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AULA 1 - O MODELO DA ECONOMIA

CLÁSSICA

José R.N. Chiappin-Departamento de E onomia, FEA, USP

April 28, 2021


0.1 Introdu tion

A teoria e modelo lássi o da e onomia tornou-se numa referen ia funda-


mental e o ponto de partida para a onstrução das novos modelos de e ono-
mia. Vamos assumir que toda teoria ou modelo é denido por um sistema
de equações. Mais, vamos assumir que podemos dividir todas as variáveis da
e onomia em duas:
W
As variáveis endógenas, por exemplo, Y, W,P, , L. Essas variáveis são
P
determinadas pelo modelo.
As variáveis exógenas, por exemplo, K o , M o , a função oferta de trabalho,
S, V o , a função produção, F, que des reve a te nologia.
Hipóteses e prin ípios.
Uma das hipóteses é de que a variável, K , representando os bens de
apital são onstantes, K o .
Alguns prin ípios pare em ser omuns à maioria dos lássi os:
Os preços são relativos, exíveis, e, portanto, que o mer ado, sob ajuste
destes preços, se auto regula. Ex essos so podem o orrer temporariamente
pois o mer ado sempre se en ontrará no equilíbrio dada a ação de ajuste dos
preços.
Quando pela ação externa o mer ado sai do equilíbrio, omo os preços são
exíveis, estes se ajustam para fazer om que o mer ado retorne ao equilíbrio.
Este prin ípio da relatividade dos preços forne em o apoio ne essário para
o fun ionamento da lei de Say e da teoria da quantidade da moeda
A lei de Say assim omo a teoria quantidade da moeda.
A lei de Say arm que A OFERTA CRIA E PORTANTO DETERMINA
A SUA DEMANDA. Em outras palavras, ela arma que todos os bens pro-
duzidos na e onomia serão omprados(pois os preços se ajustam para serem
omprados).
A teoria da quantidade da moeda é onsiderada pela teoria lassi a omo

1
uma teoria geral da determinação do preço. Basta olhar na equação para

on luir esse ponto.,

0.2 O modelo lássi o da e onomia: mer ado

real e monetário

O mer ado real, podemos dizer deste modo, é onstituído do mer ado de

trabalho, da função de produção, e, o mer ado monetário é onstituído da

teoria da quantidade da moeda.

O mer ado de trabalho omo todos os mer ados é formado da urva da

demanda, da urva da oferta, e, das ondições de equilíbrio.

A função de produção é dada omo função de dois insusmos, L, força de

trabalho, e K, bens de apital(infraestrutura), Y é a produção, F é interpre-

tada omo a te nologia que transforma insumos em produto.

Y=F(L,Ko )(1)

O mer ado de trabalho omo todos os mer ados é formado da urva da

demanda, da urva da oferta, e, das ondições de equilíbrio . A urva da

demanda por trabalho é dado

W d
( ) = F ′ (L, K o )(2)
P

Onde W é o salário nominal, P é nível de preço, L é a força de trabalhop, K

é o apital.

∂F
F′ = (3)
∂L
Essa função demanda vem do omportamento otimizador do agente e o-

nomi o, a empresa, que se omporta, para maximizar seu lu ro.

2
Como os agentes e onmi os são ra ionais, portanto maximizadoras, temos

que as empresas bus am maximizar seus lu ros.

Deste omportamento, junto om a função de produção, podemos extrair

a função demanda por trabalho.

Esse é o roteiro para a onstrução da função demanda por trabalho.

No aso de uma empresa que se omporta omo em um mer ado de om-

petição perfeita, temos, om o preço do produto dado, e também dos insumos,

maxL [P F (L, K̄) − (W L + rK̄)](4)

