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analítica
vetorial
licenciatura em
matemática
Licenciatura em Matemática
Fortaleza, CE
2008
Créditos
Presidente Equipe Arte, Criação e Produção Visual
Luis Inácio Lula da Silva Benghson da Silveira Dantas
Ministro da Educação Davi Jucimon Monteiro
Fernando Haddad Diemano Bruno Lima Nóbrega
Germano José Barros Pinheiro
Secretário da SEED
Hommel Almeida de Barros Lima
Carlos Eduardo Bielschowsky
José Albério Beserra
Diretor de Educação a Distância José Stelio Sampaio Bastos Neto
Celso Costa Larissa Miranda Cunha
Reitor do IFCE Marco Augusto M. Oliveira Júnior
Cláudio Ricardo Gomes de Lima Navar de Medeiros Mendonça e Nascimento
Pró-Reitor de Ensino Renato Furtado de Mesquita
Gilmar Lopes Ribeiro Roland Gabriel Nogueira Molina
Diretora de EAD/IFCE e Equipe Web
Coordenadora UAB/IFCE Aline Mariana Bispo de Lima
Cassandra Ribeiro Joye Antonio de Pádua Madeiros Alves Filho
Benghson da Silveira Dantas
Vice-Coordenadora UAB
Fabrice Marc Joye
Régia Talina Silva Araujo
Luiz Alfredo Pereira Lima
Coordenador do Curso de Lucas do Amaral Saboya
Tecnologia em Hotelaria Marcos do Nascimento Portela
José Solon Sales e Silva Ricardo Werlang
Coordenador do Curso de Samantha Onofre Lóssio
Licenciatura em Matemática Tibério Bezerra Soares
Zelalber Gondim Guimarães Thuan Saraiva Nabuco
Elaboração do conteúdo Revisão Textual
Marcos Antônio de Macedo Aurea Suely Zavam
Colaborador Nukácia Meyre Araujo de Almeida
Marília Maia Moreira Revisão Web
Equipe Pedagógica e Design Instrucional Débora Liberato Arruda Hissa
Ana Claúdia Uchôa Araújo Saulo Garcia
Andrea Maria Rocha Rodrigues Logística
Cristiane Borges Braga Francisco Roberto Dias de Aguiar
Eliana Moreira de Oliveira Secretários
Gina Maria Porto de Aguiar Vieira Breno Giovanni Silva Araújo
Jane Fontes Guedes Francisca Venâncio da Silva
Lívia Maria de Lima Santiago
Auxiliar
Luciana Andrade Rodrigues
Zuila Sâmea Vieira de Araújo
Regina Santos Young
Maria Tatiana Gomes da Silva
Carla Anaíle Moreira de Oliveira
Catalogação na Fonte: Etelvina Marques (CRB 3 – Nº 615)
ISBN 978-85-475-0005-4
AULA 4 Reta 61
Tópico 1 Equações da reta 62
Tópico 2 Posições relativas entre duas retas 67
AULA 5 Plano 72
Tópico 1 Equações do plano 73
Tópico 2 Complemento sobre planos 80
AULA 6 Distâncias 84
Tópico 1 Distância envolvendo ponto e reta 85
Tópico 2 Distâncias envolvendo ponto e plano 91
AULA 7 Cônicas 96
Tópico 1 Elipse e círculo 97
Tópico 2 Hipérbole e parábola 102
6 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
APRESENTAÇÃO
Caro(a) aluno(a),
A disciplina Geometria Analítica Vetorial tem como objetivo familiarizar o aluno com os conceitos
fundamentais da Geometria Analítica e Vetores, fornecendo-lhe um conjunto de ferramentas
que permitam avançar nas disciplinas de Cálculo Diferencial e Integral, Física e Álgebra Linear.
A disciplina está estruturada em duas partes: vetores e geometria analítica. Na primeira parte,
são introduzidas as propriedades e operações com vetores de maior relevância, considerando
que o estudo desses elementos é de fundamental importância para compreensão e
entendimento da geometria analítica.
Na segunda parte, é realizado um estudo acerca das retas e dos planos no espaço
tridimensional, utilizando-se como ferramentas básicas as principais operações e
propriedades dos vetores, além de uma abordagem sobre transformação de coordenadas.
Como parte de sua avaliação, você deverá resolver, ao final de cada aula, um conjunto de
exercícios cujo grau de complexidade aumenta de forma gradativa desde os conceitos mais
básicos aos mais complexos.
Bons estudos!
APRESENTAÇÃO 7
AULA 1 Introdução a Vetores
Caro(a) aluno(a),
Objetivos
8 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
TÓPICO 1 Sistema de coordenadas
tridimensional
O bjetivos
• Apresentar a ferramenta básica para o estudo da
geometria analítica e vetores
• Identificar um ponto no sistema de coordenadas
tridimensionais
AULA 1 TÓPICO 1 9
Figura 1 – Sistema de eixos cartesianos
10 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
O produto x x = {(x, y, z) x, y, z ∈ } é o conjunto de todas as
triplas ordenadas de números reais e é denotado por 3. Existe uma correspondência
bijetora entre cada ponto P do espaço e triplas ordenadas (x, y, z) no 3, que é
chamado sistema coordenado retangular tridimensional.
Note que, se um ponto pertence a um
plano coordenado, uma de suas componentes é
nula. Em particular:
gua rde b e m isso ! • O ponto (0, y, z) pertence ao plano yz.
Em geometria analítica bidimensional, o gráfico • O ponto (x, 0, z) pertence ao plano xz.
de uma equação envolvendo x e y é uma curva • O ponto (x, y, 0) pertence ao plano xy.
em ²; na geometria analítica tridimensional, Se o ponto pertence a um eixo coordenado,
uma equação que envolve x, y e z representa uma duas de suas componentes é nula. Em particular:
superfície em ³. • O ponto (0, 0, z) pertence ao eixo 0z.
• O ponto (x, 0, 0) pertence ao eixo 0x.
• O ponto (0, y, 0) pertence ao eixo 0y.
Vejamos os exercícios resolvidos a seguir.
Exercício Resolvido
1. Que superfícies de 3 são representadas pelas seguintes equações?
a) x = 4 b) z = 5
Solução:
a) a equação x = 4 representa o conjunto {(x,y,z) / x = 4} que é o conjunto
de todos os pontos de com coordenada x = 4 . Isso representa um plano paralelo
3
ao plano yz interceptando o eixo x no ponto (x, 0, 0), como mostra a figura 4a.
b) a equação z = 5 representa o todos os pontos de 3 com coordenada z = 5
. Isso representa um plano paralelo ao plano xy interceptando o eixo z no ponto (0,
0, z), como mostra a figura 4b.
AULA 1 TÓPICO 1 11
1.2 DISTÂNCIA DE DOIS PONTOS
A fórmula bastante conhecida para a distância entre dois pontos em um
plano pode ser estendida para a seguinte fórmula tridimensional.
d(A,B) = AB = Dx2 + Dy2 + Dz2 em que A(x1 , y1 , z1 ) e B(x2 , y2 , z2 )
Para justificar esta fórmula, vamos construir um paralelepípedo, onde A e B
são vértices opostos e as faces são paralelas aos planos coordenados. Se A(x1 , y1 , z1 )
e B(x2 , y2 , z2 ) são vértices do poliedro (como indica a figura 5), então temos:
AC = x2 - x1 CD = y2 - y1 BD = z2 - z1
2 2 2
AD = AC + CD
Combinando as duas equações, vem...
AB 2= AC 2 + CD 2 + BD 2
AB 2= x2 - x1 2
+ y2 - y1 2
+ z2 - z1 2
AB = x2 - x1 2
+ y2 - y1 2
+ z2 - z1 2
fazendo Dx = x2 - x1 , Dy = y2 - y1 e Dz = z2 - z1 temos,
AB = Dx 2 + Dy 2 + Dz 2
Exercícios resolvidos
1. Qual a distância do ponto A(2, -1, 7) ao ponto B(1, -3, 5)?
Solução:
AB = (2 - 1) 2 + ( - 1 + 3) 2 + (7-5) 2
AB = 1 + 4 + 4 =3
12 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
2. Determine a equação da esfera de centro no ponto C(a, b, c) e raio r.
Solução:
A esfera, por definição, é o conjunto de todos os pontos P(x, y, z) cuja
distância a um ponto fixo C é uma constante r.
O ponto C pertence à esfera se, e somente se, PC = r , ou seja
r = (x - a) 2 + (y - b) 2 + (z - c) 2
(x - a) 2 + (y - b) 2 + (z - c) 2 = r 2
Em particular, se o centro é o ponto (0, 0, 0), a equação da esfera fica
x 2 + y 2 + z 2= r 2
AULA 1 TÓPICO 1 13
TÓPICO 2 Introdução a vetores
O bjetivos
• Introduzir a noção de vetor
• Identificar e realizar operações básicas com vetores no plano
14 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
2.1 DEFINIÇÕES
i) Em um segmento orientado XY, chama-
®
se vetor v (figura 6) o conjunto infinito de todos
sa i ba ma i s! Notações
1. Uma seta em cima de uma letra minúscula.
O Matemático Hermann Grassmann é conhecido ® ® ® ® ®
Cálculo Vetorial Geral, que possibilita o uso de 2. Uma letra minúscula sobrelinhada. Exemplos:
um número qualquer de dimensões. a, b , c, ... v , w .
3. Dois pontos que são origem e extremidade do
vetor.
→
Figura 7 - Na representação xy = x − y , x é a origem e y a extremidade do representante do vetor v
AULA 1 TÓPICO 2 15
ate n ç ão !
Quando já estiver fixado o sistema de coordenadas,
o representante de um vetor é aquele cuja origem
coincida com a origem do sistema.
→
Figura 8 - v = ( x1 , y1 , z1 )
®
ii) Módulo de um vetor v , indicado por v , representa o comprimento do
vetor. Por exemplo:
Figura 9 - v = 6 u.c
iii) Vetor nulo apresenta direção e sentido arbitrários e módulo igual a zero.
O vetor nulo tem coordenadas (0, 0, 0) e sua representação geométrica é a origem
do sistema de coordenadas.
iv) Vetor unitário é o vetor de módulo igual a 1.
®
v) Versor de um vetor v é o vetor unitário de mesma direção e sentido de
®
v.
® ®
Figura 10 – u é o versor de v
®
v ® ® ®
Observe que u = . Generalizando temos: Se u é versor de v , então
® 3
® v
u= .
v
® ® ®
vi) O vetor oposto de AB é o vetor BA indicado por - AB . Em outras
® ®
palavras, o vetor oposto de AB possui mesmo comprimento e direção de AB ,
porém sentido contrário.
→ ®
- AB é o oposto de BA
Figura 11−
16 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
vii) Dois vetores são colineares quando apresentam mesma direção.
De acordo com o exposto até o presente momento, concluímos que podemos
associar o conceito de vetor à ideia de translação. A mesma ideia não se transfere
para retas paralelas, tendo em vista que elas apresentam posições fixas. Portanto
duas retas paralelas e distintas jamais serão colineares.
® ® ®
viii) Três vetores u, v e w são coplanares quando tiverem representantes
paralelos ao mesmo plano.
® ® ® ® ® ®
Figura 12 – u , v e w são coplanares. Figura 13 – u , v e w não são coplanares
AULA 1 TÓPICO 2 17
→ → → →
Figura 14 – u = 3. v Figura 15 – u = −3. v
®
A. A regra do paralelogramo é muito utilizada na
Figura 16 – A soma s representa a diagonal de um paralelogramo
composição de forças em Física.
cujos lados são os vetores u e v
Exercícios resolvidos
® ®
1. Dados os vetores u e v da figura, mostrar um representante do vetor:
® ®
a) u - v
® ®
b) v - u
® ®
c) u - 2 v
18 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Solução:
a) b)
c)
® ®
2. Determine o módulo do vetor soma dos vetores u e v , ortogonais, tais
® ®
que u =3 e v =4.
Solução:
Tendo em vista que os vetores são ortogonais, consideremos dois
® ®
representantes de u e v de mesma origem e em seguida aplicamos a regra do
paralelogramo.
AULA 1 TÓPICO 2 19
Estudamos vetores do ponto de vista
geométrico, no caso, eles eram representados
por segmentos de reta orientados. A partir do
próximo tópico, apresentaremos uma outra ate n ç ão !
forma de representá-los: os segmentos orientados
Quando os vetores não forem ortogonais, basta
estarão relacionados com os sistemas de eixos
usar a lei dos cossenos.
cartesianos do espaço.
20 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
TÓPICO 3 Decomposição no plano
e no espaço
O bjetivos
• Definir combinação linear
• Introduzir o conceito de base canônica
• Definir operações com vetores representados por ponto
no plano e no espaço
® ® ®
Figura 18 – Decomposição de v nas direções de v 1 e v 2
AULA 1 TÓPICO 3 21
3.2 COMBINAÇÃO LINEAR DE VETORES
® ® ® ®
Sejam os vetores v1 , v2 , v3 , . . ., v n e os números reais k1 , k 2 , k3 , . . . , k n .
® ® ® ® ® ® ® ®
Diz-se que v é combinação linear de v1 , v2 , v3 , . . . , v n se v = k1 v1 + k2 v2
® ®
+...+ k n v n . Observe que v representa a soma vetorial dos múltiplos escalares de
® ® ® ®
v1 , v2 , v3 , . . . , v n .
® ® ® ® ® ®
Por exemplo, se v = 2v1 + 3v2 - 5v3 , então v é combinação linear de v1 ,
® ®
v2 e v3 .
Uma base é dita Ortonormal, se seus vetores forem ortogonais e unitários. Há
infinitas bases ortonormais no plano x0y e, vale destacar, uma delas chamada base
canônica (figura 19). A base canônica é formada por vetores cujos representantes
têm origem em 0 e extremidades nos pontos (1, 0) e (0, 1), cujas representações são
® ®
i e j , respectivamente.
→ → →
Figura 20 – ( v = x i + y j )
® ® ® ® ®
x i é a projeção ortogonal de v na direção i e y j a projeção de v na
®
direção de j .
