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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 4
Introdução.................................................................................................................................... 7
Unidade I
O que é sofrimento?.......................................................................................................................... 9
Capítulo 1
História................................................................................................................................... 9
Unidade iI
Fundamentos da Gestalt-terapia..................................................................................................... 17
Capítulo 1
Sofrimento na vida e a Gestalt-terapia............................................................................. 26
Unidade iII
Gestalt-Terapia e a centralidade da relação figura-fundo....................................................... 42
Capítulo 1
Conflitos internos e sofrimento para a Gestalt -Terapia............................................... 42
Unidade iV
Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade....................................................... 56
Capítulo 1
Construindo possibilidades de intervenções terapêuticas........................................... 56
Referências................................................................................................................................... 82
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Vamos iniciar nossos estudos sobre o sofrimento começando com uma construção
histórica. Vale destacar que partiremos de sofrimentos físicos para psíquicos. Suas
representações serão destacadas no decorrer dos capítulos, quando outros estudos irão
auxiliar no entendimento desses fenômenos, contextualizaremos o apanhado teórico
da gestalt terapia.
Esse tema tem um destaque muito próximo da nossa constituição, pois entende-se que
sem um nível seguro de sofrimento muitas das mobilizações humanas seriam inertes.
São algumas questões introdutórias para refletirmos a partir da nossa experiência clínica
e, também, como seres humanos, entender o que é o sofrimento e como trabalhar essa
auto percepção.
Essa questão é importante, pois nos coloca diante do outro em sofrimento e fragmentado
em sua experiência.
Objetivos
»» Acompanhar as experiências acerca dessa temática. Ao retirarmos alguns
minutos para refletir sobre isso, a verdadeira introdução já se inicia.
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»» Trabalhar um caso clínico brevemente para ilustrar o assunto apontado.
8
O que é Unidade I
sofrimento?
Capítulo 1
História
Figura 1. A extração da pedra da loucura (1485), do pintor italiano Hieronymus Bosch (1450-1516).
Fonte: <http://enfermagemptodos.blogspot.com.br/2012/11/origem.html>.
Segundo Sanchez-david (2008), o séc. XIV foi um período marcado por sucessivas crises
por toda a Europa, semeou a fome, a doença, a guerra e a revolta. Mas, foi também
um período prenunciador de grandes mudanças políticas, econômicas e sociais. Em
Portugal, esta crise manifestou-se principalmente a partir de finais de 1348, ano em
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UNIDADE I │ O que é sofrimento?
que a Peste Negra atinge e devasta o reino, matando, em menos de um ano, mais de um
terço da população portuguesa.
Obras de vários séculos são representativas desses momentos, nas quais o sofrimento
ganhava um espaço de elaboração e manifestação cultural nas artes, escritas e religião.
Também em outros momentos históricos as representações artísticas são evidenciadas
e marcadas por acontecimentos recentes à época, isso é visto como uma tentativa de dar
sentido aos acontecimentos, os cronistas, pintores, músicos, escritores e os religiosos se
apropriam desse movimento.
Para Kickhofel (2011), um grande estudioso que desafiou a igreja católica no século
XIV foi Leonardo Da vinci, com seus estudos anatômicos e produções artísticas, este
desenvolveu trabalhos rudimentares acerca do adoecimento físico, e com a técnica de
registro em desenho ao dissecar um corpo ia, minuciosamente, registrando seu trabalho.
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O que é sofrimento? │ UNIDADE I
Com uma ótica singular, o nosso campo psíquico ganhou espaço para interagir e
fundamentar-se nesses eventos, estabelecendo uma relação com a natureza e o universo
que nos cerca.
Ribeiro (1985) descreve que a natureza humana seguiu seu curso e questionou a mera
descrição de informações que colocavam os eventos fora do pensamento. Tornando a
atividade de pensar o próximo passo, destruindo o mundo primitivo de aceitação para
a formação da ciência.
Fonte: <http://www.lecompendium.com/dossier_elec_38_bobine_de_du_bois_reymond/bobine_de_du_bois_raymond.htm>.
11
UNIDADE I │ O que é sofrimento?
Figura 3.
Fonte: <http://dislexia.pt/blog/dsm-5-criterios-diagnostico-perturbacao-aprendizagem-especifica/>.
Para iniciarmos esse diálogo, vamos trabalhar com dois principais livros da psiquiatria
diagnóstica, esses dois livros buscam dimensionar descritivamente esse nosso tema,
o sofrimento humano e suas manifestações. O manual diagnóstico e estatístico de
transtornos mentais é um manual estatístico, feito pela Associação Americana de
Psiquiatria para definir como é feito o diagnóstico de transtornos mentais.
Passamos, então, para o âmbito “científico” do sofrimento psíquico, aqui será preciso
diferenciar o normal do patológico. Segundo Morris e Maisto (2004), a mudança da
linha que divisa o normal e o patológico é um imperativo temporal, pois bem sabemos
que em determinada época o adoecimento psíquico foi exaltado como manifestação
divina.
Acredito que nesse momento seja importante trabalharmos alguns conceitos que
caminham paralelamente ao sofrimento psíquico.
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O que é sofrimento? │ UNIDADE I
Para poder pensar em sofrimento nas diversas fases da vida, é preciso passar por essas
afirmações que são descritivas a esses humanos e o lugar que isso ocupa na relação
terapêutica do século XXI.
DSM V
»» Transtornos do Neurodesenvolvimento
»» Espectro da Esquizofrenia e Outros Transtornos Psicóticos
»» Transtorno Bipolar e Transtornos Relacionados
»» Transtornos Depressivos
»» Transtornos de Ansiedade
»» Transtornos Obsessivo-compulsivo e Transtornos Relacionados
»» Transtornos relacionados a trauma e Estressores
»» Transtornos Dissociativos
»» Transtornos de Sintomas Somáticos e Transtornos Relacionados
»» Transtornos Alimentares
»» Transtornos da Eliminação
»» Transtornos do Sono-Vigília
»» Disfunções Sexuais
»» Disforia de Gênero
»» Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta
»» Transtornos Relacionados a Substâncias e Transtornos Aditivos
»» Transtornos Neurocognitivos
»» Transtornos da Personalidade
»» Transtornos Parafílicos
»» Transtornos do Movimento Induzido por Medicamentos e Outros Efeitos Adversos de Medicamentos
»» Outra condição que Podem ser Foco da Atenção Clinica
A busca por leis gerais que regem nossa condição passa por uma sistematização de
dados, do ponto de vista clínico médico é essencial para a investigação, suas principais
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UNIDADE I │ O que é sofrimento?
A descrição dos transtornos no quadro (acima) parte desse princípio, devendo ser
observados a partir do curso do adoecimento, ou seja, precisa ser acompanhado dentro
de episódios com um espaçamento temporal.
Figura 4.
Fonte: <https://www.sinopsyseditora.com.br/produtos/livros-1-48>.
