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Magnitude Média
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Em relação à suspenção de material particulado nas vias de tráfego devido ao atrito dos
equipamentos móveis, são realizadas aspersões programadas, conforme preconizado
no Plano de Mitigação das Fontes Atmosféricas das Obras Emergenciais/Manejo de
Rejeito. Além disso, caso seja detectado um foco de suspensão de poeira, é realizado
o acionamento imediato da equipe de Gestão Ambiental de Obras, a qual dá andamento
com a umectação do local no qual foi identificada a ocorrência. De acordo com os
relatórios de desempenho disponibilizados pela Vale, o número de ocorrências
registradas nos meses de setembro, outubro e novembro de 2020 foram,
respectivamente, 28, 14 e 4. O acionamento pode ocorrer por meio de notificações
originadas nas estações de monitoramento, por relato dos colaboradores que atuam na
área ou pela comunidade via chamada telefônica. Cabe ressaltar que as notificações
são realizadas, principalmente, pelos motoristas dos caminhões utilizados para o
transporte de rejeitos, os quais recebem treinamentos e orientações específicas para
relatar a existência de suspensão de material particulado. Todas as entradas de
acionamento estão descritas no Plano de Acionamento elaborado pela Vale.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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adotadas tem-se a etapa de prevenção (ex. aspersão fixa), mitigação (ex. aspersão por
meio de acionamento de colaboradores que atuam no local) e monitoramento (ex.
“fumaça preta”, MP2,5, MP10 e PTS). Cabe ressaltar que a previsão de cenários
originados pelas ações climáticas (calmaria de ventos e estiagem) devem, na medida
do possível, ser previstos para que se possa planejar com antecedência as ações
pertinentes a serem realizadas.
Medidas de Mitigação
Inspeções ambientais
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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no ato da remoção, dois procedimentos são executados in loco, sendo eles: Shake
Test (para detectar fase residual de hidrocarbonetos de petróleo ou solventes
clorados) e medições com o equipamento Photoionization Detectors (PID) para
identificar a presença de vapores orgânicos voláteis (Figura 7-32). Nas situações
em que as medições realizadas em campo indiquem a presença de alterações do
padrão esperado é realizada a coleta do solo, o qual é destinado como resíduo
perigoso (Classe I). Este processo é realizado repetidamente até que os resultados
do Shake Test e PID estejam normalizadas. Ao final, é coletada uma amostra de
solo do local onde as medições in loco não apresentam alterações, sendo esta
enviada para análises laboratoriais.
Figura 7-32 - Ensaios realizados em campo – medições com PID e análise de Shake Test
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10.004:2004), e/ou aqueles que contêm substâncias químicas com potencial de alterar
a qualidade do solo e/ou da água subterrânea.
Até 31/05/2020 foram registrados um total de 128 RPs. Destes, 99 foram classificados
como sem potencial de contaminação, 20 com potencial de contaminação restrito ao
rejeito e 9 com potencial contaminação do solo (identificação visual de contaminação
e/ou resultados dos testes in situ positivos).
A) Descrição do impacto
A redução da qualidade do solo é um impacto negativo pois, os efeitos da percolação
de produtos químicos e combustíveis modificam as propriedades do solo, podendo gerar
uma série de limitação ao uso do solo e outras consequências adversas, tais como a
lixiviação e contaminação das águas superficiais e subterrânea, a perda da fertilidade
natural, o risco à saúde humana, da flora e da fauna, as quais decorrem indiretamente
deste impacto, não sendo objeto da presente avaliação, embora auxiliem na atribuição
da magnitude e sensibilidade do componente impactado.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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B) Avaliação do Impacto
A magnitude foi avaliada como média, tendo em vista que, embora seja efetivo, o
impacto se restringe à ocorrência de vazamentos e/ou derramamentos (que tenham
atingido o solo) em áreas nas quais ocorrem ou ocorreram as atividades com potencial
de redução da qualidade do solo. Além disso, a Vale realiza ensaios em campo nos
locais com suspeita de ter ocorrido a redução da qualidade do solo em função do
soterramento de materiais contendo produtos químicos e combustíveis. O material (solo
ou rejeito) identificado visualmente ou por meio dos testes in loco como impactados são
removidos e destinados como resíduos perigoso (Classe I).
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Magnitude Média
O monitoramento das áreas nas quais pode haver a redução da qualidade do solo está
sendo realizada no âmbito do Programa de Caracterização e Monitoramento dos Solos
na Sub-bacia do ribeirão Ferro-Carvão, nos quais são previstas a caracterização
química, física, biológica, mineralógica e a realização de testes físicos e de fertilidade
do solo para identificar os impactos instalados nas áreas de deposição de rejeito e das
obras emergenciais na sub-bacia do ribeirão Ferro-Carvão. A metodologia proposta
prevê o uso de malha amostral, com o intuito de avaliar as alterações físicas e químicas
do solo impactado e, a partir dos resultados obtidos, serão direcionadas as medidas
corretivas necessárias para a recuperação. Além disso, o Plano Integrado de
Gerenciamento dos Rejeitos e Resíduos Carreados pelo Rompimento da Barragem B-I
(PIGRR) é um documento direcionado à “Zona Quente” e apresenta os procedimentos
e critérios técnicos do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos, incluindo a gestão dos
Depósitos Intermediários de Resíduos e do Centro de Materiais Descartáveis.
Segundo o PGIRR, a gestão das atividades dos DIR compreende: (i) entrada e saída de
resíduos; (ii) inspeções diárias; (iii) organização e limpeza; (iv) quantitativo de entrada e
saída de resíduos; (v) avistamento de criadores potenciais de Aedes aegypti e de
animais sinantrópicos; (vi) registros de incidentes ambientais, não conformidades e de
atendimentos emergenciais.
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Medidas de Mitigação
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Medidas de Mitigação
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- Qualidade de vida
Componente afetado
- Fauna silvestre
4
PPV (mm/s)
3
Vibração perceptível: 2,0 mm/s
2
Figura 7-35 - Dados de vibração (PPV) obtidos da estação automática Parque da Cachoeira_1
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4
PPV (mm/s)
3
Vibração perceptível: 2,0 mm/s
2
Figura 7-36 - Dados de vibração (PPV) obtidos da estação automática Parque da Cachoeira_2
4
PPV (mm/s)
Conforme apresentado nas figuras anteriores, das três estações automáticas, pode-se
observar que em quase todos os dias do mês de setembro/2020 foram registrados
valores de vibração acima do limiar da percepção (0,3 mm/s). No entanto, estes valores
estão abaixo de 1 mm/s e, consequentemente, são inferiores à vibração perceptível,
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Quadro 7-17 - Pontos de monitoramento com valores acima dos limites estabelecidos e
respectivas interferências (monitoramento diurno).
Ponto Observação
Quadro 7-18: Pontos de monitoramento com superações aos limites legais e devidas
interferências (monitoramento noturno).
Ponto Observação
Conforme apresentado nos Quadro 7-17 e Quadro 7-18., há resultados de ruído acima
dos limites permitidos pela NBR 10.151 em ambos os períodos monitorados (diurno e
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noturno), com destaque para os pontos RV12B e RV10, alocados na localidade Tejuco.
Os referidos pontos se encontram cerca de 2km de distância do local de execução das
obras emergenciais, relacionadas com o manejo do rejeito, fato que corrobora a
assertiva existente no relatório da Brandt (2020), que correlaciona os valores
identificados com atividade de um empreendimento não vinculado às obras de manejo
de rejeito, localizado na proximidade do ponto de medição.
Embora estejam abaixo do limite máximo estabelecido pela NBR 10.151, os valores
obtidos na medição do ponto RV05, alocado na localidade Parque Cachoeira, indicaram
valores próximos aos limites máximos permitidos pela NBR 10.151 (55dB para o período
diurno e 50dB para o período noturno). As medidas obtidas no monitoramento diurno ao
longo do mês de setembro de 2020 foram: 52,8dB (01/set); 51,1dB (10/set); 53,6dB
(18/set); 48,9dB (26/set). No período noturno foram identificados os seguintes valores:
45,5dB (02/set); 40,3dB (11/set); 44,9dB (18/set); 45,1dB (26/set). Este ponto está
alocado a aproximadamente 200 metros da Estaca Prancha 01 e pode ser influenciado
pelo sistema de bombeamento existente no local, por meio do qual a água é transmitida
para a ETAF 2. Além disso, atividades de limpeza / sucção do sedimento no reservatório
da Estaca Prancha 1 também podem estar contribuindo para as pressões sonoras
identificadas. Para este mesmo local está planejada a instalação do Trommel,
equipamento que irá auxiliar nas atividades de dragagem executadas no rio Paraopeba.
Com a operação deste novo equipamento, poderá haver um incremento nas pressões
sonoras.
Por fim, consta no documento consultado (BRANDT, 2020) que, após a instalação do
sistema de bombeamento no ribeirão Ferro-Carvão, um som contínuo advindo dos
geradores de energia e do sistema de bombas passou a se destacar no ambiente, sendo
mais notório nos intervalos das passagens dos veículos.
Embora tenham sido identificadas medições acima dos limites estabelecidos pela NBR
10.151, concluiu-se nos relatórios consultados que os valores obtidos são compatíveis
com o tipo de atividade que está sendo desenvolvida. Além disso, todos os valores de
pressão sonora mensurados estão abaixo do limite de 80 dB(A) estabelecido na Lei
municipal nº 2.214 / 2018 para obras e serviços urgentes e inadiáveis decorrentes de
casos fortuitos ou de força maior.
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Do exposto, tem-se que a geração de vibrações, neste momento, não possui impacto
na população do entorno. Entretanto, para o aspecto de geração de ruído, o impacto em
pauta é considerado como efetivo. A efetividade do impacto relacionado ao tema do
ruído ambiental se dá devido ao fato de existir moradores no entorno da área onde
ocorre o manejo dos rejeitos e, embora todos os resultados de pressão sonora
identificados estejam abaixo do limite estabelecido na legislação municipal, estes
possuem resultados acima, ou próximos, dos valores máximos estabelecidos na NBR
10.151.
A) Descrição do impacto
Este impacto é de natureza negativa pois está vinculado com a emissão de ruído
ambiental proveniente de ações das obras de manejo de rejeitos e podem afetar a
qualidade de vida dos moradores do entorno e ocasionar a dispersão da fauna silvestre.
Este impacto irá cessar imediatamente após a paralização das atividades e, desta
forma, é considerado como reversível, e quando cessado, o ambiente não apresentará
mais a alteração, sendo, portanto, temporário.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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B) Avaliação do Impacto
Com base nos dados dos pontos de monitoramento de ruídos apresentados, este
impacto está sendo classificado com magnitude pequena, uma vez que não foram
identificadas medições acima dos limites máximos estabelecidos pela Lei municipal nº
2.412 / 2018. Além disso, considerando o comparativo realizado com os limites da NBR
10.151, os valores obtidos com as medições realizadas no ponto RV9 são associados
ao tráfego da rodovia Alberto Flores, o qual tem contribuições não só dos veículos
destinados ao manejo do rejeito.
O bem estar da população é primordial e deve ser prezado a todo o tempo. Além disso,
assim como informado durante a contextualização do impacto, a Vale não dispõe de
estudos direcionados para os efeitos do aumento dos níveis de ruído e os respectivos
impactos na fauna. Diante disso, a sensibilidade ambiental de ambos os componentes
que podem ser afetados por este impacto (qualidade de vida e fauna silvestre) foi
considerada como sendo alta. Cabe ressaltar que estes componentes já foram
impactados pelo evento do rompimento das barragens, o que os torna mais vulneráveis.
Magnitude Pequena
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Medidas de Mitigação
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Medidas de Mitigação
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A ação erosiva pode ser agravada pelas características pedológicas da área. Conforme
citado no Capítulo 2 (Volume I) do Plano de Reparação Socioambiental da Bacia do
Paraopeba (ARCADIS, 2020), a região da sub-bacia do Ferro-Carvão abrange três
classes de solo distintas, sendo elas: CAMBISSOLO, associado ao NEOSSOLO e
LATOSSOLO (CXBD21), LATOSSOLO (LVAd1) e NEOSSOLO (RLd5) (AMPLO, 2019;
UFV/CETEC/UFLA/FEAM/UFV, 2010). As unidades de mapeamento supracitadas
correspondem à 41,51%, 17,73% e 14,09%, respectivamente, da área de estudo, sendo
as demais porcentagens relativas à área antropizada e depósitos tecnogênicos
(AMPLO, 2019). Sob a ótica da pedogênese, tem-se que relevos com declives mais
acentuados tendem a serem caracterizados por solos mais rasos (como é o caso dos
CAMBISSOLOS e NEOSSOLOS) e, em classes de relevo mais atenuados, a tendência
é existir solos com processo de intemperismo mais avançado, sendo estes solos mais
sensíveis à degradação (como é o caso dos LATOSSOLOS).
A remoção dos rejeitos atinge o solo sotoposto (solo natural), fazendo com que este
fique exposto. Como mencionado, a área de deposição de rejeito conhecida como
“extracalha” é composta, basicamente, por CAMBISSOLO, NEOSSOLO e
LATOSSOLO. Tais formações pedológicas possuem susceptibilidade aos processos
erosivos, seja pela pouca profundidade (CXBD21; RLd5) ou pela maior sensibilidade à
degradação em função das propriedades físicas (LVAd1). Além disso, é importante
ressaltar que a capacidade de infiltração de água no solo está diretamente relacionada
aos processos erosivos, uma vez que, solos com baixos valores de condutividade
hidráulica favorecem o processo de escoamento superficial e, consequentemente, dos
processos erosivos. Nesta ótica, tem-se que a construção das estruturas utilizadas nas
atividades de manejo do rejeito acarretaram, ainda que pontualmente, na compactação
e/ou impermeabilização do solo, fato que resulta em um aumento de percolação da água
na superfície do terreno.
O índice pluviométrico da área possui forte correlação com a formação dos processos
erosivos, haja vista a maior ocorrência de arraste de material desagregado pela
superfície do terreno. De acordo com o estudo elaborado por Synergia (2020), o índice
pluviométrico referente ao primeiro semestre de 2020 na região foi elevado. Dados das
estações fluviométricas instaladas pela Vale ao longo da bacia do rio Paraopeba,
corroboram tal informação, evidenciando que as vazões escoadas no início de 2019
foram inferiores àquelas escoadas nos primeiros meses de 2020, conforme evidenciado
na Figura 7-39, a seguir:
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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400,00
350,00
Vazão Média Mensal (m³/s)
300,00
250,00
200,00
150,00
100,00
50,00
0,00
fev/19 mar/19 abr/19 mai/19 jun/19 jul/19 ago/19 set/19 out/19 nov/19 dez/19 jan/20 fev/20 mar/20
Mês
BCF-RL-01 - Melo Franco BCF-RL-29 BCF-RL-07 - BR 381 BCF-RL-08 - Juatuba
BCF-RL-09 - Cap. COPASA BCF-RL-14 - Juatuba BCF-RL-13 - Esmeraldas BCF-RL-25
Figura 7-39 – Análise de continuidade das estações fluviométricas monitoradas pela Vale na bacia do rio Paraopeba.
As instalações fluviométricas apresentadas, monitoradas pela Vale, localizam-se a montante (RL-01 - Melo) e a jusante (todas as demais) do ponto de
confluência entre o ribeirão Ferro-Carvão e o rio Paraopeba
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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A) Descrição do impacto
Entende-se que o referido impacto é reversível, uma vez que a superfície do terreno
poderá ser recuperada com o uso de técnicas para corrigir os danos provocados pelos
processos erosivos. O impacto é permanente, considerando que, mesmo com o
cessamento das atividades de manejo do rejeito, a degradação no solo permanecerá
até que ocorra alguma ação de intervenção antrópica.
O impacto apresenta escala local, restrito aos limites das áreas operacionais do manejo
de rejeito, onde houve alterações do relevo em virtude das obras de escavação,
implantação de viários, canteiros de obras, entre outros.
B) Avaliação do Impacto
A magnitude foi avaliada como pequena por afetar áreas pontuais utilizadas para o
manejo do rejeito, tais como DIRs, DTRs, canteiros de obra, dentre outros. Além disso,
nestas áreas são observados em campo somente processos erosivos incipientes, visto
que as ações referentes ao manejo de rejeitos estão sendo realizadas de forma
planejada. Este cenário corrobora o grau de magnitude atribuído ao impacto.
O solo é um componente cuja importância é pouco notada, não sendo considerado pelo
essencial papel que desempenha na manutenção da sociedade e da biodiversidade
(CARLI, 2020). As diversas características e usos do solo o tornam mais sensíveis às
intervenções antrópicas, podendo comprometer sua função no equilíbrio dinâmico do
meio ao qual está inserido. A região na qual estão sendo realizadas as obras do manejo
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Magnitude Pequena
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Medidas de Mitigação
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Em relação à situação dos solos afetados pelo rejeito, logo após o rompimento das
barragens B-I, B-IV e B-IVA, conforme já mencionado, foram realizadas sondagens na
área da mancha de rejeito para o reconhecimento geológico-geotécnico das camadas
depositadas e dos solos remanescentes, até o saprólito ou rocha sã, a fim de amparar
a execução das obras emergenciais. Foram realizadas sondagens na área da antiga
barragem B-I, nas obras da ponte metálica, barreira hidráulica 0, barreira hidráulica 1,
dique 2 e do duto da Transpetro. Estudo realizado pela Chammas Engenharia (2019
citado em ARCADIS, 2020) indica que a camada depositada de rejeito possui espessura
variável, com maior espessura nos locais próximos à antiga Barragem B-I (cerca de 13
metros de profundidade), enquanto em áreas mais distantes, como os dutos da
Transpetro, a profundidade máxima é de 4 metros.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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A) Descrição do impacto
A remoção da camada superficial do solo é um impacto negativo, por modificar a
geomorfologia do terreno e remover o horizonte pedológico no qual há maior
concentração de matéria orgânica.
B) Avaliação do Impacto
A perda da camada fértil ocorre em locais destinados à abertura de novas vias de
acesso, construção das estruturas para gerenciamento do rejeito extracalha e intracalha
(por exemplo, ETAF 2) e atividade de escavação para remoção do rejeito extracalha. É
importante destacar que o solo já havia sido impactado de forma significativa em
decorrência do rompimento das Barragens B-I, B-IV e B-IVA. Conforme identificado no
diagnóstico pós-rompimento, há locais onde a passagem da massa de rejeito ocasionou
o arraste do solo e, em outros locais, o rejeito se misturou com a camada superficial,
alterando suas características físicas e químicas, portanto, o impacto de remoção da
camada fértil ocasionado pelo Plano de Manejo do Rejeito parte de uma linha de base
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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de baixa qualidade ambiental, contribuindo muito pouco para sua degradação, podendo
ser compreendido como de pequena magnitude.
