INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo principal a análise Da Importância dos Impostos
para o Desenvolvimento Sustentável da Economia Angola.
Uma reforma fiscal de um determinado país visando a mudança da estrutura legislativa e
operativa de impostos, taxas e outras contribuições vigentes de modo a atualizar e a
modernizar o sistema tributário como forma de obtenção mais optimizada de receitas
tributarias para satisfazer as necessidades públicas.
A implementação de uma reforma fiscal tem vários aspectos e no caso de Angola, implica
transferências de recurso do sector privado para o sector público a fim de garantir a
melhoria dos serviços básicos que se apresentam como necessidades públicas que devem
ser satisfeitas e garantidas pelo Estado à sociedade. Ex: Educação, Segurança, Saneamento
Básico, Administração, Defesa e ordem Pública, Infraestruturas (pontes, estradas) que são
necessárias ao desenvolvimento económico, social e cultural de um País. Angola tem vindo
a enfrentar uma crise financeira causada pela crise econômica mundial e em particular pelas
variações decrescentes do preço do petróleo nos mercados internacionais nos últimos anos.
Esta dependência econômica do petróleo em termos de receitas públicas, obrigou o
executivo angolano a criar estratégias para diversificar a economia e diminuir o impacto
que a queda do preço do petróleo tem tido na economia. Neste processo de diversificação
da economia foram elaborados os estudos estratégico designados por Linhas Gerais do
Executivo para reforma tributária em 2009, que deu início a materialização da reforma de
todo o sistema fiscal publicado pelo Decreto Presidencial nº 50/2011 que é o principal
documento do programa do executivo angolano neste domínio
A Reforma Tributária em curso, engloba o Sistema Fiscal e Aduaneiro como a
Administração de da Justiça Tributária. (AGT, 2011).
Foram publicados no diário da república novos Códigos Tributários que passaremos então a
citar os mais importantes: Lei que altera o Código do Imposto Industrial (aprovado pelo
decreto Legislativo Presidencial nº 19/14 de 22 de Outubro, com alterações introduzidas
pela lei nº26/20 de 20 de Julho);
Lei que aprova o código de Imposto Predial (aprovado pelo Decreto Legislativo
Presidencial nº 20/20, de 09de Junho);
Código do Imposto do Selo (aprovado pelo Decreto Legislativo Presidencial nº 3/14, de 21
Outubro aprovado pela Lei nº 19/14, de 22 de Outubro);
Lei que altera o código do Imposto de Rendimento do Trabalho (aprovado pela Lei nº
28/20 de 22 de Junho);
Lei que aprova o Imposto sobre o Valor Acrescentado (aprovado pela Lei nº 7/19 de 24
de Abril, com alterações introduzidas pela Lei nº 17/19 de 13 de Agosto);
Lei que aprova o Imposto sobre a Aplicação de Capitais (Decreto Legislativo
Presidencial nº2/14 de 20 de Outubro). (AGT, 2021).
A arrecadação tributária é primordial para o desenvolvimento e crescimento de uma nação.
O seu modelo aplicado a cada país demonstra uma grande interligação com a resolução das
desigualdades sociais. Assim o papel dos tributos vai além de financiar, pois é a fonte para
a promoção de melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.
Falar do desenvolvimento de um país relacionando-o com a questão tributária requer levar
em conta a questão da justiça social como uma fonte desenvolvimento de uma nação. A
justiça social consiste na busca, através da redistribuição de rendas, de uma vida mais justa
e digna a todos, onde se garanta uma vida com o mínimo existencial ao ser humano. Esta
redistribuição de renda é necessária para o desenvolvimento da população de um
determinado país, pois quanto mais justa for a redistribuição de renda maior será o nível e a
qualidade de vida da população
O Estado necessita de receitas que resultam dos impostos pagos pelos contribuintes
segundo as leis estabelecidas. Assim sendo, temos a definição de Imposto: Imposto é a
prestação pecuniária definitiva unilateral estabelecida por lei a favor de uma pessoa
colectiva de direito público, para a realização de fins públicos.

