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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA

EMPREENDEDORISMO NA ENFERMAGEM: A CONVICÇÃO DE UMA


REALIDADE UTÓPICA

JOÃO PESSOA
2019
CAMILA KATYANE VASCONCELOS MENEZES

EMPREENDEDORISMO NA ENFERMAGEM: A CONVICÇÃO DE UMA


REALIDADE UTÓPICA

Projeto de pesquisa apresentado a disciplina TCC1 do


Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva do
Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da
Paraíba, como requisito parcial para obtenção de nota na
disciplina.

Orientador (a): Profª. Drª. Sandra Aparecida de Almeida

Linha de Pesquisa: Políticas e práticas do cuidar em


Saúde e Enfermagem

JOÃO PESSOA
2019
RESUMO
O empoderamento da Enfermagem tanto na busca por melhores condições de trabalho como
desvendando outras áreas de grande potencial de crescimento, surge na atual conjuntura como
uma necessidade pungente. Por conseguinte, a presente pesquisa busca através de uma
abordagem exploratória mista compreender o nível de domínio dos docentes e discentes do
curso de Enfermagem da UFPB a cerca da necessidade do empreendedorismo para a
formação profissional. Para tal, serão considerados todos os docentes enfermeiros ativos e
permanentes do quadro da instituição e os discentes do quinto período em diante que
cursaram Semiologia e Semiotécnica da Enfermagem II. Estes indivíduos responderão um
questionário eletrônico do Google Forms e o Teste de Associação Livre de Palavras (TALP).
O processamento ocorrerá pelo software IRaMuTeQ®. A análise quantitativa ocorrerá na
forma de estatística simples e a abordagem qualitativa será feita pela técnica de Análise de
Conteúdo Modalidade Temática de Bardin.

Palavras-chave: Empreendedorismo. Enfermagem. Formação


SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5

1.1 HIPÓTESE ........................................................................................................................... 6

1. 2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 6

1.3 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 6

1.4 DESFECHOS PRIMÁRIOS ................................................................................................ 7

1.5 DESFECHO SECUNDÁRIOS ............................................................................................ 7

2. REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................................. 8

2.1 Empreendedorismo na Enfermagem .................................................................................... 8

3. PERCURSO METODOLÓGICO ........................................................................................ 12

4. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO .................................................................................... 16

5. PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA ........................................................................................ 17

6. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 18

7. APÊNDICES ........................................................................................................................ 20
5

1. INTRODUÇÃO

Para Tossin et. al (2017) define-se por empreendedorismo a capacidade que o


indivíduo possui de desenvolver habilidades para criar oportunidades nos negócios,
aperfeiçoando processos de modo isolado ou grupal. O grande crescimento de cursos de
enfermagem no Brasil gera por ano um elevado número de ingressantes no mercado de
trabalho, o que evidencia a necessidade de alternativas de atuação de forma autônoma, para
Moura et al. (2013).

A formação do enfermeiro empreendedor visa construir o profissional que possui a


capacidade de cuidar holisticamente, independentemente das condições sociais, políticas ou
econômicas. Na enfermagem, o “empreendedorismo é identificado como uma competência
necessária a ser estimulada e desenvolvida no processo de formação do enfermeiro, com
finalidade de agregar valor à comunidade e ambiente de trabalho” (TOSSIN et. al , 2017, p.2).

É sabido, entretanto, que a Enfermagem carrega um histórico de subserviência e


assistência por caridade que lhe finca em uma realidade onde boa parte dos estudantes e
profissionais se veem reduzidos a uma única proposta de campo de trabalho. Essa proposta
muitas vezes não oportuniza ascensão social aos jovens que ingressam nessa profissão, além
de perpetuar um sentimento de insatisfação e descaso com a classe trabalhadora.

Quer por insatisfação com as condições vigentes, quer por reconhecer a necessidade
de inovação nas práticas da ciência em Enfermagem, ocorre em alguns lugares do Brasil um
movimento para estimular a iniciativa dos profissionais através do desafio em lançar novas
propostas à população. Além disso, é reiterado a importância das mudanças culturais nas
universidades e instituições de ensino superior com foco a movimentar um fenômeno de
ascensão a alguns conteúdos que darão competência aos estudantes de empreenderem e gerar
propostas autônomas e inovadoras.