Condição de maximização da função de produção no mer ado de ompetição

perfeita,tanto para os produtos quanto para os insumos, portanto, que os

preços do produto e dos insumos são dados

Condição de primeira ordem da maximização gera

∂F
P( )=W (5)
∂L
Portanto, obtemos que o salário real é igual ao produto marginal do tra-

balho

W ∂F
( )= = P ML = f (L)(6)
P ∂L

A oferta de trabalho é dado pela equação

W o
( ) = S(L) (7)
P
Enquanto a ondição de equilíbrio é dada por

W o W
( ) = ( )d (8)
P P

3
Figure 1: gra os trabalho e produ ao

Consisdere agora o mer ado monetário. Na teoria lássi a vigora a teoria


quantitativa da moeda que é des rita pela seguinte equação

V
P = ( )Ms (9)
Y
Onde V é a velo idade de ir ulação da moeda, e, M, é quantidade de
moeda no mer ado. Quantidade esta ontrolada pel autoridade monetária.
Essa quantidade ontrolada pela autoridade monetária é dada por M = M o ,
portanto, se, onsideramos que a variável dada pela velo idade da ir ulação
é onhe ida externament, então, podemos es rever, essa relação dada pela
teoria da quantidade da moeda, omo

Vo
P =( )Mso (10)
Y
Outra relação que é importante ainda que é uma identidade, é dada por

W
W =( )P (11)
P
Consequên ias da teoria da e onomia lássi a.
Combinando a ondição de equilíbrio do mer ado de trabalho juntamento
om as equações da oferta e demanda.

W o W
( ) = ( )d (12)
P P

4
W o
( ) = S(L) (13)
P

W d
( ) = F ′ (L, K o ) (14)
P
Portanto, duas oisas iguais a uma ter eira são iguais entre si, desta forma

S(L) = F ′ (L, K o ) (15)


Como as funções (formas fun ionais) são dadas assim omo K o , temos
uma equação om uma in ógnita, portanto, podemos determinar Le , que é
força de trabalho de equilíbrio. Lembrando que,nesta on epção, quem quer
trabalho tem trabalho(isto o orre sempre, pois, eles ajustam os preços).
Desta forma, o mer ado de trabalho determina a quantidade da força de
trabalho de equilíbrio, Le .
Com esse valor de equilíbrio da força de trabalho, Le , fazendo uso, da
equação da demanda ou da oferta de trabalho,
W
1) determinamos o valor do salário real da e onomia , isto é,
P
W
( ) = S(Le ) = S(Le ) = F ′ (Le , K o ) (16)
P
2) junto om a função de produção,e om o valor da variável do bem de
apital, determinamos o valor da produção de equilíbrio do mer ado, Y e , isto
é,

Y e = F (Le , K o ) (17)
Utilizando esses valores determinados no mer ado de trabalho junto om
o valor da quantidade de moeda podemos, no mer ado monetário, om o uso
da teoria da quantidade da moeda, determinar o nivel de preço geral de
equilíbrio do mer ado, P e .

5
Re orrendo novamente
1)à teoria da quantidade da moeda,

V
P = ( )Ms (18)
Y
2) ao valor da variável exógena, portanto, determinada externamente, V o ,
assim omo
3)da variável quantidade de moeda, determinada pela autoridade mon-
etária, M o , 4), e, da variável produção, Y e , endógena, determinada pelo
mer ado de trabalho,
Obtemos, o valor do nível de preço de equilíbrio, P e , do mer ado onsti-
tuído do mer ado de trabalho e monetário

Vo
Pe = ( )M o (19)
Ye s
Com este valor do nível de preço geral de equilíbrio da e onomia e uti-
W
lizando a equação da identidade, e, o valor do salário real, ( )e ),
P
W e e
We = ( )P (20)
P
Obtemos, o valor do salário nominal, W e .
Há outras onsequên ias importantes desta teoria lássi a. Vamos lem-
W
brar que M , e, P são variáveis monetárias endógenas e que, Y , L, são
P
variáveis reais endógenas.
Desta onsideração podemos notar que, as variáveis reais são determi-
nadas pelo setor real da e onomia onstituída pelo mer ado de trabalho,
enquanto, as variáveis monetárias, são determinadas no mer ado monetário.
Contudo, enquanto as variáveis reais, através de Y , afetam o mer ado mon-
etário, fazendo-o dependente do mer ado real, a determinação das variáveis
reais são independentes das variáveis monetárias.

6
Segue-se das onsiderações a ima que alterações no valor da quantidade
de moeda nominal, M, ofertada pela autoridade monetária, não afetam os
valores de equilíbrio das variáveis reais, e, por isso, os lássi os onsideram a
moeda omo NEUTRA.
Essa separação entre o mer ado real e o mer ado monetário em que o
mer ado monetário não afeta o mer ado real é denominado de DICOTOMIA
CLÁSSICA.