Magnitude Pequena
Para este impacto está previsto o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD),
que dentre seus objetivos busca a restauração da vegetação nativa nas áreas afetadas
pelo rejeito, bem como nas áreas descomissionadas das obras emergenciais. Com esta
premissa, o programa buscará acelerar a RECUPERAÇÃO e estabelecer um
ecossistema funcional, com espécies de vegetação nativa recorrentes na região,
chegando o mais próximo possível da condição original. Em casos mais graves, onde a
área se apresentar extremamente degradada, por exemplo, região com solos sem as
camadas superficiais, será conduzida a REABILITAÇÃO da área, sendo priorizada a
recuperação parcial de funções do ecossistema, sem preocupação com as espécies de
vegetação utilizada, pois a prioridade será que elas sejam capazes de suportar as
condições extremas deste ambiente fortemente degradado, para que no futuro sirva
como catalizadora da sucessão ecológica.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Cabe ressaltar que o solo a ser utilizado nos locais onde seja necessária a reconstituição
da geomorfologia, será devidamente analisado a fim de se evitar possíveis
contaminações cruzadas. Além disso, sempre que possível, a área de empréstimo
deverá ser selecionada em formações pedológicas semelhantes às observadas na área
a ser recomposta.
Medidas de Mitigação
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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De acordo com o mapa pedológico produzido pela Amplo (2019), o vale do ribeirão
Ferro-Carvão, onde é executado o Plano de Manejo de Rejeito - PMR possui duas
formações pedológicas predominantes, CAMBISSOLO (CXBD21) e LATOSSOLO
(LVAd1). O CAMBISSOLO se encontra na porção mais alta da sub-bacia, desde a mina
do Feijão até a região do córrego Laranjeiras. Esta classe de solo se caracteriza pelo
estágio intermediário de intemperismo, em geral não muito profundos. Já o
LATOSSOLO, onde se concentram as estruturas de operação do manejo de rejeito, se
distribui ao longo do relevo de baixa declividade, iniciando na altura do agrupamento
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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córrego do Feijão, seguindo até o rio Paraopeba. Este solo normalmente é profundo,
bem drenado e tem alta concentração de argila (COELHO et al, 2017), propenso à
compactação quando próximo do limite de saturação (MANTOVANI, 1987).
A) Descrição do impacto
É um impacto negativo, pois a compactação altera as propriedades físicas do solo,
dificulta o manejo para recuperação de vegetação e aumenta a susceptibilidade aos
processos erosivos por aumentar o escoamento superficial, sua velocidade, energia e
criar caminhos preferencias de drenagem.
B) Avaliação do Impacto
Considerando a espacialização da ocorrência do impacto, limitado às áreas
operacionais utilizadas para o manejo do rejeito, este impacto possui magnitude
pequena.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Magnitude Pequena
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Medidas de Mitigação
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Figura 7-44 a seguir apresentam a distribuição dos referidos poços de acordo com as
respectivas estruturas, bem como o perfil construtivo de cada um deles.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Células de
desidratação
Sistema de filtração
Tanque de Bacia de
mistura sedimentação
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Célula de desidratação
Sistema de filtração
Célula de desidratação
Bacia de sedimentação
Célula de desidratação
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Além da operação das ETAFs, outras atividades vinculadas ao manejo do rejeito podem
ter o potencial de impactar a qualidade da água subterrânea no aquífero raso, conforme
descrito a seguir:
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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A) Descrição do impacto
Este impacto é de natureza negativa devido ao fato de que a percolação de substâncias
químicas utilizadas no manejo do rejeito, ou efluente / sedimento contendo rejeito que
atingem a água subterrânea podem comprometer a qualidade desta matriz ambiental, a
qual é considerada como sendo um bem a proteger.
Entende-se que o impacto é permanente, pois assim que cessada a ação dos
potenciais vazamentos ou derramamentos, o material permanecerá na água
subterrânea. Em relação à reversibilidade, trata-se de um impacto reversível pois, caso
sejam identificadas plumas de contaminação na área avaliada, técnicas de remediação
poderão ser adotadas para a descontaminação. A depender do tipo de contaminante,
extensão da pluma e características do subsolo, diferentes alternativas tecnológicas
podem ser adotadas.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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impacto possui uma espacialidade local, uma vez que as plumas de contaminação,
caso existentes, ficariam restritas à área de execução das atividades do manejo de
rejeito e região de entorno destas.
B) Avaliação do Impacto
Embora tenham sido identificadas concentrações acima do VMP para alguns metais nas
amostras de água subterrânea captadas na região das ETAFs 1 e 2, entende-se que,
neste momento, não há uma evidência de que estes resultados estejam sendo
influenciados pelas atividades do tratamento do efluente fluvial do ribeirão Ferro-Carvão
(na ETAF 1) ou do material dragado do rio Paraopeba (na ETAF 2). Essa assertiva se
embasa no fato que de as Substâncias Químicas de Interesse (SQIs) identificadas
acima do VMP podem ser correlacionadas com a litologia da bacia do rio Paraopeba e,
além disso, as concentrações para a Acrilamida (SQI “traçadora” para as operações das
ETAFs) até o momento estão abaixo do LQ considerado pelo laboratório. Cabe ressaltar
que para as demais áreas nas quais também ocorrem atividades com potencial de
alterar a qualidade da água subterrânea, não existem pontos de monitoramento. Diante
disso, a magnitude foi avaliada como média.
Magnitude Média
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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No PIGRR também existem os procedimentos para o manejo dos resíduos dos Geobags
existentes nas ETAFs 1 e 2. A fim de caracterizar estes resíduos para a correta
destinação final, são realizadas amostragem com procedimentos pré-estabelecidos no
Plano de Amostragem dos Geobags.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Medidas de Mitigação
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Medidas de Mitigação
Ao longo das atividades de manejo do rejeito diversas atividades são realizadas, cujo
objetivo fim é proporcionar a disposição final na melhor alternativa possível. Desde a
atividade de pesquisa, buscas e segregação (etapa inicial do manejo do rejeito) se
realiza a primeira triagem, havendo a separação do resíduo e do rejeito. O rejeito
segregado é direcionado para a etapa de buscas e passa por uma nova segregação nos
Depósitos Temporários de Rejeito (DTR). Na sequência, o rejeito é transferido para
caminhões basculantes, sendo transportado até o Terminal de Carga Ferroviário (TFC),
onde ocorre a terceira segregação. O rejeito não segregado no TCF é submetido ao
processo de peneiramento, havendo a separação em “over” e “under”. Ao final do
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Por meio dos processos mencionados, tem-se como objetivo reduzir ao menor risco
possível que o rejeito destinado para disposição final em cava esteja isento de
contaminação orgânica ou de mistura com algum outro tipo de material e possua as
características próximas às originais do rejeito que se encontrava armazenado na
barragem B-I. Em linhas gerais, de acordo com os estudos que estão sendo realizados
pela empresa Geoenviron, o material destinado para a disposição final em cava é
classificado, segundo a ABNT 1.004, como Resíduo Classe II (Não perigoso) em grande
parte inerte, podendo também apresentar a classificação “não inerte” em função da
solubilização dos elementos Al, Cd, Fe e Mn (ARCADIS, 2020).
Após estudos de viabilidade realizados pela Vale e apresentados para a SEMAD, este
órgão ambiental emitiu a Licença Ambiental Simplificada (LAS/RAS nº 462/2019) a qual
autoriza a disposição final do rejeito segregado na Cava de Feijão.
225
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Alcalinidade
- - - 14.746 -
bicarbonatos
Alumínio Total 200 3.500 3.500 132 -
226
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Tabela 7-13 – Informações referentes aos poços profundos existentes na região da Cava
de Feijão
Nota: O PMP-06 está em negociação com o proprietário do local a ser perfurado e o PMP-09 está
em processo de perfuração.
227
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Figura 7-48 - Mapa de localização dos pontos / poços de monitoramento do entorno da Cava de
Feijão instalados até o momento.
228
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
▪ Formação Cauê: Al, Ca, Cu, Fe, Pb, Mg, Mn, Ni, Zn
(1) Mourão (2007); CPRM feito por BEATO (sem data)
De acordo com o estudo elaborado pela MDGEO (2020), intitulado “Nota Técnica Plano
de Mitigação para Controle do Efluente a ser Gerado na Mina Córrego do Feijão”, nas
modelagens realizadas por esta empresa, foi identificado o potencial de contaminação
da água na Cava de Feijão pelo elemento Manganês (Mn). De acordo com a simulação
realizada, esta alteração da qualidade da água na cava ocorreria em função do
afloramento do aquífero pelo shaft e pela infiltração natural nas paredes da galeria de
desague na cava. Considerando o cenário delineado pela modelagem, sugeriu-se a
construção de um sistema de tratamento passivo de água residuária, do tipo wetlands,
a jusante da galeria de drenagem para o tratamento de Mn. Cabe ressaltar que, como
a disposição de rejeitos na área da cava teve início recente, ainda não há uma base de
dados suficiente para traçar de forma concreta o transporte do Mn ou de quaisquer
outros tipos de contaminantes que porventura sejam identificados. Ainda segundo o
relatório “Simulações numéricas de fluxo e transporte – cenário intermediário” (MDGEO,
2020), pelas simulações realizadas é possível notar uma tendência de estabilização nas
concentrações finais de manganês na água que irá aflorar na cava (e terá contato com
o rejeito depositado) após um período de 10 anos. Por fim, é enfatizada a importância
da continuidade dos monitoramentos realizados, a fim de ir acompanhando o cenário
real originado pela deposição do rejeito na Cava de Feijão, incluindo a possível
interferência no aquífero profundo.
C) Descrição do impacto
Entende-se que o impacto é permanente, pois mesmo que cessado o contato da água
subterrânea com o rejeito, o Mn permanecerá existindo nesta matriz ambiental. Este é
reversível pois, caso sejam identificadas concentrações de Mn acima das estabelecidas
pelo valor de baseline na área avaliada, técnicas de remediação poderão ser adotadas
para a descontaminação.
229
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Conforme relatado por MDGEO (2020), durante o período simulado projetado para 30
anos, a dispersão do Mn se limitou às proximidades da cava e da galeria, seguindo o
padrão do fluxo de água subterrânea na região modelada, não sendo notada dispersão
de concentrações anômalas para áreas externas à cava. Diante desta assertiva, tem-se
que este impacto possui uma espacialidade local.
D) Avaliação do Impacto
Considerando os dados de baseline e as informações de Arcadis (2020b) e MDGEO
(2020 a e b) no momento, este impacto pode ser considerado como sendo de magnitude
pequena. Esta inferência se dá pelo fato de que até a presente data não é possível
correlacionar de maneira direta a influência da disposição do rejeito na qualidade da
água subterrânea na região da cava e, além disso, nas simulações realizadas
considerando uma projeção temporal de 30 anos, notou-se uma tendência de
estabilização nas concentrações finais de manganês após um período de 10 anos.
Magnitude Pequena
230
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Para realizar o controle do rejeito que está sendo encaminhado para a cava, diversas
triagens e segregações são realizadas, desde a etapa inicial de remoção do rejeito até
a etapa de peneiramento. Os procedimentos a serem realizados estão padronizados e
detalhados no Plano Integrado de Rejeitos e Resíduos (PIGRR). Além disso, a Vale
também realiza a análise do rejeito encaminhado para os DTRs.
Como medidas de reparação deste impacto potencial, além do PIGRR, existe também
o estudo de modelagem realizado pela MDGEO (2020a). Conforme já mencionado ao
longo do texto, nas modelagens realizadas foi identificado o potencial de contaminação
da água subterrânea de surgência na Cava de Feijão pelo elemento Manganês (Mn).
Considerando a ocorrência deste cenário (ainda hipotético) será instalado um sistema
de tratamento passivo de água residuária, do tipo wetlands, a jusante da galeria de
drenagem, para o tratamento do Mn em excesso neste efluente originado na cava. Este
sistema se trata de um tipo de tratamento passivo, o qual se utiliza de reações químicas
tipicamente auxiliadas por processos geoquímicos ou biológicos sem requerer a adição
de reagentes químicos ou mecanização como processos prioritários (MDGEO 2020a).
De acordo com dados apresentados por MDGEO (2020a), o sistema de wetlands para
remoção de Mn é utilizado ao redor do mundo, se fazendo presente em países como:
Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte (Reino Unido) e Estados Unidos
da América.
231
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Medidas de Mitigação
232
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Medidas de Mitigação
MEIO BIÓTICO
1 Vegetação Nativa
233
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
O impacto aqui avaliado pode ser considerado precursor de diversos outros impactos
sobre a vegetação e sobre a fauna, assim como para o meio físico, amplamente
documentado na literatura. A perda de cobertura vegetal, por exemplo, gera alterações
na paisagem como a fragmentação da cobertura vegetal, a perda ou redução da
conectividade e o aumento do efeito de borda nos fragmentos de vegetação nativa
(BRITO, 2006; MURCIA, 1995). Também causa alterações nas dinâmicas ecológicas,
na estrutura da comunidade vegetal ou em suas populações, como a perda de
indivíduos da flora (LAURANCE, 2004; PUTZ et al., 2011), a perda de banco de
sementes (GARWOOD, 1989).
Por sua vez, para o manejo do rejeito que ficou depositado ao longo da sub-bacia do
ribeirão Ferro-Carvão e na calha do rio Paraopeba, diversas obras foram realizadas em
áreas com vegetação natural e áreas antropizadas, incluindo a mancha de rejeitos,
totalizando intervenção em 252,06 ha, conforme apresentado na Tabela 7-14. As
intervenções das obras referentes ao manejo de rejeitos foram realizadas em 219,33 ha
(87,02%) de áreas antrópicas e 32,72 ha (12,98%) de formações naturais. Das áreas
com formação natural afetadas pelas obras, 15,49 ha (6,15%) são de FES em estágio
médio-avançado de regeneração, 3,30 ha (1,31%) de FES em estágio inicial, 6,21 ha
(2,46%) de áreas de cerrado sensu stricto, 0,01 ha (0,01%) de áreas úmidas e 7,70 ha
(3,05%) de corpos d’água, totalizando 32,72 ha.
234
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
235
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Importante ressaltar que o cálculo efetivo das áreas de supressão deve ser apresentado
nas revisões periódicas do Plano de Supressão Vegetal realizadas pela Vale, onde
constam todas as poligonais nas quais ocorreram as intervenções (VALE, 2020b). Os
valores aqui apresentados servem para mostrar a magnitude desse impacto e dirigir as
ações de mitigação, compensação e monitoramentos propostos.
Tabela 7-14 – Tipologia de uso e cobertura do solo na área de intervenção das obras do
manejo de rejeito.
Sub-bacia
Área
Sub-bacia do do
Adjacente
ribeirão ribeirão
Tipologia de Uso e Ocupação ao rio Total (ha)
Ferro-Carvão Casa
Paraopeba
(ha) Branca
(ha)
(ha)
Formações naturais
Área Úmida 0,01 0,01
Cerrado sensu stricto 0,24 5,97 6,21
Corpo d'água 0,75 1,89 5,06 7,70
Floresta Estacional Semidecídua em
1,50 0,52 1,29 3,30
estágio inicial
Floresta Estacional Semidecídua em
10,58 3,70 1,21 15,49
estágio médio avançado
Sub-total 13,07 12,09 7,56 32,72
Formações antrópicas
Acessos 6,48 1,15 1,03 8,66
Área urbana 0,53 0,53
Bambuzal 0,40 1,02 1,42
Campo antrópico/ pastagem 66,30 14,41 41,02 121,73
Cultivo agrícola 18,84 0,09 0,60 19,53
Floresta plantada 0,03 0,03
Habitação rural 3,57 0,01 0,78 4,35
Mineração 41,38 9,58 50,96
Solo exposto 4,24 3,29 4,60 12,12
Sub-total 141,77 28,52 49,05 219,34
Total 154,84 40,61 56,60 252,06
Fonte: Arcadis, 2021 Elaboração: Arcadis, 2021
236
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
237
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Figura 7-54 - Região de “capim branco”. Fragmento de Cerrado sensu stricto que deverá
ser parcialmente suprimido para implantação da DIR 8
O efeito de borda engloba todas as mudanças nas condições físicas e biológicas que
ocorrem na margem dos fragmentos, que naturalmente apresenta condições
microclimáticas e ecológicas diferentes das encontradas no interior (BIERREGAARD et
al., 1992; CAMARGO e KAPOS, 1995; RODRIGUES, 1998; KREMSATER e BRUNNEL,
1999; DIDHAM & EWERS, 2014; BAKER et al., 2014; KAPOS, 1989; MATLACK, 1993;
MALCOLM, 1998; LAURANCE et al., 2001). Segundo os autores citados, dentre as
principais alterações no microclima e nos processos físicos relacionados à proximidade
da borda pode-se citar: o aumento dos distúrbios por vento, baixa da umidade relativa,
redução da umidade do solo, aumento da temperatura do ar e do déficit da pressão de
vapor (DPV), e aumento da radiação fotossinteticamente ativa (PAR).
A) Descrição do impacto
238
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
A perda e alteração de habitat terrestre é um impacto negativo, uma vez que interfere
em componentes importantes da biodiversidade local, como os habitat, as comunidades
e os indivíduos da flora.
O impacto é direto por se tratar de efeito de primeira ordem, causado pela supressão
de vegetação para implantação das obras e estruturas relacionadas ao manejo de
rejeitos. A manifestação de início do impacto é de curto prazo, pois, mesmo
considerando que a implantação dessas obras ocorra no decorrer do tempo após o
rompimento, a perda de cobertura vegetal ocorre no momento da supressão.
Trata-se de um impacto local, restrito às áreas com cobertura vegetal nativa dentro da
área de estudo de detalhe, como a floresta estacional semidecidual e o cerrado. A maior
parte dessas áreas está situada na sub-bacia do ribeirão Ferro-Carvão, mas também
ocorreram obras na sub-bacia do ribeirão Casa Branca e no trecho do rio Paraopeba
onde ocorrem ações de dragagem. Todas dentro dos limites do município de
Brumadinho.
B) Avaliação do Impacto
A redução de 18,79 ha de floresta estacional semidecidual (FES) representa 0,51%
quando comparada com a área total de FES presente na área de estudo (3.678,86 ha),
já a redução de 6,21 ha em área composta predominantemente por gramíneas e alguns
exemplares isolados de cerrado, que representa 1,52% do total desta vegetação (406,67
ha). Dentre os quantitativos apresentados uma parcela da área já foi suprimida e em
algumas regiões, mesmo havendo planejamento futuro, não necessariamente serão
alvo de supressão. Avaliada desta forma, a magnitude dessa perda de vegetação nativa
pode ser considerada pequena. Registra-se também que, diferente do impacto causado
pelo rompimento da barragem, as supressões adicionais realizadas para viabilizar as
obras do plano de manejo de rejeitos foram ou deverão ser realizadas com o devido
acompanhamento e planejamento previstos no Programa de supressão de vegetação,
minimizando as perdas nessas áreas.
239
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Magnitude Pequena
Medidas de Mitigação
240
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Medidas de Mitigação
- Abertura de acessos;
Ação causal - Construção de rampa de lançamento de draga;
- Existência de estruturas para o manejo do rejeito.
241
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Pelas características intrínsecas das obras de manejo de rejeito, que ocorrem próximo
às calhas do ribeirão Ferro-Carvão e rio Paraopeba, a interferência em Áreas de
Preservação Permanente (APP) ocorreu uma área total de 14,63 ha, o que representa
cerca de1,47% das APPs existentes na área de estudo de detalhe, que somam um total
de 993,46 ha, incluindo as APP de nascentes, corpos d’água e declividade. O uso do
solo nas APPs atingidas indica que 29,8% das intervenções ocorreram em floresta
estacional semidecidual, sendo que deste montante 2,79 ha eram de florestas em
estágio médio/avançado de regeneração e 1,57 ha em estágio inicial (Tabela 7-15).
