando qualquer instrumento de medida analógico é


lido de ângulo desfavorável.
Para tentar evitar esse tipo de erro alguns instrumentos contem dispositivo que facilita
a leitura de sua escala graduada.
Os instrumentos de serviço tem o ponteiro no formato de lâmina bem fina.

Para fazer a leitura de sua escala, devemos ficar de frente ao instrumento , de tal
forma que possamos ver somente o fino perfil do ponteiro.

Estando bem posicionado não lhe será possível visualizar as faces do ponteiro, mas
somente o seu perfil.
Na posição abaixo o leitor está visualizando as faces do ponteiro.
Isso provavelmente causará um erro de leitura, por efeito paralaxe.

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Os instrumentos de precisão (usados em laboratório) também apresentam os


ponteiros em forma de lâmina, bem fina.
Diferem dos instrumentos de serviço por possuírem um espelho, logo abaixo da escala
graduada.

Para leitura da escala graduada desse tipo de instrumento devemos ficar em posição
frontal ao aparelho, de tal forma que possamos ver o ponteiro refletindo no espelho.
Na posição abaixo, o leitor está fazendo a leitura do instrumento de um ângulo
desfavorável. Ele está vendo a sombra do ponteiro refletida no espelho. A leitura efetuada
estará errada, por efeito paralaxe.

14.16. CLASSE DE PRECISÃO DOS INSTRUMENTOS

É a margem de erro percentual que se pode obter na medição de uma determinada


grandeza, por meio de um instrumento de medidas elétricas.

Os instrumentos de precisão para laboratório tem classe de precisão de 0, 1; 0,2 ou


0,5. Os instrumentos de serviço para fins normais tem, classe de precisão 1,0; 1,5; 2,5 ou 5,0.

Consideremos a medição de tensão indicada em 120V por um voltímetro de serviço da


classe precisão 1,5 e cuja escala graduada seja de 0 a 300 V.

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Esse resultado indica que os 120 V lidos no instrumentos são na realidade 120 4,5 V,
ou seja, pode variar de 115,5 a 124,5 V.

14.17. SIMBOLOGIA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS

Para ter segurança no uso dos instrumentos de medidas elétricas você deverá escolher
aquele que tem as características necessárias à medição a ser feita.

Para tanto, observe que os instrumentos se distinguem por símbolos gravados em seus
visores.

CLASSE DE PRECISÃO: A precisão do instrumento é indicada pelo seu erro em


porcentagem do seu valor, no fim da escala.

Instrumentos de alta
Instrumentos para fins normais
Classe precisão
0,1 0,2 0,5 1,0 1,5 2,5 5,0
Erro em percentagem
do valor, no final da + 0,1 + 0,2 + 0,5 + 1,0 + 1,5 + 2,0 + 5,0
escala

Exemplo: Qual é o erro de um amperímetro para 60 A da classe 1,5, quando o


instrumento indica 40 A?
Erro de medição 1,5% de 60 A = 0,015 x 60 = 0,9 A
O valor real está entre 39,1 e 40,9 A.

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14.18. SIMBOLOGIA QUANTO ÀS UNIDADES DE MEDIDAS

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14.19. SIMBOLOGIA QUANTO AO PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

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Sistema Eletrodinâmico com bobinas cruzadas

14.20. SIMBOLOGIA QUANTO À POSIÇÃO DE FUNCIONAMENTO

Os instrumentos de medidas elétricas são construídos para funcionar em três


posições: Vertical, horizontal e inclinada.

Normais: 2A, 2B, 2C e 2D.


Nas outras posições, mencionar o ângulo de inclinação ().

Há instrumentos que não trazem o símbolo característico da posição de


funcionamento. Eles podem funcionar em qualquer posição.

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Note que na posição inclinada o símbolo assinala também os graus da inclinação além
dos símbolos normalizados, você poderá encontrar outras formas de representar a posição do
instrumento:

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14.21. SIMBOLOGIA QUANTO AO TIPO DE CORRENTE

Além dos símbolos normalizados, você poderá encontrar outras formas de representar
o tipo de corrente.

14.22. SIMBOLOGIA QUANTO À TENSÃO DE ISOLAÇÃO

Tensão de isolação ou tensão de prova. É o valor máximo de tensão que um


instrumento pode receber entre sua parte interna (de material condutor) e sua parte externa
(de material isolante).

Esse valor é simbolicamente representado nos instrumentos pelos números 1, 2 ou 3,


contidos no interior de uma estrela.

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Note que os números significam os valores de tensão de isolação em KV.

Observação: A existência da estrela sem número em seu interior indica que o valor da
tensão de isolação é de 500 V.

Usar instrumentos de medidas elétricas que apresentam tensão de isolação inferior à


tensão da rede a ser medida pode causar danos aos instrumentos e risco do operador tomar
choque elétrico. O instrumento pode ser utilizado, sempre que sua tensão de isolação for
maior que a tensão da rede.

