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Disciplina: Antropologia III (FCA242)

Carga Horária: 60 horas / 4 Créditos

Professor Dr. Rodrigo Toniol (rodrigo.toniol@gmail,com)

Curso: Ciências Sociais

Período: 2021/1

Horário: 3ª feira (manhã)

Objetivos: Considerando que a antropologia que se apreende como contemporânea se


caracteriza, desde os anos 1970, por uma re exão crítica sobre os objetos e lócus de
estudo da disciplina, bem como sobre seus praticantes e sua escrita, o curso pretende
apresentar, à luz de perspectivas e debates teóricos especí cos, revisões de contextos,
conceitos e campos de estudo da prática pro ssional do antropólogo – o que deve ser
observado, sobretudo, a partir do enfrentamento de problemas epistemológicos,
metodológicos, éticos e políticos, assim como de responsabilidades especí cas. Para
tanto, inicia-se com a crítica pós-estruturalista, pós-moderna e pós-colonial e daí parte
para recolocar sob novas lentes problemas caros à disciplina, tais como as noções de
indivíduo, pessoa e sociedade; e polaridades como natureza/cultura; estrutura/prática.
Re etir-se-á ainda sobre o papel do autor, o estatuto da etnogra a e a vida pública dos
textos antropológicos.

Metodologia: A dinâmica será de aulas expositivas e de debate sobre a bibliogra a


selecionada. Também serão utilizados lmes, notícias de jornais, imagens e outras fontes
iconográ cas que servirão para o apoio aos diálogos realizados em sala de aula.

Ambiente virtual: Em decorrência da pandemia do coronavirus e das medidas de


isolamento social seguidas pela UFRJ, as aulas serão realizadas em ambiente virtual. Os
encontros e atividades serão realizados preferencialmente de modo síncrono e
excepcionalmente assíncrono. Todas as aulas serão gravadas e posteriormente
disponibilizadas aos estudantes. A plataforma utilizada será o Google Meet ou o Zoom.

Avaliação: A metodologia de avaliação será pactuada com os estudantes na primeira


aula do curso. Espera-se, contudo, que ao m do curso os estudantes entreguem uma
resenha crítica que articule, ao menos, duas aulas do curso.


Aula 1. Apresentação do curso

Aula 2. Antropologia a partir dos 1960: um sobrevoo

ORTNER, Sherry. “Teoria na antropologia desde os anos 60”. Mana [online]. 2011, vol.17,
n.2

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Complementares:

Goldman, Marcio. "Antropologia contemporânea, sociedades complexas e outras


questões." Anuário antropológico 93 (1995): 113-153.

Aula 3. Reenquadrando das bases

STRATHERN, Marilyn. Fora de Contexto: as cções persuasivas da antropologia. São


Paulo: Terceiro Nome, 2013.

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Complementares:

CALDEIRA, Teresa. “A presença do autor e a pós-modernidade em antropologia”. Novos


Estudos CEBRAP, n. 21, 1988.

Aula 4. Truque de Deus — antropologia e suas narrativas

CLIFFORD, James. “Sobre a autoridade etnográ ca”. A Experiência Etnográ ca:


Antropologia e Literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998.

CALDEIRA, Teresa. “A presença do autor e a pós-modernidade em antropologia”. Novos


Estudos CEBRAP, n. 21, 1988.

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Complementares:

James Cli ord e George Marcus (ed.) Introdução. In: A escrita da cultura. Poética e
política da etnogra a. Rio de Janeiro: Papéis Selvagens Edições/Eduerj, 2016

Aula 5. Cultura e o m da antropologia

WAGNER, Roy. Introdução; “A presunção da cultura” e “A cultura como criatividade”. In:


_____. A invenção da cultura. São Paulo, Cosac Naify, 2010.

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Complementares:

GOLDMAN, Marcio. Mais alguma antropologia. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2016.

Aula 6. Reabilitando a cultura


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CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. “Cultura” e cultura: conhecimentos tradicionais e
direitos intelectuais. In: _____. Cultura com aspas. São Paulo, Cosac Naify, pp.311-373.

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Complementares:

KUPER, Adam.“Cultura, identidade e diferença”. In: _____. Cultura a visão dos


antropólogos. Bauru: EDUSC, 2002, p. 287- 311.

SAHLINS, Marshall. Cultura e razão prática. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed, 2003.

Aula 7. Analogias poderosas: sociedade

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. “O conceito de Sociedade em Antropologia”. A


Inconstância da Alma Selvagem e Outros Ensaios de Antropologia. São Paulo: Cosac &
Naify, 2002.