Para isso, é necessário um empenho da comunidade acadêmica para reconhecer as


necessidades contemporâneas e buscar apropriar o ensino às essas, buscando despertar a
curiosidade investigativa dos discentes na busca por oportunidades variadas de ação da
profissão, como forma de fomentar o aprendizado na área do empreendedorismo e
autoresponsabilizar desde a formação o discente para sua trajetória profissional, social e
econômica.
6

1.1 HIPÓTESE

A formação das instituições de ensino superior tem falhado em conteúdos que


despertem o perfil empreendedor dos estudantes, por isso a dificuldade da profissão em se
lançar no mercado de trabalho empreendedor.

1. 2 JUSTIFICATIVA

A grande dificuldade que os profissionais de Enfermagem tem encontrado no mercado


de trabalho, quer seja com péssima remuneração, carga horária de trabalho altamente
extenuante, desvalorização do profissional, além de um mercado altamente seletivo para
profissionais diferenciados tem sido a grande motivação para esse trabalho.

O empoderamento da profissão tanto na busca por melhores condições de trabalho


como desvendando outras áreas de grande potencial de crescimento, surge na atual conjuntura
como uma necessidade pungente para estes profissionais. Assim como outras áreas da saúde
tem buscado explorar variadas formas de cuidado, promoção, prevenção, resgate e
reabilitação da saúde, cabe a Enfermagem seguir tal caminho, acreditando que para isso deve
ser estimulado ainda na academia como fenômeno cultural.

1.3 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral: compreender o nível de domínio dos docentes e discentes do


curso de Enfermagem da UFPB a cerca da necessidade do empreendedorismo
para a formação do profissional.

1.1.2 Objetivos Específicos:


 Reconhecer o nível de entendimento dos estudantes de Enfermagem da UFPB
sobre o Empreendedorismo na profissão;
 Identificar o domínio dos docentes a cerca da relevância dos conteúdos do
empreendedorismo como ferramenta para despertar o potencial autônomo dos
estudantes;
7

1.4 DESFECHOS PRIMÁRIOS

É esperado que se identifique lacunas na formação dos estudantes de Enfermagem no


que diz respeito a processos de aprendizagem significativa que os estimulem a desenvolver o
potencial empreendedor, visto que trata-se de um conjunto de comportamento e hábitos
adquiridos. Sendo assim, deseja-se suscitar discussões no âmbito da Enfermagem para
questões que apontem ao Empreendedorismo.

1.5 DESFECHO SECUNDÁRIOS

Com os resultados colhidos, pretendo encaminhá-los à coordenação dos cursos de


Enfermagem, para que o assunto seja posto em pauta nas reuniões de núcleo docente
estruturante e sejam pensadas formas de agregar ao currículo as necessidades contemporâneas
do mercado de trabalho do Enfermeiro, ao agregar competências para um mundo do trabalho
cada dia mais competitivo e que não dá o verdadeiro valor que a profissão merece. Ademais,
que os resultados possam ser publicados em revistas da área para estimular mais pesquisas
sobre o tema.
8

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Empreendedorismo na Enfermagem

Empreendedorismo é o processo de criar algo novo e/ou algo diferente, inovando


ainda que com ferramentas já existentes, com o propósito de criar riqueza para o indivíduo e
agregar valor para a sociedade (ANDRADE; SANNA, 2018).
Ser empreendedor significa ter a necessidade de inovação, colocar em prática ideias
próprias, características de personalidade e comportamento ao desenvolver a competência
empreendedora que consiste na capacidade de desenvolver habilidades para gerir e aproveitar
oportunidades de negócios (BOTOMÉ; LORENZINI, 2015).
A literatura apresenta diversas formas de interpretar esse assunto, seja através do
intraempreendedorismo, do empreendedorismo social ou ainda do empreendedorismo de
negócios, foco dessa discussão. O empreendedorismo, enquanto disciplina dentro da
academia, pode proporcionar ampliação dos horizontes durante a formação profissional e é
fator capaz de gerar mudanças no cenário da enfermagem (MOURA et al., 2016).
Formar profissionais empreendedores constitui uma mudança de paradigma no
processo de construção/desconstrução de saberes, rompendo com formalidades prescritivas e
legais ao desenvolver metodologias problematizadoras e que incitem a tendência ao
empreendedorismo (BACKES; ERDMANN, 2009). Para desenvolver uma cultura
empreendedora é necessário, no entanto, incrementar ao processo de formação uma disciplina
que ponha os estudantes dentro deste universo.
Hoje, no Brasil, a enfermagem é a maior categoria profissional do campo da saúde.
Possui 3.444 faculdades de enfermagem, formando em média 200 alunos por ano, o que
contabiliza um total de 344.400 bacharéis por ano, aproximadamente, enquanto que o
mercado de trabalho para o profissional de enfermagem se expande de maneira diversificada
nas áreas de atuação (DIAS, 2019).
No entanto, as atuais exigências e mudanças nas necessidades da sociedade brasileira
demandam desse profissional a capacidade de inovação. As necessidades das pessoas por um
determinado serviço ou produto são uma enorme fonte de oportunidades e o espírito
empreendedor, através do levantamento das deficiências e da capacidade de saná-las, mostra-
se um fiel aliado ainda pouco explorado na graduação. Ademais, este cenário poderia ser
9