242
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_______________________________________________________________________________________________________
Tabela 7-15 – Uso do solo e cobertura vegetal das APP atingidas pelas obras relacionadas ao manejo de rejeitos.
Área
Uso do Solo APP APP APP total
APP APP
APP de hídrica APP de hídrica APP de hídrica APP Hídrica (ha)
Hídrica Hídrica
Declividade (curso Declividade (curso Declividade (curso (Nascente)
(Nascente) (Nascente)
d´água) d´água) d´água)
Formações naturais
243
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_______________________________________________________________________________________________________
Área
Uso do Solo APP APP APP total
APP APP
APP de hídrica APP de hídrica APP de hídrica APP Hídrica (ha)
Hídrica Hídrica
Declividade (curso Declividade (curso Declividade (curso (Nascente)
(Nascente) (Nascente)
d´água) d´água) d´água)
244
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Para as Reservas Legais (RL), as obras necessárias para o manejo de rejeitos afetaram
8,04 ha de RL2, sendo que aproximadamente 35,74% dessas intervenções ocorreram
em áreas com vegetação nativa das quais 0,62 ha correspondem à floresta estacional
semidecidual (FES) em estágio inicial, 2,25 ha em FES estágio médio-avançado e 0,03
ha em cerrado. O restante das áreas onde ocorrem intervenções são caracterizadas por
pastagens/campo antrópico (53,98%), solo exposto (2,49%), acessos (2,11%),
mineração (5,10 %) e corpo d’água (0,12 %).
Considerando somente as RLs de propriedade Vale que foram afetadas pelas obras,
existem 12 registros com área total de 169,74 ha. Nestas áreas ocorreram interferências
pelas obras relacionadas ao manejo dos rejeitos em 7,01 ha, dos quais 61,91 %
correspondem a campos antrópicos e pastagens e aproximadamente 36,23%
correspondem às áreas com vegetação nativa. Para fins de avaliação desse impacto,
considerou-se a área impactada exclusivamente pela ação das obras relacionadas ao
manejo do rejeito (7,01 ha), o que representou 3,34% da área total de RL de propriedade
da Vale (209,95 ha) inserida na área de detalhe que sofreram interferência (Tabela
7-16).
Tabela 7-16 – Áreas de Reserva Legal de propriedades da Vale afetadas pelas atividades
de manejo do rejeito.
Área
Nome Registro
Afetado pelas
Total (ha)
obras* (ha)
2
Como existem diversas sobreposições de polígonos entre as Reservas Legais (RL) declaradas no CAR e, também,
com as RLs de propriedades da Vale, os cálculos não consideraram essa sobreposição para não ocorrer superestimativa
do impacto nessas áreas.
245
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Área
Nome Registro
Afetado pelas
Total (ha)
obras* (ha)
* Sem considerar as áreas já atingidas pelo rompimento onde foram realizadas obras referentes
ao manejo de rejeitos. Fonte: Vale, 2020. Elaboração: Arcadis, 2020.
Tabela 7-17 – Áreas de reserva legal declaradas no CAR afetadas pelas atividades de
manejo do rejeito.
Área
246
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Área
* Sem considerar as áreas já atingidas pelo rompimento onde foram realizadas obras referentes
ao manejo de rejeitos. Fonte: Sicar, 2020. Elaboração: Arcadis, 2020
Tabela 7-18 – Tipologia de uso e cobertura do solo na área de intervenção das obras do
manejo de rejeito na zona de amortecimento do Parque da Serra do Rola Moça.
247
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Sub- Área
Sub-bacia bacia do Adjacente
Total
Tipologia de Uso e Ocupação do Ferro- Casa ao Rio
(ha)
Carvão (ha) Branca Paraopeba
(ha) (ha)
Formações naturais
Área Úmida 0,01 - - 0,01
Cerrado sensu stricto - 5,97 - 5,97
Corpo d'água 0,01 - - 0,01
Floresta Estacional Semidecidual em
0,41 0,01 - 0,42
estágio inicial
Floresta Estacional Semidecidual em
3,71 3,60 - 7,31
estágio médio avançado
Sub-total 4,14 9,58 - 13,72
Situações antrópicas
Acessos 3,20 0,32 - 3,52
Área urbana 0,05 - - 0,05
Campo antrópico/ pastagem 14,61 1,58 - 16,19
Cultivo agrícola 3,08 - - 3,08
Habitação rural 2,29 - - 2,29
Mineração 34,23 9,48 - 43,70
Solo exposto 0,95 1,86 - 2,81
Sub-total 58,41 13,24 - 71,64
Total 62,55 22,82 - 85,36
Fonte: Arcadis, 2020 Elaboração: Arcadis, 2020
248
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Tabela 7-19 – Tipologia de uso e cobertura do solo na área de intervenção das obras do
manejo de rejeito na Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo
Horizonte (APA Sul RMBH).
Sub- Área
Sub-bacia bacia do Adjacente
Total
Tipologia de Uso e Ocupação do Ferro- Casa ao Rio
(ha)
Carvão (ha) Branca Paraopeba
(ha) (ha)
Formações naturais
Situações antrópicas
Acessos 0,52 0,25 - 0,77
Campo antrópico/ pastagem 0,19 0,39 - 0,58
Mineração 27,57 9,48 - 37,05
Solo exposto 0,13 1,78 - 1,91
Tabela 7-20 - Extensão das áreas de interesse para a conservação interferidas em função
das obras para o manejo do rejeito.
Áreas interferidas
Área de interesse para Área (ha) na área
pelas obras de % interferida
conservação de detalhe
manejo de rejeito (ha)
249
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Áreas interferidas
Área de interesse para Área (ha) na área
pelas obras de % interferida
conservação de detalhe
manejo de rejeito (ha)
Biodiversidade 85
(Biodiversitas)
Reserva da Biosfera da
7.169,36 210,17 3,04
Mata Atlântica
Reserva da Biosfera -
7.169,36 252,06 3,54
Serra do Espinhaço
Fonte: Arcadis, 2020 Elaboração: Arcadis, 2020
A Área 85- Quadrilátero Ferrífero possui uma extensão de 500.143 ha e sua área
inserida na bacia é de 119.967 ha. A área afetada pelas obras relacionadas ao manejo
de rejeito é de 110,86 ha, o que representa 0,02 % de sua área total e 1,54% da área
de detalhe (7.169,36ha). As formações antrópicas que tiveram intervenção na Área 85
somam 96,07ha; já as formações naturais interferidas totalizam 14,78 ha. Dentre as
tipologias de vegetação nativa com interferência das obras de manejo se destacam a
Floresta Estacional Semidecidual - FES em 8,79 ha. As demais tipologias afetadas
foram menos expressivas conforme apresentado na Tabela 7-21.
A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA), que possui uma extensão total de
78.465.476 ha, corresponde à uma área de 146.504 ha da bacia do rio Paraopeba. Esta
reserva foi afetada pelas obras relacionadas ao manejo de rejeito em 175,23 ha da sua
zona de transição e 34,92 ha da sua zona de amortecimento, o que representa um
percentual mínimo considerando sua área total já apresentada. Além disso, a área
impactada corresponde a 3,04% da área da RBMA inserida na área de detalhe (7.169,36
ha). As formações antrópicas com intervenção nas zonas de transição e amortecimento
da RBMA totalizam 210,15 ha e as tipologias naturais interferidas somam 31,73 ha com
supressões em FES em 18,55 ha e potencialmente para o cerrado 6,21 ha.
250
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________________________________________________
Tabela 7-21 - Tipologia de uso e cobertura do solo na área de intervenção das obras do manejo de rejeito na Área 85- Quadrilátero Ferrífero,
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (zona de transição e amortecimento) e Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço.
Tipologia de Uso e Ocupação Área afetada pelas obras relacionadas ao manejo de rejeito (ha)
Formações naturais
Formações antrópicas
251
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________________________________________________
Tipologia de Uso e Ocupação Área afetada pelas obras relacionadas ao manejo de rejeito (ha)
252
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
A) Descrição do impacto
A interferência em áreas protegidas e de interesse para a conservação é um impacto
negativo, uma vez que as alterações realizadas nestes ecossistemas aumentam a
pressão sobre estes, alterando-os em função de obras e estruturas ligadas ao manejo
do rejeito. Além disso, interfere diretamente na manutenção da biodiversidade local e
uso sustentável dos recursos naturais, alterando áreas que visam preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora,
proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações.
O impacto é direto por se tratar de efeito de primeira ordem, causado pelas intervenções
devido as atividades relacionadas com o manejo de rejeitos em áreas naturais
protegidas e de interesse para a conservação com distintos usos do solo. A
manifestação de início do impacto é de curto prazo, pois a interferência nas áreas
protegidas e de interesse para a conservação ocorre simultaneamente com a atividade
de supressão dos indivíduos arbóreos.
253
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
B) Avaliação do Impacto
Em relação às APPs e considerando somente a interferência das obras do manejo de
rejeito realizada fora da mancha de rejeitos (14,66 ha), esse percentual foi menor que
2% da área total de APPs da área de estudo de detalhe (993,46 ha).
A APA Sul RMBH, que já incluía a própria barragem B-I, teve interferências das obras
de manejo de rejeito em 50,54 ha com a redução de FES em 4,26 ha em função das
intervenções realizadas. Esta redução representa 0,11 % quando se compara ao total
de FES que existia na área (3.678,86 ha). As supressões no cerrado poderão ocorrer
em 5,97 ha e representam 1,47% da área total do cerrado (406,58 ha) na área de detalhe
avaliada.
254
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Magnitude Pequena
Para a mitigação deste impacto estão previstos o Plano de Monitoramento das Obras
Emergenciais que possui ações ligadas à remoção do rejeito; o Programa de
Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD, com ações amplamente conhecidas para
o reestabelecimento dos ambientes que tiveram interferência das obras no manejo do
rejeito. Ações de mitigação referentes ao programa de supressão de vegetação também
255
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
vem sendo realizadas na área, assim como outras ações do Plano de Monitoramento
da Biodiversidade e o Programa de Conservação da Flora, incluindo avaliação da
composição florística, resgate de flora e coleta de sementes. Apesar das ações citadas
serem voltadas para a recuperação de áreas nativas, estas não necessariamente terão
o mesmo valor ecológico que foi atribuído às áreas protegidas e de interesse para a
conservação impactadas. Neste sentido, o grau de resolução é considerado
intermediário e a classificação do grau de importância do impacto permanece como
sendo moderado.
Medidas de Mitigação
256
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
- Abertura de acessos;
- Construção de rampa de lançamento de draga;
Ação causal
- Edificação de estruturas para o manejo do rejeito;
- Movimentação de máquinas e equipamentos
Com o rompimento das barragens B-I, B-IV e B-IVA, foi estimado um volume de rejeitos
que ficou depositado ao longo da sub-bacia do ribeirão Ferro-Carvão na ordem de 7,8
Mm³, sendo que para a retirada desse rejeito são necessárias intervenções para
abertura de acessos e implantação de obras em áreas de vegetação nativa e áreas
antrópicas que acarretam na perda de indivíduos da flora e seu banco de sementes,
sendo um impacto efetivo. Para avaliação deste impacto foram consideradas as perdas
de indivíduos pertencentes a todos os estratos da vegetação (árvores, arbustos, lianas,
ervas e epífitas), além do banco de sementes. As áreas de floresta com rejeito sob o
dossel não foram incluídas nesta avaliação, pois apesar de fazer parte do manejo dos
rejeitos ela já foi considerada nas avaliações dos impactos decorrentes do rompimento
das barragens como redução de cobertura vegetal, perda de indivíduos da flora e do
banco de sementes (ARCADIS, 2020a).
257
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
A perda de indivíduos arbóreos foi quantificada utilizando a base de dados dos censos
arbóreos realizados nas poligonais de supressão delimitadas e apresentadas pelo Plano
de Supressão Vegetal versão 12.2 (VALE, 2020a e VALE, 2020b) que estão
relacionadas com o manejo dos rejeitos. Para os outros estratos da vegetação foram
utilizados os mesmos estudos apresentados na avaliação do impacto da perda de
indivíduos da flora decorrente do rompimento (ARCADIS, 2020).
Para estimar a quantidade de sementes perdidas nas áreas de FES foi utilizado como
parâmetro mínimo o valor de 500 sem./m² (valor máximo encontrado para as florestas
258
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
259
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Tabela 7-22 - Espécies ameaçadas de extinção e protegidas por lei e raras encontradas nos levantamentos.
MMA Biodiversitas
Família Espécie Nome Popular CNC FLORA Proteção legal Censo
(2014) (2007)
Lei Est. nº
10.883/1992, Lei
Caryocaraceae Caryocar brasiliense pequizeiro Est. nº 17.682/2008 3
e Lei Est. nº
20.308/2012
jacarandá-bico-
Fabaceae Machaerium brasiliense 15
de-pato
260
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
MMA Biodiversitas
Família Espécie Nome Popular CNC FLORA Proteção legal Censo
(2014) (2007)
* Espécies cultivadas como ornamentais e não ocorrentes nas fitofisionomias da região. Legenda: EN: Em perigo; VU: Vulnerável; Fonte: Portaria MMA nº
443/2014; CNCFlora; Biodiversitas, 2017; Vale, 2020; Elaboração: Arcadis, 2020
261
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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A) Descrição do impacto
O impacto é direto por se tratar de efeito de primeira ordem, causado pela supressão de
vegetação necessária para as atividades relacionadas com o manejo de rejeitos. A
manifestação de início do impacto é de curto prazo, pois a perda de indivíduos e do banco de
sementes ocorre no momento da supressão.
Trata-se de um impacto com escala espacial local, restrito às áreas de floresta estacional
semidecidual, de cerrado e de pastagens/campos antrópicos situadas na sub-bacia do ribeirão
Ferro-Carvão, parte da sub-bacia do ribeirão Casa Branca e no trecho do rio Paraopeba onde
estão a foz dos dois ribeirões e são executadas as ações de dragagem.
B) Avaliação do Impacto
A perda de indivíduos da flora teve sua estimativa máxima em mais de 19 mil indivíduos
arbóreos e 6 milhões de indivíduos dos outros estratos da vegetação e para o banco de
sementes essa perda teve sua estimativa máxima em 195 milhões de sementes para a FES e
34 milhões de sementes para o cerrado. Comparando com a área de estudo de detalhe essa
perda representa 0,5% da área total de vegetação florestal (3.678 ha), 1,5% da área total do
cerrado (406 ha) e 9% da área total de pastagem e campos antrópicos (1.365 ha).
Diferente do impacto causado pelo rompimento das barragens, para grande parte das
supressões realizadas para as obras do manejo de rejeitos são realizados censos florestais,
planejamento e acompanhamento das atividades de supressão com resgate de flora e fauna,
aproveitamento do material lenhoso e do topsoil. Diante do exposto a magnitude do impacto
da perda de indivíduos da flora foi avaliada como pequena.
262
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Magnitude Pequena
Para este impacto está previsto o Programa de Supressão de Vegetação com ações de
orientações das equipes de supressão, delimitação das áreas, separação da madeira com
potencial para aproveitamento comercial, decapeamento do solo orgânico para utilização na
recuperação, entre outras ações. No Programa de Supressão de Vegetação também são
consideradas avaliações prévias para definir as alternativas de menor impacto, além da
proposição de alterações dos projetos, de forma a evitar a supressão de espécies ameaçadas
e protegidas por lei. O Programa de Conservação da Flora realiza ações de resgate de flora
em todas as áreas alvos de supressão e utiliza no PRAD as mudas produzidas a partir de
sementes coletadas na área.
As ações para a minimização da perda de indivíduos da flora também estão presentes no Plano
de Gerenciamento Ambiental de Obras (PGAO) e no Plano de Educação Ambiental de Obras
(PEAO). Por meio destes planos são realizados, dentre outras ações, treinamentos
direcionados para colaboradores que atuam na área da Vale. Nesta capacitação são
apresentados diversos temas, incluindo meio ambiente que engloba sustentabilidade,
procedimentos / requisitos ambientais, gestão ambiental, flora, Áreas de Preservação
Permanente, impactos ambientais, dentre outros. Por meio destes treinamentos são
263
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
transmitidas orientações de como minimizar a perda dos indivíduos de flora durante as ações
do manejo do rejeito.
Medidas de Mitigação
264
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Com o rompimento e extravasamento das barragens B-I, B-IV e B-IVA do Complexo Paraopeba
II da Mina de Córrego do Feijão, cerca de 7,8 Mm³ de rejeito foi depositado ao longo da sub-
bacia Ferro-Carvão e parte desse rejeito ficou depositado em trechos de Floresta Estacional
Semidecidual onde as árvores mantiveram-se em pé com o rejeito depositado no chão da
floresta, em diferentes espessuras, dependendo do trecho de floresta remanescente. Estima-
se que 16,92 ha de vegetação de sub-bosque foi afetado, comprometendo os indivíduos
arbóreos e os regenerantes sob esta condição dos quais muito já morreram dois anos após o
rompimento e outros muitos ainda estão fenecentes. Ressalta-se que a área supracitada está
em fase de revisão a partir de avaliações em campo e, também, porque parte das áreas
florestais afetadas já foram suprimidas em função da abertura de acessos, implantação de
estruturas diversas e nas buscas realizadas pelo corpo de bombeiros. Em função das obras
para a remoção do rejeito (de forma mecânica) no que se remete à geração de material
particulado e injúrias no caule e raiz,) este impacto é evidenciado como efetivo.
As técnicas atualmente utilizadas pela Vale para a remoção do rejeito na área de sob dossel
visam o menor impacto possível. Nesta ótica, para a remoção de forma mecanizada está sendo
utilizada retroescavadeira com braço extenso e concha de pequena dimensão, fazendo com
que a remoção alcance uma área mais abrangente. A supressão de indivíduos arbóreos vivos
não está prevista, sendo que está atividade somente ocorre caso haja a solicitação do Corpo
de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais.
Durante a atividade de remoção deste rejeito, o movimento das máquinas nestas áreas pode
vir a causar injúrias no caule e nas raízes das árvores ainda vivas e agravar a desregulação
fisiológica que já ocorre nestas plantas. Os respectivos danos podem resultar em diferentes
graus de severidade por estresses mecânicos e limitações ao desenvolvimento do vegetal
pleno (RODRIGUEZ-ZACCARO; GROOVER, 2019; VITALI et al., 2019).
As desregulações fisiológicas causadas por injúrias no caule podem ocasionar a perda direta
de fotoassimilados, armazenamento de substâncias e modificação da condução de água e
solutos pelos tecidos vasculares. Também podem acarretar outros danos, como dessecação
das partes internas expostas, ou tornar-se porta de entrada para infecções por fungos e outros
patógenos (CHACO et al., 2015). Para superar com sucesso essas lesões, as plantas devem
reorganizar seus meristemas ou até mesmo diferenciar-se em novos tecidos para cobrir a ferida
e restaurar a conexão vascular (CHACO et al., 2015).
265
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
A severidade do dano causado pela injúria está relacionada com a profundidade do corte no
caule ou raiz. Cortes mais rasos onde haja a remoção somente da periderme não
comprometerá o transporte de fotoassimilados pelo floema, tampouco o de água e minerais
pelo xilema (FIALHO et al., 2001). Cortes intermediários cuja remoção do floema secundário
seja evidente comprometerá o desenvolvimento das raízes em decorrência do decréscimo de
açúcares necessários para respiração celular e crescimento dos tecidos radiculares
(PIASENTIN; SAITO, 2014; SILVA et al., 2007). Já cortes mais profundos que comprometam
o transporte de água e minerais pelo xilema secundário (especialmente na região do alburno)
irá comprometer diretamente toda a parte aérea da planta e indiretamente o sistema radicular,
devido a redução da taxa fotossintética (CHACO et al., 2015).
