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CURSO DE CALDEIRAS

E VASOS DE
PRESSÃO

1
Caldeiras a Vapor

São equipamentos destinados a produzir e acumular


vapor sob pressão superior á atmosférica, utilizando
qualquer fonte de energia, excetuando se os
refervedores e equipamentos similares utilizados em
unidades de processo.

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PMTP ou PMTA

Pressão máxima de trabalho permitido É o maior valor de


pressão compatível com
o código de projeto, a
resistência dos
Pressão máxima de trabalho admissível materiais utilizados, as
dimensões do
equipamento e seus
parâmetros
operacionais.

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A Falta destes seguintes itens constitui em
risco grave e eminente
Válvula de segurança com pressão de abertura ajustada
em valor igual ou inferior a PMTA.

Instrumento que indique a pressão do vapor acumulado

Injetor ou outro meio de alimentação de água,


independentemente do sistema principal, em caldeiras
a combustível sólido.

Sistema de drenagem rápida de água, em caldeiras


de recuperação de álcalis.

Sistema de indicação para controle de água ou outro


sistema que evite o superaquecimento por alimentação.
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Toda caldeira deve ter afixada em seu corpo,
placa de identificação com as seguintes
informações.

Fabricante
Número de ordem dado pelo fabricante da
caldeira Ano de fabricação
Pressão máxima de trabalho
admissível Pressão do teste
hidrostático Capacidade de produção
de vapor Área da superfície de
aquecimento Código de projeto e ano
de edição Categoria da caldeira

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Registro de segurança
Os registros de segurança deve ser constituído de livro
próprio, com páginas numeradas, onde serão registradas:

Todas as ocorrências importantes capazes de influir nas


condições de segurança da caldeira.

As ocorrências das inspeções de segurança periódicas e


extraordinárias, devendo constar o nome legível e assinatura
de “Profissional Habilitado e de operador de caldeira presente
na ocasião da inspeção.

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Prontuário da Caldeira

Toda caldeira deverá possuir prontuário, contendo as


seguintes informações:
Código de projeto e ano de edição
Especificação dos materiais
Procedimentos utilizados na fabricação montagem,
inspeção final e determinação da PMTA.
Conjunto de desenhos e demais dados necessários para o
monitoramento da vida útil da caldeira:
Características funcionais:
Dados dos dispositivos de segurança
Ano de fabricação
Categoria da caldeira

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Categorias de Caldeiras

Categoria A São aquelas cuja pressão de operação é


igual ou superior a 1960 kPa (19,98 Kgf/cm2).

Categoria C São aquelas cuja pressão de operação é igual


ou inferior a 588 kPa (5,99 Kgf/cm2) e o volume interno é igual
ou inferior a 100 litros.

Categoria B São todas as caldeiras que não e enquadram


nas categorias anteriores.

Obs: As caldeiras categoria A, deverão possuir painel de


instrumentos instalados em sala de controle.
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Manual de Operação
Toda caldeira deve possuir este manual, atualizado
em língua portuguesa contendo no mínimo:

Procedimento de partidas e paradas

Procedimentos e parâmetros operacionais de rotina

Procedimentos para situações de emergência

Procedimentos gerais de segurança, saúde e de


preservação do meio ambiente.

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Qualidade da água

A Qualidade da água deve ser controlada e tratamentos


devem ser implementados, quando necessários, para
compatibilizar suas propriedades físico – químicos com os
parâmetros de operação da caldeira.

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Operador de caldeira – Requisitos

Possuir certificado de “Treinamento de Segurança na


Operação de Caldeiras” e comprovação de estágio prático.

Possuir certificado de “Treinamento de Segurança para


Operação de Caldeiras” previsto na NR-13.
Possuir comprovação de pelo menos 3 anos de experiência
nessa atividade, até 8 de maio de 1984.
Ter atestado de conclusão do 1°grau , para participar do
Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras.

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Inspeção de Segurança
As caldeiras devem ser submetidas a inspeções de segurança
inicial, periódica e extraordinária.

