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Sujeitos de Direito Internacional – Responsabilidades e Imunidades

Após inserida uma norma jurídica costumeira/ positiva, o ideal é que haja a prestação, ou
melhor, a não prestação, a depender do caso. Em determinados momentos, a não prestação pode
ensejar uma sanção e, a partir dessa sanção é que há a lógica de responsabilidade. Essa
responsabilidade no direito interno pode-se dar em uma ótica cível, criminal, administrativa
etc., mas no presente estudo será vista em uma ótica internacional.
Francisco Rezek: Se o direito não está funcionando, regulamentado, ele é quebrado por uma
sanção. A sanção funciona como uma quebra, uma forma de restituir aquela situação jurídica
ao status quo, ao estado original.
Alain Pellet: Sem a relação internacional não há direito internacional. Não há que se falar que
só norma de Soft Law (se é que é norma – há divergências) são tendências de direito
internacional.

1625: Direito da Guerra e da Paz


Foi o grande início de Hugo Grotius.
Se questionava sobre questões de guerra e paz, mas não na visão humanitária.
 Teoria Geral do Direito Internacional (conexão).
1648: Paz de Westphalia
Inaugurou-se o período de paz que se chamou de Paz de Vestefália.
1815: Congresso de Viena
Momento em que havia uma lógica de Tratados mais precisa.
Conferência d’A Haia
As tentativas do Direito Internacional por meio das Conferências d’A Haia de cada vez mais
tentar regulamentar esse direito entre nações, Estados. Já marcava a ideia de desenvolvimento
progressivo do Direito Internacional, mas não havia um orgão especifico.
Trabalhou-se muito a ideia de codificação do Direito Internacional, mas não tinha uma ideia de
harmonização, não existia um único Ente que organizasse toda essa logística para que não
houvesse costumes regionais.
A vontade principal dessas conferências era harmonizar, que a maioria dos Estados conseguisse
garantir um costume internacional, de forma a codificar esse costume. O costume internacional
era uma lógica de direito natural (não era escrito, mas sabia que devia ser seguido).
1914 - 1918: 1ª Guerra Mundial
1919: Armistício, 14 Pontos de Woodrow Wilson e Tratados de Versalhes
Os 14 pontos elaboraram as bases do Direito Internacional.

Jurista: Manley Ottmer Hudson.


 Caso Conde Bernadotte.
1. Em 1969, no âmbito da ONU, a Comissão de Direito Internacional trabalhou em um Tratado
Internacional que foi chamado a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados. Em 1969,
essa Convenção falava apenas de Estados, não falava de Organizações Internacionais, mesmo
sabendo/conhecendo que este caso (caso Conde Bernadotte) inaugurou a ideia de personalidade
jurídica de uma Organização Internacional. Claro que não é a mesma personalidade jurídica. O
Estado é uma abstração, mas possui uma personalidade jurídica originária. As Organizações
Internacionais são uma abstração, são uma ficção jurídica e tem uma personalidade jurídica
derivada da vontade dos Estados. Isso mudou tudo!
 São pessoas jurídicas de direito internacional os Estados e as Organizações
Internacionais.
Para fins de responsabilidade internacional, pode-se dividir essa lógica: a lógica convencional,
Estados; a lógica que está se desenvolvendo, Organizações Internacionais; a lógica que não tem
nada a ver com as anteriores, responsabilidade internacional dos indivíduos (baseia-se no
âmbito penal/ criminal, basicamente).
 Para fins de responsabilidade internacional, deve entender essa lógica.
Não está se desconhecendo o poder do indivíduo da comunidade internacional.
2. Proteção Diplomática: É a solução transacional entre o respeito devido à soberania
territorial do estado junto ao qual se exerce e o direito ou o dever que tem o outro estado de
proteger seus nacionais em país estrangeiro.
Pode haver uma proteção funcional de um Alto-funcionário.
Livro: O Homem que queria salvar o mundo.
Artigo 53 da Convenção de Viena – Normas Iurie Cogens.
Artigo 53 Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral
(jus cogens)
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de
Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de
Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional
dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só
pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza.