Agora passamos a pertencer a uma cadeia numérica, representativa a sua forma mais
objetiva e simplificada, distanciada de afetividade e teor subjetivo.
14
O que é sofrimento? │ UNIDADE I
Uma questão: Por que hoje nos deparamos com a normatização e categorização do
sofrimento?
Fonte: <http://puromisterio.com/2015/02/o-manicomio-de-barbacena/>.
Pontos abordados:
15
UNIDADE I │ O que é sofrimento?
Figura 6.
Fonte: <http://www.clinicaintegrare.com.br/gestalt-terapia.html>.
Fonte: <http://gestaltbrasil.blogspot.com.br/>.
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Fundamentos da Unidade iI
Gestalt-terapia
A Terapia da Gestalt teve seu início na década de 1950 pelo psiquiatra, treinado na
abordagem psicanalítica, Frederik Perls.
O principal objetivo, percebido por Perls (1951), na época, era a divulgação nos Estados
Unidos e Europa. O período no qual seus seguidores se voltaram a pensar na teoria
dentro da proposta apresentada foi na década de 60, onde os trabalhos de seus seguires
Laura Perls, Paul Goodman, Ralph Herferline, Paul Weisz e Elliot Shapiro retomam a
construção teórica ignorada.
Segundo Martins (1995) e Ribeiro (1985), o humanismo é uma construção teórica, onde
o saber é centrado na pessoa, procurando facilitar o crescimento do homem dentro
daquilo que ele tem de positivo no seu modo de agir, pensar e sentir. A gestalt-terapia
se absorve disso quando propõe levar a pessoa a experimentar suas potencialidades e
seus limites.
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UNIDADE II │ Fundamentos da Gestalt-terapia
Figura 7.
Fonte: <https://openclipart.org/image/2400px/svg_to_png/178666/1369711205.png>.
O termo Gestalt significa forma, padrão ou estrutura, o que para a construção da escola
teórica foi dando maior ênfase ao todo, afirmativamente seus membros discutiam que
a soma das partes da percepção não se resulta em um todo.
Segundo as leis da Gestalt, a unidade é uma ou mais coisas que constituem um elemento.
As unidades podem ser agrupadas, como um botão na camisa colorida, ou podem
compor o próprio elemento.
Essas unidades são percebidas por meio da relação entre os objetos, quando percebemos
nitidamente as unidades por meio de um estímulo, como o contraste. Quanto mais forte
o estímulo, maior é a segregação, pois fica mais nítida a percepção de cada unidade.
A unificação é quando há uma coerência naquilo que vemos. Ela é formada basicamente
pelo uso das leis de proximidade e semelhança, explicadas abaixo. Quando nota-se
um equilíbrio visual, uma harmonia, é possível dizer que há uma unificação entre as
unidades do elemento.
No caso da semelhança, nós tendemos a ver várias unidades como uma, quando elas são
parecidas entre si. Seja em forma, cor ou tamanho. Se há semelhança, nós, geralmente,
agrupamos esses elementos em um só.
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Fundamentos da Gestalt-terapia │ UNIDADE II
A pregnância da forma diz respeito à clareza da informação. Quanto melhor for sua
organização visual, e mas rápida e fácil for sua interpretação, maior é o seu nível de
pregnância.
Elementos próximos e semelhantes serão entendidos como uma mesma coisa, imagine
observando isso na clínica, quando as emoções se sobrepõem e tomam outras demandas.
Figura 8.
Fonte: <http://1wallpaper.net/form-line-motion-optical-illusion-wallpaper.html>.
A visão da gestalt sobre as angústias dos seus clientes são observadas como gasto de
energia para rejeitar aspectos de si, os quais podem resultar em adotar características
não construídas para seu self.
Figura 9.
Fonte: <http://www.shejike.com/uploads/tt/151117/ss21n3jom05846.jpg>.
19
UNIDADE II │ Fundamentos da Gestalt-terapia
Cabe pensar que tais defesas têm se formado independentes do momento ao qual o
cliente esteja e para ajudá-los é fundamental a formação teórica e supervisão clínica,
pois dão segurança na nossa profissão.
Figura 10.
Fonte: <http://c14608526.r26.cf2.rackcdn.com/E55F83DB-DBF1-45B2-A681-73BC80299D41.jpg>.
Um jogo, por exemplo, quando ela deseja que o psicólogo a encontre quando ela se
esconde. Pode ser importante para ela ser encontrada, não apenas como regra essencial
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Fundamentos da Gestalt-terapia │ UNIDADE II
do jogo, porém alguém que a busque e diga: “Achei você! Olha como você tentou se
esconder para que eu pudesse te encontrar”.
Esse tipo de vínculo permite, assim, que as angústias se tornem presentes, por exemplo,
quando os pais dizem que trabalham muito e estar com a criança tem sido difícil, ela
tem demandado ser encontrada pelo psicólogo, como reflexo da ausência dos pais.
Figura-fundo
O conceito de figura-fundo surge das pesquisas feitas sobre a percepção humana e a
neurose, onde está nossa capacidade de ligar partes não relacionadas a um todo. Nossa
necessidade de criar um todo é o que nos tranquiliza diante das angústias, na clínica é
fundamental trabalhar isso com seu cliente, onde as questões se misturam, o terapeuta
cria um contraste para que ele se diferencie e possa perceber essa mistura.
Figura 11.
Fonte: <http://clubedodesign.com/wp-content/uploads/2014/02/cubo.jpg>.
Ribeiro (2006) descreve que a Figura-fundo não se divide, ou seja, um não existe sem
o outro. Fazem parte de um processo dinâmico, pois o que é figura em dado momento,
pode, posteriormente, voltar ao fundo. Acontece que o observador e objeto observado se
incluem e se confundem, tornando-se interdependentes de tal maneira que não se pode
afirmar que um é causa do outro, “conquanto talvez se possa dizer que um é ocasião
para que o outro emerja de uma totalidade circunstante”.
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UNIDADE II │ Fundamentos da Gestalt-terapia
afirma que o todo é anterior às suas partes, e atualiza a essência da coisa no instante
que está inteiro e completo. Dessa maneira, o todo e parte se referem à percepção de
estruturação da experiência humana, e no que diz respeito à percepção, esta vem sempre
estruturada, e ao introduzir um novo elemento leva a percepção de uma nova estrutura.
Kurt Lewin descreve um organismo como a soma de todas as partes, e havendo alteração
de uma das partes desse campo modifica-se o organismo como um todo. Yontef (1998)
fala de uma forte influência da psicologia da gestalt, a qual estudava a percepção da
parte e constituição do todo. Lewin, no entanto, assume uma posição descritiva dos
fenômenos, explica a partir do campo espaço vital e das relações influenciadoras desse
campo.
Ao atender um adulto “A” que se queixa de tristeza e solidão após a perda de seu filho C,
este fala que sua esposa não consegue mais estar presente na sua vida, ambos tentaram
viver isso juntos, porém a esposa diz não conseguir olhar para A por se parecer demais
com seu filho.
