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Lucas Lima de Oliveira Nº USP 10816579

Resenha 3
O capítulo 3 de Política Pública, seus ciclos e subsistemas divide-se em quatro partes,
sendo as duas primeiras relacionadas ao contexto político econômico, bem como a
policy-making no estado capitalista democrático-liberal, já as duas últimas partes do capítulo
tratam de sistemas, subsistemas e regimes de políticas públicas.
No tocante ao contexto político econômico os autores buscam relacionar as
instituições “democracia” e “capitalismo” com os processos de desenvolvimento de políticas
públicas, pontuando a forma como no sistema capitalista empresas buscam influenciar
governos de forma direta por meio de associações empresariais e grupos de interesse, deste
modo a esfera econômica passa a intervir na esfera democrática com empresas financiando
partidos e influenciando o sistema eleitoral e consequentemente os policy-makers.
Neste contexto as instituições democráticas surgem como um importante ator na
moderação do capitalismo sobre as políticas públicas, no entanto essa relação tende ao
desequilíbrio uma vez que no sistema neo-liberal o estado é considerado como um fato a ser
restringido, restringindo assim sua capacidade de moderação. Dado este contexto as políticas
públicas passam a servir não mais a direitos coletivos, mas a direitos individuais, sendo as
policy-makers conduzidas e concentradas em grupos de interesses, que geram políticas
contraditórias e ineficazes.
Além das pressões de grupos de interesse, políticas públicas no estado liberal também
sofrem a influência de sistemas internacionais, uma vez que no sistema capitalista a soberania
de uma nação depende de sua riqueza econômica e do grau de seus subsistemas resistirem a
intervenções externas, tais fatores afetam as nações de maneira desigual, onde nações
economicamentes fortes possuem maior nível de autonomia em relação a nações
economicamente fracas. Por fim o capítulo é encerrado com a análise dos subsistemas-
administrativos, ressaltando a importância de compreender sua formação e paradigmas.
No capítulo 1 de Política Pública, seus ciclos e subsistemas os autores analisam a
definição de política pública, suas implicações metodológicas e seus modelos. No tocante a
definição de política pública os autores a caracterizam como uma resolução aplicada de
problemas em um contexto onde seus atores tentam compatibilizar obejtivos políticos com
meios políticos em duas dimensões, técnica e política, posteriormente são abordadas
diferentes visões de diferentes autores acerca do significado da dimensão tecno-política das
políticas públicas.
Apresentadas as definições os autores abordam implicações metodológicas para o
estudo de políticas públicas sendo estas fundamentadas por metodologias amplas, para além
de registros oficiais em leis e decisões oficiais, sendo necessário considerar a ação dos atores
estatais e societários, sendo as políticas públicas resultante da interação entre todos estes
atores, sendo por tanto necessária uma metodologia que aborde quadros de referência, análise
política, estudos políticos e seu conteúdo.
Ao final do capítulo são apresentados os 5 estágios do ciclo de políticas públicas, bem
como sua aplicação a resolução de problemas, como primeiro estágio temos a montagem de
agenda, que pode ser aplicada ao reconhecimento do problema em uma metodologia de
resolução, como segundo estágio temos a formulação da política, em que aplicam-se
propostas de solução, temos ainda a tomada de decisão política, relacionada a escolha de uma
solução e por fim as fases de implementação e avaliação da política, responsáveis pela
efetivação da solução e monitoração dos resultados, apresentado o ciclo são apontados alguns
pontos fracos do mesmo como a necessidade da criação de recursos mentais adicionais para
compreensão do mesmo, pelo fato de seu modelo simplista não iluminar questões mais
complexas e de múltiplos estágios na tomada de decisão política.
O capítulo 1 de Políticas Públicas, conceitos, casos práticos, questões de concurso
busca definir o conceito de políticas públicas bem como exemplificar seu uso em diversas
áreas. Em sua definição os autores caracterizam políticas públicas como diretrizes elaboradas
para enfrentar problemas públicos, sendo seus elementos compostos pela intencionalidade
pública e resposta a um problema público.
Para os autores existem três nós de políticas públicas, o primeiro deles relaciona-se a
elaboração de políticas públicas, neste primeiro nó temos duas abordagens, a primeira dela
defende que políticas públicas são feita pelo estado, enquanto a segunda defende o
protagonismo multicêntrico na elaboração das mesmas, para além das duas abordagens o
primeiro nó concluído com a constatação de que políticas públicas são definidas por sua
intenção de resolver problemas públicos. O segundo nó refere-se ao estado como detentor de
poder e caracteriza situações de omissão, negligência ou inação, por fim o terceiro nó
relaciona-se a tentativa de resolução de um problema público e o entendimento que diretrizes
operacionais também fazem parte do escopo de políticas públicas.
Por fim é utilizado o exemplo da Somália, evidenciando que regiões com fraca
presença governamental, tendem a apresentar problemas estruturais decorrentes da falta de
políticas públicas.

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