0.3 Ilustração

Considere o seguine exemplo da teoria la±si a a ima.


1)Vamos onsiderar o mer ado do trabalho omo des rito por
1)a seguinte urva da demanda por trabalho
W
= 40 − 0.04L (21)
P
2)Curva da oferta por trab alho
W
= 26 + 0.1L (22)
P
Não esque endo que temos a ondição de equilíbrio

W o W
( ) = ( )d (23)
P P
Além disso, seja a seguinte, função de produção

Y = 40L − 0.02L2 (24)


2)O mer ado monetário é dado pela teoria da quantidade da moeda
numéri a

10
P = M (25)
Y
7
3)A identidade do salário real é dado por

W
W = P (26)
P
Seguindo o mesmo roteiro anterior, podemos obter, do mer ado de tra-
W
balho, tanto, o salário real, , quando Y , e, L.
P
Usando a ondição de equilíbrio,

40 − 0.04L = 26 + 0.1L (27)


Portanto, Le = 100
Com esse valor da força de trabalho empregado, e, usando a equação da
demanda ou da oferta por trabalho obtemos o valor do salário real, isto é,

W
= 40 − 0.04L = 40 − 0.04(100) = 40 − 4 = 36 (28)
P
E, também, podemos obter o valor da produção om o uso da função de
produção

Y = 40(100) − 0.02(100)2 = 4000 − (0.02)10000 = 4.000 − 200 = 3.800 (29)

Considerando que V o = 10, e, que a autoridade monetária oferta 912,então,


pela teoria da quantidade da moeda, podemos en ontrar o nivel de preço da
e onomia.

10 10
P = M= 912 = 2.4 (30)
Y 3800
Finalmente, om esse valores numéri os, podemos al ular também, o
valor do salário nominal, isto é,

W
W =( )P = (36)2.4 = 86.4 (31)
P

8
AULA 2 - MODELO AMPLIADO DA ECONOMIA CLÁSSICA

Nesta etapa vamos ompletar a onstrução teóri a do modelo da e onomia


lássi a omeçando om a adição dos grá os asso iados om os mer ados de
trabalho e monetário e depois om a adição do mer ado de produto/mer ado
de apital.
O objetivo de se onstruir um modelo e onmi o lassi o é de expli ar a
determinação do nível de preço(P, W/P, W, r) da e onomia, assim omo as
outras medidas e onmi as, omo, produção(Y), emprego(L), onsumo(C),
poupança(S) e investimento(I)
Tornando ainda mais pre isa as pressuposições do modelo lássi o pode-
mos men ionar
1)Todos os mer ados são plenamente ompetitivos, portanto, que os preços
são dados do ponto de vista dos ompradores e vendedores. Não há imper-
feição de mer ado, e, portanto, não há oligopólios e monopólios.
2)Preços(e taxas de juros) e salários são exíveis. Eles se ajustam on-
forme as ondições de mer ado até que o equilíbrio venha a ser atingido.
3)Os agentes são auto interessados e portanto ra ionais. Em termos e o-
nomi os podemos expressar omo a) as rmas bus am maximizar lu ros en-
quanto b) os indivíduos bus am maximizar seu bem estar expresso por sua
utilidade.
4)os indivíduos respondem a preços relativos antes do que a preços nom-
inais. Exempli ando, se o preço do afé ai e o preço do xá permane e o
mesmo, mais afé será omprado, pois, o seu preço relativo aiu(assim deve-
mos pensar o preço omo uma relação entre o preço nominal do afé dividido
pelo preço nominal do xá), por outro lado, se ambos os preços aem pela
mesma proporção, nada se altera, pois, o preço relativo não mudou. Na lin-
guagem e onmi a se diz que OS INDIVÍDUOS N O S O ENGANADOS
PELA ILUS O MONETÁRIA.