A Inspeção de segurança inicial deve ser feita em caldeiras novas,


antes da entrada em funcionamento, devendo compreender exame
interno e externo e teste hidrostático e de acumulação.

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Válvulas de Segurança
As válvulas de segurança devem ser inspecionadas
periodicamente conforme segue:

Pelo menos uma vez por mês, mediante acionamento manual


alavanca em operação, para caldeiras das categorias “B e C”.

Desmontando, inspecionando e testando, em bancada, as


válvulas flangeadas e, no campo, as válvulas soldadas,
recalibrando-as numa frequencia compátivel com a experiência
operacional da mesma para caldeiras “A e B”.

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Vasos de Pressão

Os Vasos de Pressão são equipamentos que contém fluidos


sob pressão.

Trocador de calor
Tubulação, Válvulas
Bombas
Turbinas e ejetores
Compressores
Torres, vasos, tanques e reatores
Fornos
Caldeiras
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Classificação dos Vasos de
Pressão Fluídos
Os Fluídos contidos nos vasos de pressão são classificados
conforme descrito a seguir:

CLASSE A – Fluídos inflamáveis – combustível com


temperatura superior ou igual a 200° C.

Fluídos tóxicos com limite de tolerância igual ou inferior a 20


ppm;

Hidrogênio
Acetileno

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Fluídos

CLASSE B – Fluídos combustíveis com temperatura inferior a


200°C.
CLASSE C - Vapor de água, gases asfixiantes simples ou ar
comprimido.
CLASSE D - Água ou outros fluídos não enquadrados nas
classes “A”, “B” ou “C”, com temperaturas superior a 50°C.

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Risco Grave e iminente
Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos
seguintes itens:

Válvula ou outro dispositivo de segurança com pressão de


abertura ajustada em valor igual ou inferior a PMTA, instalada no
vaso de pressão.

Dispositivo de segurança contra bloqueio inadvertido da válvula


quando esta não estiver instalada diretamente no vaso.

Instrumento que indique a pressão de operação.

Realização do teste Hidrostático.

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Documentação do Vaso de Pressão

Todo vaso de pressão deve possuir no estabelecimento onde


estiver instalado, as seguintes informações:

Prontuário do Vaso de Pressão


Registro de Segurança
Projeto de Instalação
Projeto de alteração ou Reparo
Relatório de Inspeção

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Registro de Segurança
Este “registro de segurança” deve ser constituído por livro de
páginas numeradas, onde serão registradas:

Todas as ocorrências importantes capazes de influir nas


condições de segurança dos vasos.

As ocorrências de inspeção de segurança

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Instalação de Vasos de Pressão

Todo vaso de pressão deve ser instalado de modo que todos


os drenos, respiros, bocas de visita e indicadores de nível,
pressão e temperatura, quando existentes, sejam facilmente
acessíveis.

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Vasos de pressão instalados
em ambientes confinados

Quando os vasos de pressão forem instalados em ambientes


confinados, a instalação deve satisfazer os seguintes
requisitos:

Dispor de pelo menos duas saídas amplas, permanentemente


desobstruídas em direções distintas.
Dispor de acesso fácil e seguro para as atividades de
manutenção, operação e inspeção.
Dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não
possam ser bloqueadas.
Dispor de iluminação conforme normas oficiais
vigentes. Possuir sistema de iluminação de emergência.

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Treinamento de Segurança na
Operação de Unidades.
A operação de unidades que possuam vasos de pressão de
categoria “I ou II” deve ser efetuada por profissional com
“Treinamento de Segurança na Operação de Unidades”.

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Intervenções que exijam soldagem
Todas as intervenções que exijam soldagem em partes que
operem sob pressão devem ser seguidas de teste hidrostático

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Inspeção de Segurança de Vasos
de Pressão

Inspeção de Segurança Inicial Deve ser feita em vasos


novos, antes de sua entrada em funcionamento, devendo
compreender exame externo, interno e teste hidrostático.

