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CONTROLO DE DOENÇAS E BIOTECNOLOGIA

Mecanismos de defesa específica

➢ A defesa específica (ou imunidade adquirida), inclui o conjunto de processos


através dos quais o organismo reconhece os agentes invasores e os destrói de
uma forma dirigida e eficaz.
➢ A resposta do organismo ao agente invasor melhora a cada novo contacto.
➢ Verifica-se especificidade e memória.

Antigénios:
Todos os componentes moleculares que desencadeiam uma resposta imunitária
especifica são antigénios.
Podem ser moléculas superficiais de bactérias, vírus ou outros organismos, toxinas
produzidas por bactérias ou mesmo moléculas presentes no pólen, pelo de animais
e células de outras pessoas.
Um antigénio possui várias regiões capazes de serem reconhecidas pelas
células do sistema imunitário. Cada uma dessas regiões é um determinante
antigénico ou epítopo.

Linfócitos
Defesa Específica
Linfócitos B e Linfócitos T
- Ambos produzidos a partir de células estaminais na medula óssea;
-Inicialmente são iguais, mas, posteriormente, sofrem um processo de maturação;
- Os linfócitos que migram da medula para o timo dão origem aos linfócitosT –
Imunidade celular;
- Os linfócitos que permanecem na medula óssea e aí continuam o seu processo de
maturação, dão origem aos linfócitos B – Imunidade humoral.

Mecanismos de defesa específica Imunocompetência

❖Durante a maturação dos linfócitos T e B, estes adquirem recetores superficiais para


determinados antigénios, passando a reconhecê-los e tornando-se células
imunocompetentes.
❖O conjunto de linfócitos com recetores para um certo determinante antigénico
constitui um clone.
❖ Seguidamente passam para a circulação e encontram-se em grande quantidade em
órgãos como o baço, as amígdalas ou gânglios linfáticos.

Defesas específicas: imunidade humoral

• A imunidade humoral é mediada por anticorpos que circulam no sangue e linfa e que
são produzidos após o reconhecimento do antigénio por linfócitos B.
• Um anticorpo é uma proteína específica produzida por plasmócitos em resposta à
presença de um antigénio, com o qual reage especificamente.
Imunidade humoral - Anticorpos

Os anticorpos pertencem a um grupo de proteínas globulares designadas


imunoglobulinas.
Apresentam estrutura em forma de “Y”, constituída por quatro cadeias polipeptídicas,
duas cadeias pesadas e duas cadeias leves.
As cadeias polipeptídicas possuem uma região constante, muito semelhante em todas
as imunoglobulinas, e uma região variável.
As regiões variáveis constituem os sítios de ligação (dois por anticorpo) para o
antigénio específico.

Defesa Específica: Imunidade – Humoral


Memória Imunitária e Vacinação

Quando ocorre uma infeção e os mecanismos de defesa específica são mobilizados, o


sistema imunitário reage de diferente modo, conforme se trate do primeiro ou segundo
contacto com o agente infecioso.

Resposta imunitária primária

O primeiro contacto do organismo com o antigénio (determinante antigénico) origina


uma resposta imunitária primária, durante a qual são ativados os linfócitos B que se
diferenciam em células efetoras (os plasmócitos) e células memória. Eliminado ou
neutralizado o antigénio, as células efetoras desaparecem, mas as células memória
permanecem no organismo.
Resposta imunitária secundária

Num segundo contacto com o mesmo antigénio, as células memória dão origem a uma
resposta imunitária secundária:
• mais rápida
• mais intensa
• mais prolongada
A capacidade do sistema imunitário reconhecer o antigénio e produzir uma resposta
imunitária secundária designa-se memória imunitária.

Como induzir imunidade?

Ativa Passiva
O indivíduo é estimulado a produzir os Aquisição de anticorpos provenientes de
seus próprios anticorpos outro organismo
Natural: exposição ao agente infecioso. Natural: anticorpos presentes no leite
materno.
Artificial: vacinação Artificial: anticorpos extraídos de outro
organismo

Vacinas – imunização artificial ativa


• Uma vacina é uma solução preparada com antigénios tornados inofensivos, ex:
microrganismos mortos ou atenuados ou toxinas inativas.
• A vacina desencadeia uma resposta imunitária primária e formam-se células memória.

Soros com anticorpos específicos – imunização artificial passiva


Administra-se anticorpos retirados do plasma de indivíduos que já estiveram em
contacto com esse antigénio ou de animais que foram expostos a esse antigénio – soros
imunes.
Ex: tétano, envenenamento resultantes de mordeduras de cobra. Nestes casos as
toxinas produzidas pelo bacilo do tétano ou da cobra tem um efeito fulminante, podendo
conduzir à morte antes que possam ser produzidos anticorpos.

A imunidade passiva possui algumas desvantagens: é temporária, só é possível num


número restrito de infeções e possui alguns riscos.

Imunidade celular mediada por linfócitos T

A imunidade celular resulta da participação dos linfócitos T.


Os linfócitos T são ativados contra:
▪ parasitas multicelulares;
▪ fungos;
▪ células infetadas por vírus ou bactérias;
▪ células cancerosas;
▪ tecidos enxertados;
▪ órgãos transplantados.
O processo tem início com a apresentação dos antigénios aos linfócitos T por células
apresentadoras.
Células apresentadoras podem ser:
 Macrófagos
 Linfócitos B
 Células infetadas
 Células cancerosas
 Células de outro organismo

Células apresentadoras
Por exemplo:
Um macrófago fagocita uma bactéria. Ao dar-se a destruição da bactéria dentro do
macrófago, formam-se fragmentos peptídicos que são antigénicos.
Esses fragmentos antigénicos ligam-se a certos marcadores superficiais do macrófago
(proteínas do complexo principal de histocompatibilidade – MHC) que os exibe aos
linfócitos T.
Os linfócitos T reconhecem-nos devido aos recetores específicos que possuem,
ficando ativos.

Uma vez ativados, os linfócitos T dividem-se e diferenciam-se em diferentes tipos de


células T:
• Linfócitos T citotóxicos (Tc)
• Linfócitos T auxiliares (Th)
• Linfócitos T memória (Tm)
• Linfócitos T supressores (Ts)

Cada um deles possui recetores característicos, identificáveis por técnicas


imunológicas e apresentam funções específicas.

Linfócito T auxiliares, (Th) ou CD4 - Libertam mediadores químicos (citoquinas) que


estimulam a capacidade defensiva de outras células.

Linfócitos T citolíticos ou T citotóxicos, (Tc) ou CD8 - Atuam diretamente promovendo


a destruição das células alvo.

Linfócito T Supressor (Ts) - Moderam ou suprimem a resposta imunitária. Participam


na tolerância imunológica- mecanismo utilizado para intervir que os leucócitos
ataquem as próprias células do organismo.

Linfócito T memória (Tm) – São células que ficam inativas e aptas a responder a uma
nova exposição do mesmo antigénio.
Defesa Específica
Coordenação E Cooperação

Doenças e Desequilíbrios do Sistema Imunitário

Disfunções do sistema imunitário


O sistema imunitário pode revelar várias deficiências no seu funcionamento dando
origem a desequilíbrios e doenças. Algumas doenças resultam de uma reação
excessiva do sistema imunitário, ou hipersensibilidade, em relação a agentes estranhos
inócuos ou aos próprios constituintes do organismo.
Outras doenças resultam da incapacidade do sistema imunitário responder com
eficácia aos agentes que ameaçam o organismo e designam-se, genericamente,
imunodeficiências.

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