modificado se as universidades aderissem às mudanças incluindo na grade curricular as


disciplinas de empreendedorismo e marketing (DIAS, 2019).
Devido ao distanciamento historicamente implantado entre o ensino em enfermagem e
as exigências do mercado de trabalho, a inserção do tema empreendedorismo é
reconhecidamente um desafio ao Brasil, cada dia mais evidenciado pela existência de lacunas
na formação do enfermeiro (COLICHI; LIMA, 2018).
Pensar na enfermagem brasileira à luz do empreendedorismo é explorar um campo
ainda pouco trabalhado dentro da profissão, posicionando-a na vanguarda de um processo que
precisa ser estimulado nas academias e campos de prática profissional. Ao aproximar a
enfermagem do empreendedorismo e ao estimular seus profissionais quanto à possibilidade de
atuação autônoma é oportunizar a ampliação das expectativas dos enfermeiros e graduandos
pela possibilidade de explorar novos nichos de trabalho (MOURA et al., 2016).
A Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) nº 568/18 regulamenta o
funcionamento dos consultórios e clínicas de enfermagem, valorizando o caráter
empreendedor do enfermeiro ao reconhecer a personalidade jurídica desses serviços, apesar
das múltiplas barreiras encontradas, haja postas:
O modelo de cuidado hospitalar, restando à prática privada o foco nos
cuidados primários e na prevenção de doenças; a cultura médico-centrada,
com a valorização dessa profissão em detrimento de outras; questões legais e
regulatórias, que incluem a falta de conhecimento de legislação e da
complexidade de processos burocráticos para registro, licenciamento e gestão
de negócios privados, de políticas de reembolso e procedimentos para
cobrança de hospitais, operadoras de planos de saúde, Estado ou seguradoras,
representadas ainda pelo não pagamento, pagamento inferior ou cobertura de
serviços por planos de saúde de forma inadequada. Além disso, é apontada
ainda a concorrência desleal com mão-de-obra não qualificada,
principalmente em serviços de homecare, que são prestados por profissionais
não graduados, muitas vezes de forma ilegal, já que não são fiscalizados, com
preço inferior e qualidade discutível (COLICHI; LIMA, 2018, p. 9).

Os profissionais da enfermagem têm sido amplamente absorvidos pelos serviços


hospitalares, principalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), isso pode ocorrer pela
grande oferta de empregos aos profissionais de enfermagem em serviços de saúde públicos e
privados, o que não acontece com outras profissões da área, ou na mesma proporção, levando
os futuros enfermeiros a procurarem trabalho na condição de empregados (COLICHI; LIMA,
2018).
Por ser a profissão do cuidado e para o cuidado estudos confirmam que as inovações
são uma realidade e necessidade na prática assistencial de enfermagem, mesmo que
fortemente associadas às tecnologias virtuais, de informação ou de sistematização do cuidado
10

em enfermagem (BACKES et al., 2015). Para tanto, evidencia-se a necessidade de incorporar