9
Uma onsequên ia desses pressupostos é que a e onomia está sempre no
pleno emprego, ou seja, quem está pro urando por trabalho en ontra tra-
balho(preços são exíveis) om pou o esforço e em pou o tempo. Numa
linguagem mais té ni a, é o nível de emprego em que não há desemprego de
demanda insu iente(wikipedia), isto é, sempre há demanda para quem quer
trabalhar.
O modelo lassi o adi ionado om o mer ado de produto.
Vamos des rever o mer ado de produto(outra forma de expressar a lei
de Say). O equilíbrio do mer ado do produto é dado pela igualdade entre a
poupança e o investimento.
A primeira oisa a per eber é que a função de produção neste modelo
lássi o é o instrumento para gerar o produto de pleno emprego(máximo
produto/renda a ser produzido) asso iado om o pleno emprego(do fator de
produção trabalho) determinado no mer ado de trabalho.
O mer ado de produto ou de apital tem uma função subsidiária, no
modelo lássi o, ( omo veremos abaixo) dado o pleno emprego(dos fatores de
produção, no aso, a força de trabalho, e, portanto, de Y(renda ou produto)),
de alo ar a produção entre onsumo(C) e investimento(I), que, omo pode
ser visto, tem na taxa de juros(r), o preço do apital, que realiza o equilíbrio
neste mer ado, isto é, de igualar a poupança om o investimento.

S=I (32)

Tanto a poupança quanto o investimento são funções da taxa de juros, por-


tanto,

S=S(r) (33)

I=I(r) (34)

Desta forma, a ondição de equilíbrio do mer ado do produto/mer ado de


apital é dado por

10
S(r)=I(r) (35)

A relação da poupança om a produção é dada pelo onsumo, denida omo

C=Y-S (36)

Desta forma podemos ombinar os três mer ados, trabalho, produto/ ap-
ital, monetário junto om a função de produção.

0.4 FORMALIZAÇ O DO MODELO AMPLI-

ADO DA ECONOMIA CLÁSSICA

Voltado para ontrastar mais adiante om o modelo keynesiano temos


aqui om o modelo lássi o que um pressuposto deste é que, omo men-
ionado, que o mer ado é de ompetição perfeita, portanto, que os preços,
do ponto de vista dos agentes são dados.
Na e onomia lássi a, o mer ado de trabalho não é apenas um de seus
mer ados, mas, um mer ado have.
As hipóteses de que os mer ados são de ompetição perfeita, que o indi-
víduo é um agente ra ional, portanto, que os preços são exíveis e se ajus-
tam rapidamente produzem omo onsequên ia que a e onomia está sempre
operando em pleno emprego, no seu estado e onmi o de produção poten ial.
Diferentemente, omo vamos ver, do modelo keynesiano, não há rigidez
salarial no modelo lássi o.
Desta forma, qualquer pertubação desta situação de equilíbrio de pleno
emprego tende a fazer operar me anismos da e onomia de mer ado de tal
modo a fazer que esta automati amente retorno à situação de pleno emprego.
O mer ado é assim interpretado omo tendo imbutido engrenagens de um
me anismo de feedba k negativo, apaz de, uma vez pertubado, restaurar

11
rapidamente, a situação de equilíbrio. A e onomia de mer ado é formada de
um me anismo auto regulador.
Esses pressupostos olo am omo problema fundamental da e onomia,
a ALOCAÇ O EFICIENTE DE RECURSOS ESCASSOS ENTRE FINS
ALTERNATIVOS E COMPETITIVOS, e, que este deve ser resolvido pela
onstrução de mer ados.
A razão para que o mer ado de trabalho assim omo a função de produção
sejam omponentes essen iais do modelo lássi o é que este tem entre suas
teses prin ipais a tese que toma a teoria do valor omo meio de determinar
os preços no mer ado.
Como vimos, usando a função de produção podemos entender que o valor
de um produto é determinado om base nos valores dos omponentes da
funçao de produção, ou seja, da te nologia, do salário do trabalho, e, do
preço dos itens de apital, os insumos, utilizado para produzir o produto.
A teoria do valor tem origem nos trabalhos de Lo ke sobre Se ond Treatise
of Government.
Revisando, outro pressuposto fundamental do modelo lássi o é de que o
indivíduo é um agente ra ional e auto interessado. Pressuposto que vem do
estabele imento, por Des artes, do fundamento ontológi o da nova imagem
do mundo, quando arma que, penso, logo existo, portanto que o o indivíduo
é um agente ra ional. Toda a nova imagem do mundo, in lusive a e onomia
de mer ado, é uma de orren ia desse prin ípio ontológi o fundamental.
Ainda outro omponente do modelo lássi o é a lei de Say em que a
produção ou a oferta determina a sua própria demanda. Daí ser a função de
produção um omponente importante do modelo. Isto signi a que quando a
e onomia produz uma determinada quantidade de produtos, ela,a e onomia,
gera, ao mesmo tempo, a quantidade de renda(salário real), ne essária, para
a aquisição desta quantidade determinada de produtos.O pro esso que ria a
produção é o mesmo pro esso que ria a renda su iente para a aquisição