Inspeção de segurança periódica É constituída por exame


externo, interno e teste hidrostático, deve obedecer aos
seguintes prazos máximos estabelecidos no próximo slides.

Inspeção extraordinária Quando algo foge do controle


operacional.

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Inspeção de Segurança Extraordinária
de Vasos de Pressão
Este tipo de inspeção deve ser feita nas seguintes oportunidades:

Sempre que o vaso for danificado por acidente ou outra


ocorrência que comprometa sua segurança.
Quando o vaso for submetido a reparo, capazes de alterar sua
condição de segurança.
Quando permanecer inativo por mais de 12 meses.
Quando houver alteração de local de instalação do vaso.

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Prazos máximos de inspeção de segurança – Empresas que não
possuam serviço próprio de inspeção de equipamentos

Categoria do Exame externo Exame Interno Teste


vaso Hidrostático
I 1 ANO 3 ANOS 6 ANOS

II 2 ANOS 4 ANOS 8 ANOS

III 3 ANOS 6 ANOS 12 ANOS

IV 4 ANOS 8 ANOS 16 ANOS

V 5 ANOS 10 ANOS 20 ANOS

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Prazos máximos de inspeção de segurança – Empresas que
possuam serviço próprio de inspeção de equipamentos

Categoria do Exame externo Exame interno Teste


vaso Hidrostático
I 3 ANOS 6 ANOS 12 ANOS

II 4 ANOS 8 ANOS 16 ANOS

III 5 ANOS 10 ANOS a critério

IV 6 ANOS 12 ANOS a critério

v 7 anos a critério a critério

27
Inspeção de Segurança de Vasos
de Pressão
Vasos de pressão que não permitam o exame interno ou externo por
impossibilidade física devem ser alternativamente submetidos a teste
hidrostátic

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EXPLOSÃO EM CALDEIRA

•A caldeira envolvida no acidente era uma caldeira aquatubular com


economizador e superaquecedor. A superfície total de aquecimento era de
2203 pés quadrados, pressão de projeto 12000 Kpa e produzia 160 Ton. de
vapor / hora .
•Os queimadores possuíam um sistema de bicos que permitia a queima de
8 diferentes tipos de combustível.

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Na noite de 09 de Dezembro de 2000, as 02:30, 3 pessoas estavam tentando dar
partida (restart) na caldeira quando ocorreu uma explosão dentro da câmara de
combustão da caldeira. As 3 pessoas ficaram gravemente feridas, com mais de

••
50% da área de corpo queimados por queimaduras de segundo grau.
Duas destas pessoas subseqüentemente morreram no hospital:

• 1 Operador de 23 anos de idade.


1 Operadora de 21 anos de idade.

A caldeira estava operando queimando GLP. Uma ordem noturna foi dada para
acender os queimadores de Diesel na caldeira.
As 3 pessoas acidentadas tentaram acender o queimador de diesel a partir das
00:30. Eles fizeram diversas tentativas, mas não obtiveram sucesso.
As 2:20, eles tentaram acender novamente os queimadores de diesel.
Entretanto, a caldeira sofreu um trip e apagou.
Na tentativa de reacendimento da caldeira com GLP, a explosão ocorreu.
A caldeira estava em fase de comissionamento no momento do acidente.
Procedimentos escritos estavam disponíveis para partida a frio e a quente de
caldeiras.
Investigações revelaram que a equipe de partida encontrou dificuldades para o
acendimento da caldeira com GLP algum tempo antes. Para superar o
problema, eles improvisaram um método de partida com um by-passs manual.
Este método de by-pass não era o mesmo constante nos procedimentos
operacionais.

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O método de by-pass foi usado pela equipe de partida como uma mediada
temporária, e eles pararam de usa-lo quando uma solução definitiva para o
problema foi encontrada.