Figura 12.
Fonte: <https://irs1.4sqi.net/img/general/original/90599130_f8XNGgo6PU8kPPL2AskidS_nkAoREww_UxpadXe5mMY.jpg>.
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Fundamentos da Gestalt-terapia │ UNIDADE II
sujeito é que o assegura do trabalho, sendo a observação junto ao terapeuta difícil, mas
muito importante.
O tipo de manejo clínico deve ser pensado com muito cuidado e sempre mantendo o
foco nas influências dos eventos no estado emocional do cliente. O Gestalt-terapeuta
lida com a experiência conforme ela é vivenciada no momento presente. Na medida em
que o comportamento é resultado da interação de forças presentes no campo total da
pessoa.
Uma teria que teve sua origem a partir de experiências orgânicas, quando Kurt Goldstein
estuda lesões cerebrais no comportamento e descobre que, além do comprometimento
das partes lesionadas, mudanças de personalidade se apresentavam.
Neste ponto, retomaremos dentro de todos esses pressupostos filosóficos e teóricos, nos
quais se criou esse campo, para pensar quais instrumentos de condução e facilitação de
que o terapeuta poderá dispor, dentro da perspectiva do ser humano e da compreensão
de seu funcionamento mais saudável.
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UNIDADE II │ Fundamentos da Gestalt-terapia
Os quatro conceitos:
»» Contato.
»» Awareness.
»» Relação terapêutica.
»» Presença na experiência.
O contato do cliente com ele mesmo deve ser estimulado dentro do campo criado com
o terapeuta, isso pode trazer funções importantes de autoconhecimento, percepções
emocionais antes não relatadas e esclarecimentos.
24
Fundamentos da Gestalt-terapia │ UNIDADE II
Para contemplar esses estados de contato e awareness, o terapeuta deve ter atingido
um grau dentro desse processo em si mesmo, pois a formação de seu self dentro de sua
história auxiliará tal condução ao cliente.
Essas são funções de regulação que cabe ao terapeuta conduzir com seu cliente, sob
uma orientação de existência fenomenológica, vista na perspectiva do próprio cliente.
Pontos abordados:
»» Teoria na clínica.
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Capítulo 1
Sofrimento na vida e a Gestalt-terapia
O sofrimento psíquico não tem uma relação direta com a temporalidade, uma descrição
do quadro de depressão, por exemplo, pode estar presente no cliente mesmo que este
relate que acorreu há muitos anos antes.
Desconstruir essa imagem junto aos pais é uma tarefa árdua que muitas vezes precisamos
nos deparar como terapeutas, devemos sensibilizá-los que todo sofrimento percebido
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Fundamentos da Gestalt-terapia │ UNIDADE II
nos entes queridos ou causado por eles afeta profundamente seu comportamento, suas
emoções e a forma de pensar e si mesmo.
Infância
As crianças, para Oaklander (2006), têm uma forte capacidade de captar dos seus
próximos alterações de humor e, sem uma diferenciação protética, aceitarem para si
aqueles estados emocionais.
Figura 13.
Fonte: <http://www.istoe.com.br/reportagens/195990_ESTRESSE+INFANTIL>.
Diante disso, o ambiente com o terapeuta acentua uma forma de descobrir criativamente
como enfrentar um ambiente estressante não somente para a criança, mas como a
forma dela interagir criativamente está latente nesse período, é um ponto favorável ao
trabalho.
Esse processo dinâmico e criativo para Perls, Goodman e Hefferline (1997) de interação
com o ambiente pode ser descrito como o ajustamento criativo e auxilia na restauração da
harmonia, o equilíbrio, a saúde do organismo, o qual se dá por meio da autorregulação,
procura-se satisfazer as nossas necessidades primordiais do momento, considerando as
possibilidades ambientais.
27
UNIDADE II │ Fundamentos da Gestalt-terapia
Uma criança pode desenvolver uma fobia específica, como a melhor forma de enfrentar
um pai violento, e ser muito amadurecida, assumindo condutas assertivas a fim de
proteger a mãe e cuidar dos irmãos. A criança saudável deixa-se guiar pela sabedoria do
seu organismo, que reconhece as suas necessidades originais, tenta realizá-las seguindo
uma ordem de importância e escolhe qual a melhor ação em uma dada situação para
se satisfizer, evitando danos a si e prejuízo nas suas relações pessoais. No entanto, nem
sempre a criança faz suas escolhas de forma consciente e racional.
A criatividade é uma resposta saudável dada pela criança para suprir suas necessidades
internas de ferramentas que ela possa usar, sendo assim, no adoecimento pode significar
que a criança interrompeu sua capacidade criativa, passando a interagir com o outro
de forma fixa e enrijecida. Na clínica, esse comportamento deve ser bastante observado
e estimulado pelo terapeuta infantil, a capacidade de brincar, imaginar, construir
soluções e humor são pontos importantes para serem vistos na interação com a criança.
Figura 14.
Fonte: <http//revistaculturacidadania.blogspot.com.br/2013/01/artigos-psicologia-infantil_21.html>.
O trabalho clínico infantil, então, se passa com a família muito próxima para relatar os
acontecimentos vivenciados dentro de casa, com todos os membros. As famílias, assim
como as crianças, procuram uma tentativa de cura, o retorno à homeostase inicial,
entender o adoecimento e caminhar no caminho do autoconhecimento.
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Fundamentos da Gestalt-terapia │ UNIDADE II
Figura 15.
Fonte: <http//www.ufmbb.org.br/>.
Entende-se, após o contato com o cliente, que o adoecimento não se manifesta por ele
mesmo, existe ali um sujeito que manifesta dentro de sua própria configuração uma
maneira de interagir com o meio. A finalidade do diagnóstico é identificar o adoecimento
dentro de seus critérios, além disso, já se torna parte de um ser que pode ser criativo e
se reestruturar sobre as condições certas.
29
UNIDADE II │ Fundamentos da Gestalt-terapia
Para Briggs (1986), a criança saudável desenvolve a capacidade de amar, ser generosa,
sentir gratidão e desejo de reparação a partir da internalização positiva das figuras
parentais (pais amorosos que confirmam e respeitam a individualidade da criança), o
que leva a uma diminuição do medo da perda, aumenta a capacidade de compartilhar,
de se expressar e de realizar trocas nutritivas com o mundo.
Figura 16.
Fonte: <http://www.eluniversal.com.co/sites/default/files/201602/3523015_xxl.jpg>.
Nos primeiros atendimentos a criança chega bem vestida e toma o espaço do consultório
com facilidade, se apropria dos espaços e dos brinquedos, é criativa, e imagina situações
com facilidade. A mãe fica na sala de espera e aguarda o filho, qualquer barulho que a
mãe faça na sala de espera a criança faz uma pequena pausa, como que com receio de
ser deixada ou algo lá fora a assusta.