Após a remoção do rejeito sob dossel, este é transportado até os DTRs (Depósitos Temporários
de Rejeitos) ou para a área de peneiramento do rejeito antes de sua destinação final na Cava
do Feijão. Essa dinâmica nas rotas de trânsito do rejeito pode agravar/causar a desregulação
fisiológica em função do acúmulo de material particulado nas folhas da vegetação nas áreas
de remoção e, também, nas vias de maior tráfego de veículos e máquinas nos acessos e
estradas. A granulometria das partículas do rejeito destas áreas é constituída
predominantemente por argila e silte, conforme consta no Capítulo 2 (item caracterização do
rejeito) do Plano de Reparação Socioeconômico da Bacia do Paraopeba (ARCADIS, 2020). As
partículas finas carregadas pelos ventos e o tráfego de veículos contribuem para o aumento da
suspensão de material particulado no ar e, consequentemente, sua deposição nas estruturas
vegetais, especialmente nas folhas.
266
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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A) Descrição do impacto
A desregulação fisiológica em indivíduos da flora é um impacto negativo, pois ocorreu
inicialmente em função do rompimento das barragens B-I, B-IV e B-IVA com a deposição de
rejeito e continua a ocorrer devido ao processo de remoção deste. Durante as atividades de
manejo do rejeito, o movimento das máquinas pode vir a causar injúrias no caule e nas raízes
das árvores ainda vivas e levar essas plantas à desregulação fisiológica, assim como a
deposição de material particulado suspenso em suas folhas.
O impacto é direto por se tratar de efeito de primeira ordem causado pelas atividades de
remoção do rejeito (de forma mecânica). A manifestação de início do impacto é de médio
prazo, pois é necessário certo tempo para que os processos fisiológicos da planta respondam
ao fator ambiental estressante, seja ele relacionado às injúrias no caule e raiz ou ainda a
deposição de material particulado nas folhas.
Trata-se de um impacto de ocorrência local, visto que se manifesta nas áreas em que ocorreu
a deposição de rejeito sob dossel e nas áreas de maior tráfego para o manejo do rejeito, onde
espera-se que os efeitos mais danosos ficariam mais restritos à vegetação situada às margens
de acessos mais utilizados e próximas às fontes geradoras mais contínuas de material
particulado
É considerado temporário, uma vez que, cessando a ação que causou o impacto, a
desregulação fisiológica das plantas será revertida após determinado tempo, ou seja, trata-se
de uma alteração com duração definida após finalizadas as atividades de remoção do rejeito.
267
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Escala
Local Duração Temporário
espacial
B) Avaliação do Impacto
Na área de detalhe, a vegetação nativa com rejeito sob dossel, que teve seus limites revisados
e apresentados no Plano de Supressão revisão 12.2, ocupou 16,92 ha, que pode ser reduzido
frente às avaliações que estão sendo realizadas em campo. Ressalta-se que das áreas
florestais afetadas já foram suprimidas em função da abertura de acessos, implantação de
estruturas diversas e buscas realizadas pelos bombeiros. Para esta vegetação, espera-se que
uma parte das árvores que permaneceram em pé venham a sofrer injúrias no caule ou raiz com
respostas fisiológicas durante a remoção do rejeito. Considerando a área supracitada de rejeito
sob dossel (16,92 ha) que será alvo das atividades de remoção do rejeito, os números não são
muito significativos frente à área de estudo de detalhe (0,8%) ou à bacia do Ferro-Carvão
(1,7%).
Para a deposição de material particulado nas folhas da vegetação tanto na área de rejeito sob
dossel quanto nas áreas de maior tráfego de veículos / máquinas para o transporte e manejo
do rejeito não se têm dados quantitativos de referência, mas existe um monitoramento da
qualidade do ar pós-rompimento da barragem em estações operadas pela Vale. O Índice de
qualidade de ar (IQAr) em boa parte do tempo foi atendido quanto aos padrões vigentes e
dessa forma, tendo como base o valor do IQAr, a partir dos dados monitorados, a qualidade do
ar na região do ribeirão Ferro-Carvão foi predominantemente “boa”. Vale ressaltar que essa
deposição de material particulado ocorre na vegetação vizinha às fontes de geração do mesmo
e esse efeito tende a ser maior quanto mais perto da fonte geradora.
No que diz respeito aos poluentes avaliados pelo inventário de emissões, segundo o Inventário
de Emissões Atmosféricas (ECONSERVATION, 2020) – que tomou como base as seguintes
tipologias de fontes emissoras: (i) transferência de materiais, especificamente rejeito, (ii) áreas
expostas (planas ou pilhas), (iii) máquinas e equipamentos e (iv) vias de tráfego –, as obras
emergenciais contribuíram para o aumento de poluentes na atmosfera em função da
proximidade e movimentação de maquinários e equipamentos e do aumento do tráfego de
veículos na região do rompimento. (ARCADIS, 2020).
Concluiu-se, no inventário, que MPT (Material particulado total), MP10 e (Material particulado
menor ou igual a 10μm) MP2,5 (Material particulado menor ou igual a 2,5μm) são provenientes
em 71,22%, 59,17% e 47,76%, respectivamente, da ressuspensão das vias de tráfego, já que
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Conforme descrito para os impactos relacionados à flora da área, a vegetação nativa está
inserida no domínio da Mata Atlântica, cuja proteção é dada pela Lei 11.428, de 22 de
dezembro de 2006, contendo espécies da flora ameaçadas de extinção. Esses fatos, aliados à
inserção da área em zona de amortecimento do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, em
Área Prioritária para conservação da Biodiversidade (APCB) de Minas Gerais e zonas de
transição e amortecimento de Reservas da Biosfera do Espinhaço e da Mata Atlântica permitem
valorar esse impacto como de sensibilidade alta para o componente afetado. O grau de
importância deste impacto é moderado, resultando da combinação de magnitude pequena e
sensibilidade alta.
Magnitude Pequena
Para a mitigação deste impacto estão previstos o Plano de Monitoramento das Obras
Emergenciais / Plano de Monitoramento da Qualidade do Ar; o Programa de Recuperação de
Áreas Degradadas, o Programa de Supressão da Vegetação, o Plano de Gerenciamento
Ambiental de Obras (PGAO) e o Plano de Educação Ambiental de Obras (PEAO). Estes
programas possuem ações voltadas à contenção da suspensão de material particulado nas
áreas com maior tráfego de máquinas durante o manejo e transporte do rejeito, assim como
tratativas para que as supressões de vegetação sejam realizadas de forma a não causar e/ou
minimizar danos em indivíduos arbóreos adjacentes. Além disso, no PGAO/PEAO são
realizados treinamentos direcionados para colaboradores que atuam na área da Vale. Nesta
capacitação são apresentados diversos temas, incluindo meio ambiente que engloba
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Medidas de Mitigação
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Medidas de Mitigação
ambiental não sofra algum tipo de interferência pela
implantação das obras e manejo de rejeito.
* As ações e planos/programas aqui apresentadas serão detalhados no “Capítulo 3 - Plano de Ação para
Remediação, Reparação e Restauração dos Impactos” do Plano de Reparação da Bacia do Rio
Paraopeba, em elaboração pela Arcadis.
2 Fauna Silvestre
271
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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A fauna mais propensa a ser afetada é composta pelos mamíferos, anfíbios e répteis que
apresentam como habitat preferencial o criptozoico e/ou fossorial, como é o caso das espécies
de tatu com ocorrência na sub-bacia do ribeirão Ferro-Carvão (Dasypus septemcinctus, D.
novemcinctus, Euphractus sexcinctus e Cabassous unicinctus), de anfíbios (Odontophrynus
cultripes, Elachistocleis cesarii e Siphonops paulensis) e de répteis, como os anfisbenídeos, os
lagartos do gênero Ophiodes e espécies da família Gymnophthalmidae, além de algumas
serpentes de menor porte (e.g. Atractus spp, Apostolepis spp.). Neste contexto, destacam-se
também diversas comunidades de insetos associadas ao solo (especialmente a fauna edáfica)
pelo seu baixo potencial de mobilidade e tamanho diminuto). Os impactos ocorridos na fauna
em decorrência da deposição da onda de rejeito estão considerados no Capítulo 2 do Plano de
Reparação Socioambiental da Bacia do Rio Paraopeba (ARCADIS, 2020). Entretanto as obras
necessárias ao manejo do rejeito também irão gerar ações adversas na fauna devido à
atividade de soterramento em áreas específicas. Cabe ressaltar que a intensidade entre os
impactos considerados no Plano de Reparação e no Plano de Manejo de Rejeito são distintas,
visto que possuem contexto e proporções diferentes.
A perda da fauna pode ainda afetar não somente adultos, mas também girinos e desovas, tanto
terrestres quanto as exclusivas de micro-habitat em ambientes lênticos, durante a estação
chuvosa, quando ocorre o período reprodutivo da maioria das espécies registradas para a
região (ARCADIS, 2020; HADDAD et al., 2013; PIMENTA et al., 2014; UETANABARO et al.,
2008). Associado a isso, as atividades de manejo de rejeito são responsáveis por diversas
272
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Também com o aumento da circulação de veículos e maquinários nas vias, para realização do
transporte de rejeitos, existe o risco do atropelamento da fauna silvestre, desorientada pela
criação de novos acessos, supressão de habitat, aumento de ruídos e circulação de veículos
em meio à sua área de vida, conforme registrado no Programa de Afugentamento da Fauna,
cujos dados foram sintetizados no cap. 2 Volume I do Plano de Reparação (ARCADIS, 2020).
Para isso, foi avaliado banco de dados disponibilizado pela Vale (2020), considerando-se os
dados provenientes do Monitoramento de atropelamentos da fauna e das ações de resgate e
atendimento da fauna no âmbito da execução das obras emergenciais. Essas ações são
realizadas considerando o entorno das obras que abrange uma extensão média de 75,73 km,
incluindo 1,09 km no Parque da Cachoeira. Os dados de fauna silvestre referentes à área de
estudo de detalhe, são referentes ao período de janeiro de 2019 a abril de 2020.
De acordo com o documento, registrou-se pelo menos cinco espécies de anfíbios Anuros (além
de três táxons identificados até gênero e um Hylidae não identificado), por meio de carcaças
e/ou animais que vieram a óbito posteriormente ao resgate – nenhuma delas ameaçada de
extinção.
Os répteis Squamata foram o grupo com a maior perda de indivíduos registrada, com 65
indivíduos observados por meio de carcaças e/ou animais que vieram a óbito posteriormente
ao resgate nas ações realizadas (programas específicos durante as obras emergenciais). Os
indivíduos pertencem a pelo menos 24 espécies (além de sete táxons identificados até gênero
de espécies já identificadas, e um Colubridae não identificado).
273
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Os mamíferos foram o segundo grupo com maior registro de indivíduos perdidos em função de
obras emergenciais e atropelamentos, somando 58 espécimes de 11 famílias, e 18 espécies,
das ordens Didelphimorphia, Artiodactyla, Carnivora, Cingulata, Lagomorpha, Primates e
Rodentia, sendo esta última a ordem mais afetada, com 39 indivíduos perdidos (67,2% do total).
Mamíferos de pequeno porte, como roedores e marsupiais, são alvos frequentes da perda
direta de indivíduos associada à supressão vegetal e atropelamentos, em função das obras
emergenciais, dentre elas, aquelas associadas ao manejo de rejeito, dada a baixa capacidade
dispersiva. Dentre os registros analisados, roedores e marsupiais correspondem a 74,1% dos
indivíduos perdidos, sendo 100% das perdas ocasionadas por obras emergenciais. O
atropelamento afetou principalmente os mamíferos de médio e grande porte, com destaque
para o tapiti (Sylvilagus brasiliensis) – 6 indivíduos – e os carnívoros quati (Nasua nasua), mão-
pelada (Procyon cancrivorus) e cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) que somaram 4
indivíduos, apesar de também afetar marsupiais e roedores não Cricetídeos.
Por fim, cabe destacar que, devido à menor cobertura vegetal para abrigo da fauna e
considerando a necessidade de obras emergenciais na região, que acabam trazendo maior
número de pessoas para circulação no local, espécies que ainda utilizem regiões próximas a
áreas de deposição do rejeito, ou que busquem atravessá-la, estão mais sujeitas à predação
e, também, à caça e captura.
Este aspecto de caça e captura é especialmente importante para aquelas espécies que são de
interesse econômico ou comercial, sejam espécies de xerimbabo (para utilização própria e/ou
venda como animais de estimação), ou espécies que tem comercialização de suas partes (pele,
penas etc.). Pode ainda ocorrer a caça das espécies conhecidas como cinegéticas, para fins
de alimentação, ou caça por represália, com o abate de espécies consideradas perigosas e
que podem ainda servir como “troféus” (FERNANDES-FERREIRA, 2014; SAMPAIO, 2014).
Nesse sentido, não há como desassociar a mão de obra especificamente empregada no
manejo de rejeito, considerando-se assim que a presença dessa mão de obra atualmente
274
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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empregada nessas atividades exponha a fauna silvestre local a potencial pressão de caça e
captura.
No que se refere à ocorrência de injúrias, de modo a caracterizar a fauna com maior propensão
deste tipo de incidente durante a execução das atividades de manejo de rejeito, são
apresentados os achados oriundos dos programas de afugentamento e resgate de fauna e
monitoramento da fauna atropelada, implementados no âmbito da execução das obras
emergenciais (VALE, 2020). Avaliou-se os dados de fauna silvestre referentes à área de estudo
de detalhe, com dados obtidos no período de janeiro de 2019 a abril de 2020. Os dados
avaliados indicam o registro de 35 indivíduos que demandaram ações de resgate e atendimento
médico-veterinário, sendo que 24 encontravam-se feridos e/ou debilitados (68,6%).
O segundo grupo mais impactado, em número de ocorrência é o dos répteis, com 09 indivíduos
resgatados, dos quais seis estavam feridos e/ou debilitados. Estes são referentes a cinco
espécies, sendo três serpentes (Oxyrhopus sp., Leptodeira annulata e Erythrolamprus
aesculapii), uma anfisbena (Amphisbaena alba) e a lagartixa exótica (Hemidactylus sp.)
Para a avifauna, das oito aves resgatadas, 04 encontravam-se feridas e/ou debilitadas. Estas
representaram duas espécies: a saíra-amarela (Tangara cayana) e o urubu-de-cabeça-preta
(Coragyps atratus), além de dois exemplares de Passeriforme não identificados. Quanto aos
anfíbios, três indivíduos foram resgatados, todos na condição de feridos e/ou debilitados,
representando duas espécies (Boana faber e Rhinella diptycha).
Por fim, destaca-se que diversas colmeias, relativas a quatro espécies de abelhas sem ferrão,
foram realocadas a meliponários cadastrados ou para áreas adjacentes.
Dada a extensão da área afetada, bem como as dificuldades relacionadas à visibilidade dos
espécimes, principalmente em função de seu tamanho/porte é possível inferir que o impacto
pode ser significativamente maior. Vale destacar que é possível inferir também que, na
natureza, os indivíduos com ferimentos e debilidades estão mais sujeitos à predação e,
reduzem o sucesso em forrageamento e reprodução – o que corresponderia, então, ao não
275
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Vale destacar que dentre o total de 35 indivíduos resgatados, 45,7% vieram a óbito (n=16), ao
passo que 34,3% dos indivíduos (n=12) puderam ser reabilitados e realocados em áreas de
soltura pré-determinadas.
A luz artificial no período noturno configura-se como uma pressão antrópica significativa sobre
os sistemas biológicos naturais, uma vez que tais sistemas são organizados particularmente
por ciclos diários e sazonais de luz e escuridão (PAIETA, 1982). Algumas espécies são
fortemente atraídas pela luz, como os insetos da família Culicidae (muitos deles potenciais
vetores de doenças), coleópteros (besouros) e lepidópteros como mariposas noturnas,
enquanto outras são fortemente repelidas, como algumas espécies de morcegos. Para além
dos efeitos mais estudados relacionados a fototaxia, tem-se que para os pássaros, a exposição
a luz artificial noturna pode levar ao prolongamento da duração de suas atividades (início mais
cedo e cessar mais tarde), sendo as alterações no cantar e forragear as mais marcantes
(SANDERS et al., 2010).
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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silvestre, região em que podem se manifestar de maneira particularmente forte, por causa da
limitação na variação sazonal natural na duração da luz do dia e da noite em latitudes baixas
(SANDERS et al., 2010).
A) Descrição do impacto
A perda, injúria, afugentamento e dispersão da fauna silvestre causam a alteração das
comunidades faunísticas. A perda de indivíduos associada às atividades antrópicas é um claro
impacto que reflete de modo mais amplo na espécie, população ou comunidade faunística. A
injúria sofrida pela fauna silvestre tem potencial de afetar a saúde dos espécimes, tornando-os
vulneráveis, por exemplo, a predação, gerando consequências sobre a integridade física de
indivíduos da fauna silvestre local, muitos dos quais não poderão ser reintroduzidos no
ambiente. No que se refere à dispersão da fauna silvestre, esta pode ocasionar alterações na
distribuição e padrão de movimento de espécimes, alterações comportamentais, alterações
nas interações inter e intraespecíficas. Com base nas informações apresentadas, considera-
se este impacto como negativo.
Este impacto é direto decorrente das diversas atividades realizadas no manejo de rejeitos. A
alteração da comunidade da fauna silvestre ocorre diretamente pelas atividades de remoção
dos rejeitos, soterrando os indivíduos, além de atividades como mortalidade durante a
supressão de vegetação, atropelamento pelo aumento do fluxo de veículos e potencial caça
devido ao aumento de circulação de pessoas.
Configura-se como um impacto regional, uma vez que, apesar dos emissores das
perturbações se restrinjam a sub-bacia do ribeirão Ferro-Carvão e alguns trechos do rio
Paraopeba, se espera que a movimentação da fauna afugentada vá além dos limites da área
utilizada para o manejo do rejeito. Além disso, a movimentação dos caminhões e demais
equipamentos para o manejo do rejeito não está restrita ao local do manejo em si, visto que
existem áreas de oficina, manutenções e lavagens de equipamentos estão outras localidades.
Dessa forma, entende-se que estes deslocamentos, para além da região na qual ocorre o
manejo dos rejeitos, também podem ocasionar perda e injúria da fauna silvestre. Entretanto,
espera-se que os efeitos desse impacto fiquem restritos à região da bacia do rio Paraopeba.
Entende-se que o impacto ocorre no curto prazo, uma vez que ocorre simultaneamente a
ocorrência do aspecto causador.
Uma vez encerrados os estímulos oriundos das ações associadas ao manejo de rejeito, a
tendência é que a comunidade faunística retorne ao equilíbrio anterior, sendo assim, considera-
se o impacto como de caráter temporário.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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B) Avaliação do Impacto
A magnitude deste impacto foi considerada como sendo média já que, embora deva atingir
principalmente espécies generalistas, foram registrados os óbitos de indivíduos da fauna
silvestre endêmica e deve se considerar que o impacto pode vir a abranger a fauna ameaçada,
entre vertebrados e invertebrados. Além disso, embora um número relativamente pequeno de
indivíduos tenha sido resgatado na condição de injúria (ferimento/ debilidade), é possível inferir
que muitos outros indivíduos feridos desde o início das atividades de manejo de rejeito não
chegaram a ser resgatados, tendo sua sobrevida e reprodução comprometidos, e que,
portanto, o impacto é significativamente maior do que o que se pode mensurar no momento.