Este método foi utilizado apenas pela equipe de partida e nenhum operador foi
instruído para utiliza-los.
Investigações mostraram que operadores estavam presentes quando este
método de partida foi usado. Na realidade , este método foi utilizado em
diversas ocasiões subsequentes pelos operadores de processo.
Sistema Interno de Gerenciamento de Segurança Corporativa

Investigações revelaram que o S.M.S. não estava efetivamente implementado


na planta antes do acidente.

• Não houve aprovação formal pelo Gerenciamento de Mudanças para o


uso do método de by-pass temporário.
•O método de by-pass temporário requeria a abertura das 2 válvulas de by-
pass das XVs. Neste caso, não havia controle de falha para o caso de
apagamento de chama. Procedimentos estabeleciam que deveria haver
aprovação formal da gerência para permitir a remoção do selo das válvulas de
by-pass.

Sistema Interno de Gerenciamento de Segurança Corporativa


• Foi recomendado fazer revisão de segurança prépartida para a caldeira
(Pre-Startup Safety Review ) . Entretanto, durante a investigação não foi

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encontrado nenhum documento que evidenciasse que esta revisão tivesse
sido feita.
• Foi descoberto que as válvulas de by-pass das XVs não possuíam
nenhum selo de segurança quando a equipe de partida implementou o método
de partida com by-pass. Não se descobriu porque não havia selo de segurança
nestas válvulas de by-pass.
Treinamento e Experiência

Foi ministrado a todos operadores 8 meses de um programa de orientação e


treinamento. Isto incluía treinamento em SMS.
Os 2 operadores mortos eram operadores de processo, porém não eram
operadores certificados para operação de caldeiras. O supervisor ferido que
sobreviveu era certificado como operador de caldeira de 1a classe.
O supervisor ferido alegou que tinha medo do método de by-pass e admitiu
que o mesmo estava sendo usado em 9 de Dezembro. Ele também sentia que o


treinamento dado a ele era insuficiente para operar a caldeira.
Investigações no local confirmaram que as 2 válvulas de by-pass das XVs
estavam 50% abertas. Isto confirma que o método de by-pass foi utilizado


para reestartar a caldeira.

•Registros de dados confirmam que a válvula principal de controle de GLP


(FCV “A”) estava 66% aberta no momento imediatamente anterior à explosão.
•As válvulas de bloqueio a jusante e a montante da válvula principal de
controle de GLP (FCV “A”) estavam 100% abertas.

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• Houve portanto um alinhamento que permitiu a entrada de grande
quantidade de GLP para a câmara de combustão, resultando na explosão da
caldeira.

CAUSAS DO ACIDENTE
• Uso de um método temporário de by-pass para reestartar uma caldeira após o
seu trip.
• As 2 válvulas de by-pass das válvulas de trip (XVs) estavam abertas, sem que
as 2 válvulas de bloqueio da válvula de controle principal (FCV “A”) de GLP tivessem
sido fechadas.
• Não cumprimento de requisitos e procedimentos internos de SMS da
companhia:
- Uso de um método não autorizado de by-pass
- Remoção do selo de segurança das válvulas de by-pass.

LIÇÕES APRENDIDAS

• Todas pessoas envolvidas na operação de caldeiras devem seguir


procedimentos operacionais seguros.
• Autorização formal deve ser obtida antes de introduzir modificações no sistema
da caldeira ou nos seus procedimentos.
• Deve-se assegurar que todo pessoal envolvido na operação receba adequado
treinamento e supervisão.
• Deve-se assegurar documentação apropriada.

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AÇÕES TOMADAS

A empresa foi instruída para levar a cabo uma inspeção do remanescente da


caldeira e executar os trabalhos de recuperação de forma a assegurar condições
seguras de operação.
A empresa também reviu seu sistema e recertificou-o.
Eles também revisaram e auditaram seu sistema interno de SMS para identificar e
corrigir fraquezas e lacunas:

 Não negligencie a operação de suas caldeiras apenas porque elas operam


automaticamente.

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OBRIGADO PELA ATENÇÃO

Manoel Luiz Alves Gomes


Eng. Mecânico / Segurança do Trabalho

Fonte: NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão - MTE

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