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Justiça refuta a tentativa de intimidação realizada por Diretores da

OAB/DF a Dirigentes Sindicais que requereram ao Ministério Público do


Trabalho a apuração de práticas de assédio moral, condições degradantes
e outras perseguições em detrimento dos funcionários da OAB/DF.

O 3º Juizado Especial Criminal de Brasília-DF rejeitou a queixa-crime apresentada pela


Vice-Presidente da OAB/DF, Dra. Cristiane Damasceno Leite Vieira, que ajuizou uma ação
pedindo a condenação e prisão do Presidente do SINDECOF-DF – Sindicato dos Empregados em
Conselhos e Ordens de Fiscalização Profissional e Entidades Coligadas e Afins do Distrito Federal,
em função de uma manifestação/requerimento do Sindicato em um Inquérito no âmbito do
Ministério Público do Trabalho – MPT, o qual averigua demissões irregulares, assédio moral e
outras práticas ilegais no âmbito da OAB/DF (PP nº 002048.2020.10.000/1), processo este que
é público e que pode ser acessado por qualquer cidadão.

A manifestação do Sindicato só ocorreu porque o MPT/DF pediu que o SINDECOF-DF se


manifestasse diante da denúncia em sigilo realizada por funcionários da OAB/DF com evidentes
indícios de irregularidades.

Vale salientar que os depoimentos de funcionários e manifestação do Sindicato diziam


respeito a questões completamente absurdas tais como funcionários terem que urinar e defecar
em terrenos baldios, pois não possuíam banheiros em condições de uso, assédios morais dos
mais diversos, chegando ao ponto de um funcionário tentar praticar o suicídio, além de
intimidações praticadas por assessores que afirmavam que a OAB/DF “manda” no Poder
Judiciário e no Ministério Público.

A atual Gestão da OAB/DF ao invés de corrigir os problemas seguiu com sua política de
perseguição aos funcionários e dirigentes sindicais, nada fazendo para resolver os problemas
trabalhistas dos servidores da entidade que congrega a classe dos profissionais da advocacia.
Quando o Sindicato atuou em defesa da categoria, tentaram realizar uma prática anti-sindical
das mais repudiáveis.

Contudo o Poder Judiciário está atento aos absurdos que ocorrem no âmbito da OAB/DF,
em especial, o magistrado do 3º Juizado Especial Criminal de Brasília que rejeitou a queixa crime
(Número do processo: 0754139-40.2020.8.07.0016), vejamos um trecho da decisão:

“No presente caso, contudo, verifica-se que o fato que se entendeu difamatório consta de
ofício n.º 120/2020 – PRES – do SINDECOF/DF (ID. 79836622), assinado pelo seu
Presidente Douglas de Almeida Cunha. Conforme se observa do inteiro teor do ofício, os
fatos ali relatados – cuja veracidade ou comprovação não são objeto de cognição deste
juízo – estão descritos no exercício da defesa dos interesses dos sindicalizados, atuando
o seu signatário de forma regular.

Não há, aqui, desbordamento ou desvio de conduta do querelado apto a fazer intuir
objetivo intenção de atribuir à querelante fato que sabe ser falso (elemento subjetivo do
tipo da difamação), mas exercício do direito de defesa dos interesses sindicais e dos
trabalhadores sindicalizados, nos termos do artigo 8º, inciso III, da Constituição da
República Federativa do Brasil.

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Desta forma, como corolário da proteção sindical, e da necessidade do exercício pelos seus
dirigentes da defesa dos interesses da categoria e dos sindicalizados, não há como
reconhecer a existência de dolo difamatório quando, em documento oficial em que atue
em defesa de tais prerrogativas, ocasionalmente atribui fato desabonador a conduta de
outrem.

Diversa seria a situação se o querelado, de forma deliberada, fizesse uso de tal documento
para atribuir fato desabonador a um indivíduo que não possui qualquer vinculação com
sua atuação sindical. Contudo, não ocorrendo tal hipótese, está afastado de plano o tipo
subjetivo do delito de difamação, pela ausência do elemento subjetivo por ele exigido.

Assim, a rejeição da queixa-crime é medida que se impõe.” (grifos nossos)

A citação pelo magistrado do Artigo 8º, inciso III, da Constituição Federal não é por acaso,
na verdade o mesmo explica que “ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos
ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;”. Ademais, no
estado democrático de direito, ninguém está acima da lei. Isso deveria ser algo a ser seguido de
ofício pela atual gestão da OAB/DF, contudo temos aqui uma demonstração clara do
desconhecimento do estatuto da advocacia que estabelece a finalidade da Ordem, vejamos:

“Art. 44. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), serviço público, dotada de
personalidade jurídica e forma federativa, tem por finalidade:

I - defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos


humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida
administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas;”
(grifos nossos)

É lamentável que a atual gestão da OAB/DF: 1) não respeite os funcionários; 2) coloca os


mesmos em condições desumanas de trabalho; 3) falta com a verdade no âmbito do Poder
Judiciário e do Ministério Público; 4) realiza práticas de assédio moral; 5) não respeita os acordos
trabalhistas firmados; 6) persegue dirigentes sindicais e sindicatos a fim de encobrir fatos que
ocorrem nas dependências da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Distrito Federal.

A atual diretoria da OAB/DF, publicamente, propala discursos com fins políticos de defesa
dos diretos humanos, porém tais argumentos só servem para divulgações midiáticas, pois
internamente os funcionários vivem tormentas que atentam contra os direitos humanos e
contra os direitos trabalhistas, ou seja, atentam contra a dignidade da pessoa humana.

Apenas para recordar, a diretoria atual da OAB/DF, irresponsavelmente, divulgou que a


greve dos funcionários da entidade era política, mas assinou um acordo coletivo quitando o
passivo que afirmava não existir. Levianamente, divulgou que as denuncias e requerimentos de
apurações junto ao Ministério Público do Trabalho eram políticas, sonegando da sociedade e da
classe dos advogados que existem inúmeros depoimentos de funcionários comprovando as
práticas ilegais que devem ser apuradas pelos órgãos competentes.

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Registre-se também que a atual diretoria da OAB/DF, falsamente, divulgou que as
negociações coletivas que ocorreram nos anos de 2019, 2020 e 2021 eram de cunho político.
contudo o Sindicato sempre cumpriu exclusivamente seu papel confirmando a incapacidade e
as artimanhas da atual gestão em se defender apenas com fake News, uma vez que a atual
diretoria sempre alega que tudo objetiva influenciar o processo eleitoral da entidade.

Gravíssimo é também o fato do presidente da OAB/DF, Dr. Délio Fortes Lins e Silva Júnior,
de forma ilegal e arbitrária, quebrar o sigilo do cliente, ora presidente do SINDECOF-DF, com o
seu advogado, que integra o escritório Riedel Resende Advogados Associados e ainda divulgar
tal feito na mídia.

Essa entidade sindical vem reafirmar seu papel na defesa dos interesses da categoria que
representa de forma intransigente, conforme esculpido na Constituição Federal do país.

Por fim, registramos que o SINDECOF-DF entende que a atual diretoria da OAB/DF atenta
rotineiramente contra o estado democrático de direito, mas este sindicato, perante os seus
filiados e a sociedade do Distrito Federal, informa que jamais se curvará à tirania de quem quer
que seja!

Brasília-DF, 29 de junho de 2021.

Diretoria SINDECOF-DF

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