Além das intervenções ocasionadas diretamente na área de manejo do rejeito, tais como as
emissões de ruídos, vibração e luminosidade artificial, podem também contribuir para a
magnitude deste impacto a ocorrência de ações no entorno da área afetada, não somente de
ambientes antropizados, mas também de ambientes naturais para a fauna, como Florestas
Estacional Semidecídua (FES) e Cerrado stricto sensu.
O impacto incide sobre o componente Fauna Silvestre e sua sensibilidade foi considerada alta,
dado que o valor da vida de um animal representa um bem insubstituível, tendo maior
relevância ecológica decorrente da potencial presença de espécies endêmicas e ameaçadas
de extinção em âmbito estadual, nacional e/ou global.
Magnitude Média
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Também foi criado o Programa de Sinalização e Controle do Tráfego que atua na proposição
e execução de diversas ações que tem como objetivo evitar o risco de incidentes provocados
pela utilização e tráfego de veículos nas áreas em que ocorre o manejo de rejeito.
Em relação às medidas para atenuar a interferência nas atividades das obras de manejo no
que tange à dispersão e afugentamento da fauna, deve-se executar monitoramentos do nível
de emissões de ruídos e vibrações específicas para a fauna e estabelecer e/ou continuar com
a adoção medidas de controle, tais como, promover manutenção constante de veículos e
equipamentos, além de implantar sistemas de abafamento de ruídos, a serem estabelecidas
no âmbito do Programa de Gestão Ambiental das Obras, em desenvolvimento pela Vale.
Com relação a exposição à iluminação artificial noturna, devem ser adotadas medidas no
sentido de controlar o direcionamento dos feixes de luz e proteger os equipamentos geradores
de luz a fim de minimizar a potencialidade de incidentes de colisão ou queimaduras em
indivíduos da fauna. Além disso, tais medidas visam estabelecer procedimentos que
determinem a utilização da iluminação noturna artificial somente em períodos de atividade
efetiva de manejo dos rejeitos, minimizando o tempo de utilização dos dispositivos luminosos.
Se faz importante que estas ações sejam adotadas em todos os locais nos quais há (ou haverá)
a necessidade de iluminação noturna artificial. Nesta ótica, é importante a criação, por parte da
Vale, de um programa específico no qual estejam correlacionadas estas ações, bem como os
devidos procedimentos a serem seguidos por parte da equipe executora. Paralelamente, a
continuidade do monitoramento da fauna permitirá aferir a efetividade das ações adotadas e,
caso necessário, ajustes serão realizados para garantir a gestão adaptativa no processo.
Uma vez que as medidas mitigadoras ainda carecem de inclusão de medidas adicionais, por
exemplo no que se refere à dispersão e afugentamento da fauna devido ao ruído ambiental
gerado pelas obras de manejo de rejeito, entende-se que, no momento, o grau de resolução
do impacto é intermediário.
279
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Medidas de Mitigação
280
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Medidas de Mitigação
Manutenção em cativeiro
Cabe ressaltar que, embora a Vale esteja realizando ações concretas para a mitigação deste
impacto, a importância pós medidas permanece como elevada. A continuidade da execução
das medidas já aplicadas, somadas às novas medidas a serem implementadas, tendem a
proporcionar a reclassificação como forte e, consequentemente, o impacto passará a ser
classificado como sendo de importância moderada na revisão anual a ser realizada neste
documento. A ação de melhoria contínua faz parte da gestão adaptativa que está sendo
realizada pela Vale, por meio da qual espera-se atingir uma maior efetividade das ações ao
longo do tempo.
281
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Vale mencionar que para este estudo, foram adotadas as mesmas premissas metodológicas
estabelecidas pelo Plano de Reparação referente ao impacto Perda de Habitat Terrestre.
Desse modo, consideram-se os levantamentos de dados secundários executados para a
abrangência denominada Área de Estudo de Detalhe (AED) delineada pelo Plano, que retrata
o cenário pré-rompimento.
282
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Legenda
Entende-se que as perdas de habitat associadas ao PMR são provocadas pelas atividades
vinculadas aos Depósitos Temporários de Rejeito (DTR), Depósitos Intermediários de
Resíduos (DIR), canteiros de obras, estacionamentos, pátios de manutenção de maquinário,
Estações de Tratamento de Água Fluvial (ETAFs 1 e 2), locais de lançamento de draga, bem
como a abertura e adequações de acessos.
O evento de ruptura das barragens ocorreu em 25 de janeiro de 2019 e, ao longo destes quase
dois anos após o rompimento, a área impactada pela deposição do rejeito extracalha vem
passando por alterações em função das ações ambientais naturais. Neste viés, tem-se o
surgimento de novos habitat sobre a mancha de rejeito, os quais estão sendo recolonizados,
como, em lagos e áreas de brejo formados pela reconformação da área provocada pela
283
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Por meio da análise da ortofoto obtida com o sobrevoo de drone ocorrido no dia 18 de novembro
de 2020, é possível notar que em diversos pontos da mancha de rejeito existem áreas com
retenção de água, nos quais pode haver processos de recolonização em diferentes níveis. Na
Figura 7-56, a seguir, são retratados alguns exemplos:
A B
C D
Figura 7-56 - Áreas de acúmulo de água identificadas sobre a mancha de rejeito. A) Região ao
sul da área de peneiramento de rejeito; B) DTR – 08 (Fazenda Recanto); C) Região ao oeste
Canteiro B1/1 e D) Região ao oeste do Canteiro B1/2. Nota: Escala variável entre as imagens A,
B, C e D.
Cabe ressaltar que, assim como detalhado no Plano de Reparação, não somente as
intervenções em áreas recobertas por vegetação nativa são entendidas como perda de habitat,
mas também algumas tipologias de uso e ocupação do solo em que é sabido, a partir da
informação da literatura e do conhecimento empírico dos especialistas, que a fauna silvestre
faz uso.
284
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Desse modo, pode ser verificado no Quadro 7-52 a seguir a compatibilização das classes de
usos e ocupação do solo com as classes de habitat consideradas e a perda de habitat
ocasionada pelas intervenções associadas estritamente ao manejo do rejeito.
Quadro 7-52 – Compatibilização das classes de uso e ocupação do solo com classes de habitat
comuns.
Perda de Habitat
Classes de Uso e Ocupação Compatibilização das
Siglas AED (ha)
do Solo Classes de Habitat Área % (perda/
(ha) AED)
Floresta Estacional
Semidecídua - estágio inicial
FES
Floresta Estacional Florestal (MA)1 3.678,86 18,8 0,51
(MA)¹
Semidecídua - estágio médio
ou avançado
Área úmida
Ambientes Aquáticos AA 57,45 7,71 13,42
Corpo d'água
Cerrado (CE) com
Cerrado stricto sensu indivíduos arbóreos SAV 406,67 6,21 1,53
esparsos
Campo antrópico/ pastagem
Cultivo agrícola
Habitação rural Áreas antropizadas ATR 1.660,14 147,07 8,86
Floresta plantada
Bambuzal
Solo exposto Solo Exposto SE 48,11 12,12 25,19
Não considerados
Outros² como Habitat, ou N/A 1.318,13 60,15 4,56
habitat não afetados
Elaboração: Arcadis, 2020. Legenda: 1 - Espécies típicas de fitofisionomias florestais que não ocorrem
na área de estudo, mas que podem ocupar florestas estacionais, tiveram o uso de habitat classificadas
nesta categoria. 2 – Outros usos (que incluem mineração, área de rejeito, área urbana, etc) não são
classificados como habitat, sendo desconsiderados da contabilização do total para o impacto de perda
de habitat, já os Campos Rupestres e Afloramento Rochoso são considerados habitat, porém, não são
afetados pelo PMR. Fonte: Plano de Reparação (ARCADIS, 2020), adaptado para o PMR.
285
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
capazes de ocupar mais de um tipo de habitat e que não possuem requerimentos ecológicos
específicos (como hábitos alimentares ou comportamentais) (BEGON et al, 2007). Estas
espécies compõem a maioria da fauna presente na Área de Estudo de Detalhe (Plano de
Reparação - ARCADIS, 2020), e entre estas pode-se citar a perereca-cabrinha (Boana
albopunctata), o sapo-cachorro (Physalaemus cuvieri), o teiú (Salvator merianae) e a cascavel
(Crotalus durissus) – para a herpetofauna; o quero-quero (Vanellus chilensis), o gavião-carijó
(Rupornis magnirostris), o tico-tico (Zonotrichia capensis) e o tiziu (Volatinia jacarina) – para a
avifauna; o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e o veado catingueiro (Mazama gouazoubira)
– para a mastofauna, entre outras. Os espécimes mencionados possuem alta capacidade de
adaptação em ambientes modificados, podendo ocorrer tanto em área de florestas como em
áreas antropizadas (HADDAD et al, 2013; ICMBio, 2018; IUCN, 2020; PAGLIA et al., 2012;
REIS et al, 2010; SICK, 1997).
Como segundo habitat mais afetado, as áreas de solo exposto constituem áreas de menor
qualidade ambiental para a fauna em geral, por proporcionarem menos recursos. Não obstante,
estas são consideradas como habitat afetado por serem potencialmente habitados por
espécies como a cobra-de-duas-cabeças (Amphisbaena alba), o lagarto (Ameiva ameiva),
pontualmente por aves em busca de presas (p.ex., invertebrados que habitam o solo), como o
carcará (Caracara plancus) e o carrapateiro (Milvago chimachima), além de tatus (Dasypus
novemcinctus, Euphractus sexcinctus) e o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), em travessia
para outras áreas.
Por sua vez, os ambientes florestais representam 7,45% do habitat perdido pelas atividades do
PMR, correspondendo a 0,51% das florestas pré-existentes na área de estudo de detalhe
(18,58 ha perdidos, em relação a 3.678,86 ha no cenário anterior). Entre a fauna registrada
para a área de estudo de detalhe (Plano de Reparação - Arcadis, 2020), os mamíferos
terrestres, quirópteros e entomofauna estão entre os grupos, onde a maior parte das espécies
ocupam as florestas, sendo que 10% das espécies de mamíferos, 28% das espécies de
quirópteros e 14% da entomofauna ocupam este habitat de forma exclusiva. Quanto as aves,
os levantamentos bibliográficos realizados para a caracterização da avifauna da área de estudo
de detalhe (baseline) do Plano de Reparação (ARCADIS, 2020), apontaram a ocorrência de
291 espécies, distribuídas em 25 ordens e 59 famílias, 64% das espécies utilizam ambientes
florestais, sendo que 12% ocupam exclusivamente o ambiente florestal. Cerca de 26% das
espécies de anfíbios e 20% dos répteis ocupam de forma exclusiva as florestas estacionais, de
acordo com a mesma fonte3.
Embora afetada em pequena quantidade, para as florestas mais bem conservadas, que se
encontravam em estágios médio e avançado de regeneração, estão associadas espécies de
grande importância para conservação, encontrando-se ameaçadas de extinção – como o
cuitelão (Jacamaralcyon tridactyla) cujo status consta como “Vulnerável” (VU) em nível global
(IUCN, 2019), a jaguatirica (Leopardus pardalis) e o cateto (Pecari tajacu) classificados como
“Vulnerável” (VU) em âmbito estadual (COPAM, 2010).
3
Foram consultados sites especializados, tais como: SPECIESLINK, 2019; 2020; VERTNET, 2019; 2020; GBIF, 2019; 2020,
relatórios ambientais de empreendimentos de destaque na Bacia junto ao IBAMA (IBAMA, 2019) e Secretaria Estadual de Meio
Ambiente e Desenvolvimento – SEMAD (SIAM, 2019; 2020) e mais 247 fontes bibliográficas, conforme quadro apresentado no
Capítulo 2 do Plano de Reparação (Arcadis, 2020).
286
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Afetados em menor proporção (2,46% dos habitat perdidos ou 1,53% desta classe no cenário
anterior da AED), os ambientes de Cerrado estão associados a espécies de aves, como o
batuqueiro (Saltatricula atricollis) e o inhambu-chororó (Crypturellus parvirostris); aos répteis,
como a cobra preta (Pseudoboa nigra) e os calangos lisos (Aspronema dorsivitatta e
Notomabuya frenata); e aos mamíferos ameaçados como o lobo-guará (Chrysocyon
brachyurus), o gato-mourisco (Herpailurus yagouaroundi) e a raposinha (Lycalopex vetulus).
Merece destaque também, espécies de insetos de hábito específico, como a borboleta (Parides
burchellanus), classificada como “Criticamente em Perigo” (CR) (ICMBio/MMA, 2018) e
endêmica de Cerrado. Essa espécie é tida como rara e dependente de plantas hospedeiras
(Aristolochia chamissonis) (BEIRÃO et al. 2012), além de estar associada à cursos d’água, em
áreas de borda de florestas (FREITAS & MARINHO-FILHO, 2011).
Os ambientes aquáticos tiveram 7,71 ha afetados pelas atividades do PMR, o que corresponde
a 13,42% do total deste habitat na AED.
Entende-se que a interferência potencial e efetiva do PMR nos ambientes aquáticos representa
a perda de recursos alimentares e áreas de forrageamento para espécies da fauna silvestre de
hábito semiaquático por exemplo o mão-pelada (Procyon cancrivorus), que consome peixes e
crustáceos (podendo também incluir outros grupos de vertebrados e invertebrados) (REIS et
al., 2010). Também é o caso das aves que consomem peixes e outros animais aquáticos como
alguns representantes das famílias Alcedinidae, Ciconiidae, Phalacrocoracidae, Anhingidae,
Ardeidae, Threskiornithidae, Rallidae, Scolopacidae, Pandionidae além de aves das famílias
Anatidae e Podicipedidae, que se alimentam de plantas aquáticas (SIGRIST, 2014). Destacam-
se entre as espécies aquáticas, o jaburu (Jabiru mycteria) e a cabeça-seca (Mycteria
americana), ambos da família Ciconiidae, o colhereiro (Platalea ajaja) – da família
Threskiornithidae e migratórias setentrionais como o maçarico-solitário (Tringa solitaria) – da
família Scolopacidae e a águia-pescadora (Pandion haliaetus) – da família Pandionidae.
Além das aves e mamíferos, muitas espécies de anfíbios anuros (sapos, rãs, jias e pererecas)
são comumente associadas aos ambientes aquáticos, por apresentarem adaptações para um
modo de vida bimodal, ou seja, com uma fase da vida aquática (girinos) e outra terrestre
(adultos) (VITT & CALDWEEL, 2014), (DUELMANN & TRUEB, 1994; BERNARDE, 2012;
HADDAD et al., 2013). O impacto sobre espécies habitat especialistas de anfíbios anuros pode
desencadear impacto em outros processos ecológicos nas cadeias tróficas, uma vez que os
anfíbios podem servir de base alimentar para várias espécies de invertebrados aquáticos e
terrestres, serpentes, mamíferos e aves (MARQUES; ETEROVIC; SAZIMA, 2001; RIBEIRO et
al., 2019; TOLEDO; RIBEIRO; HADDAD, 2007).
287
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Nesse sentido, as condições verificadas no substrato de áreas afetadas, podem também alterar
a vegetação presente (senescência foliar, alterações fenológicas, alteração dos processos de
germinação, estabelecimento e sucessão florestal) – conforme descrito no de impacto de
“Desregulação Fisiológica de Indivíduos da Flora” deste estudo. Levando em consideração os
hábitos de vida e alimentares da fauna, é possível inferir que estas alterações do solo e
vegetação pode afetar o forrageamento de diversas espécies da fauna, incluindo herbívoras,
como a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), e as de hábito fossorial, como tatus, alguns
anfíbios (como Odontophrynus cultripes e Elachistocleis cesarii), répteis, como anfisbenídeos,
lagartos Ophiodes ou Gymnophthalmidae, serpentes dos gêneros Atractus ou Apostolepis, ou
ainda insetos associadas ao solo.
O manejo de rejeito, além de potencializar traz novos aspectos a essa equação, como a
geração de ruídos e vibração, luminosidade artificial e a dispersão de material particulado, que
apresentam importante capacidade de reduzir a qualidade dos habitat, com efeitos negativos
sobre a fauna silvestre mesmo que pontualmente e temporariamente.
288
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
A) Descrição do impacto
Este impacto é negativo pois suprimiu/suprimirá ambientes cujos fatores físicos e ecológicos
fornecem suporte à sobrevivência de populações da fauna silvestre. Além disso, as atividades
vinculadas ao Plano de Manejo de Rejeito provocam aumento nos níveis de ruído ambiental e
luminosidade noturna, além da geração e material particulado, com consequentes efeitos
negativos sobre a fauna que utiliza os ambientes cuja qualidade parrará a ser reduzida.
Caracteriza-se como impacto de segunda ordem, portanto indireto, pois decorre das
atividades de manejo do rejeito que demandaram supressão de habitat e dos efeitos
associados dos seguintes impactos: Perda de camadas superficiais de solos, Perda e alteração
de Habitat terrestre e Desregulação fisiológica de indivíduos da flora. Este impacto também
pode ser decorrente do carreamento de sedimentos, rejeito e efluentes líquidos adicionais
potencialmente advindos das atividades de manejo de rejeito. Por fim, atividades vinculadas
ao manejo, tais como: geração de ruído e vibração, aumento da incidência da iluminação
noturna também podem resultar na redução da qualidade do habitat.
Trata-se de um impacto de curto prazo tendo em vista que sua ocorrência se dá juntamente
com execução da supressão de habitat destinados ao manejo de rejeito e/ou após a
deflagração dos demais aspectos indutores que causam o impacto, os quais provocam a perda
e redução da qualidade dos habitat da fauna terrestre e semiaquática.
Apesar disso, é considerado reversível, uma vez que, as medidas de reparação, como
recuperação de áreas degradadas, poderão promover a recomposição de habitat, favorecendo
a recolonização da fauna silvestre. Além disso, tais medidas podem também gerar o
reestabelecimento dos bancos de sedimentos, das características do solo das áreas marginais
do rio Paraopeba, possibilitando a recomposição da qualidade do habitat e consequentemente
favorecendo seu uso pela fauna silvestre. Ademais o processo de recomposição de habitat da
região do ribeirão Ferro-Carvão, por meio do processo de recuperação de áreas degradadas
tende a melhorar a qualidade de fragmentos remanescentes às obras que sofrem com ruídos,
material particulado, entre outros.
É considerado um impacto de abrangência local uma vez que é possível mapear os habitat
perdidos em decorrência da execução do manejo de rejeito e a implementação de estruturas
de apoio relacionadas a essa macroatividade, em comparação com cenário pré-rompimento
(Plano de Reparação, ARCADIS, 2020).
