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Outrossim, O Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 6 o, inciso VIII, prevê a inversão do
ônus da prova em favor do consumidor como uma forma de facilitar a sua defesa no processo, de maneira a
assegurar o equilíbrio das partes na relação jurídica, ficando a critério do Juiz quando for verossímil a
alegação do consumidor, ou quando este for hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência .
No caso em comento, a questão de mérito está intimamente ligada ao dever jurídico impingido à ré
de comunicar previamente ao consumidor acerca da inclusão do seu nome no banco de dados de
inadimplentes, na forma do art. 43, §2º do CDC.
Assim, a legitimidade passiva para responder por dano moral resultante da ausência de
comunicação prevista no art. 43,§²º do CDC, pertence ao banco de dados ou à entidade cadastral, a quem
compete concretamente proceder à negativação que lhe é solicitada pelo credor.
Dessa forma, não merece prosperar a preliminar argüida pela Reclamada.
Como é sabido, o STJ editou a Súmula nº404 que diz:
"É dispensável o Aviso de Recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação
de seu nome em bancos de dados e cadastros ".
Cotejando as provas dos autos, verifica-se que a Reclamada SERASA se desincumbiu da atividade
probatória que lhe competia, pois demonstrou, através dos documentos digitalizados no evento nº 14, ter
observado o que dispõe o art.43, § 2º do CDC.
Ante ao exposto, e por tudo o mais que dos autos consta, arrimada no art. 14 da Lei 8078/90,
JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO formulado, e por conseguinte extingo o processo com resolução de
mérito.
Sem custas e honorários, porquanto descabíveis nesta fase processual.
P.R. I
Salvador, 06 de dezembro de 2011.
Dra. ANDRÉA TOURINHO CERQUEIRA DE ARAÚJO
Juíza de Direito