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dessa p¯odução. Esta ideia reforça a outra ideia de que, om os preços
exíveis, a e onomia sempre en ontra-se em seu nível de pleno emprego.
A urva da Oferta Agregada (AS) gerada no mer ado de trabalho é sempre
uma urva verti al no nível de pleno emprego ou no nível do produto poten ial
da e onomia.
O aumento no preço do produto(P) tem seu orrespondente ou é om-
pensado pelo aumento dos ustos proveniente do aumento nos salário e dos
insumos (W). Não há por esta via um in entivo ao aumento da produção,
pois, não há uma defasagem entre o preço do produto e dos insumos (W/P).
Sob essa ondição, a produção permane e onstante na forma de uma urva
verti al.
No modelo lássi o extendido assume-se o mer ado do produto ou do
apital é que a poupança é igual ao investimento(S=I).
A tese prin ipal deste modelo é que a e onomia está sempre, de orrente
dos mer ados operarem em ompetição perfeita, em pleno emprego. Os
preços e salários se ajustam livremente de tal modo que a e onomia está
sempre em pleno emprego, e, que, no mer ado de trabalho, quem pro ura
emprego, en ontra, e, que todos os re ursos estão sendo plenamente emprega-
dos, desta forma, fazendo om que a e onomia sempre se en ontra no estado
e onmi o de pleno emprego, ou em seu estado e onmi o de produto poten-
ial. Nesta on epção da e onomia o indivíduo ra ional pode ser entendido
omo se omportando omo onsumidor e omo empresário.
Neste ontexto, podemos também pensar que o onsumidor pode poupar
parte de sua renda, e, neste aso, não haveria su iente para a aquisição
de toda a produção. A e onomia lássi a assim entendeu que havia outra
igualdade importante, e que era entre a poupança S om o investimento, ou
seja, S=I.
A taxa de juros seria a espé ie de preço apaz de estabele er essa igual-
dade, S(r) = I(r), que se daria também rapidamente, graça à tese geral da

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exibilidade dos preços.
A taxa de juros sendo determinada pela demanda e oferta de fundos
disponíveis para esse m. Há indivíduos de itários, que são empresários
bus ando nan iamento para investir em sua produção, que gastam mais
do que ganham, e, estes são demandadores de fundos, e indivíduos superav-
itários, uma forma de empresário que tem omo produto, dinheiro disponi-
bilizado para ser emprestado, que ganham mais do que gastam, e, portanto,
são ofertadores de fundos.
A igualdade entre esses fundos é determinada pela taxa de juros, que
é o preço do dinheiro disponível para ser emprestado, a re ompensa por
disponibilizar dinheiro para ser emprestado, e tomado emprestado, enm, o
valor a ser pago para nan iar o investimento.
Desta forma, omo ja zemos, podemos es rever os três primeiros om-
ponentes do modelo lássi o, que são su ientes, onsiderando K = te para
determinar os valores de equilíbrio do mer ado de trabalho, que são o salário
W
real ( )∗ assim omo, a quantidade de trabalho, L∗ , e, via a função de pro-
P
dução podemos determinar a produção de pleno emprego, Y ∗ .

Y = F (L, K̄)(37)




∂F (L, K̄)

 W
( )d = (38)



 P ∂L



W W
( )o = (L)(39)

 P P
Wo

 W d
)(40)


 ( ) = (
P P




(41)

O mer ado de trabalho om a função de produção a abam por denir os


W
valores das variáveis reais, ( )∗ , L∗ , e, Y ∗ .
P
Como ja vimos também, o seguinte omponente importante do modelo