Passados alguns atendimentos, a criança já não se angustia tanto com os sons da sala
de espera e, entre esses atendimentos, conversando com os pais, pedi para que me
relatassem como é a rotina na hora de dormir. O quarto da criança fica no final do
corredor e, para facilitar, eles revezavam para colocá-lo para dormir, durante o dia ele
já apresentava melhoras para estar só, desde que tivesse a certeza que eles estariam ali.
Os pais foram entendendo que sua insegurança em estarem de acordo com a condução
da ajuda ao filho influenciava diretamente no adoecimento deste, a criança capta essa
insegurança e não distingui se é dela ou deles.
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UNIDADE II │ Fundamentos da Gestalt-terapia
Pensando agora sobre a criança e seu brincar na clínica, o medo é uma reação em favor da
sobrevivência que ocorre diante de uma ameaça à vida ou à integridade psíquica, sendo
inerente à condição humana. Há os medos naturais específicos do desenvolvimento,
que surgem quando a criança toma consciência do mundo, de coisas que não consegue
entender ou controlar.
A criança precisava brincar de controlar os pais e suas angústias, quando isso é dito
para ela esta percebe que faz parte de seu desejo sempre tê-los por perto, isso se torna
consciente na relação de contato com as figuras parentais.
O terapeuta pode fazer uso de fantasias dirigidas com temas de coragem, independência;
diálogo com fantoches humanos ou de animais sobre o medo, a raiva; dramatizar a
situação fóbica; propor desenhos temáticos; trabalhos corporais e sensoriais com a
argila para liberar a tensão muscular e a agressividade retrofletida, de forma a resgatar
a consciência corporal. É importante considerar que o terapeuta gestáltico age com
cuidado e tem uma preocupação em não impor atividades, de forma a evitar intervenções
invasivas que não respeitem o ritmo, a espontaneidade e a singularidade da criança,
bem como busca, nas entrevistas de orientação aos pais, provocar a conscientização
de conflitos pessoais não resolvidos, com o intuito de facilitar o processo da criança e a
reconfiguração da dinâmica da família.
Figura 17.
Fonte: <https://userscontent2.emaze.com/images/d4c5046c-d5cd-4203-b5bb-35cd9f07fddd/7c00c63afb2c2bb640f46494
da694182.png>.
32
Fundamentos da Gestalt-terapia │ UNIDADE II
Adolescência
Procurar entender o contexto no qual todas essas transformações e como elas têm
ocorrido para o cliente adolescente é fundamental para o processo psicoterapêutico, o
que se deve atentar em questões de manejos clínicos é a organização dos atendimentos.
Nunes (2008) afirma que, numa situação de emergência, a pessoa procura a melhor
maneira possível de lidar com o que se apresenta: contenção de energia ou substituição
da necessidade. É necessário suprir a excitação da necessidade genuína, e a energia vai
para a contenção. O problema ocorre quando a atitude que era consciente e controlada
passa a ser crônica, repetida, irrefletida e, portanto, cristalizada. Nesse momento,
perde sua função primária de ajustamento para ser apenas uma adequação limitada ao
contexto, impedindo a pessoa de agir de formas diferentes aos distintos contextos. A
questão fundamental é que cada nova situação demanda um ajustamento igualmente
diferenciado; sendo a cristalização ou sedimentação (engessamento do ato) uma
estratégia adaptativa de momento, mas não replicável em situações diferenciadas.
Não é raro, quando o adolescente em seu processo pede um espaço para se diferenciar
das figuras parentais presentes em sua vida, no entanto o terapeuta deve explicar que
eventualmente tal espaço precisa ser aberto para que ele (terapeuta) possa dialogar
com essas figuras.
O manejo disso é delicado e sentido de cliente para cliente, mas para que isso não
prejudique o vínculo com o terapeuta é preciso muitas vezes organizar com o cliente o
encontro com seus pais e como vão ocorrer, deixando-o seguro de que o seu papel ali é
dar a ele sustentação.
33
UNIDADE II │ Fundamentos da Gestalt-terapia
Figura 18.
Fonte: <http://images.jovempan.uol.com.br/_nd5woeWsS-NRFEY0hDZbQOX3aY=/fit-in/619x437/media.jovempan.uol.com.br/
old_images/2011/01/06/H_20110106_215851.jpg>.
Percebe-se diante do cliente infrator que não houve espaços possíveis para que mostre
quem verdadeiramente é. Os tratamentos subjugados os fazem defrontar as leis de
alguma forma, no que se manifesta como uma glorificação entre eles pode ser construída
como uma necessidade de retomada da sua autoestima.
Não se pode negar que o meio no qual o jovem vive influencia no seu modo de ser e
pensar, são escolhas que fazem a todo tempo, procurando credibilidade, aceitação e
inclusão.
34
Fundamentos da Gestalt-terapia │ UNIDADE II
A autora May (1988) relata que quando o grupo, no qual ele está inserido e identificado, é
nocivo nos seus objetivos, aquela energia se direciona para um campo de destrutividade.
Winnicott (1999) descreve que para o antissocial algo que lhe foi privado ou perdido,
nessa relação, precisa ser suprido. Apresenta-se mais nesta fase da adolescência até
antes da vida adulta.
Essa afirmação nos faz pensar a falta na sua zona de contato com ele mesmo, que é
acentuado quando no momento de transição o adolescente precisa sentir que o seu meio
pode lhe propiciar segurança e sustentação. Por outro lado, as suas escolhas enquanto
ser-no-mundo também dizem por ele.
A citação corrobora com o nosso caminho ao pensarmos nas medidas restaurativas, que
podem auxiliar o adolescente em conflito com a lei na revisão de sua história de vida, na
ressignificação do estigma de infrator e no encontro de si, quanto sujeito.
Outro tipo de manifestação do sofrimento psíquico na adolescência pode ser por via
da alimentação, umas das fortes características desse adoecimento é que surgiu na
35
UNIDADE II │ Fundamentos da Gestalt-terapia
Porém, para nosso estudo vamos nos ater a casos clínicos, se sabe que a procura por
transtornos alimentares é baixa devido ao cliente não perceber-se doente.
Sobre essa ótica muito específica o Gestalt-terapeuta irá buscar o ajustamento criativo
do cliente, saída que a Gestalt do cliente faz para não manifestar o sofrimento presente.
Figura 19.
Fonte: <http://www.psicologia10.com.br/wp-content/uploads/2015/12/Transtorno-Alimentar-Restritivo-Evitativo-3.jpg>.
36
Fundamentos da Gestalt-terapia │ UNIDADE II
Para Angermann (1998), os ajustes criativos para os transtornos alimentares fazem com
que o cliente lide com tensões do ambiente e do que seu corpo se manifesta. Aponta para
observar como esse tipo de transtorno pode servir para um mecanismo de evitação.