Classificação do Imposto
Podemos classificar os impostos em Imposto Directo e Imposto Indirecto
Imposto: É uma prestação pecuniária definitiva e unilateral estabelecida por lei a favor de
uma pessoa colectiva de direito público, para a realização de fins públicos.
O imposto é uma prestação definitiva: esta característica exclui o imposto das outras
receitas públicas, isto é, o contribuinte depois de pagar o imposto devido, não pode esperar
por um reembolso ou devolução.
O imposto é uma prestação unilateral: quer dizer que quando o contribuinte paga
impostos não tem contraprestação de serviços, porque os impostos foram criados com o
objectivo de satisfazer as necessidades colectivas, como por exemplo a construção de
estradas, de hospitais públicos, etc.
O imposto é uma prestação estabelecida por lei: os impostos são válidos desde que
tenham sido criados numa determinada Lei, uma vez que a mesma esteja fundamentada na
Constituição da República.
Imposto Directo: São aqueles cujos pressuposto correspondem à verificação ou
identificação concreta do contribuinte o qual está dotado de patri2mónio colectável ou
aufere rendimento tributado. Ex: IRT, Imposto sobre Sucessão de Doações, Imposto
Industrial, Imposto Sisa.
Imposto Indirectos: São aqueles que surgem com a ocorrência de certa despesa ou
atribuição de bens para o consumo. Ex: Imposto de Selo e o IVA.
Impostos proporcionais: São aqueles em que a taxa a aplicar é constante
independentemente da matéria colectável.
Imposto Progressivo: Nestes impostos a taxa aumenta a medida que cresce a matéria
colectável. Assim, o imposto aumenta mais que proporcionalmente, face ao aumento da
matéria colectável. Ex: O Imposto Sobre as Sucessões e Doações, Imposto de Rendimento
de Trabalho.
Passaremos então a citar as 4 fases da vida do imposto: Incidência; Lançamento;
Liquidação e Cobrança.
Incidência: é a fase em que é feita, pela lei, a definição geral e abstrata dos actos ou
situações sujeitos a impostos e das pessoas sobre quem recai a respectiva prestação;
Lançamento: é a fase do imposto que conta de um conjunto de operações administrativas
que visam a identificação do sujeito passivo do imposto e a identificação da matéria
colectável;
Liquidação: é a fase que consiste na aplicação da taxa do imposto a matéria colectável para
determinação da colecta;
Cobrança: é a fase que consiste na entrada do montante do imposto os cofres do Estado.
A seguir, passaremos então a citar os impostos mais utilizados em Angola para a
arrecadação de receita
IRT- Imposto Sobre o Rendimento do Trabalho: Incide sobre o rendimento dos
trabalhadores por conta própria (profissionais liberais, comerciais e industriais), ou por
conta de outrem (trabalhadores dependentes).
I.I - Imposto Industrial: Incide sobre os lucros obtidos no exercício de qualquer atividade
de natureza comercial ou industrial.
S.S- Segurança Social : Também entendida como uma prestação social obrigatória, é uma
reali
IVA- Imposto sobre o valor Acrescentado

Objectivos dos Impostos na Economia

Existem diversos agentes que intervêm na economia de um país, que são as famílias (têm a
função de consumir os bens e serviços), as empresas não financeiras (têm a função de
produzir bens e serviços), as empresas financeiras (têm a função de prestar serviços
financeiros), o Estado (tem a função de satisfazer as necessidades colectivas, assim como
também a redistribuição do rendimento), os países estrangeiros (têm a função de trocar
bens, serviços e capitais com o nosso país). A finalidade primordial dos impostos na
economia de qualquer país é a cobertura das despesas públicas.
A intervenção do Estado na economia sempre foi assunto de controvérsias desde há
séculos. A mão invisível - termo econômico descrito por Smith – serviu para apontar como
numa economia de mercado, apesar da inexistência de uma entidade coordenadora do
interesse comum, a interação dos indivíduos parece sempre resultar numa determinada
ordem que os orientasse. Essa mão invisível, contudo, corresponde ao conjunto de forças
individuais operando na mais pura concorrência para satisfazer os desejos individuais, ou
seja, realizar as necessidades de venda (oferta) e de compra (demanda).
Os benefícios fiscais são importantes na atracção do investimento privado, porque
influenciam na redução da taxa de desemprego, aumentando o produto interno bruto, assim
como o combate das assimetrias regionais. Mas não é de todo um factor determinante,
porque existem outras variáveis como é o caso do bom ambiente de negócios.

