Autor:
Gilson Wessler Michels (DRJ/Florianópolis/SC)
Fone: (0XX48) 3205-6740
E-mails: gilson.michels@receita.fazenda.gov.br e gilsonwmichels@uol.com.br
1
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Índice Geral
Introdução
PARTE I
Introdução ao Processo Administrativo Fiscal
2
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
3
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
PARTE II
Comentários e Anotações ao Decreto n.o 70.235/1972
Índice por Assuntos
Disposição preliminar
Capítulo I – Do Processo Fiscal
Seção I – Dos Atos e Termos processuais
Seção II – Dos Prazos
Seção III – Do Procedimento
Seção IV – Da Intimação
4
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Seção V – Da Competência
Seção VI – Do Julgamento em Primeira Instância
Seção VII – Do Julgamento em Segunda Instância
Seção VIII – Do Julgamento em Instância Especial
Seção IX – Da Eficácia e Execução das Decisões
Capítulo II – Da Consulta
Capítulo III – Das Nulidades
Capítulo IV – Disposições Finais e Transitórias
Referências bibliográficas
5
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Introdução
anotações aos dispositivos do Decreto n.o 70.235/1972, que compõem a segunda parte
deste trabalho). Ainda nesta parte são identificados os outros tipos de processos
administrativos existentes no âmbito tributário federal, com resumos de seus ritos ou
indicação de suas fontes legais. Por fim, são também enfocados alguns temas específicos
que demandam abordagem individualizada, como tais: as nulidades, os atos de
comunicação, as provas e os recursos.
Na segunda parte, o trabalho é composto pelos comentários e anotações aos
dispositivos do Decreto n.o 70.235/1972. A preocupação foi a de fornecer informação
objetiva, atualizada e contextualizada, com o fim de permitir uma fácil compreensão da
tessitura do processo de determinação e exigência de créditos tributários federais,
processo este que tem importância fulcral para o processo administrativo brasileiro, por
duas razões principais: primeiro, porque estabelece de forma predominante os passos da
atuação de ofício da Administração Tributária federal e da atuação dos órgãos julgadores
que apreciam os recursos interpostos contra tal atuação de ofício, além de se conformar
como o rito que é utilizado de forma subsidiária por vários outras espécies de processos
administrativos fiscais; e, segundo, porque o Decreto n.o 70.235/1972 que lhe dá suporte,
influenciou e tem influenciado a conformação de outros ritos procedimentais na esfera de
outros entes federativos.
Algumas observações complementares são necessárias.
Primeiro, é preciso ressaltar que optou-se neste trabalho por usar a expressão
“processo administrativo fiscal”, ao invés das atualmente muito utilizadas “processo
administrativo tributário” ou “processo tributário administrativo”, em razão de seu uso
tão disseminado. Há um prejuízo em termos de especificidade, mas aqui se rende
homenagem à tradição.
Segundo, ao longo do trabalho é utilizada a expressão "contencioso
administrativo" para fazer referência à fase do processo administrativo fiscal (em qualquer
de suas espécies) em que há litígio estabelecido em razão da insurgência do sujeito passivo
quanto a algum ato praticado pela Administração Tributária e seus agentes, demandando,
portanto, a atuação dos órgãos julgadores administrativos. Faz-se esta observação com o
fim de deixar claro que "contencioso administrativo" não tem, aqui, o significado que
assume na esfera judicial, onde é sinônimo de litígios levados ao Poder Judiciário que se
relacionam com matérias afetas ao Direito Administrativo.
No mais, é desejo do autor que o presente trabalho contribua tanto para a atuação
daqueles que militam no processo administrativo fiscal, quanto para aqueles que buscam
se familiarizar com esta importante via de tutela dos direitos da Fazenda Nacional e dos
cidadãos.
7
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
PARTE I
Introdução ao Processo Administrativo Fiscal
8
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
1
Odete Medauar, 1993, p. 32.
9
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Estas mudanças no Direito Administrativo não se têm dado, entretanto, como mero
resultado de uma evolução da processualística administrativa. Na verdade, é um
10
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
2
Para uma ampla visão das novas formas de atuação da Administração Pública, bem como da crise de paradigmas
administrativos e das mudanças operadas no Direito Administrativo nos últimos anos, ver Gustavo Binenbojm (2008, p.
9-48).
11
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Esta é, aliás, outra revisão que acabará por ser feita. Com as novas disposições
constitucionais, não há mais como entender aplicáveis ao processo administrativo, todos
os princípios que a doutrina lhe atribuiu há já algum tempo, no âmbito de uma realidade
que já não existe.
Para limitar a discussão aqui ao referido princípio do informalismo, basta dizer que
com a enfatização da peremptoriedade dos prazos e o efeito preclusivo dos atos
praticados, com a intensificação do conteúdo formal e material das decisões e com a
ampliação da complexidade dos procedimentos, não há como falar-se mais em
informalismo, ou mesmo, como defendem alguns doutrinadores, em formalismo
moderado. Na prática, o formalismo acaba se impondo em face de que a crescente
sofisticação de grande parte dos ritos e de seus efeitos práticos torna imprescindível, entre
outras medidas, a defesa técnica e a minudente disposição das responsabilidades das
partes e dos prazos a serem cumpridos.
Pode-se exemplificar, primeiro, com a evolução experimentada pelo procedimento
relativo à exigência de créditos tributários federais – o chamado processo administrativo
fiscal. No período que se seguiu à promulgação da Constituição de 1988, inúmeros atos
legais enrijeceram o rito, com a reafirmação da força preclusiva dos atos já realizados e
com as restrições à apresentação de provas fora dos momentos determinados.
Da mesma forma, foram criadas, em 1993, unidades administrativas, internas à
Administração Tributária, especializadas em julgamento, o que, se por um lado
representou um avanço, dado que além de se ter criado um “duplo grau de jurisdição
administrativa” – Delegacias de Julgamento e o atual Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais -, deixaram os lançamentos fiscais de ser julgados pelas mesmas unidades
que os formalizavam, por outro trouxe complexidade ao procedimento, sendo hoje difícil
imaginar que ao rito posto possam ser associadas “informalidades” – que seriam
prontamente argüidas como causas de nulidade – ou que ele possa ser enfrentado pelo
cidadão comum sem o assessoramento de um especialista no assunto.
Outro exemplo tem-se com o procedimento relativo à apuração de infrações contra
a ordem econômica. O artigo 3.º da Lei n.º 8.884/1994 atribuiu ao Conselho
Administrativo de Defesa Econômica – CADE, organismo responsável pelo julgamento
administrativo destas infrações, o status de órgão judicante com jurisdição em todo o
território nacional. Muito embora não exista, ainda, um entendimento pacífico quanto à
extensão exata desta atribuição, representa ela, ao menos, um claro robustecimento da
força da manifestação prolatada pelo ente administrativo, em evidente detrimento da
atuação pretoriana.
Tais exemplos são suficientes para que reste evidenciado, então, que os
procedimentos administrativos deixaram de ser meros impulsionadores da atividade
regular do Estado, para, a partir da processualização de seu conteúdo, incorporarem ritos
que se assemelham em muito à atuação do Poder Judiciário, pelas repercussões que
podem ter sobre a esfera dos interesses de cidadãos e instituições.
12
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
3
James Marins, 2002, p. 19-28.
13
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
de um “conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida” (Carnelutti). A partir daí,
o detentor do direito cujo exercício encontra resistência, tem o direito de ação,4 que é um
direito público subjetivo de invocar a prestação jurisdicional, distinto do direito material e
da demanda em sentido formal, e que, por óbvio, pressupõe a existência de lide. Proposta
a ação, o Estado dirime o litígio por meio da jurisdição, que nada mais é que poder estatal
de resolver os litígios surgidos entre os particulares ou entre estes e o Estado.5 A
jurisdição, a sua vez, se exterioriza pelo processo,6 instrumento por meio do qual os
órgãos jurisdicionais atuam para pacificar as partes litigantes, eliminando os conflitos e
fazendo aplicar o preceito jurídico pertinente. Por fim, não há processo sem o direito de
defesa,7 que é o reverso do direito de ação e que se constitui no direito do demandado de
se contrapor ao pedido do autor da demanda (o direito de defesa exterioriza-se
concretamente por via dos princípios do contraditório e da ampla defesa e é um direito
público subjetivo de se contrapor à prestação jurisdicional, distinto do direito material).
14
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
se dá, tanto em sede judicial quanto em sede administrativa, por meio da adoção irrestrita
dos princípios do contraditório e da ampla defesa).
Não se pode dizer, assim, que na relação processual que se estabelece no âmbito do
processo administrativo fiscal, estejam ausentes os elementos-chave que permitiriam sua
abordagem no plano da teoria geral do processo (figura 5):
(a) há lide, caracterizada pela resistência do sujeito passivo à pretensão formulada,
em regra, de forma unilateral pelo Estado (o lançamento tributário);
(b) há exercício de direito de ação por parte do sujeito passivo, caracterizada pelo
acionamento do contencioso administrativo fiscal;
(c) há jurisdição, na medida em que há autoridades administrativas especializadas
em julgamento, que atuam de forma separada das autoridades fiscais responsáveis pela
fiscalização, e que prolatam decisões que, embora não façam coisa julgada (em razão do
princípio da unicidade de jurisdição), produzem decisões vinculantes e terminativas em
relação à Fazenda Nacional (tais decisões vinculantes e terminativas se dão, em regra,
quando o lançamento tributário é invalidado de forma parcial ou integral, bem como nos
casos em que direitos creditórios são reconhecidos ao sujeito passivo). Tais circunstâncias
permitem afirmar, portanto, a existência de uma Administração judicante; e isto não no
sentido da relativização do princípio da unicidade de jurisdição, mas no da afirmação de
que decisões dos órgãos julgadores administrativos podem, sim, dar solução final aos
litígios tributários;
(d) há processo, na medida em que há ritos, formas e competências expressamente
definidos em atos legais (como tal, em especial, o Decreto n.o 70.235/1972), com pouco ou
nenhum espaço concedido à discricionariedade administrativa em sede contenciosa ou à
15
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Por óbvio que existem distinções entre os processos judicial e administrativo, mas
não são elas de ordem tal a macular o paralelismo acima traçado. De se ver:
(a) a relação triangular: no caso do processo administrativo, a tripartição do
processo judicial (autor, réu e julgador) subsiste nas figuras da Administração ativa (a que
fiscaliza e impõe a exigência resistida), o sujeito passivo (que contesta a imposição da
Administração ativa) e a Administração judicante (que atua especificamente na atividade
de julgamento, em órgãos separados dentro da Secretaria da Receita Federal do Brasil e do
Ministério da Fazenda e dirime os litígios de forma independente);
(b) a eficácia das decisões: apesar de as decisões administrativas, mesmo quando
proferidas em última instância, serem passíveis de anulação pelo Poder Judiciário, em
virtude do princípio da inafastabilidade da apreciação pelo Judiciário (CF, art.5º, inciso
XXXV), certo é que, em especial nos casos de decisões favoráveis ao sujeito passivo, tais
decisões acabam dirimindo de forma definitiva os litígios;
(c) caráter expropriatório: as decisões administrativas não têm caráter
expropriatório, como o podem ter as decisões judiciais (prolatadas, em regra, em sede de
execução fiscal), mas tal caráter, especialmente nos casos de decisões administrativas
16
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
favoráveis aos sujeitos passivos, deixam de ter razão de ser. De qualquer modo, a
propositura da ação judicial que dá ensejo à expropriação de bens, demanda
procedimentos administrativos prévios, como tal a geração da certidão de dívida ativa,
que tem por detrás dela o conjunto de atos administrativos, contenciosos ou não, que dão
validade ao crédito tributário a ser executado;
(d) formalidades processuais: muito embora seja usual a afirmação de que o
processo judicial é formal e que o processo administrativo é informado pelo princípio do
informalismo (o que significaria um certo desapego às formas rígidas no curso do
processo), verdade é que hoje, no atual estágio de desenvolvimento do processo
administrativo, tal distinção perdeu muito de seu vigor. É que com a drastificação dos
ritos procedimentais administrativos e com a adoção de prazos preclusivos para a prática
da maior parte dos atos processuais, não há mais informalismo no processo
administrativo, e sim, quando muito, formalismo moderado (sobre isto é feita abordagem
mais detalhada no item 3.1);
(e) condução do processo: apesar de no processo administrativo viger o princípio
da oficialidade e no processo administrativo imperar o princípio da inércia da jurisdição,
com isto significando que a ausência do autor, no processo, não encerra o processo
administrativo, mas dá causa ao encerramento do processo judicial, certo é que tal
distinção fica muito minorada no âmbito da fase contenciosa do processo administrativo
fiscal. É que na fase contenciosa, a ausência do contribuinte, caracterizada, por exemplo,
pela perda do prazo para contestar, tem como consequencia a declaração de definitividade
da exigência tributária em sede administrativa. É certo que os procedimentos que se
seguem a esta declaração de definitividade - especialmente vinculados à cobrança do
crédito tributário - serão regularmente adotados pela Administração Fazendária, mas a
fase de dirimição do litígio, em sede administrativa contenciosa, terá tido termo final;
(f) a busca da verdade: também é usual a afirmação de no processo judicial vige o
princípio da verdade formal e de que no processo administrativo impera o princípio da
verdade material. Também isto, porém, já não é mais bem assim. Com o crescente
enrijecimento do processo administrativo – operado por disposições como a que prevê
prazos preclusivos para a apresentação de provas -, há hoje o reconhecimento de que a
verdade material é um mito em qualquer seara, e que o julgador, seja o judicial ou seja o
administrativo, na expressiva maioria das vezes acaba chegando apenas a um juízo de
verossimilhança, a uma verdade parcial, portanto a uma verdade que é verdade a partir
da realidade restrita dos autos que compõem fisicamente o processo (sobre isto é feita
abordagem mais detalhada nos itens 3.2 e 8). Assim, esta distinção entre os processos
judicial e administrativo, se existe, é mais de grau que de princípio informador.
Assim, por fim, identificadas mais similaridades que diferenças entre os processos
judicial e administrativo no plano da teoria geral do processo, pode-se intentar a produção
de um quadro no qual o iter dos dois processos aparecem lado a lado, como exposto na
figura 6, a seguir (no quadro, o processo judicial é posto ao lado do processo
administrativo de determinação e exigência de créditos tributários federais, previsto no
Decreto n.o 70.235/1972).
17
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
18
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
O Brasil adota um modelo de processo administrativo fiscal peculiar, que não tem
aplicação uniforme na cena internacional. A rigor, são muitos os modelos de solução de
litígios tributários encontrados no mundo. Na França, tem-se a tão decantada jurisdição
administrativa (tribunais administrativos com decisões que fazem coisa julgada); na
Espanha há uma ampla estrutura administrativa destinada à apreciação dos recursos dos
contribuintes e, apesar de suas decisões, como no Brasil, não fazerem coisa julgada, há a
exigência legal do prévio esgotamento da via administrativa para o acesso ao Poder
Judiciário; no Chile, a opção, recente, foi a da instituição de tribunais especificamente
tributários, não vinculados ao Poder Judiciário, com a atuação administrativa, em termos
de apreciação de recursos dos contribuintes, limitada a escassos casos de menor
relevância. Enfim, a variedade de modelos é muito grande e atende às peculiaridades das
sociedades e das ordens jurídicas de cada país.
O modelo brasileiro é peculiar porque apesar de estar fundado num sofisticado rito
procedimental de até três instâncias de julgamento colegiado, é uma alternativa colocada à
disposição dos contribuintes que não traz qualquer limitação para a eventual pendenga
judicial posterior. Em outras palavras, no Brasil o acesso às instâncias administrativas é
uma faculdade no sentido mais amplo do termo, pois o uso de tal alternativa não resultará
em uma decisão final acerca do litígio (pois a decisão administrativa não faz coisa julgada),
e nem trará qualquer limitação tanto em termos do posterior acesso ao âmbito judicial
quanto em termos da amplitude do que pode vir a ser discutido judicialmente (a discussão
pode ser integralmente renovada, sem que o processo administrativo tenha qualquer
efeito sobre os limites do litígio na esfera judicial).
As razões para a adoção de um sistema tão compartimentado parecem estar
fundadas numa visão estrita do princípio da separação dos poderes, qual seja a de que a
função do Legislativo é legislar, a função do Judiciário é julgar e a função do Executivo,
por fim, é governar. Ocorre, porém, que o princípio evoluiu no sentido de incorporar a
noção da interdependência das funções do Estado e, com isto, difundir a idéia de que para
além da separação formal destas funções, deve imperar a independência harmônica,
calcada não em funções privativas, mas em funções estatais precípuas. Em outras palavras,
cada poder exercita as três funções jurídicas do Estado; uma obviamente em caráter
predominante e as outras em caráter subsidiário.
Dentro deste novo quadro, não há mais razões que justifiquem a excessiva
estanqueidade, hoje existente, no Brasil, entre os processos administrativo e judicial. Sim,
19
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
porque não haveria qualquer prejuízo ao princípio da unicidade de jurisdição, caso fossem
criados vínculos entre os dois processos no sentido de que os autos do processo
administrativo fossem aproveitados no processo judicial e de que a discussão
administrativa tivesse influência no que pudesse vir a ser discutido em sede judicial (em
termos, por exemplo, de delimitação do litígio). Com isto, se poderia evitar o uso de dois
aparelhos estatais para a repetição de atividades já realizadas ou mesmo a discussão do
mesmo objeto por via de fundamentos de fato e de direito distintos nestas duas esferas.
De se lembrar que há muitos países, como a Espanha e a Alemanha, que impõem
como condição para o acesso ao Poder Judiciário, o prévio esgotamento das vias
administrativas, com isto condicionando a discussão nas duas esferas a limites, em geral,
comuns. Não é lícita, por exemplo, a inovação irrestrita das alegações quando da
passagem da via administrativa para via judicial. A produção, perante o Poder Judiciário,
de novas provas acerca de alegações já previamente postas à apreciação administrativa, é
possível; o que não é possível é inovar nas alegações (até porque, a contrário senso, isto
tornaria inócua a exigência do prévio esgotamento das vias administrativas).
Por óbvio que a adoção de um tal sistema no Brasil, depende da efetiva
profissionalização da atividade de julgamento administrativo, mas não se pode negar que
a evolução do contencioso administrativo operada ao longo dos últimos anos (e que está
melhor abordada no item 1), cria as condições para mudanças desta natureza.
São vários os efeitos indesejáveis da excessiva compartimentação entre as vias
administrativa e judicial. Além da possibilidade do uso desvirtuado do sistema (por sua
utilização meramente protelatória por parte de litigantes de má-fé), ela impede que o
processo administrativo fiscal seja tratado como parte do direito processual tributário. É
certo que não existe, no Brasil, um código de processo tributário formalmente editado,
mas não se pode dizer que já não existam princípios e normas que sirvam à peculiarização
da relação processual de caráter jurídico-tributário. Assim, a aludida compartimentação
dificulta a abordagem do processo administrativo fiscal dentro de uma teoria geral do
processo tributário, com todos os prejuízos inerentes à ausência de tratamento conciliado
das duas esferas.
De outro lado, é de se lamentar o ainda hoje vigente distanciamento entre o direito
material e o direito processual administrativo fiscal, fonte que é de boa parte das mazelas
atualmente vivenciadas pelo processo administrativo fiscal em termos de sua efetividade e
da agilidade na solução dos litígios.
De há muito se firmou a idéia de que o direito processual, apesar de ser um ramo
autônomo do Direito, possui função instrumental em relação ao direito material; e
instrumental não no sentido de secundário (como se intentou afirmar em um primeiro
momento da chamada "fase instrumentalista" do direito processual), mas na acepção de
um direito que serve à satisfação de pretensões jurídicas controversas ou resistidas. E é
esta visão instrumentalista que vem informando, em grande parte, as constantes reformas
dos códigos processuais judiciais brasileiros ao longo dos últimos anos. A busca pela
efetividade do processo tem informado de forma contundente as reformas do nosso codex
20
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
processual ao longo dos últimos anos, fazendo com que as antigas teses da separação entre
direito processual e direito material perdessem campo e defensores.8
Exemplos deste movimento de aproximação do direito processual e do direito
material são a proliferação das medidas liminares, a intensificação das medidas cautelares,
a superveniência da tutela antecipatória e a criação de ritos diferenciados definidos para
determinados tipos de litígios. Todos estes remédios, à evidência, intentam a proteção
provisória e/ou a efetividade de bens ou direitos que estão sendo discutidos
judicialmente.
Esta diversificação do direito processual judicial, entretanto, ainda não chegou ao
processo administrativo fiscal. Apesar dos progressivos aumentos do tempo de
julgamento administrativo e do estoque de processos, o processo administrativo fiscal
continua regido, basicamente, por um rito procedimental de até três instâncias colegiadas;
ou seja, todos os litígios, independentemente da matéria sobre que versem ou dos valores
envolvidos, passam pelo mesmo rito de cognição exauriente. O fato de haver alguns ritos
específicos para algumas situações específicas, não infirma o dito, pois o rito do processo
de determinação e exigência de créditos tributários federais acaba sendo aplicado, a partir
de determinada etapa da atuação administrativa, como base para a expressiva maior parte
daqueles outros ritos.
Assim é que, para a discussão de litígios muito díspares em termos de valores ou de
relevância da matéria, é adotado um rito longo que traz prejuízos tanto ao contribuinte,
pela demora da manifestação administrativa, quanto à Fazenda Nacional, pela
postergação da cobrança de créditos tributários. À evidência, tal quadro encontra base na
adoção superestimada do princípio da isonomia, traduzida na idéia de que todos os
contribuintes devem ter seus litígios apreciados pelas mesmas regras, independentemente
de valor, matéria etc. Mas é preciso, porém, sopesar princípios de outra ordem, ou
balanceá-los - como é, aliás, da própria natureza dos princípios. Assim, tão importante
quanto o princípio da isonomia são os princípios da celeridade, do devido processo legal,
da eficiência, do interesse público etc. E é igualmente importante pensar a dinâmica
processual administrativa por meio de uma visão de conjunto dos litígios que a compõem
a atuação administrativa, hierarquizando situações e formulando tratamentos processuais
que sirvam à conformação efetivamente instrumental desta seara jurídica em relação ao
direito material que dá fundo aos conflitos de interesses.
De se ressaltar, por fim, que a visão instrumental do processo traz efeitos em
múltiplas etapas da conformação da norma; para o legislador, impõe a criação de normas
processuais que atendam às características do direito material; e para o operador jurídico,
demanda que, na interpretação da norma processual, seja ela entendida como meio de
satisfação do direito material.
21
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
22
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
23
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Evidenciado resta, portanto, para além de suas vantagens, o locus diferenciado dos
sistemas administrativos de solução de litígios.
9
Antonio Fonseca, 1998, p. 232-233.
24
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
25
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
26
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
10
Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhardt, 2000, p.37.
27
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
28
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Por fim, é preciso ter em conta duas dimensões distintas do princípio do devido
processo legal, quais sejam:
(a) devido processo adjetivo ou procedimental: caracteriza-se pela simples norma de
respeito ao procedimento previamente regulado (acepção mais restrita adotada pela
doutrina);
(b) devido processo legal substantivo ou material: manifestação do devido processo legal
na esfera material. Tutela o direito material do cidadão, inibindo que lei em sentido
genérico ou ato administrativo ofendam os direitos do cidadão, como a vida, a liberdade e
a propriedade.
Tal distinção foi bastante bem ressaltada pelo Supremo Tribunal Federal, nos
seguintes termos: "Abrindo o debate, deixo expresso que a Constituição de 1988 consagra
o devido processo legal nos seus dois aspectos, substantivo e processual, nos incisos LIV e
LV, do art. 5º, respectivamente. (...) Due process of law, com conteúdo substantivo -
substantive due process - constitui limite ao Legislativo, no sentido de que as leis devem ser
elaboradas com justiça, devem ser dotadas de razoabilidade (reasonableness) e de
racionalidade (rationality), devem guardar, segundo W. Holmes, um real e substancial
nexo com o objetivo que se quer atingir. Paralelamente, due process of law, com caráter
processual - procedural due process - garante às pessoas um procedimento judicial justo, com
direito de defesa." (ADIn n.o 1.511-MC, voto do Ministro Carlos Velloso).
Não há, na lei, um conceito objetivo do que seja a ampla defesa, nem mesmo há
uma definição de seu conteúdo mínimo. Partindo-se, portanto, do comando constitucional
que assegura o direito da ampla defesa, “com os meios e recursos a ela inerentes” (inciso
LV do artigo 5.º), cumpre que se busque, na doutrina, a extensão de seus limites.
Para Alberto Xavier, o direito de ampla defesa é manifestação do devido processo
legal, sendo seu significado prático o de que o poder jurídico-público se faça nos termos de
um processo justo e disciplinado em lei, no qual seja dado ao particular afetado, o direito
de conhecer os fatos e o direito invocado pela autoridade, além do direito de ser ouvido
pessoalmente e de apresentar provas, confrontando as posições que lhes são opostas.