289
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
B) Avaliação do Impacto
A magnitude foi avaliada como média, considerando os 252,06 ha de habitat com intervenção
pelas atividades do PMR. Contribuem para a avaliação da magnitude a incidência sobre habitat
naturais relevantes para conservação da biodiversidade (MITTERMEIER et al, 2004), como
18,8 ha relativos a Floresta Estacional Semidecídua (FES), predominantemente em estágio
médio e avançado, além de 6,21 ha de Cerrado com presença de indivíduos arbóreos esparsos
(Cerrado stricto sensu), além da presença de espécies da fauna típicas para estas formações
vegetais e de espécies ameaçadas ou vulneráveis na região, cujos habitat perdidos, podem
contribuir para aumentar a suscetibilidade dessas espécies. No que se refere à redução da
qualidade do habitat, entende-se que o potencial de incremento do aporte do rejeito
extravasado para o rio Paraopeba, oriundo das atividades de manejo de rejeitos seja reduzido
em função das obras de contenção existentes. Além disso, a incidência dos efeitos oriundos
de altos níveis de ruídos, luminosidade e suspensão de particulados, podem ser monitoradas
e controladas por meio de medidas de mitigação.
Conforme descrito, o impacto incide sobre o componente Fauna Silvestre caracterizado pelo
hábito terrestre e semiaquático, e sua sensibilidade foi considerada Alta, pois, observou-se que
a disponibilidade de habitat na AED, está reduzida em 50% e, tendo maior relevância ecológica
pela presença de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção em âmbito estadual, nacional
e/ou global.
Magnitude Média
290
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
291
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Umectação de Vias
Programa de Monitoramento de
Ruído e Vibração
Regulagem do Maquinário
3 Biota Aquática
292
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Essas atividades, portanto, apesar de serem importantes para a restauração dos ambientes
aquáticos afetados e ainda para a mitigação de impactos, especialmente nos trechos de jusante
dos rios, promovem impactos ambientais, especialmente durante a sua remoção intracalha por
meio de dragagem. O uso das escavadeiras e das dragas de sucção provoca revolvimento e
ressuspensão de sedimentos de fundo e consequente aumento da turbidez das águas,
afetando as comunidades aquáticas.
293
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Para este contexto cada comunidade aquática foi avaliada a partir da comparação entre os
seguintes cenários determinados com o histórico das atividades de dragagem obtido durante o
plano de monitoramento:
294
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
A) Descrição do impacto
O impacto é considerado negativo em relação à sua natureza, quando promove redução de
densidade e riqueza das comunidades hidrobiológicas durante operação da draga e
escavadeiras, interferindo, portanto, na diversidade do local. Em relação à ordem, o impacto é
indireto, pois, decorre da ressuspensão de sedimentos e elevação da turbidez desencadeados
pela atividade de dragagem. Esses eventos provocam a alteração dos habitat, que, em
consequência, leva a alterações das comunidades.
A escala espacial do impacto foi considerada local, uma vez que a ressuspensão do
sedimento/rejeito ocorre em função da atividade de dragagem. Conforme mencionado no item
8.1.1.3 (Etapa 2) do presente LAIA, o trecho do rio Paraopeba no qual pode ser observado o
efeito da ressuspensão de sedimentos/rejeito foi definido como sendo os 6 km iniciais a partir
do início da área de dragagem, o qual se finda no ponto PT-09 localizado próximo a ponte da
rua Cel. Alberto Cambraia, no município de Brumadinho / MG.
As alterações nas comunidades hidrobiológicas podem ser sentidas logo que o ambiente é
alterado com relação à turbidez e ressuspensão do rejeito, como demonstraram os dados do
PMD, que coletou amostras antes das atividades da dragagem, ao longo da dragagem e no
295
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
ponto onde a atividade foi paralisada. Os resultados mostram diferenças espaciais e temporais,
na estrutura das comunidades, permitindo assim descrever o impacto como de curto prazo.
Esse impacto pode ser descrito também como reversível, justificando-se pelo fato de que o
componente biológico afetado – as comunidades hidrobiológicas – tende a voltar às condições
originais quando os aspectos indutores (carreamento e deposição de sedimentos, aumento de
turbidez e ressuspensão de sedimentos) cessarem. Os resultados do PMD evidenciaram que,
até o momento, os dados de qualidade de água e sedimento nos permite inferir que as
condições físico-químicas no trecho da ADH 19, no período após a interrupção da dragagem,
são equivalentes ao trecho a montante (PASU-DR0 – trecho de referência, fora da área de
dragagem) e desta forma, possibilitam a recolonização da área através da sobrevivência e
estabelecimento de propágulos oriundos da área não afetada a montante. Os dados do PMD
têm evidenciado, portanto, recolonização das comunidades hidrobiológicas após cessada a
atividade de dragagem. A abundância dos organismos destas comunidades nos afluentes e na
região montante e seu rápido ciclo de vida e reprodução contribuem para que sejam
consideradas altamente resilientes, conforme demonstrado pelo Diagnóstico do Plano de
Reparação (ARCADIS, 2020).
B) Avaliação do Impacto
A magnitude do impacto é considerada pequena, pois, apesar de potencialmente poder afetar
grande parte do componente biota aquática, considera-se que este já foi significativamente
alterado pelo advento do rompimento das barragens, no que se refere a riqueza e densidade e
a contribuição decorrente do manejo de rejeito é menor, além da capacidade de recolonização
desses organismos nos ambientes afetados.
296
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
A sensibilidade deste componente é considerada alta, uma vez que foram detectadas, nos
cenários pré e pós-rompimento, espécies de relevância ecológica ou em situação de
vulnerabilidade, conforme demonstrado pelo Diagnóstico do Plano de Reparação (ARCADIS,
2020).
Magnitude Pequena
Para a mitigação deste impacto estão previstas ações descritas em planos e programas
específicos, quais sejam:
Vale mencionar, que, conforme informado pelo Relatório de Caracterização das Obras
Emergenciais (VALE, 2020), no item de Monitoramento da Eficiência das Estruturas de
Contenção de Rejeitos, “a verificação da eficiência das estruturas de contenção de rejeitos
poderia ser compreendida pela quantidade de material retido, o que seria feito por batimetrias,
levantamentos topográficos e pela própria remoção do material. Entretanto, o protocolo imposto
pela COVID-19 não permitiu que tais levantamentos fossem efetuados, impedindo a
apresentação de uma métrica dessa eficiência. Dessa forma, a Vale procedeu a análise visual
da situação das bacias de contenção de cada estrutura, o que, de acordo com o documentou
297
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
permitiu a conclusão de que elas são importantes para o sistema como um todo”. Desta forma,
ainda não existem dados sólidos que possam comprovar a eficiência destas estruturas.
Considerando o atual cenário existente no trecho do rio Paraopeba no qual ocorre a atividade
de dragagem e ainda que foram estabelecidas medidas preventivas para evitar este impacto,
tais como as barreiras de contenção do rejeito, gatilhos de interrupção ou calibração da
atividade de dragagem entende-se que o grau de resolução das medidas é forte. Além disso,
também estão sendo considerados programas de monitoramento do ambiente afetado, que,
associados às ações de reparação, promoverão melhoria dos ecossistemas para
recomposição das comunidades hidrobiológicas.
298
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
299
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
consumo de oxigênio para lidar com o evento (KJELLAND et al. 2015) sendo também
necessário o aumento da atividade nas brânquias para compensar a baixa capacidade de
difusão de oxigênio. Dessa forma, qualquer interferência nas brânquias reduz a eficiência na
obtenção de oxigênio, afetando a capacidade natatória e diminuindo, assim, a aptidão do
animal para se afastar do ambiente alterado, podendo levá-lo à morte (WENGER et al. 2017).
Conforme descrito, as ações de avanço das obras e/ou de manutenção das estruturas de
contenção do rejeito na sub-bacia do ribeirão Ferro-Carvão, são acompanhadas e, havendo
necessidade, é realizado resgate de peixes com o objetivo de mitigar os impactos decorrente
das atividades de manejo do rejeito. Até o momento, foram realizados três resgates onde foram
relocados 6.326 peixes de 17 espécies, sendo 4 exóticas, porém, todas de ampla distribuição
na bacia do rio Paraopeba. Considerando o monitoramento realizado no âmbito do Plano de
Monitoramento de Dragagem (PMD) – Biota Aquática, não há evidências de que as atividades
de dragagem do rio Paraopeba estejam contribuindo para a morte de peixes, importante
ressaltar, que o número de carcaças de peixes recolhidas diariamente no trecho desde a
montante da foz do ribeirão Ferro-Carvão até a montante da UTE Igarapé vem caindo desde o
advento do rompimento, sendo a média, 1.47± 1.57 carcaças (mínimo = 0, máximo = 12) não
tendo sido observadas, até o momento, alterações no número de carcaças desde o início das
atividades de dragagem, nesse contexto a perda de indivíduos da ictiofauna foi caracterizado
como um impacto potencial.
A) Descrição do impacto
O impacto é considerado negativo em relação à sua natureza, pois trata-se a perda de
indivíduos da ictiofauna.
A escala espacial do impacto foi considerada local, uma vez que a ressuspensão do sedimento
ocorre de forma localizada, abrangendo diretamente os cursos de água formados pelas
estruturas de contenção de rejeito na sub-bacia do ribeirão Ferro-Carvão e o trecho do rio
Paraopeba em que ocorre o efeito da atividade de dragagem no período de estiagem.
Conforme mencionado no item 8.1.1.3 (Etapa 2) do presente LAIA, o trecho do rio Paraopeba
no qual pode ser observado o efeito da ressuspensão de sedimentos foi definido como sendo
os 6 km iniciais a partir do início da área de dragagem, o qual se finda no ponto PT-09 localizado
próximo a ponte da rua Cel. Alberto Cambraia, no município de Brumadinho / MG.
O impacto é descrito como de médio prazo, pois, o processo que pode levar a morte de
indivíduos da ictiofauna é fisiológico e precisa de acumulação das partículas nas brânquias
para desencadear a desregulações fisiológicas que levam à morte, além disso, até o momento
não foram observadas morte de peixes durante manutenções das estruturas de contenção de
rejeito ou diretamente associadas a atividade de dragagem, dessa forma entende-se que, se
efetivo, ocorrerá com certa defasagem com relação ao aspecto que o gera. Esse impacto pode
ser descrito como irreversível, considerando, caso ocorra, que se trata da perda de indivíduos,
algo que não pode ser revertido, mesmo quando cessarem o impacto e seus aspectos
indutores.
300
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
B) Avaliação do Impacto
A magnitude do impacto é dimensionada como pequena, considerando que o curso de água
do ribeirão Ferro-Carvão se encontra fragmentado e que as atividades de manutenção das
estruturas de contenção de rejeito são pontuais. Em relação ao rio Paraopeba, a influência da
dragagem atua em área restrita, se comparada ao porte da bacia, pois, foi verificado que o
aumento de turbidez e a ressuspensão de particulados é registrado a alguns quilômetros a
jusante da área de dragagem sendo possível verificar a ausência destes efeitos a partir do
ponto PT-09 na estação seca/estiagem. O período de estiagem foi utilizado como referência,
uma vez que, essa condição ocorre de maneira natural, ciclicamente na bacia do rio
Paraopeba, nos períodos de chuva.
A sensibilidade desse componente é considerada alta, uma vez que foram detectadas, nos
cenários pré e pós-rompimento, espécies de relevância ecológica ou em situação de
vulnerabilidade, que podem vir a ser afetadas, como as espécies de peixes bagre (Bagropsis
reinhardti) e pacamã (Lophiosilurus alexandri) classificadas como vulneráveis na lista nacional
de espécies ameaçadas de extinção (ICMBio, 2018). Além dessas, espécies de interesse
comercial, como as curimatás-pioa, pacu (Prochilodus costatus e P. argenteus) o dourado
(Salminus franciscanus) e a tabarana (Salminus hilarii), também são recolhidas durante as
atividades de monitoramento de carcaças no trecho de influência da dragagem. Embora sejam
encontradas ao longo do rio Paraopeba, essas espécies podem utilizar os habitat dos trechos
baixos dos tributários, entre eles o ribeirão Ferro-Carvão, principalmente nos estágios iniciais
de vida. O recrutamento nesses locais é comum em bacias ou trechos que não possuem lagoas
marginais. Além disso, espécies de riacho e dos trechos altos da bacia (como das famílias
Trichomycteridae, Loricariidae e Heptapteridae) são indicadores de boa qualidade ambiental e
contam com provável ocorrência no ribeirão Ferro-Carvão (AMPLO; VALE, 2019), porém, até
o momento, foram registradas predominantemente espécies generalistas sendo algumas
exóticas, durante os resgates decorrentes de atividades de manutenções em estruturas de
contenção de rejeito.
No entanto, destaca-se que a ictiofauna, há décadas, vem sendo impactado pelo uso e a
ocupação da bacia, com a remoção da vegetação ciliar, despejo de esgotos domésticos in
301
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
natura nas águas dos rios, lançamento de efluentes industriais, introdução de espécies,
fragmentação de habitat, a mineração, entre outros. O grande número de fontes de impactos a
que o componente já estava submetido implica sua maior vulnerabilidade, que se intensifica
pela continuidade dos impactos, uma vez que suas fontes não foram completamente
removidas, podendo potencialmente ser agravadas pelo manejo de rejeito.
Magnitude Pequena
São realizadas diversas ações em diversos planos e programas que objetivam prevenir, mitigar
ou monitorar as alterações nos ambientes aquáticos e evitar a mortalidade de peixes.
Apresenta-se a seguir as diversas atividades desenvolvidas para tal.
302
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
demonstrado pela Figura 7-57, bem como, não foram encontradas evidências que possam
relacionar diretamente a mortandade de peixes à dragagem (CLAM, 2020).
Figura 7-57 – Número de Carcaças da Ictiofauna coletadas por dia no rio Paraopeba, de
30/01/2019 a 10/03/20204.
4
Devido ao advento da epidemia do novo coronavírus, no dia 23 de março de 2020, as atividades foram suspensas.
303
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
foi calculada ao final do dia. Nenhum alerta para o monitoramento da dragagem foi acionado
(CLAM, 2020).
Outra atividade que faz parte do monitoramento da dragagem, relacionada à ictiofauna é o sub
programa de monitoramento de ictioplâncton, que avaliou o impacto das membranas de
contenção de sedimentos sobre a reprodução das espécies e interferências da dragagem sobre
a reprodução dos peixes. Os resultados do Monitoramento do Ictioplâncton, apresentados no
Relatório de Monitoramento da Dragagem (CLAM, 2020), demonstraram, a ocorrência de
reprodução na área amostrada e, que o sistema de membranas de retenção de sedimentos
parece não interferir na densidade de ovos e de larvas da ictiofauna nas proximidades das
áreas dragadas.
Uma vez que, até o momento, não foram observadas perdas significativas de indivíduos da
ictiofauna, associada à atividade de dragagem, pode-se considerar que as medidas preventivas
adotadas estão dando resultado, nesse sentido, o grau de resolução das medidas, é
considerado forte.
304
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
305
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Em relação a dragagem no rio Paraopeba, esse impacto está sendo classificado como um
impacto potencial, pois, tem-se que até o momento não existem evidências, de que a atividade
de dragagem esteja provocando aumento no número de carcaças de peixes recolhidas
diariamente ou comprometimento da viabilidade do ictioplâncton ao ponto de alterar a estrutura
e composição da ictiofauna, conforme discutido no Impacto de Perdas de Indivíduos da
Ictiofauna. É sabido, porém, que tais situações são passiveis de provocá-las, além disso, pela
região da na sub-bacia do ribeirão Ferro-Carvão e bacia do rio Paraopeba, se configurarem
como ambientes já alterados pela dinâmica do meio e ações antrópicas, não é possível, até o
momento, estabelecer relação direta das atividades de dragagem com possíveis alterações de
composição e estrutura da ictiofauna.
5
Relatório de Monitoramento da Biota Aquática em Função das Obras Emergenciais – Tema Dragagem (CLAM,
Junho/2020)
306
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
A) Descrição do impacto
O impacto é considerado negativo em relação à sua natureza, pois, as atividades de manejo
de rejeitos, podem provocar a alteração da composição e estrutura da comunidade da
ictiofauna reflete em alterações de abundância, riqueza e diversidade de peixes.
Em relação à ordem, o impacto é indireto, uma vez que, a atividade de dragagem provoca
distúrbios no meio como, a ressuspensão de sedimentos e o aumento da turbidez, alterando,
potencialmente, os habitat aquáticos e as comunidades hidrobiológicas associadas, que podem
levar a morte de peixes, inviabilidade do ictioplâncton e repulsão local. E são esses fatores,
que implicam em uma possível alteração da composição e estrutura da ictiofauna.
O impacto é descrito como local, uma vez que seus efeitos poderão ser sentidos no ribeirão
Ferro-Carvão e no trecho do rio Paraopeba ao longo do qual são identificados os efeitos da
ressuspensão de sedimentos advindos da atividade da dragagem durante o período de
estiagem. Conforme mencionado no item 8.1.1.3 (Etapa 2) do presente LAIA, o trecho do rio
Paraopeba no qual pode ser observado o efeito da ressuspensão de sedimentos foi definido
como sendo os 6 km iniciais a partir do início da área de dragagem, o qual se finda no ponto
PT-09 localizado próximo a ponte da rua Cel. Alberto Cambraia, no município de Brumadinho
/ MG.
O impacto, pode ser descrito como reversível, considerando que o componente afetado tende
a voltar às condições próximas das originais, quando os aspectos indutores (ressuspensão de
sedimentos e operação da draga e das escavadeiras anfíbias e embarcadas) cessarem. Desse
modo, a composição e a estrutura da comunidade da ictiofauna podem ser reestabelecidas à
medida que ocorrer a recolonização dos aquáticos.
307
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
B) Avaliação do Impacto
Considerando as informações disponíveis até o momento e o impacto observado decorrente
dos rompimentos, pode se considerar o impacto das obras de manejo de rejeitos como de
pequena magnitude. Essa avaliação leva em consideração o fato de que a sub-bacia do
ribeirão Ferro-Carvão é uma dentre várias outras que possivelmente abrigavam espécies de
peixes de ampla distribuição da bacia do rio Paraopeba, tendo em vista seu estado de
conservação já alterado no cenário pré-rompimento.
A bacia do rio Paraopeba possui elevada diversidade de espécies de peixes, mesmo diante da
baixa preservação dos ambientes ripários, o leito assoreado e a fragmentação de habitat
anteriores ao rompimento. Além disso, não há evidências, até o momento, que a atividade de
dragagem esteja provocando a mortandade de peixes e ictioplâncton ao ponto de alterar a
estrutura e composição da ictiofauna, conforme demonstrado pelos resultados do Programa de
Monitoramento da Dragagem, o que não significa que alterações envolvendo, por exemplo, a
saúde dos indivíduos não possam se manifestar a médio prazo.
A resiliência das espécies de peixes aparenta ser grande diante das várias fontes de impacto.
Durante os monitoramentos pós-rompimento, foram capturadas várias espécies ao longo do
Paraopeba e afluentes, e somente um mês após o rompimento constatou-se, por meio de
monitoramento de ictioplâncton (CLAM, 2019), a reprodução de peixes próxima à área atingida
do rio Paraopeba, situação ainda constatada nos relatórios de monitoramento mais recentes
(CLAM, 2020).
O histórico de mortandade no rio Paraopeba também corrobora essa resiliência das espécies,
tendo em vista que estes são eventos pontuais recorrentes em alguns trechos do rio com
número de carcaças coletadas superiores àqueles coletados na área próxima ao rompimento.
