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DIP

“Tratados Internacionais”

ORIGEM E FASES:

O primeiro tratado internacional de que se tem notícias foi celebrado no Egito em 1280 a.c.,
sendo que o modelo sofreu alterações ao longo do tempo. Na primeira fase o Direito contido
nos tratados era consuetudinário e os acordos tinham caráter bilateral, ou seja, eram
celebrados por dois Estados para resolver problemas em comum. Neta época vigorava o Ius
Representaciones, segundo o qual o tratado era celebrado apenas por uma só pessoa, sem
participação de outras instâncias ou órgãos.

Na segunda fase houve ampliação do acervo normativo por meio do aprimoramento das
normas consuetudinárias que passaram, também, a serem mais detalhadas. Neste período
começa a haver envolvimento dos órgãos internos (mais de 1 pessoa).

Na terceira fase as organizações internacionais passam também a celebrar acordos


internacionais, ao invés de apenas os Estados. As regras costumeiras passaram a ser
codificadas e surgiram tratados disciplinando a celebração de tratados por meio de normas
convencionais, como a Convenção de Viena de 1969 (entre Estados) e de 1986 (tratados
envolvendo organizações internacionais).

CONCEITO:

Tratado Internacional é todo acordo formal entre sujeitos de Direito Internacional destinado a
produzir efeitos jurídicos. Identificados pela forma de produção e forma final, nunca pelo
conteúdo que é variável.

Não há diferença entre tratados e convenções; ou qualquer outro termo, com exceção da
“concordata” que se refere àqueles tratados celebrados entre a Santa Sé e um Estado para
regular relações com a Igreja Católica.

 Formalidade: devem ter forma escrita e documental imprescindível à sua celebração,


NÃO há tratado verbal.
 Partes: somente sujeitos de DIP, ou seja, apenas pessoas jurídicas de direito externo
(estados e organizações), nunca empresas privadas.
 Efeitos Jurídicos: criação de obrigação jurídica, não basta mera sintonia de interesses,
faz-se necessária a presença do Ius Contraendi que os diferencia de um mero
gentleman’s agreement (acordo de vontades sem obrigação, sintonia).

CLASSIFICAÇÃO:

 QUANTO AO NÚMEOR DE PARTES:


Podem ser bilaterais ou multilaterais. Nos bilaterais não há reserva (estado não
cumpre parte do tratado) e a denúncia tem o poder de findá-los, ao passo que a
denúncia nos multilaterais resulta apenas na exclusão do membro.
 QUANTO A NATUREZA DAS NORMAS: contratuais se regulam situação específica entre
dois Estados ou Normativa (lei) se criam regras gerais objetivas de Direito
(vereinbarung).
 QUANTO A EXECUÇÃO NO TEMPO:
 Dispositivos: regulam situações estáticas – também chamados de transitórios
porque celebrou e acabou. Ex.: fronteira.
 Execução prolongada no tempo: regula situação dinâmica compreendendo
múltiplas operações – também chamado de permanente porque se roblonga
no tempo. Ex.: acordo comercial.
 QUANTO A EXECUÇÃO NO ESPAÇO:
Vinculação total ou parcial do território do signatário.
 QUANTO AO PROCEDIMENTO:
 Procedimento Longo: negociação, apreciação interna e celebração.
 Procedimento breve: negociação e celebração.

*Acordos Executivos são aqueles tratados celebrados sem consulta prévia ao parlamento. Não
são necessariamente breves porque pode haver apreciação interna por parte de outros órgãos
que não legislativo que pode, também pré autorizar a celebração em geral dentro de certos
parâmetros. Além disso, a classificação quanto ao procedimento está no tratado (menciona
ratificação interna ou não) enquanto acordo executivo é definido pelo pactuante.

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