Assim se manifesta o jurista:
O direito de ampla defesa reveste, hoje, a natureza de um direito de audiência (audi
alteram partem), nos termos do qual nenhum ato administrativo suscetível de produzir
conseqüências desfavoráveis para o administrado poderá ser praticado de modo
definitivo sem que a este tenha sido dada a oportunidade de apresentar as razões (fatos e
provas) que achar convenientes à defesa dos seus interesses.
[...]
O direito de defesa ou direito de audiência é um direito de participação procedimental,
que pressupõe a atribuição ao particular do estatuto jurídico de “parte” no
procedimento administrativo, com vista à defesa de interesses próprios. 11
11
Alberto Xavier, 1997, p. 161-162.
29
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
12
Celso Ribeiro Bastos, 1989, p. 267-268.
13
Nelson Nery Costa, 1997, p.16-17.
14
Odete Medauar, 1993, p. 112.
30
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
entanto, que a exigência poderia existir em casos específicos, especialmente nos casos em
que os processos atingissem com gravidade os direitos e atividades do cidadão (exemplos:
demissão, fechamento de estabelecimento comercial etc.);
(d) obrigatoriedade da informação geral: de todos os fatos e desdobramentos do feito
administrativo devem ser cientificados os interessados. “Assim, o direito de ser notificado
do início do processo, devendo constar do texto a indicação dos fatos e bases legais; o
direito de ser cientificado, com antecedência, das medidas ou atos referentes à produção
das provas; o direito de ser cientificado da juntada de documentos; o direito de acesso aos
elementos do expediente (vista, cópia ou certidão)”;
(e) possibilidade da produção de provas: devem as provas poderem ser solicitadas,
produzidas e consideradas, não significando isto, no entanto, que seja permitido o uso
abusivo das mesmas (exemplos: ouvida de 100 testemunhas, realização de provas
irrelevantes etc.) ou a utilização de provas obtidas por meios ilícitos.
Para outro jurista, Marçal Justen Filho, “pouca utilidade teria um procedimento
em que não fosse prevista a livre manifestação de todos os interessados, com direito a
participação ativa e vedação a atuação unilateral de uma das partes. Enfim, o
procedimento não consiste na observância formalística de um ritual. Não se compadece
com o Estado Democrático a instituição de procedimento com perfil arbitrário ou
prepotente”.15 Para ele, são inerentes à ampla defesa:
(a) a transparência da atividade administrativa: da mesma forma que não pode haver
apropriação pura e simples de bens dos particulares, também não pode haver decisões
sem prévia audiência do acusado. Não há ampla defesa se o cidadão desconhece a
acusação ou a pretensão estatal, posto que não é possível formular defesa para todas as
pretensões possíveis e imagináveis;
(b) a instauração do contraditório: além de saber do que é acusado e em que termos isto é
feito, deve ser permitido ao cidadão a apresentação de defesa prévia à decisão, a audiência
a todos os eventos e a produção de provas adequadas à defesa;
(c) a imparcialidade do julgador: a disciplina do procedimento deve assegurar a
imparcialidade do julgador e consagrar o dever de aplicar o direito objetivamente ao caso
concreto, sendo inadmissíveis, por exemplo, os casos em que o agente que julga está
hierarquicamente subordinado a quem é parte na relação jurídica estabelecida, ou então,
em que o mesmo órgão formaliza a exigência contestada e julga sua procedência;
(d) a ilimitação da defesa: ampla defesa significa ilimitação de defesa, não podendo a lei
ou normas administrativas vedar ao cidadão a invocação de determinado argumento ou a
utilização de determinado elemento de prova em defesa de seu interesse. Só poderiam ser
excluídos os argumentos incompatíveis com o sistema jurídico e os valores fundamentais,
além daqueles elementos de prova obtidos ilicitamente;
(e) a motivação completa e minudente da decisão: a motivação das decisões associa-se à
obrigatoriedade de consideração, por parte do julgador, de todas as provas apresentadas.
Sem a indicação dos fundamentos de direito e de fato que dão respaldo à decisão, tornar-
15
Marçal Justen Filho, 1998.
31
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
32
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
33
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
(f) Publicidade: segundo o artigo 5o, LX, da CF/1988: “A lei só poderá restringir a
publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”.
No âmbito do processo administrativo fiscal, a publicidade dos atos deve ser analisada de
acordo com a norma constitucional, mas também sob o ângulo das regras que tratam do
sigilo fiscal.
(g) Motivação das Decisões: é um princípio de direito administrativo que decorre do
princípio da ampla defesa e exige que os atos decisórios sejam motivados, de forma a
possibilitar concretamente o exercício do direito de defesa. Se consubstancia na
apresentação dos motivos que determinaram uma determinada medida, que provocaram
uma determinada solução, ou que possam justificar uma determinada pretensão.
(h) Celeridade: com a Emenda Constitucional nº 45/2004, foi acrescentado à Carta Magna
o princípio que consta do artigo 5º, LXXVIII, da CF/1988: “A todos, no âmbito judicial ou
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação”.
(i) Legalidade: também denominado legalidade objetiva, significa que o procedimento
administrativo tributário deve seguir rigorosamente os ditames legais, ou seja, os atos
devem ser praticados nos estritos e precisos termos da legislação tributária. Neste sentido,
tem uma acepção mais restrita que a adotada no texto constitucional (art. 5.º, II).
(j) Segurança Jurídica: intenta preservar as relações jurídicas já estabelecidas, tendo como
corolários o princípio da irretroatividade da lei, o respeito ao direito adquirido, à coisa
julgada e ao ato jurídico perfeito.
(k) Proporcionalidade: segundo este princípio, o particular deve ficar preservado das
intervenções estatais desnecessárias e excessivas. Em outras palavras, a Administração não
deve onerar o cidadão mais intensamente que o imprescindível para a proteção do
interesse público. Com base no princípio da proporcionalidade, já decidiu o Supremo
Tribunal no sentido da ilegalidade da imposição de restrições à atividade de entes como
condição para adimplemento tributário (ADIN n.º 1.922-9).
(l) Razoabilidade: o princípio da razoabilidade tem fundamento em análise valorativa,
afastando condutas contrárias ao bom-senso e se não houver relação entre a finalidade da
norma e a conduta administrativa.
(m) Moralidade: completa o princípio da legalidade, dando a este um conteúdo
axiológico, fazendo com que a conduta administrativa seja, além de legal, justa. A
ampliação dos poderes discricionários e a circunstância de que os atos administrativos
sujeitam-se ao controle do Poder Judiciário apenas quanto a legalidade, justifica a adoção
do princípio da moralidade.
(n) Eficiência: pela Emenda Constitucional n.º 19/1998, o princípio da eficiência foi
incorporado aos princípios da Administração Pública constantes do artigo 37 da
Constituição Federal de 1988. Relaciona-se com os princípios da economia processual e da
instrumentalidade das formas, e justifica o disposto no artigo 60 do Decreto n.º
70.235/1972: “Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo
anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito
passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio”.
34
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
35
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
36
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Obtido algum dos provimentos judiciais listados no artigo 151 do CTN, aparece
uma importante repercussão para a atuação da Administração Tributária, que vai para
além da vedação à possibilidade de cobrar de forma imediata os créditos tributários que
estão sendo discutidos judicialmente. Se refere ela à possibilidade de formalização do
lançamento durante o período de vigência daqueles provimentos, ou seja, à possibilidade
de a Administração Tributária lançar o crédito tributário, diante da existência de ação
judicial preventiva no âmbito da qual houve a concessão de algum dos provimentos
acautelatórios já citados. A questão importa porque, a teor dos artigos 150 e 173 do CTN, o
prazo decadencial para a Fazenda Nacional efetuar o lançamento é de cinco anos.
Do ponto de vista estrito da legislação tributária, a questão restou resolvida pelo
artigo 63 da Lei n.o 9.430/1996, que passou a disciplinar o chamado "lançamento para
prevenir a decadência":
Art. 63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência,
relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na
forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei n.º 5.172, de 25 de outubro de 1966, não
caberá lançamento de multa de ofício.
§ 1.º O disposto neste artigo aplica-se, exclusivamente, aos casos em que a
suspensão da exigibilidade do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer
procedimento de ofício a ele relativo. [...]
Deste modo, a vigência de medida judicial que implique a suspensão da
exigibilidade de crédito tributário não impede a instauração de procedimento fiscal e nem
o lançamento de ofício contra o sujeito passivo favorecido pela decisão, inclusive em
relação à matéria sobre que versar a ordem de suspensão. E se a medida judicial referir-se
à matéria objeto de processo fiscal, o curso deste não será suspenso exceto quanto aos atos
executórios.
37
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
38
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
39
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
FIGURA 7: Visão geral do processo de determinação e exigência de créditos tributários federais – Decreto
n.o 70.235/1972.
40
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
41
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
bens, a falta de comunicação à Secretaria da Receita Federal do Brasil, por parte do sujeito
passivo, da alienação de bens ou direitos arrolados, é causa suficiente para a propositura
da medida cautelar fiscal prevista na Lei n.º 8.397/1992.
FIGURA 8: Fase I do processo de determinação e exigência de créditos tributários federais – Decreto n.o
70.235/1972.
42
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
FIGURA 9: Fase II do processo de determinação e exigência de créditos tributários federais – Decreto n.o
70.235/1972.
43
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
(c) Julgamento do recurso voluntário ou do recurso de ofício por parte das Seções do
CARF (inciso II do artigo 25 e artigos 37 e 38 do Decreto n.o 70.235/1972; Portaria MF n.º
256/2009): apresentado recurso voluntário pelo sujeito passivo no prazo de 30 dias da
ciência da decisão da DRJ e/ou interposto recurso de ofício pela própria DRJ, o processo é
enviado para julgamento no âmbito do CARF, onde os recursos serão julgados por uma
das Turmas que compõem cada uma das três Seções do CARF, segundo a competência
material prevista no Regimento Interno do órgão.
(d) Recursos contra a decisão das Turmas que compõem as Seções do CARF (sobre os
recursos, ver item "Recursos no Processo Administrativo Fiscal"):
(d.1) embargos de declaração: dirigido à própria Turma da Seção do CARF que julgou o
recurso, quando existir no acórdão prolatado obscuridade, dúvida ou contradição entre
decisão e fundamentos, ou ainda quando for omitido ponto sobre o qual devia
pronunciar-se a Turma (artigo 65 do Anexo II da Portaria MF n.o 256, de 22/06/2009).
(d.2) pedido de correção de inexatidões materiais: dirigido à própria Turma da Seção do
CARF que julgou o recurso, e destinado à correção de erros materiais, lapsos manifestos
(artigo 66 do Anexo II da Portaria MF n.o 256, de 22/06/2009).
(d.3) recurso especial: proposto, no prazo de 15 dias da ciência da decisão do CARF, nos
termos a seguir explicitados.
FIGURA 10: Fase III do processo de determinação e exigência de créditos tributários federais – Decreto n.o
70.235/1972.
44
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
45
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
(e) Recursos contra a decisão da CSRF (sobre os recursos, ver item "Recursos no Processo
Administrativo Fiscal"):
(e.1) embargos de declaração: dirigido à própria Turma da CSRF que julgou o recurso,
quando existir no acórdão prolatado obscuridade, dúvida ou contradição entre decisão e
fundamentos, ou ainda quando for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a
Turma (artigo 65 do Anexo II da Portaria MF n.o 256, de 22/06/2009).
(e.2) pedido de correção de inexatidões materiais: dirigido à própria Turma da CSRF que
julgou o recurso, e destinado à correção de erros materiais, lapsos manifestos (artigo 66 do
Anexo II da Portaria MF n.o 256, de 22/06/2009).
(f) Edição de Súmula ou Resolução (artigos 72 e 76 do Anexo II da Portaria n.o 256/2009):
havendo decisões reiteradas e uniformes do CARF, podem elas ser consubstanciadas em
súmula de observância obrigatória por seus membros (tais súmulas podem ter efeito
vinculante para toda a Administração Tributária Federal, caso o Ministro da Fazenda lhes
atribua tal efeito); as súmulas são aprovadas pela CSRF. E cabe ao Pleno da CSRF a
uniformização de decisões divergentes, em tese, das turmas da própria CSRF, por meio de
resolução (as resoluções vinculam os demais órgãos julgadores do CARF).
(g) decisão administrativa final (artigo 42 do Decreto n.o 70.235/1972): com a decisão
administrativa final o crédito tributário é considerado como definitivamente constituído e
passível de imediata cobrança (dada a extinção da causa suspensiva da exigibilidade
prevista no inciso III do artigo 151 do CTN). São definitivas as decisões:
(d.1) de primeira instância, esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha
sido interposto;
(d.2) de primeira instância na parte que não for objeto de recurso voluntário ou não estiver
sujeita a recurso de ofício;
(d.3) de segunda instância, de que não caiba recurso ou, se cabível, quando decorrido o
prazo sem a sua interposição;
(c.4) de instância especial.
46
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
FIGURA 11: Fase IV do processo de determinação e exigência de créditos tributários federais – Decreto
n.o 70.235/1972.
47
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
7.o da Medida Provisória n.º 46, de 29/06/2009, bem como pelo veto presidencial à nova redação do
parágrafo 3.º do artigo 37 do Decreto n.º 70.235/1972 intentada pelo projeto de lei de conversão que
resultou na Lei n.o 11.941, de 27/05/2009);
(f) Recurso Especial, dirigido à CSRF e interposto, no prazo de 15 dias, contra:
1. decisão não unânime de Câmara do CARF quando for contrária à lei ou à evidência da
prova - recurso privativo do Procurador da Fazenda Nacional (ATENÇÃO: esta
possibilidade de recurso especial foi extinta em razão do veto presidencial ao inciso I da nova redação
do parágrafo 2.º do artigo 37 do Decreto n.º 70.235/1972 intentada pelo projeto de lei de conversão
que resultou na Lei n.o 11.941, de 27/05/2009);
2. decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra
Câmara, turma de Câmara, turma especial (todas do Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais) ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais (recurso manejável
tanto pelo Procurador da Fazenda Nacional quanto pelo sujeito passivo) (inciso II do
parágrafo 2.o do artigo 37 do Decreto n.º 70.235/1972, e artigos 67 a 71 do Anexo II da Portaria MF
n.o 256, de 22/06/2009); Observação: este recurso cabe tanto contra decisão que tenha
apreciado recurso voluntário, quando de decisão que tenha dado ou negado provimento a
recurso de ofício (parágrafo 11 do artigo 67 do Anexo II da Portaria MF n.o 256, de 22/06/2009,
adicionado pela Portaria MF n.o 446/2009);
(g) Recurso Extraordinário, dirigido ao Pleno da CSRF e interposto, no prazo de 15 dias,
contra decisão de Turma da CSRF que der à lei tributária interpretação divergente da que
lhe tenha dado outra Turma ou o Pleno da CSRF (recurso manejável tanto pelo Procurador
da Fazenda Nacional quanto pelo sujeito passivo) (ATENÇÃO: este recurso constava apenas
do antigo Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF – artigo 9.o do Anexo
II da Portaria MF n.º 147/2007 -, e está hoje extinto, por não ter sido incluído no novo Regimento
Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais aprovado pela Portaria MF n.o 256, de
22/06/2009);
(h) Embargos de Declaração, dirigido contra as decisões do Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais e apresentado, no prazo de 5 dias, por conselheiro da Turma, pelo
Procurador da Fazenda Nacional, pelo sujeito passivo, pela autoridade julgadora de
primeira instância ou pela autoridade encarregada da execução do acórdão, quando existir
no acórdão prolatado obscuridade, dúvida ou contradição entre decisão e fundamentos,
ou ainda quando for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a Turma (artigo 65 do
Anexo II da Portaria MF n.o 256, de 22/06/2009);
(i) Agravo, dirigido ao presidente da Câmara recorrida e interposto, no prazo de 5 dias,
pelo Procurador da Fazenda Nacional ou pelo sujeito passivo, contra despacho que negar
seguimento a recurso especial (ATENÇÃO: este recurso constava apenas do antigo Regimento
Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF – artigo 17 do Anexo II da Portaria MF
n.º 147/2007 -, e está hoje extinto, por não ter sido incluído no novo Regimento Interno do Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais. Neste novo Regimento Interno, a reapreciação da
admissibilidade do recurso especial em razão do juízo inicial negativo é feita de forma automática
pelo presidente da CSRF, independentemente de manifestação das partes, como disposto no artigo
71 do Anexo II da Portaria MF n.o 256, de 22/06/2009);
49
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
50
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
51
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
52
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
53
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
54
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
FIGURA 12: Visão geral do processo de reconhecimento de direito creditório (Restituição, Ressarcimento,
Reembolso e Compensação) – Artigos 73 e 74 da Lei n.º 9.430/1996.
55
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
56
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
57). Neste caso, a restituição, o reembolso ou o ressarcimento dos créditos a que se refere o
caput, bem como sua compensação de ofício com os débitos do sujeito passivo para com a
Fazenda Nacional, caberão à DRF, à Derat ou à Deinf que, à data da restituição, do
reembolso, do ressarcimento ou da compensação, tenha jurisdição sobre o domicílio
tributário do sujeito passivo (parágrafo único do artigo 57);
(b) o reconhecimento do direito creditório e a restituição de crédito relativo a tributo
administrado pela RFB, bem como outras receitas arrecadadas mediante Darf, incidentes
sobre operação de comércio exterior caberão ao titular da DRF, da Inspetoria da Receita
Federal do Brasil de Classe Especial (IRF-Classe Especial) ou da Alfândega da Receita
Federal do Brasil (ALF) sob cuja jurisdição for efetuado o despacho aduaneiro da
mercadoria (artigo 58). Reconhecido o direito creditório de sujeito passivo em débito para
com a Fazenda Nacional, a compensação de ofício do crédito do sujeito passivo e a
restituição do saldo credor porventura remanescente da compensação caberão às unidades
administrativas que tenham jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo
(parágrafo único do artigo 58);
(c) o reconhecimento do direito ao ressarcimento de créditos ou à restituição de indébitos
do IPI caberá ao titular da DRF ou da Derat que, à data do reconhecimento, tenha
jurisdição sobre o domicílio tributário do estabelecimento da pessoa jurídica que apurou
os valores pleiteados (artigo 59). O ressarcimento e a restituição, neste caso, bem como a
compensação de ofício com os débitos do sujeito passivo para com a Fazenda Nacional,
caberão à DRF ou à Derat que, à data do ressarcimento ou da compensação, tenha
jurisdição sobre o domicílio tributário do estabelecimento que apurou referidos créditos
(parágrafo único do artigo 59);
(d) o reconhecimento do direito creditório e a restituição de crédito relativo ao Imposto
sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) caberão ao titular da DRF, da Derat ou da
Deinf em cuja jurisdição territorial estiver localizado o imóvel (artigo 60). Reconhecido o
direito creditório de sujeito passivo em débito para com a Fazenda Nacional, a
compensação de ofício do crédito do sujeito passivo e a restituição do saldo credor
porventura remanescente da compensação caberão às unidades administrativas que
tenham jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo (parágrafo único do
artigo 60);
(e) o reconhecimento do direito creditório e o ressarcimento do valor do IPI incidente
sobre produtos adquiridos no mercado interno destinados à manutenção, ampliação ou
reforma de imóveis de uso de missão diplomática, repartição consular de caráter
permanente ou representação de caráter permanente de órgão internacional de que o
Brasil faça parte caberão ao titular da DRF ou da Derat que, à data do reconhecimento do
direito creditório, tenha jurisdição sobre o domicílio tributário do interessado (artigo 61);
(f) a restituição ou a compensação de ofício do saldo a restituir apurado na DIRPF que não
tenha sido resgatado no período em que esteve disponível na rede arrecadadora de
receitas federais, bem como a restituição ou a compensação de ofício de receita da União
arrecadada mediante Darf cuja administração não esteja a cargo da RFB, serão promovidas
pelo titular da DRF, da Derat ou da Deinf que, à data da restituição ou da compensação,
tenha jurisdição sobre o domicílio tributário do interessado (artigo 62);
57
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
(g) a homologação de compensação declarada pelo sujeito passivo à RFB será promovida
pelo titular da DRF, da Derat ou da Deinf que, à data da homologação, tenha jurisdição
sobre o domicílio tributário do sujeito passivo (artigo 63). Tratando-se de compensação de
crédito relativo a tributo incidente sobre operação de comércio exterior, será competente
para reconhecer o direito creditório do sujeito passivo, o titular da DRF, da Inspetoria da
Receita Federal do Brasil de Classe Especial (IRF-Classe Especial) ou da Alfândega da
Receita Federal do Brasil (ALF) sob cuja jurisdição for efetuado o despacho aduaneiro da
mercadoria (§ 1.o do artigo 63). A homologação de compensação de crédito do IPI com
débito relativo aos tributos administrados pela RFB será promovida pelo titular da DRF
ou da Derat que, à data da homologação, tenha jurisdição sobre o domicílio tributário do
estabelecimento da pessoa jurídica que apurou referidos créditos (§ 2º do artigo 63). A
homologação de compensação de crédito relativo ao ITR com débito relativo aos tributos
administrados pela RFB será promovida pelo titular da DRF, da Derat ou da Deinf em cuja
jurisdição territorial estiver localizado o imóvel (§ 3º do artigo 63);
(h) a autoridade da RFB competente para considerar não declarada a compensação ou não
formulado o pedido, nas hipóteses do § 3º do art. 34 e no § 1º do art. 39 da IN RFB n.o
900/2008, é o titular da DRF, da Derat ou da Deinf que, à data da apreciação, tenha
jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo que apresentou o documento
(artigo 64);
(i) a autoridade da RFB competente para decidir sobre a restituição, o ressarcimento, o
reembolso e a compensação poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à
apresentação de documentos comprobatórios do referido direito, inclusive arquivos
magnéticos, bem como determinar a realização de diligência fiscal nos estabelecimentos do
sujeito passivo a fim de que seja verificada, mediante exame de sua escrituração contábil e
fiscal, a exatidão das informações prestadas (artigo 65).
7.1.1.3. Discussão administrativa
(a) Recursos administrativos contra o indeferimento ou não-homologação:
Art. 66. É facultado ao sujeito passivo, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da
data da ciência da decisão que indeferiu seu pedido de restituição, ressarcimento ou
reembolso ou, ainda, da data da ciência do despacho que não homologou a compensação
por ele efetuada, apresentar manifestação de inconformidade contra o não
reconhecimento do direito creditório ou a não-homologação da compensação.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica à compensação de contribuição
previdenciária.
§ 2º A competência para julgar manifestação de inconformidade é da Delegacia
da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) em cuja circunscrição territorial se
inclua a unidade da RFB que indeferiu o pedido de restituição ou ressarcimento ou não
homologou a compensação, observada a competência material em razão da natureza do
direito creditório em litígio.
§ 3º Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade
caberá recurso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
§ 4º A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam o caput e o §
3º obedecerão ao rito processual do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972.
§ 5º A manifestação de inconformidade contra a não-homologação da
compensação, bem como o recurso contra a decisão que julgou improcedente essa
58
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
59
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
60
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
61
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder
compensar com o IPI devido e apurado na saída de outros produtos, ainda que referidos
produtos sejam exportados.
§ 3º Não se aplica o disposto no inciso III do caput, devendo ser estornados,
os créditos originários de aquisição de matéria-prima, produto intermediário e material
de embalagem destinados à fabricação de produtos:
I - com notação “NT” na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos
Industrializados (Tipi), aprovada pelo Decreto nº 6.006, de 28 de dezembro de 2006;
II - amparados por imunidade, exceto nos casos de exportação para o
exterior;
III - excluídos do conceito de industrialização por força do disposto no art. 5º
do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (Ripi), aprovado pelo
Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010.
§ 4º As disposições desta Instrução Normativa não alcançam pedidos de
ressarcimento efetuados por pessoa jurídica com processo judicial ou com processo
administrativo fiscal de determinação e exigência de crédito cuja decisão definitiva,
judicial ou administrativa, possa alterar o valor a ser ressarcido.
§ 5º O disposto nesta Instrução Normativa aplica-se aos Pedidos de
Ressarcimentos relativos aos créditos apurados a partir de 1º de abril de 2010.
Art. 2º A RFB, no prazo de até 30 (trinta) dias contados da data do Pedido
de Ressarcimento dos créditos de que trata o art. 1º, efetuará a antecipação de 50%
(cinquenta por cento) do valor pleiteado por pessoa jurídica que atenda,
cumulativamente, às seguintes condições:
I - cumpra os requisitos de regularidade fiscal para o fornecimento de
certidão negativa ou de certidão positiva, com efeitos de negativa, de débitos relativos a
tributos administrados pela RFB e à Dívida Ativa da União administrada pela
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN);
II - não tenha sido submetida ao regime especial de fiscalização de que trata
o art. 33 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, nos 36 (trinta e seis) meses
anteriores à apresentação do pedido;
III - esteja obrigada a manter Escrituração Fiscal Digital (EFD);
IV - tenha efetuado exportações em todos os 4 (quatro) anos-calendário
anteriores ao do pedido;
V - tenha auferido receita bruta decorrente de exportações para o exterior, no
segundo e no terceiro anos-calendário anteriores ao do pedido, em valor igual ou
superior a 30% (trinta por cento) de sua receita bruta total da venda de bens e serviços
no mesmo período; e
VI - não tenha havido indeferimentos de Pedidos de Ressarcimento ou não-
homologações de compensações, relativos a créditos de Contribuição para o PIS/Pasep,
de Cofins e de IPI, totalizando valor superior a 15% (quinze por cento) do montante
solicitado ou declarado, com análise concluída pela autoridade competente da RFB,
ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa,
nos 24 (vinte e quatro) meses anteriores à apresentação do pedido objeto do
procedimento especial de que trata esta Instrução Normativa.