14
lássi o é o mer ado monetário que é ompletamente denido por sua teoria
da quantidade da moeda. Segundo essa teoria da quantidade da moeda preço
nominal P é propor ional à quantidade da moeda M, uma vez assumidos que
a velo idade da moeda é onstante, no urto prazo, e o valor da produção de
pleno emprego é onhe ido a partir do mer ado de trabalho e da função de
produção da e onomia.
Desta forma, onhe ido a quantidade de moeda estabele ido pelo Ban o
Central  a determinado o valor do nível de preço da e onomia, a partir da
equação da teoria da quantidade da moeda,


P = M (42)
Y∗
Da ombinação destes dois mer ados, trabalho e monetário, podemos de-
terminar o nivel de preço da e onomia. Fazendo uso do valor do preço nomi-
nal da e onomia, om P ∗ ,e também do salário real determinado no mer ado
W
de trabalho, ( )∗ ,obtemos o valor do salário nominal, W .
P

W ∗ ∗
W∗ = ( ) P (43)
P

Segue-se, desta forma, das duas equações a determinação dos valores das
variáveis monetárias, P ∗ e W ∗ .
Fi a laro a separação em dois domínios o modelo lássi o:1) o domínio
do mer ado de trabalho no qual são determinados os valores das variáveis
W
reais ( )∗ , L∗ , e, Y ∗ , 2) o domínio denido pela teoria da quantidade da
P
moeda, em que são denidos os valores da variáveis monetárias, P ∗ e W ∗ .
Pode-se observar que as variáveis reais, omo Y ∗ , determinam as variáveis
monetárias, mas, as variáveis monetárias, não alteram os valores das variáveis
reais.
Esta observação levou os e onomistas lássi os dizerem que a moeda é
neutra, não tendo ondições de afetar as variáveis reais, e, one tado a esse

15
resultado, a di otomia lássi a, om a separação do setor das variáveis reais,
formado do mer ado de trabalho, e o setor das variáveis monetárias, formado
do mer ado monetário.
O setor real é fe hado em si mesmo no sentido de que o número de variáveis
é igual ao número de equações, onduzindo a determinar uma solução úni a
para o sistema assumido ertos valores omo dados
Isto não a onte e om o setor monetário que pre isa dos valores deter-
minados no setor real para determinar suas variáveis monetárias, omo por
exemplo, o valor do produto ou da renda Y ∗ , o qual, om o valor da quanti-
dade de moeda, e, o pressuposto da onstân ia da velo idade de ir ulação de
moeda, permitem determinar o valor da variável monetária, nível de preço da
e onomia, que, por sua vez, ajuda a determinar a outra variável monetária,
ou seja, o salário nominal W .
Podemos notar que as variáveis nominais, determinada no setor mon-
etário, não tem omo inuen iar as variáveis reais uma vez que o setor real
é fe hado e autosu iente om o número de variáveis igual ao número de
equações.
Para tornar o modelo lássi o um pou o mais omplexo e mais ompleto
adi ionamos o mer ado do produto através dos on eitos de poupança e in-
vestimento.

= Y − C (44)


 S

= S(r) (45)

S





I = I(r) (46)

(47)

I =S




(48)

Combinando este mer ado, mer ado do produto, om o mer ado de trabalho
W
podemos determinar um onjunto ampliado de variáveis reais omo ( )∗ ,L∗ ,
P
Y ∗ ,S ∗ , I ∗ ,r∗ , C ∗ . Devemos atentar para o fato que o juros é o juros real.

16
A ESTRUTURA DA ECONOMIA CLÁSSICA

MERCADOS COMPONENTES
W dF
Mer ado de trabalho ( )d =
P dL
Wo
Mer ado de trabalho = S(L)
P
Função de produção Y = F (L, K o )
Vo o
Mer ado Monetário P = M
Y s
Mer ado de Produto-Capital S = S(r)
MP-C I = I(r)
MP-C I=S
MP-C C =Y −S
W
Identidade Salarial W =
P

0.5 Intera ão, a neutralidade da moeda, e a di-

otomia lassi a

A PARTE REAL DA ECONOMIA CLÁSSICA

MERCADOS COMPONENTES
W dF
Mer ado de trabalho ( )d =
P dL
Wo
Mer ado de trabalho = S(L)
P
Função de produção Y = F (L, K o )
Mer ado de Produto-Capital S = S(r)
MP-C I = I(r)
MP-C I=S
MP-C C =Y −S
W
Identidade Salarial W =
P
Como podemos ver as variáveis endógenas reais determinadas(sete equações

