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DIP

O DIP extravasa o âmbito territorial dos Estados em decorrência do crescimento do


intercâmbio entre os entes estatais que pode se dar por diversas razões como: refúgio,
comércio, etc. Esta dinâmica precisa, para seu bom funcionamento, de regulamentações.

Como não há instituição central legiferante encarregada de produzir do DIP, a edição de


normas depende de atos volitivos daqueles que a elas se submeterão no futuro. Sendo assim,
são necessárias as seguintes condições para a ocorrência do DIP:

 Existência de diversos Estados.


 Comércio Internacional: as trocas mercantis são o principal motor do DIP, uma vez que
Estados frequentemente abrem mão de parte de sua unilateralidade em troca de uma
maior inserção no comércio mundial que, por sua vez, resulta em crescimento
econômico.
 Valores Jurídicos Comuns: sem consonância jurídica seria impossível a criação de
normas de DIP porque os Estados simplesmente não se submeteriam a elas.

FINALIDADE DO DIP:

Podem ser apontadas múltiplas finalidades, entre elas, uma idêntica àquela do Direito Interno:
o bem comum como modo de garantir a convivência harmoniosa, por meio da regulamentação
das relações. Pode-se também apontar a manutenção de uma ordem que deve reinar na
comunidade internacional.

Outra finalidade seria a paz, que também é condição de existência do Direito Internacional
Público.

Vale ressaltar que o DIP busca a união entre os Estados e não sua unificação, conforme se
observa por meio de princípios como: respeito a soberania nacional e a integralidade
territorial, bem como a autodeterminação dos povos.

DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO VS. DIP:

O DIP regula as relações entre Estados ou entre estas se instituições internacionais, sendo que
suas normas são elaboradas pelos próprias entes cujas condutas por elas serão vinculadas.

O Direito Internacional Privado, por outro lado, deriva de normas internas - muito embora
possa advir de normas produzidas por diversos países reunidos ou por instituições
internacionais – visando regular situações envolvendo indivíduos Estados diferentes. As
normas de Direito Internacional Privado elaboradas por mais de um Estado contém um
caractere de DIP, muito embora não se insiram neste ramo.

DIP VS. DIREITO COMPARADO:

Direito Comparado não constitui um ramo, mas sim um método de estudo se qualquer caráter
internacional. Consiste na comparação de normas internas de diferentes Estados.

NOMENCLATURA:

Ius Inter Gentes: aquele Direito aplicado à diferentes povos.

International Law - conceito criado por Bentham.

CARACTEPÍSTICAS DO DIP:
 Semelhanças ao Direito Interno:
 Ordem Normativa.
 Sanção Jurídica: confere o caráter de obrigatoriedade diferentemente da
cortesia, da moral e da política internacional.
 Idêntica noção de ato ilícito: conduta contrária ao Direito.
 Irretroatividade da norma: mantém segurança jurídica e respeito ao direito
adquirido. Na convença de Viena, em 1969, definiu-se que o novo tratado
invalida os anteriores, no entanto, o documento perde a validade apenas no
futuro, sendo que as relações jurídicas anteriores continuam reconhecidas.
 Diferenças do Direito Interno:
 Ausência de hierarquia clara entre normas internacionais: há, por exemplo,
costumes internacionais com força vinculante idêntica a dos tratados. Algumas
correntes tratam do Ius Cogens que seria um conjunto de normas imperativas
de cunho anti-positivista com objetivo de afastar tratados injustos (não
intervenção, liberdade dos mares...). Estas normas são definidas como aquelas
aceitas por todos de maneira integral, não admitindo revogação e somente
podendo ser alteradas por outras normas de DIP. O problema é que esta
definição, embora trate da irrevogabilidade, menciona a possibilidade de
revogação no final, sem falar que normas dificilmente são aceitas por todos os
membros ao mesmo tempo.
 Voluntariedade: CADA Estado avalia se deseja ou não se submeter à uma
norma, podendo tornar sua validade questionável e ainda prejudicar a
uniformidade. Por outro lado, reduz-se a chance de descumprimento já que
adesão e voluntária.
 Imprecisão das normas: facilita os acordos ao amenizar a clareza, de modo que
as cláusulas se tornam mais palatáveis a todos os envolvidos. Cláusulas muito
definidas quanto seu sentido e alcance inevitavelmente resultariam em
desacordos e em uma ausência de normas.
 Importância do Princípio da Efetividade: trata-se da consonância entre a
realidade social e a norma que se faz extremamente importante pelo fato de
não haver instituição central. Do ilícito pode nascer o Direito uma vez que a
força exerce grande papel na comunidade internacional.
 Reciprocidade:
 Por identidade: prática do mesmo ato em relação a outro Estado que o
praticou primeiro.
 Por equivalência: ato diferente utilizado para combater um ato inicial
de outra Estado. Exemplo: impor restrições às importações por conta
de uma desvalorização do câmbio de outra nação.

DEFINIÇÃO:

DIP é o conjunto de princípios e regras destinados reger os direitos e deveres internacionais


tanto dos Estados e das organizações interestatais, quanto dos indivíduos.

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