STRATHERN, Marilyn. O conceito de sociedade está teoricamente obsoleto? IN:


___________ O efeito etnográ co. São Paulo: Cosac Naify, 2014.

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Complementares:

VIVEIROS de CASTRO, Eduardo. “Levi-Strauss, fundador do pós-estruturalismo”.


Conferência ao Colóquio Lévi-Strauss: un siglo de re exión, Museo Nacional de
Antropología, México, 19 de novembro de 2008.

Aula 8. Saberes Localizados

HARAWAY, Donna. 1995. Saberes Localizados: a questão da ciência para o feminismo e


o privilégio da perspectiva parcial. In Cadernos Pagu (5): pp. 07-41.

Aula 9. Quem é o nativo?

Viveiros de Castro, Eduardo. "O nativo relativo." Mana 8.1 (2002): 113-148. ———

Complementares:

GOLDMAN, Marcio. Alteridade e experiência: antropologia e teoria etnográ ca.


Etnográ ca, Vol. X (1), 2006, p. 161-173.

OVERING, Joanna. O xamã como construtor de mundos: Nelson Goodman na Amazônia.


Idéias, 1(2): 81-118, 1994

Aula 10. A grande partilha: natureza e cultura

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. "Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo


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ameríndio". Mana 2(2):115-144.

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Complementares:

STUTZMAN, Renato. “Natureza, cultura. Versão Americanista”. Ponto Urbe, 4: 2009.

DESCOLA, Philippe, and Horacio Pons. Más allá de naturaleza y cultura. Buenos Aires:
Amorrortu, 2012.

STRATHERN, Marilyn. “Sem natureza/ Sem cultura”. In: Strathern, Marilyn. O Efeito
Etnográ co e outros ensaios. São Paulo: Cosac & Naify, 2014.

Aula 11. Pós-colonialismo

Chatterjee, Partha (2004). Colonialismo, modernidade e política. Salvador: Editora da


Universidade Federal da Bahia.

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Complementares:

SAID, Edward (1990 [1978]). Orientalismo. São Paulo: Cia das Letra

Asad, Talal. "A construção da religião como uma categoria antropológica." Cadernos de
Campo (São Paulo, 1991) 19.19 (2010): 263-284.

Aula 12. Estrutura/Prática

ORTNER, Sherry. “Poder e Projetos: re exões sobre a agência”. In: GROSSI, Miriam
Pillar, ECKERT, Cornelia e FRY, Peter (Orgs). Conferências e Diálogos: saberes e práticas
antropológicas. Blumenau, Nova Letra, 2007, p. 45-80.

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Complementares:

ABU-LUGHOD, Lila. “Melodrama egípcio: uma tecnologia do sujeito moderno?”.


Cadernos Pagu, n. 21, p. 75-102, 2003.

MAHMOOD, SABA. “Teoria feminista, agência e sujeito liberatório: algumas re exões


sobre o revivalismo islâmico no Egipto”. In: Etnográ ca. V.10, n. 1. CRIA, Lisboa, 2006, p.
121-158.

RABINOW, Paul. “Sujeito e Governamentalidade: elementos do trabalho de Michel


Foucault”. In: ___________. Antropologia da Razão. RJ, Relume Dumará, 1999, p. 27-53.


ETCHEVERRY, Daniel e JARDIM, Denise. “Entrevista com Aihwa Ong”. In: Horizontes
Antropológicos, Porto Alegre, ano 15, n. 31, jan./jun. 2009, p. 321-328.

Aula 13. Modernidade e simetrias


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LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos. Editora 34, 1994. (partes a de nir)

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Complementares:

LATOUR, Bruno. Vida de laboratório (partes a de nir)

LATOUR, Bruno. “Como terminar uma tese de sociologia: pequeno diálogo entre um
aluno e seu professor (um tanto socrático)”. Cadernos de Campo. Revista dos Alunos do
PPGAS-USP vol. 15, n.14/15, 2006

Aula 14. Vitalizando o mundo

INGOLD, Tim. Estar Vivo. São Paulo: Vozes, 2015. (partes a de nir)

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Complementares:

STEIL, Carlos Alberto; CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. "Epistemologias ecológicas:


delimitando um conceito." Mana 20.1 (2014): 163-183.

Velho, Otávio. De Bateson a Ingold: passos na constituição de um paradigma ecológico.


In: Manda 2(7), 2001.

Aula 15. Outras narrativas, novos horizontes

Eduardo, Bruce Albert; Kopenawa, Davi. A queda do céu: palavras de um xamã


yanomami. Companhia das Letras, 2015.

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