propostas no sentido de identificar as formas mais efetivas de aproximar, modernizar e
expandir a educação ao empreendedorismo, propiciando mudanças na formação dos
profissionais de Enfermagem no que se refere às competências e habilidades voltadas a
mercados de trabalho diversificados (COLICHI; LIMA, 2018).
O empreendedorismo na Enfermagem é favorecido por diversas razões, entre elas a
perspectiva de prestar assistência holística desenvolvida no curso de graduação - uma
compreensão ampliada das necessidades do ser humano em suas diferentes dimensões -, os
diferenciados campos de atuação profissional existentes para prestação de serviços, a
possibilidade de explorar novos espaços, independente do contexto ou das condições sociais e
o gênero feminino, que tem adquirido espaço no mercado empreendedor (MORAIS et al.,
2013; BACKES et al., 2015).
Colichi e Lima (2018) sobre esse tema apontam que se trata de incutir na formação
dos estudantes o potencial de empreender, de tornar-se um enfermeiro empreendedor por
meio da inclusão do conteúdo de empreendedorismo na formação, em consonância com as
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem.
Em estudo realizado no Curso de Graduação em Enfermagem, na Universidade de
Goiás, que objetivou analisar a inserção do ensino empreendedor, é permitido verificar que os
acadêmicos não obtiveram o conhecimento essencial para instituir o ser empreendedor,
sugerindo a necessidade de reavaliar e implementar metodologias para a formação
educacional na área de Enfermagem, quanto ao modelo empreendedor (BOTOMÉ;
LORENZINI, 2015).
As tendências contemporâneas no mundo da saúde, as tecnologias da indústria 4.0 e os
diferentes nichos de mercado possíveis ao enfermeiro são os desafios à capacidade de
inovação e de integração desses profissionais no mercado de trabalho sempre em mudança e
cada vez mais exigente. A criatividade vem sendo valorizada no mundo profissional
contemporâneo devido à competitividade cada vez mais acirrada, a grande velocidade das
transformações tecnológicas e à valorização do empreendedorismo (GOMES;
VASCONCELOS; SILVA, 2015).
Portanto, é elemento importante, de natureza transversal que precisa ser utilizado ao
longo do currículo, de forma que interaja com as três estruturas fundamentais da
aprendizagem – professor, aluno, currículo – mas que busque um processo educativo
11

articulado às Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Enfermagem, ao preparar o


egresso para os desafios da saúde 4.0, do mercado de trabalho e da atuação profissional.
12

3. PERCURSO METODOLÓGICO
3.1 TIPO DO ESTUDO

Trata-se de uma pesquisa exploratória, com abordagem mista. Entendendo-se por


exploratória, a pesquisa que avalia uma situação, em um dado local (MACONI; LAKATOS,
2003) e por estudos mistos, a combinação das abordagens quantitativas e qualitativas de
pesquisa em uma mesma investigação. Para esse estudo será utilizada a definição de
triangulação de métodos em que os dados quantitativos e qualitativos são coletados
concomitantemente e depois comparados com o objetivo de determinar convergências,
diferenças e combinações (CRESWELL, PLANO CLARK, 2013).

3.2 LOCAL DO ESTUDO

O local será o Curso de Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A


escolha do local ocorreu em função de ser o local de formação da pesquisadora assistente e
por ter conceito 5 do Ministério da Educação e Cultura (MEC) na última avaliação desse
órgão. O Curso de enfermagem possui 340 alunos, distribuídos em 10 períodos letivos.

3.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO

Serão considerados todos os discentes do curso de enfermagem, o que na totalidade


corresponde a 340 alunos. A amostra será constituída pelos alunos que estão nos períodos
correspondentes ao conteúdo específico de enfermagem.
O critério de inclusão serão alunos regularmente matriculados a partir do quinto
período. Como critério de exclusão, alunos que não cursaram o componente curricular
Semiologia e Semiotécnica da enfermagem II.
Para os docentes, o universo será a totalidade dos dois departamentos, que corresponde
a 29 docentes do Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva e 37 do Departamento de
Enfermagem Clínica, sendo a totalidade de 66 correspondente a docentes do curso de
Enfermagem.
Como critérios de inclusão teremos docentes ativos e permanentes do quadro de
enfermagem e que sejam enfermeiros. Os critérios de exclusão serão docentes afastados e de
férias, assim como contratados e substitutos.
13

3.4 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS

Questionário eletrônico do Google Forms com perguntas sobre dados


socioeconômicos, questões sobre o tema abordado e o Teste de Associação Livre de Palavras
(TALP) que serão respondidas online, em que as respostas, quando salvas, serão enviadas
para o banco de dados do pesquisador.

3.5 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS

Após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da


Universidade Federal da Paraíba, a pesquisadora assistente entrará em contato com a
Coordenação do Curso e as Chefias departamentais para solicitar o e-mail dos sujeitos a fim
de proceder ao encaminhamento dos formulários online.