17
W
sete veriáveis) na parte real da e onomia lássi a são: L, , Y, S, I, C, r(taxa
P
de juros real diferente da taxa de juros nominal r=i-inação. Essa variávies
podem ser usadas na parte monetária da e onomia lássi a

A PARTE MONETÁRIA DA ECONOMIA CLÁSSICA


MERCADOS COMPONENTES
Mer ado Monetário V o
P = M o
s
Y
hline Identidade Salarial
W
W =
P
Combinando a parte real om a parte monetária a abamos por determinar
as variáveis nominais P, e W. Como a parte real é independente da parte
monetária, uma vez que na parte real temos sete equações e sete variáveis,
podemos determinar todas as variáveis reais. Desta forma, a parte real é
independente da parte monetária. Assim, omo a quantidade de moeda não
afeta o valor das variáveis endógenas reais, diz-se que a moeda é neutra.
Podemos observar que, por sua vez, a parte monetária, om suas tres
variáveis monetárias, M, P, W, e uma real, e apenas duas equações, pre-
isa do auxílio da variável real(Y) e de uma variável exógena (M). Assim, a
parte monetária não é independente da parte real. Essa separaqção entre a
parte real que é autnoma, e a parte monetária que depende da parte real é
denominada de di otomia lássi a.

0.6 ILUSTRAÇ O DO MERCADO DE COM-

PETIÇ O PERFEITA COMO MERCADO

AUTO REGULADO

O equilíbrio de um mer ado de ompetição perfeita,e, portanto, de omo


ele se auto regula.

18
Vamos assumir o mer ado de produto om suas funções demanda e oferta
es ritas de maneira simpli ada omo

qtd = a − b.pt (49)






qts = c + d.pt (50)






qtd = qts (51)

dp


= k(q d − q s )(52)






 dt
p(0) = po (53)

A hando a o preço e quantidade de equilíbrio

qdt = qts (54)

a-b.p= +dp (55)

Com a > 0, b > 0, d > 0


Solução de equilíbrio

(a − c)
p= (56)
b+d
Construção da equação des revendo o omportamento do preço

dp
= k((a − b.p) − (c + d.p))(57)
dt

dp
= k((a − c) − (b + d).p)(58)
dt

Rees revendo

dp
+ k(b + d).p = k((a − c))(59)
dt

19
Como resolver uma equação diferen ial ordinária. Sempre será a soma da
solução da homogêna om a solução parti ular(da equação não homogêna),
isto é,

Y = yh + yp (60)

Vamos resolver primeiro a equação diferen ial ordinária homogênea, isto


é,

dph
+ k(b + d).p = 0(61)
dt

Adotamos o método de separação de variáveis

dph
= −k.(b + d).dt(62)
p

Integrando dos dois lados

dph
= −k.(b + d)dt = (63)
p

Ln ph (t) = −k.(b + d).t + B (64)

ph (t) = exp(−k.(b + d)t + B)(65)

Ou de modo equivalente

ph (t) = A exp(−k(b + d).t)(66)

Agora, vamos a har a solução parti ular da equação diferen ial ordinária
não homogenea, isto é,

dp
+ k(b + d).p = k(a − c)(67)
dt

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Vamos usar o método dos oe ientes inderminados. Nesta linha, omo o
termo não homogêneo é uma onstante, portanto, o oe iente indeterminado
é apenas uma onstante. Assumimos que

pp = B (68)
Substituir na equação diferen ial ordinária não homogênea, lembrando
que a derivada
o que resulta em

k(b+d).B=k(a- ) (69)

Portanto, temos a solução parti ular

(a − c)
pp = B == (70)
b+d
Como a solução da equação diferen ial ordinária não homogênea é a soma
da solução da homogênea e da solução parti ular, temos
a−c
p=Aexp(−k(b + d)t) + (71)
b+d
Com a ondição ini ial, isto é, p(0) = po em t = 0,
a−c
p(0)=po = A + (72)
b+d
Portanto,
a−c
po − = A(73)
b+d
Assim, a solução da equação diferen ial original é dada por
a−c a−c
p(t)=(po − ) exp(−k(b + d)t) + (74)
b+d b+d
a−c
Podemos ver que quando t − − > ∞ então p(t) > que é a solução
b+d
de equilíbrio.

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