A sensibilidade deste componente é considerada alta, uma vez que foram detectadas, em
estudos anteriores (Diagnóstico Pré e Pós Rompimento do Plano de Reparação - ARCADIS,
2020), e no monitoramento da área de dragagem carcaças de espécies de relevância ecológica
ou em situação de vulnerabilidade na região, como as espécies de peixes bagre (Bagropsis
reinhardti) e pacamã (Lophiosilurus alexandri), classificadas como vulneráveis na lista nacional
de espécies ameaçadas de extinção (ICMBio, 2018). Além destas, há espécies de interesse
comercial, como curimatá-pioa e pacu (Prochilodus costatus e P. argenteus), dourado
(Salminus franciscanus) e tabarana (Salminus hilarii). Embora sejam encontradas ao longo do
rio Paraopeba, essas espécies podem utilizar os habitat dos tributários nos seus trechos mais
baixos, entre eles o ribeirão Ferro-Carvão, principalmente nos estágios de vida iniciais. Além
disso, espécies de riacho e dos trechos altos da bacia (como das famílias Trichomycteridae,
Loricariidae e Heptapteridae) são indicadores de boa qualidade ambiental e contam como
provável ocorrência no ribeirão Ferro-Carvão (AMPLO & VALE, 2019a).
308
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Magnitude Pequena
Para a recuperação deste impacto, estão previstas ações apresentadas em planos e seus
programas específicos:
309
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Monitoramento do Ictioplâncton
310
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
A descrição das Áreas de Influência (AI) e os respectivos impactos associados a cada uma
delas estão descritos na Tabela 7-23 a seguir.
Áreas de
Influência Impactos associados Descrição
(AI)
i) Compactação do solo
Delimitada pelas poligonais das obras e vias
ii) Intensificação de
destinadas ao manejo de rejeito. Entende-se que
AI II processos erosivos
nessas áreas podem ocorreram interferências diretas
iii) Perda de camadas sobre o solo
superficiais do solo
311
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Áreas de
Influência Impactos associados Descrição
(AI)
i) Alteração da qualidade da
água superficial
i) Alteração das
Leito do ribeirão Ferro-Carvão e trecho do rio
características
AI VI Paraopeba, onde está sendo executada a atividade de
morfodinâmicas dos cursos
dragagem
d'águas
i) Alteração do carreamento
Área correspondente ao leito do ribeirão Ferro-Carvão,
AI VII de sólidos suspensos no
na qual foram instaladas as estruturas de contenção
ribeirão Ferro-Carvão
312
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Áreas de
Influência Impactos associados Descrição
(AI)
313
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Durante as escavações do CBMMG são localizados materiais que são classificados como
materiais com potencial de contaminação, tais como: equipamentos, transformadores, baterias
automotivas, tanques de combustível, etc., e materiais sem potencial de contaminação como
madeira, borracha, sucata, etc. À medida que os respectivos materiais são encontrados, os
mesmos passam a ser considerados resíduos e o gerenciamento dos mesmos está
estabelecido no Plano de Gerenciamento Integrado de Rejeito e Resíduos - PGIRR.
O PGIRR tem por objetivo estabelecer os procedimentos e critérios técnicos a serem adotados
na gestão dos resíduos e rejeitos provenientes das escavações na Zona Quente, bem como
apresentar a sistematização das ações que são adotadas, de forma a atender o cumprimento
dos requisitos legais e normativos aplicáveis.
Quando são encontrados resíduos com potencial de contaminação nas frentes de escavações,
a equipe de meio ambiente da Vale é comunicada para que sejam tomadas as devidas
providências, conforme detalhamento apresentado no subcapítulo “Gestão e Manejo dos
Resíduos com Potencial de Contaminação” do PGIRR.
314
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
______________________________________________________________________________________
RP – Resíduo com Potencial de Contaminação; CMD - Central de Materiais Descartados da Vale; ETEO – Estação de Tratamento de Efluentes Oleosos.
315
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
O gerenciamento dos resíduos apresenta peculiaridades que devem ser consideradas, já que
em função do rompimento das barragens, a característica principal dos resíduos gerados é a
mistura de grandes quantidades de rejeitos com outros materiais diversos que foram
incorporados a uma mistura com solos e materiais florestais.
Os resíduos com potencial de contaminação, denominados de “RP”, são aqueles que por
suas características/composição são classificados segundo ABNT NBR 10.004:2004 como
resíduos perigosos (Classe I), e/ou aqueles resíduos que contêm substâncias químicas com
potencial de alterar a qualidade do solo e/ou da água subterrânea. Derramamentos de óleo em
solo ou em rejeito, também serão considerados como RPs. Quando esses derramamentos
ocorrerem em rejeito, são realizados os procedimentos apresentados no PGIRR.
316
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
As classificações das amostras mencionadas acima são provenientes das avaliações feitas
para definição dos pontos de coleta e das evidências visuais, como se segue:
O programa de investigação geoquímica está sendo executado em três fases, conforme figura
a seguir.
317
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
O programa Fases II e III visa determinar a estabilidade química (i.e., potencial de mobilização
de metais a partir da fase sólida para a fase aquosa) dos rejeitos e sedimentos afetados. Os
resultados dessas fases possibilitarão o entendimento do potencial de mobilização de metais
318
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Como parte das investigações (Fase II) que estão sendo realizadas do programa de
caracterização geoquímica dos rejeitos, 19 amostras de sedimentos foram coletadas (incluindo
uma duplicata), assim como 26 amostras de rejeitos depositados no rio (margem e centro)
Paraopeba. As Figuras do Anexo VII mostram os mapas de localização das amostras
coletadas de sedimentos e banco de sedimentos, respectivamente.
Por fim, estão sendo conduzidos testes cinéticos como parte do programa Fase III em um
subconjunto de 29 amostras, que correspondem a ensaios de laboratórios de pequena escala
para simular as condições reais dos materiais nas condições originais, buscando avaliar o
comportamento de intemperismo dos resíduos sólidos (rejeitos-fonte) sob condições subaéreas
(expostas a atmosfera) e subaquáticas (inundadas).
Está sendo avaliada também, a influência do contato a longo prazo com matéria orgânica
natural e baixas condições de oxigênio na mobilização de metais.
319
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
▪ Células úmidas - ASTM D5744-13 (ASTM, 2004) – Serão realizados testes cinéticos para
avaliar o comportamento de intemperismo dos rejeitos-fonte sob condições subaéreas
expostas.
▪ Teste de Coluna MEND (2009) / USEPA 1314 (USEPA, 2018) - O objetivo deste teste
consiste em avaliar a estabilidade ambiental de rejeitos-fonte sob condições subaquáticas
anóxicas (isto é, inundadas).
As amostras foram selecionadas com base nos comportamentos obtidos na Fase I, conforme
tabela a seguir.
320
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Os ensaios iniciaram na semana do dia 12/08 com a obtenção do primeiro extrato em 19/08. O
lixiviado que emerge do sistema está sendo coletado semanalmente e analisado em termos
dos parâmetros abaixo:
321
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
322
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Estas emissões comumente possuem potencial de afetar a qualidade do ar local, o que justifica
a necessidade de garantir o controle das emissões a partir de monitoramento contínuo e
medidas de controle específicas. Neste contexto, a Vale tem realizado o monitoramento da
qualidade do ar e garantido medidas de controle visando à mitigação dos impactos ora citados.
323
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
DIFL 03 -
Córrego do
593.125,004
Feijão x x x x x x x x x x
7.773.230,00
(Estação
Convencional)
DIFL13 -
Escola
583.624,00
Municipal x x x x x x x x x x
7.771.950,00
(Estação
Convencional)
Monitoramento Contínuo
DIFL14 -
Parque da
588.011,00
Cachoeira x x x x x x x x x x
7.772.312,00
(Estação
Convencional)
DIFL15 - Bela
Vista 584.282,00
x x x
(Estação 7.772.083,00
Paramétrica)
DIFL16 -
Parque da
588.468,00
Cachoeira x x x
7.771.349,00
(Estação
Paramétrica)
DIFL17 - Pires
586.660,00
(Estação x x x
7.771.184,00
Paramétrica)
324
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
PS 26 -
Comunidade
593.273,00
Monitoramento
de Córrego do x
Descontínuo
Feijão 7.773.294,00
(Estação AGV)
PS 28 –
Fazenda 596.578,00
Wilson x
7.777.174,00
(Estação AGV)
325
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_________________________________________________________________________________________
326
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Figura 7-62 -
DIFL13 - Escola
Municipal
Figura 7-63 -
DIFL14 - Parque
da Cachoeira
Figura 7-64 -
DIFL15 - Bela
Vista
(paramétrica)
Figura 7-66 -
DIFL17 – Pires
(paramétrica)
Figura 7-67 - PS 26 -
Comunidade de
Córrego do Feijão
Figura 7-68 - PS 28
–Fazenda Wilson
327
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
No início de cada hora de amostragem, um pequeno elemento 14C (carbono-14) emite uma
fonte constante de elétrons de alta energia (conhecidos como raios beta) através de uma
mancha de fita filtrante limpa. Estes raios beta são detectados e contados por um detector de
cintilação sensível para determinar uma leitura zero. O BAM-1020, em seguida, avança este
ponto de fita para o bocal de amostra, onde uma bomba de vácuo puxa uma quantidade medida
e controlada de ar externo através da fita do filtro, carregando-o com a poeira ambiente. No
final da hora da amostra, esta mancha de poeira é colocada de volta entre a fonte beta e o
detector, causando assim uma atenuação do sinal de raios beta que é usado para determinar
a massa do material particulado na fita filtrante. Esta massa é usada para calcular a
concentração volumétrica de material particulado
O método utilizado pelas estações paramétricas é por meio de fotômetro, que produz uma
contínua e simultânea indicação das frações de massa do material particulado (PTS, MP10 e
MP2,5). A luz dispersa pelas partículas transportadas pelo ar consiste em três componentes: a
luz refletida a partir da superfície da partícula, a luz refratada através da partícula e a luz que é
difratada do seu caminho original pela presença da partícula.
Monitoramento Móvel
O monitoramento móvel é realizado com monitor ECOPM portátil contínuo com capacidade de
medição simultânea das concentrações de partículas (µg/m³) nas frações PTS (Partículas
Totais em Suspensão), MP10 (Partículas Inaláveis menores que 10 µm) e MP2,5 (Partículas
328
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Respiráveis menores que 2,5 µm). Os resultados das medições são gerados em intervalos de
2 segundos, gerando e gravando médias de 5 minutos.
24 horas 60 50 37 25
329
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Material
Particulado MP Anual1 20 17 15 10
2,5
Dessa maneira, considerando a nova definição e regulamentação das demais faixas do IQAr
pelo Guia Técnico, a partir de junho/20 os resultados são apresentados com base no IQAr do
Guia, além do Índice empregado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM). Para o
período contemplado entre dezembro/19 a abril/20, o IQAr será apresentado exclusivamente
com os critérios da FEAM.
330
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Boa 0 - 40 0 - 25 0 - 50 0 - 240
Inadequada > 96 - 144 > 60 - 90 > 120 -180 > 285 - 330
Ruim > 144 - 200 > 90 - 125 > 180 - 250 > 330 - 375
N1 - Boa 0 - 40 0 - 25 0 - 50
Ressalta-se que os valores da faixa Boa do IQAr da FEAM e do Guia Técnico são iguais para
MP10 e MP2,5 e que o Guia Técnico não estabelece IQAr para o PTS.
331
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
As características físicas e geográficas (relevo, uso e ocupação do solo, etc.) de uma região,
bem como suas condições climáticas e meteorológicas, influenciam diretamente na geração e
emissão de poluentes atmosféricos, bem como na sua dispersão no ar ambiente.
A partir dos cenários meteorológicos horários reproduzidos pelo modelo WRF e do inventário
de emissões atmosféricas, procedeu-se então ao estudo de dispersão de poluentes na
atmosfera, visando determinar os impactos na qualidade do ar produzidos pelas emissões de
poluentes consideradas. Nesta etapa foi empregado o modelo atmosférico de dispersão
AERMOD via AERMET, recomendado pela EPA (Environmental Protection Agency) e
reconhecido mundialmente como o estado da arte em modelagem atmosférica. Além de
calcular a dispersão de poluentes primários (emitidos diretamente pelas fontes), este modelo é
capaz de simular a formação e consumo de poluentes secundários (formados na atmosfera a
partir de reações entre poluentes primários e outros elementos disponíveis no ambiente),
através de deposição seca, deposição úmida, degradação da visibilidade, dentre várias outras
funcionalidades.
Desta forma, é possível ver espacialmente, quais os principais poluentes gerados baseados no
inventário de fontes e qual a sua dispersão na atmosfera, ou seja, a pluma de poluentes e seu
raio de alcance espacial baseados nos comportamentos climáticos.
332
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Para análise química por meio do método PIXE (Proton Induced X-Ray Emission) o qual
permite a identificação de até 72 elementos químicos tais análises estão sendo realizadas no
laboratório da empresa Elemental Analysis Inc., localizada na cidade de Lexington/KY, USA.
Para as análises morfológicas, deverão ser realizadas amostragens de partículas menores que
10µm (PM10), utilizando fita adesiva condutiva e stub específico para este tipo de coleta.
As análises também estão sendo realizadas no laboratório da empresa Elemental Analysis Inc.,
localizada na cidade de Lexington/KY, USA.
Nota: As análises de MEV e PIXE das fontes emissoras se referem as amostras coletadas em
vias (coleta mecânica do material a granel). Este material exige um tratamento pré laboratorial
específico de classificação granulométrica (processos físicos de peneiramento), para obtenção
do material adequado para análise (separação das partículas menores que 10 µm). Para
análise de MEV, especialmente, ainda é realizada uma deposição do material peneirado em
fita adesiva condutiva de carbono sobre stub.
333
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Previsão de resultados
Método
nov/20 fev/21 mai/21 ago/21 nov/21 fev/22 mai/22
Método Pixe X X X X X X X
Método MEV X X X X X X X
Estas ações foram definidas tendo como referência o Sistema de Gestão Integrado Vale (SGI)
e o ciclo PDCA, para a padronização e melhoria de processos, formando um ciclo de
desenvolvimento com foco em melhoria contínua, gerando assim procedimentos e controles
específicos ao tema.
▪ Medidas de prevenção
334
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
▪ Medidas mitigação
− Acionamento primário;
− Estações de monitoramento;
− Reclamações da comunidade.
▪ Ações educativas
− Diálogos Socioambientais;
− Treinamentos Operacionais;
− Campanhas de Mobilização/ Sensibilização.
▪ Inspeções ambientais
A partir dos resultados das inspeções, são determinadas pelas partes envolvidas, correções
para os desvios identificados, devidamente registrados em formulário específico (PGAO 101 -
Registro de Inspeção Ambiental). As BOAS PRÁTICAS identificadas também são registradas
da mesma forma.
O monitoramento de ruído e vibração é realizado por empresa terceira com elaboração anual
de relatórios ao órgão ambiental.
335
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Coordenadas (UTM)
Ponto de
Descrição
monitoramento
X Y
Estações Manuais
Povoado de Córrego do
RV1B 592.723 7.773.128
Feijão
RV2 590.874 7.771.576 Povoado de Canta Galo
RV3 586.417 7.771.364 Bairro Pires
RV4 586.590 7.771.374 Bairro Pires
RV5 588.058 7.771.498 Bairro Parque da Cachoeira
RV6B 589.132 7.771.949 Bairro Parque da Cachoeira
RV7 587.824 7.772.521 Bairro Parque da Cachoeira
RV8 587.726 7.771.417 Bairro Alberto Flores
RV9 587.811 7.771.314 Bairro Alberto Flores
RV10 587.765 7.775.011 Tejuco
RV11 587.914 7.775.151 Tejuco
RV12B 587.647 7.774.540 Tejuco
RV13 586.711 7.771.049 Bairro Pires
Estações automáticas
Pires
Pires 586.650 7.771.199
(em operação)
Parque da Cachoeira
Parque da Cachoeira 1 588.463 7.771.343
(em operação)
Parque da Cachoeira
Parque da Cachoeira 2 589.098 7.771.946
(em operação)
A Figura 7-69 apresenta a distribuição espacial dos pontos de monitoramento e as Figura 7-70
à Figura 7-85 mostram os aspectos visuais de cada ponto.
336
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_________________________________________________________________________________________
337
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
338
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Além do monitoramento manual realizado acima, são realizadas medições a partir de três
estações automáticas para o monitoramento de longa duração, ou seja, de 24 horas.
Como o ruído ambiental não é constante é necessário avaliá-lo para obter um valor que seja
representativo do ruído característico do local, indicando não somente um valor médio, mas
também os parâmetros que permitam caracterizar as oscilações sonoras e as respectivas
magnitudes dos impactos causados por ele. Após cada medição, os dados são tratados e
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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obtidos vários parâmetros, dentre os quais, para o caso enfocado, foram selecionados os
seguintes:
Nível Estatístico (L10): é o nível sonoro que foi ultrapassado em 10% do tempo de medição, e
pode ser considerado como o ruído máximo no período, excluídos os picos sonoros que
ocorrem somente em 10% do tempo;
▪ Nível Estatístico (L90): é o nível sonoro que foi ultrapassado em 90% do tempo de medição,
correspondendo, por definição, ao ruído de fundo. É assim chamado, pois, ao cessarem
as principais fontes sonoras, resta um nível sonoro “de fundo”, oriundo de fontes dispersas
e distantes, que não cessa.
▪ Nível Contínuo Equivalente (LAeq): representa o nível médio contínuo de energia sonora,
equivalente ao sinal variável medido. O LAeq é particularmente útil na avaliação de
incômodo, situações de poluição sonora e reações subjetivas diante do ruído.
No caso da avaliação dos níveis de ruído ambiental para fins de comparação com as
referências legais, serão considerados somente os níveis LAeq - Nível Contínuo Equivalente.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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esfera municipal (Lei 2.412), enquadrando o resultado nos limites mais restritivos do
parâmetro.
▪ Em relação à vibração, é utilizada a legislação municipal de Brumadinho, LEI Nº 2.412, DE
18 DE JUNHO DE 2018 que, entre outros, estabelece: "Art. 6º: As vibrações não serão
admitidas quando perceptíveis no local do suposto incômodo, de forma contínua ou
alternada, por períodos superiores a 5 min.". De acordo com estudos de WHIFFIN &
LEONARD (1971), as vibrações são perceptíveis quando a velocidade de vibração da
partícula de pico (PPV) atinge o limite o valor de 2,0 mm/s, produzem incômodos à
população quando são contínuas e atinge o valor de 2,5 mm/s e podem ser incomodativas
quando atingem o valor de 5,0 mm/s. Elas podem ser ainda desagradáveis quando estão
entre 10 e 15,0 mm/s.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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A disposição de rejeitos na Cava de Feijão está em conformidade com Parecer Técnico LAS-
RAS nº 2/SEMAD/SUPPRI/2019, adjunto à Licença Ambiental Simplificada nº 462/2019,
referente à atividade “Disposição de estéril ou rejeito inerte e não inerte da mineração (classe
II-A e II-B, segundo a NBR 10.004) em cava de mina, em caráter temporário ou definitivo, sem
necessidade de construção de barramento para contenção”, em decorrência da autorização de
disposição do rejeito, proveniente do rompimento das barragens B-I, B-IV e B-IVA, na Cava do
Feijão. O monitoramento desta atividade conta com amostragens e análises de poços
instalados ao redor da cava, bem como monitoramento da água da cava e da água que sai da
galeria de desague, e pode ser verificado integralmente no Plano de Monitoramento das
Águas Subterrâneas de Poços da Cava do Feijão e Entorno.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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7.7.2. Ictiofauna
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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máxima de 2,3 km das dragas, onde a área monitorada é móvel e acompanha o avanço da
dragagem ao longo do rio Paraopeba. O aumento no número médio de peixes por tarrafada, é
interpretado como presença de cardume na área próxima as dragas e funciona como gatilho
para a continuidade ou parada das atividades de dragagem. Esta atividade está descrita de
forma detalhada no Plano de Monitoramento de Dragagem.