® ® ® ® ® ®
v = x i + y j ( v como combinação linear de i e j )
® ®
v =(x, y) (expressão analítica de v1 )
22 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
3.3 OPERAÇÕES
® ®
Seja v1 = (x1 ,y1 ) , v 2 = (x2 ,y2 ) e k um número real diferente de zero.
a) Adição
→ ®
v 1 + v2 = (x1 ,y1 ) + (x2 ,y2 ) = (x1 + x2 , x2 + y2 )
Exemplo:
(2, -3) + (1, -2) = [(2 + 1) , (-3-2)] = (3, -5)
b) Multiplicação por k
Exercício resolvido
® ® ® ® ®
Sejam v1 = ( 5, 2 ) e v 2 = ( 1, 6 ) , calcule s = v1 + v2 e represente no
plano cartesiano.
Solução:
® ® ® ®
s = v1 + v2 Þ ( 5, 2 ) + ( 1, 6 ) Þ ( 6, 8 ) Þ s = ( 6, 8 )
® ®
Figura 21 - Diagonal do paralelogramo formado pelos vetores v1 e v2
®
Observe que s é a diagonal do paralelogramo.
AULA 1 TÓPICO 3 23
Figura 22 – Vetor definido por dois pontos
®
Observe que o vetor AB em que A( 1, 3) e B(3, -2) não possui origem no
®
ponto O do sistema. Então, para se determinar um representante de v com origem
® ®
em O do plano cartesiano, fazemos v = (3 - 1, - 2 - 3 ) Þ v = (2, - 5 ) .
®
Figura 23 - representação geométrica de v
Exercícios resolvidos
® ® ® 1® ® ®
1. Determine o vetor w na expressão 3w+ 2u = v+ w tal que u = (3, - 1)
® 2
e v = ( - 2, 4) .
Solução:
® ® 1® ®
A equação 3w+ 2u = v+ w pode ser resolvida como uma equação
2
numérica:
® ® ® ®
6w+ 4 u = v+ 2w
® ® ® ®
6w- 2w = v- 4 u
® ® ®
4 w = v- 4 u
®
® 1 ®
w = v- u
4 ® ®
Substituindo u e v na equação, temos
® 1
w = (-2, 4) - ( 3, -1)
4
® 1
w = ( - , 1) - ( 3, -1)
2
® 7
w = ( - , 2)
2
24 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
2. Dados os pontos A(-1, 2), B(4, 3) e C(1, 5), determine D(x, y) de tal forma
® 1 ®
que CD = AB .
3
Solução:
®
CD = C - D = (1, 5) - (x, y) = ( 1 - x, 5-y )
®
AB = B - A = (4, 3) - ( - 1, 2) = ( 4 + 1, 3 - 2 ) = ( 5, 1 )
Logo
1
(1 - x, 5 - y) = (5, 1)
3
æ5 1ö ìï
(1 - x, 5 - y) = ççè , ÷÷÷ø ïï 1 - x = 5
3 3 ïï 3
pela condição de igualdade, vem ï
í
ïï
ïï 1
ïï 5 - y =
ïî 3
2 14 æ 2 14 ö
Resolvendo o sistema encontramos x = - e y = , daí D çç- , ÷÷÷ .
3 3 è 3 3ø
{ }
® ®
Vimos que qualquer conjunto v1 , v 2
{˘˝˘˝ }
® ® ®
No espaço, qualquer conjunto 1 2 3
AULA 1 TÓPICO 3 25
® ® ® ® → ® ® ®
v = x i + y j + z k ( v como combinação linear dos vetores i , j , k )
® →
v = (x, y, z) (expressão analítica de v )
3.6 OPERAÇÕES
® ®
Sejam os vetores v1 = (x1 , y1 , z1 ) , v 2 = (x2 , y2 , z2 ) em um número real
® ®
a) v1 + v 2 = (x1 + x2 , y1 + y2 , z1 + z2 )
®
b) m. v1 = (mx1 , my1 , mz1 )
® ®
c) v1 = v 2 Þ x1 = x2 , y1 = y2 e z1 = z2
Exercício resolvido
®
1. Dados dois pontos A(0, 1, -1 ) e B(1, 2, -1 ) e os vetores u = (-2, -1, 1 ) ,
® ®
v = (3, 0, -1 ) e w = (-2, 2, 2 ) , verifique se existem os números a1 , a 2 e a 3 tais
® ® ® ®
que w = a1 AB + a 2 u + a 3 v .
Solução:
®
Temos: AB = B - A = ( 1, 2, - 1) - ( 0, 1, - 1) = ( 1-0, 2 + ( - 1), - 1 + 1)
= ( 1, 1, 0) .
Substituindo os vetores na igualdade dada, resulta:
( - 2, 2, 2) = a1 .(1, 1, 0) + a 2 .(-2, - 1, 1) + a 3 .(3, 0, - 1)
ou
( - 2, 2, 2) = (a1 , a1 , 0) + (-2a 2 , -a 2 , a 2 ) + (3a 3 , 0, - a 3 )
Somando os três vetores do segundo membro, temos:
( - 2, 2, 2) = (a1 - 2a 2 + 3a 3, a1 - a 2 , a 2 - a 3 )
pela condição de igualdade de vetores, obteremos o sistema:
ìï a1 - 2a 2 + 3a 3 = -2
ïï
ïí a - a = 2
ïï 1 2
ïïî a2 - a3 = 2
cuja solução é a1 = 3, a 2 = 1 e a 3 = -1
26 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Esta é a condição de paralelismo de dois vetores, ou seja, dois vetores
são paralelos ou colineares quando suas componentes correspondentes são
proporcionais.
Exemplo:
Determine os valores de p e q para que sejam paralelos os vetores
® ®
u = (p + 1, 3, 1 ) e u = (4, 2, 2q-1 ) .
Solução
De acordo com a condição de paralelismo de vetores, temos
ì 2(p + 1) = 12
p +1 3
= =
1 ou ïïí resolvendo o sistema vem
4 2 2q - 1 ïïî 3(2q - 1) = 2
5
p=5 e q =
6
Vimos, neste tópico, que qualquer vetor do plano ou do espaço pode ser
expresso como combinação linear da base canônica-elemento que estará presente
em praticamente todas as aulas do nosso curso.
A próxima aula será dedicada ao estudo do produto interno de vetores, que
representa uma outra forma de multiplicação de vetores, além desta vista nesta
aula.
AULA 1 TÓPICO 3 27
AULA 2 Produto Interno
Caro(a) aluno(a),
Nesta aula será apresentada uma nova modalidade de multiplicação entre vetores,
cujo resultado é definido como Produto escalar ou Produto interno entre dois
vetores.
O produto interno (ou escalar) entre dois vetores u e v , denotado por u . v
ou u, v , e que nos fornece como resultado um número real, possui grande
aplicabilidade nas diversas áreas afins. Na matemática, por exemplo, entre outras
aplicações, o produto interno pode ser usado para resolver muitos problemas de
natureza geométrica.
Objetivos
28 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
TÓPICO 1 Representação geométrica
do produto interno
O bjetivos
• Definir produto interno sob o ponto de vista geométrico
• Usar o produto interno para resolver problemas
geométricos
Definição
® ®
Dados os vetores não nulos u e v , chama-se produto interno (ou escalar)
® ® ® ®
dos vetores u e v , denotado por u . v ou u,v (lê-se u escalar v), o número
®
real obtido pela multiplicação do módulo de um dos vetores (digamos u ) pelo
® ®
módulo da projeção ortogonal de v na direção de u (veja Figura 1).
® ®
Projeção de v na direção de u
® ®
u,v = u . v . cos q
® ® ®
Figura 1 - AC Projeção de v na direção de u
AULA 2 TÓPICO 1 29
® ®
v . cos q = projeção ortogonal de v na
®
direção de u .
® ®
AC é a projeção ortogonal de v na direção vo c ê sab i a?
® ® ®
de u , ou seja, AC = proj v . A operação de multiplicação escalar, de
® ®
Assim proj v = u . cos q importância fundamental em muitas áreas da
Matemática e da Física, foi criada por Grassmann
® ®
Observe que se q é o ângulo entre u e v : e por isso leva o seu nome.
π ® ®
i) Se 0 < θ < , cos q > 0 Þ u , v >
2
0;
π ® ®
ii) Se < θ < π , cos q < 0 Þ u,v
2
< 0;
π π ® ®
sai b a mai s !
iii) Se θ =, cos = 0 Þ u , v = 0.
2 2
A partir da observação (iii), podemos Você pode conhecer um pouco da história dos
® ®
concluir que, se os vetores u e v são ortogonais, vetores e da contribuição de Hermann Grassmann
lendo o texto sobre esse assunto disponível no
ou se um dos vetores é nulo, o produto interno
site http://ecalculo.if.usp.br/historia/grassmann.
a eles é nulo.
htm.
Por exemplo:
® ®
Os vetores i e j das bases canônicas são
unitárias e ortogonais, daí:
® ® ®
®
i . j = i . j . cos q , mas q = 90º (cos 90º = 0)
® ®
i. j =1.1.0=0
1.2 PROPRIEDADES
® ®
Sejam u e v dois vetores e k um número real diferente de zero:
® ® ® ®
® ®
® ® ®
®
a) u , v =u , uu
v ,, u
vv , v(comutativo);
® ® ® ® ® ®
b) k. u,v = k.u , v = u , k.v (associativo em relação a uma
constante k);
® ® ® ® ® ®
c) u , v+w = u,v + u,w ;
® ® ® 2
d) u . u = u .
Esta última pode ser facilmente demonstrada usando a definição de produto
interno
® ® ® ®
u . u = u . u . cos q .
Os vetores são colineares, portanto q = 0 e cos q = 1, logo:
30 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
® ® ® ® ® 2 ® ®
u . u = u . u .1 Þ u = u . u
Exercícios resolvidos
ate nção! ® ® ®
1.Calcule u,v tendo em vista que u
®
→ → →2 ®
u⋅ u ≠ u , pois u não é um número real, = (0, 3, 4) e v = (2, 3, 6).
→ 2
enquanto u = u ⋅ u Solução:
Observe que os vetores são colineares
(componentes correspondentes proporcionais),
daí q = 0 e cos q = 1.
®
u = 22 + 32 + 62 = 25 = 5
®
v = 2 +3 +6 =
2 2 2
49 = 7
Assim,
® ® ® ®
u v = u . v .cos q
® ®
u v = 5 . 7 . 1 = 35
2. Demonstre a lei dos cossenos: a 2 = b2 + c2 - 2bc.cosèq .
Solução:
® ® ®
Sejam a = CB , b = AC e c = AB .
® ® ®
Pela definição de diferença de dois vetores (cf. Aula 1) CB = AB- AC .
®
Multiplicando os dois lados da equação por CB , vem:
® ® ® ® ® ® ® 2 ® ®
® ®
CB . CB = ( AB - AC ) . CB , mas CB = ( AB - AC ), então CB = AB . AB -
® ® ® ®
2. AB . AC + AC . AC
® 2 ® 2 ® 2 ® ®
CB = AB + AC - 2. AB . AC .
Mas, pela definição de produto interno, temos:
® ® ® ®
AB . AC = AB . AC . cos q , Daí:
® 2 ® 2 ® 2 ® ®
CB = AB + AC - 2 . AB . AC . cos q .
® ® ®
Tendo em vista que a = CB , b = AC e c = AB , temos:
a 2 = b2 + c2 - 2bc.cos èq .
AULA 2 TÓPICO 1 31
® ® ® ® ®
3. Se a = 4 e b = 10, calcule a . b , sabendo que o ângulo entre a e
®
b é 120.
Solução:
1
cos 120º = - cos (180°-120°) = - cos 60º = -
2
® ® ® ® ® ® æ 1ö ® ®
a . b = a . b . cos q Þ a . b = 4 . 10 . ç- ÷÷ Þ a . b = -20.
çè 2 ø÷
Vimos, neste tópico, que o produto interno de dois vetores está diretamente
relacionado ao ângulo por eles formado e pode ser calculado multiplicando o
módulo de um deles pelo módulo da projeção do outro sobre ele. No próximo
tópico apresentaremos um método usado no calculo do produto interno a partir de
suas formas analíticas.
32 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
TÓPICO 2 Expressão cartesiana do
produto interno
O bjetivo
• Definir o produto interno a partir de suas formas
cartesianas
Definição
® ® ® ® ® ® ® ®
Sejam os vetores u = x1 i + y1 j + z1 k e v = x 2 i + y 2 j + z2 k ,
® ®
o produto interno dos vetores u e v em termos de coordenadas é dado por
x1x2 + y1y2 + z1z2 .
(x i + y ) ( )
® ® ® ® ® ® ® ®
Observe que u, v = u . v = 1 1 j + z1 k . x2 i + y2 j + z2 k ,
daí
® ® ® ® ® ® → → ® ®
u ,v = x1x2 i . i + x1y2 i . j + x1z2 i .k + y1x 2 j . i + y1y2 j . j +
® ® ® ® ® ®
y1z2 j. k + z1x2 k × i + z1y2 k . j + z1z2 k .k .
AULA 2 TÓPICO 2 33
Tendo em vista que:
→ →
i . i = 1
→ →
i . j = 1 Vetores colineares
→ →
k . k = 1
→ →
i . j = 0
→ →
i . k = 0 Vetores ortogonais
→ →
j . k = 0
então:
u, v = x1x2 + y1y2 + z1z2
Observe que, em termos de coordenadas, o produto interno é igual à soma
® ®
dos produtos das componentes correspondentes dos vetores u e v .
34 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
4) Deixamos a demonstração da propriedade 4 a seu cargo. Vamos lá?
Exercícios resolvidos
® ® ® ®
1. Determine o produto interno u, v , sendo u = 2 i + 3 j - 2 k e
® ® ®
v = i -3 j+ k .
Solução:
u, v = 2, 3, - 2 . 1, -3, 1 = 2.1 + 3.(-3) + (-2).1 = -9
® ®
2. Calcule o ângulo entre os vetores u = ( 2, 3, -1) e v = ( 1, -3, 1 )
Solução:
® ® ® ® u.v
u. v = u . v . cos q Þ cos q =
u . v
( 2, 3, -1 ) . (1, -3, 1)
Þ cos q =
2 + 32 + (-1)2 . 12 + (-3)2 + 12
2
2 - 9 -1 -8 -8
Þ cos q = Þ cos q = Þ q = arc cos
14 . 11 151 151
Solução:
A forma mais simples de provar a existência de um ângulo reto no triangulo
é mostrar que o produto escalar de dois vetores que representam os lados do
triângulo é nulo.