São normas cogentes, normas importantes para o direito internacional que delas não se admite
nenhuma derrogação. Nãos se pode sobrepor as normas cogentes sobre o risco de a própria
comunidade internacional como um todo ser lesada.
Três pontos que o professor quer que retenha:
 Papel da CDI;
 Cronologia das Relações Internacionais;
 O que a ONU representa para responsabilidade internacional dos Estados.

Quando se fala de responsabilidade internacional ainda se fala de Estados.


A proteção diplomática caiu em certo desuso depois que os indivíduos podem, por si mesmo,
adentrar no plano ativo em algumas Cortes Internacionais de Direitos Humanos (Corte
Europeia, por exemplo).

Quando fala em proteção internacional dos direitos humanos, um novo espaço apareceu. A ótica
ativa por meio dos Tribunais Internacionais de Direitos Humanos e a passiva por meio dos
Tribunais Internacionais na lógica penal.
 Artigo 5º, §4º, CR/88.
Depois da criação da ONU, as ideias de proteção aos direitos humanos passaram a ser mais
desenvolvida. Alguns Tribunais Internacionais de Direitos Humanos passaram a ser, inclusive,
aconselhados. Há Organizações Internacionais no âmbito global, e nesse âmbito a ONU não
permite que isso aconteça, que os indivíduos sejam partes ativas dos processos internacionais.
Mas a ONU tinha suas limitações. Apesar de ser uma Organização Global, tem suas limitações.
Quando se fala de responsabilidade internacional, não está se falando de direito internacional
material, mas procedimental, no que acontece quando o Estado viola uma norma internacional.
As normas relativas a responsabilidade internacional dos Estados determina as consequências
de uma violação ao direito internacional.

A Corte Interamericana de Justiça (CIJ) julgaria o Estado violador.


Alguns regimes trabalham com as suas legislações próprias, responsabilizações próprias e
outros aspectos.
 O sistema da OMC, por exemplo, tem reparações próprias diante de violações, dentre
outros.

Normas Primárias: Direito Internacional (direito material).


Normas Secundárias: Normas Procedimentais.
 Exemplo: Um Estrangeiro comete um crime no exterior e, ao invés de ser julgado, tem
decretado a pena de morte/ de prisão perpétua em primeiro plano. O país se vinculou
com o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos. O Estado comete uma violação
ao direito internacional por ter ido contra a norma referente a liberdade do indivíduo.
Não propriamente à liberdade, mas aos direitos processuais de responder um processo.
Essa violação é o que se chama de violação a norma primária.
A norma secundária diz a penalidade/ sanção ao Estado que violou a norma primária/ material.
As consequências da violação de norma primária, no plano internacional, estão no projeto de
artigos sobre responsabilização dos Estados por ato internacionalmente ilícito.
 Princípio da Não Conformidade.
No direito da responsabilidade internacional surge o dever/direito de reparação diante de um
ato ilícito, o que consiste em uma nova obrigação.

O direito da responsabilidade internacional é o projeto de artigos (não é um Tratado – por mais


que tenha sido aprovado) que é aceito/ reconhecido como costume internacional. Não haveria
problema em codificá-lo, mas existe algumas coisas que estão ainda em desenvolvimento.

 Exemplo: Atos unilaterais – Teste nucleares feito pela França.


A norma primária pode ser uma norma que também não esteja prevista no artigo 38 (como os
atos unilaterais, por exemplo). As normas secundárias/ procedimentais previstas no projeto de
artigo continuará em todos os casos.