§ 1º A obrigatoriedade da Escrituração Fiscal Digital (EFD) será verificada
para:
I - cada estabelecimento detentor de crédito de IPI, nos ressarcimentos de
créditos de IPI; e
II - a matriz do contribuinte, nos ressarcimentos de créditos de PIS/Pasep e
Cofins.
62
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
63
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
64
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
(b) suspende o prazo para pagamento do tributo, exceto tributo retido na fonte ou
auto-lançado; a obrigação de apresentação de declarações e de cumprimento de outras
obrigações acessórias não sofre qualquer efeito em relação à apresentação da consulta (§
5.º do artigo 14 da Instrução Normativa RFB n.o 740/2007); e
(c) formulada antes do prazo legal para recolhimento de tributo, impede a aplicação
de multa de mora e de juros de mora, relativamente à matéria consultada, a partir da data
de sua protocolização até o trigésimo dia seguinte ao da ciência, pelo consulente, da
Solução de Consulta (caput do artigo 14 da Instrução Normativa RFB n.º 740/2007 e § 2.º
do artigo 161 do Código Tributário Nacional).
A consulta eficaz é aquela formalizada com estrita subordinação aos requisitos
legalmente postos no artigo 3.o da Instrução Normativa RFB n.º 740/2007. Do ponto de
vista formal, a consulta eficaz tem solução por meio de um ato administrativo
denominado de “Solução de Consulta”; já a consulta ineficaz é declarada como tal por
meio de um “Despacho Decisório”.
A consulta ineficaz não produz quaisquer dos efeitos associados à consulta eficaz
(não abertura de ação fiscal, suspensão do prazo de pagamento do tributo etc.); em outras
palavras, a consulta ineficaz não produz quaisquer efeitos mesmo em relação ao período
anterior à declaração formal da ineficácia por meio de Despacho Decisório.
É importante ressaltar que a consulta tributária nada tem a ver com a assistência
técnica ou com a prestação de informações fornecidas pelas unidades da Receita Federal
no âmbito, por exemplo, dos plantões fiscais. É que apenas por meio da solução da
consulta, efetuada segundo o rito procedimental legalmente posto, tem o sujeito passivo
um pronunciamento formal da Administração Tributária, com caráter vinculante não
apenas para o próprio consulente, como também para os agentes públicos que compõem
os quadros fazendários. A assistência técnica e a prestação de informações, por seu caráter
não formal e genérico, se caracterizam como mera orientação, sem caráter vinculante para
quem quer que seja.
A rigor, o rito procedimental das consultas é bastante simples, pois são elas
solucionadas em instância única (Cosit, Coana ou SRRF, conforme o caso, como a seguir se
verá). Há a previsão de um recurso especial, sem efeito suspensivo, mas este se destina
apenas a resolver a divergência de conclusões entre soluções de consultas relativas à
mesma matéria, fundada em idêntica norma jurídica.
Já se ressaltou que, com a solução da consulta, o sujeito passivo tem um
pronunciamento formal da Administração Tributária que vincula não apenas ele próprio,
como também os agentes públicos. Isto não quer dizer, entretanto, que esta norma
concreta e individual não possa ser alterada; pode, sim, mas neste caso a nova orientação
alcançará apenas os fatos geradores que ocorrerem após a sua publicação na Imprensa
Oficial ou após a ciência do consulente (exceto se a nova orientação lhe for mais favorável,
caso em que esta atingirá, também, o período abrangido pela solução anteriormente dada).
Como já se disse, o atual processo de consulta tem sua matriz legal nos artigos 48 a
50 da Lei n.o 9.430/1996, mas o detalhamento do procedimento está posto na Instrução
Normativa RFB n.º 740/2007. Os principais aspectos estão indicados abaixo:
65
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
66
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
67
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
68
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
69
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
70
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
71
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
72
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Fazenda, ao Secretário da Receita Federal, por meio da Portaria MF nº 304/1985 que, por
sua vez, a subdelegou aos Inspetores das Alfândegas, Delegados e Inspetores da Receita
Federal através da Portaria SRF nº 841/1993 (a delegação e subdelegação de competência
foram feitas com base nos artigos 2.o, 11 e 12 do Decreto-Lei nº 200, de 25/02/1967,
dispositivos estes que foram regulamentados pelo Decreto nº 83.937/1979). O Ato
Declaratório Normativo COSIT n.o 39, de 21/11/1995, firmou a questão em sede
administrativa, nos seguintes termos:
O Coordenador-Geral do Sistema de Tributação, no uso da atribuição que lhe
confere o art. 147, item III, do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal,
aprovado pela Portaria MEFP nº 606, de 03 de outubro de 1992, e tendo em vista o
disposto no art. 27, § 4º, do Decreto-lei nº 1.455/76 e no art. 193 do RIPI aprovado pelo
Decreto nº 87.981/82, bem como a subdelegação de competência constante da Portaria
nº 841, de 29/07/93, do Senhor Secretário da Receita Federal,
declara, em caráter normativo, às Superintendências”Regionais da Receita
Federal e demais interessados, que os Delegados da Receita Federal e os Inspetores das
Alfândegas e das Inspetorias da Receita Federal classes Especial e "A" são competentes
para proferir, em instância única, decisões nos processos fiscais de perdimento de
mercadorias, de que trata o art. 27 do Decreto-lei nº 1.455/76, neles incluídos os
relativos a cigarros nacionais destinados a exportação introduzidos clandestinamente
no território nacional e encontrados no País, ficando, em conseqüência, afastada a
interveniência dos Delegados da Receita Federal de Julgamento no curso dos referidos
processos.
73
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
74
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
75
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
76
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
77
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
sujeito passivo quanto ao lançamento de ofício que sofreu, será feita perante os órgãos
julgadores que compõem o contencioso administrativo fiscal.
Do ponto de vista estrito das regras procedimentais, portanto, as regras aplicáveis
ao processo de determinação e exigência de direitos de natureza comercial são:
(a) a exigência de ofício de direitos de natureza comercial, bem como dos
acréscimos moratórios e das penalidades, será formalizada em auto de infração lavrado
por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, observado o disposto no Decreto n.o
70.235/1972 (artigo 7.o, § 7.o, da Medida Provisória n.o 482/2010);
(b) verificado o inadimplemento da obrigação, a Secretaria da Receita Federal do
Brasil encaminhará o débito à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN, para
inscrição em Dívida Ativa da União e respectiva cobrança, observado o prazo de
prescrição de cinco anos (artigo 7.o, § 8.o, da Medida Provisória n.o 482/2010);
(c) somente serão passíveis de ressarcimento os valores recolhidos a título de
cobrança de direitos nos casos de pagamento indevido ou em valor maior que o devido,
observados os procedimentos estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil
(artigo 7.o, § 9.o, da Medida Provisória n.o 482/2010).
7.11. Processo de Vistoria Aduaneira
A vistoria aduaneira é um dos procedimentos previstos para a área aduaneira, e se
destina “a verificar a ocorrência de avaria ou de extravio de mercadoria estrangeira
entrada no território aduaneiro, a identificar o responsável e a apurar o crédito tributário
dele exigível”. A vistoria “é realizada a pedido, ou de ofício, sempre que a autoridade
aduaneira tiver conhecimento de fato que a justifique, devendo seu resultado ser
consubstanciado no termo de vistoria” (artigo 650 do Regulamento Aduaneiro - Decreto
n.º 6.759, de 05/02/2009).
O rito procedimental está previsto nos artigos 791 e 792 do Regulamento
Aduaneiro:
Art. 791. A formalização da exigência do crédito tributário decorrente de
vistoria aduaneira será feita por meio de notificação de lançamento instruída com o
termo de vistoria referido no § 1o do art. 650.
Art. 792. O processo de determinação e de exigência do crédito tributário
resultante de vistoria obedecerá a rito sumário, em que:
I - o indicado, como responsável, será intimado a produzir defesa no prazo de
cinco dias; e
II - a decisão de primeira instância deverá ser proferida nos cinco dias
subseqüentes.
§ 1o A matéria de fato deve exaurir-se na decisão de primeira instância,
devendo a autoridade julgadora promover as diligências para isso necessárias.
§ 2o Proferida a decisão de primeira instância, a mercadoria poderá ser
entregue, independentemente de garantia.
§ 3o Na fase recursal, será adotado o procedimento estabelecido no Decreto no
70.235, de 1972.
79
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
80
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
81
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
82
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
83
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
84
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
85
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
86
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
fase litigiosa, está previsto no artigo 3.o do referido Decreto. De se ressaltar que se está
aqui diante de um procedimento em que a decisão das Delegacias da Receita Federal do
Brasil de Julgamento, na apreciação da impugnação do sujeito passivo dirigida contra o
despacho decisório que denegou total ou parcialmente o pedido, é definitiva em sede
administrativa, ou seja, não há recurso para o Conselho Administrativo de recursos Fiscais
– CARF.
Transcreve-se a seguir o artigo 3.o do Decreto n.o 4.212/2002
Art. 3º O direito à redução do imposto sobre a renda das pessoas jurídicas e
adicionais não-restituíveis incidentes sobre o lucro da exploração, na área de atuação da
extinta SUDAM, será reconhecido pela unidade da Secretaria da Receita Federal do
Ministério da Fazenda a que estiver jurisdicionada a pessoa jurídica, instruído com o
laudo expedido pelo Ministério da Integração Nacional.
§ 1º O chefe da unidade da Secretaria da Receita Federal decidirá sobre o pedido
em cento e vinte dias contados da respectiva apresentação do requerimento à repartição
fiscal competente.
§ 2º Expirado o prazo indicado no § 1, sem que a requerente tenha sido
notificada da decisão contrária ao pedido e enquanto não sobrevier decisão irrecorrível,
considerar-se-á a interessada automaticamente no pleno gozo da redução pretendida.
§ 3º Do despacho que denegar, parcial ou totalmente, o pedido da requerente,
caberá impugnação para a Delegacia da Receita Federal de Julgamento, dentro do prazo
de trinta dias, a contar da ciência do despacho denegatório.
§ 4º Torna-se irrecorrível, na esfera administrativa, a decisão da Delegacia da
Receita Federal de Julgamento que denegar o pedido.
§ 5º Na hipótese do § 4, a repartição competente procederá ao lançamento das
importâncias que, até então, tenham sido reduzidas do imposto devido, efetuando-se a
cobrança do débito.
§ 6º A cobrança prevista no § 5º não alcançará as parcelas correspondentes às
reduções feitas durante o período em que a pessoa jurídica interessada esteja em pleno
gozo da redução de que trata o § 2.
87
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
88
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
89
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
90
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Art. 332. Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que
não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se
funda a ação ou a defesa.
Como se vê, não há uma prévia hierarquização do valor probante dos meios
de prova, podendo-se dizer que, excetuado o uso das provas ilícitas (inciso LVI do artigo
5.º da Constituição Federal), pode-se provar qualquer situação de fato por qualquer via, ou
seja, pode-se demonstrar a veracidade de uma dada alegação tanto por meio de uma
prova direta (por exemplo, um documento que, por si só, ateste a verdade dos fatos),
quanto por meio de provas indiretas (indícios, presunções legais – absolutas ou relativas -,
ficções legais, etc.).
A falta de hierarquia entre os meios de prova também é característica do processo
administrativo fiscal, havendo poucas exceções; a principal delas, entretanto, está no valor
probante da escrituração do contribuinte (RIR/1999/“Art. 923. A escrituração mantida com
observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e
comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos
legais”). Esta ampla abertura à produção de provas homenageia o princípio do livre
convencimento do julgador, insculpido no artigo 131 do CPC (e tal princípio também
consta do Decreto n.º 70.235/1972, em seu artigo 29):
Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e
circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá
indicar, na sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento.
Outro importante preceito do CPC, e que define outra regra fundamental para
a compreensão do sistema adotado pelo legislador nacional é o constante do artigo 333,
que trata do ônus da prova:
Art. 333. O ônus da prova incumbe:
I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;
II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do autor. [...]
Tal dispositivo é a tradução do princípio de que o ônus da prova cabe a quem
dela se aproveita. E esta formulação também foi, com as devidas adaptações, trazida para
o processo administrativo fiscal, posto que a obrigação de provar está expressamente
atribuída tanto ao autor do procedimento, a autoridade fiscal (como disposto na parte
final do caput do artigo 9.º do Decreto n.º 70.235/1972, os autos de infração e notificações
de lançamento “deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais
elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito”), quanto ao contribuinte que
contesta o lançamento (“Art. 16. A impugnação mencionará : [...] III - os motivos de fato e de
direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir.”).
Da mesma forma, a Lei n.o 9.784/1999 traz para a seara processual administrativa
preceitos que são, em grande parte, tradução de regras do CPC ou da própria Constituição
Federal. São dispositivos subsidiários, como se usa dizer, mas de aplicação muito mais
efetiva do que muitas disposições específicas do PAF.
91
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Do ponto de vista de seu conteúdo, a Lei n.o 9.784/1999 traz duas importantes
regras em matéria probatória em seus artigos 36 e 37:
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do
dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em
documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro
órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção
dos documentos ou das respectivas cópias.
Há quem defenda uma pretensa incompatibilidade entre os dois dispositivos, já
que enquanto o artigo 36 diz que cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado,
o artigo 37 autorizaria o mesmo interessado a meramente alegar que dados estariam com a
Administração Tributária para se eximir da responsabilidade atribuída pelo primeiro
dispositivo. Não há, porém, tal incompatibilidade. É que não se pode ver atribuída ao
contribuinte, no artigo 37, nenhuma prerrogativa desmesurada, pois nada há no texto que
diga que basta a este contribuinte declarar que fatos e dados constam de documentos de
registros da Administração, para que se veja desobrigado de apresentar tais dados e fatos.
Por óbvio que o contribuinte deve identificar qual documento ou elemento de prova inclui
os fatos e dados mencionados e como a Administração teve acesso a eles (se for o caso);
não se pode fazer a leitura de que a lei estaria atribuindo à Administração a "obrigação de
provar que não fez ou que não tem algo", coisa que, como se sabe, é outro dogma
probatório da nossa ordem jurídica.
92
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
16
Sobre a questão do convencimento do julgador, ver Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhardt, 2009, p. 81-
96.
93
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
textos legais), bem como de que abriria porta para a “arbitrariedade” (pela amplitude de
ação dada ao juiz). Tais críticas são rebatidas com base nas afirmações de que o ativismo
judicial seria bastante mitigado pelo princípio dispositivo, e de que a arbitrariedade
encontraria resistência nos princípios do contraditório e da motivação.
No sistema da prova legal, as regras de valoração da prova são estabelecidas pela
lei em caráter geral e abstrato, e não pelo juiz, em cada caso que julga, conformando-se,
assim, em vínculos normativos à formação do convencimento pessoal do juiz. O sistema
seria, deste modo, um remédio contra a alegada ditadura do judiciário, constituindo-se a
partir do uso massivo de presunções legais, por exemplo.
No sistema da íntima convicção, a decisão do julgador é de foro íntimo, não
demandando motivação expressa. Um exemplo de aplicação do sistema, no Brasil, é o
tribunal do júri, no qual os jurados decidem sem que tenham de expor as razões de seu
convencimento.
No Brasil, apesar de os três sistemas estarem incluídos na ordem jurídica, foi
consagrado o livre convencimento judicial motivado, que está posto no artigo 131 do
CPC:
Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e
circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá
indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento.
Em sede administrativa, o princípio do livre convencimento motivado também
prepondera, como se pode inferir dos artigos 29 e 31 do Decreto n.º 70.235/1972:
Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua
convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias.
Art. 31. A decisão conterá relatório resumido do processo, fundamentos legais,
conclusão e ordem de intimação, devendo referir-se, expressamente, a todos os autos de
infração e notificações de lançamento objeto do processo, bem como às razões de defesa
suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências.
Entretanto, há exceções ao livre convencimento, como tais: os laudos
emitidos por órgãos oficiais (art. 30 do Decreto n.º 70.235/1972) e as presunções e ficções
legais (como exposto no item 8.6).
Também se conformam como exceções ao livre convencimento, no processo
administrativo fiscal, as interpretações emanadas da Administração Tributária por meio
de atos de caráter normativo (instruções normativas, portarias, atos declaratórios etc.). É
que tais atos normativos, além de comporem a legislação tributária, ex vi do inciso I do
artigo 100 do Código Tributário Nacional ("Art. 100. São normas complementares das leis, dos
tratados e das convenções internacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas
autoridades administrativas; [...]"), vinculam a atuação dos agentes públicos. Em relação às
Delegacias de Julgamento, há disposição expressa neste sentido, qual seja o artigo 7.º da
Portaria MF n.º 58/2006: "Art. 7.º O julgador deve observar o disposto no art. 116, III, da Lei nº
8.112, de 11 de dezembro de 1990, bem assim o entendimento da SRF expresso em atos
normativos".
94
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
95
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
17
Leonardo Sperb de Paola, 1997.
97
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
98
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
99
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Com tais considerações não se quer dizer que ao contribuinte deva ser dada
ciência de tudo o que ocorre no curso da ação fiscal (até porque há procedimentos que
demandam segredo nas investigações), mas sim que naqueles casos em que está envolvida
a atuação do contribuinte, lhe devem ser dadas oportunidades concretas de falar de modo
producente no processo.
100
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
101
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
102
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
103
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Neste item do trabalho serão abordados dois temas distintos, mas intimamente
associados: as formas de comunicação dos atos processuais e os critérios de contagem dos
prazos processuais. A relação entre os dois temas é evidente, pois os prazos processuais,
em regra, só passam a correr depois da devida formalização das intimações. Neste sentido,
é importante ter em conta que são distintas as finalidades dos artigos 23 e 5.º do Decreto
n.º 70.235/1972: o primeiro caracteriza a data em que se considera intimado o sujeito
passivo; já o segundo, parte da data em este se considera intimado e trata da contagem de
prazos para a prática de atos processuais.
10.1. As Formas de Intimação e o Momento de Aperfeiçoamento das Intimações
No âmbito do processo administrativo fiscal a comunicação dos atos processuais é
feita por meio de intimações. Intimação, segundo o artigo 234 do Código de Processo
Civil, é "o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça algo ou
deixe de fazer alguma coisa”. Ou seja, é por meio das intimações que se dá a comunicação dos
atos que vão sendo realizados no iter processual e se viabiliza, assim, a instauração do
contraditório e o exercício da ampla defesa.
A importância das intimações no processo administrativo é difícil de ser
minorada, pois os atos administrativos, em regra, só produzem efeitos em relação ao
contribuinte depois de sua devida intimação. Por meio das intimações é que se dá
comunicação oficial ao contribuinte de tudo quanto está sendo produzido no âmbito do
processo, com isto legitimando a juntada de elementos de prova aos autos.
No artigo 23 do Decreto n.o 70.235/1972 estão detalhados as formas de intimação
passíveis de utilização no processo administrativo fiscal. São elas:
(a) pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na
repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou
preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar;
(b) por via postal ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no
domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo;
(c) por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante envio ao domicílio
tributário do sujeito passivo ou registro em meio magnético ou equivalente utilizado
pelo sujeito passivo;
(d) por edital, quando resultar improfícuo um dos meios anteriores ou quando o
sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, publicado
no endereço da administração tributária na Internet, em dependência, franqueada ao
104
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
105
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
da intimação, com o critério de contagem do prazo para a prática dos atos processuais
(como é o caso do prazo para contestação dos atos administrativos) que será abordado no
item 10.2, a seguir. Assim, por exemplo, se a intimação foi expedida no dia 05 de
fevereiro, sexta-feira, conta-se inclusive o dia 06, sábado, recaindo o décimo quinto dia em
um sábado, dia 20. O prazo para recurso, porém, não começará a contar já a partir do dia
21 (domingo), mas apenas a partir do dia 23 (terça-feira), pois como se verá no já
mencionado item 10.2, a jurisprudência administrativa já firmou entendimento de que
quando a intimação é feita em dia não útil ou em dia em que não há expediente normal na
repartição, considera-se efetivada a intimação no primeiro dia útil seguinte, o qual, no caso
aqui posto é o dia 22 (segunda-feira).
10.2. A Contagem de Prazos
No Decreto n.o 70.235/1972, a regra de contagem de prazos está definida no artigo
5.o (nos mesmos termos em que consta do artigo 210 do Código Tributário Nacional):
Art. 5o Os prazos serão contínuos, excluindo-se na sua contagem o dia de início e
incluindo-se o dia do vencimento.
Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal
no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato.
A partir do dispositivo legal, acabam firmados alguns princípios para a contagem
de prazos, quais sejam:
(a) início e vencimento em dia de expediente normal: os prazos somente se
iniciam ou se encerram em dia de expediente normal; considera-se normal, para esse
efeito, o dia em que a repartição tenha funcionado em seu horário de expediente sem
qualquer anormalidade que lhe reduza ou altere o período de funcionamento;
(a) continuidade: uma vez iniciada a contagem, nela incluem-se os finais de
semana e feriados, não apenas os dias úteis;
(b) exclusão do dia de início (dies a quo): o dia de início será o dia em que se
considera intimado o sujeito passivo, e esse dia sempre será desconsiderado na contagem
do prazo;
106
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
(c) inclusão do dia de vencimento (dies ad quem): o último dia para praticar o ato
processual é aquele em que recair o termo final do prazo;
107
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Se o termo final do prazo recair em dia que não seja de expediente normal, como
por exemplo, um feriado, pela regra de que os prazos somente vencem em dia de
expediente normal, este automaticamente fica prorrogado para o primeiro dia útil
seguinte, e isto se houver expediente normal nesse dia.
Uma vez mais é importante ressaltar aqui a distinção que se deve fazer entre o
critério de contagem do prazo de 15 dias previsto para o aperfeiçoamento da intimação
(abordado no item 10.1), com o critério de contagem do prazo para a prática dos atos
processuais aqui exposto. Como já abordado no item 10.1, a contagem do prazo de 15 dias
para determinação da data da ciência nos casos de intimação por via postal, por meio
eletrônico e por edital, deve ser iniciada no dia seguinte à data da expedição, registro ou
publicação, independentemente de que o dia da semana seja útil ou não ou de que de trate
de dia de expediente normal ou não. Já a data em que se considera efetuada a intimação
(ou seja, a data resultante da contagem do prazo de 15 dias) não pode recair em dia não
útil ou dia em que não haja expediente normal na repartição; se assim for, entretanto, a
intimação se considera efetuada no primeiro dia útil seguinte e o prazo para a prática dos
atos processuais respectivos começa a ser contado no dia imediatamente posterior (desde
que este também seja dia de expediente normal), nos exatos termos da regra indicada de
forma gráfica na figura 14.
108
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Com a edição da Lei n.o 11.457, de 16/03/2007, a Secretaria da Receita Federal (SRF)
passou a denominar-se Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e incorporou a
Secretaria da Receita Previdenciária (SRP). Com isto, o contencioso administrativo fiscal
federal sofreu alterações, relacionadas com a adição do julgamento dos processos que
envolvem contribuições previdenciárias. Tais alterações estão abaixo sumarizadas.
11.1. As regras processuais relativas aos processos previdenciários
(a) Processo de determinação e exigência de créditos tributários
Com a unificação da SRF e da SRP, os procedimentos fiscais e os processos
administrativo-fiscais relativos às contribuições previdenciárias não passaram a ser
regidos, imediatamente, pelas regras do Decreto n.o 70.235/1972. Dispunha o artigo 25 da
Lei n.o 11.457/2007, que apenas "a partir do 1o (primeiro) dia do 13o (décimo terceiro)
mês subseqüente ao da publicação desta Lei" (inciso I do artigo 25, c/c parágrafo 1.o do
artigo 16 da Lei n.o 11.457/2007), tal se daria. Ou seja, somente a partir de 01/04/2008 é
que se passou a ter a unificação das regras processuais administrativas; até aquela data,
os processos relativos às contribuições previdenciárias, apesar de terem passado a ser
julgados pelas Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento e pelo então
Conselho de Contribuintes (e não mais pelo Conselho de Recursos da Previdência Social -
CRPS), continuaram a ser regidos pela legislação precedente, em especial a Portaria MPS
n.o 520, de 19/05/2004.