®
AB = ( 0, - 2, -2 )
®
AC = ( 0, -1, -3 )
®
BC = ( 0, 1, -1 )
Calculemos:
® ®
AB . AC = ( 0, -2, -2 ) . ( 0, -1, -3 ) = 0 + 2 + 6 = 8 ¹ 0
® ®
AB . BC = ( 0, -2, -2 ) . ( 0, -1, -1 ) = 0 - 2 + 2 = 0
® ® ® ®
Observando que AB . BC = 0 , o ângulo formado pelos vetores AB e BC
é reto. Logo DABC é retângulo.
® ®
4. Determine um vetor ortogonal a u = ( 1, -1, 0) e v = ( 1, 0, 1) .
Solução:
®
Seja w = ( x, y, z) o vetor procurado. Para que w seja ortogonal aos vetores
® ®
u e v , devemos ter:
AULA 2 TÓPICO 2 35
® ® ® ®
w . u = 0 e w . v = 0 . Assim:
® ®
w . u = ( x, y, z ) . ( 1, -1, 0 ) = 0 Þ x - y = 0
® ®
w . v = ( x, y, z ) . ( 1, 0, 1 ) = 0 Þ x + z = 0
ì x- y = 0
Podemos concluir que o sistema ïïí é indeterminado e sua solução
ïïî x + z = 0
é:
y=x
z = -x
® ®
Isto significa que os vetores ortogonais a u e v são do tipo (x, x -x) . Para
se determinar um deles, basta atribuir um número real a x. Assim, para x=2, temos
(2, 2, -2).
® ® ®
5. Os vetores u e v são colineares. Calcule v , conhecendo-se u = 2 i + j + k
® ®
e u . v=3
Solução:
®
Seja v = ( x, y, z ) , então temos:
® ®
a) Se u e v são colineares suas componentes correspondentes são
proporcionais, logo:
x y z
= = Þ x = 2y , y = z e x=2z [I]
2 1 1
® ®
b) u . v = 3 Þ ( 2, 1, 1 ) . ( x, y, z ) = 3 Þ 2x + y + z = 3 [II]
Substituindo I em II, resulta:
1
2. (2y) + y + y = 3 Þ y=
2
De x = 2y , vem x = 1
1
De y = z, concluímos que z =
2
® æ 1 1 ö÷ → → 1→ 1→
Portanto, v = çç1, , ÷ ou v = i + j+ k
è 2 2 ø÷ 2 2
→
6. Ache os vetores v = ( x , y
, z ) tais que:
®
i) v = 6
®
ii) v é ortogonal a u = ( 3, -3, 0 )
®
iii) v é ortogonal a w = ( 0, 2, - 1 )
Solução:
De (i) vem:
® ® ®
v= v.v Þ v = (x, y, z ) . ( x, y, z ) Þ v= x 2 + y 2 + z2
36 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Þ 6 = x 2 + y 2 + z2 Þ 6 = x 2 + y 2 + z2 [I]
® ®
De (ii) vem: v . u = 0 Þ (x, y, z ) . ( 3, -3, 0 ) = 0 Þ 3x - 3y = 0
Þ x = y [II]
® ®
De (iii) vem: v . w = 0 Þ (x, y, z ) . ( 0, 2, -1 ) = 0 Þ 2y - z = 0
Þ z = 2y [III]
Substituindo II e III em I vem:
6 = x2 + y2 + z2 Þ y2 + y2 + (2y)2 = 6 Þ y=± 1
De I e II temos: x = ± 1 e z = ± 2
Então: v = (± 1, ± 1, ± 2 )
Observamos, neste tópico, que o produto interno de dois vetores pode ser
facilmente obtido pela soma dos produtos das componentes correspondentes dos
vetores. No próximo tópico, abordaremos duas aplicações tradicionais do produto
interno.
AULA 2 TÓPICO 2 37
TÓPICO 3 Duas aplicações tradicionais
do produto interno
O bjetivos
• Determinar o ângulo diretor de um vetor, bem como conhecer
suas propriedades
• Usar o produto interno para calcular a projeção de um vetor na
direção de outro
®
Figura 3 - Ângulos diretores de v
→
a é o ângulo entre i e v
® ®
b é o ângulo entre j e v
® ®
g é o ângulo entre k e v
38 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
®
Seja v = ( x, y, z ) e, baseando-nos na definição de ângulos diretores, temos:
® ®
i .v (1, 0, 0) . (x, y, z ) x
cos a = Þ cos a = Þ cos a =
i . v v v
® ®
j .v (0, 1, 0) . (x, y, z ) y
cos b = Þ cos b = Þ cos b =
j . v v v
→ →
j .v (0, 0, 1) . (x, y, z ) z
cos γ = Þ cos g = Þ cos g =
j . v v v
3.2 PROPRIEDADES
® ®
1. As componentes do versor u de um vetor v são os cossenos diretores de v .
® ®
Seja u o versor de um vetor v = (x, y, z ), então:
®
v (x,y,z) æ x y z ÷÷ö
u= Þ u= Þ u = ççç , , ÷ ou seja:
v v èç v v v ø÷
®
u = (cos a , cos b e cos g )
®
2. Tendo em vista que o versor de u é um vetor unitário, então u = 1 , ou
seja:
®
u = (cos a , cos b e cos g ) = 1
mas:
®
u = cos2 a + cos 2 b + cos2 g = 1
então:
cos 2a + cos 2 b + cos 2 g = 1
Exercícios resolvidos
1. Dados os pontos A(2, 2, -3 ) e B(3, 1, -3) , calcule os ângulos diretores do
®
vetor AB .
Solução:
®
AB = B - A = (1, -1, 0 )
®
AB = (-1)2 + 12 + 02 = 2
x -1
cos a = Þ cos a = Þ a = 45°
® 2
AB
y -1 2
cos b = ®
Þ cos b = =- Þ b = 135°
2 2
AB
AULA 2 TÓPICO 3 39
z 0
cos g = ®
Þ cos g = =0 Þ g = 90°
2
AB
®
Podemos observar que, como g = 90° , o vetor AB é ortogonal ao eixo z
ou ao vetor k da base canônica. Assim, sempre que a terceira componente de um
vetor for nula, ele é ortogonal ao eixo z. De modo semelhante, o vetor do tipo (0, y,
z ) é ortogonal ao eixo x e o vetor do tipo (x, 0, z) é ortogonal ao eixo y.
2. Determine o versor de v = 6 j + 8k
Solução:
Seja u o vetor de v , assim u = (cos a , cos b, cos g ) . Por outro lado
v = 0 + 62 + 82 = 10
x 0
cos a = Þ cos a = Þ cos a = 0
v 10
y 6 3
cos b = Þ cos b = Þ cos b =
v 10 5
z 8 4
cos g = Þ cos g = Þ cos g =
v 10 5
æ 3 4ö
Assim, u = çç0, , ÷÷÷ .
è 5 5ø
Observe que u = 1 já que u é versor de v . Confira você mesmo!
® ® ®
Figura 4 – O vetor w é projeção ortogonal de v na direção de u
® ® ® ® ®
Uma vez que w é a projeção de v na direção de u , escrevemos w = proj ® v .
U
40 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Do triângulo retângulo ABC, vem: ® ® ® ®
® ® ® u.v ® u.v
w = v .cos q Þ w = v . ® ®
Þ w =. ®
[I]
u . v u
® ®
w e u são colineares, daí:
® ®
w = k u ( k é um número real)
Segue-se que:
® ® ®
1
w =. k . u Þ k = w . ® [II]
u
æ® ® ö÷ ®
® ® çu . v ÷÷ . u
w = proj v = çç ® ® ÷÷
®
çç
ø÷
U
èu . u
Exercício resolvido
®
1. Determine o módulo do vetor projeção de v = ( 2, 1, 1 ) na direção do
®
vetor u = ( 3 , -2, 0 ) .
Solução:
Podemos resolver este problema de duas formas:
® ®
Determinamos a projeção de v sobre u usando a fórmula
æ ® ® ö÷ ®
® ® çu . v
w = proj ® v = çç ® ® ÷÷÷ . u , em seguida, calculamos o seu módulo. Vejamos:
çç ÷
è u . u ø÷
U
® æ (3, -2, 0 ) . ( 2, 1, 1) ö÷
proj ® v = ççç ÷ . ( 3, -2, 0 )
U çè ( 3, -2, 0 ). ( 3, -2, 0 ) ø÷÷
® æ 6 -2 + 0 ÷÷ö . ( 3, -2, 4 ) Þ proj
® 4
Þ proj ® v = ççç ÷ø ® v= . ( 3, -2, 0 )
U è 9 + 4+ 0 U 13
® æ 12 8 ö
Þ proj ® v = çç , - , 0 ÷÷÷
U è 13 13 ø
AULA 2 TÓPICO 3 41
®
Calculando o módulo de proj ® v , temos:
U
2 2
® æ12 ÷ö æ 8 ÷ö ® 208 4 13
proj® v = çç ÷ + çç ÷ + 0 Þ proj® v = =
U è13 ÷ø è13 ÷ø U 169 13
® ®
® u.v
b) Calculando o módulo diretamente pela fórmula w =. ®
ou
® ®
® u.v u
proj® v = . ®
, temos:
U
u ® ®
® u.v ® ( 3, -2, 0 ). (2, 1, 1 )
proj® v = . Þ proj® v = .
U
® U ( 3, -2, 0 )
u
® 6-2 + 0 4 4 13
proj® v =
=. = =
U 9+4 13 13
42 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
AULA 3 Produto vetorial
Caro(a) aluno(a),
Objetivos
AULA 3 43
TÓPICO 1 Produto vetorial
O bjetivos
• Introduzir a noção de produto vetorial do ponto de vista
geométrico e analítico
• Descrever algumas propriedades e aplicações do produto
vetorial
OBSERVAÇÕES
A multiplicação vetorial foi criada por J. Gibbs.
Os seguintes produtos vetoriais merecem atenção especial:
® ® ® ®
u.v = u . v . cos q (verdadeiro)
® ® ® ®
u x v = u . v . sen qè (falso)
® ®
u x v = u . v . sen è
q (verdadeiro)
1.1 DEFINIÇÃO
®
O produto vetorial de dois vetores u
®
e v não colineares, (tomados nesta ordem)
® ®
representado por u x v , é um terceiro vetor
com as seguintes características: sai b a mai s !
® ®
i) Direção: O vetor u x v é perpendicular Acesse o site http://www.fem.unicamp.
® ®
aos vetores u e v simultaneamente; br/~em313/paginas/person/gibbs.htm e conheça
® ® ® ®
ii) Sentido: Os vetores u , v e u x v , mais sobre o matemático Josiah Williard Gibbs,
nesta ordem, formam um triedro positivo; criador do produto externo (ou vetorial).
44 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
® ® ® ®
iii) Módulo: u x v = u . v . sen q , onde q é a medida do ângulo
® ®
entre u e v .
Figura 1 – Representação geométrica do produto vetorial u+v
1.2 PROPRIEDADES
® ®
1. u x u = 0.
® ®
2. u x v = 0 se:
a) um dos vetores for nulo.
® ®
b) u e v forem colineares, pois sen q = 0 quando q = 0 ou 180º.
3. O produto vetorial é anticomutativo, ou
® ® ® ® → → → →
seja, u x v = - v x u . Porém, u x v = v x u .
® ® ® ®
4. Associativo: m ( u x v ) = (m u ) x v =
® ®
ate nção! u x (m v).
® ® ®
As demonstrações das propriedades acima estão 5. Os vetores i , j e k , nesta ordem,
no tópico 3. representam um triedro positivo (como mostra
a figura 2).
AULA 3 TÓPICO 1 45
® ® ® ® ® ® ® ®
8. Se u ¹ 0 e èq é ângulo dos vetores u e v , então: u x v = u . v . sen q .
® ® ® ® ® ®
9. u x ( v x w) ¹ ( u x v) x w , o produto vetorial não é associativo.
(*)
® → ® ® ® ® ® ® ® ® ® ® ®
Considerando que i x i = 0, i x j = k , i x k = - j , j x i = - k , j x j =0,
® ® ® ® ® ® ® ® ® ® ® ® ® ®
j x k = i , k x i = j , k x j = - i e k x k = 0 e colocando i , j e k em evidência
na equação (*), temos:
® ® ® ® ®
u x v = ( y1 z2 - y2 z 1 ) i + ( x2 z 1 - x1 z2 ) j + ( x1 y2 - x2 y1 ) k
y1 y2 x1 x2
Observe que y1 z2 - y2 z 1 = , x2 z 1 - x1 z2 = e
z1 z2 z1 z2
x1 x2
x1 y2 - x2 - y1 =
y1 y2
® ® y1 y2 ® x1 x2 ® x1 x2 ®
Assim, u x v = . i - . j + .
z1 z2 z1 z2 y1 y2 k
46 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Exercícios resolvidos ®
® ® ® ® ® →
sa i ba ma i s! 1. Sendo u = 2 i + 3 j – k e v = i - j
® ® ® ® ®
+ 2 k , calcule u x v e v x u .
Revise o Teorema de Laplace acessando o site
disponível em https://www.youtube.com/ ® ® ®
watch?v=bNiw3CMGsK4. Solução: i j k
® ®
a) u x v = 2 3 -1 =
1 -1 2
3 -1 →
2 -1 ® 2 3 ®
.i - .j + . k
-1 2 1 2 1 -1
® ® → ® ® ® ® → ® ®
u x v = (6 – 1) i - (4 + 1) j + (-2 – 3) k Þ u x v = 5 i - 5 j - 5 k
® ® ®
i j k
® ® -1 2 ® 1 2 ® 1 -1 ®
b) v x u = 1 -1 2 = . i- . j+ . k
3 -1 2 -1 2 3
2 3 -1
® ® → ® ® ® ® → ® ®
v x u = (1 - 6) i - (-1 – 4) j + (3 + 2) k Þ v x u = -5 i + 5 j + 5 k
® ® ® ® ® ® ® ®
Observe que u x v = - v x u , ou seja, os vetores u x v e v x u , são
opostos, o que significa dizer que o produto vetorial é anticomutativo como vimos
acima, na propriedade 3.