Quando há uma violação de direito inernacional, o Estado violador é processado na CIJ e virá
a ser condenado. Essa condenação é uma snação ou uma punição, ou é uma sanção que pode
vir a ser punição eventualmente?
Muitos autores dizem que a responsabilidade é civil porque ela tendencia para cível. Mas Pellet
diz que não é civel , nem penal, mas internacional. Basicamente, o argumento de Pellet para
dizer que não é civel é por achar que não pode haver um dano punitivo, ainda que esteja falando
de violação de normas cogentes (não há nada regulando uma sanção punitiva no plano
internacional). Não é cível, nem admistrativa, mas ampla.
Quando se fala em crime de Estado (algo que não persistiu no novo projeto de artigos), está se
falando de uma sanção punitiva. Ou seja, a violação de uma norma dá/ gera uma sanção.
 Violações mais gravosas tem punições mais gravosas.

O artigo 1º do projeto de artigos sobre Responsabilidade Internacional dos Estados diz que todo
ato internacionalmente ilícito acarreta o dever de reparar. Esse é o fundamento do direito da
responsabilidade internacional dos Estados depois de 1970.
Para a maioria dos internacionalistas e para a CDI não tem necessidade de ter dano, nexo de
causalidade, sendo necessário que o Estado tenha cometido um ato internacionalmente ilícito.
 Não basta um ato internacionalmente ilícito. O ato tem que ser atribuível ao Estado.
Duas perguntas são muito comuns sobre essa matéria: Dano e culpa, ou melhor, a questão do
dano e sobre a objetividade ou subjetividade da norma internacional.
 Há duas correntes doutrinárias (slides a seguir).

Entendem que o dano é um elemento caracterizador da responsabilidade internacional dos


Estados. Tem que ter o dano, tem que ter o nexo entre o ato ilícito que o Estado causou e o dano
para assim gerar o dever de reparar.
Não é porque o dano não é um elemento caracterizador que não pode existir. Ele pode existir,
mas vai depender da norma primária.
 Exemplo: Genocídio é uma extinção sistematizada e dotada de um objetivo, tem que
ter um interesse/ objetivo/ dolo especifico ao fazer tal ato. A norma primária viola
genocídio, a norma secundária vai regulamentar o genocídio.
Em uma relação de direito da responsabilidade internacional pode haver o dano. Ele só não é
elemento caracterizador.
O fato gerador da responsabilidade internacional não é mais o dano. Basta o ato
internacionalmente ilícito (ato ilícito no plano internacional). Não é necessário o nexo de
causalidade e o dano. Pode acontecer, mas não é mais necessário.
Se trabalha com a consequência das violações, ou seja, com a norma secundária. A violação é
a norma material, ou seja, a norma primária.
 O ato ilicito precisa ser atribuído ao Estado.

Responsabilidade Subjetiva:
Responsabilidade Objetiva: A partir do momento que se fala do direito internacional, a
violação de uma norma não interessava se fosse por dolo ou culpa, violação é violação.
No plano interno, há questões interessantes de se quetionar se houve ou não houve dolo, se
houve culpa, para saber o tipo de condenação que aquela parte teria em direito interno. Mas,
quando parte do plano internacional, qualquer violação é violação.
 Exemplo: Não há Tratado internaciona sem valor jurídico, todos são importantes, senão
não era Tratado internacional.
Caso Guerrilha do Araguaia: A omissão estatal pode gerar uma responsabilidade
internacional.
A mesma coisa ocorre dentro do sistema global. A ação ou omissão do Estado pode gerar a sua
responsabilização, desde que viole uma norma internacional. Não importa se é uma norma
costumeira, de um tratado, ou de um princípio geral, de um ato unilateral do Estado, ainda assim
gera uma responsabilização adversa.