3.6 PROCESSAEMENTO E ANÁLISE DE DADOS

Após a coleta dos questionários, com obtenção dos dados, o processamento ocorrerá
pelo software IRaMuTeQ®. A análise quantitativa ocorrerá na forma de estatística simples e a
abordagem qualitativa será feita pela técnica de Análise de Conteúdo Modalidade Temática
de Bardin (2011).
O IRaMuTeQ® é um software desenvolvido sob a lógica do open source, licenciado
por GNU GPL (v2), tomando por base o ambiente estatístico do software R e a linguagem
python. Ele permite realizar distintos tipos de análises textuais, como a lexicografia básica
(cálculo de frequência de palavras) às análises multivariadas (classificação hierárquica
descendente, análises de similitude). Agregado a tais facilidades, este software também
disponibiliza a “distribuição do vocabulário de forma facilmente compreensível e visualmente
clara (análise de similitude e nuvem de palavras)” (CAMARGO, JUSTO 2013, p. 515).
O IRaMuTeQ® efetua a Classificação Hierárquica Descendente (CHD), proposta por
Reinert (1990) com o objetivo de classificar os segmentos de texto em função dos seus
respectivos vocabulários, repartindo-o com base na frequência das formas reduzidas (palavras
já lematizadas), além de permitir uma análise lexográfica do texto, apontando o surgimento de
14

contextos (classes), categorizadas segundo o vocabulário e os segmentos de textos partilhados


(CAMARGO, JUSTO 2013).
A Técnica de Análise de Conteúdo Modalidade Temática de Bardin é definida como
um conjunto de técnicas de análise das comunicações, para obter, por meio de procedimentos
objetivos e sistemáticos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos
ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de
produção/recepção dessas mensagens respeitando as três fases: 1) pré - análise 2) a exploração
do material e 3) tratamento dos resultados, a inferência e interpretação (BARDIN, 2011).
Na primeira fase, pré-análise, acontecerá a sistematização das ideias estabelecendo
indicadores para a interpretação das informações coletadas. Neste momento será realizada a
leitura completa do material após as transcrições na íntegra das falas. Sendo que esta fase
compreende: a) Leitura flutuante: contato inicial com os documentos da coleta de dados a de
fim de começar a conhecer os textos; b) Escolha dos documentos: para definir o corpus de
análise. Essa fase é realizada por meio do processamento pelo software IRaMuTeQ®; c)
Formulação das hipóteses e objetivos: embasados na leitura inicial dos dados; d) Elaboração
de indicadores: interpretando o material coletado. Vale ressaltar que os dados escolhidos para
análise tenham sido selecionados a partir de uma leitura exaustiva do corpus, que exista
representatividade amostral rigorosa, uma homogeneidade dos documentos retidos e
pertinência ao objetivo suscitado.
Na fase seguinte a qual se realizará o recorte de partes do texto, transformando-as em
unidade de análise que irá construir as categorias temáticas. Estas categorias iniciais darão
origem as categorias intermediárias e as intermediárias juntas formarão as categorias finais,
todas com o intuído de compreender os sentidos das falas. Esse processo também será
executado pelo software IRaMuTeQ®.
Na última fase que condiz ao tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação,
será feito o comparativo das categorias analisadas, e seu agrupamento com as que são
semelhantes e a separação das que são diferentes.
Desenvolvido por Pierre Ratinaud, o software IRaMuTeQ® é considerado um
programa informático que viabiliza diferentes tipos de análise de dados textuais, desde as
mais simples, até as análises multivariadas, podendo com isso, trazer importantes
contribuições aos estudos que envolvam dados textuais. Uma vez que, o processamento de
dados realizado pelo software permite o aprimoramento das análises, inclusive em grandes
volumes de texto (CAMARGO; JUSTO, 2013).
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3.7 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

O aspecto ético está pautado na resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde


que guiará a pesquisa por envolver seres humanos, objetivando benefícios, promoção de bem-
estar e da qualidade de vida com respeito pela dignidade humana, além da preservação
ambiental (BRASIL, 2012).

3.7.1 RISCOS E BENEFÍCIOS

A Res. 466/2012 CNS, no item V- Dos Riscos e Benefícios afirma que toda pesquisa
com seres humanos envolve risco em tipos e gradações variados, havendo, portanto, a
possibilidade de gerar desconforto (BRASIL, 2012).
Os principais beneficiados com essa pesquisa, no entanto, serão os estudantes e futuros
profissionais da Enfermagem que lidam com precárias condições de trabalho cotidianamente.
Diante dos resultados será possível incentivar o acréscimo de assuntos relevantes para a
formação profissional, afim de que as instituições de ensino superior capacitem estudantes de
enfermagem a lidar com as mais diferentes propostas no mundo do trabalho e não se atenha
apenas ao setor assistencial.