® ® ® ®
2. Calcule o versor de u x v onde u = (2, 3, -1) e v = (2, 1, 0).
Solução:
® ® ®
i j k
® ® æ 3 -1 2 -1 2 3 ÷ö
u x v = 2 3 -1 = çç , - , ÷
èçç 1 0 2 0 2 1 ÷÷ø
2 1 0
® ® ® ®
u x v = (0 + 1, - (0 + 2), 2 – 6) Þ u x v = (1, -2, -4)
® ®
® ®
u x v
O versor u x v é o vetor ® ®
(veja aula 1).
uxv
® ®
u x v ( 1, -2, -4 )æ 1 -2 -4 ÷ö
= = çç , , ÷
ç 21 ÷ø
® ®
1 + ( -2) + ( -4)
2 è
2 2
21 21
uxv
AULA 3 TÓPICO 1 47
1.4 INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DO MÓDULO DO PRODUTO
VETORIAL
® ®
Geometricamente o módulo do produto vetorial de dois vetores u e v mede
® ® ® ®
a área do paralelogramo cujos lados são os vetores AB = u e AD = v , como mostra
a figura 3:
® ®
Figura 3 - Módulo de u x v = área do paralelogramo ABCD
®
Observe que a área ABCD = u . h
® ® ®
Considerando que h = v . sen èq , temos: área de ABCD = u . v . sen è
q
® ® ® ®
Mas u x v = u . v . senèq (propriedade 9), então: área de
® ®
ABCD = u x v .
Exercícios resolvidos
®
1. Calcule a área do paralelogramo cujos lados são os vetores u = (2, 3, -1) e
®
v = (1, 4, 3).
Solução:
® ® ®
i j k
® ® æ 3 -1 2 -1 2 3 ÷ö
u x v = 2 3 -1 = ççç , - , ÷
èç 4 3 1 3 1 4 ø÷÷
1 4 3
® ® ® ®
u x v = (9 + 4, - (6 + 1), 8 + 3) Þ u x v = (13, -7, 11) Þ
® ®
Área = u x v = 132 + (-7)2 + 112 = 339
2. Determine a área de um triângulo cujos vértices são os pontos A (2, 1, 0),
B (-1, 3, 2) e C (0, 1, 2), como mostra a figura 4.
48 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Solução:
Observe que a área do triângulo ABC é igual à metade da área do paralelogramo
ABCD.
Assim temos:
1 ® ®
Área do triângulo = . AC x AB
2
®
AC = C - A = ( 0, 1, 2 ) - ( 2, 1, 0 ) = ( -2, 0, 2 )
®
e AB = B - A = ( -1, 3, 2 ) - ( 2, 1, 0 ) = ( -3, 2, 2 )
® ® ®
i j k
æ 0 2 -2 2 -2 0 ö÷
= ççç
® ®
AC x AB = -2 0 2 , - , ÷÷
èç 2 2 -3 2 -3 2 ø÷
-3 2 2
® ® ® ®
AC x AB = (-4, -2, -4) Þ AC x AB = (-4)2 + (-2)2 + (-4)2 =
36 = 6
1 ® ®
1
Área = . AC x AB Þ Área = . 6 Þ Área = 3
2 2
®
3. Determine um vetor unitário simultaneamente ortogonal aos vetores u =
®
(2, -6, 3) e v = (4, 3, 1).
Solução:
® ® ® ® ® ®
Se u x v e v x w são simultaneamente ortogonais a u e v , então os
® ® ® ®
versores de u x v e de v x u constituem a solução do problema:
® ® ®
i j k
® ® -6 3 ® 2 3 ® 2 -6 ®
u x v = 2 -6 3 = i - j + .k ou
3 1 4 1 4 3
4 3 1
® ® ® ® ® ® ® ® ®
u x v = -15 i + 10 j + 30 k , isto é, u x v = (-15, 10, 30) e v x w = (15,
-10, -30).
® ® ® ® ® ®
Assim, se a e b são os versores de u x v e v x u , respectivamente, então:
® ®
® u x v ( -15, 10, 30 ) ( -15, 10, 30 ) 1
a= ® ®
= = = ( -15, 10, 30 )
uxv
2
(-15) + 10 + 30 2 2 1225 35
æ 3 2 6 ÷ö
= çç - , , ÷
è 7 7 7 ÷ø
AULA 3 TÓPICO 1 49
® ®
® v x u æ 3 2 6 ö÷
b= = çç ,- , ÷
®
vxu
®
è 7 7 7 ø÷
® ®
Observe que os vetores a e b são unitários.
Vimos que o produto vetorial de dois vetores é representado por um terceiro
vetor simultaneamente ortogonal a esses dois vetores e que possui sentido de um
triedro positivo. No próximo tópico, estudaremos um tipo de produto que envolve
o escalar e o vetorial numa mesma expressão.
50 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
TÓPICO 2 Produto misto
O bjetivos
• Introduzir a noção de produto misto do ponto de vista
analítico
• Descrever algumas propriedades e aplicações do produto
misto
DEFINIÇÃO
→ ® ®
Chama-se produto misto dos vetores u , v e w , tomados nesta ordem e rep-
® ® ® → ® ®
resentado por ( u, v, w ) , o número real u . ( v x w ).
® → ® ® ® ® ® ®
Se u = x1 i + y1 j + z1 k , v= x2 i + y2 j + z2 k e
® ® ® ®
w = x3 i + y3 j + z3 k , temos:
® ® ®
i j k
→ ® ®
u . ( v x w ) = (x1 , y1 , z1 ) . x2 y2 z2
x3 y3 z3
→ ® → æ y z x z x y ö
u . ( v x w ) = (x1 , y1 , z1 ) . ççç 2 2 , - 2 2 , 2 2 ÷÷÷
èç y3 z3 x3 z3 x3 y3 ø÷
AULA 3 TÓPICO 2 51
→ ® ® y2 z2 x2 z2 x2 y2
u . ( v x w ) = x1 . - y1 .
x3 z3
+ z1 .
x3 y3
y3 z3
Exercícios resolvidos
→ ® ®
1. Sejam os vetores u = ( 2, 1, -1 ), v = ( 2, 0, 4 ) e w = ( 1, 1, -2 ), calcule:
→ ® ® ® ® →
a) ( u , v , w ) b) ( v , w , u )
Solução:
2 1 -1
→ ® ® 0 4 2 4 2 0
a) ( u , v , w ) = 2 0 4 = 2 . -1. + (-1) .
1 -2 1 -2 1 1
1 1 -2
→ ® ®
(u ,v ,w) = - 8 + 8 – 2 = - 2
2 0 4 →
® ® 1 -2 1 -2 1 1
b) ( v , w , u ) = 1 1 -2 = 2 . -0. + 4.
1 -1 2 -1 2 1
2 1 -1
® ® →
(v ,w,u ) = 2 – 0 – 4 = - 2
2. Dados os pontos A (1, 2, 3), B (-1, 0, 3) e C (4, 2, -1), calcule
® ® ®
( AB , BC , AC ).
Solução:
®
AB = B – A = (-1, 0, 3) – (1, 2, 3) = (-2, -2, 0)
®
BC = C – B = (4, 2, -1) – (-1, 0, 3) = (5, 2, -4)
®
AC = C – A = (4, 2, -1) – (1, 2, 3) = (3, 2, -4)
-2 -2 0
® ® ® 2 -4 5 -4 5 2
( AB , BC , AC ) = 5 2 -4 =-2. - ( - 2) . +0.
0 -4 3 -4 3 0
3 0 -4
2.1 PROPRIEDADES
→ ® ®
1. ( u , v , w ) = 0 se:
a) um dos vetores for nulo.
b) nenhum dos vetores é nulo, mas dois são colineares.
52 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
c) os três são coplanares (cf. figura 5 ).
→ → →
Figura 5 - v× w e u são coplanares
→ ® ®
2. A ordem cíclica dos vetores não altera o produto misto. Assim, ( u , v , w )
® ® → ® → ®
= ( v , w , u ) = ( w , u , v ).
→ ® ® ® → ® ® → ® ®
3. ( u , v , w + r ) = ( u , v , w ) + ( u , v , r ) (propriedade dos determinantes).
Exercício resolvido
→
1. Utilize o produto misto para mostrar que os vetores u = (1, 4, -7),
® ®
v = (2, -1, 4) e w = (0, -9, 18) são coplanares.
Solução:
Tendo em vista que dois vetores não são colineares (não possuem coordenadas
→ ® ® → ® →
correspondentes proporcionais), se ( u , v , w ) = 0 , então u , v e w são coplanares.
→
1 4 -7
® ® -1 4 2 4 2 -1
Se ( u , v , w ) = 2 -1 4 = 1 . -4. -7.
-9 18 0 18 0 -9
0 -9 18
→ ® ®
( u , v , w ) = 1 . (18) – 4 (36) – 7 (-18) = 0.
→ ® ®
Isso significa dizer que u , v e w são coplanares.
® ® ®
Determine o volume do paralelepípedo cujas arestas são AB , AC , AD ,
considerando A (1, 3, 4), B (-1, 2, 0), C (1, 1, 2).
Solução:
®
AB = B – A = (-1, 2, 0) – (1, 3, 4) = (-2, -1, -4)
®
AC = C – A = (1, 1, 2) – (1, 3, 4) = (0, -2, -2)
®
AD = D – A = (-1, 2, 3) – (1, 3, 4) = (-2, -1, -1)
AULA 3 TÓPICO 2 53
(AB , AC , AD)
® ® ®
Volume =
-2 -1 -4
® ® ® -2 -2 0 -2 0 -2
( AB , AC , AD ) = 0 -2 -2 = - 2 . - (-1) . + (-4) .
-1 -1 -2 -1 -2 -1
-2 -1 -1
® ® ®
( AB , AC , AD ) = -2 . 0 – 4 + 16 = 12
® ® ®
( AB , AC , AD ) = 12 = 12
Figura 7 - Paralelepípedo cujos lados são os vetores u, v e w
54 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
® ® ® ® ®
Comparando I e II, temos V = u. a ou V = u . ( v x w) ou
® ® ®
V= ( u, v, w ) .
Vimos neste tópico que o produto misto é uma espécie de mistura (daí o
nome) de um produto escalar (interno) com o produto vetorial e tem como resultado
uma escalar. Vimos ainda que este tipo de produto é igual, em valor absoluto, ao
volume de um paralelepípedo, cujas arestas são os vetores que compõem o produto.
AULA 3 TÓPICO 2 55
TÓPICO 3
Demonstrações das
propriedades
O bjetivo
• Realizar as demonstrações de algumas propriedades dos
produtos vetorial e misto
R
Considerando
eservamos este tópico para as demonstrações de algumas
propriedades dos produtos vetorial e misto considerando o grau
de sua importância.
que propriedades do
produto vetorial e produto misto estão
intimamente relacionadas com as propriedades
dos determinantes, utilizaremos, em algumas sai b a mai s !
ocasiões, os princípios do Teorema de Laplace Faça uma revisão da Regra de Sarrus,
(pela sua praticidade), muito embora o acessando o site https://www.youtube.com/
determinante de 3ª ordem possa ser resolvido watch?v=zp7726v2sfo.
pela regra de Sarrus.
®
i ®
j k
u x u = x y1 z1 = 0 (propriedade dos determinantes: duas filas
1
x2 y2 z2
® ® ® ® ® ®
paralelas iguais) consequências: i x i = 0, j x j = 0 e k x k = 0
56 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
2. u x v = 0
® ®
a) u = 0 ou v = 0
® ® ® ®
b) u e v são colineares. Assim u = m v
® ® ® ® ® ®
i j k i j k
® ®
u x v = mx2 my2 mz2 = m x y2 z2 = m.0 = 0
2
x2 y2 z2 x2 y2 z2
3. u x v = −v x u
® ® ® ® ® ®
i j k i j k
® ® ® ®
u x v = x1 y1 z1 = - x2 y2 z2 = -v x u
x2 y2 z2 x1 y1 z1
Consequência:
® ® ® ® ® ® ® ® ® ® ® ®
i x j = - j x i , i xk= - kx i e j xk= - kx j .
4. (m u ) x v = m ( u x v )=
®
(m u ) = (m x1 , m y1 , m z 1 )
® ® ®
i j k
® ®
(m u ) x v = mx1 my1 mz1
x2 y2 z2
De acordo com a propriedade dos determinantes:
® ® ® ® ® ®
i j k i j k
® ® ® ®
(m u ) x v = mx1 my1 mz1 = m . x1 y1 z1 = m ( u x v )
x2 y2 z2 x2 y2 z2
® ® ®
i j k
® ® ®
u x ( v+ w ) = x1 y1 z1
x2 + x3 y2 + y3 z2 + z3
AULA 3 TÓPICO 3 57
De acordo com a propriedade dos determinantes:
® ® ® ® ® ® ® ® ®
i j k i j k i j k
x1 y1 z1 = x1 y1 z1 + x1 y1 z1
x2 + x3 y2 + y3 z2 + z3 x2 y2 z2 x3 y3 z3
® ® ® ® ® ® ®
Assim, u x ( v+ w ) = u x v + u x w .
7. u x v =
é ortogonal simultaneamente a u e v
® ® ® ® ® ®
u x v é ortogonal a v . Assim v . ( u x v ) = 0
® ® ®
®
i j k
® ®
v . ( u x v ) = ( x2 , y2 , z2 ) . x1 y1 z1 =
x2 y2 z2
æ y1 z1 x1 z1 x1 y1 ö÷
( x2 , y2 , z2 ) . çç ,- , ÷÷
èçç y2 z2 x2 z2 x2 y2 ø÷
® ® ® y1 z1 x1 z1 x1 y1
Þ v .( u x v ) = x2 - y2 + z2
y2 z2 x2 z2 x2 y2
æ y1 z1 x1 z1 x1 y1 ö÷
( x1 , y1 , z 1 ) . ççç ,- , ÷÷
èç y2 z2 x2 z2 x2 y2 ø÷
® ® ® y1 z1 x1 z1 x1 y1 ® ® ®
Þ u . ( u x v ) = x1 - y1 + z1 Þ u .( u x v )
y2 z2 x2 z2 x2 y2
x1 y1 z1
= x1 y1 z1 = 0
x2 y2 z2
8. u x v = u ⋅ v ⋅ sen q
® ® ®
i j k
® ® æ y1 z1 x1 z1 x1 y1 ö÷
u x v = x1 y1 z1 = ççç ,- , ÷÷
èç y2 z2 x2 z2 x2 y2 ø÷
x2 y2 z2
58 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
® ®
u x v = ( y1z2 - y2 z1 ) - ( x1z2 - x2 z1 ) + (x1y2 - x2 y1 )
→ →
2 2
(y1z2 - y2 z1 ) + ( x1z2 - x2 z1 ) + ( x1y2 - x2 y1 )
2
uxv =
® ®
2 2 2
u x v = ( y1z2 - y2 z1 ) + ( x1z2 - x2 z1 )2 + (x1y2 - x2 y1 )
Desenvolvendo os quadrados, somando e subtraindo x12 y12 ,
x22 y22 e z12 z22 no segundo membro, e considerando a relação
2
( a + b + c ) = a + b + c + 2ac + 2bc + 2ab , temos:
2 2 2
® ®
uxv
2
= ( x1 + y1 + z1 ) .