Elemento Material: Ação ou omissão que viola as obrigações assumidas por um Estado.
Aqui há uma questão. Poderia responsabilizar um Estado por uma norma a qual ele não tenha
prestado atenção? Em tese não, mas quando se fala de norma cogente poderia.
As normas cogentes são hierarquicamente superiores. Uma violação de norma de Jus Cogens
significa um retrocesso internacional e, nesse sentido, por mais que os Estados sejam contrários
as normas cogentes, são obrigados a seguir essas normas, mesmo que de forma implícita tem
que aceitar.
O mais convencional são os atos não contínuos, violações convencionais.
Atos de violação contínua, se perpetra no tempo (por exemplo, caso Adolf Eichmann).
Atos compostos, tem que haver atos preparatórios que também são delitos (por exemplo, o
genocídio).
Filme: Operação Final (Caso Adolf Eichmann).

Sobre os atos ilicitos, há excludentes de ilicitude (se o ato ilicito é excluido, logo não há
responsabilidade internacional).

Determinado Estado aceita que tropas militares adentre em seu território por algum motivo
(geralmente são por questoes humanitárias).

A partir do momento em que há consentimento, não há violação de direito internacional.


A ilicitude de um ato de Estado é excluída quando uma medida lícita de legitima defesa é
tomada com base na Carta da ONU.
A Carta da Onu dispoe que o uso da força é um meio ilícito de solução de controvérsias. Mas,
há exceções ao caso que se encontra também na Carta da ONU.

Possibilidade de colocar a legitima defesa pessoal/ coletiva (principalmente).


Requisitos:
 Aviso ao Conselho de Segurança da ONU informando que usará a legitima defesa, desde
que justifique, sendo em medida proporcional (tese de legitima defesa preventiva);
 Tem que ser uma agressão iminente e injustificada;
O objetivo é a manutenção da paz. Se conseguiu neutralizar, não pode continuar atacando.
A legitima defesa tem que seguir a necessidade e a proporcionalidade.
 Direito interno e Direito Internacional.

Questionamente acerca de lesões ao meio ambiente.


Questionamento acerca de teste nucleares, se não geraria uma lesão ao meio ambiente.

Não chega a ser uma legitima defesa, não tem carater bélico. Tem arater de resposta contra uma
ilicitude cometida, mas numa lógica cível.
 Exemplo: reotrções por questões comerciais.
As contramedidas são muito utilizadas.
Era uma barragem que foi construida entre a Hungria e a Eslováquia.
Acordo para a construção e administração da barragem no rio Danúbio.
Uma das partes queria revogar o acordo por causa dos possíveis impactos ambientais.
Eslováquia fez um desvio no rio que prejudicou a Hungria.
Hungria: Estado de necessidade ecológica
Eslováquia: Contramedidas
A força maior pode ser utilizada, desde que haja a ocorrencia de uma força irresistível ou de
um acontecimento imprevisivel (fortuito), além do controle do Estado, que torne a obrigação
materialmente impossível de ser concretizada.
A diferença maior entre a força maior e o perigo extremo é que o perigo extremo é uma medida
materialmente possível (pode ou tem a oportunidade de se explicar/ justificar em um momento
posterior), ao passo que, a força maior é uma medida materialmente impossível (não pode haver
possibilidade de cumprir a obrigação).
 Se assumiu o risco de cometer o ilícito internacional, não há que se falar em excludente
de ilicitude.

 Medida mais excepcional.


 Artigo 27, Convenção de Viena.
 Comunidade Internacional: Obrigações Erga Omnes (não propriamente são normas
cogentes).
 Efeitos Inter Partes (entre Estados).
O direito internacional tem a mesma lógica. As obrigações Erga Omnes são aquelas que são
oponivéis a comunidade internacional como um todo.
É uma estratégia internacional de alguns países em casos de guerra/ conflito interno, encontrar
um conflito externo para sanar a problematica interna de um Estado-nação. É uma teoria
plenamente aceita em matéria de relações internacionais, ligada a lógca do realismo, uma lógica
mais pragmática, mas que permitirá, por exemplo, Estados desenvolvidos continuarem se
desenvolvendo no seu plan interno. Achar um inimigo exterior é interessante para o país que
estava, inclusive, com problemas políticos internos (reeleição).
Série: O Espião (Netflix), Falda.