Entretanto, tal postergação no tempo da unificação das regras processuais,
mereceu da Lei n.o 11.457/2007 algumas exceções: no parágrafo 1.o do artigo 25, foi
autorizado o Poder Executivo a antecipar alterações legais relativas a "procedimentos
fiscais, instrumentos de formalização do crédito tributário e prazos processuais; [...]
competência para julgamento em 1a (primeira) instância pelos órgãos de deliberação
interna e natureza colegiada". Com base nesta prerrogativa, foi editado o Decreto n.o
6.103, de 30/04/2007, por meio do qual ficou antecipada para 02/05/2007 a aplicação do
Decreto nº 70.235/1972 aos processos administrativo-fiscais de determinação e exigência
de créditos tributários relativos às contribuições de que tratam os arts. 2º e 3º da Lei nº
11.457/2007, no que diz respeito aos prazos processuais e à competência para julgamento
em primeira instância, pelos órgãos de deliberação interna e natureza colegiada da
Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Em outras palavras, na primeira instância de julgamento, os processos
previdenciários passaram a se sujeitar aos mesmos prazos processuais constantes do
Decreto nº 70.235/1972, bem como passaram a ser julgados por órgãos colegiados
(Turmas constituídas junto às DRJ), mas no mais permanecem com as regras específicas
precedentes (artigo 27 da Lei n.o 11.457/2007). Já com relação à segunda instância, o
109
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
quadro foi alterado pela Portaria MF n.o 147, de 25/06/2007; é que tal ato, ao mesmo
tempo em que criou as Câmaras específicas, junto ao Segundo Conselho de
Contribuintes, para julgamento de matéria previdenciária (art. 5.o), o fez determinando
que "os julgamentos e atos processuais nos processos referidos no § 1.o [processos com matéria
previdenciária] serão regulados pelo Regimento Interno dos Conselhos de Contribuintes e da
Câmara Superior de Recursos Fiscais" (parágrafo 2.o do artigo 5.o).
Atualmente, as regras procedimentais estão unificadas, em face das alterações
operadas no Decreto n.o 70.235/1972 pela Lei n.o 11.941/2009 e pelas novas regras
procedimentais e de competência definidas no Regimento Interno do novo Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais – CARF (Regimento este aprovado pela Portaria MF
n.o 256/2009).
(b) Processo de consulta
Os processos de consulta relativos às contribuições previdenciárias passaram a ser
regidos pelas regras do Decreto nº 70.235/1972 "a partir do 1o (primeiro) dia do 2o
(segundo) mês subseqüente ao da publicação desta Lei", ou seja, a partir de 01/05/2007
(inciso II do artigo 25, c/c caput do artigo 16 da Lei n.o 11.457/2007). Neste sentido, às
consultas relativas às contribuições previdenciárias já se aplicam integralmente as regras
previstas para quaisquer tributos ou contribuições administrados pela RFB, quais sejam
aquelas dispostas na Instrução Normativa RFB n.o 740, de 02/05/2007.
110
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
111
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Súmula CARF N.o 10 (súmula vinculante para toda a administração tributária federal,
em razão da ordem ministerial constante da Portaria MF n.o 383, de 12/07/2010):
O prazo decadencial para constituição do crédito tributário relativo ao lucro inflacionário
diferido é contado do período de apuração de sua efetiva realização ou do período em
que, em face da legislação, deveria ter sido realizado, ainda que em percentuais mínimos.
Súmula CARF n.o 17 (súmula vinculante para toda a administração tributária federal,
em razão da ordem ministerial constante da Portaria MF n.o 383, de 12/07/2010):
Não cabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a
decadência, quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do art.
151 do CTN e a suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer
procedimento de ofício a ele relativo.
Súmula CARF N.o 21 (súmula vinculante para toda a administração tributária federal,
em razão da ordem ministerial constante da Portaria MF n.o 383, de 12/07/2010):
É nula, por vício formal, a notificação de lançamento que não contenha a identificação da
autoridade que a expediu.
112
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Súmula CARF N.o 25 (súmula vinculante para toda a administração tributária federal,
em razão da ordem ministerial constante da Portaria MF n.o 383, de 12/07/2010):
A presunção legal de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a
qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação de uma das hipóteses dos
arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/64.
Súmula CARF N.o 28 (súmula vinculante para toda a administração tributária federal,
em razão da ordem ministerial constante da Portaria MF n.o 383, de 12/07/2010):
O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo
Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais.
Súmula CARF N.o 29 (súmula vinculante para toda a administração tributária federal,
em razão da ordem ministerial constante da Portaria MF n.o 383, de 12/07/2010):
Todos os co-titulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos
depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na
presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do
lançamento.
113
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Súmula CARF N.o 34 (súmula vinculante para toda a administração tributária federal,
em razão da ordem ministerial constante da Portaria MF n.o 383, de 12/07/2010):
Nos lançamentos em que se apura omissão de receita ou rendimentos, decorrente de
depósitos bancários de origem não comprovada, é cabível a qualificação da multa de
ofício, quando constatada a movimentação de recursos em contas bancárias de interpostas
pessoas.
Súmula CARF N.o 35 (súmula vinculante para toda a administração tributária federal,
em razão da ordem ministerial constante da Portaria MF n.o 383, de 12/07/2010):
O art. 11, § 3º, da Lei N.o 9.311/96, com a redação dada pela Lei N.o 10.174/2001, que
autoriza o uso de informações da CPMF para a constituição do crédito tributário de outros
tributos, aplica-se retroativamente.
Súmula CARF N.o 36 (súmula vinculante para toda a administração tributária federal,
em razão da ordem ministerial constante da Portaria MF n.o 383, de 12/07/2010):
A inobservância do limite legal de trinta por cento para compensação de prejuízos fiscais
ou bases negativas da CSLL, quando comprovado pelo sujeito passivo que o tributo que
deixou de ser pago em razão dessas compensações o foi em período posterior, caracteriza
postergação do pagamento do IRPJ ou da CSLL, o que implica em excluir da exigência a
parcela paga posteriormente.
114
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Súmula CARF N.o 44 (súmula vinculante para toda a administração tributária federal,
em razão da ordem ministerial constante da Portaria MF n.o 383, de 12/07/2010):
Descabe a aplicação da multa por falta ou atraso na entrega da Declaração de Ajuste Anual
do Imposto de Renda das Pessoas Físicas, quando o sócio ou titular de pessoa jurídica
inapta não se enquadre nas demais hipóteses de obrigatoriedade de apresentação dessa
declaração.
Súmulas 1 do 1º e 2º CC:
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação
judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício,
com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo
órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
Súmulas 2 do 1º e 2º CC:
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei
tributária.
Súmulas 4 do 1º e 3º CC e 3 do 2º CC:
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários
administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de
inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC
para títulos federais.
Súmulas 5 do 1º CC e 7 do 3º CC:
São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no
vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no
montante integral.
Súmulas 6 do 1º CC e 4 do 2º CC:
É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda
que fora do estabelecimento do contribuinte.
115
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Súmula 7 do 1º CC:
A ausência da indicação da data e da hora de lavratura do auto de infração não invalida o
lançamento de ofício quando suprida pela data da ciência.
Súmula 8 do 1º CC e 5 do 2º CC:
O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal
da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador.
Súmula 9 do 1º CC e 6 do 2º CC:
É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo
contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que
este não seja o representante legal do destinatário.
Súmula 10 do 1º CC:
O prazo decadencial para constituição do crédito tributário relativo ao lucro inflacionário
diferido é contado do período de apuração de sua efetiva realização ou do período em
que, em face da legislação, deveria ter sido realizado, ainda que em percentuais mínimos.
Súmulas 11 do 1º CC e 7 do 2º CC:
Súmula 12 do 1º CC:
Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na
declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física
do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção.
Súmula 14 do 1º CC:
A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a
qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de
fraude do sujeito passivo.
Súmula 9 do 2º CC:
Não cabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a
decadência, quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do art.
151 do CTN e a suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer
procedimento de ofício a ele relativo.
Súmula 1 do 3º CC:
É nula, por vício formal, a notificação de lançamento que não contenha a identificação da
autoridade que a expediu.
Súmula 2 do 3º CC:
116
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Súmula 3 do 3º CC:
A autoridade administrativa pode rever o Valor da Terra Nua mínimo (VTNm) que vier a
ser questionado pelo contribuinte do imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR)
relativo aos exercícios de 1994 a 1996, mediante a apresentação de laudo técnico de
avaliação do imóvel, emitido por entidade de reconhecida capacidade técnica ou por
profissional devidamente habilitado, que se reporte à época do fato gerador e demonstre,
de forma inequívoca, a legitimidade da alteração pretendida, inclusive com a indicação
das fontes pesquisadas.
Súmula 6 do 3º CC:
Não compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil promover a restituição de obrigações da
Eletrobrás nem sua compensação com débitos tributários.
117
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
O processo administrativo fiscal é regido por vasto arsenal legal. Pode-se dizer
que a regra, hoje, é a da processualização da atividade administrativa; poucas são as
rotinas executadas ao desabrigo de estrito disciplinamento em atos legais. Os principais
atos legais a disciplinar os ritos, rotinas, competências e jurisdições em sede do PAF são os
seguintes:
Decreto n.º 70.235, de 06/03/1972: rege o processo administrativo de determinação e
exigência dos créditos tributários da União (com alterações, em especial, da Lei n.º
8.748/1993, da Lei n.º 9.532/1997, da Medida Provisória n.º 2.158-35/2001 e da Lei n.º
11.941/2009).
Portaria MF n.º 256, de 22/06/2009: aprova o Regimento Interno do Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais.
Instrução Normativa RFB n.º 740, de 02/05/2007: disciplina o processo de consulta acerca
da interpretação da legislação tributária e da classificação de mercadorias.
Portaria RFB n.º 11.371, de 12/12/2007: dispõe sobre o planejamento das atividades fiscais
e estabelece normas para a execução de procedimentos fiscais (disciplina o Mandado de
Procedimento Fiscal).
Portaria MF n.º 125, de 04/03/2009: aprova o Regimento Interno da Secretaria da Receita
Federal do Brasil.
Lei n.o 11.457, de 16/03/2007: dispõe sobre a Administração Tributária Federal (unifica a
SRF e a SRP, criando a Secretaria da Receita Federal do Brasil).
Portaria MF n.º 58, de 17/03/2006: disciplina a constituição das Turmas e o funcionamento
das DRJs.
Instrução Normativa RFB n.º 900, de 30/12/2008: disciplina a restituição e compensação de
quantias recolhidas a título de tributo ou contribuição administrados pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil; restituição e compensação de outras receitas da União
arrecadadas mediante DARF, ressarcimento e compensação de créditos do IPI, da
Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS.
Portaria SRF n.º 1.769, de 12/07/2005: dispõe sobre a movimentação de processos
administrativos referentes a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da
Receita Federal.
Portaria RFB n.º 665, de 24/04/2008: procedimentos a serem observados na comunicação,
ao MPF, de fatos que configurem ilícitos penais contra a ordem tributária, contra a
administração Pública Federal ou em detrimento da Fazenda Nacional, relacionados com
as atividades da RFB.
118
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
119
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
PARTE II
Comentários e Anotações ao Decreto n.o 70.235/1972
120
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
121
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Requisitos: artigo 10
Lavratura fora do Estabelecimento do Contribuinte: nota ao caput do artigo 10
Data e Hora da Lavratura – Irrelevância Jurídica: nota ao inciso II do artigo 10
Autoridade preparadora
Comentários gerais: nota ao artigo 13
Atividades: nota ao parágrafo único do artigo 24
Aviso de Cobrança: nota ao artigo 15
Avocatória: nota ao caput do artigo 43
Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF
Composição: parágrafos 3.º e 7.º do artigo 25 e notas
Julgamento de Recursos Especiais: nota ao Inciso I do artigo 26
Alteração da Condição Institucional: nota ao Inciso I do artigo 26
Recursos Atuais no Âmbito da CSRF: nota ao Inciso I do artigo 26 e notas ao
parágrafo 2.º do artigo 37
Cobrança Amigável
Prazo: caput do artigo 9.º
Procedimento: caput do artigo 43
Esgotamento do Prazo – Efeito: parágrafo 3.º do artigo 21
Consulta
Alterações Legais: nota ao artigo 46
Processo de Consulta na Lei n.° 9.430/1996: nota ao artigo 46
Competência para Solução de Consultas: nota ao artigo 46
Pendência de Consulta – Efeitos: nota ao artigo 46
Procedimento: nota ao artigo 46
Certidão Negativa durante Prazo para Cumprimento de Decisão: nota ao parágrafo único
do artigo 31
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF
Competência Genérica: inciso II do artigo 25
Criação do CARF: nota ao inciso II do artigo 25
Composição: parágrafo 1.º do artigo 25 e nota
Competência das Seções do CARF: nota ao parágrafo 2.º do artigo 25
Possibilidade de Modificação Temporária das Competências das Seções: nota
ao parágrafo 2.º do artigo 25
Possibilidade Distribuição Dirigida de Processos - Conexão: nota ao parágrafo
2.º do artigo 25
Decadência
Prazos para Lançamento: nota ao caput do artigo 9.º
Declaração Ex Officio: nota ao artigo 28
Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento
Competência: inciso I do artigo 25
Natureza, Constituição e Funcionamento: notas ao inciso I do artigo 25
Defesa Manuscrita: nota ao inciso IV do artigo 16
Definitividade das Decisões Administrativas: artigo 42
Depósito Judicial – Novo Disciplinamento: notas ao parágrafo 2.º do artigo 43 e ao caput do
artigo 9.º
122
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
123
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Impugnação
Prazo para Apresentação: artigo 15
Efeitos da Impugnação Intempestiva: nota ao artigo 14
Efeitos da Impugnação Parcial: parágrafo 1.º do artigo 21
Remessa da Impugnação pelos Correios: nota ao caput do Artigo 15
Requisitos: artigo 16
Inconstitucionalidade
Decisões do Supremo Tribunal Federal - Efeitos para a Administração
Pública Federal: nota ao artigo 9.º
Relativização dos Efeitos da Declaração de Inconstitucionalidade: nota ao
artigo 9.º
Informalismo: nota ao artigo 2.º
Intempestividade: nota ao artigo 14
Intimação
Conceito, Função e Efeitos da Intimação: notas ao caput do artigo 23
Intimação Pessoal: inciso I do artigo 23
Intimação por Via Postal: inciso II do artigo 23
Intimação por Edital Eletrônico: inciso III do artigo 23
Intimação por Via Eletrônica: nota ao inciso II do parágrafo 4.º do artigo 23
Intimação por Edital: parágrafo 1.º do artigo 23 e nota
Intimação a Funcionários, Prepostos, Pessoas da Família etc.: notas aos incisos
I e II do artigo 23
Momentos em que se Considera Efetuada a Intimação: parágrafo 2.º do artigo
23 e nota
Decadência X Contagem do Prazo de Intimação por Edital: nota ao parágrafo
2.º do artigo 23
Intimação por Edital – Repetições das Tentativas a Cada Ato Processual: nota
ao parágrafo 1.º do artigo 23
Eleição de Domicílio para Fins de Recebimento de Intimações: nota ao
parágrafo 4.º do artigo 23
Vista dos Autos na Repartição – Efeitos sobre a Intimação: nota ao inciso I do
parágrafo 2.º do artigo 23
Multiplicidade de Sujeitos Passivos - Intimação: nota ao caput do artigo 15
Intimação dos Procuradores da Fazenda Nacional das Decisões Administrativas:
parágrafos 7.º a 9.ºdo artigo 23 e notas, notas ao caput do artigo 37 e à Seção VIII
Jurisdição X Competência: notas ao parágrafo 3.º do artigo 9.º e à Seção V
Jurisprudência Administrativa como Fonte de Direito Tributário: nota ao parágrafo
único do artigo 42
Lançamento diante de Causa Suspensiva da Exigibilidade do Crédito Tributário
Base Legal: nota ao artigo 62
Posição da PFN: nota ao artigo 62
Orientação Administrativa: nota ao artigo 62
Orientação Jurisprudencial: nota ao artigo 62
Lançamento em Relação a Créditos Declarados em DCTF: nota ao caput do artigo 9.º
Lançamento – Hipóteses de Alteração: nota ao caput do artigo 9.º
124
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
125
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
126
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
127
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Provas
Disposições Gerais Acerca do Sistema Processual Brasileiro: nota ao caput
do artigo 9.º
Regras Práticas: nota ao caput do artigo 9.º
Fatos que Independem de Prova: nota ao caput do artigo 9.º
Momento da Juntada pelo Contribuinte: parágrafo 4.ºa 6.º do artigo 16
Provas Ilícitas - Inadmissibilidade: nota ao inciso III do artigo 10
Presunção de Legitimidade dos Atos Administrativos e Ônus da Prova: nota
ao caput do artigo 9.º
Negação Geral – Inadmissibilidade: nota ao inciso III do artigo 16
Pedido de Produção de Prova não Requerida na Primeira Instância: nota ao
inciso III do artigo 16
Prova Emprestada: nota ao caput do artigo 9.º
Aplicação dos Dispositivos da Lei n.o 9.784/1999: nota ao caput do artigo 9.º
Questões Preliminares X Questões de Mérito: notas ao artigo 28
Recursos Administrativos – Espécies: nota ao artigo 14
Recurso Administrativo contra Decisão Administrativa Definitiva: nota ao
parágrafo único do artigo 42
Recurso de Ofício
Base Legal: artigo 34
Limites de Alçada: nota ao inciso I do artigo 34
Hipóteses de Descabimento do Recurso de Ofício: nota ao inciso I do artigo 34
Recurso Especial
Natureza e Função dos Recursos Especiais: nota à Seção VIII
Competência para Proposição: parágrafo 2.ºdo artigo 37 e notas
Competência para Julgamento: inciso II do artigo 25, parágrafo 2.ºdo artigo 37 e
nota à Seção VIII
Recurso Hierárquico ao Ministro da Fazenda: nota ao artigo 45
Recurso Voluntário
Prazo para Apresentação: artigo 33
Interposição de Recurso Voluntário - Informação à PFN para Oferta de
Contrarrazões: nota ao caput do artigo 33
Depósito Recursal como Requisito de Seguimento do Recurso Voluntário: nota ao
parágrafo 2.º do artigo 33
Regras para a Instauração dos Procedimentos Fiscais: notas ao caput do artigo 7.º
Reincidência: artigo 13
Repetição de Indébito de Exação Paga com Base em Lei Inconstitucional: nota ao
caput do artigo 9.º
Representação Fiscal para Fins Penais
Crimes Contra a Ordem Tributária: nota ao artigo 12
Crimes contra a Fazenda Nacional ou contra a Administração Pública
Federal, Não Caracterizados como Contra a Ordem Tributária: nota ao artigo
12
Momento do Encaminhamento ao Ministério Público: nota ao artigo 12
Extinção da Punibilidade nos Crimes Contra a Ordem Tributária: nota ao artigo 12
128
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
129
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Em 1761, por deliberação do Marquês de Pombal, foi criado o Conselho da Fazenda, que tinha feições
de uma verdadeira jurisdição contenciosa. No entanto, uma lei de 1831 extinguiu esta exceção à
atuação do Poder Judiciário, inaugurando uma tradição que chegaria até a Carta Magna de 1946. Com
efeito, as Constituições de 1891, 1934, 1937 e 1946 adotaram a jurisdição una, e não comportavam
qualquer forma de contencioso administrativo. Apenas com o advento da Constituição de 1967 - e com
a redação dada pelas Emendas Constitucionais de n.os 01/1969 e 07/1977 - é que voltaram a ser
previstas possibilidades de implantação de contenciosos administrativos.
130
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
fiscal, entre tais aqueles que traduzem o direito de petição, o direito ao devido processo legal e o direito
ao contraditório e ampla defesa:
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações
de interesse pessoal.
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LVI - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
• DECRETO N.º 70.235/1972 - STATUS LEGAL - O Tribunal Federal de Recursos, através da AMS
106.747-DF, estabeleceu que o Decreto n.º 70.235/1972 tem status de Lei. O voto proferido pelo
eminente Ministro Ilmar Galvão, no referido julgamento, resume a posição adotada por aquela Corte:
"Cabe, aqui, portanto, a reprodução dos argumentos que foram por mim expendidos na AMS 106.307-
DF, onde a questão da competência do Presidente da República para editar normas de processo foi assim enfocada:
“O Decreto-lei n.º 822, de 05/09/69, editado pelos Ministros Militares, com base nos Atos Institucionais n.os 5 e
12, delegou, em seu artigo 2.º (fl. 12), ao Poder Executivo, competência para regular o processo administrativo de
determinação e exigência de créditos tributários federais.
Achava-se o País sob o império de duas ordens jurídicas: uma constitucional e outra institucional.
Ambas co-existiam, cada qual operando em seu setor próprio.
Entre os poderes atribuídos ao Presidente da República pelo Ato Institucional n.º 5, de 13/12/68,
encontrava-se o de legislar em todas as suas matérias, decretado que fosse o recesso parlamentar (art. 2.º, § 1.º),
medida que se concretizou com o Ato Complementar n.º 38, de 13/12/68.
No exercício dessas atribuições legislativas, editaram os Ministros Militares, 05/09/69 (quando
investidos temporariamente da função de Presidente da República, por força do Ato Institucional n.º 12, de
31/08/69), o Decreto-lei n.º 822 que, em seu art. 2.º, delegou ao Poder Executivo a competência para regular o
processo administrativo de determinação e exigência de créditos tributários federais.
Em 17 de outubro de 1969, as mesmas autoridades promulgaram a Emenda Constitucional n.º 01, que
entrou em vigor no dia 30 do mesmo mês.
Em seu art. 181, III, a aludida emenda aprovou e excluiu de apreciação judicial, entre outros atos, os de
natureza legislativa expedidos com base nos atos institucionais e complementares indicados no item 1.
Vale dizer que, conquanto haja a nova Constituição vedado a delegação de atribuições (artigo 6.º,
parágrafo único) e reservado à lei federal toda a matéria de Direito Processual e de Direito Financeiro (art. 18, §
1.º), permaneceu, como se viu, com plena vigência o Decreto-lei n.º 822, de 1969.
Invocando a delegação contida neste diploma legal, baixou o Presidente da República, em 06/03/72, o
Decreto n.º 70.235, (...)”
131
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Administração Pública Federal, sem prejuízo dos processos administrativos específicos, que nos termos
do artigo 69, “continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta
Lei”. Nestes termos, a Lei n.º 9.784/1999, para o processo administrativo fiscal, conforma-se mais como
coletânea de princípios, do que de regras de caráter procedimental. A rigor, a Lei agrupa, num mesmo
diploma, princípios/preceitos de há muito insculpidos nos Direitos Administrativo e Constitucional,
não se podendo dizer que antes da edição deste ato legal já não disciplinassem os processos
administrativos em geral, e o processo administrativo fiscal em particular. Tem a Lei n.º 9.784/1999,
assim, importância para o PAF no sentido de que consolida num único diploma legal
princípios/preceitos que, apesar de ausentes no Decreto n.º 70.235/1972, hão de pautar a conduta dos
agentes públicos investidos nas funções inerentes à Administração Tributária. O artigo 2.º da Lei n.º
9.784/1999 merece, neste sentido, transcrição:
Art. 2.º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse
público e eficiência;
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou
competências, salvo autorização em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou
autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na
Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII - observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito
aos direitos dos administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à
interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; XII - impulsão, de
ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim
público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1.º. Este Decreto rege o processo administrativo de
determinação e exigência dos créditos tributários da União e o de consulta
sobre a aplicação da legislação tributária federal.
132
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
para fins de que possa ser exercido. Na esfera administrativa, o pleito dirige-se ao Estado-
Administrador; já em sede judicial, o pleito destina-se ao Estado-Juiz. Assim, os processos
administrativos, via de regra, são os caminhos colocados à disposição de qualquer pessoa
para o acesso à atuação direta e específica da Administração Pública. No âmbito da Secretaria
da Receita Federal do Brasil, o gênero processo administrativo fiscal é composto não apenas
pelos ritos previstos no Decreto n.º 70.235/1972 (o processo administrativo de determinação e
exigência dos créditos tributários da União e o processo de consulta), mas também por várias
outras espécies dirigidas a pleitos/insurgências específicos. Na parte I deste trabalho (item 7)
foram destacadas e sumarizadas as principais destas outras espécies de processo:
- Processo de Revisão de Declarações entregues à RFB
- Processo de Solicitação de Retificação do Lançamento Previamente à Impugnação
- Processo de Restituição, Ressarcimento, Reembolso e Compensação
- Processo de Exclusão do Simples Nacional
- Processo de Arrolamento de Bens e Direitos
- Processo de Solicitação de Propositura de Medida Cautelar Fiscal
- Processo de Perdimento de Mercadorias, Veículos e Moeda
- Procedimento Simplificado para Declaração de Abandono de Mercadorias de
Origem Estrangeira
- Processo de Aplicação e de Exigência dos Direitos Antidumping e Compensatórios
- Processo de Vistoria Aduaneira
- Processo de Determinação e Exigência das Medidas de Salvaguarda
- Processo de Suspensão da Imunidade e da Isenção
- Processo de Consulta relativo ao Simples Nacional
- Processo de Liquidação do Termo de Responsabilidade
- Discussão Administrativa da Retificação de Documentos de Arrecadação de
Receitas - Federais
- Pedido de Restituição de Valor Pago ao Fundo Especial de Desenvolvimento e
Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (FUNDAF)
- Processo de Reconhecimento do Direito à Isenção de Tributos Incidentes sobre o
Lucro da Exploração na Área da SUDENE
-Processo de Reconhecimento do Direito à Isenção de Tributos Incidentes sobre o
Lucro da Exploração na Área da SUDAM
- Processo de Retificação de Declarações - Extinção
CAPÍTULO I
DO PROCESSO FISCAL
SEÇÃO I
DOS ATOS E TERMOS PROCESSUAIS
133
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
se rege pela lei vigente à data de publicação da decisão recorrida, como bem enfatiza a
seguinte manifestação do Superior Tribunal de Justiça:
“Segundo princípio de direito intertemporal, o recurso se rege pela lei vigente à data em que publicada
a decisão, salvo quando se trata de alteração de ordem constitucional, que tem incidência imediata.