O autor anterior aborda em como o adoecimento se manifesta, a origem deste não é uma
prioridade. O objetivo de aumentar a awareness e integrar partes fragmentadas do self
dos clientes com transtornos alimentares aponta para uma demanda por experienciar
seus conflitos de forma direta.
Adulto
Muitos dos pressupostos descritos no tópico anterior serão válidos aqui, de uma
maneira singular os adoecimentos ou a quebra da Gestalt no adulto é um rompimento
no contato com ele mesmo e com o mundo, logo, vamos pensar nas manifestações de
sofrimento na fase adulta da vida.
Para retomar alguns pontos da unidade I e II, precisamos pensar que na perspectiva
gestáltica, saúde e doença não são conceitos fixos e imutáveis, podem ser entendidos
como forma de expressão do organismo peculiar.
Segundo Barbalho (1998), a saúde do cliente se prejudica quando ele rompe o contato
com ele próprio. Saúde é definida como a capacidade dele estar respondendo ao meio
em que vive de maneira adequada, respeitando o reconhecimento do outro como um
sujeito pleno. Aqui, awareness é entendida como ter consciência de algo forte e presente,
dar-se conta de alguma coisa que ainda não estava presente ou consciente no indivíduo
até o momento.
A doença pode ser vista como um momento de crise e, segundo Brandão (2003), de
transição, como uma oportunidade de mudança, de aprender e desenvolver uma nova
forma de vida e de expressar-se de modo mais aberto e direto no mundo. A saúde,
37
UNIDADE II │ Fundamentos da Gestalt-terapia
como já foi dito anteriormente, não significa ausência da doença, ausência de distúrbios
físicos, mas um modo saudável de estar e de se expressar na vida.
Para melhor trabalharmos, vamos discutir um caso clínico adulto dentro dessa
perspectiva.
Figura 20.
Fonte: <http://www.abc.med.br/fmfiles/index.asp/::places::/abcmed/Fungos-como-sao-Eles-podem-causar-doencas-Como-
evita-las-.jpg>.
B relata estar em sofrimento por não ser aprovado para ingressar na carreira militar,
tendo intensificado suas compulsões em lavar as mãos, tossir e estralar partes do corpo.
Isso tem gerado grande sofrimento para o paciente, pois não consegue “controlar”,
diante de seus familiares e amigos.
As repetições do ego de B podem, então, ser entendidas como uma exigência da fixação
do cliente em lidar com suas frustrações ou exigências. A repetição dessa fixação no
trauma, podemos pensar que representa uma maneira de retornar ao evento passado
no presente. Uma tentativa de retornar ao estado anterior a este.
B faz uso de medicação há onze anos para auxiliar no controle de suas compulsões,
descreve como insustentável estar sem a medicação e que sente algo quebrado dentro
de si. A ausência de contato com ele mesmo, muitas vezes não dá a ele capacidade
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Fundamentos da Gestalt-terapia │ UNIDADE II
para descrever sua própria angústia, para auxiliar o terapeuta vai tentando junto a ele
construir essa retomada das suas emoções.
Sua família de origem nordestina chegou à cidade há 5 anos, o pai é engenheiro civil e
muito religioso. Sua mãe cuida da casa e não possui trabalho remunerado. Atualmente,
B mora com os pais e uma irmã mais nova mora com seus avós na cidade de origem,
Paraíba.
Apesar de B ser um adulto, mostra que as neuroses paternas podem traçar um sintoma
na maneira rígida e fixa de ver o mundo, introjetar isso na infância e manifestar-se na
vida adulta.
B diz sofrer com o TOC desde muito novo, não se recorda quando começou, mas que
no colégio não conseguia ficar sem estralar o pescoço ao ouvir algo negativo perto dele.
Permanência de silêncio por alguns atendimentos e perguntas por onde deve começar
a falar. A economia na descrição de suas falas, não aprofundamento dos temas levados
e esquivas recorrentes, mostram o quanto grave e desconectado o cliente estava de si.
Foi primordial para o manejo das sessões o apontamento das resistências para B,
que no primeiro momento não relaciona como resistência, porém percebendo suas
39
UNIDADE II │ Fundamentos da Gestalt-terapia
Suas tentativas de guardar conteúdos para as sessões não se sustentam e ele passa a
descrever sua ambivalência com este pai.
A partir disso foi investigada a formação de seus sintomas obsessivos, B tenta a todo
custo ter o reconhecimento de suas figuras materna e paterna, descreve como uma
dívida de infância que precisa ser paga por todo cuidado que recebeu.
Seus conteúdos infantis estão ali presentes, manifestando-se na relação com o terapeuta,
que será primordial para trazer à luz. O atendimento de B durou 9 messes e ele não
desejou mais dar continuidade.
Para o mesmo autor a Gestalt-terapia busca trabalhar o que o homem tem de positivo
no momento em que está experienciando, e que ele, o homem, é responsável por suas
escolhas e decisões de mudança, visto que cada instante é uma possibilidade nova que
se apresenta.
Assim como B, que experimenta o conflito tomar sua angústia como total dentro de si e
sobrescreve suas capacidades de resistir às fugas e desconexões de seu self.
Nesse sentido, a Gestalt-terapia se apresenta como uma abordagem que pode fazer o
homem retomar seu crescimento e fechar suas gestaltes.
Esta abordagem entende o ser humano e suas relações, sendo alguns deles
Figura-fundo, Parte-todo, Contato, Awareness e Ajustamento Criativo.
São conceitos que tornamos a dizer para que você pense o caso de B, e que isso produza
sentido para você.
40
Fundamentos da Gestalt-terapia │ UNIDADE II
41
Gestalt-Terapia e
a centralidade Unidade iII
da relação
figura-fundo
Figura 21.
Fonte: <http://www.imgrum.net/tag/figuraefundo>.
Capítulo 1
Conflitos internos e sofrimento para a
Gestalt -Terapia
Ter consciência não apenas do que está fora, mas como se sente o que está dentro:
do conflito, do sofrimento. Mas, também das possibilidades. Estabelecemos encontro,
isso é o contato, e temos que ter a consciência disso também. É onde a consciência
encontra não apenas as diferenças, mas semelhanças com os outros, em um movimento
integrador do self. Fortalecer a awareness é fortalecer a consciência sobre si, do contexto
e sobre os outros, lembrando sempre que isso se dá em relação.
Fonte: <http://gestaltjaen.com/Pedro-de-Casso-Psicoanalisis-Bioenergetica-Psicoterapia-Integrativa.html>.
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UNIDADE III │ Gestalt-Terapia e a centralidade da relação figura-fundo
<http://www.gestaltgranada.es/pagina/charla_que_es_y_que_no_es_la_
terapia_gestalt_por_pedro_de_casso/>.
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Gestalt-Terapia e a centralidade da relação figura-fundo │ UNIDADE III
Neste caso, a awareness, que se dá por meio da percepção dentro e fora de si, consiste
em um dos recursos para o reestabelecimento do aparelho psíquico saudável. Outra
forma sintética de entendimento, sobre as articulações de recursos, exercidas em função
de trocas saudáveis com o meio, advindo da dinâmica organísmica (GOLDSTEIN,
1878-1965), é o contato.