2 2 2
( x22 + y 2 2 + z2 2 ) - ( x1x2 + y1y2 + z1z2 ) ,
2
® ® ® ®
mas u
2
. v
2
= ( x12 + y12 + z12 ) . ( x22 + y 2 2 + z2 2 ) e (u.v)2
2
= ( x1x2 + y1y2 + z1z2 ) , então:
® ® ® ® ® ®
2 2 2 2
uxv = u . v - ( u . v ) . (esta última
ate nção! relação é conhecida como Identidade de
Legrange).
→ → → → ® ® ® ® ® ®
2 2 2
A relação uxv = u . v − ( u . v )² é Observe que u . v = u . v . cos a .
conhecida como Identidade de Lagrange. Essa Assim,
identidade é gerada a partir do produto interno
2
dos vetores u x v e u x v , ou seja: ® ® ® æ ® ® ® ö
= u . v - èçç u . v - cos a ø÷÷÷
2 2 2
uxv
u,u u,v
u × v,u × v = = ® ® ® ®
2
v,u v,v uxv
2
= u . v
2 2
( 1 - cos a )
® ® ® ®
u ² . v ² - u,v . v,u = uxv = u . v
2 2 2
. sen a e finalmente
u ² . v ² - (u.v ) ² ® ® ® ®
u x v = u . v . sen q .
9. Observe na figura abaixo que u x (v x w ) é coplanar com v e w , e
( )
u x v x w é coplanar com u e v . Assim u x v x w ≠ u x v x w . ( ) ( )
Figura 8 - u x (v x w) é coplanar a v e w
AULA 3 TÓPICO 3 59
3.2 PROPRIEDADES DO PRODUTO MISTO (DEMONSTRAÇÕES)
® ® ®
1. ( u ,=v0 e w ) = 0, se:
a) um dos vetores for nulo
b) dois deles forem colineares
c) os três forem coplanares.
®
a) Se u = 0 então:
0 0 0
® ® ®
( u ,=v0 e w ) = x2 y2 z 2 = 0 (propriedades do determinante: fila nula)
x3 y3 z3
® ®
b) Supondo u =
e 0v colineares, então:
® ®
= 0m v ou ( x1 , y1 , z 1 ) = (m x2 , m y2 , m z2 )
u=
mx2 my2 mz2 x2 y2 z2
® ® ®
( u, v, w ) = x2 y2 z2 = m . x2 y2 z2 = m . 0 = 0
x3 y3 z3 x3 y3 z3
c) Os três são coplanares
® ® ® ®
Observe na figura 5 que ( v x w ) é ortogonal a v e w (segundo a definição
® ® ® ® ® ®
de produto vetorial). Se u =
. ( 0v x w ) = ( u =
, v0, w ) = 0, concluímos, pela definição
® ® ® ®
de produto interno, que u =
e 0v x w são ortogonais. Assim u =
está
0 no mesmo plano
® ®
que v e w .
Com essas demonstrações, chegamos ao final do estudo de vetores. Alguns
conceitos e propriedades estudados nas aulas 1, 2 e 3 servirão como base para o
desenvolvimento do estudo de elementos abordados nas aulas subsequentes, como
reta, plano e superfícies.
60 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
AULA 4 Reta
Caro(a) aluno(a),
O conhecimento que obtivemos sobre vetores nas aulas anteriores constitui parte
fundamental para o estudo das aulas subsequentes. Nesta aula iremos estudar
as equações da reta no espaço tridimensional, bem como as características e
particularidades de cada uma delas.
Objetivos
AULA 4 61
TÓPICO 1 Equações da reta
O bjetivos
• Determinar as equações vetoriais, paramétricas e simétricas de
uma reta do espaço
• Conhecer, interpretar e operar com cada formato de equação da
reta no espaço
62 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
®
Figura 1 – Reta AP com ponto A e direção do vetor v
Assim,
® ® ® ® ®
AP = t v ou P - A = t v (t Î R) Þ P = A + t v ou (x,y,z) = (x1 , y1 , z1 ) + t v
®
onde o vetor v = (a,b, c) é chamado vetor diretor da reta r e t é chamado parâmetro.
Observe que existe uma correspondência biunívoca entre cada número real t e um
ponto da reta, ou seja, para cada número atribuído a t, temos um ponto da reta.
Exemplo:
Vamos determinar a equação vetorial da reta que passa pelo ponto
® ® ® ®
A(2, -1, 3) e possui a direção do vetor v = i + 2 j -4 k .
Considerando que P(x,y,z) é um ponto qualquer dessa reta, temos:
® ®
AP = t v Þ (x,y,z) = (2, - 1, 3) + t.(1, 2 ,-4)
Para cada valor de t, temos um ponto da reta. Assim, para t = 2 , temos:
(x,y,z) = (2, - 1, 3) + 2.(1, 2 ,-4) Þ (x,y,z) = (2, - 1, 3) + (2, 4 ,-8)
Þ (x,y,z) = (2, - 1, 3)
O ponto P (2, - 1, 3) é um ponto da reta r.
AULA 4 TÓPICO 1 63
Exemplos:
As equações paramétricas da reta r, que contém o ponto A(2, - 1, 3) e
® ® ® ®
possui a direção do vetor v = 2i + 2 j -5k , são dadas por:
ìï x = 2 + 2.t
ïï
ïíy = -1 + 2.t
ïï
ïîï z = 3 - 5.t
Para se obter um ponto da reta r atribui-se um valor real para t. Assim, para
t=3, temos:
ïìï x = 8
ïï
í y=5 ou seja, (8, 5, - 12) é um ponto da reta r.
ïï
ïïîz = -12
64 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
®
Assim, se a reta é paralela ao plano xz, seu vetor diretor é do tipo v = (a, o b)
e suas equações simétricas ficam:
ìï z = z 1
ïï
x-x1 z-z1 ï
r1 = e ïí se a reta for paralela ao plano
a c ïï x - x1 y - y1
ïï =
ïî a b
coordenado xy, como mostram as figuras seguintes.
ïìï y = y 1
ïï
í z=z1
ïï
ïïî x = x1 + at
Exercícios resolvidos
1. Determine as equações paramétricas e simétricas da reta que passa pelo
ponto A( 2, 4, - 3) e A( 3,-1, 1) .
Solução:
Não nos foi dado de forma explícita o vetor paralelo à reta (vetor diretor
® ®
da reta), mas observe que o vetor v com representação AB é paralelo à reta e
® ®
v = (3 - 2, -1-4, 1-(-3)) ou v = ( 1, -5, 4 ) .
Então os componentes do vetor diretor são a = 1, b = -5 e c = 4 . Assim,
®
tomando o ponto A( 2, 4, - 3) e o vetor v = ( 1, -5, 4 ) , as equações paramétricas
ficam:
ïìï x = 2 + t
ïï
í y = 4 - 5t
ïï
ïïî z = -3 + 4 t
AULA 4 TÓPICO 1 65
e as equações simétricas são:
x -2 y-4 z+3
= =
1 -5 4
2. Qual a interseção dessa reta com o plano xy?
Solução:
A reta intercepta o plano xy quando z = 0 . Tomando z = 0 nas equações
simétricas obtemos:
x -2 y-4 3
= =
1 -5 4 11 1
Resolvendo as equações, temos x = e y = . Portanto a reta intercepta
4 4
o plano xy no ponto æçç11 , 1 , 0ö÷÷ . ìï x = 3 + t
è 4 4 ø÷ ïï
3. Calcule o ângulo entre as retas r : ïí y = t e
ïï
x+2 y-3 z. ïïî z = -1 - 2t
s: = =
-2 1 1
Solução:
Os vetores que definem as direções de r e s são, respectivamente,
® ®
v 1 = ( 1, 1, -2 ) e v 2 = (-2, 1, 1) . Tendo em vista que o ângulo entre as retas é o
mesmo ângulo entre os vetores diretores, chegamos a:
→ →
v1 . v2 (1, 1, -2 ) . ( -2, 1, 1 )
cos θ = → →
= =1,
v1 . v2 1 + 1 + (-2) x
2 2 2
(-2) + 1 + 1
2 2
2 2
1
logo θ = arc cos .
2
Vimos que cada reta no espaço está relacionada a um conjunto de equações
em que figuram as variáveis x, y e z, e que traz consigo informações importantes
da reta. No próximo tópico, estudaremos as posições particulares que duas retas
assumem no espaço.
66 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
TÓPICO 2 Posições relativas
entre duas retas
O bjetivo
• Conhecer e determinar as diversas posições
relativas entre duas retas no espaço
AULA 4 TÓPICO 2 67
2.2 CONDIÇÃO DE ORTOGONALIDADE DE DUAS RETAS
® ®
Duas retas r e s de direções v1 = ( a1 , b1 , c1 ) e v2 =( a 2 , b2 , c2 ),
® ®
respectivamente, são ortogonais se os vetores v1 e v2 também o forem, ou seja, r
® ®
e s são ortogonais se v1 .v 2 = 0 ou a1 . a 2 + b1 . b2 + c1 . c2 = 0 .
Exercícios resolvidos
ïìïx = 3t ìïy = 3
ï ïï
1. Verifique se as retas r1 : ïíy = -1 + 5t e s: í x-3 t + 1 são ortogonais.
ïï ïï =
Solução: ïïîz = 3 + 4t ïî 8 -6
®
A direção de r é v1 = (3, 5, 4);
®
A direção de s é v2 = (8, 0, -6);
A condição de ortogonalidade de duas retas é: a1 b2 + b1 b2 + c1 c2 = 0.
Neste caso:
3 . 8 + 5 . 0 + 9 ( -6 ) = 0, que prova serem ortogonais as retas r e s.
ìïx = 1 + 3t
ìïïy = kx + 1 ïï
2. Calcule o valor de k para que as retas r: í e s: ïíy = 2-2t
ïïîz = -2x ïï
sejam ortogonais. ïïîz = 5t
Solução:
® ®
Os vetores v1 = ( 1, k, -2 ) e v2 = ( 3, -2, 5 ) são vetores diretores de r e s,
respectivamente.
A condição de ortogonalidade permite escrever:
7
1 . 3 + k . (-2 ) + ( -2) . 5 = 0, daí -2k = 10 – 3 Þ k = - .
2
a1 b1 c1
® ® ® ®
( v1 , v2 , A1 , A2 ) = a2 b2 c2 =0
x2 - x1 y2 - y1 z2 - z1
68 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Exercícios resolvidos
1. Verifique se r1 e r2 são cooplanares, sendo r 1 :
ìï x = -5 - t
{ x1- 1 = y 2+ 1 = z1- 3
ïï
e r2 : íïy = -3 + t
ïï
ïïîz = 6 + 3t
Solução:
® ®
1. A reta r1 passa pelo ponto A1 ( 2, -1, 3 ) e possui a direção do vetor v1 =
( 2, 2, 1);
® ®
2. A reta r2 passa pelo ponto A2 ( -5, -3, 6 ) e o vetor diretor é v2 = ( -1, 1, 3 );
® ® ® ®
3. O vetor A1 A2 = A2 - A1 = ( -5, -3, 6 ) – ( 1, -1, 3 ) ou A1 A2 = ( -6, -2, 3);
4. A condição de cooplanaridade das retas r1 e r2 é que seja nulo o produto
® ® ® ®
misto ( v1 , v2 , A1 , A2 ).
1 2 1
® ® ® ®
Assim, ( v1 , v2 , A1 , A2 ) = -1 1 3 = -13 ¹ 0 , o que prova não
-6 -2 3
serem cooplanares as retas r 1 e r2 .
AULA 4 TÓPICO 2 69
i) concorrentes, quando existe um único ponto em comum;
ii) paralelas, quando não possuem ponto comum.
desenhada no chão de uma casa e uma reta s, se existe uma reta s inteiramente contida no plano
não paralela a r, desenhada no teto dessa mesma que é paralela à reta dada.
Solução:
®
Tendo em vista que os vetores diretores de r e s são v 1 = ( 2, 3, 4 ) e
70 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
®
1 -1 -2
v 2 = ( 1, -1, -2 ) , as retas não são paralelas, pois
¹ ¹ .
2 3 4
® ® ® ®
Calculemos o produto misto ( v1 , v2 , A1 , A2 ), sendo A 1 ( 2, 0, 5 ) e
A 2 ( 5, 2, 7 ) .
Assim,
2 3 4
® ® ® ®
( v1 , v2 , A1 , A2 ) = 1 -1 -2 = 0 , o que quer dizer que as retas são
3 2 2
coplanares e, portanto, concorrentes.
AULA 4 TÓPICO 2 71
AULA 5 Plano
Caro(a) aluno(a),
Objetivos
72 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
TÓPICO 1 Equações do plano
O bjetivos
• Conhecer os vários meios de determinação de equações
do plano
• Interpretar geometricamente equações do plano quando
estes assumem posições particulares no espaço
®
Figura 1 - O vetor n é ortogonal ao plano
AULA 5 TÓPICO 1 73
® ®
Tendo em vista que n = (a, b, c) e AP = P-A = (x- x1 , y- y1 , z- z1 ), a equação
® ®
AP.n = 0 fica:
(a, b, c) . (x- x1 , y- y1 , z- z1 ) = 0 ou ax + by + cz - a x1 - b y1 - c z1 = 0.
Tomando d = - a x1 - b y1 - c z1 , vem:
ax + by + cz + d = 0.
Esta é a equação do plano que contém o ponto A(x1 , y1 , z1 ) e é ortogonal ao
®
vetor n = (a, b, c) .
Exercícios resolvidos
1. Determine a equação geral do plano l
®
que passa pelo ponto A(3, -1, 2), sendo n = (2,
1, 5) um vetor normal a p .
guar de b e m i s s o !
Solução:
®
Se n = (2, 1, 5) é normal aos planos l , sua ®
a) Se um vetor n = (a, b, c) é normal (ortogonal) a
equação é do tipo: 2x + y 5z + d = 0. l , kn, k Î IR*, é também ortogonal a esse plano.