Pode a mesma, no entanto, em norma de caráter transitório, determinar a aplicação da ordem anterior
até a ocorrência de fato futuro.” (STJ-4.ª Turma, RMS 38-SP, rel. Min. Sálvio de Figueiredo,
11/09/1989)
O artigo 1.211 do atual Código de Processo Civil referenda o princípio acima indicado:
Art. 1.211. Este Código regerá o processo civil em todo território brasileiro. Ao entrar em
vigor, suas disposições aplicar-se-ão desde logo aos processos pendentes.
134
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• SIGILO COMERCIAL X SIGILO FISCAL – Artigo 195 do CTN - Artigos 198 e 199 do
CTN (com a redação dada pelo artigo 1.º da Lei Complementar n.º 104, de 10/01/2001): Os
artigos 17 a 19 que compunham a parte hoje revogada do Código Comercial (revogação
efetuada pelo novo Código Civil), e os artigos 1.190 e 1.191 do novo Código Civil, consagram
o chamado sigilo comercial, por meio do qual são invioláveis os livros/registros do
comerciante. No âmbito tributário, tais disposições deixaram de ter efeito para o fisco, a
partir da edição do CTN, que em seu artigo 195 determinou que “para efeitos da legislação
135
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de
examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis [...]”. A contrapartida para a
relativização do sigilo comercial, para fins tributários, veio com o sigilo fiscal previsto no
artigo 198 do mesmo CTN, por meio do qual a autoridade fiscal fica obrigada a preservar,
apenas para si própria, as informações relativas à atividade do contribuinte. As exceções ao
sigilo fiscal estão expressamente previstas no mesmo artigo 198 e também no artigo 199 do
CTN.
136
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
conforme disposto no art. 198, do Código Tributário Nacional (CTN)”. A tais autoridades,
entretanto, é permitido o envio de dados cadastrais não protegidos pelo sigilo fiscal, dado
que tal é previsto no convênio celebrado entre a Secretaria da Receita Federal e a Advocacia-
Geral da União, assinado em 16 de fevereiro de 2000 (Solução de Consulta Interna COSIT n.º
17, de 05/07/2005).
137
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
138
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
139
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
140
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
disciplinares, sem interferir no conteúdo da relação processual em si (na esfera judicial, são
tidos como prazos impróprios aqueles atribuídos ao juiz, e impróprios, em regra, os
atribuídos às partes). O prazo previsto no artigo 4.º do Decreto n.º 70.235/1972 é, assim,
prazo impróprio, destinado que é não às partes da relação jurídico-processual, mas à
autoridade local, para a prática dos atos de condução do processo.
SEÇÃO II
DOS PRAZOS
Art. 5.º. Os prazos serão contínuos, excluindo-se na sua contagem o
dia de início e incluindo-se o do vencimento.
141
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
142
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
b) 8 dias: para execução, pelo servidor, de atos processuais, se outro prazo não for
especificado (art. 4.º);
c) 15 dias:
1. após a expedição da intimação, para considerar-se o sujeito passivo intimado, quando, feita
a intimação por via postal, for omitida a data do recebimento no comprovante respectivo
(art. 23, § 2.º, II);
2. para considerar-se o sujeito passivo intimado, no caso de intimação por meio eletrônico,
contado este prazo da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do
sujeito passivo ou no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo (art. 23, §
2.º, III);
3. para considerar-se o sujeito passivo intimado, após a publicação do edital, quando este for
o meio de intimação utilizado (art. 23, § 2.º, IV);
5. para oferecimento de contra-razões ao recurso especial interposto (arts. 69 e 70, do Anexo II,
da Portaria MF n.º 256, de 22/06/2009 );
143
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
d) 30 dias:
1. para realização, pela autoridade local, de atos processuais que devam ser praticados em
sua jurisdição, por solicitação de outra autoridade preparadora ou julgadora (art. 3.º);
• Redação original:
Art. 6.º. A autoridade preparadora, atendendo a circunstâncias especiais, poderá, em despacho
fundamentado:
I - acrescer de metade o prazo para impugnação da exigência;
II - prorrogar, pelo tempo necessário, o prazo para realização de diligência.
SEÇÃO III
DO PROCEDIMENTO
Art. 7.º. O procedimento fiscal tem início com:
144
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
145
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
146
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Agora, com a Portaria RFB n.º 11.371/2007 os tipos de MPF ficaram restritos a três:
Com a redução do número de MPF, atos que deveriam ser praticados com base nos MPF
extintos, o serão por intermédio dos MPF remanescentes. As alterações no MPF, decorrentes
de prorrogação de prazo, inclusão, exclusão ou substituição de AFRFB responsável pela sua
execução ou supervisão, bem como as relativas a tributos ou contribuições a serem
examinados e período de apuração, serão procedidas mediante registro eletrônico efetuado
147
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
pela respectiva autoridade outorgante, conforme modelo aprovado pela Portaria RFB n.º
11.371/2007 (artigo 9.o).
A Portaria define, em seu artigo 11, os prazos de validade dos MPF: 120 dias para os MPF-F e
MPF-E, e 60 dias para o MPF-D. Alerta o ato, ainda, para o fato de que o decurso do prazo
extingue o MPF, mas não implica na nulidade dos atos praticados (artigo 15); neste caso,
poderá ser emitido novo MPF, para a continuidade do procedimento, a ser conduzido agora,
necessariamente, por outro AFRF (artigo 15, parágrafo único).
A competência para a emissão dos MPFs, bem como as hipóteses de delegação desta
competência, estão dadas pelos artigos 6.º e 19 da Portaria RFB n.º 11.371/2007.
148
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
149
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
150
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este
artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária.
(b) Decreto n.º 3.724, de 10/01/2001: regulamenta o art. 6.º da Lei Complementar n.º 105, de
10/01/2001, criando a Requisição de Informações sobre a Movimentação Financeira – RMF e
dispondo sobre o procedimento pelo qual a Secretaria da Receita Federal, por intermédio de
servidor ocupante do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal, poderá examinar
informações relativas a terceiros, constantes de documentos, livros e registros de instituições
financeiras e de entidades a elas equiparadas, inclusive os referentes a contas de depósitos e
de aplicações financeiras.
(c) Portaria SRF n.º 180, de 01/02/2001: dispõe sobre a solicitação e emissão da Requisição de
Informações sobre a Movimentação Financeira – RMF, instituída pelo Decreto n.º 3.724, de
10/01/2001.
151
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver
cessado.
§ 1.º Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos,
pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento
da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação,
se for o caso.
§ 2.º Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração também constituir crime, a
prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal.
152
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
153
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
154
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
(a) Parecer CST n.º 2.716/1984: O ato que determinar o início do procedimento fiscal exclui a
espontaneidade do contribuinte somente em relação ao tributo, ao período e à matéria nele
expressamente inseridos.
(b) Ato Declaratório Interpretativo SRF n.º 05, de 17/05/2002: Art. 1º O início do procedimento
fiscal exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação ao tributo, ao período e à matéria nele
expressamente inseridos, e, independentemente de intimação, a dos demais envolvidos nas infrações
verificadas.
155
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
conseqüentemente, não afasta a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos tributos nele
expressamente previstos. [...] embora, para iniciar o procedimento fiscal, seja necessária a expedição de
MPF, por quaisquer das autoridades outorgantes competentes, previstas no art. 6.º da Portaria SRF n.º
3.007, de 2001, ressalvadas apenas as hipóteses de dispensa nela expressamente previstas, o MPF não é
instrumento hábil para caracterizar o início de procedimento fiscal e, em conseqüência, não exclui a
espontaneidade do sujeito passivo, uma vez que o início do procedimento fiscal, tal como previsto no
art. 7.º do Decreto n.º 70.235, de 1972, deve decorrer de um ato de ofício praticado por servidor
competente, qual seja, o AFRF designado no MPF para executar aquela ação fiscal.
156
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
prosseguimento dos trabalhos (parágrafo 2.º do artigo 7.º do Decreto n.º 70.235/72). Dentro
deste sistema, podem ocorrer situações distintas:
(a) primeiro, pode ser que mesmo dentro da vigência de um MPF readquira o
contribuinte a espontaneidade; basta que no curso do prazo de 120 dias consignado em um
MPF-F, deixe o AFRF de praticar qualquer ato por sessenta dias. O AFRF continuará
competente para prosseguir os trabalhos até o termo final do MPF, mas depois dos 60 dias de
inércia, e antes de qualquer outro ato fiscal, poderá o contribuinte valer-se do procedimento
espontâneo;
(b) por outro lado, pode o MPF extinguir-se, por conta do decurso dos prazos
fixados nos artigos 11 e 12 da Portaria RFB n.º 11.371, de 12/12/2007 (entrada em vigor em
01/01/2008), mas não terá o contribuinte, automaticamente, readquirido a espontaneidade;
se um novo MPF for emitido para um outro AFRF (como determina o parágrafo único do
artigo 16 da mencionada Portaria), e os trabalhos forem retomados num prazo máximo de 60
dias, contados da data do último ato praticado pelo AFRF anterior, não terá o contribuinte
direito a ter qualquer conduta sua, tomada depois da extinção do primeiro MPF, tida por
espontânea.
As conclusões acima justificam-se em face de que a extinção do MPF não importa na
conclusão do procedimento fiscal (diz-se isto, entretanto, sem que se desconheça que entre os
objetivos da adoção do MPF está, certamente, o de criar um mecanismo de limitação do
tempo de execução dos procedimentos fiscais - como se pode inferir da remissão ao artigo
196 do CTN no preâmbulo da Portaria SRF n.º 1.265/1999, que disciplinou originariamente o
MPF); o contrário, sim, é verdade: concluído o procedimento fiscal, extinto está o MPF, como
o afirma, aliás, o artigo 14 da Portaria RFB n.º 11.371/2007.
• Jurisprudência Administrativa:
NULIDADES - O fato de a fiscalização deixar de encaminhar à fiscalizada ato por escrito que indique
o prosseguimento dos trabalhos, por mais de 60 (sessenta) dias, não implica em nulidade do lançamento
quando realizado. (Acórdão n.º 102-40.367, de 10/07/1996, 1.º CC)
• Jurisprudência Judicial:
157
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação original:
Art. 9.º. A exigência do crédito tributário será formalizada em auto de infração ou notificação
de lançamento, distinto para cada tributo.
§ 1º Quando mais de uma infração à legislação de um tributo decorrer do mesmo fato e a
comprovação dos ilícitos depender dos mesmos elementos de convicção, a exigência será formalizada
em um só instrumento, no local a verificação da falta, e alcançará todas as infrações e infratores.
§ 2º A formalização da exigência, nos termos do parágrafo anterior, previne a jurisdição e
prorroga a competência da autoridade que dela primeiro conhecer.
158
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
decadencial se inicia, nas hipóteses em que o fisco desconhece a ocorrência do fato gerador, a partir do
exercício seguinte àquele em que poderia ter sido efetuado o lançamento.
(d.3) PIS/Pasep e Cofins – regra específica: além da previsão já posta no artigo 45 da Lei n.º
8.212/1991, em relação especificamente ao PIS/Pasep e à Cofins a Administração Tributária
estabeleceu que o prazo decadencial, para estas duas exações, é de dez anos, contados do
primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito já poderia ter sido constituído
(Instrução Normativa SRF n.º 247, de 21/11/2002).
159
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
160
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
161
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
serão operados, necessariamente, ex tunc. Agora, pode o STF, atendendo “razões de segurança
jurídica ou de excepcional interesse social” restringir os efeitos da declaração, ou decidir o
momento a partir do qual ela será eficaz. São tais os termos literais do dispositivo:
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões
de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por
maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só
tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
162
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
163
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Entretanto, como tais artigos não foram acolhidos quando da conversão da MP em lei,
acabaram expurgadas da ordem jurídica. Tais eram seus termos:
Art. 13. Os atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência
de fato gerador de tributo ou a natureza dos elementos constitutivos de obrigação tributária serão
desconsiderados, para fins tributários, pela autoridade administrativa competente, observados os
procedimentos estabelecidos nos arts. 14 a 19 subseqüentes.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não inclui atos e negócios jurídicos em que se
verificar a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Art. 14. São passíveis de desconsideração os atos ou negócios jurídicos que visem a reduzir o
valor de tributo, a evitar ou a postergar o seu pagamento ou a ocultar os verdadeiros aspectos do fato
gerador ou a real natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária.
§ 1º Para a desconsideração de ato ou negócio jurídico dever-se-á levar em conta, entre outras,
ocorrência de:
I - falta de propósito negocial; ou
II - abuso de forma.
§ 2º Considera-se indicativo de falta de propósito negocial a opção pela forma mais complexa
ou mais onerosa, para os envolvidos, entre duas ou mais formas para a prática de determinado ato.
§ 3º Para o efeito do disposto no inciso II do § 1º, considera-se abuso de forma jurídica a
prática de ato ou negócio jurídico indireto que produza o mesmo resultado econômico do ato ou
negócio jurídico dissimulado.
Art. 15. A desconsideração será efetuada após a instauração de procedimento de fiscalização,
mediante ato da autoridade administrativa que tenha determinado a instauração desse procedimento.
Art. 16. O ato de desconsideração será precedido de representação do servidor competente
para efetuar o lançamento do tributo à autoridade de que trata o art. 15.
§ 1º Antes de formalizar a representação, o servidor expedirá notificação fiscal ao sujeito
passivo, na qual relatará os fatos que justificam a desconsideração.
§ 2º O sujeito passivo poderá apresentar, no prazo de trinta dias, os esclarecimentos e provas
que julgar necessários.
§ 3º A representação de que trata este artigo:
I - deverá conter relatório circunstanciado do ato ou negócio praticado e a descrição dos atos
ou negócios equivalentes ao praticado;
II - será instruída com os elementos de prova colhidos pelo servidor, no curso do
procedimento de fiscalização, até a data da formalização da representação e os esclarecimentos e provas
apresentados pelo sujeito passivo.
Art. 17. A autoridade referida no art. 15 decidirá, em despacho fundamentado, sobre a
desconsideração dos atos ou negócios jurídicos praticados.
§ 1º Caso conclua pela desconsideração, o despacho a que se refere o caput deverá conter, além
da fundamentação:
I - descrição dos atos ou negócios praticados;
II - discriminação dos elementos ou fatos caracterizadores de que os atos ou negócios jurídicos
foram praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência de fato gerador de tributo ou a natureza
dos elementos constitutivos da obrigação tributária;
III - descrição dos atos ou negócios equivalentes aos praticados, com as respectivas normas de
incidência dos tributos;
IV - resultado tributário produzido pela adoção dos atos ou negócios equivalentes referidos no
inciso III, com especificação, por tributo, da base de cálculo, da alíquota incidente e dos encargos
moratórios.
§ 2º O sujeito passivo terá o prazo de trinta dias, contado da data que for cientificado do
despacho, para efetuar o pagamento dos tributos acrescidos de juros e multa de mora.
Art. 18. A falta de pagamento dos tributos e encargos moratórios no prazo a que se refere o §
2º do art. 17 ensejará o lançamento do respectivo crédito tributário, mediante lavratura de auto de
infração, com aplicação de multa de ofício.
§ 1º O sujeito passivo será cientificado do lançamento para, no prazo de trinta dias, efetuar o
pagamento ou apresentar impugnação contra a exigência do crédito tributário.
164
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
(a) RIR/1999, artigo 276 (caput do artigo 223 do RIR/1994) – A determinação do lucro real pelo
contribuinte está sujeita a verificação pela autoridade tributária, com base no exame de livros e
documentos de sua escrituração, na escrituração de outros contribuintes, em informações ou
esclarecimentos do contribuinte ou de terceiros, ou em qualquer outro elemento de prova, observado o
disposto no art. 22 (Decreto-lei n.º 1.598/77, art. 9.º);
(b) RIR/1999, artigo 923 (parágrafo 1.º do artigo 223 do RIR/1994) – A escrituração mantida
com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e
comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais
(Decreto-lei n.º 1.598/77, art. 9.º, § 1.º);
(c) RIR/1999, artigo 924 (parágrafo 2.º do artigo 223 do RIR/1994) - Cabe à autoridade
administrativa a prova da inveracidade dos fatos registrados com observância do disposto no § 1.º
(Decreto-lei n.º 1.598/77, art. 9.º, § 2.º);
(d) RIR/1999, artigo 925 (parágrafo 3.º do artigo 223 do RIR/1994) - O disposto no artigo
anterior não se aplica aos casos em que a lei, por disposição especial, atribua ao contribuinte o ônus da
prova de fatos registrados na sua escrituração (Decreto-lei n.º 1.598/77, art. 9.º, § 3.º).
165
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
§ 1º Se o crédito tributário for formalizado contra pessoa física, no arrolamento devem ser
identificados, inclusive, os bens e direitos em nome do cônjuge, não gravados com a cláusula de
incomunicabilidade.
§ 2º Na falta de outros elementos indicativos, considera-se patrimônio conhecido, o valor
constante da última declaração de rendimentos apresentada.
§ 3º A partir da data da notificação do ato de arrolamento, mediante entrega de cópia do
respectivo termo, o proprietário dos bens e direitos arrolados, ao transferi-los, aliená-los ou onerá-los,
deve comunicar o fato à unidade do órgão fazendário que jurisdiciona o domicílio tributário do sujeito
passivo.
§ 4º A alienação, oneração ou transferência, a qualquer título, dos bens e direitos arrolados,
sem o cumprimento da formalidade prevista no parágrafo anterior, autoriza o requerimento de medida
cautelar fiscal contra o sujeito passivo.
§ 5º O termo de arrolamento de que trata este artigo será registrado independentemente de
pagamento de custas ou emolumentos:
I - no competente registro imobiliário, relativamente aos bens imóveis;
II - nos órgãos ou entidades, onde, por força de lei, os bens móveis ou direitos sejam
registrados ou controlados;
III - no Cartório de Títulos e Documentos e Registros Especiais do domicílio tributário do
sujeito passivo, relativamente aos demais bens e direitos.
§ 6º As certidões de regularidade fiscal expedidas deverão conter informações quanto à
existência de arrolamento.
§ 7º O disposto neste artigo só se aplica a soma de créditos de valor superior a R$
500.000,00 (quinhentos mil reais).
§ 8º Liquidado, antes do seu encaminhamento para inscrição em Dívida Ativa, o crédito
tributário que tenha motivado o arrolamento, a autoridade competente da Secretaria da Receita
Federal comunicará o fato ao registro imobiliário, cartório, órgão ou entidade competente de registro e
controle, em que o termo de arrolamento tenha sido registrado, nos termos do § 5º, para que sejam
anulados os efeitos do arrolamento.
§ 9º Liquidado ou garantido, nos termos da Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, o
crédito tributário que tenha motivado o arrolamento, após seu encaminhamento para inscrição em
Dívida Ativa, a comunicação de que trata o parágrafo anterior será feita pela autoridade competente
da Procuradoria da Fazenda Nacional.
§ 10. Fica o Poder Executivo autorizado a aumentar ou restabelecer o limite de que trata o §
7o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
Art. 64-A. O arrolamento de que trata o art. 64 recairá sobre bens e direitos suscetíveis de
registro público, com prioridade aos imóveis, e em valor suficiente para cobrir o montante do crédito
tributário de responsabilidade do sujeito passivo.
Parágrafo único. O arrolamento somente poderá alcançar outros bens e direitos para fins de
complementar o valor referido no caput
166
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
§ 2° O arrolamento recairá sobre bens e direitos suscetíveis de registro, com prioridade para
os imóveis, e em valor suficiente para cobrir o montante do crédito tributário, somente alcançando
outros bens e direitos para fins de complementar o montante do referido crédito.
§ 3° Serão arrolados:
I - os bens integrantes do seu patrimônio, inclusive os que estiverem em nome do cônjuge,
desde que não gravados com cláusula de incomunicabilidade, se o sujeito passivo for pessoa física;
II - os bens integrantes do ativo permanente, se o sujeito passivo for pessoa jurídica.
§ 4° Os bens e direitos serão avaliados pelo valor do patrimônio da pessoa física, constante da
última declaração de rendimentos apresentada, ou do ativo permanente da pessoa jurídica registrado na
contabilidade, deduzido, nesse último caso, o valor das obrigações trabalhistas reconhecidas
contabilmente.
§ 5° A existência de arrolamento nos termos deste artigo deverá ser informada em certidão
sobre a situação do sujeito passivo em relação aos tributos e contribuições administrados pela SRF.
§ 6° Na hipótese de nulidade ou retificação do lançamento que implique redução do crédito
tributário para montante que não justifique o arrolamento, aplica-se o disposto no art. 6o.
§ 7° O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de exigência fiscal contra empresa em
processo falimentar.
Art. 8º Para a efetivação do arrolamento de que trata o art. 7o, deverão ser observados:
I - nos procedimentos de fiscalização:
a) o preparo da ação fiscal deverá conter informações sobre os débitos existentes em nome do
sujeito passivo;
b) antes do encerramento da ação fiscal, o Auditor-Fiscal da Receita Federal (AFRF) deverá
coletar todas as informações necessárias à efetivação do arrolamento e comunicar o fato ao seu superior
hierárquico, por intermédio da Comunicação de Débitos, conforme modelo constante do Anexo IV;
II - nos demais procedimentos, o AFRF que tomar conhecimento de situação que indique a
necessidade de arrolamento, deverá comunicar o fato ao seu superior hierárquico, conforme modelo
constante do Anexo IV.
§ 1° O superior hierárquico do AFRF que receber a Comunicação de Débitos formalizará a
proposta de instauração do procedimento de arrolamento, na própria Comunicação de Débitos, à
autoridade administrativa a que se refere o § 1° do art. 7°, que determinará a elaboração da Relação de
Bens e Direitos para Arrolamento.
§ 2° A Relação de Bens e Direitos para Arrolamento será elaborada em duas vias, conforme
modelo constante do Anexo IV, sendo que:
a) a primeira via deverá compor o processo administrativo constituído para fins de controle
do procedimento;
b) a segunda via deverá ser entregue ao sujeito passivo.
§ 3° Existindo processo de constituição de crédito tributário, a ele será anexada cópia da
relação a que se refere o § 2º.
§ 4° Aplicam-se ao arrolamento para acompanhamento do patrimônio do sujeito passivo as
disposições do caput do art. 4° e dos arts. 5o e 6°.
167
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
V - contratação ou tentativa de contrair dívidas, por parte do sujeito passivo, seu sócio ou
acionista controlador, que possam comprometer a liquidez de seu patrimônio;
VI - incapacidade financeira do sócio ou acionista controlador da pessoa jurídica para ocupar
tal posição;
VII - inexistência de domicílio certo, na forma do art. 127 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro
de 1966, do sujeito passivo, seu sócio ou acionista controlador;
VIII - não atendimento, pelo sujeito passivo ou pelo procurador por ele designado, a duas ou
mais intimações fiscais sucessivas;
IX - as dívidas existentes, o patrimônio conhecido e a proporção entre ambos;
X - venda de bens e direitos objeto de arrolamento e a existência deste procedimento; ou
XI - inaptidão da inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ).
Art. 10. O requerimento de medida cautelar fiscal será encaminhado pela autoridade
administrativa competente ao chefe da correspondente unidade da Procuradoria da Fazenda Nacional
(PFN) e conterá nome ou nome empresarial, número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)
ou no CNPJ e domicílio tributário do sujeito passivo, devendo ser instruída com:
I – o relato dos fatos ocorridos;
II - documento de formalização da exigência do crédito tributário, comprovação de que foi
feita a intimação ao sujeito passivo, nos termos do art. 23 do Decreto n° 70.235, de 6 de março de 1972,
e alterações posteriores, e a indicação do número do processo administrativo fiscal, quando existente;
III - em se tratando de pessoa jurídica, cópia dos atos constitutivos e respectivas alterações;
IV - documentos a que se refere o § 3° do art. 9o; e
V - relação discriminada e comprovação da titularidade de bens e direitos do sujeito passivo
suficientes à satisfação do crédito tributário, ou de todo seu patrimônio, quando os bens forem
insuficientes para tal propósito.
§ 1° A solicitação formulada após a impugnação da exigência do crédito tributário deverá ser
instruída com cópia das peças do processo.