[...] não é possível pensar o conceito contato sem pensar nos conceitos
de união e separação. O modo como as pessoas se encontram ou se
desencontram revela a profundidade de seu engajamento numa relação,
que torna visível o grau e o nível de equilibração organísmica que elas
condividem. [...] Crescimento é função do contato, não se podendo
pensar contato sem que, implicitamente, se pense em crescimento. Para
que isto ocorra, é preciso, espontaneamente, deixar-se levar pelo fluxo
do encontro com o outro, com a vida, e acreditar no contato gerador de
mudanças e possibilidades novas. Por meio do contato, encontro-me
com minha coragem, meus medos, minha esperança. Através dele me
reconheço possível e viável. [...] Fechar gestalts é o caminho da saúde,
pois quanto mais gestalts inacabadas se tem, menos saudável se é, e
mais pobre é o contato. (RIBEIRO, 1997; pp. 32,38)
Para Ribeiro (1997), o contato assume diversas formas em um processo de começo, meio
e fim. Mostra uma dinâmica de polaridade entre saúde e seus bloqueios. O autor adota
a denominação “Ciclo de fatores de cura”, que deixa de lado a nomenclatura clássica e
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UNIDADE III │ Gestalt-Terapia e a centralidade da relação figura-fundo
assume que cada passo do ciclo tem um fator terapêutico. Cumprir cada passo leva à
mudança, e à procura do contato consigo mesmo, numa caminhada de fixação/fluidez
para confluência/retirada. Estando alguns destes fatores já consagrados, propõe mais
dois (fluidez e interação). Unindo os fatores de cura a outros nove fatores de bloqueio
(fixação, dessensibilização, deflexão, introjeção, projeção, proflexão, retroflexão,
egotismo, confluência), formam-se nove polos do ciclo.
Baseado em suas definições, estes polos que ora se complementam, ora se opõem, serão
listados de forma resumida, a seguir.
46
Gestalt-Terapia e a centralidade da relação figura-fundo │ UNIDADE III
No ponto em que interrompemos o ciclo de modo mais constante, nossa energia está
bloqueada. É preciso partir do ponto onde se interrompe o ciclo, passando pelos outros.
Tanto os mecanismos de defesa como de cura não são independentes, se encontram.
Cada mecanismo de defesa do eu e cada fator de cura contém parte do outro, o que não
nos impede de defini-los como polares enquanto processo de oposição, e, às vezes, em
exclusão e/ou complementaridade (RIBEIRO, 1997; p. 62).
As figuras que seguem são exemplos de fractais. De forma simples, são figuras
geométricas cujos padrões de suas partes menores reproduzem o todo que formam.
Observe atentamente:
Figura 23.
Fonte: <http://blog-superinteressante.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html>.
Figura 24.
Fonte: <http://etevm.g12.br/blogs/matematica/2010/07/13/fractais/>.
47
UNIDADE III │ Gestalt-Terapia e a centralidade da relação figura-fundo
Figura 25.
Fonte: <https://aidobonsai.com/2011/10/18/fractais-e-o-bonsai/>.
Figura 26.
Ação
Projeção
Mobilização Interação
SELF
Introjeção Proflexão
SELF
SELF
48
Gestalt-Terapia e a centralidade da relação figura-fundo │ UNIDADE III
Da observação destas figuras, é possível notar que padrões menores repetem a forma
maior de cada uma. Esta é a ideia do Ciclo de Contato, pois embora o processo terapêutico
possa incidir para um destes polos, cada um destes evoca os demais.
49
UNIDADE III │ Gestalt-Terapia e a centralidade da relação figura-fundo
e introjeções com efeitos negativos podem ser assumidas. Quanto mais o tempo passa,
fica difícil reconhecer os desencadeadores de quadros de adoecimento emocional, e
embora na abordagem em questão haja centralidade do aqui e agora, o passado não
é de todo ignorado, mas é considerado a partir da emergência de fatos importantes,
narrados pelo cliente, ao longo do processo de escuta clínica.
50
Gestalt-Terapia e a centralidade da relação figura-fundo │ UNIDADE III
Cumprir este ciclo implica conflito e sofrimento. Embora possa ter, em outras
perspectivas, um entendimento negativo porque despende energia, relacionados à
destruição, e passível de eliminação por serem arcaicos e equivocados (PERLS et al,
1997; p. 163), outros entendimentos são possíveis.
O meio social cria regras, influencia comportamentos, crenças, entre outros. A forma
de nos relacionarmos com o mundo pauta-se pela ordem, ou seja, uma dinâmica
estável de relações que permita um convívio no qual antagonismos são censurados. As
contradições são muitas, como a paz que “exige” guerra, o bem-estar “comum” para
uma minoria da população, a existência da fome enquanto a quantidade de alimentos é
suficiente para a alimentação de todos os habitantes do planeta.
51
UNIDADE III │ Gestalt-Terapia e a centralidade da relação figura-fundo
Sereníssima
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Gestalt-Terapia e a centralidade da relação figura-fundo │ UNIDADE III
Fonte: <https://www.letras.mus.br/legiao-urbana/46978/>.
Começou com um comentário meu, indicando que tinha notado que ela estava
usando batom. Ela respondeu que sabia que eu iria notar. E que daquela vez não
se sentia envergonhada de estar diferente.
(...) Ela falou novamente sobre sua irmã incomparavelmente bonita. Ela então
contava inúmeras estórias sobre essa irmã, sobre quão popular ela era, todos os
namorados que tinha, cada um deles a própria imagem de Príncipe Encantado!
Ela se considerava simplesmente “a outra”, rejeitando todas as tentativas de sua
irmã para “instruí-la” na arte de ser feminina...
Descreveu, então, o ódio que sentia quando ambas eram crianças e sua vó fazia
vestidos com o mesmo estilo para as duas. [...]
53
UNIDADE III │ Gestalt-Terapia e a centralidade da relação figura-fundo
Ela então me contou sobre sua adolescência, de como tudo tinha sido difícil, e a
solução que tinha encontrado para sua vida: ela viajaria para longe sempre que
tivesse oportunidade e sempre sozinha. Ela gostava de se sentir anônima, sem
ter ninguém com quem pudesse ser comparada. Ela poderia ser como realmente
era, passando seu tempo em pequenas vilas, relacionando-se com famílias que
tiravam seu sustento da pescaria. Essas pessoas realmente apreciavam a sua
presença e se constituíam num novo espelho para ela.
(...) Aquele era o primeiro lugar em sua vida em que se sentia bonita, com seus
cabelos compridos e encaracolados e seus vestido simples. E também era a
primeira vez em que se sentia adequada e apreciada.
(...) A possibilidade de ser capaz de ter uma outra imagem sobre si mesma fez
toda a diferença.