®
Tendo em vista que o ponto A = (3, -1, Assim qualquer vetor do tipo kn = (ak, bk, ck)
2. pertence ao plano, suas coordenadas devem com k ¹ 0 é normal desse plano.
verificar a equação, ou seja: 2(3) + (-1) + 5(2) + d b) É importante observar, também, que
= 0 Þ 2 – 1 + 10 + d = 0 Þ d = -11. os três coeficientes a, b, c da equação
Assim, a equação do plano fica: ax + by + cz + d = 0 representam as
2x + y + 5z – 11 = 0 componentes de um vetor normal ao plano.
Por exemplo: Se um plano l é dado por
2. Escreva a equação geral do plano p1 2x + 5y − 4z + 1 = 0 , uma de suas normais é
→
que contém o ponto A(-2, 1, 4) e é paralelo ao o vetor n = ( 2, 5, 4 ) e qualquer vetor do tipo
plano ðp22 : 3x + 2y - 4z + 1 = 0 (2k, 5k, -4k), K Î IR* é também normal a l .
Solução:
®
Sendo p1 // p2 , o vetor n2 = (3, 2, -4)
normal a p1 é também normal a p2 . Assim a equação de p1 é do tipo:
3x + 2y – 4z + d = 0
Se A(-2, 1, 4) pertence a p1 , devemos ter 3(-2) + 2(1) – 4(4) + d = 0 Þ d =
20
Assim a equação do plano p1 fica 3x + 2y – 4z + 20 = 0
3. Determine a equação geral do plano p que passa pelo ponto A = (2, 1, -2)
ïìïx = -4 + 3t
ï
e é perpendicular a reta r: ïíy = 1 + 2t
ïï
ïïîz = t
74 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Solução:
Um vetor normal a esse plano é o próprio
®
vetor diretor v (3, 2, 1) desta reta. Logo, a
sa i ba ma i s!
equação do plano p é do tipo 3x + 2y + z +
Para se obter pontos de um plano, basta atribuir
d = 0. Considerando que o ponto A(2, 1, -2)
valores arbitrários a duas variáveis e calcular
pertence ao plano, então 3(2) + 2(1) + (-2) + d
a terceira na equação. Por exemplo, considere
= 0 Þ d = -6. Assim, a equação fica 3x + y +
x = 2 e y = 4. Calculando z na equação
z–6=0
3x + 2y + z + d = 0 , temos 3 .(2 ) + 2 .(4) +
z – 6 = 0; z = -8. Assim, o ponto (2, 4, - 8)
pertence ao plano 3x + y + z – 6 = 0. 4. Determine a equação geral do plano que
passa pelo ponto A = (2, 1, 3) e é paralelo aos
® ®
vetores v1 = (3, 1, 0) e v 2 = (-1, 3, 2).
Solução:
® ®
Os vetores-base do plano são v1 e v 2 , então um vetor normal ao plano é
® ® ®
n = v1 x v 2 .
® ® ®
i j k
® ®
v1 x v 2 = 3 1 0 = (2, -6, 10)
-1 3 2
® ® ®
Figura 2 - Os vetores AB , AC e AP são coplanares
AULA 5 TÓPICO 1 75
Considerando que AB = B - A = (-4, 3, -2), = C – A = (-1, 0, -5),
-4 3 -2
® ®
AP = P - A = (x-3, y-1, z-2 ) e fazendo ( AB , AC e AP ) = -1 0 -5
x - 3 y -1 z - 2
= 0 chegamos à equação -15x-18y + 3z + 57 = 0 .
x -1 y+2
6. Estabeleça a equação geral do plano que contém a reta r: =
z-3 2 3
= e o ponto B(-1, 3, 1).
2
Solução:
®
A reta tem direção v = (2, 3, 2) e contém
®
o ponto A(1, -2, 3). Assim a normal n do plano
®
é um vetor simultaneamente ortogonal a v e A,
® ®
ou seja, n = v x A (cf. figura 3). vo c ê sab i a?
Dessa forma, se AB = B – A = (-2, 5, -2) e Existe uma analogia entre a reta no plano e o
i j k plano no espaço. No plano, a equação de uma
® ® ®
n = v x A = 2 3 2 Þ n = (-16, 0, 16). A
reta pode ser determinada se conhecermos sua
-2 5 -2
inclinação e um ponto dessa reta. No espaço,
equação do plano é do tipo -16x+0y+16z+d=0,
a inclinação de um plano é dada por um vetor
o ponto B(-1, 3, 1) pertence ao plano. Assim, -16
ortogonal a ele (normal), e a equação de um plano
(-1) + 0(3) + 16(1) + d = 0 Þ d = -32. A equação
pode ser determinada se forem dados a normal e
fica -16x + 16z – 32 = 0.
um de seus pontos.
Observe que a variável y não figura na
equação, o que significa dizer que esse plano é
paralelo ao plano coordenado xz.
® ® ®
Figura 3 – A normal n é ortogonal simultaneamente a v e AB
76 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
1.2.1 Plano que passa pela origem
Se o plano lð:ax + by + cz + d = 0 passa pela origem, então contém o ponto
(0, 0, 0). Assim a.0 + b.0 + c.0 + d = 0 Þ d = 0. A equação fica ax + by + cz = 0 ,
que representa a equação de um plano que passa pela origem.
AULA 5 TÓPICO 1 77
®
2x + 8 = 0 ou x = -4; neste caso n = (2, 0, 0 ) representa um vetor ortogonal
ao plano coordenado yz. Assim o plano l é paralelo ao plano coordenado yz e
intercepta o eixo 0x no ponto (-4, 0, 0).
Em síntese:
d
ax + d = 0 ou x = -é equação de um plano paralelo ao plano coordenado
a
yz e intercepta o eixo ox no ponto (- d , 0 , 0 ) ( a ¹ 0) (cf. figura 5).
a
by + d = 0 ou y = - d representa a equação de um plano paralelo ao plano
b
coordenado xz e intercepta o eixo oy no ponto ( 0, - d , 0 ) ( b ¹ 0 ) (cf. figura 5).
b
Cz + d = 0 ou z = - d ( c ¹ 0 ) representa a equação de um plano paralelo ao
c
plano coordenado xy e intercepta o eixo oz no ponto ( 0, 0, - d )
c
Podemos concluir que os planos coordenados xy, yz, xz têm equações z = 0,
x = 0 e y = 0 respectivamente.
Exercício resolvido
1. Determine a equação de um plano l que é perpendicular ao eixo z e que
contém o ponto A(2, - 1, 3) .
Solução:
Se o plano é perpendicular ao eixo oz, a normal é colinear ao vetor
® ®
k = (0, 0, 1 ). Assim qualquer vetor do tipo v = ( 0, 0, k) é normal de p . Em
®
particular, seja n = ( 0, 0, 2 ), a equação de p é do tipo ax + by + cz + d = 0. Assim:
0 . 2 + 0 .(-1) + 2 . 3 + d = 0 Þ d = -6, então a equação fica 0x + 0y + 2z + (-6) = 0
Þ 2z – 6 = 0 ou z = 3, que representa um plano paralelo ao plano coordenado
xoy e que intercepta o eixo ou no ponto ( 0, 0, 3 ).
78 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Solução:
®
Substituindo as componentes de n e as coordenadas de A na forma
ax + by + cz + d = 0, temos: 2.2 + 3.3 + 0.4 + d = 0 Þ d = -13. Assim a equação
fica 2x + 3y – 13 = 0, que representa um plano paralelo ao eixo oz.
AULA 5 TÓPICO 1 79
TÓPICO 2 Complemento sobre planos
O bjetivos
• Calcular o ângulo entre dois planos e entre reta e plano
• Determinar a interseção de dois planos
U
interseção de dois planos.
ma vez que já conhecemos as equações de um plano, focaremos, neste
tópico, alguns elementos que complementarão nosso estudo sobre
plano que são: ângulo entre dois planos, ângulo entre reta e plano e
a1 a 2 + b1 + b2 + c1c2
cos θ =
a + b12 + c12 . a 22 + b22 + c22
1
2
80 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Figura 6 – O ângulo entre os planos é o mesmo entre suas normais
Exercício resolvido
1. Determine o ângulo entre os planos p1 e
p2 de equações 2x + 3y + 2z – 1 = 0 e x + 2y – 4z
ate nção!
= 0, respectivamente.
A condição de paralelismo e perpendicularismo Solução:
® ®
de dois planos são as mesmas de seus respectivos Suas normais são: n1 = ( 2, 3, 2 ) e n 2 = (1,
vetores normais, ou seja, considerando que
→ → 2, -4),
n1 = ( a1, b1, c1 ) e n2 = ( a2 , b2 , c2 ) , vetores
então, se q é o ângulo entre as normais,
normais de p1 e p2 , respectivamente). → →
a b c n1 .n2 Þ
Se p1 // p2 Þ 1 = 1 = 1 cos θ = → →
a2 b2 c2
b) Se p1 ^ p2 : n1 . n2
Þ a 1 ⋅ a 2 + b1 ⋅ b 2 + c 1 ⋅ c 2 = 0 (2, 3, 2 ).( 1, 2, − 4)
Þ
cos θ =
c) Se, além da igualdade do item a, d1 = d2 , p1 e 2 + 32 + 22 . 12 + 22 + (−4)2
2
p2 são coincidentes. π
cos θ = 0 , ou seja, θ = . Assim, os planos p1 e
2
p2 são ortogonais.
2. Determine o ângulo entre os planos pð11 :2x + y - 3z + 1 = 0 e
ð2 : 4x + 2y - 6z + 3 = 0 .
p
Solução:
® ®
As normais de p1 e p2 são n 1 = (2, 1, - 3) e n 2 = (4, 2, - 6) ,
2.4 + 1.2 + (-3).(-6) 28
respectivamente. Portanto, cos θ = = =1,
2 + 1 + (−3) . 4 + 2 + (−6)
2 2 2 2 2 2
784
ou seja, θ = arc cos 1 = 0 , o que significa que os planos são paralelos, ou seja, se uma
o
¾¾
®
reta perpendicular aos planos p1 e p2 intercepta-os nos pontos A1 e A2 , então A1A2
representa a distância entre esses planos. Mas esse é um assunto para próxima aula.
AULA 5 TÓPICO 2 81
2.2 ÂNGULO ENTRE RETA E PLANO
® ®
Considere uma reta r com direção do vetor v e um plano p , sendo n um vetor
normal a p conforme mostra a figura 7.
Exercício resolvido
x -1 y z-3
Determine o ângulo que a reta r: = = forma com o plano
-2 -1 1
p : x + y – 5 = 0.
Solução:
® ®
A reta r tem direção do vetor v (-2, -1, 1) e n = (1, 1, 0) é um vetor de p . Assim,
→ →
v.n (-2, -1, 1 ) (1, 1, 0 ) Þ
sen θ = → →
Þ sen q =
v . n (-2) + (-1) + 1 .
2 2 2
1 +12 2
3 3
sen θ = Þ θ = arc sen Þ q= p .
2 2 3
82 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Exercício resolvido
1. Determine a intersecção dos planos p1 e p2 de equações 2x - 5y - 7z + 1 = 0
e x-4y + z + 2 = 0 , respectivamente.
Solução
ïì2x-5y - 7z + 1 = 0
Vamos resolver o sistema ïí
ïïî x - 4y + z + 2 = 0
Observe que o sistema é indeterminado, ou seja, possui infinitas soluções e
cada solução representa um ponto da reta interseção. Assim, tomando z = t com tÎ IR,
chegamos a:
ìïï 2x -5 y = 7t - 1 (I)
í
ïïî x - 4y = -t-2 (II)
Multiplicando a equação (II) por (-2) e somando com a equação (I), chegamos a:
3y = 9t + 3 Þ y = 1 + 3 t
Da equação (II) temos:
x-4.(1 + 3t) = -t - 2 ou x = 2 + 11t ìïx = 2 + 11t
ïï
Assim, a interseção dos planos p1 e p2 é a reta de equação ïíy = 1 + 3t
ïï
ïîïz = t
®
Logo, a reta interseção dos planos p1 e p2 tem direção v = (11, 3, 1) e contém
o ponto A( 2, 1, 0 ) . Observe que o ponto A( 2, 1, 0 ) satisfaz as duas equações
2x - 5y - 7z + 1 = 0 e x-4y + z + 2 = 0 .
Aprendemos nesta aula como encontrar a equação de um plano que satisfaz certas
condições geométricas e resolver problemas usando simultaneamente retas e planas no
espaço tridimensional através das técnicas estudadas.
Na próxima aula nos restringiremos ao espaço bidimensional para o estudo de
algumas curvas planas como circulo, elipse parábola e hipérbole que terá um papel
fundamental nas aulas subsequentes.
AULA 5 TÓPICO 2 83
AULA 6 Distâncias
Caro(a) aluno(a),
Objetivo
84 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
TÓPICO 1 Distância envolvendo
ponto e reta
O bjetivos
• Obter distâncias entre ponto e reta
• Obter distâncias entre retas paralelas e distâncias entre
retas reversas
AULA 6 TÓPICO 1 85
®
e direção do vetor v = ( a, b, c ) e seja P ( x 0 , y 0 , z0 ) um ponto qualquer do
® ®
espaço. Observe na figura 1 que os vetores v e RP representam os lados de um
paralelogramo cuja altura é a distância do ponto P à reta r.
Figura 1 – PQ representa a distância entre o ponto P e a reta r
Exercícios resolvidos
1. Calcule a distância ente o ponto P ( 2, -3, 1 ) e a reta r de equação:
ìïx = 2 + t
ïï
ïíy = 1 - 2t
ïï
ïïîz = 4
Solução:
®
Considere R ( 2, 1, 4 ) um ponto da reta r e v = ( 1, -2, 0 ) sua direção.
®
RP = P - R = ( 0, -4, -3 )
i j k
® ®
v x RP = 1 -2 0 = ( 6, 3, -4 )
0 -4 -3
86 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Assim,
( 6, 3, -4 ) 61 61
d ( P, r ) = = =
( 1, -2, 0 ) 5 5
2 2
48 . 4 3.
Área = = 3 = 2 2 3
2 2
Uma outra maneira de resolver esse problema é dividir por 2 o módulo do
® ®
produto vetorial dos vetores AB e AC , ou seja:
® ®
AB x AC , tendo em vista
Área D =
® ®
2
que AB x AC nos dá a área do paralelogramo
® ®
ate nção! de lados AB e AC .