§ 2° Quando os bens e direitos do sujeito passivo forem insuficientes à satisfação do crédito
tributário, poderão ser relacionados os bens e direitos das seguintes pessoas:
I - acionista controlador;
168
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
II - pessoas que, em razão de contrato social ou estatuto, tenham ou tiveram poderes para
fazer o sujeito passivo cumprir suas obrigações fiscais, ao tempo:
a) da ocorrência do fato gerador, nos casos de lançamento de ofício;
b) do inadimplemento da obrigação fiscal, nos demais casos.
§ 3° Quando o sujeito passivo ou seu acionista controlador for pessoa jurídica, a relação de
que trata o inciso V do caput recairá sobre bens do ativo permanente.
§ 4° O servidor que verificar a ocorrência de qualquer das hipóteses descritas no artigo
anterior comunicará o fato, imediatamente, à autoridade administrativa da unidade da SRF na qual
estiver prestando serviços.
§ 5° Na hipótese do parágrafo anterior, caso a comunicação seja formulada pelo autor do
procedimento administrativo fiscal de constituição do crédito tributário, caberá a este instruí-la na
forma prevista nos incisos I a V do caput.
§ 6° Se o domicílio fiscal do sujeito passivo estiver na jurisdição de outra unidade da SRF, a
autoridade administrativa que tiver recebido a comunicação prevista no § 4° providenciará seu
encaminhamento, no prazo de 48 horas, juntamente com as peças que a instruem, à autoridade
administrativa da unidade da SRF competente para adoção das providências previstas nesta Instrução
Normativa.
169
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública
competente, quando exigível em virtude de lei;
VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta, pelo órgão fazendário;
IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito.
• Tentativa de alteração da redação (Medida Provisória n.º 75, de 24/10/2002, que acabou
rejeitada pelo Congresso Nacional):
§ 1.º. As exigências de que trata o caput, formalizadas em relação ao mesmo sujeito passivo,
podem ser objeto de um único processo, contendo todos os autos de infração ou notificações de
lançamento, quando a comprovação dos ilícitos depender dos mesmos elementos de prova”.
170
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
d) ao IRPJ e à CSLL; ou
e) ao Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das
Empresas de Pequeno Porte (Simples).
II - a suspensão de imunidade ou de isenção ou a não-homologação de compensação e o
lançamento de ofício de crédito tributário delas decorrentes;
III - as exigências de crédito tributário relativo a infrações apuradas no Simples que tiverem
dado origem à exclusão do sujeito passivo dessa forma de pagamento simplificada, a exclusão do
Simples e o lançamento de ofício de crédito tributário dela decorrente;
IV - os Pedidos de Restituição ou de Ressarcimento e as Declarações de Compensação
(Dcomp) que tenham por base o mesmo crédito, ainda que apresentados em datas distintas;
V - as multas isoladas aplicadas em decorrência de compensação considerada não declarada.
§ 1º O disposto no inciso I aplica-se inclusive na hipótese de inexistência de crédito tributário
relativo a um ou mais tributos.
§ 2º Também deverão constar do processo administrativo a que se referem os incisos I, II e III
as exigências relativas à aplicação de penalidade isolada em decorrência de mesma ação fiscal.
§ 3º Sendo apresentadas pelo sujeito passivo manifestação de inconformidade e impugnação,
as peças serão juntadas aos processos de que tratam os incisos II e III.
§ 4º As DComp baseadas em crédito constante de pedido de restituição ou ressarcimento
indeferido ou em compensação não homologada pela autoridade competente da Secretaria da Receita
Federal do Brasil (RFB), apresentadas após o indeferimento ou não-homologação, serão objeto de
processos distintos daquele em que foi prolatada a decisão.
§ 5º Para efeito do disposto nos incisos II e III, havendo lançamento do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) ou da Contribuição Previdenciária, estes deverão constituir processos
distintos.
Art. 2º Os autos serão apensados nos seguintes casos:
I - recurso hierárquico relativo à compensação considerada não declarada e ao lançamento de
ofício de crédito tributário dela decorrente;
II - recurso hierárquico relativo ao indeferimento de pedido de retificação, cancelamento ou
desistência de Pedido de Restituição ou Ressarcimento e de Declaração de Compensação e à
manifestação de inconformidade contra indeferimento do Pedido de Restituição ou Ressarcimento ou a
não-homologação da Declaração de Compensação originais;
III – de exigências de crédito tributário do mesmo sujeito passivo, formalizadas com base nos
mesmos elementos de prova, referentes às Contribuições Previdenciárias e àquelas relativas a terceiros.
Art. 3º Os processos em andamento, que não tenham sido formalizados de acordo com o
disposto no art. 1º, serão juntados por anexação na unidade da RFB em que se encontrem.
Art. 4º O disposto no art. 2º aplica-se aos processos formalizados a partir da publicação desta
Portaria.
171
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação original:
Art. 9.º. A exigência do crédito tributário será formalizada em auto de infração ou
notificação de lançamento, distinto para cada tributo.
§ 1.º. Quando mais de uma infração à legislação de um tributo decorrer de um
mesmo fato e a comprovação dos ilícitos decorrer dos mesmos elementos de convicção, a
exigência será formalizada em um só instrumento, no local da verificação da falta, e alcançará
todas as infrações e infratores.
§ 2.º. A formalização da exigência, nos termos do parágrafo anterior, previne a
jurisdição e prorroga a competência da autoridade que dela primeiro conhecer.
172
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Jurisprudência Administrativa:
I - a qualificação do autuado;
• SUJEIÇÃO PASSIVA:
(a) Contribuinte e Responsável – Artigos 121 a 123 do CTN.
(b) Solidariedade – Artigos 124 e 125 do CTN.
(c) Capacidade Tributária – Artigo 126 do CTN.
• RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA:
(a) Atribuição de Responsabilidade pelo Crédito Tributário a Terceiros – Artigo 128 do CTN.
(b) Responsabilidade dos Sucessores – Artigos 129 a 133 do CTN.
(c) Responsabilidade de Terceiros – Artigos 134 e 135 do CTN.
(d) Responsabilidade por Infrações – Artigos 136 a 138 do CTN.
173
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA:
(a) Legitimidade Ativa e Passiva – “... no caso da substituição tributária o contribuinte não fica no
pólo negativo da relação jurídica, mas o substituto. (...) Como conseqüência, cabe ao substituto
tributário impugnar o lançamento tributário contra si feito, inclusive ser acionado pelo sujeito ativo
(credor) da obrigação tributária” (Bernardo Ribeiro de Moraes, citado por Leandro Paulsen, in
“Direito Tributário”, Ed. Livraria do Advogado, Porto Alegre, 2000, p. 461-462).
(b) Exclusão da Responsabilidade do Substituído – “A figura do substituto tributário pressupõe
a exclusão da responsabilidade da pessoa substituída, que é o contribuinte. (...) na verdade, não
substitui ninguém, nem mesmo o contribuinte, pois, desde o nascimento da obrigação tributária, o
substituto passa a ser o devedor do tributo ...” (Bernardo Ribeiro de Moraes, citado por Leandro
Paulsen in “Direito Tributário”, Ed. Livraria do Advogado, Porto Alegre, 2000, p.461).
174
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
vinculação a uma situação fática concreta, ensejadora da exigência de adimplemento de uma obrigação
tributária, de prova a ser produzida pela autoridade administrativa.
Muito embora, como já antes se viu, venha o Poder Judiciário acatando o entendimento de que
o responsável, para ter a execução contra ele proposta, não precisa ter seu nome necessariamente
incluído na certidão de inscrição em dívida ativa, certo é que em algum momento a autoridade
administrativa deverá demonstrar a ocorrência da situação de fato que justifica a caracterização da
pessoa como responsável tributário. Tal demonstração poderá se dar:
(a) no caso de procedimento de ofício, durante o próprio curso da ação fiscal, caso em que
os responsáveis já podem ter seus nomes incluídos na certidão de dívida ativa;
(b) nos casos de caracterização da responsabilidade por circunstâncias de fato
supervenientes a um procedimento de ofício, antes da inscrição em dívida ativa, permitindo a
inclusão do responsável na certidão de dívida ativa (CDA), ou, no máximo, antes da propositura da
ação de execução, caso em que tal demonstração deverá fazer parte da petição inicial;
(c) no caso de cobrança de crédito confessado (portanto sem procedimento de ofício),
também antes da inscrição em dívida ativa, permitindo a inclusão do responsável na CDA, ou, no
máximo, antes da propositura da ação de execução, caso em que tal demonstração deverá fazer parte da
petição inicial.
É recomendável que tão logo se apresentem as circunstâncias que dão ensejo à
responsabilização tributária, trate a autoridade administrativa de caracterizá-la, fazendo-o por via de
um procedimento em que o sujeito passivo indicado possa se manifestar quanto ao feito (tal
procedimento, normalmente, é realizado no âmbito da própria ação fiscal, paralelamente à apuração do
crédito tributário). Se o procedimento não for conduzido nesta oportunidade, a autoridade
administrativa, além de perder a vantagem da maior proximidade temporal com os fatos, poderá ter de
fazê-lo em sede de execução, na oportunidade dos embargos propostos pelo executado, o que postergará
significativamente a satisfação do crédito tributário.
Preocupação de ordem similar deve ter a autoridade administrativa com os casos de
responsabilidade por solidariedade passiva. Como já visto, o artigo 124 do CTN dispõe que são
solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato
gerador da obrigação principal ou as pessoas expressamente designadas por lei. Neste segundo caso, a
identificação do responsável solidário não oferece maiores dificuldades, por estar definido na lei; já no
primeiro, entretanto, a caracterização do interesse comum demanda prova a cargo da autoridade
administrativa, que deve ser produzida em termos similares aos acima descritos para os casos de
identificação do responsável por transferência.
175
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
I - excesso de poderes;
II - infração à lei;
III - infração ao contrato social ou estatuto;
IV - dissolução irregular da pessoa jurídica.
Parágrafo único. Na hipótese de dissolução irregular da pessoa jurídica, os sócios-gerentes e
os terceiros não sócios com poderes de gerência à época da dissolução, bem como do fato gerador,
deverão ser considerados responsáveis solidários.
Art. 3º Tratando-se de débitos junto à Seguridade Social, cujo fato gerador tenha ocorrido
antes da entrada em vigor da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008, convertida na Lei
nº 11.941, de 27 de maio de 2009, o sócio de pessoa jurídica por cotas de responsabilidade limitada, que
estava nesta condição à época do fato gerador, será incluído como responsável solidário na Certidão de
Dívida Ativa da União, independentemente da comprovação de qualquer das situações previstas no
art. 2º desta Portaria.
§ 1º Ocorrido o fato gerador do tributo após a publicação da Medida Provisória nº 449, de
2008, o sócio a que se refere o caput deste artigo somente será incluído como responsável solidário na
Certidão de Dívida Ativa da União quando comprovadas sua condição de sócio com poderes de
gerência à época do fato gerador e ao menos uma das situações previstas no art. 2º desta Portaria.
§ 2º Ao terceiro não sócio com poderes de gerência sobre a pessoa jurídica aplica-se o disposto
no art. 2º desta Portaria.
§ 3º Sem prejuízo no disposto no caput deste artigo, havendo dissolução irregular da pessoa
jurídica e tendo ocorrido o fato gerador do tributo antes da entrada em vigor da Medida Provisória nº
449, de 2008, deverão ser considerados responsáveis solidários os sócios à época do fato gerador e/ou da
dissolução, cabendo ao Procurador da Fazenda Nacional responsável proceder à inclusão destes com
fundamento no inciso IV do art. 2º desta Portaria.
§ 4º Na hipótese de dissolução irregular da pessoa jurídica, tendo ocorrido o fato gerador do
tributo após a entrada em vigor da Medida Provisória nº 449, de 2008, aplica-se o disposto no
parágrafo único do art. 2º desta Portaria.
Art. 4º Após a inscrição em dívida ativa e antes do ajuizamento da execução fiscal, caso o
Procurador da Fazenda Nacional responsável constate a ocorrência de alguma das situações previstas
no art. 2º, deverá juntar aos autos documentos comprobatórios e, após, de forma fundamentada,
declará-las e inscrever o nome do responsável solidário no anexo II da Certidão de Dívida Ativa da
União.
Art. 5º Ajuizada a execução fiscal e não constando da Certidão de Dívida Ativa da União o
responsável solidário, o Procurador da Fazenda Nacional responsável, munido da documentação
comprobatória, deverá proceder à sua inclusão na referida certidão.
Parágrafo único. No caso de indeferimento judicial da inclusão prevista no caput, o
Procurador da Fazenda Nacional interporá recurso, desde que comprovada, nos autos judiciais, a
ocorrência de uma das hipóteses previstas no art. 2º desta Portaria.
Art. 6º Ante a não comprovação, nos autos judiciais, das hipóteses previstas no art. 2º desta
Portaria, o Procurador da Fazenda Nacional responsável, não sendo o caso de prosseguimento da
execução fiscal contra o devedor principal ou outro codevedor, deverá requerer a suspensão do feito por
90 (noventa) dias e diligenciar para produção de provas necessárias à inclusão do responsável solidário
na Certidão de Dívida Ativa da União, conforme disposto no art. 4º desta Portaria.
Parágrafo único. Não logrando êxito na produção das provas a que se refere o caput, o
Procurador da Fazenda Nacional deverá requerer a suspensão do feito, nos termos do art. 40 da Lei nº
6.830, de 22 de setembro de 1980.
Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
176
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
177
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• SÚMULA CARF N.o 22: o entendimento expresso nesta súmula bem evidencia a
importância da descrição dos fatos na lavratura de qualquer ato impositivo. A falta de
indicação precisa dos fatos ensejadores de qualquer sanção, cerceia o direito de defesa do
sujeito passivo, maculando o ato administrativo.
SÚMULA CARF N.o 22: É nulo o ato declaratório de exclusão do Simples que se limite a
consignar a existência de pendências perante a Dívida Ativa da União ou do INSS, sem a indicação
dos débitos inscritos cuja exigibilidade não esteja suspensa.
• Jurisprudência Administrativa:
• Jurisprudência Administrativa:
• LEI n.º 9.430/1996 - REDUÇÃO DAS MULTAS DE OFÍCIO - Art. 44, § 3.º - Aplicam-se às
multas de que trata este artigo as reduções previstas no art. 6.º da Lei n.º 8.218, de 29 de agosto de
1991, e no art. 60 da Lei n.º 8.383, de 30 de dezembro de 1991.
• Lei n.º 8.218/1991, art. 6.º - Art. 961 do RIR/1999 (Art. 996 do RIR/1994) – Será concedida a
redução de cinqüenta por cento da multa de lançamento de ofício ao contribuinte que, notificado,
efetuar o pagamento do débito no prazo legal de impugnação.
178
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Lei n.º 8.218/1991, art. 6.º, parágrafo único – Art. 962 do RIR/1999 (Art. 997 do RIR/1994) –
Se houver impugnação tempestiva, a redução será de trinta por cento se o pagamento do débito for
efetuado dentro de trinta dias da ciência da decisão de primeira instância.
• Lei n.º 8.383/1991, art. 60 – Art. 963 do RIR/1999 (Art. 998 do RIR/1994) – Será concedida
redução de quarenta por cento da multa de lançamento de ofício ao contribuinte que, notificado,
requerer o parcelamento do débito no prazo legal de impugnação.
§ 1.º - Havendo impugnação tempestiva, a redução será de vinte por cento, se o parcelamento
for requerido dentro de trinta dias da ciência da decisão de primeira instância.
§ 2.º - A rescisão do parcelamento, motivada pelo descumprimento das normas que o
regulam, implicará restabelecimento do montante da multa, proporcionalmente ao valor da receita não
satisfeita.
• Jurisprudência Administrativa:
NULIDADE - É nula a notificação de lançamento suplementar que não atende aos requisitos
estabelecidos pelo art. 11 do Decreto n.º 70.235/72. (Acórdão n.º 103-19.894, de 24/02/1999, 1.º
CC)
I - a qualificação do notificado;
179
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
180
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
181
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Parágrafo único. Caso o crédito tributário correspondente ao ilícito penal seja integralmente
extinto pelo julgamento administrativo ou pelo pagamento, os autos da representação, juntamente com
cópia da respectiva decisão administrativa, quando for o caso, deverão ser arquivados.
Art. 4º Os autos da representação serão remetidos, no prazo de 10 (dez) dias, pelo Delegado
ou Inspetor-Chefe da Receita Federal do Brasil responsável pelo controle do processo administrativo-
fiscal, ao órgão do Ministério Público Federal que for competente para promover a ação penal, contado:
I - do encerramento do prazo para cobrança amigável, na hipótese de definitividade do crédito
tributário relacionado ao ilícito penal, sem o correspondente pagamento;
II - da concessão de parcelamento do crédito tributário, ressalvados aqueles mencionados nos
incisos III e IV;
III - da exclusão de pessoa jurídica do Programa de Recuperação Fiscal (Refis) ou do
parcelamento a ele alternativo, de que trata a Lei nº 9.964, de 10 de abril de 2000;
IV - da exclusão de pessoa jurídica do Parcelamento Especial (Paes) de que trata a Lei nº
10.684, de 30 de maio de 2003;
V - da concessão a pessoa física do Parcelamento Especial (Paes) de que trata a Lei nº 10.684,
de 2003;
VI - da lavratura de auto de infração ou da expedição de notificação de lançamento sem
crédito tributário, nas hipóteses de redução de prejuízos fiscais, de bases de cálculo negativas da
contribuição social sobre o lucro líquido ou de valor de imposto a ser restituído.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso I, deverá ser juntada aos autos da representação cópia
da respectiva decisão administrativa, juntamente com o despacho do titular da unidade de controle
com a informação da data de sua definitividade.
Art. 5.o A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes de contrabando ou
descaminho, definidos no art. 334 do Código Penal, será formalizada em autos separados e
protocolizada na mesma data da lavratura do auto de infração, devendo permanecer na unidade da
RFB de lavratura até o final do prazo para impugnação.
§ 1º Se for aplicada a pena de perdimento de bens, inclusive na hipótese de conversão em
multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não seja localizada ou que tenha sido
consumida, a representação de que trata o caput deverá ser encaminhada pela autoridade julgadora de
instância única ao órgão do Ministério Público Federal que for competente para promover a ação
penal, no prazo máximo de 10 (dez) dias, anexando-se cópia da decisão.
§ 2º Não aplicada a pena de perdimento, a representação fiscal para fins penais deverá ser
arquivada, depois de incluir nos autos cópia da respectiva decisão administrativa.
Art. 6.o A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes contra a Previdência
Social, definidos nos arts. 168-A e 337-A do Código Penal, acrescentados pela Lei nº 9.983, de 14 de
julho de 2000, será formalizada e protocolizada em até 10 (dez) dias contados da data da constituição
de crédito tributário, devendo ser remetida pelo Delegado da Receita Federal do Brasil responsável pelo
controle do processo administrativo-fiscal em até dez dias, contados da data de sua protocolização, ao
órgão do Ministério Público Federal que for competente para promover a ação penal.
§ 1º Os autos da representação fiscal para fins penais relativos aos crimes previstos no art. 95
da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e nos arts. 168-A e 337-A do Código Penal, correspondente a
crédito tributário que tenha sido incluído em regime de parcelamento especial cuja lei assegure o
benefício da suspensão da pretensão punitiva do Estado, devem ser remetidos ao órgão do Ministério
Público Federal que for competente para promover a ação penal, no prazo de 10 (dez) dias, contado da
data em que a pessoa for excluída do aludido regime de parcelamento especial.
§ 2º Quitado o parcelamento especial de que trata o § 1º pelo integral pagamento, os autos da
representação deverão ser arquivados.
Art. 7º Além dos casos de representação previstos nos artigos anteriores, os servidores em
exercício na RFB, observadas as atribuições dos respectivos cargos, deverão formalizar representação
para fins penais, perante os titulares das Unidades Centrais, Superintendentes, Delegados ou
Inspetores da RFB aos quais estiverem vinculados, sempre que identificarem situações que, em tese,
configurem crime contra a Administração Pública Federal ou em detrimento da Fazenda Nacional.
§ 1º A representação de que trata o caput deverá:
I - conter os elementos referidos no art. 1º, no que couber;
II - ser levada a registro em protocolo pelo servidor que a elaborar, no prazo de 10 (dez) dias,
contado da data em que identificar a situação caracterizadora de crime;
182
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
III - ser remetida no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua protocolização, ao órgão
do Ministério Público Federal que for competente para promover a ação penal.
§ 2º Deverá ser dado conhecimento da representação ao titular da unidade do domicílio fiscal
do sujeito passivo, na hipótese de o servidor formalizar representação perante outra autoridade a quem
estiver vinculado.
183
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Art. 83. A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes contra a ordem tributária
previstos nos arts. 1º e 2º da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e aos crimes contra a
Previdência Social, previstos nos arts. 168-A e 337-A do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 - Código Penal, será encaminhada ao Ministério Público depois de proferida a decisão
final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário correspondente.
(grifou-se)
184
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Decreto n.o 70.235/1972, a mesma revisão efetuada em outros dispositivos com o fim de
adequar as atribuições da "autoridade preparadora" ao sistema pós- Lei n.o 8.748/1993.
185
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos
seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação
tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso
anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento
formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a
juízo daquela autoridade;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na
legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no
exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado,
que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo,
fraude ou simulação;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento
anterior;
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da
autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da
Fazenda Pública.
186
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
(b) com a impugnação do lançamento por parte do contribuinte, instaura-se a fase litigiosa
do procedimento (artigo 14 do Decreto n.o 70.235/1972), momento a partir do qual instala-se
a competência das Delegacias da Receita Federal de Julgamento (DRJ) para falar no processo
(artigo 25, I, do Decreto n.o 70.235/1972). A partir deste momento, se a DRF (ou a IRF ou a
ALF) constatar a existência de circunstâncias que justificam a revisão do lançamento, o que
poderá fazer é comunicar tais circunstâncias à DRJ (por meio de uma representação) e este
órgão julgador as considerará em sua decisão, de acordo com seu convencimento;
(c) com a contestação da decisão da DRJ por parte do contribuinte, por via de recurso
voluntário, instala-se a competência dos órgãos que compõem o Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais (CARF) para falar no processo (artigo 25, II, do Decreto n.o 70.235/1972) e, a
partir daí, a representação com a descrição das circunstâncias de fato e/ou de direito que
eventualmente podem justificar a revisão do lançamento deve ser enviada à Seção do CARF
competente para a apreciação do recurso do contribuinte, para que este órgão julgador
considere ou não tais circunstâncias em sua decisão, de acordo, também aqui, com seu livre
convencimento.
187
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Tal tipo de exceção à regra de que com a impugnação afastada resta a competência da
autoridade lançadora, só existe, porém, diante de expressa previsão em ato legal.
188
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
189
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
190
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
191
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
É que não haveria sentido em listar expressamente a competência relativa aos Avisos de Cobrança para
as DRF/ARF/IRF e simplesmente não fazê-lo, no mesmo ato administrativo, para as DRJ, se a intenção
não fosse a de dizer: “as questões associadas aos Avisos de Cobrança morrem com a apreciação das
DRF/ARF/IRF”.
Tal interpretação fica corroborada, para além das disposições literais destes atos legais
abordados, pela evidenciação de uma realidade processual concreta: só são passíveis de discussão,
fatos/atos que efetivamente constituam base/fundamento de relações jurídicas concretamente postas.
Ora, se é certo que autos de infração e declarações de tributos e contribuições constituem, ou pelo menos
declaram formalmente, novos direitos, assim não é com os Avisos de Cobrança, que apenas fazem
menção a relações já devidamente constituídas e definitivamente conformadas no âmbito
administrativo. Assim, como não se pode ter por “recorríveis” – no sentido processual da expressão - os
Avisos de Cobrança.
• Jurisprudência Administrativa:
192
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
processos atinentes aos autos mencionados e nova decisão seja proferida (Acórdão n.º 101-78.315, de
22/06/1989, 1.º CC)
• Redação original:
Parágrafo único. Ao sujeito passivo é facultada vista do processo, no órgão preparador, dentro
do prazo fixado neste artigo.
• Tentativa de alteração da redação (Medida Provisória n.º 75, de 24/10/2002, que acabou
rejeitada pelo Congresso Nacional):
Parágrafo único. Na hipótese de devolução do prazo para impugnação do agravamento da
exigência inicial no curso de um mesmo processo, o prazo para apresentação de impugnação da
matéria agravada começará a fluir a partir da ciência do ato que formalizar o agravamento.
193
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
194
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
§ 1.º Nos casos a que se referem os incisos I e II deverá ficar cópia autenticada dos
documentos essenciais na repartição (Lei n.º 9.250/1995, art. 38, § 1.º).
§ 2.º É facultado o fornecimento de cópia do processo ao sujeito passivo ou a seu mandatário
(Lei n.º 9.250/1995, art. 38, § 2.º).
§ 3.º - O processo administrativo correspondente à inscrição de Dívida Ativa, à execução
fiscal ou à ação proposta contra a Fazenda Pública será mantido na repartição competente, dele se
extraindo as cópias autenticadas ou certidões, que forem requeridas pelas partes ou requisitadas pelo
Juiz ou pelo Ministério Público (Lei n.º 6.830/80, art. 41).