Com o intuito de espantar possíveis cardumes presentes nas áreas e por sua vez, diminuir as
chances de mortandade devido ao início das atividades de dragagem, após as tarrafadas
matinais é realizada a repulsão da ictiofauna. Esta atividade consiste em bater/arrastar
correntes metálicas nas laterais e fundo do barco, além de bater os remos na água próximos
as dragas, o que gera vibrações e sons que possivelmente repelem estes peixes da área.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Serão realizadas amostragens para análise da integridade morfológica dos ovos e das larvas
de peixes e de viabilidade de eclosão dos ovos serão realizadas quinzenalmente, de forma
independente das amostragens a cada 5 dias. Aspectos metodológicos e descritivos desta
atividade estão presentes no Plano de Monitoramento de Dragagem.
7.7.3. Limnologia
Neste contexto, este monitoramento tem o objetivo de avaliar a dinâmica das comunidades
aquáticas (fitoplâncton, zooplâncton, macroinvertebrados bentônicos, macrófitas aquáticas e
algas perifíticas) quanto a estabilidade, persistência e substituição (turnover) das espécies no
trecho do rio Paraopeba antes, durante e depois da atividade de dragagem, de modo a avaliar
os efeitos da dragagem sobre esses grupos de organismos, bem como, a dinâmica de
recolonização da biota aquática nos trechos afetados. Adicionalmente, este programa visa
monitorar possíveis ocorrências de espécies invasoras e/ou oportunistas (i.e: Limnoperna
fortunei; Echornia crassipes; Pistia spp.; Salvinia spp.) para fins de prevenção e manejo.
Metodologia
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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As estações de coleta que compõem a rede amostral foram selecionadas por refletirem
diferentes impactos das ações de dragagem, abrangendo trechos localizados à montante, no
local da dragagem e a jusante destas áreas, de modo a contemplar áreas afetadas e não
afetadas por esta atividade.
O ribeirão Ferro-Carvão, trecho mais afetado pelo rompimento destas barragens, carece de
informações ambientais para dimensionamento do distúrbio causado. O Diagnóstico das
Condições Ecológicas do ribeirão Ferro-Carvão tem como objetivo realizar campanhas
amostrais de caracterização das comunidades hidrobiológicas e da qualidade dos
ecossistemas no trecho do ribeirão Ferro-Carvão, mais atingido pelo rompimento das
barragens de rejeito, além de:
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Metodologia
São previstas seis campanhas de campo, com periodicidade mensal, para coletas de dados
primários, que auxiliem na caracterização do impacto do rompimento sobre a integridade dos
ecossistemas atingidos.
Maiores detalhes sobre o diagnóstico podem ser vistos na versão vigente do Plano de Ação e
Proteção à Fauna.
Para tal, foi necessária a implantação de acessos, canteiros de obras e outras estruturas de
apoio que redundaram em intervenções diretas sobre áreas cobertas por vegetação nativa
(floresta, campo úmido, cerrado) e, também, áreas revestidas por pastagens, cultivos, áreas
de ocupação antrópica.
Em função da deposição de rejeito em áreas florestais, grande parte dos indivíduos da flora
local que compõem os estratos inferiores da floresta (herbáceo, arbustivo) e, também,
representantes arbóreos e cipós/lianas foram impactados, ocorrendo elevada taxa de
mortalidade nas áreas afetadas. O componente arbóreo teve indivíduos que morreram
imediatamente e outros permaneceram vivos, contudo, parte dos que resistiram por períodos
mais longos foram paulatinamente sofrendo processo de senescência que levaram à morte. A
maior parte dos indivíduos arbóreos, herbáceos, arbustivos e de cipós que permaneceram
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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vivos se encontram nos locais onde o rejeito depositado apresenta espessura menor (em torno
de 0,50m).
A remoção de rejeito depositado nas áreas onde há o contato com ambientes florestais e nos
locais onde houve a deposição de rejeito sob sub-bosque, tem ocasionado impactos sobre a
vegetação nativa remanescente com eliminação de alguns indivíduos do estrato herbáceo,
subarbustivo/arbustivo e de cipós que permaneceram vivos ou que já colonizaram áreas
cobertas com rejeito situadas nas bordas e interior da floresta. Nota-se, ainda, impactos
relacionados a lesões no caule e sistema radicular de indivíduos arbóreos, principalmente, em
função da ação mecânica direta de equipamentos utilizados na remoção do rejeito.
Para reduzir ou atenuar estes impactos foi implantado o Plano de Supressão Vegetal que inclui
três programas: Programa de Supressão Vegetal, Programa de Conservação da Flora e
Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna.
O Programa de Supressão Vegetal inclui ações que visam minimizar os impactos sobre a
vegetação nativa na medida em que avalia as poligonais definidas para supressão e,
juntamente com equipe multidisciplinar que inclui profissionais do meio biótico, da engenharia
de projeto e de implantação, buscando alternativas locacionais que minimizem impactos
relacionados à intervenção em vegetação nativa, fragmentação de habitat florestais, redução
do corte de indivíduos isolados e supressão de árvores pertencentes a espécies ameaçadas
de extinção ou protegidas por lei. Quando da realização do censo arbóreo são marcados os
indivíduos pertencentes espécies protegidas e ameaçadas que tem sua localização lançada
sobre o projeto, sendo avaliada a possibilidade de modificações ou soluções que permitam a
permanência destas árvores.
No Plano de Conservação de Flora, nas áreas das poligonais definidas para supressão, são
realizadas coletas de plântulas, frutos e sementes de espécies arbóreas, epífitas e plantas
herbáceas que são direcionadas para viveiros de produção de mudas onde são mantidas até
que possam ser reintroduzidas em áreas preservadas, garantindo a conservação de parte do
material genético existente nas áreas de intervenção.
350
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Como ação importante desenvolvida no contexto das obras emergenciais / manejo de rejeito
ressalte-se a abordagem de temas relacionados aos impactos ambientais sobre o meio biótico
no âmbito do Plano de Educação Ambiental de Obras (PEAO), que faz parte do escopo do
Plano de Gerenciamento Ambiental de Obras (PGAO), onde são repassados conceitos e
orientações técnicas para as equipes responsáveis pelas implantações das obras e manejo de
rejeito.
Por fim, as atividades de manejo de rejeito têm contribuído para aumentar a emissão de
particulados no ar tendo como principais fontes a movimentação de veículos (leves e pesados),
de equipamentos diversos, revolvimento do rejeito e exposição da superfície do rejeito
depositado na bacia do Ferro-Carvão e nos DTRs. Este material particulado suspenso vai
sendo depositado paulatinamente sobre a vegetação, acumulando sobre a superfície de folhas
e caules, interferindo sobre processos fisiológicos como trocas gasosas, fotossíntese e também
fenológicos (floração, caducifólia). Este impacto é notado com maior expressão nas
proximidades das fontes de geração de particulados, sobretudo ao logo de estradas de terra
utilizados no manejo de rejeito e que possuem tráfego mais intenso e permanente. A situação
é agravada durante o período de seca e minimizada quando da ocorrência de chuvas que
removem grande parte do material depositado.
Para fazer frente a este impacto, tem-se o programa de aspersão de vias feita rotineiramente
nos locais de maior tráfego de veículos, incluindo sistema de aspersão fixa ao longo do acesso
principal utilizada para o manejo, cuja operação se dá de forma automática ou manual,
realizando a operação em ciclos pré-determinados definidos conforme necessidade e
condições climáticas. Também são realizadas inspeções e treinamentos específicos no âmbito
do PGAO e Plano de Educação Ambiental de Obras (PEAO), tendo sido implantado Plano
específico de Mitigação das Fontes Atmosféricas das Obras Emergenciais / Manejo de Rejeito.
Além deste, também já se encontra implantado o Programa de Monitoramento da Qualidade
do Ar que permite acompanhar os níveis de emissão atmosféricas na área de implantação das
atividades de manejo de rejeito, orientando as ações de controle e mitigação.
351
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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A principal ação realizada é a de Resgate e Atendimento da Fauna, que tem como objetivo
central acompanhar e orientar as atividades inerentes ao manejo de rejeitos, minimizando seus
efeitos negativos sobre a fauna. Por meio da combinação de diferentes técnicas de manejo,
que visam permitir a fuga dos animais ou o resgate daqueles que apresentarem dificuldades
de dispersão, essas ações minimizam a perda ou injúria de espécimes da fauna presentes na
área de intervenção. Para tanto, equipes de campo, compostas de biólogos, veterinários e
auxiliares, acompanham as atividades de manejo de rejeitos bem como as frentes dos militares
do Corpo de Bombeiros, que mantêm as buscas por vítimas do rompimento.
Espera-se, com essas ações, propiciar e facilitar a dispersão da fauna presente nas áreas alvo
de manejo e em áreas afetadas, buscando-se evitar ou reduzir a perda de indivíduos da fauna,
e proceder de forma adequada, se necessário, à destinação de indivíduos com dificuldades de
dispersão. Além disso, serão realizadas atividades de prospecção e resgate de colmeias de
abelhas nativas, ninhos e filhotes ou animais encontrados feridos ou mortos além do
recolhimento de ossadas e/ou carcaças de animais encontrados durante o processo de manejo
do rejeito.
Algumas espécies de fauna podem colonizar algumas áreas de formação brejosa e lacustres
sob rejeito, que deverão ser drenadas para a retirada do rejeito, bem como aquelas associadas
aos processos de manejo de rejeitos, como acessos e de infraestrutura. Algumas delas são
alvo de supressão de vegetação e o acompanhamento durante a intervenção é necessário
permitindo a promoção e orientação do deslocamento das espécies, incluindo arborícolas e as
que possuem pequena capacidade de deslocamento, reduzindo as chances da perda ou injúria
de indivíduos. O mesmo ocorre para aquelas espécies que ocupam áreas de infraestrutura e
que permitem associação negativas com o homem.
352
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Atividades de despesca também são necessárias em áreas que abrigam comunidade íctica
quando estas sofrerem intervenções inerentes ao manejo de rejeitos. Sendo assim, é realizada
avaliação e realocação desses indivíduos para locais apropriados que garantam seu bem estar
e sobrevivência. No âmbito das atividades relacionadas à ictiofauna, são realizadas vistorias
técnicas para a avaliação de despescas preventivas ou emergenciais. Desta forma, quando da
detecção por terceiros da presença de comunidade íctica em área de obras de reparação,
atividades de bombeiros ou quaisquer áreas que submetam os peixes a riscos, há o
acionamento da equipe responsável pela ictiofauna. A comunicação acontece via contato
telefônico ou e-mail, onde é relatada a presença de peixes e solicitada a avaliação da área
pelos profissionais responsáveis. Juntamente com esta solicitação, são enviados registros
fotográficos, bem como as coordenadas geográficas, o que garantem maior assertividade e
efetividade da vistoria. Posteriormente, é elaborado um plano de trabalho para a realização da
atividade. Durante a elaboração do plano, a área é monitorada diariamente. As informações
detalhadas desta atividade estão presentes no Plano de Ação e Proteção à Fauna.
Um dos grupos selecionado como bioindicador, é o dos mamíferos de médio e grande porte.
Esses animais constituem um grupo heterogêneo, mas que em sua maioria, apresentam
tamanho populacional pequeno, em relação aos mamíferos de pequeno porte, e possuem uma
grande área de vida, sendo que muitos utilizam diferentes ambientes, inclusive impactados,
como parte de seu território ou como passagem entre diferentes fragmentos de mata. Além
disso, muitos ocupam o topo das cadeias tróficas, e tendem a ser os primeiros afetados pelas
atividades antrópicas, sendo, portanto, bons indicadores de mudanças ambientais. Esses
animais serão monitorados por meio de armadilhas fotográficas, instaladas em diferentes
fragmentos em torno da área afetada pela deposição e manejo do rejeito e em áreas não
afetadas, as quais serão tratadas como áreas de referência. Essa disposição espacial visa
acompanhar os impactos cumulativos (decorrentes do rompimento e do manejo do rejeito)
sobre a fauna em grande escala e permitirá comparar a área afetada com áreas onde não
houve relação com o rompimento ou o manejo de rejeito. O conhecimento da situação de
353
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
conservação e ocupação do território por esses bioindicadores fornecerá subsídios para avaliar
a recuperação ambiental dessa região, bem como para a definição e reavaliação das ações
ambientais de recuperação que virão a ser implementadas.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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8. INDICADORES E METAS
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Considera-se que estes indicadores são aqueles responsáveis pela comunicação dos
principais resultados do PMR. Tais indicadores são capazes de comunicar para tomadores de
decisão ou explicitar informações para a sociedade do desenvolvimento e estágio das obras
de manejo de rejeitos. São indicadores que transmitem informação de elevado valor e
356
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Cabe mencionar que os resultados destes monitoramentos poderão ser acompanhados pelo
órgão ambiental por meio da plataforma digital Vale ECOS (em desenvolvimento), que deverá
congregar todos os dados dos monitoramentos ambientais em execução, dando suporte às
leituras e análises, tanto quanto possível “em tempo real” e nos formatos de relatório
necessários, objetivando-se a qualidade da informação. Por meio do uso desta plataforma
também será possível monitorar indicadores de impacto, os quais se relacionam com as
consequências mais consistentes de um programa (agregam sequencias de resultados), para
além dos seus efeitos diretos. Por fim, a utilização da plataforma também irá proporcionar uma
visão sistêmica aos órgãos ambientais e demais usuários do sistema, a respeito dos resultados
de monitoramento associados ao Plano de Reparação, bem como ao Plano de Manejo de
Rejeitos.
Tem-se ainda que os referidos planos e programas ambientais atualmente em execução foram
elaborados, especialmente, em função dos impactos, os quais estão descritos no Capítulo 2
do Plano de Reparação Socioambiental da Bacia do Paraopeba, originados pelo evento da
ruptura das barragens B-I, B-IV e B-IV-A (ARCADIS, 2020). Porém, cabe ressaltar que devido
às especificidades dos impactos vinculados ao manejo dos rejeitos, ações adicionais poderão
ser consideradas nos planos e programas já existentes e, em alguns casos, novos estudos
poderão ser elaborados, a depender dos resultados dos monitoramentos atualmente em
execução.
De forma a proporcionar a máxima sinergia entre este Plano de Manejo de Rejeito e o Capítulo
3 do Plano de Reparação Socioambiental da Bacia do Paraopeba, as revisões dos Planos e
Programas, que estão atualmente sendo realizadas, irão incorporar as ações adicionais
identificadas pelo LAIA (item 8.1 do presente documento). Dessa forma, após a finalização da
revisão do Capítulo 3 do Plano de Reparação Socioambiental da Bacia do Paraopeba, os
planos e programas propostos estarão também direcionados aos impactos atribuídos ao
manejo de rejeito.
Após a finalização das revisões mencionadas, será possível definir melhor os indicadores e,
atribuir metas direcionados aos impactos advindos do rompimento e do manejo do rejeito
conjuntamente. Por meio desta convergência, será elaborada, sempre que pertinente, uma lista
unificada, por meio da qual será possível otimizar ações e maximizar os resultados obtidos. A
definição dos indicadores e metas no âmbito do Plano de Reparação ocorrerá na revisão do
Capítulo 3 e, nesta ocasião, serão também definidos os demais indicadores e as metas para o
357
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Plano de Manejo de Rejeito, associados, como mencionado, aos resultados dos planos e
programas indicados no LAIA. Entende-se que a definição conjunta destas informações será
fundamental para a convergência dos estudos e maior assertividade na gestão dos impactos.
Os indicadores adotados para o PMR estão divididos em duas vertentes distintas, a saber,
remoção extracalha e remoção intracalha, conforme esquematizado na Figura 8-2,
apresentada a seguir.
Volume de rejeito
disposto em DTRs e
Pilhas Temporárias
Volume de rejeito
disposto na Cava
de Feijão
Horas de operação
da draga
Volume de rejeito
Remoção
removido do rio
intracalha
Paraopeba
Volume (m³) de
material total
dragado
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Volume (m³)
Indicador
2019 2020 Acumulado
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Volume (m³)
Indicador
2019 2020 Acumulado
Na Tabela 8-2 são apresentados os valores obtidos para ambos os indicadores supracitados,
bem como o valor acumulado referente aos anos de 2019 e 2020.
Tabela 8-2 – Dados referentes aos indicadores operacionais da remoção de rejeito intracalha
6
O material peneirado na PDR Menezes III classificado como oversize permanece no local e por este motivo não foi contabilizado.
A Vale irá submeter novamente este material à etapa de peneiramento.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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Figura 8-3. Por meio do conceito da gestão adaptativa, a Vale está investindo no
desenvolvimento de uma nova plataforma digital, denominada Vale ECOS, conforme já
mencionado no item 9.1. A utilização desta ferramenta de gestão irá possibilitar um controle
assertivo dos dados obtidos nos monitoramentos realizados, proporcionando uma visão
sistêmica das informações por parte de todos os atores envolvidos.
361
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
9. CRONOGRAMA
Conforme item 6.1 - Planejamento Plurianual neste documento, o manejo de rejeitos iniciou-se
imediatamente após o rompimento das barragens B-I, B-IV e B-IVA. A remoção do rejeito à
jusante da B-I deverá acontecer até 2023, enquanto a remoção do rejeito remanescente na
estrutura deve prosseguir até 2025.
Atualmente, toda a atividade do manejo de rejeito está sendo realizada em conjunto com o
CBMMG de acordo com a 7ª Estratégia.
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
___________________________________________________________________________________________________________________
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Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
A governança do Plano de Manejo seguirá o mesmo rito de avaliação vigente, ou seja, qualquer
modificação será apresentada e discutida em um fórum específico.
Dessa forma, o Plano de Manejo de Rejeitos será atualizado pelo menos uma vez por ano ou
quando necessário, de modo a refletir quaisquer alterações, novos estudos e ações relativas
ao manejo do rejeito, demonstrando os avanços e as melhorias ao longo do tempo e após a
sua implantação. O Plano é considerado um documento vivo e dinâmico a ser utilizado como
ferramenta de gestão.
364
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
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380
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
Gustav Valentin Antunes Specht Biólogo (Analista de Meio Ambiente Máster – Vale)
Luiz Carlos Cardoso Vale Engº. Florestal (Gerente de Meio Biótico - Vale)
Marina Coimbra Martins Braga Bióloga (Analista de Meio Ambiente Sênior - Vale)
381
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
O LAIA referente às atividades do Plano de Manejo de Rejeitos foi elaborado pela empresa
Arcadis, tendo sido considerada uma equipe multidisciplinar, composta pelos profissionais
elencados no Quadro 12-1, a seguir:
382
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
383
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
384
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
385
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
386
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
387
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
388
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
389
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
390
Plano de Manejo de Rejeitos (PMR)
_____________________________________________________________________
391