Como o Estado não pode praticar os atos dele propriamente dito, algumas figuras de poder
dentro do Estado acabam praticando. A conduta de orgãos e de agentes de Estado, que são
chamados de Órgãos de Jure. São aqueles órgãos que estão dentro da administração do Estado
de alguma forma, seja autoridades de um Estado ou não e, qualquer tipo de violações que esses
indivíduos tenham a normas inernacionais atribuirá um ato internacionalmente ilícito a um
Estado.
Não tem aquela lógica de nexo de causalidade entre um ato ilícito e um dano, mas existe uma
espécie de nexo entre quem foi que efetuou o ato em nome do Estado e o ato internacionalmente
ilícito.
 Exemplo: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário de um país. O
Legislativo legisla de forma contrária a uma obrigação internacional que o Estado tenha
manifestado adesão. Isso pode gerar uma responsabilização para o Estado. O ato de um
Poder Legislativo legislar de forma contrária, o ato do Poder Judiciário julgar de forma
contrária, o ato do Poder Executivo que seja contrário a uma obrigação internacional
pode gerar uma responsabilização para o Estado.
 Exemplo: Ministro de Estado da Defesa do Brasil ordena uma guerra contra o Paraguai,
contudo não tinha as autorizações (artigo 4º), OU; Ministro de Estado tivesse recebido
a ordem para ameaçar um conflito armado, mas que não chegasse efetivamente a um
conflito armado e, o Ministro estrapolasse as funções das quais lhe fora designado
(artigo 7º).
 O Ministro de Estado pode ser responsabilizado e será julgado pelo Tribunal Penal
Internacional (TPI). O Estado pode ser responsabilizado pelo ato desse Ministro e
poderá ser julgado pela Corte Internacional de Justiça (CIJ). Os dois podem ser
julgados pelo mesmo fato.
 Órgãos de Jure.
Em 1945, foi convencionado o que havia trabalho em 1928 com o Pacto..., que tentava instituir
de algum modo que o recurso a um conflito armado, a guerra, a força em direito internacional
se tornaria um ato ilícito. Está institucionalizado no artigo 2º, paragráfo 4º da Carta das Nações
Unidas. Foi convencionado no referdo artigo que as soluções de conflito devem ser pacificas,
se basear nos meios políticos, diplomáticos e jurídicos. Essa é a norma primária.
Existem alguns órgãos que não são propriamente de direito mas tem as suas ações encampadas
pelo Estado, que são órgão de facto.
Um agente do Estado que atua de forma contrária com a obrigação internacional que o Estado
tenha manifestado adesão, ajuda o Estado a cometer um ilícito internacional.
 É um período meio parado do direito internacional e ainda assim é um período em que
as normas relativas aos direitos humanos, por exemplo, tem o âmbito dos direitos
humanos específicos.
Conduta de Superiores: Um superior está fazendo ou o superior está mandando um inferior
fazer (primeiro exemplo). Quando o inferior tem uma ordem superior para fazer/cumprir e
estrapola/abusa, ou seja, ultrapassa o que deveria fazer – o Estado, em tese, não tem nada a ver
com isso, mas para o direito da responsabilidade internacional o Estado tem a ver com isso pelo
simples fato daquele inferior ser parte integrante do Estado (segundo exemplo – policial abusar
do seu poder) – Atos Ultra Vires.
O ato Ultra Vires é a conduta de um agente de estado ou de um indivíduo privado que está
munido nessa função que estrapola as funções de Estado/ por ele mencionadas.
O ato de um particular pode gerar uma responsabilização para o Estado em que é
nacional?
Depende. No geral, não pode, pois é muito difícil, no caso concreto, um particular poderia gerar
a responsabilidade do Estado por um ato cometido individualmente por ele, sem ser uma ordem
direta do Estado. Não é comum, mas se tiver a disposção na norma primária especificando de
maneira expressa que um ato de particular pode gerar responsabilidade para o Estado, nesses
casos o Estado pode ser responsabilizado.
Depende se o ato pode ser atribuivél ao Estado, depende do individuo/ particular estar em uma
função que permitisse aquela tomada de decisão, que apesar de não ser um órgão de Estado, era
um órgão de fato daquele Estado.
 O James Carwford trata sobre ato internacional ilícito (Projeto de artigo sobre
responsabilidade dos Estados por ato internacionalmente ilícito).
O Estado pode ser responsabilizado pelo cometimento de um ato lícito? Segundo Pellet
depende.
Quando se fala de atividades de alto risco, como, por exemplo, testes nucleares etc., é entendido
por alguns autores que há a possibilidade de responsabilização por ato lícito. Por mais que o ato
seja lícito, mas pela sua natureza ser de alto risco, pode gerar responsabilidade internacional,
no caso concreto. No entanto, deve reconhecer que não é uma lógica global, mas uma lógica
mais entre Estados/ entre pequenas posições.
 Segundo o professor, é mais nítido em uma ótica bilateral.
A luz da tese de Pellet, uma atividade de alto risco poderia gerar algum tipo de violação
no plano internacional?
Segundo o professor, não. Se não há norma costumeira, norma positivada ou outra fonte de
direito internacional plenamente reconhecida, não deveria haver. Mas, Pellet e outros
internacionalistas entendem que há essa possibilidade, mas não está adstrita a responsabilidade
internacional dos Estados, ou melhor, ao projeto de artigo sobre responsabilidade dos Estados.
Ausência de políticas públicas que deveriam ser internalizadas por conta de mandamentos
ratificados em Tratados Internacionais, pode haver um ato ilícito.
Uma conduta dirigida ou controlada por um Estado (onde falará de: Controle Efetivo, Controle
Global e Controle Último).
Adoção de conduta e a questão de controle.