Sendo:
A distância entre dois pontos A e B corresponde ao ®
→ →
AB = B - A = ( -3, -2, 2 ) ,
módulo do vetor AB , ou seja: d ( A,B) = AB . ®
AC = C - A = ( 1, 2, -2 ) , temos:
AULA 6 TÓPICO 1 87
i j k
® ®
AB x AC = -3 -2 2 = ( 0, -4, -4 )
1 2 -2
® ®
AB x AC
Substituindo na fórmula Área D = , chega-se a:
2
( 0, -4, -4 ) 16 + 16 32
Área D = = = = 2 2
2 2 2
88 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Figura 2 – Distância do ponto P à reta s
AULA 6 TÓPICO 1 89
Solução:
A reta r passa pelo ponto Q1 ( 1, 3, 3 )
®
e tem direção do vetor v1 = (-3, - 6, - 4)
vo c ê sab i a?
, e a reta s passa pelo ponto Q2 ( -2, 2, -1 ) e
®
tem direção do vetor v2 = ( 5, - 1, 3 ) . Assim, Se calcularmos a distância entre duas retas
¾¾
® concorrentes, o resultado será zero, pois a
Q1Q2 = Q2 - Q1 = (-3, -1, -4) .
menor distância entre duas retas concorrentes é
i j k
® ® calculada no ponto de concorrência.
v1 x v2 = -3 -6 -4 = (-22, 11, 33)
5 -1 3
i j k
® ®
(I) v x v = -3 -6 -4 = (-22, 11, 33)
1 2
5 -1 3
-3 -6 -4
® ® ¾¾
®
v1 , v2 , Q1Q2 = 5 -1 3 = -55 = 55 ( III )
-3 -1 -4
® ® ¾¾
®
v1 , v2 , Q1Q 2
Substituindo (I), ( II ), e ( III ) na fórmula d (r,s) = ® ®
, temos:
v1 x v2
55 5 5 14
d (r,s) = = =
11 1 4 14 14
90 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
TÓPICO 2 Distância envolvendo
ponto e plano
O bjetivos
• Obter distâncias entre ponto e plano
• Obter distâncias entre retas e planos
AULA 6 TÓPICO 2 91
®
Figura 4 - PQ representa a distância do ponto ao plano
Assim, temos: ® ®
®
d (P, p) = proj ® AP = AP . n
®
,
n
n
®
com AP = P - A = ( x1 - x, y1 - y, z1 - z ) .
® ®
Substituindo AP = ( x1 - x, y1 - y, z1 - z 1 ) e n = ( a, b, c ) na equação
acima, temos:
(x1 -x, y1 - y, z1 - z ). ( a, b, c )
d (P, p) =
(a, b, c )
a.( x1 -x ) + b ( y1 - y) + c ( z1 - z )
d (P, p) =
a 2 + b2 + c2
ax1 + by1 + cz1 - ax - by - cz
d (P, p) =
a 2 + b2 + c2
ax1 + by1 + cz1 + d
Mas ax - by - cz = d , assim d (P, p) = .
a 2 + b2 + c2
Observe que o numerador é o módulo do número que se obtém substituindo
x, y e z, na equação do plano, por x1 , y1 , e z1 e o denominador é o módulo do
®
vetor n (normal do plano).
Exercícios resolvidos
1 Calcule a distância do ponto P ( -4, -2, 5 ) ao plano de equação
2 x-y +2 z +8 = 0 .
Solução:
Neste caso temos:
a) As coordenadas do ponto P são: x1 = -4 , y1 = -2 e z1 = 5
®
b) As componentes da normal n são: a = 2 , b = -1 e c = 2
ax1 + by1 + cz1 + d
Substituindo esses números na equação d (P, p) = ,
a 2 + b2 + c2
temos:
92 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
2.(-4) + (-1).(-2) + 2.5 + 8
d (P, p) =
22 + (-1)2 + 22
ate nção! -8 + 2 + 10 + 8 12
d (P, p) = =
4 +1 + 4 3
Qualquer uma das alturas de um tetraedro pode
d (P, p) = 4
ser obtida calculando-se a distância de um dos
2. Calcule a distância da origem ( 0, 0, 0)
seus vértices ao plano da face oposta.
ao plano de equação 2x + 3y - z + 5 = 0 .
Solução:
De modo semelhante ao exemplo anterior, temos:
a.0 + b.0 + c.0 + d
d (0, p) =
22 + 32 + (-1)2
5 5
d (0, p) = =
14 14
Observe que, se o ponto P for a origem ( 0, 0, 0) , a fórmula da distancia se
d
resume a d (P, p) = .
a + b2 + c2
2
Exercício resolvido
ïïì x = 1 + 2t
ï
Calcule a distância da reta r ïí y = t
você sa bi a? ïï
ïïî z = -2 + 4t
Se calcularmos a distância entre uma reta e um e o plano p : 3x-2y-z + 3 = 0
plano não paralelos, o resultado será zero, pois a
menor distância entre uma reta e um plano não Solução:
paralelos é calculada no ponto de interseção. Observe que a reta r é paralela ao
plano dado, já que o vetor diretor da reta
AULA 6 TÓPICO 2 93
® ® ® ®
v = ( 2, 1, 4 ) é ortogonal à normal n = ( 3, - 2, - 1 ) , ou seja, n . v = 0 .
Um ponto da reta é P (1, 0, -2 ) . Assim, calculando a distância do ponto P
ao plano p , temos:
3 . (1) + (-2 ).(0) + (-1).(-2) + 3
d (P, p) =
32 + (-2)2 + (-1)2
3 + 0 + 2 + 3 , d (P, p) = 8 = 4 14
d (P, p) =
9 + 4 +1 14 7
Observe que, se tomarmos um outro ponto da reta, o resultado será o mesmo.
Veja:
Substituindo t =1 , na equação da reta, encontramos um
'
outro ponto P ( 3, 1, 2 ) que, quando substituído na equação
3.(3)
3.x + (( -
+ − 2)y
2).(1)++(- (−1)z
1).(2+) +
3 3, nos dá:
dd(P(P,’, π
p)) =
= 1 1 1
Figura 6 – A distância entre dois planos é definida apenas para planos paralelos
Exercícios resolvidos
1. Calcule a distância entre os planos:
p1 : 2x - y + 3z + 1 = 0
p2 : 6 x - 3y + 9z - 5 = 0
94 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Solução:
Veja que os planos p1 e p2 são paralelos,
® ®
pois n2 = 3.n1 .
sa i ba ma i s!
Para escolher um ponto de um dos
Leia o texto Retas e planos, da Universidade
planos (digamos do plano p1 ), atribuímos dois
Federal de Minas Gerais, e obtenha mais
valores a duas variáveis quaisquer na equação
informações sobre este assunto no site em http://
p1 : 2x - y + 3z + 1 = 0 e encontramos a
www.mat.ufmg.br/~rodney/notas_de_aula/
terceira coordenada.
retas_e_planos.pdf.
Tomando, por exemplo, x = 2 e z = -3
e substituindo na equação do plano p1 ,
encontramos y = -4. Assim o ponto P1 ( 2,-4, - 3 ) pertence a p1 .
Calculando d (p1 , p2 ) = d(P1 , p2 ) , temos:
6 . (2) + (-3 ).(-4) + 9(-3) - 5
d (P1 , p2 ) =
62 + (-3)2 + 92
12 + 12 - 27 - 5
d (P1 , p2 ) =
36 + 9 + 81
12 + 12 - 27 - 5
d (P1 , p2 ) =
36 + 9 + 81
8 8
d (P1 , p2 ) = =
126 3 14
AULA 6 TÓPICO 2 95
AULA 7 Cônicas
Caro(a) aluno(a),
Objetivo
96 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
TÓPICO 1 Elipse e círculo
O bjetivos
• Descrever a elipse e o círculo como lugar geométrico
• Esboçar o gráfico do círculo e da elipse a partir de suas
equações
• Identificar os parâmetros a, b e c, da elipse, e a sua
excentricidade
• Determinar as coordenadas dos focos e dos vértices de
uma elipse a partir de sua equação
você sa bi a?
N este tópico estudaremos as
elipses e os círculos, através
de suas equações, quando
possuírem centro na origem do plano cartesiano.
AULA 7 TÓPICO 1 97
sai b a mai s !
Acesse o site disponível em http://www.
rc.unesp.br/tmelo/aula3.pdf e saiba mais sobre
as figuras geométricas que representam um lugar
geométrico.
F 1 e F 2 são os focos
®
sai b a mai s !
F1 F2 = 2c é a distância focal
Conheça mais sobre as Leis de Kepler acessando
A1A2 = 2a é o eixo maior
o site disponível em https://www.sofisica.com.
B1B2 = 2b é o eixo menor
br/conteudos/Mecanica/GravitacaoUniversal/
A1 ,A2 , B1 e B2, são os vértices
lk.php.
c
e = é a excentricidade ( 0 < e < 1 )
a
a = b + c2 (triângulo F1 0B )
2 2
® ®
F1 P e F2 P são os raios focais.
vo c ê sab i a?
1.2 EQUAÇÕES DA ELIPSE COM EIXOS A elipse está associada à órbita dos planetas em
CONTIDOS NOS EIXOS COORDENADOS E O torno do Sol. Essa figura se relaciona com as três
98 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
® ®
Dessa forma F 1 ( - c, 0) e F 2 ( c, 0) , e a equação F1 P + F2 P = 2a
pode ser escrita como (x + c) + y + (x - c) + y = 2a
2 2 2 2
ou
(x + c) + y = 2a - (x - c) + y .
2 2 2 2
1.3 CÍRCULO
gua rde be m isso !
Definição
2 2
c
Na elipse, a equação x + y se b = = 0 , O círculo (ou circunferência) de raio r e
a 2
b2 a
então c = 0 . Assim a = b , e a equação centro c ( a, b ) é o lugar geométrico dos pontos
x2 y2 x2 y2
+ = 1 fica + =1 ou p ( x, y ) do plano que satisfazem a equação
a2 b2 a2 a2 ®
AULA 7 TÓPICO 1 99
ou
2
( x - a ) + ( y - b ) = r2 .
2
Se o centro do círculo é o ponto C(h, k), por meio de uma translação de eixos
(tema abordado na aula 8) chegamos à equação (x - h)2 + (y - k)2 = r2 .
Exercícios resolvidos
1. Encontre os centros e o raio dos seguintes círculos:
a) x2 + y2 + 6x - 8y = 0
b) x2 + y2 - 6y = 0
Solução:
a)xx2 2 ++yy2 2 ++6x Þ ( (xx2 ++6x
8y==00 Þ 6x++99) )++( (yy2- -8y
8y++1616) ) ==2525
2 2
6x- -8y
y2 - 8y + 16 ) = 25
Fatorando os trinômios, temos:
( x + 3 )2 + ( y - 4 )2 = 52 .
Portanto o centro é o ponto ( -3, 4 ) e raio r = 5 .
b) x2 + y2 - 6y = 0 Þ x2 + ( y2 - 6x + 9 ) = 9
A equação acima fatorada tem a forma:
( x2 - 0 ) + ( y2 - 3 ) = 32 , que representa a equação de um círculo de
centro no ponto ( 0, 3 ) e raio r = 3 .
2. Seja a elipse de focos F1 ( 6, 0 ) e F2 ( -6, 0 ) e eixo menor de comprimento
10, obtenha a equação da elipse.
Solução:
A elipse tem equação x
2
y2
+ = 1.
a2 b2
2 b = 10 Þ b = 5
®
2c = F1F2 Þ c = 12
Tendo em vista que b2 = c2 - a 2 ou a 2 = b2 + c2 , temos
a 2 = 52 + 122 Þ a = -13 ou a = + 13 ( -13 não serve, pois a > 0 ).
Então fica:
x2 y2 x2 y2
+ = 1 ou + = 1
132 52 169 25
100 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Solução:
A1A2 é o eixo y. Assim a elipse tem equação x
2
y2
+ = 1
® b2 a2
2a = A1A2 Þ 2a = 20 Þ a = 10
®
2b = B1B2 Þ 2b = 16 Þ b = 8
2 2
Então a equação da elipse é x + y = 1.
64 100
Neste tópico focamos nosso estudo nas elipses com centro na origem do
plano cartesiano e eixos (eixo maior e eixo menor) paralelos aos eixos coordenados.
Na aula 8, veremos que podemos obter, por meio de uma translação ou rotação de
eixos, a equação de uma elipse com centro fora da origem do plano cartesiano e
eixos oblíquos aos eixos coordenados, onde suas equações se apresentam de uma
forma mais completa.
2.1 HIPÉRBOLE
Chama-se hipérbole com focos F 1 e F 2 o lugar geométrico dos pontos P do
¾¾
® ¾¾
®
plano, tais que F1P - F2 P é uma constante (veja figura 3).
No triângulo F1PF2 (figura 3), a desigualdade triangular nos permite concluir
¾¾
® ¾¾
® ¾¾
® ¾¾
® ¾¾
® ¾¾
®
que F2 P + F1F2 ³ F1P ou F1P - F2 P £ F1F2 .
¾¾
® ¾¾
® ¾¾
®
Fazendo F1F2 = 2c , então F1P - F2 P = ±2a é a equação da hipérbole
com focos F 1 e F 2 se, e somente se, 0 < a < c .
102 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
ate nção!
A hipérbole, ao rodar em torno de um dos eixos
de simetria, gera uma superfície que tem o nome
de hiperboloide de revolução.
Figura 3 – Hipérbole de focos F1 e F2
Acesse o site https://www.youtube.com/
watch?v=IpHU_hxlvKE e obtenha mais
informações sobre as principais superfícies de Os elementos da hipérbole são:
revolução. F 1 e F 2 são os focos
¾¾
®
F1F2 é a distância focal
A1 ,A2 , B1 e B2, são os vértices
A1A2 = 2a é o eixo real
B1B2 = 2b é o eixo imaginário se, e somente se, c2 = a 2 + b2
O ponto médio de F1F2 é o centro da hipérbole
c
e = é a excentricidade ( c > a \ e > 1 )
a
¾¾
® ¾¾
®
F1P e F2 P são os raios focais.
guar de b e m i s s o !
A excentricidade da hipérbole está diretamente
relacionada com a sua abertura, ou seja, quanto
maior a excentricidade, mais abertos estarão os
Figura 4 – Representação das assíntotas da hipérbole ramos da hipérbole.
À medida que x cresce, a hipérbole se
aproxima de suas assíntotas, ou seja, os ramos
da hipérbole se aproximam dessas retas, mas sem tangenciá-las ou interceptá-las.
b b
As assíntotas são retas representadas pelas equações y = x e y = - x .
a a
Exercícios resolvidos
1. Seja a hipérbole de focos F 1 (-5, 0 ) e F 2 ( 5, 0 ) e eixo real de
comprimento 8,
a) Determine a equação dessa hipérbole;
b) Esboce a hipérbole e obtenha os extremos dos eixos real e imaginário.