§ 4.º - Mediante requisição do Juiz à repartição competente com dia e hora previamente
marcados poderá o processo administrativo ser exibido em sede do Juízo, pelo funcionário para esse fim
designado, lavrando o serventuário termo da ocorrência, com indicação, se for o caso, das peças a serem
transladadas (Lei n.º 6.830/80, art. 41, parágrafo único).
195
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
2) quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância
relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela
autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da
parte interessada;
....................................................................................................”
Portanto com a edição do Estatuto da OAB, sem a análise da legislação posterior, já poderíamos tecer
as seguintes considerações:
I - Mesmo com procuração, o advogado não poderá retirar autos da repartição, quer estejam
findos, quer estejam em andamento.
Fundamento: Incisos XV (2ª parte) e XVI, combinados com § 1º, item 2, já que poderá ser alegado que,
em todo processo fiscal, ou existem nos autos documentos originais de difícil restauração, ou há
circunstância relevante que justifique a permanência dos autos na repartição.
De ofício, a requerimento ou em função de representação, a autoridade denegará o pedido em despacho
fundamentado.
II - O advogado não poderá, sem procuração, ter vista ou examinar autos de processos.
Fundamento: Inciso XIII, na ressalva que estabelece, tendo em vista o dever de sigilo fiscal (CTN, art.
198).
III - advogado, munido de procuração, poderá ter vista ou examinar autos de processos
findos ou em andamento.
Fundamento: Incisos XIII e XV (1ª parte).
Ocorre que, posteriormente à edição do Estatuto da OAB, sobreveio a Lei nº. 9.250/1995, a qual em seu
art. 38 vedou expressamente a saída do processo da repartição, inclusive para manuseio do advogado:
A Lei n.º 9.784/1999, em seu art. 46, também só prevê a possibilidade de vista dos autos ou de obtenção
de cópias, mas não se sua retirada da repartição:
Conclui-se pela não possibilidade de retirada dos autos de processos administrativos da repartição por
advogados, pelos motivos acima expostos, mas principalmente pelo contido no art. 38 da Lei n.º
9.250/1995, regra específica e posterior ao contido no Estatuto da OAB (Lei n.º 8.906/1994).
196
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
II - a qualificação do impugnante;
197
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Jurisprudência Administrativa:
• Redação original:
III - os motivos de fato e de direito em que se fundamenta;
198
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação original:
IV - as diligências que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos
que as justifiquem.
• Tentativa de inclusão dos incisos V e VI (Medida Provisória n.º 75, de 24/10/2002, que
acabou rejeitada pelo Congresso Nacional):
V - se a matéria impugnada foi submetida a apreciação judicial ou a procedimento de
consulta, devendo ser juntada cópia da petição;
VI - a síntese dos motivos de fato e de direito em que se fundamenta o pedido.
• NOTA COSIT N.º 027, de 08/01/1998 – Quando da juntada de documentos após a impugnação,
nos termos do § 5.º do art. 16 do PAF, com a redação dada pelo art. 67 da Lei n.º 9.532/97, proceder-se-
á em conformidade com o estabelecido no item 1 da letra “A” do Anexo constante da Portaria SRF n.º
4.980/94: a DRF/IRF movimenta o processo para a DRJ.
200
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
segurança jurídica etc. Deste modo, não há como vislumbrar na limitação temporal à
produção de provas o alegado cerceamento do direito de defesa, já que nas regras do PAF há
um momento certo definido para a apresentação destas provas, tanto quanto há previsão
para o recebimento de provas depois da impugnação diante de situações excepcionais (em
geral associadas à impossibilidade concreta de o contribuinte de apresentá-las
tempestivamente).
No que se refere ao princípio do contraditório, também ele não resta maculado pela
limitação temporal à produção de provas. Como é sabido, tal princípio está associado à
necessidade de que as partes sejam ouvidas no processo, ou seja, às partes deve ser
assegurado o direito de expor suas alegações e apresentar suas provas, de contraditar as
alegações e provas da parte contrária, tudo com o fim de influenciar o convencimento do
julgador. Deste modo, a existência de limitação temporal à produção de provas só
representaria afronta ao princípio do contraditório, caso não houvesse possibilidade para tal
produção ou caso a limitação fosse excessiva (prazo excessivamente pequeno). Em outras
palavras, a afronta existiria se a limitação inviabilizasse, ou ao menos prejudicasse a
instauração ampla do diálogo processual.
Quanto à verdade material, a incompatibilidade deste princípio com a limitação
temporal à produção de provas é juridicamente discutível. É certo que no processo
administrativo o julgador não pode se contentar apenas com a verdade formal, ou seja,
aquela verdade que resulta das provas e alegações trazidas aos autos pelas partes. Ocorre,
porém, que tal dever atribuído ao julgador, não pode ser estendido para além dos limites do
rito procedimental. A rigor, a verdade material está associada ao poder do julgador de ir
para além das versões de fato defendidas pelas partes com base nas provas que produziram
tempestivamente. O julgador pode ir para além das provas trazidas tempestivamente,
quando entender que elas não espelham a realidade dos fatos. Mas esta prerrogativa, que é
do julgador, não deve ser base para o estabelecimento de uma prerrogativa das partes (tanto
contribuinte quanto Fazenda Nacional) que extrapola, de forma injustificada os limites de
restrições temporais legalmente postas (sim, pois as extrapolações justificadas podem servir,
com base também na norma legal, para o acatamento da produção de provas depois da
impugnação). De outro lado, trata-se aqui, também, de compulsar outros princípios de igual
monta, como os da razoável duração do processo e do duplo grau de jurisdição, corolário este
da ampla defesa (é que a apresentação de provas apenas junto à segunda instância, por
exemplo, suprimiria a manifestação da primeira instância, o que fere uma das próprias razões
de ser do duplo grau), bem como o de tutelar o objetivo de que o processo não seja utilizado
como meio de dilação injustificada do litígio (que é o que se pode ter com a eliminação da
restrição temporal à produção de provas e a conseqüente possibilidade, muito concreta, de se
ter a entrega de provas colocada como questão de oportunidade e conveniência para as
partes).
Há outra objeção importante à limitação aqui tratada, qual seja a de que o julgador
administrativo tem o dever legal de zelar pela legalidade do ato administrativo litigado e
que, portanto, deveria considerar em seu juízo mesmo as provas trazidas depois da
impugnação. Pois bem, há como conciliar esta objeção com a limitação temporal à produção
de provas, sem que esta reste invalidade. E como seria esta conciliação? Seria da seguinte
forma: diante de situações nas quais não se vislumbra prejuízo para o curso normal do
processo e que envolvem a apresentação de um documento que, por si só, atesta de forma
concludente e definitiva a invalidade do lançamento independentemente de cognição mais
aprofundada e da realização de diligências para atestar sua veracidade ou conteúdo, poderia
tal apresentação ser considerada válida quando efetuada a destempo. Agora, se as provas
juntadas posteriormente à impugnação compõem-se, como é o caso mais comum, de uma
massa de documentos que apenas indiretamente atestam a versão da parte, demandando, por
conta disto, desdobramentos processuais complementares para sua análise, e com isto
atrasando de modo desmesurado o julgamento, só poderia ser acatada a juntada de tais
provas fora do prazo legal, caso a parte demonstrasse a ocorrência de uma das circunstâncias
201
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
excepcionais previstas no parágrafo 4.o do artigo 16 do Decreto n.o 70.235/1972. Com isso,
preservados restariam tanto o dever do julgador quanto a integridade do rito procedimental.
Em resumo, a existência de um rito procedimental se justifica pelo grau de
transparência que a atuação administrativa adquire, bem como pela previsibilidade quanto
aos meios de defesa que concede aos contribuintes. E a quebra, de forma genérica e
injustificada, das formalidades inerentes à existência do rito procedimental, macula tais
ganhos. No caso da limitação temporal à produção de provas, é preciso reconhecer que as
excepcionalidades, e apenas elas, demandam relativização (como, aliás, a lei já o faz).
De qualquer modo, não obstante a posição acima, certo é, como já antes se disse,
que a questão é objeto, hoje, de grandes divergências nos órgãos julgadores de primeira e
segunda instância.
202
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
omisso quanto a isto. A norma evocada prevê que antes da decisão, na fase de instrução, pode-se juntar
documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria
objeto do processo. Portanto, a recusa de apreciação do parecer jurídico juntado aos autos na fase de
instrução, antes da tomada de decisão, caracteriza cerceamento ao direito de defesa, eivando de
nulidade absoluta a decisão recorrida. Enfatiza-se que nesta situação a juntada do parecer não afetou
de forma alguma o trâmite processual, não o prolongou, e não se justifica a recusa de conhecimento de
matéria de defesa que necessariamente haveria de ser apreciada também em segunda instância, de
forma que a omissão do julgador a quo também afronta o direito do contribuinte ao duplo grau de
jurisdição. Houve claro cerceamento ao direito de ampla defesa.
(Acórdão n.o 303-34.308, da 3ª Câmera do 3º Conselho de Contribuintes, proferido no recurso
voluntário nº 134.737, em de 22/05/2007)
• Tentativa de alteração da redação (Medida Provisória n.º 75, de 24/10/2002, que acabou
rejeitada pelo Congresso Nacional):
§ 7.º. Na hipótese do inciso V, o sujeito passivo poderá impugnar os aspectos formais do
lançamento, erro de valores, base de cálculo e acréscimos legais, desde que não sejam objeto da ação
judicial.
§ 8.º. Poderá ser exigida a apresentação de impugnação e de recurso em meio digital, nos
termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal.
• Redação original:
Art. 17. A autoridade preparadora determinará, de ofício ou a requerimento do
sujeito passivo, a realização de diligências, inclusive perícias quando entendê-las necessárias,
indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis.
Parágrafo único. O sujeito passivo apresentará os pontos de discordância e as razões
e provas que tiver e indicará, no caso de perícia, o nome e o endereço do seu perito.
203
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Tentativa de alteração da redação (Medida Provisória n.º 75, de 24/10/2002, que acabou
rejeitada pelo Congresso Nacional):
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, também, à impugnação que,
exclusivamente:
I - contiver:
a) contestação de valores confessados pelo sujeito passivo;
b) pedido de dispensa de pagamento do crédito tributário, por eqüidade;
c) mera manifestação de inconformidade com a lei;
II - argüir a ilegalidade ou a inconstitucionalidade de disposição de lei, salvo na hipótese de
que trata o inciso II do art. 19 da Lei n.º 10.522, de 19 de julho de 2002, que haja sido objeto de ato
declaratório do Procurador-Geral da Fazenda Nacional, aprovado pelo Ministro de Estado da Fazenda,
bem assim da determinação a que se refere o § 4.º do artigo citado.
III - discutir matéria de mérito no processo administrativo que tenha o mesmo objeto
submetido pelo impugnante a apreciação judicial. (Parágrafo único integralmente acrescido pelo art.
5.º da Medida Provisória n.º 75, de 24/10/2002)
204
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
("Art. 473. É defeso à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, a cujo
respeito se operou a preclusão."), mas sua aplicação ao processo administrativo fiscal é
conseqüência lógica do fato de que não é lícito ao sujeito passivo buscar rediscutir a matéria
originalmente impugnada, por via de novas alegações. Obviamente que a preclusão pro
judicato não impede que o julgador administrativo reaprecie questões já decididas, caso
estejam envolvidas questões de direito aferíveis de plano (é uma prerrogativa do julgador
administrativo, similar à do juízo judicial, na qual questões de ordem pública não são tidas
como atingidas pela preclusão); mas isto só é possível, por óbvio, nos casos em que este
julgador continue competente para falar no processo no momento em que constata a
existência da questão de direito que justifica a reapreciação.
(b) Perempção: é uma figura típica do direito processual civil, representando a perda
do direito de ação (não do próprio direito reclamado), em razão de o autor der causa, por três
vezes seguidas, à extinção da ação por conta do abandono (parágrafo único do artigo 268 do
Código de Processo Civil). Tecnicamente, não há a figura da perempção no processo
administrativo fiscal, já que em face das especificidades da relação processual estabelecida
nesta esfera, não há possibilidade de o sujeito passivo abandonar um processo e repropor a
apreciação numa nova demanda. É certo que o artigo 35 do Decreto n.o 70.235/1972
determina que "O recurso, mesmo perempto, será encaminhado ao órgão de segunda
instância, que julgará a perempção", mas neste caso, o que está aqui em jogo, propriamente, é
a discussão quanto à preclusão ou não da prerrogativa processual do sujeito passivo.
(c) Decadência: não é instituto de direito processual, mas de direito material.
Representa a perda do direito material em razão do decurso do tempo. A decadência importa
a extinção de um direito em razão do seu não exercício durante o prazo previsto em lei. No
âmbito tributário, a distinção entre decadência e prescrição, tão polêmica no direito civil, é
facilitada no que se refere ao direito de a Fazenda Nacional exercitar suas prerrogativas: é de
decadência o prazo para a constituição do crédito tributário (pelo lançamento), e é de
prescrição o prazo para a cobrança do crédito devidamente constituído. A decadência deve
ser levantada de ofício pelo julgador.
(d) Prescrição: representa a perda do direito de ação em razão do decurso do lapso
temporal legalmente previsto para tanto. Não há, aqui, perda do direito material, mas perda
do direito de propor a ação necessária para sua preservação. A prescrição, antes dependente
de alegação da parte a quem aproveitava, hoje deve ser levantada de ofício, em sede
administrativa, em face do artigo 53 da Lei n.o 11.941/2009 ("Art. 53. A prescrição dos
créditos tributários pode ser reconhecida de ofício pela autoridade administrativa").
• Jurisprudência:
PAF - PRECLUSÃO - A matéria não contestada de forma expressa na peça vestibular, argüida pela
recorrente somente na peça recursal, não deve prosperar, considerando-se definitivamente consolidada
na esfera administrativa, em homenagem aos princípios da preclusão e do duplo grau de jurisdição,
que norteiam o processo administrativo fiscal. Recurso negado. (1º Conselho de Contribuintes / 5a.
Câmara /ACÓRDÃO n.º105-13.952 de 05/11/2002, publicado no DOU de 07/07/2003)
205
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• PARECER COSIT n.º 2.243/1985 - Diligência na fase de preparo do processo fiscal, antes ou após
a impugnação, só poderá ser promovida mediante determinação da autoridade preparadora* ou
julgadora. Para efeitos do Imposto sobre a Renda, sua execução não equivale a segundo exame de livros
e documentos (Observação: a partir da Lei n.º 8.748/1993, a autoridade preparadora não mais
detém essa competência).
206
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Jurisprudência:
DILIGÊNCIA - O recebimento do pedido de diligência para ser acatado, requer a exposição dos motivos
em que se fundamenta demonstre sua absoluta necessidade, visando fornecer ao julgador informações
que não possam ser obtidas nos autos do processo fiscal. Preliminares rejeitadas. Recurso a que se nega
provimento. (2.º Conselho de Contribuintes / 3a. Câmara / ACÓRDÃO n.º 203-06834 de
17/10/2000, publicado no DOU de 24/01/2001.
207
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação original:
Art. 18. Se deferido o pedido de perícia, a autoridade designará servidor para, como
perito da União, proceder, juntamente com o perito do sujeito passivo, ao exame requerido.
§ 1.º. Se as conclusões dos peritos forem divergentes, prevalecerá a que coincidir
com o exame impugnado; não havendo coincidência, a autoridade designará outro servidor
para desempatar.
§ 2.º. A autoridade preparadora fixará prazo para realização da perícia, atendido o
grau de complexidade da mesma e o valor do crédito tributário em litígio.
• AGRAVAMENTO - O termo agravar, na acepção do Decreto n.º 70.235/72, não significa apenas
tornar a exigência mais onerosa, mas compreende também modificar os argumentos que a suportam ou
seus fundamentos, a exemplo do que requer a lavratura de auto de infração ou notificação de
lançamento suplementar, nos termos do artigo 18, § 3.º (Arruda, Luiz Henrique Barros de.
“Processo Administrativo Fiscal”, Ed. Resenha Tributária, São Paulo, 1994, 2.ª ed., p. 55)
208
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
praticado, na realidade, não espelharia a vontade do agente, mas, apenas, a do próprio mandante, pois
todas as suas características estariam previamente definidas por este".
209
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
para que ela, em sua decisão, anulasse o primeiro lançamento e apreciasse o segundo. Pois
bem, nos dois casos os então Conselhos de Contribuintes anulavam todas as exigências
fiscais: no primeiro caso, porque em sede de julgamento a revisão de ofício por parte da DRF
não seria possível, pois a competência decisória, nesta fase processual, é da DRJ
(juridicamente, expurgado o ato que havia indevidamente anulado o auto de infração
originário, remanesceriam no processos dois lançamentos); no segundo caso, simplesmente
porque no processo havia dois lançamentos sobre a mesma matéria.
Dentro deste contexto, a opção que deve ser sempre a preferencial é a de que quando
se tiver de fazer um lançamento complementar, que ele o seja efetivamente "complementar",
ou seja, se limite a formalizar exigência que já não estava incluída no auto de infração
original; com isto, não se terá problemas com alegações de duplicidade de lançamento.
Mas há casos em que não há como efetuar o lançamento complementar sem a
inclusão da matéria anteriormente lançada; é o caso, por exemplo, de algumas situações
envolvendo o IRPJ apurado pelo lucro real, nas quais um eventual lançamento complementar
não pode ser efetuado sem que a apuração do lucro real seja completamente refeita, com a
consideração da matéria tributável já antes levada ao lançamento original. Nesta hipótese,
como se vê, não há como fazer um lançamento realmente "complementar" em face da própria
mecânica de apuração de alguns tributos; neste caso, mesmo que de forma aparentemente
contrária à já mencionada jurisprudência administrativa, deve-se fazer o novo lançamento
integral, fazendo constar a informação quanto à especificidade desta situação.
• Jurisprudência Administrativa:
CORREÇÃO DE INSTÂNCIA - Deverá ser apreciada como impugnação a petição dirigida contra
exigência fiscal cujos fatos imputados à Requerente somente foram a esta cientificados pela decisão
proferida pela autoridade de primeira instância. (Acórdão n.º 103-12056, de 23/03/1992)
• Redação original:
Art. 19. O autor do procedimento ou outro servidor designado falará sobre o pedido de
diligências, inclusive perícias e, encerrado o preparo do processo, sobre a impugnação.
210
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação original:
Art. 20. Será reaberto o prazo para impugnação se da realização de diligência resultar
agravada a exigência inicial e quando o sujeito passivo for declarado reincidente na hipótese prevista no
art. 13.
• REVELIA – PRAZOS: O Termo de Revelia deve ser lavrado imediatamente após decorrido
o prazo de:
a) vinte dias, previsto no § 1.º do artigo 27 do Decreto-Lei n.º 1.455/1976, no caso de
mercadorias apreendidas, para apresentação de impugnação;
b) trinta dias, previsto no artigo 15 do Decreto n.º 70.235/1972, nos demais casos, para
apresentação de impugnação ou pagamento do débito.
211
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação original:
Art. 21. Não sendo cumprida nem impugnada a exigência, será declarada a revelia e
permanecerá o processo no órgão preparador, pelo prazo de 30 (trinta) dias, para cobrança amigável do
crédito tributário.
§ 1.º. A autoridade preparadora poderá discordar da exigência não impugnada, em despacho
fundamentado, o qual será submetido à autoridade julgadora.
§ 2.º. A autoridade julgadora resolverá, no prazo de 5 (cinco) dias, a objeção referida no
parágrafo anterior e determinará, se for o caso, a retificação da exigência.
212
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
(a) os volumes devem ter em torno de 250 folhas, não sendo recomendável a divisão de uma
peça processual em volumes distintos;
(b) o encerramento e a abertura dos volumes deve ser efetuado com base em termos próprios;
(c) documentos que tenham dimensões superiores às do volume, devem ser dobrados de
forma tal que permitam fácil leitura e manuseio;
(d) documentos com dimensões menores que às do volume, devem ser antes fixados em uma
folha de papel em branco (neste caso, devem ser adotados cuidados para evitar a substituição
dos documentos; por exemplo, com aposição de carimbo e visto do servidor que se estendam
sobre as superfícies do documento e da folha em branco);
(e) as folhas devem ter margem esquerda com dimensão suficiente para fixação, permitindo a
leitura após a juntada ao volume, bem como preservando a legibilidade do documento (as
perfurações não devem estar sobrepostas ao conteúdo da folha);
(f) deve ser utilizado um sistema de fixação que permita a fácil inserção de novos
documentos ao final do volume;
(g) é vedada a numeração do tipo 12-A, 12-B;
(h) a renumeração das folhas deve ser sempre explicitada pelo servidor que a promoveu;
(i) não devem ser juntados ao processo documentos transmitidos por FAX ou qualquer outro
sistema de impressão de rápida degradação (nestes casos, devem ser efetuadas cópias
reprográficas);
(j) na juntada aos autos de quaisquer documentos, atentar para a legibilidade dos mesmos;
(k) a juntada de qualquer documento ao processo deve ser devidamente informada nos autos
pelo servidor que a promoveu, a fim de que fique clara a origem do mesmo.
SEÇÃO IV
DA INTIMAÇÃO
213
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• INTIMAÇÃO POR VIA ELETRÔNICA: por meio da Lei n.º 11.196/2005 e da Portaria
SRF n.o 259/2006, foi introduzida no PAF a intimação por via eletrônica. Estes atos legais
alteraram a redação de algumas das disposições do artigo 23 do Decreto n.o 70.235/1972 e
regulamentaram a aplicação destas novas disposições (as novas redações e suas
regulamentações estão indicadas, abaixo, no texto revisado do Decreto n.o 70.235/1972 e nas
notas aos respectivos dispositivos).
• Redação original:
I - pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, provada com a assinatura
do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o
intimar;
214
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação original:
II - por via postal ou telegráfica, com prova de recebimento;
DOMICÍLIO FISCAL. É válida a intimação via postal remetida ao endereço da pessoa jurídica que
consta do Cadastro da Fazenda Nacional, ainda mãos quando a mesma exerce suas atividades
normalmente no endereço indicado. A lei processual não exige que a ciência de recebimento do Auto de
Infração seja dada por representante legal da empresa, sendo válido o recebimento e ciência aposta por
qualquer pessoa que receber o AR no endereço indicado.
Também nesta linha já se manifestou o Tribunal Regional Federal da 4a. Região (AI n.º
1999.04.01.006023-2/SC – 2a. Turma – DJU de 23/06/1999):
215
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação original:
III - por edital, quando resultarem improfícuos os meios referidos nos incisos I e II.
• INTIMAÇÃO POR VIA ELETRÔNICA - Portaria SRF n.o 259, de 13/03/2006, com a
redação dada pela Instrução Normativa RFB n.o 574, de 10/02/2009:
Art. 4° A intimação por meio eletrônico, com prova de recebimento, será efetuada pela RFB
mediante: (Redação dada pela Portaria RFB n° 574, de 10 de fevereiro de 2009)
I - envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou
II - registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo.
§ 1º Para efeito do disposto no inciso I, considera-se domicílio tributário do sujeito passivo a
Caixa Postal a ele atribuída pela administração tributária e disponibilizada no e-CAC, desde que o
sujeito passivo expressamente o autorize.
§ 2° A autorização a que se refere o § 1° dar-se-á mediante envio pelo sujeito passivo à RFB
de Termo de Opção, por meio do e-CAC, sendo-lhe informadas as normas e condições de utilização e
manutenção de seu endereço eletrônico. (Redação dada pela Portaria RFB n° 574, de 10 de fevereiro de
2009)
[...]
216
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação original:
§ 1.º. O edital será publicado, uma única vez, em órgão de imprensa oficial local, ou afixado
em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação.
217
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
intimação por edital depois da demonstração de que foi improfícua a tentativa de intimação
por apenas um dos meios ordinários.
(a) intimação pessoal: intimação considera-se efetuada na data da ciência, desde que feita
em dia útil;
(b) Intimação postal com data de recebimento: intimação considera-se efetuada na data do
recebimento, desde que feita em dia útil;
(c) Intimação postal sem data de recebimento: intimação considera-se efetuada 15 dias após
a data da expedição, independentemente de ser dia útil;
(d) Intimação por via eletrônica: intimação considera-se efetuada 15 dias após a data
registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo ou no meio
magnético utilizado pelo sujeito passivo, independentemente de ser dia útil;
(e) Intimação por edital: intimação considera-se efetuada 15 dias após a afixação ou
publicação, independentemente de ser dia útil (entendimento expresso na Solução de
Consulta Interna COSIT n.º 5, de 14/11/2002).