Essa situação pode ser vista por três viés diferentes. O Estado pode estar controlando
determinada parte da população de outro Estado.
 Exemplo: Estados Unidos controlando parte da população da Nicarágua para ocasionar
uma guerra civil e as pessoas que está apoiando tomem o poder. Precisaria saber o grau
de controle que os Estados Unidos precisaria ter sobre a população para ensejar a sua
responsabilidade internacional.

Os Estados Unidos poderia ser responsabilizado no plano internacional, desde que ficasse
configurado/ comprovado o controle efetivo de determinado grupo armado/ parte da população.
O controle efetivo para a Corte é bastante rígido/ estrito. Teria que ser algo, talvez, mais público
ou que tivesse uma participação cada vez maior dos Estados Unidos.

 Atualmente se usa o Controle Último (é o controle efetivo de forma mais abranda).


 Exemplo: Auxiliar – permite que as tropas passe por seu território ou alguma medida
interna do país estimula que outro país a entrar em uma violação com outro país. Três
Estados, um faz divisa com o outro (Estado A com B e B com C). O Estado A quer
entrar no C, mas precisa passar pelo B. Se o Estado B auxiliar a passagem do Estado A
para o C, comete um ilícito internacional de forma indireta.

Se a conduta danosa/ violadora estiver acontecendo, cessa-se a conduta. Se a conduta violadora