14.23. SIMBOLOGIA QUANTO À CLASSE DE PRECISÃO

A classe de precisão dos instrumentos é representada por números.


Esses números também são impressos no visor dos instrumentos.

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14.24. SENSIBILIDADE DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS

Nas figuras abaixo ambos os voltímetros recebem o mesmo valor de tensão (12V).
Porém, um dos instrumentos indica 12 V e outro 10 V.

Essa diferença ocorre porque cada um desses instrumentos apresenta grau de


sensibilidade diferente.
A sensibilidade dos instrumentos de medidas elétricas é determinado pela capacidade
dos instrumentos em medir grandezas elétricas, sem acrescentar carga extra ao circuito.
O instrumento é considerado de boa sensibilidade quando, ao ser inserido no circuito,
não alterar significativamente as características do circuito.

14.25. SENSIBILIDADE DOS VOLTÍMETROS

A sensibilidade dos voltímetros é caracterizado pela relação Ohms/Volts. Essa relação


é calculada tomando-se por base a corrente necessária para levar o ponteiro do instrumento
ao final da escala graduada.

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EXEMPLO 1:

Seja um voltímetro do tipo ferro móvel que necessite de 1 A para que seu ponteiro
atinja o final de sua escala graduada.

O número 1000 representa a sensibilidade desse voltímetro, onde cada volt


introduzido encontra uma resistência ôhmica de 1000 Ω.

EXEMPLO 2:

Seja um voltímetro do tipo bobina móvel que necessite de 0,05 A para que seu
ponteiro atinja o final de sua escala graduada.

O número 20000 representa a sensibilidade desse voltímetro, onde cada volt


introduzido encontra uma resistência ôhmica de 20000 Ω.
O voltímetro que acrescenta menor carga ao ser inserido no circuito é o do exemplo 2.
É o que exige menor corrente para funcionar. Em outras palavras, o que tem maior valor de
resistência ôhmica por volt (Ω/V).
Em geral os voltímetros tipo bobina móvel oferecem melhor sensibilidade em relação
aos outros tipos.

14.26. SENSIBILIDADE DOS AMPERÍMETROS

Os amperímetros têm a sensibilidade caracterizada pelo valor de sua resistência


ôhmica interna.
Quanto menor for o valor da resistência ôhmica interna, mais sensível será o
instrumento.
O amperímetro é ligado em série com a carga. Logo, o valor da sua resistência ôhmica
interna se soma ao valor da resistência ôhmica da carga.

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Por essa razão, ao fazermos a medição da intensidade da corrente de um circuito,


devemos utilizar um amperímetro que tenha resistência ôhmica interna (Ri) no mínimo 100
vezes menor que a resistência de carga (R). Tomamos essa providência porque ela faz com
que o resultado da medida se aproxime ao máximo da realidade.

EXEMPLO 1:

Observe o circuito abaixo:

Ele é alimentado por uma fonte de 6 VCC e é formado por uma carga com resistência
de 3 Ω.

Vamos supor que na medição dessa corrente o amperímetro tenha indicado o valor de
1,5 A em vez dos 2 A calculados.

A indicação de amperagem menor ocorreu porque o amperímetro utilizado não estava


adequado. Ao ser inserido no circuito o amperímetro, com sua resistência ôhmica interna de
1 Ω, contribuiu para o aumento da resistência ôhmica do circuito, elevando-a de 3 para 4 Ω.

Re = R + Ri = 3 + 1 ⇒ Re = 4 Ω.

Esse aumento de resistência ôhmica do circuito fez com que o valor da corrente
diminuísse:

Houve um erro de 0,5 A devido ao uso de um amperímetro inadequado para a


situação.

EXEMPLO 2:

Observe o circuito abaixo:

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Usemos agora um amperímetro de resistência ôhmica interna de 0,03 Ω (100 vezes


menor que o valor da resistência ôhmica da carga = 3 Ω).

Re = R + Ri = 3 + 0,03 ⇒ Re = 3,03 Ω.

O novo valor de corrente será :

O novo valor de corrente (1,98 A) está bem próximo do valor calculado (2A). Portanto,
o amperímetro do exemplo 2 é mais apropriado para a leitura da corrente do circuito do que
o amperímetro do exemplo 1.

14.27. VERIFICANDO O ENTENDIMENTO – EXERCÍCIOS

1) O símbolo abaixo, segundo a ABNT, representa o instrumento constituído de:

a) ( ) eletroímã e bobina fixa;


b) ( ) ímã permanente e bobina fixa;
c) ( ) ímã permanente e bobina móvel;
d) ( ) eletroímã e bobina móvel.

A figura abaixo refere-se às questões 2 a 5

2) A tensão de ensaio na frequência industrial é de:


a) ( ) 2 KV;
b) ( ) 500 V;
c) ( ) 0,5 KV;
d) ( ) 1 KV;
e) ( ) instrumento não sujeito a ensaio de tensão.

