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Foi nesse período que a relação entre professor e aluno é alterada, a figura do
tutor deixa de existir nas escolas e agora o professor é responsável por uma classe de 20
a 30 alunos. O colégio “antes de ser uma organização pedagógica foi uma organização
administrativa. Estava mais preocupada em viabilizar esse processo de receber e atender
grande número de pessoas. Ou seja, aqui está começando o nascimento da educação
escolarizada moderna. (...). Os que eram formados pelo colégio rumavam aos estudos
superiores. Os colégios, no entanto, não formavam para nenhuma profissão específica.”
(p.60-61).
“A criação da escola elementar única (...) veio associada a, pelo menos, dois
movimentos. O primeiro com a manifesta intervenção do Estado no oferecimento desta
escola, O segundo, relacionado às forças sociais e políticas, especialmente ao
proletariado industrial e ao movimento socialista, que defendiam o direito à escola e
abominavam o acesso à escola como uma caridade” (p.64). “O Estado, por sua vez, vem
sendo analisado e problematizado no que diz respeito às possíveis razões do
oferecimento da educação escolar” (p.64). Através do ingresso do Estado na educação
escolar o que pode ser verificado é uma disputa entre Igreja e Estado por esse espaço
que até pouco tempo atrás era dominado pela Igreja, através da entrada do Estado no
processo de formação escolar o que se verificou foi uma laicização e a democratização
do ensino. “Se a estatalidade, a laicidade, a gratuidade e a universalidade foram aspectos
decisivos para compreender as particularidades do modo de escolarização
contemporâneo, eles não estavam sozinhos. Pelo menos outros três aspectos devem ser
comentados para compreender as distinções quanto ao conteúdo, aos métodos e à
natureza da escolarização contemporânea em relação aos outros modos de
escolarização” (p.66). “O primeiro aspecto, conteúdo, esteve pautado pela renovação
cultural do século XIX. Esta implicou que as escolas tivessem um conteúdo único
nacional que incorporava, gradativamente, o desenvolvimento da ciência ou das várias
ciências. As escolas infantis, por sua vez, passaram a dar grande espaço ao trabalho, à
atividade autônoma da criança, seja sob a forma de jogo, seja na forma de trabalho
manual. (...) O segundo aspecto, mais próximo ao método adequado ao novo modo de
escolarização, diz respeito à introdução da temática do trabalho na escola. (...) observa-
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se a criação da instrução profissional pela via escolar” (p.67). “Por fim, o terceiro
aspecto vem na esteira das anteriores. No final do século XIX, com o avanço da
pesquisa e do desenvolvimento da psicologia, esta disciplina científica passou a dar uma
forte contribuição na discussão de como as crianças aprendem e se desenvolvem. (...)
No último decênio do século XIX, uma parte da psicologia acompanhou a experiência
da difusão da escola nova, também chamada de escola ativa” (p.68).