Solução:
x2 y2
A hipérbole tem equação do tipo - = 1 , pois os focos estão
a2 b2
contidos no eixo 0x .
Assim,
¾¾
®
2c = F1F2 = 10 Þ c = 5
2a = 8 Þ a = 4
Substituindo c = 5 e a = 4 em c2 = a 2 + b2 , encontramos b = -3 (não
serve, pois b > 0 ) ou b = 3 .
104 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
x2 y2
Logo, a hipérbole tem equação - = 1.
16 9
Observe na figura que o eixo real tem extremos A1 (-4, 0) e A2 (4, 0) e o eixo
imaginário tem extremos B1 (-3, 0) e B2 (3, 0) .
2. Seja a hipérbole de equação 9x2 - 7y2 - 63 = 0 , determine:
a) a medida dos semieixos.
b) os vértices
c) os focos
d) a excentricidade
e) as equações das assíntotas
Solução:
2 2
Inicialmente vamos colocar a equação na forma x - y = 1
y2 x2 a2 b2
ou - = 1 . Para isso dividimos todos os termos da equação
a2 b2
9x2 - 7y2 - 63 = 0 por 63.
9x2 7y2 63 x2 y2
- - = 0 ou - = 1 , que representa a equação de uma
63 63 63 7 9
hipérbole com eixo real sobre o eixo x e centro na origem.
a) cálculo das medidas dos semieixos
a2 = 7 \ a= 7
b =9
2
\ b=3
b) vértices
A1 ( -a , 0 ) , A2 ( a , 0 ) , B1 ( 0 , -b ) e B2 ( 0 , b ) ou A1 ( - 7 , 0 ) ,
A2 ( 7, 0 ) , B1 ( 0 , -3 ) e B2 ( 0 , 3 )
c) focos
Para determinar os focos, precisamos do valor de c:
c2 = a 2 + b2 Þ c2 = 7 + 9 ou c = 4
2.4 PARÁBOLA
Seja uma reta r e F um ponto não situado sobre r, ambos no mesmo plano.
Chama-se parábola com diretriz r e foco F o lugar geométrico dos pontos P
equidistantes de r e F (veja figura 6). Assim, um ponto P pertence à parábola se, e
¾¾
® ¾¾
®
somente se, PF = PD .
guar de b e m i s s o !
A parábola, ao rodar em torno do seu eixo de
106 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Figura 7 – Parábola de vértice na origem e foco no eixo 0x
¾¾
® ¾¾
®
Neste caso, F( a, 0 ), P(x, y) e D( - a, y ) (figura 5). Da equação FP = DP ,
temos:
(x - a)2 + (y - 0)2 = (x + a)2 + (y - y)2
x2 - 2ax + a 2 + y2 = x2 + 2ax + a 2
Reduzindo os termos semelhantes, chegamos à equação:
y2 = 4ax
Examinando esta equação, concluímos que:
i) Se o foco está à direita da diretriz, então a > 0 e, portanto, x ³ 0 . Dessa
forma a parábola está situada à direita do eixo y;
ii) Se o foco está à esquerda da diretriz, então a < 0 e, portanto, x £ 0 .
Dessa forma a parábola está situada à esquerda do eixo y;
iii) O eixo x corta a parábola em seu vértice C(0, 0).
108 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
AULA 8 Transformação de
coordenadas
Caro(a) aluno(a),
Objetivo
AULA 8 109
TÓPICO 1 Translação de eixos de
coordenadas
O bjetivos
• Simplificar equação de segundo grau usando translação de
eixos coordenados
• Usar a translação de eixos para construção de gráficos de
curvas
U ma translação
deslocamento de figuras do
plano, nas direções horizontal
e/ ou vertical, que tem a finalidade de simplificar
suas equações. Obviamente esse deslocamento
é um
ate n ç ão !
O processo de translação consiste em definir um
novo sistema cartesiano mudando a origem e
não mudará a estrutura geométrica de uma
conservando as direções e os sentidos dos eixos
curva, e sim da equação, tornando-a mais simples coordenados.
de ser manipulada. Por exemplo: as equações
x2 + y2 = 9 e x2 + y2 - 4x - 2y - 4 = 0 ,
embora tenham aspectos distintos, representam uma mesma curva, que consiste
numa circunferência de raio 3. É evidente que ambas têm as mesmas propriedades
geométricas e é mais interessante trabalhar com a primeira equação pela sua
simplicidade.
110 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
gua rde be m isso !
Conhecendo-se a curva dada pela equação
y = f (x) , um bom recurso para construção do
gráfico de curvas do tipo y − k = f (x − h) é a
translação de eixos.
Exercícios resolvidos
1. Transforme a equação 7xy - 14x - 21y - 13 = 0 em outra equação sem os termos
do 1º grau e sem, obviamente, alterar a estrutura da curva, usando uma translação
de eixos.
Solução:
Substituindo x = x + h e y = y + k na equação 7xy - 14x - 21y - 13 = 0 ,
chegamos a:
7( x + h )( y + k ) - 14 ( x + h ) - 21( y + k ) - 13 = 0
7( x y + k x + h y + h k ) - 14 x - 14 h - 21 y- 21 k - 13 = 0
7 x y + 7 k x + 7 h y + 7 h k - 14 x- 14 h - 21x- 21 k - 13 = 0 .
ponto ( 2, 1 ) e raio r = 1 .
Substituindo x = x + h e y = y + k na equação
x2 + y2 -4x - 2y + 4 = 0 , temos:
( x + h )2 + ( y + k )2 -4 ( x + h ) - 2 ( y + k ) + 4 = 0
x 2 + 2 h x + h2 + y 2 + 2 k y + k2 - 4 x - 4 h - 2 y - 2 k + 4 = 0 .
Pondo os termos do 1º grau em evidência, temos:
x 2 + y 2 + x ( 2 h -4 ) + y ( 2 k - 2 ) + h2 + k2 - 4 h - 2 k + 4 = 0
ì2 h - 4 = 0
Fazendo ïïí Þ h = 2 e k = 1 e substituindo
ïïî2 k - 2 = 0
h = 2 e k = 1 na equação acima, encontramos:
x2 + y 2
= 1, que representa a mesma circunferência da equação
(x- 2 )2 + ( y - 1 )2 = 1 , porém com centro no ponto ( 0 , 0 ) .
112 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
0 = ( 1 , - 2 ) e esboce o gráfico.
Solução:
x = x + h = x + 1 e y = y + k = y-2
Substituindo na equação dada, temos:
y-2 + 2 - x + 1 - 1 = 0 ou y = x , como mostra a figura 3.
U ma rotação de
plano significa uma rotação
de figuras do plano, de um
ângulo q , em torno da origem do sistema. Por
meio de uma rotação, podemos fazer com que
eixos no
ate n ç ão !
os eixos de elipses, parábolas e hipérboles O processo de rotação é realizado mudando a
fiquem paralelos aos eixos coordenados e, direção dos eixos coordenados e mantendo fixa
114 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
2.1 EQUAÇÕES DE ROTAÇÃO
Considere dois sistemas cartesianos x 0 y e x 0 y com a mesma origem, com
o sistemas x 0 y passando a ser obtido pela rotação do sistema x 0 y no sentido
anti-horário em torno da origem de um ângulo q (cf. figura 5).
x x y .
= cos θ . - sen θ .
OP OP OP
Exercícios resolvidos
x2 y2
1. Determine a equação da elipse + = 1 após uma rotação de 45º no
4 1
sentido anti-horário em torno da origem:
Solução:
As equações de rotação ficam:
ìï 2
ïïx = .(x + y)
ìïx = x . cos 45º + y . sen 45º ï
ï ou ïí 2
í
ïïy = - x . sen 45º + y . sen 45º ïï 2
î ïïy = . ( -x + y )
ïî 2
2
Substituindo estas equações na equação x + y2
= 1 , chega-se a:
4 1
2 2
é 2 ù é 2 ù
ê ( x + y )ú ê ( - x + y )ú
ê 2 ú ê 2 ú
ë û + ë û = 1
4 1
1 é 2 ù
( x2 + 2xy + y2 ) + 4 ê ( x2 - 2xy + y2 )ú = 4
2 ëê 4 ûú
1
( x2 + 2xy + y2 ) + 2 ( x2 - 2xy + y2 ) = 4
2
x2 + 2xy + y2 + 4x2 - 8xy + 4y2 = 8
5x2 + 5y2 - 6xy - 8 = 0 .
Observe que o termo cruzado xy aparece na equação quando o eixo de
simetria da cônica não é paralelo a nenhum eixo coordenado (ver figura 6).
116 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
x2 y2
Figura 6 – Elipse de equação + = 1 após uma rotação de 45º
4 1
x2 y2
2. Determine a equação da cônica + = 1 após um giro de 30º no sentido
4 1
anti-horário em torno da origem do sistema de coordenadas.
Solução:
x2 y2
A nova equação é do tipo + = 1 no sistema x 0 y cujo eixo 0 x
4 1
forma 30º com o eixo coordenado 0x .
x = x cos θ + y sen θ
Aplicando as fórmulas de rotação de eixos , temos:
y = −x sen θ + y cos θ
ìï x = x cos 30º + y sen 30º 3 1 1 3
ï ou x = x+ y e y =- x+ y.
í
ïï y = -x sen 30º + y cos 30º 2 2 2 2
î
118 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
Demonstração:
ìï x = x cos q - y sen q
Substituindo as fórmulas de rotação ï em
í
ïï y = x sen q + y cos q
î
Ax2 + Bxy + Cy2 + Dx + Ey + F = 0 , obtém-se:
A( x cos q - y sen q )2 +
B( x cos q - y sen q ).(x sen q + y cos q ) + C (x sen q + y cos q )2 +
D( x cos q - y sen q ) + E( x sen q + y cos q ) + F = 0 .
Exercícios resolvidos
1. Elimine o termo cruzado da equação 5x2 + 5y2 - 6xy - 8 = 0 por meio de uma
rotação de eixos conveniente.
Solução:
O termo cruzado xy pode ser eliminado por uma rotação do sistema, de um
p BB A-C
ângulo q (0 < q < ) de modo que tg tg22qq=
= ou cotg 2q = .
2 A-C
A-C B
5-5
Considerando que A = 5, B = -6 e C = 5 , então cotg 2 q = =0 .
p p -6
Assim 2q = ou q = .
2 4 ìï x = x cos q - y sen q
Pelas equações de rotação ï , temos
í
ïï y = x sen q + y cos q
î
ìï ìï
ïï x = 2 x - 2 y ïï x = 2
(x - y )
ïï 2 2 ïï 2
í ou í . Substituindo estas expressões na
ïï 2 2 ïï 2
ïï y = x+ y ïï y = (x + y )
ïî 2 2 ïî 2
Observe que, em relação ao sistema x0y, Para visualizar uma rotação ou translação de
a equação da cônica é 5x2 + 5y2 - 6xy - 8 = 0 eixos coordenados, você pode recorrer o software
winplot, que pode ser baixado diretamente do
e, em relação ao sistema x0y , a equação é
site http://www.mat.ufpb.br/sergio/winplot/
x2 y2
+ =1. vetorial/conicas.html.
4 1
Solução:
Precisamos saber de que cônica se trata, para tanto é necessário eliminar o
termo cruzado.
A-C 1 - 1 p p
cotg 2q = = = 0 ,ou seja, 2q = ou q = .
B 4 2 4
120 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
ìï
ïï x = 2 (x - y)
ìï x = x cos q - y sen q ï
Pelas equações de rotação ïí ou ïí 2
ïï y = x sen q + y cos q ïï 2
î ïï y = (x + y)
ïî 2
Reduzindo os
termos semelhantes da equação acima, obtemos
2 2
-x 2 + 3 y 2 = 6 ou y - x = 1 , que é uma hipérbole cuja representação
2 6
geométrica encontra-se representada na figura 8:
æqö 1 - cosq
Tendo em vista as fórmulas do arco metade: sen çç ÷÷÷ = e
è2ø 2
æqö 1 + cosq , temos:
cos çç ÷÷÷ =
è2ø 2
3
1-
1 + cos 2q 5= 2 1 5
cos q = = = = e
2 2 10 5 5
3
1-cos 2q 1+
5= 8 4 2 5
sen q = = = =
2 2 10 5 5
5 2 5 2 5 5
Substituindo x = x - y e y= x + y na equação
5 5 5 5
8x2 - 4xy + 5y2 = 144 , temos:
2
5 2 5 5 2 5 2 5 5
8 x - y − 4 x - y
5 x + y
5 5 5 5 5
2
2 5 5
+5 x + y = 144
5 5
122 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l
REFERÊNCIAS
BOULOS, P. Geometria analítica: Um tratamento vetorial, 3. ed. Pearson Education do
Brasil, São Paulo, 2005.
BOULOS, P.; OLIVEIRA, I. C. Geometria analítica: um tratamento vetorial. 2.ed. São Paulo:
MacGraw-Hill, 2000.
IEZZI, G. Fundamentos de matemática elementar. Vol. 7. São Paulo: Atual, 1985. v.7.
MUNEM, M. A. Cálculo. Rio de Janeiro. São Paulo: LTC, 1982.
SANTOS, N. M. Vetores e matrizes: uma introdução a álgebra linear. 4. ed. rev. e amp. São
Paulo: Editora Thomson, 2007.
SANTOS, R. J. Matrizes vetores e geometria analítica. Belo Horizonte: Imprensa
Universitária da UFMG, 2006.
SCHWAB, C. e MIGLIANO, A. C. Geometria analítica. Disponível em: <http://www2.
brazcubas.br/professores1/arquivos/9_migliano/Apostilas/Apostila_GAV_2002.pdf>. Acesso
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SILVA, V. E REIS, G.L. Geometria analítica. Livros Técnicos e Científicos. Rio de Janeiro,
1985.
STEINBRUCH, A.; WINTERLE, P. Geometria analítica. 2. ed. São Paulo: Mc Graw-Hill, 1987.
VENTURI, J. J. Álgebra Vetorial e Geometria analítica. 8. ed. Curitiba.
REFERÊNCIAS 123
CURRÍCULO
Marcos Antônio de Macedo
124 G e o m e t r i a A n a l í t i c a Ve t o r i a l