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Eletricidade, Conceitos e Medições 90

3) O princípio de funcionamento do instrumento é de:


a) ( ) bobina móvel;
b) ( ) ferro móvel;
c) ( ) eletrodinâmico;
d) ( ) bimetálico;
e) ( ) bobina cruzada.

4) O tipo de corrente medida pelo instrumento é:


a) ( ) corrente contínua;
b) ( ) corrente alternada;
c) ( ) corrente contínua e alternada;
d) ( ) corrente alternada trifásica equilibrada;
e) ( ) corrente contínua estabilizada.

5) Considerando que este wattímetro indique 800 W, o valor real da potência pode
variar entre:
a) ( ) 799,5 e 800,5 W;
b) ( ) 760 e 840 W;
c) ( ) 796 e 804 W;
d) ( ) 720 e 880 W;
e) ( ) 794 e 806 W.

6) Para cada um dos instrumentos abaixo escreva:


 Princípio de funcionamento;
 Tipo de corrente;
 Posição de funcionamento;
 Classe de precisão;
 Tensão de isolação.

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Eletricidade, Conceitos e Medições 91

7) Os instrumentos tipo ferro móvel são adequados para medição:


a) ( ) apenas de tensão alternada;
b) ( ) tanto de corrente quanto de tensão, em corrente contínua e em alternada;
c) ( ) de potência em corrente contínua (wattímetro);
d) ( ) apenas de corrente contínua;
e) ( ) de energia em corrente alternada (kWh).

8) O instrumento tipo bobina móvel:


a) ( ) é utilizado para medição em médias frequências;
b) ( ) trabalha tanto com corrente contínua com alternada;
c) ( ) apenas pode ser usado para medição com tensão ou corrente contínua;
d) ( ) é utilizado para medição de frequência industrial;
e) ( ) funciona com o princípio de lâminas vibráteis.

9) Os instrumentos eletrodinâmicos:
a) ( ) são utilizados apenas em C.C. e possuem escala homogênea;
b) ( ) são utilizados apenas em C.A.;
c) ( ) é aplicado frequentemente em wattímetros, tanto em corrente contínua como
alternada;
d) ( ) utilizam obrigatoriamente em TC e TP;
e) ( ) são ligados sempre em paralelo com a carga.

A figura abaixo refere-se às questões 10 à 14.

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Eletricidade, Conceitos e Medições 92

10) A tensão de ensaio na frequência industrial é de:


a) ( ) 2 KV;
b) ( ) 500V;
c) ( ) 5 KV;
d) ( ) 1 KV;
e) ( ) instrumento não sujeito a ensaio de tensão.

11) O instrumento deve ser utilizado com o mostrador:


a) ( ) na posição vertical;
b) ( ) na posição inclinada;
c) ( ) na posição horizontal;
d) ( ) na posição horizontal ou inclinada;
e) ( ) na posição vertical ou horizontal.

12) O princípio de funcionamento do instrumento é de:


a) ( ) bobina móvel;
b) ( ) ferro móvel;
c) ( ) eletrodinâmico;
d) ( ) bimetálico;
e) ( ) bobina cruzada.

13) O tipo de corrente medida pelo instrumento é:


a) ( ) corrente contínua;
b) ( ) corrente alternada;
c) ( ) corrente contínua e alternada;
d) ( ) corrente alternada trifásica equilibrada;
e) ( ) corrente contínua estabilizada.

14) Considerando que este amperímetro indique 4A, o valor real da corrente pode
variar entre:
a) ( ) 3,8 e 4,2 A;
b) ( ) 3,92 e 4,08 A;
c) ( ) 3,98 e 4,02 A;
d) ( ) 3,9 e 4,1 A;
e) ( ) 3,2 e 4,8.

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Eletricidade, Conceitos e Medições 93

15) Um galvanômetro cujo fundo de escala é 1 micro ampère (μA) é colocado, em


série, num trecho de circuito por onde circula corrente de intensidade 100 μA. Qual
deve ser o valor da resistência shunt (Rs), se a resistência interna do aparelho é 9,9 Ω?
a) ( ) 0,99 Ω;
b) ( ) 99 Ω;
c) ( ) 0,1 Ω;
d) ( ) 9,9 Ω;
e) ( ) 1 Ω.

16) O galvanômetro da figura abaixo não é atravessado por corrente elétrica. Qual o
valor de resistência Rx?
a) ( ) 3 Ω ;
b) ( ) 16 Ω;
c) ( ) 10 Ω;
d) ( ) 4 Ω;
e) ( ) 3,3 Ω.

17) Os instrumentos de medição I1, I2, I3 representam, respectivamente, a ligação de:

a) ( ) frequencímetro, voltímetro, amperímetro;


b) ( ) fasímetro, amperímetro, voltímetro;
c) ( ) amperímetro, voltímetro, wattímetro;
d) ( ) frequencímetro, wattímetro, fasímetro;
e) ( ) amperímetro, wattímetro, fasímetro.

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