IMPORTANTE: nos dois primeiros casos, se a intimação for feita em feriado, sábado,
domingo ou dia sem expediente normal na repartição, ela é tida por feita no primeiro dia útil
seguinte, começando a correr o prazo para o contribuinte atender à intimação no segundo
dia útil (exemplo: na intimação no sábado, ela é considerada como efetuada na segunda-feira
e o prazo do contribuinte corre a partir da terça-feira); já nos três últimos casos, se a
intimação for feita em qualquer dia não útil, ela é tida por efetuada nesse mesmo dia, com o
prazo para o contribuinte começando no primeiro dia útil seguinte (exemplo: na intimação
no sábado, ela é considerada no mesmo dia e o prazo do contribuinte corre a partir da
segunda-feira).
218
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação original:
II - na data do recebimento, por via postal ou telegráfica; se a data for omitida, 15 (quinze)
dias após a entrega da intimação à agência postal telegráfica;
• Redação original:
III - trinta dias após a publicação ou afixação do edital, se este for o meio utilizado.
219
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
220
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação original (parágrafo havia sido acrescido pelo art. 67 da Lei n.º9.532/1997):
§ 4.º. Considera-se domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo o do endereço postal,
eletrônico ou de fax, por ele fornecido, para fins cadastrais, à Secretaria da Receita Federal.
• INTIMAÇÃO POR VIA ELETRÔNICA - Portaria SRF n.o 259, de 13/03/2006, com a
redação dada pela Portaria RFB n° 574, de 10/02/2009:
Art. 4° A intimação por meio eletrônico, com prova de recebimento, será efetuada pela RFB
mediante:
I - envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou
II - registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo.
§ 1º Para efeito do disposto no inciso I, considera-se domicílio tributário do sujeito passivo a
Caixa Postal a ele atribuída pela administração tributária e disponibilizada no e-CAC, desde que o
sujeito passivo expressamente o autorize.
§ 2° A autorização a que se refere o § 1° dar-se-á mediante envio pelo sujeito passivo à RFB
de Termo de Opção, por meio do e-CAC, sendo-lhe informadas as normas e condições de utilização e
manutenção de seu endereço eletrônico. (Redação dada pela Portaria RFB n° 574, de 10 de fevereiro de
2009)
§ 3º A intimação mediante registro em meio magnético ou equivalente será efetuada nos casos
de aplicação de penalidade pela entrega de declaração após o prazo estabelecido na legislação.
§ 4° Após concluída a transmissão da declaração do sujeito passivo à RFB, o aplicativo por ele
utilizado para gerar a declaração exibirá o recibo de entrega e a intimação a que se refere o § 3°, bem
como possibilitará sua impressão.
221
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
222
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
SEÇÃO V
DA COMPETÊNCIA
223
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
(f) providenciar a formação de autos apartados para proceder à cobrança da parte não
litigiosa da exigência (art. 21, § 1.º);
(g) encaminhar o processo à autoridade competente para promover a cobrança executiva (art.
21, § 3.º e 4.º e art. 43);
(h) expedir notificações (art. 23);
(i) recepcionar a impugnação (art. 15) e preparar o processo (art. 24);
(j) cientificar o contribuinte das decisões (art. 37, § 2.º, 41, 45);
(k) recepcionar os pedidos de consulta (art. 47) e preparar os respectivos processos (art. 53);
(l) organizar o processo, nos termos do art. 22;
(m) cientificar o contribuinte das decisões proferidas (art. 31, parágrafo único, e art. 41).
• Redação original:
a) aos delegados da Receita Federal, quanto aos tributos administrados pela Secretaria da
Receita Federal do Ministério Fazenda;
224
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Art. 212. Às Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento - DRJ, órgãos com
jurisdição nacional, compete, especificamente, julgar, em primeira instância, processos administrativos
fiscais:
I - de determinação e exigência de créditos tributários, inclusive devidos a outras entidades e
fundos, e de penalidades;
II - relativos a exigência de direitos antidumping, compensatórios e de salvaguardas comerciais;
e
III - de manifestação de inconformidade do sujeito passivo contra apreciações das autoridades
competentes relativos à restituição, compensação, ressarcimento, reembolso, imunidade, suspensão,
isenção e à redução de alíquotas de tributos e contribuições.
§1º O julgamento de impugnação de penalidade aplicada isoladamente em razão de
descumprimento de obrigação principal ou acessória será realizado pela DRJ competente para o
julgamento de litígios que envolvam o correspondente tributo ou contribuição.
§2º O julgamento de manifestação de inconformidade contra o indeferimento de pedido de
restituição, ressarcimento ou reembolso, ou a não-homologação de compensação será realizado pela
DRJ competente para o julgamento de litígios que envolvam o tributo ou contribuição ao qual o crédito
se refere.
Art. 213. Às turmas das DRJ são inerentes as competências descritas nos incisos I a III do art.
212.
1. DRJ Belém/PA
- 2ª Região Fiscal: impostos e contribuições administrados pela RFB, exceto: IPI-V, II, IE e
demais impostos ou contribuições exigidos quando do despacho aduaneiro de mercadorias
na importação ou na exportação; ITR.
- 3ª Região Fiscal: IPI (inclusive processos relativos a classificação fiscal de mercadorias e ao
crédito presumido para ressarcimento de PIS e Cofins) e lançamentos conexos.
3. DRJ Brasília/DF
- Unidades da RFB situadas nos Estados de Goiás e Tocantins e no Distrito Federal:
impostos e contribuições administrados pela RFB, exceto: IPI e lançamentos conexos; IPI-V, II
IE e demais impostos ou contribuições exigidos quando do despacho aduaneiro de
mercadorias a importação ou na exportação.
- 2ª, 3ª, 5ª, 6ª e 7ª Regiões Fiscais: ITR.
- Unidades da RFB situadas no município de Vitória (ES) e suas jurisdicionadas: Imposto
de Renda Pessoa Física (IRPF) não decorrente de lançamento de Imposto de Renda de Pessoa
Jurídica (IRPJ).
4. DRJ Campinas/SP
- Unidades da RFB situadas nos municípios paulistas de Barueri, Campinas, Guarulhos,
Jundiaí, Osasco, Santo André, São Bernardo do Campo, São José dos Campos e Taubaté, e
225
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
6. DRJ Curitiba/PR
- Unidades da RFB situadas no Estado do Paraná, e suas jurisdicionadas: impostos e
contribuições administrados pela RFB, exceto: IPI e lançamentos conexos; IPI-V, II, IE e
demais impostos ou contribuições exigidos quando do despacho aduaneiro de mercadorias a
importação ou na exportação; ITR.
- Unidades da RFB situadas no município de Joinville (SC) e suas jurisdicionadas: Imposto
de Renda Pessoa Física (IRPF).
7. DRJ Fortaleza/CE
- 3ª Região Fiscal: impostos e contribuições administrados pela RFB, exceto: IPI e
lançamentos conexos; ITR.
- 1ª, 2ª, 3ª, 5ª e 6ª Regiões Fiscais: IPI-V, II, IE (inclusive multa aplicada na hipótese de
consumo de mercadoria de procedência estrangeira introduzida clandestina ou
irregularmente no País ou decorrente da conversão da pena de perdimento) e demais
impostos ou contribuições exigidos quando do despacho aduaneiro de mercadorias na
importação ou na exportação; exigência de direitos antidumping, compensatórios, de
salvaguardas comerciais, e penalidades.
8. DRJ Florianópolis/SC
- Unidades da RFB situadas no Estado de Santa Catarina, e suas jurisdicionadas: impostos
e contribuições administrados pela RFB, exceto: IPI e lançamentos conexos; ITR; Imposto de
Renda Pessoa Física (IRPF) das unidades da RFB situadas no município de Joinville (SC) e
suas jurisdicionadas.
- 7ª, 9ª e 10ª Regiões Fiscais: IPI-V, II, IE (inclusive multa aplicada na hipótese de consumo
de mercadoria de procedência estrangeira introduzida clandestina ou irregularmente no País
ou decorrente da conversão da pena de perdimento) e demais impostos ou contribuições
exigidos quando do despacho aduaneiro de mercadorias na importação ou na exportação;
exigência de direitos antidumping, compensatórios, de salvaguardas comerciais, e
penalidades.
226
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
227
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
(a) Natureza das DRJ (inciso I do art. 25 do Decreto n.º 70.235/1972, com a redação dada
pelo art. 64 da Medida Provisória n.º 2.158-35): as Delegacias da Receita Federal do Brasil de
Julgamento são órgãos de deliberação interna e natureza colegiada da Secretaria da Receita
Federal do Brasil;
(b) Competência Genérica (artigo 212 do Anexo da Portaria MF n.º 125, de 04/03/2009):
228
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Art. 212. Às Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento - DRJ, órgãos com
jurisdição nacional, compete, especificamente, julgar, em primeira instância, processos administrativos
fiscais:
I - de determinação e exigência de créditos tributários, inclusive devidos a outras entidades e
fundos, e de penalidades;
II - relativos a exigência de direitos antidumping, compensatórios e de salvaguardas
comerciais; e
III - de manifestação de inconformidade do sujeito passivo contra apreciações das autoridades
competentes relativos à restituição, compensação, ressarcimento, reembolso, imunidade, suspensão,
isenção e à redução de alíquotas de tributos e contribuições.
§1º O julgamento de impugnação de penalidade aplicada isoladamente em razão de
descumprimento de obrigação principal ou acessória será realizado pela DRJ competente para o
julgamento de litígios que envolvam o correspondente tributo ou contribuição.
§2º O julgamento de manifestação de inconformidade contra o indeferimento de pedido de
restituição, ressarcimento ou reembolso, ou a não-homologação de compensação será realizado pela
DRJ competente para o julgamento de litígios que envolvam o tributo ou contribuição ao qual o crédito
se refere.
Art. 213. Às turmas das DRJ são inerentes as competências descritas nos incisos I a III do
art. 212.
(f) Requisitos Formais das Decisões e Publicidade (arts. 6.º e 22 a 24 da Portaria MF n.º
58/2006):
Art. 6.º Ao julgador incumbe elaborar relatório, voto e ementa nos processos em que for
relator, propor diligência e proferir voto.
[...]
229
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Art. 22. A decisão é assinada pelo relator e pelo presidente, dela constando o nome dos
membros da turma presentes ao julgamento, especificando-se, se houver, aqueles vencidos e a matéria
em que o foram, os impedidos e os ausentes.
[...]
Art. 23. De cada sessão é lavrada ata, assinada pelo presidente, devendo esta destacar os
números dos processos submetidos a julgamento, respectivo resultado e os fatos relevantes.
Art. 24. O ementário dos acórdãos formalizados no mês deve conter a matéria, o exercício
correspondente, a data da sessão e o número do acórdão e deve ser divulgado no endereço
<http://www.receita.fazenda.gov.br> na Internet.
230
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
(Observação: como ressaltado em nota ao artigo 1.º, desde a edição das INs n.os 165 e 166, de
23/12/1999, está extinto o processo de retificação de declaração de rendimentos)
• Redação original:
II - em segunda instância, aos Conselhos de Contribuintes do Ministério da Fazenda, com a
ressalva prevista no inciso III do § 1.º.
231
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação anterior:
§ 1.º. Os Conselhos de Contribuintes julgarão os recursos, de ofício e voluntário, de decisão
de primeira instância, observada a seguinte competência por matéria:
I - 1.º Conselho de Contribuintes: Imposto Sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza;
Imposto Sobre o Lucro Líquido (ISLL); Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; Contribuições para
o Programa de Integração Social (PIS), para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público (PASEP), para o Fundo de Investimento Social (FINSOCIAL) e para financiamento da
Seguridade Social (COFINS), instituídas, respectivamente, pela Lei Complementar n.º 7, de 7 de
setembro de 1970, pela Lei Complementar n.º 8, de dezembro de 1970, pelo Decreto-Lei n.º 1.940, de
25 de maio de 1982, e pela Lei Complementar n.º 70, de 30 de dezembro de 1991, com as alterações
posteriores. (Redação dada pelo art. 1.º da Lei n.º 8.748/1993)
II - 2.º Conselho de Contribuintes: Imposto sobre Produtos Industrializados;
III - 3.º Conselho de Contribuintes: tributos estaduais e municipais que competem à União
nos Territórios e demais tributos federais, salvo os incluídos na competência julgadora de outro órgão
da administração federal;
IV - 4.º Conselho de Contribuintes: Imposto sobre a Importação, Imposto sobre a Exportação
e demais tributos aduaneiros, e infrações cambiais relacionadas com a importação ou a exportação.
232
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
233
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
aprovado pela Portaria MF n.o 256, de 22/06/2009 (especificamente, artigos 2.o a 4.o do Anexo
II).
234
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
235
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação proposta no Projeto de Lei de conversão (do qual resultou a Lei n.o 11.941/2009):
§ 6o Na composição das câmaras, das suas turmas e das turmas especiais, será respeitada a
paridade entre representantes da Fazenda Nacional, ocupantes de cargo de Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil, e representantes dos contribuintes, detentores de notório conhecimento técnico,
indicados por entidades de classes patronais de âmbito nacional, em lista tríplice encaminhada ao
Ministro de Estado da Fazenda.
(Razão do veto - constante da Mensagem n.o 366/2009: “O dispositivo limita o rol de
possíveis integrantes das câmaras, na medida em que impede a designação de
representantes dos contribuintes oriundos de outras entidades de classe que não as
exclusivamente patronais como, por exemplo, os representantes dos trabalhadores.”)
236
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
237
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF passou a integrar a estrutura deste novo órgão.
De acordo com o inciso II do artigo 2.o do Anexo I da Portaria MF n.o 256, de 22/06/2009,
compõem a estrutura judicante do CARF: três Seções, compostas por 4 (quatro) Câmaras
cada, estas integradas por turmas ordinárias e especiais; a Câmara Superior de Recursos
Fiscais (CSRF), formada por 3 (três) turmas; e o Pleno da CSRF. Anteriormente à criação do
CARF, os Conselhos de Contribuintes e a Câmara Superior de Recursos Fiscais não
compunham um mesmo órgão.
238
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação anterior (o art. 26-A foi incluído pelo art. 113 da Lei n.o 11.196/2005):
Art. 26-A. A Câmara Superior de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda - CSRF poderá,
por iniciativa de seus membros, dos Presidentes dos Conselhos de Contribuintes, do Secretário da
Receita Federal ou do Procurador-Geral da Fazenda Nacional, aprovar proposta de súmula de suas
decisões reiteradas e uniformes.
• Redação original (o art. 26-A foi incluído pelo art. 113 da Lei n.o 11.196/2005):
Art. 26-A. [...]
§ 1o De acordo com a matéria que constitua o seu objeto, a súmula será apreciada por uma
das Turmas ou pelo Pleno da CSRF.
239
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação original (o art. 26-A foi incluído pelo art. 113 da Lei n.o 11.196/2005):
Art. 26-A. [...]
§ 2o A súmula que obtiver 2/3 (dois terços) dos votos da Turma ou do Pleno será submetida
ao Ministro de Estado da Fazenda, após parecer favorável da Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional, ouvida a Receita Federal do Brasil.
• Redação original (o art. 26-A foi incluído pelo art. 113 da Lei n.o 11.196/2005):
Art. 26-A. [...]
§ 3o Após a aprovação do Ministro de Estado da Fazenda e publicação no Diário
Oficial da União, a súmula terá efeito vinculante em relação à Administração Tributária Federal e, no
âmbito do processo administrativo, aos contribuintes.
• Redação original (o art. 26-A foi incluído pelo art. 113 da Lei n.o 11.196/2005):
Art. 26-A. [...]
§ 4o A súmula poderá ser revista ou cancelada por propostas dos Presidentes e Vice-
Presidentes dos Conselhos de Contribuintes, do Procurador-Geral da Fazenda Nacional ou do
Secretário da Receita Federal, obedecidos os procedimentos previstos para a sua edição.
• Redação original (o art. 26-A foi incluído pelo art. 113 da Lei n.o 11.196/2005):
Art. 26-A. [...]
§ 5o Os procedimentos de que trata este artigo serão disciplinados nos regimentos internos
dos Conselhos de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda.
240
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
241
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
242
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
SEÇÃO VI
DO JULGAMENTO EM PRIMEIRA INSTÂNCIA
Art. 27. Os processos remetidos para apreciação da autoridade
julgadora de primeira instância deverão ser qualificados e identificados, tendo
prioridade no julgamento aqueles em que estiverem presentes as
circunstâncias de crime contra a ordem tributária ou de elevado valor, este
definido em ato do Ministro de Estado da Fazenda. (Redação dada pelo art. 67 da
Lei n.º 9.532/1997)
• Redação original:
Art. 27. O processo será julgado no prazo de 30 (trinta) dias, a partir de sua entrada no
órgão incumbido do julgamento.
243
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após
o início do processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
§ 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá
requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem
cumpridas. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
§ 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de
tramitação prioritária. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
Redação vetada: “§ 3o Nas instâncias recursais, o julgamento independe
de inclusão em pauta e deve ser finalizado no prazo máximo de 1 (um)
mês, a contar da data de distribuição do processo.”
Razões do veto – Mensagem n.o 609, de 29/07/2009: “A fixação de
prazo para o julgamento dos recursos que tramitam em regime de
prioridade é ineficiente para assegurar a celeridade almejada, haja vista
que inúmeros fatores, muitas vezes de ordem material e operacional,
são causas da morosidade da tramitação processual e não podem ser
superadas pelo simples estabelecimento de prazo máximo para
julgamento. O mesmo pode-se dizer do § 3o do art. 69-A acrescido à Lei
no 9.784, de 1999, devendo-se ressaltar que o referido diploma já
regulamenta a matéria de forma mais adequada, uma vez que, além de
fixar o prazo máximo de trinta dias para o julgamento de recurso, prevê
a possibilidade de sua prorrogação pelo mesmo período, ante
justificativa explícita da administração, o que resguarda não apenas a
celeridade, mas também o interesse do próprio beneficiário, em caso de
necessidade de prazo maior para a conclusão da instrução e julgamento
do recurso.”
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
Redação vetada: “§ 4o O descumprimento do regime de tramitação
prioritária sujeitará o agente público responsável às penalidades
previstas em lei e à reparação das perdas e danos sofridos pelo
beneficiado.”
Razões do veto – Mensagem n.o 609, de 29/07/2009: “De acordo com o
texto constitucional, a pessoa jurídica de direito público responde
diretamente pelos danos causados a terceiros por seus agentes,
mandamento que não foi observado pelos dispositivos em questão, os
quais responsabilizam diretamente o agente público pelo dano causado
em razão do descumprimento do regime de tramitação prioritária.”
244
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
III – tratem de exigência de crédito tributário ou tenham por objeto compensação de débito de
valor superior a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) e, cumulativamente, tenham como parte
sujeito passivo submetido ao acompanhamento econômico-tributário diferenciado de que tratam as
Portarias RFB n.o 11.211, de 7 de novembro de 2007, e n.o 2.521, de 29 de dezembro de 2008, ou
sujeito passivo integrante do Projeto Grandes Devedores (PROGRAN) de que trata a Portaria PGFN
n.o 53, de 1.o de fevereiro de 2005;
IV - preencham os requisitos constantes do art. 69-A da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de
1999, com a redação dada pela Lei n.o 12.008, de 29 de julho de 2009, mediante requisição do
interessado; ou
V - tenham sido protocolados há mais de 1 (um) ano, contado do 1.o (primeiro) dia do ano em
curso.
Parágrafo único. Poderão ser distribuídos processos protocolados há menos de 1 (um) ano,
desde que tratem de matérias conexas com aquelas dos processos referidos no inciso V do caput.
(b) critérios complementares (artigo 3.º):
Art. 3º Observado o disposto no art. 1º, os processos que não se enquadrarem nos incisos I a
V do caput e no parágrafo único do art. 2º , deverão ser distribuídos por área de concentração temática
(ACT), de acordo com a disponibilidade de horas para julgamento.
§ 1º Poderão ser destinadas até 20% (vinte por cento) das horas líquidas disponíveis no mês
para o julgamento dos processos de que trata o caput.
§ 2º Considera-se área de concentração temática, para os efeitos do caput, os processos cuja
exigência fiscal contenha idêntica matéria ou fundamentação legal.
§ 3º Os processos que compõem a área de concentração temática deverão ser distribuídos para
uma mesma turma e, no âmbito desta, para mesmos julgadores.
• Redação original:
Art. 28. Na decisão em que for julgada questão preliminar será também julgado o
mérito, salvo quando incompatíveis.
245
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
246
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Artigo 1.º do Decreto n.º 73.529, de 21/01/1974 (Ato revogado pelo artigo 12 do Decreto
n.º 2.346, de 10/10/1997):
Art. 1.º - É vedada a extensão administrativa dos efeitos de decisões judiciais contrárias à
orientação estabelecida para a administração direta e autárquica em atos de caráter normativo ou
ordinário.
247
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
(a) em regra, os laudos não vinculam o julgador: como ressalta Luiz Henrique Barros (in
Processo Administrativo Fiscal, Ed. Resenha Tributária, p.72), os julgadores não estão
vinculados às conclusões dos laudos, não obstante a grande significação da perícia como
meio de apuração de fatos cujo conhecimento depende do saber e da experiência de técnicos.
Em verdade, tais conclusões poderão ser até desprezadas, dado que, como as demais provas,
a pericial, no sistema probatório pátrio, também se sujeita à livre apreciação do juiz.
(b) exceção: a exceção à regra geral da não vinculação dos julgadores aos laudos está no caput
do artigo 30 do Decreto n.º 70.235/1972, dispositivo este que atribui aos laudos e pareceres do
Laboratório Nacional de Análises, do Instituto Nacional de Tecnologia e de outros órgãos
federais congêneres, o vigor de uma prova só afastável diante da demonstração da existência
de vícios em suas lavraturas.
248
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação original:
Art. 31. A decisão conterá relatório resumido do processo, fundamentos legais,
conclusão e ordem de intimação.
• ACÓRDÃO DAS DRJs – ESTRUTURA - Art. 6.º da Portaria MF n.º 58, de 17/03/2006:
Art. 6º Ao julgador incumbe elaborar relatório, voto e ementa nos processos em que for
relator, propor diligência e proferir voto.
• Jurisprudência administrativa:
249
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Jurisprudência Administrativa:
MATÉRIA PRECLUSA - Questão não provocada a debate em primeira instância, quando se instaura
a fase litigiosa do procedimento administrativo, com a apresentação da petição impugnativa inicial, e
somente vem ser demandada na petição de recurso, constitui matéria preclusa da qual não se toma
conhecimento. (Acórdão n.º 101-73757, de 23/11/1982)
250
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação anterior (parágrafo, anteriormente único, acrescido pelo art. 1.º da Lei n.º
8.748/1993 e renumerado, com revisão do texto, para parágrafo 1.º, pelo art. 32 da Medida
Provisória n.º 1.621/1997, depois Medida Provisória n.º 2.176-79, de 23/08/2001):
§ 1.º. No caso em que for dado provimento a recurso de ofício, o prazo para a interposição de
recurso voluntário começará a fluir da ciência, pelo sujeito passivo, da decisão proferida no julgamento
do recurso de ofício.
• Redação original:
Parágrafo único. No caso em que for dado provimento a recurso de ofício, o prazo para
interposição de recurso voluntário começará a fluir a partir da ciência, pelo sujeito passivo, de decisão
proferida no julgamento do recurso de ofício.
251
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
• Redação original (dispositivo havia sido acrescido pelo artigo 32 da Medida Provisória
n.º 1.973, de 29/06/2000, depois Medida Provisória n.º 2.176-79, de 23/08/2001 - apenas na
posterior conversão desta MP na Lei n.º 10.522/2002 é que foi trazida a redação atual do
dispositivo):
§ 2.º. Em qualquer caso, o recurso voluntário somente terá seguimento se o recorrente o
instruir com prova do depósito de valor correspondente a, no mínimo, trinta por cento da exigência
fiscal definida na decisão.
• Redação original (dispositivo havia sido acrescido pelo artigo 32 da Medida Provisória
n.º 1.973, de 29/06/2000, depois Medida Provisória n.º 2.176-79, de 23/08/2001 - apenas na
posterior conversão desta MP na Lei n.º 10.522/2002 é que foi trazida a redação atual do
dispositivo):
§ 3.º. Alternativamente ao depósito referido no parágrafo anterior, o recorrente poderá prestar
garantias ou arrolar, por sua iniciativa, bens e direitos de valor igual ou superior à exigência fiscal
definida na decisão, limitados ao ativo permanente se pessoa jurídica ou ao patrimônio se pessoa física.
• Redação original (dispositivo havia sido acrescido pelo artigo 32 da Medida Provisória
n.º 1.973, de 29/06/2000, depois Medida Provisória n.º 2.176-79, de 23/08/2001 - apenas na
252
Elaborado por: Gilson Wessler Michels (DRJ/FNS/SC) - Setembro/2010 - Versão 16
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Comentários e Anotações ao Decreto n.º 70.235/1972 .
posterior conversão desta MP na Lei n.º 10.522/2002 é que foi trazida a redação atual do
dispositivo):
§ 4.º. A prestação de garantias e o arrolamento de que trata o parágrafo anterior serão
realizados preferencialmente sobre bens imóveis.
• Redação original:
I - exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo ou de multa de valor originário, não
corrigido monetariamente, superior a 20 (vinte) vezes o maior salário mínimo vigente no país;