(...) Ela então começou a suspeitar que havia algo estranho no modo como seus
pais viviam e tinham criado seus filhos...
Fonte: <http://cinema10.com.br/filme/black-swan>.
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Gestalt-Terapia e a centralidade da relação figura-fundo │ UNIDADE III
Fonte: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-125828/>.
55
Trazendo questões à
superfície e buscando Unidade iV
a criatividade
Capítulo 1
Construindo possibilidades de
intervenções terapêuticas
Figura 28.
Fonte: <http://www.colhendosorrisos.com/gestalt>.
56
Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade │ UNIDADE IV
Ele vai estabelecer uma relação dialógica, fenomenológica. O que significa? Entrar no
mundo do paciente, e em certa medida, deixar que o paciente entre em seu mundo. Isso
permitirá o acesso ao sofrimento, aos sintomas que são vias de acesso às experiências,
às construções do self. Lembrando que é o self o responsável por integrar a figura-fundo,
e, por vezes, haverão mecanismos que dificultam a formação da figura e sua separação
do fundo, ou seja, que não permitem ao paciente a consciência do contexto no qual
emerge sua necessidade presente. Isto tem a ver com o crescimento/desenvolvimento
do self.
(Composição: Belchior
Nos discos
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UNIDADE IV │ Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade
De qualquer pessoa
Há perigo na esquina
Você me pergunta
58
Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade │ UNIDADE IV
Do meu coração
Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Na parede da memória
Essa lembrança
E vivemos
E vivemos
Nossos ídolos
E as aparências
Ou então
Que eu tô inventando
Mas é você
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UNIDADE IV │ Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade
E que não vê
É você
E que não vê
Hoje eu sei
E juventude
Tá em casa
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
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Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade │ UNIDADE IV
Esquadros
Cores de Almodóvar
Cores!
Pra sinalizar
Divertindo gente
Chorando ao telefone
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UNIDADE IV │ Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade
Remoto controle
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
De um lado
Eu gosto de opostos
Me mostro
Remoto controle
Eu acordei
62
Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade │ UNIDADE IV
Remoto controle
Eu acordei
Remoto controle
Fonte: <https://www.letras.mus.br/adriana-calcanhotto/43856/>.
Você concorda? Lembra de outras músicas que proporcionaram reflexões? Reflita sobre
as sensações que provocam. Uma das marcas das relações sociais são as introjeções,
ou seja, a adoção de uma atitude e/ou de um comportamento, e que nem sempre
são saudáveis, pois podem dificultar o desenvolvimento do self. Quais podem ser as
consequências negativas de introjeções para o desenvolvimento do self? Elas podem
interferir na formação de personalidade, tornando o indivíduo dependente de modelos
de relações destrutivas, já que bloqueiam o devir inerente ao processo criativo, que
ampliaria as possibilidades de relações e, assim, a autorregulação ou auto-ajustamento
frente às situações adversas no ambiente.
63
UNIDADE IV │ Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade
Além disso, é possível reunir práticas que se caracterizam sobre os modos de intervenção
propostos, a depender do público para o qual está direcionado. Com base nisso, Frazão
e Fukumissu (2016) reuniram estudos baseados nos modos e públicos diferenciados,
apresentando categorias distintas, as quais podem ser orientadas por princípios
originais e complementares à Gestalt-terapia. O quadro abaixo lista de forma resumida
estas práticas, cujos estudos relacionados estão disponíveis no livro.
Vivemos em uma sociedade que, em geral, reconhece e atribui sentidos e significados aos
modos como as pessoas se comportam e reagem a situações adversas, os modos de ser e
estar no mundo. Além do aconselhamento psicológico, que se dá em diversos contextos,
o plantão psicológico e a clínica ampliada são procedimentos que se materializam na
atenção básica de saúde (AMORIM, ANDRADE; BRANCO, 2015).
64
Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade │ UNIDADE IV
Duas opções de leitura são recursos interessantes para este nível do curso, para
um maior aprofundamento nas referências realizadas anteriormente. A primeira
“Modalidades e Intervenções clínicas em Gestalt-terapia” (Frazão et al, 2016):
Figura 29.
Fonte: <http://www.ciadoslivros.com.br/modalidades-de-intervencao-clinica-em-gestalt-terapia-vol-4-colecao-gestalt-terapia-
718985-p578378>.
Psicodiagnóstico
Figura 30.
Fonte: <http://nomasvg.com/opinion/el-menor-y-la-custodia-compartida/>.
65
UNIDADE IV │ Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade
Figura 31.
Fonte: <https://umbelarte.blogspot.com.br/2011/07/imagens-ambiguas.html>.
Assim mesmo, em qualquer período de vida que estejamos, é possível recorrer a meios
que nos auxiliem a um reencontro consigo, ampliando nosso entendimento sobre as
coisas e, assim, nosso potencial criativo, e isso pode se dar por intermédios diversos,
podendo ser auxiliado por profissionais. A psicopatologia é entendida, aqui, como
um adoecimento proveniente dos modos de relação com o mundo, e tem no Ciclo de
Contato uma possibilidade norteadora, que não impedirá a própria inventividade do
terapeuta. O psicólogo, e em especial aquele com formação em Gestalt-Terapia, pode se
valer de procedimentos como o psicodiagnóstico.
66
Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade │ UNIDADE IV
[...] penso ser possível depreender que o diagnóstico visto desta forma
não é, a meu ver, nem despersonalizante nem um rótulo limitante e
sim um instrumento a serviço da compreensão de cada cliente em sua
singularidade existencial. (FRAZÃO, 1996)
67
UNIDADE IV │ Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade
entre outros, a dificuldade entre aqueles com baixo poder aquisitivo, a realidade de
negligência sofrida, e o reconhecimento de direitos específicos.
68
Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade │ UNIDADE IV
ao indivíduo uma organização temporal sobre as relações com aqueles que estejam
nos círculos de convivência familiar, entre outros. Pode-se refletir que a comunicação
entre o ser e o outro é construída como uma arte, uma vez que se consegue estabelecer
a criação. (BENTES; PIMENTEL, 2016; p. 133). Em outras palavras, é buscado o
favorecimento de ajustes criativos na medida em que horizontes de possibilidades, até
então desapercebidos ou inexistentes, podem ser criados.
Ao refletir sobre o período em seus aspectos existenciais, Silveira (2008) propõe que:
Fonte: <https://www.facebook.com/photo.php?fbid=521841414555358&set=a.280835035322665.67090.100001885131846&
type=3&theater>.
69
UNIDADE IV │ Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade
Fritz que participava do grupo dos 7 (formado por psicanalistas, nos EUA)
contestavam o stabilishment, a hegemonia, e a Psicanálise sofria críticas em
seu entendimento causal sobre as coisas, inclusive às suas bases, como o
entendimento sobre agressão enquanto pulsão de morte, no sentido destrutivo.