Importância Dos Impostos Para O Desenvolvimento Económico-Social De

Angola
Relativamente a esse tema podemos dizer que as medidas fiscais que estão a ser
implementadas pelo actual governo das quais algumas delas podem dar-nos a noção de que
Angola está a dar passos seguros no caminho do seu desenvolvimento económico e social.
As riquezas naturais de Angola para além de petróleo que ainda é e continuará a ser durante
muito tempo o seu principal produto gerador de riqueza, tem, no entanto, condições noutras
áreas económicas como, mineralogia e a agricultura sector de atividade que podem
potenciar o desenvolvimento económico sustentável do país desde que sejam definidas
políticas corretas de investimento e de atração do investimento estrangeiro, através de
medidas fiscais como, atribuição de benefícios fiscais muito concretos as áreas
fundamentais da economia. (PWC, 2015).
Parece obvio que não podemos dissociar o crescimento econômico e as melhorias das
condições sociais sem uma política económica e fiscal mais equitativa que seja capaz de
produzir riqueza para o país e ao mesmo tempo permitir redistribuir essa riqueza pelas
classes angolanas mais desfavorecidas. (PWC,2015).
A agricultura, a manufatura e o transporte, representam um dos sectores com um papel
importantíssimo no desenvolvimento socioeconómico e na diversificação da economia
angolana e sua contribuição para o crescimento tem sido relevante.
TECNICAS DE COBRANÇA DE IMPOSTO
Antes da independência, as técnicas as técnicas de cobranças nos vários impostos eram
fundamentalmente idênticas as que eram usadas no Continente Europeu, mas propriamente
em Portugal. (Francisco, 2018)
No caso de Angola estava dividida em províncias, na sede da província uma direção de
finanças que depois espalhava por toda província uma rede de Repartições de finanças que
tinha como objectivos a recolha dos impostos nas várias províncias.
Era em Luanda que estava a sede as Finanças de Angola que fazia articulação entre os
vários serviços fiscais provinciais e a sede. Já no período pós dependência e durante os
primeiros anos, o sistema de arrecadação não mudou muito praticamente, metendo a
primeira estrutura da época colonial, até porque os impostos até a primeira reforma fiscal se
mantiveram os mesmos.
A partir da primeira reforma fiscal angolana em 1972 foram introduzidas algumas
alterações tendo em atenção a atenção a natureza do novo regime político que estava a
nascer em Angola, mas que foi interrompido pelo período da guerra civil que durante cerca
de 30 anos devastou completamente o país.
É evidente neste período que não há mecanismo ou técnicas de cobrança do imposto já que
o país estava dividido e por tanto era impossível a cobrança de quais quer imposto em todo
território. Só em tempo de paz se começou a dar passos para reforma fiscal do sistema
angola que veio resultar nesta última reforma. Angola, apesar da sua potencial riqueza
ainda apresenta níveis de pobreza da população muito elevada. (Francisco, 2018).
A técnica de cobrança do imposto actualmente já conta com mecanismos mais modernos
usando sistema informático,
 CONCLUSÃO
Finanças Públicas para o desenvolvimento sustentável
Objectivo de desenvolvimento sustentável da agenda de 202ººººººº reforçar meios de
implementação e revitalizar parceria global de desenvolvimento sustentável
Conclusão
Em suma, o sistema tributário angolano padece de vários problemas principalmente na
questão da descentralização fiscal e do financiamento dos seus recursos arrecadados. Para
que a arrecadação tributária seja eficiente é necessário que o governo trace algumas
medidas pertinentes para reduzir a desigualdade social, medidas estás que partem da
necessidade de diversificar a economia. Estas medidas podem ser baseadas na criação de
um ambiente adequado ao aumento da produção interna de bens e de serviços, apostando-se
no investimento privado nacional e estrangeiro