não estiver mais ocorrendo/ tiver findado, pede-se a não-repetição. Normalmente, esses dois
pedidos são feitos juntos e juntos com o dever de reparação.
O dever de reparação é um princípio internacional. Ele se divide em três, mas pode-se combinar.
São eles:
Restitutio in Integrum: Restituir a coisa perdida/ o dano especifíco ao status quo.
Indenização: De forma monetária (dinheiro).
Satisfação: É, basicamente, um pedido de desculpas internacional.
Há duas possibilidades, sendo: Estado lesado e Estado outro que não seja o lesado.
O Estado pode ser lesado (que sofreu o dano) ou pode ser um Estado outro que não seja o
lesado, que é quando ocorre algum tipo de violação contra a comunidade internacional como
um todo ou um grupo específico. É o que se chama de obrigações erga omnes e erga omnes
partes.
As obrigações erga omnes são devidas a todos, independentemente de qualuqer coisa.
Obrigações oponíveis a todos.
Pertencimento a um grupo específico (erga omnes partes) quase não acontece. O que pode
acontecer é um Estado lesado pedir reparação e o Estado outro que não seja o lesado pode pedir
a reparação do Estado lesado (como se estivesse tomando as dores do Estado lesado). Isso
geralmente ocorre, por exemplo, quando há uma violação de norma de Jus Cogens, afinal toda
norma de Jus Cogens possue uma obrigação erga omnes, mas nem toda obrigação erga omnes
possui norma de Jus Cogens. significa dizer que existem obrigações erga omnes que não foram
constituídas sobre o viés de normas mais importantes para o direito internacional.
 Exemplo: Direito de passagem inocente do Direito do Mar.
É a questao das retorções.

Retorções: é medida lícita.


Contramedidas: é uma espécie de excludente de ilicitude. São medidas, normalmente, lícitas,
mas estão ligadas ao período específico de tempo. São temporária/ é uma defesa temporária.
Inicialmente, poderia até alegar não propriamente uma legítima defesa, mas uma contramedida
por uma questao temporária, notificada ao Conselho de Segurança, mas a partir do momento
que ultrapassa, há um ilícito internacional. Essas são as sanções descentralizadas.
As sanções centralizadas são centradas em algum órgão, mais precisamente em Organizações
Internacionais. Pode haver responsabilizações no plano da CIJ, CIDH e, pode ter, po exemplo,
no Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul, ou pode haver dentro do contencioso/do
órgão de soluções de controvérsias da OMC.
Tudo isso pode gerar sanções de Organizações Internacionais. Para evitar conflitos armados
internacionais ou, até mesmo, crises internacionais, uma OI toma a frente e normalmente é o
que acontece (salvo as exceções recentes).
Essa violação, sobretudo, quando fala de norm imperativa de direito internacional, ocorre a
responsabilidade internacional dos Estados.

Há a possibilidade de responsabilização diferenciada, alguns chamam de responsabilização


agravada/ majorada. Ou seja, uma responsabilidade maior do que uma violação a um Tratado
comercial, por exemplo.
Legítima Defesa Coletiva: permitida nos termos do artigo 51 da Carta da ONU.
Mudou o foco, a ideia das normas secundárias, retirou o dano do seu fato gerador na
responsabilidade internacional, separou a proteção diplomática da responsabilidade
internacional (apesar de que, normalmente, andam junto) e incluiu as contramedidas (que são
as quatro principais funções/ questões da Revolução Agoísta).

A tese principal dele é de que haveria 2 tipos de responabilização para o Estado. Uma
responsabiização convencional por uma violação de uma norma que ensejaria um delito
internacional. E, se essa norma fosse das mais importantes de direito internacional, como as
normas de Jus Cogens, por exemplo, cometeria um crime internacional. Sob a lógica da tese
dele, o Estado poderia ser considerado um criminoso internacional.
Toda norma de Jus Cogens possui uma obrigação erga omnes, mas nem toda brigação erga
omnes consiste em uma norma de Jus Cogens.
Esse caso reconheceu, basicamente, o que era normas Jus Cogens e o que era obrigações erga
omnes, mais precisamente obrigações erga omnes.
Nesse sentido (do conceito de obrigações erga omnes), ainda não seja uma norma de Jus
Cogens, o Estado outro que não seja o lesado, se estiver falando de obrigações erga omnes,
pode pleitear a responsabilização internacional, inclusive, pedir para si a reparação dos danos
(não acontece na prática, mas não há impedimento).

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