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001/2014 18/06/2014

COMUNICADO DA COMISSÃO DE SEGURANÇA EM ELETRICIDADE DA UO-BC

Aos membros da Comissão de Segurança em Eletricidade da UO-BC, gerentes das


plataformas da Petrobras, gerentes dos MIs, gerentes do OPM e SMS.

Assunto: Cabo de equipotencialização (“bonding”) em tubulações

1. OBJETIVO

Este comunicado tem o objetivo de esclarecer sobre a instalação de cabos de


equipotencialização, também conhecidos como "bondings", nas tubulações de fluidos das
plataformas da UO-BC.

2. INTRODUÇÃO

Os cabos de equipotencialização têm a função de prover continuidade elétrica entre os


trechos da tubulação, evitando o surgimento, entre tais trechos, de diferenças de potencial
elétrico causadas pela formação de eletricidade estática. A diferença de potencial pode
provocar o surgimento de arco elétrico (centelha), levando à ignição de uma eventual
atmosfera explosiva presente no local. Além disso, a equipotencialização é importante para
prover o escoamento de cargas elétricas em caso de descargas atmosféricas ou energização
acidental da tubulação.

Contudo, muitas vezes o "bonding" é dispensável, pois a continuidade elétrica já é provida


pelas características da tubulação com relação ao tipo de conexão entre os trechos,
acessórios, etc.

3. CARACTERÍSTICAS DOS FLUIDOS QUANTO À CONDUTIVIDADE ELÉTRICA

Com relação ao risco de formação de eletricidade estática, os fluidos são divididos entre
acumuladores e não acumuladores estáticos.

• A água salgada, por sua característica de boa condutora de eletricidade, não é


considerada como acumuladora estática.

• No caso do petróleo, os produtos escuros não são classificados como acumuladores


estáticos, devido ao fato de terem suficiente condutividade elétrica que redistribui
rapidamente as cargas elétricas separadas durante manuseio, para impedir uma
acumulação de eletricidade estática. Como exemplos de produtos escuros, podem ser
citados:

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- óleo cru
- óleo combustível.

• Já os produtos claros são, em geral, considerados como acumuladores de eletricidade


estática, devido à sua baixa condutividade. Os acumuladores estáticos incluem:

- querosenes de aviação;
- óleo diesel claro;
- óleo lubrificante
- gasolinas naturais;
- querosenes;
- solventes;
- gasolina automotiva e de aviação;
- naftas;
- gasóleos pesados.

• Para tubulações de gás é necessário fazer uma avaliação da presença ou não de gotículas
antes de defini-lo como acumulador ou não de estática. De uma forma conservativa, será
considerado como acumulador.

4. CASOS DE NECESSIDADE OU DISPENSA DO CABO DE EQUIPOTENCIALIZAÇÃO

Como critério técnico, o “bonding” pode ser dispensado se forem atendidas as duas condições
a seguir, simultaneamente (Figura 1):

• Os vasos, tubulações, válvulas e acessórios devem estar conectados à estrutura da


unidade, diretamente ou via seus suportes, soldados, aparafusados, fixados por grampos
tipo "U" ou conectados via estojos em flanges.

• A resistência máxima entre interligações e de trechos de tubulações para a terra (estrutura


da unidade) deve ser menor do que 10 ohm, medindo-se com multímetro.

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Figura 1: Exemplos de situações onde o "bonding" é dispensado

5. PRÁTICAS A SEREM ADOTADAS NAS PLATAFORMAS DA UO-BC

Embora dispensável na maioria dos casos, é comum encontrar nas instalações marítimas
tubulações com "bondings", que se devidamente conectados não trazem qualquer problema à
instalação.

Os problemas começam a surgir quando esses cabos ficam mal conectados ou pendurados, o
que, embora não degrade a segurança da unidade, pode passar uma imagem de pouco zelo
com a instalação e suscitar dúvidas sobre a sua necessidade.

Em função disso o ideal é retirar os cabos desnecessários, evitando problemas de instalação


e mão-de-obra de manutenção para reparo. Para isso é necessário realizar medições de

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resistência nas tubulações, gerando um relatório com os resultados. Caso as medições


indiquem um valor menor do que 10 ohm é recomendada a retirada. O relatório deve ficar
arquivado na pasta 3 do prontuário da instalação elétrica da unidade (Documentação de
Inspeções e Medições - SPDA e Aterramento).

Não é necessário realizar uma inspeção em todos os pontos de todas as tubulações. Deve-se
medir pelo menos um ponto de cada linha. Além disso, não é necessário repetir a medição
periodicamente, pois o valor de 10 ohm já é conservativo, considerando uma eventual
degradação na condutividade.

Essa orientação vale para qualquer tipo de tubulação (líquido ou gás). Caso a resistência
menor que 10 ohm não seja comprovada, o "bonding" deve ser mantido.

A medição deve ser feita com multímetro. Mas é preciso ficar atento, pois tintas, sujeiras ou
qualquer outro tipo de contaminação podem mascarar o resultado da medição, indicando
falsamente um valor de resistência alto. Assim, uma primeira medição com resultado elevado
não significa que não há continuidade. Deve-se ter o cuidado de que a ponteira do multímetro
toque um ponto metálico da linha, sem tinta ou contaminação. As figuras abaixo exemplificam
o caso:

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Figura 2: Medição com pontas de prova em superfície pintada indica falta de continuidade (valor atingiu o fim de
escala do multímetro)

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(a) (b) (c)


Figura 3: Medições com pontas de prova em superfície sem tinta ou corrosão indicam continuidade (a) e (b); com
a ponta de prova em superfície pintada (elipse azul) o multímetro indica falta de continuidade (c)

Se a unidade possui as tubulações com os "bondings" devidamente conectados, não é


obrigatório realizar as medições e retirá-los. Contudo, é importante ressaltar que tais cabos
não podem ficar pendurados.

Observações:

1. Quando houver acessórios na tubulação, tais como filtros, a medição pode vir a
indicar a necessidade do "bonding".

2. Para flanges entre tubulações de materiais diferentes, isoladas galvanicamente, o


"bonding" a princípio é necessário.

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3. As recomendações aqui apresentadas não se aplicam aos sistemas de


reabastecimento de aeronaves existentes em algumas plataformas. Nesses casos,
todos os cuidados de aterramento das tubulações e acessórios do sistema de
Q.A.V., incluindo os "bondings", devem ser seguidos.

4. REFERÊNCIAS NORMATIVAS

• Diretriz para projeto básico - parte I - Instalações de Superfície > Capítulo 3 - Elétrica >
Seção 3.1 - Requisitos para projeto de sistema elétrico - DR-ENGP-M-II-P1-3.1-R.4

• Documento interno Instru-ex - (Instruções Gerais para Instalações em Atmosferas


Explosivas)

• Norma NFPA 77 - Recommended Practice on Static Electricity

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