Surgiu uma nova perspectiva, de considerações sobre consciência, agressividade,
experiência etc., com influência tanto da própria Psicanálise e teorias
advindas desta, quanto da Psicologia da Gestalt, da filosofia (especificamente,
fenomenologia), da perspectiva sistêmica, entre outras. Neste caso, que tal
pensar um pouco sobre contribuições e/ou distanciamentos à Gestalt-Terapia,
sobre a compreensão de saúde e doença em um enfoque cultural? Referências
para leitura complementar:
70
Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade │ UNIDADE IV
Figura 33.
Fonte: <http://donasdecasaanonimas.com/as-re-contratacoes-do-casamento/>.
Kay (Meryl Streep) e Arnold Soames (Tommy Lee Jones) estão casados há 30
anos. O relacionamento entre eles caiu na rotina e há tempos não tem algum
tipo de romantismo. Querendo mudar a situação, Kay agenda para ambos um
fim de semana de aconselhamento com o dr. Feld (Steve Carell), que passa a
lhes dar conselhos sobre como reavivar a chama da paixão. Fonte: <http://www.
adorocinema.com/filmes/filme-185999/>.
Relação terapeuta-cliente
Figura 34.
Fonte: <http://www.guiadejardin.com/p/blog-page.html>.
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UNIDADE IV │ Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade
Um jardim escuro pode nos surpreender com a revelação do ascender de uma luz ao
longe, nos atraindo em direção desta. Ou ainda, o interior de uma casa nos surpreende
em sua beleza que não poderia ser percebida ao seu redor. Também é difícil encontrar
portões que poderiam nos ajudar a ultrapassar extensos e altos muros.
Entrar no mundo do cliente e, em certa medida, deixar que o cliente entre em seu
mundo. Isso permitirá o acesso ao sofrimento, aos sintomas que são vias de entrada
para experiências, as construções do self. A mesma autora compara vias de acesso ao
universo daquele que é atendido a um dos elementos de acesso a uma casa, qual seja a
porta. Desta forma, ordena três portas de acesso:
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Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade │ UNIDADE IV
Vale ressaltar que é o self o responsável por integrar a figura-fundo, e por vezes haverá
mecanismos que dificultam a forma entre ambos, ou seja, que não permitem ao paciente
73
UNIDADE IV │ Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade
a consciência do contexto no qual emerge sua necessidade presente. Isto tem a ver com
o crescimento/desenvolvimento do self. Assim [...] integrar resume bem nosso percurso
reflexivo e, felizmente, o processo terapêutico (ALMEIDA, 2010; p.221)
Figura 35.
Fonte: <http://www.fanpop.com/clubs/johnny-depp/images/13996821/title/don-juan-demarco-screencap>.
“Um homem de 21 anos (Johnny Depp) dizendo ser o famoso amante Don
Juan vai até Nova York para encontrar seu amor perdido, mas, sentindo que não
alcançará seu objetivo, tenta se matar. Porém, um psiquiatra (Marlon Brando)
consegue convencê-lo a mudar de ideia e começa a tratá-lo. Entretanto, o
paciente possui um romantismo irrecuperável e contagioso, que começa a
influenciar o comportamento do médico.”
Fonte: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-12661/>.
74
Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade │ UNIDADE IV
Figura 36.
Fonte: <http://sedes.org.br/site/instituto-sedes-sapientiae/>.
Fonte: <http://sedes.org.br/site/instituto-sedes-sapientiae/>.
75
UNIDADE IV │ Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade
Para que os nossos alunos tenham uma formação completa, o IGT possui a clínica
social para população de baixa renda, oferecendo aos alunos a junção da teoria
e prática nos atendimentos supervisionados, além de eventos e palestras com
profissionais consagrados na área. Fonte: <https://www.igt.psc.br/site/index.
php?option=com_content&task=view&id=377&Itemid=86>.
Awareness
Fonte: <http://casadosaber.com.br/sp/professores/franklin-leopoldo-e-silva.html>.
76
Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade │ UNIDADE IV
A sabedoria não pode ser produzida. Não pode ser ensinada. Ela é a voz do
corpo. Ela dorme, inconsciente, como na estória da Bela Adormecida. Pode
ser despertada, lembrada. (Um beijo de amor a fará despertar! Educadores:
guardem isto!). Também, foram tantos os saberes que se acumularam sobre ele,
o corpo; tantas as demãos de tinta que o pintaram! Era inevitável que os saberes
sepultassem a sabedoria. (ALVES, 2011; p. 74)
O trecho foi retirado do livro Variações sobre o prazer, de Rubem Alves (1933-
2014), nos chama atenção para a importância do corpo sobre o que ele chamou
de sabedoria. Esse entendimento é semelhante ao conceito de awareness,
que em poucas palavras diz respeito à consciência que se tem não apenas
sobre a percepção do mundo objetivo, mas as reações corporais e sensações
que emergem de experiências que se dão no aqui e agora, como também de
reminiscências. Neste sentido, é proposta a indagação:
Autorrealização/ Autorregulação
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UNIDADE IV │ Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade
Fonte: <http://psicologiaaldia.com.mx/?p=1338>.
78
Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade │ UNIDADE IV
Figura 39.
Fonte: <http://www.extra.com.br/livros/PsicologiaPsicanalise/LivrodePsicologia/Processo-Dialogo-e-Awareness-Ensaios-em-
Gestalt-Terapia-94827.html>.
79
UNIDADE IV │ Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade
Considerações finais
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Trazendo questões à superfície e buscando a criatividade │ UNIDADE IV
Conclusão
Após o percurso trilhado até aqui, tornam-se inevitáveis reflexões sob a influência
de princípios como os de contato, autossuporte, criatividade etc., envolvidos na
manutenção de relações de vida. Outro elemento fundamental, a consciência, aponta
para a necessidade do conhecimento sobre nós mesmos, e assim sejamos capazes
de distinguir nossas necessidades em relação ao contexto no qual convivemos e nos
relacionamos com os outros.
81
Referências
82
Referências
GINGER, Serge e Anne. Gestalt: uma terapia do contato [tradução Sonia de Souza
Rangel]. São Paulo: Summus, 1995.
83
Referências
MORRIS, Charles G.; MAISTO, Albert A. Introdução à Psicologia. 6. ed. São Paulo:
Prentice Hall, 2004.
OAKLANDER, V. Hidden treasure: a map to the child´s inner self. London: Karnac,
2006.
PEREIRA, Silvia Tereza B. P. Gestalt Aberta- Vale a pena fechar. Acessado em:
20 de dezembro de 2016. Disponível em: <http://www.nucleogestalt.com.br/artigo.
asp?id=5>. RIBEIRO, 1997
84
Referências
85
Referências
OLIVEIRA, Glauber Correia de.; LOPES, Vanessa Ramos da Silva.; DAMASCENO, Maria
José Caetano Ferreira.; SILVA, Elizete Melo da. A contribuição da musicoterapia
na saúde do idoso. Caderno UniFOA, 20, 2012.
86