3.8 FINANCIAMENTO

Essa pesquisa é de inteira responsabilidade do pesquisador não agregando encargo


financeiro a terceiros.
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4. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Atividades x Mês/ Out Nov Fev Mar Abr Ma Jun Jul
Ano 2019 2019 2020 2020 2020 20 2020 2020
Revisão da literatura
Elaboração do projeto
Entrega e apreciação
do projeto para a
comissão de pesquisa
do departamento
Submissão do projeto
para a Plataforma
Brasil/Comitê de Ética
em Pesquisa
Análise do projeto
pelo Comitê de Ética
em Pesquisa
Coleta de dados
Análise, síntese e
discussão
Elaboração do
relatório final
Correção do relatório
final
Submissão do
manuscrito no
periódico selecionado
Entrega e
apresentação do
relatório final
17

5. PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA
ITENS QUANTIDA VALOR VALOR
DE UNITÁRIO TOTAL
R$ R$
1. Resma de papel A4 01 20,00 20,00
2. Impressões 400 0,2 80,00
3. Ligações de telefone 50 1,00 50,00
4. Encadernação 04 1,20 4,80
6. Material de escritório 05 2,00 10,00
7. Computador 01 1.200,00 1.200,00
8. Submissão do manuscrito no periódico 01 300,00 300,00
9. Taxa de publicação no periódico 01 50,00 50,00
10. Transporte 20 1,90 38,00
TOTAL 1.752,80
18

6. REFERÊNCIAS
ANDRADE, A. C.; SANNA, M. C. Trajetória de enfermeiros empreendedores na década
de 1990 na cidade de São Paulo. São Paulo: Scortecci, 2018.

BACKES, D.S.; ERDMANN, A.L. Formação do enfermeiro pelo olhar do empreendedorismo


social. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS) v.30, n. 2, p. 242-8. 2009.

BACKES, D.S.; OBEM, M.K.; PEREIRA, S.B.; GOMES, C.A.; BACKES, M.T.S.;
ERDMANN, A.L. Learning Incubator: an instrument to foster entrepreneurship in Nursing.
Rev Bras Enferm.; v. 68, n. 6, p. 794-8. 2015.

BACKES, D.S.; GRANDO, M.K.; GRACIOLI, M.S.A.; PEREIRA, A.D.; COLOMÉ, J.S.;
GEHLEN, M.H. Vivência teórico-prático inovadora no ensino de Enfermagem. Esc Anna
Nery. v. 16, n. 3, p. 597-602. 2012.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: edições 70, 2011, 229p.

BOTOMÉ, F.L., LORENZINI, E. Perfil de competências de enfermeiros de um hospital


privado. Rev enferm UFPE on line., Recife, 9(Supl. 8):9376-84, set., 2015
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de
dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo
seres humanos. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
BRASIL. Resolução nº 568, de 2018. Órgão: Entidades de Fiscalização do Exercício das
Profissões Liberais/Conselho Federal de Enfermagem. Disponível em: <
http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/3730399/do1-
2018-02-20-resolucao-n-568-de-9-de-fevereiro-de-2018-3730395 >. Acesso em: 12 de
ago. de 2019.

CAMARGO, B.V.; JUSTO, A.M. Iramuteq: um software gratuito para análise de dados
textuais. Temas em Psicologia [Internet]. 2013 [citado em 2019 set 11];21(2):513-18.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1413-
389X2013000200016&script=sci_abstract.
COLICHI, R.M.B.; LIMA, S.A.M. Empreendedorismo na enfermagem: comparação com
outras profissões da saúde. Rev. Eletr. Enf. v. 20, n. 20ª 2018. Disponível em:
https://doi.org/10.5216/ree.v20.49358. [acesso em: 06 ago 2019].

CRESWELL, J.W.; PLANO CLARK, V.L. Pesquisa de Métodos Mistos. 2ª Ed. Porto
Alegre (RS): Penso; 2013.
GOMES, A.R.M.; VASCONCELOS, H.C.A. DE; SILVA, O. Criatividade: opinião de alunos
e professores sobre a utilização dessa competência na formação de enfermeiros. Rev enferm
UFPE on line., Recife, v. 9, (Supl. 3), p. 759-608, abr., 2015.

DIAS, L. Marketing e empreendedorismo para enfermeiros. Timburi, SP: Editora Cia do


eBook, 2019.

MORAIS, J.A. de et al. Práticas de enfermagem empreendedora e autônoma. Cogitare


Enferm. v. 18, n. 4, p. 695-701. 2013.
19

MOURA, D.C.A. de et al. Processo de concepção de uma tecnologia para o cuidado em


enfermagem e saúde. Cienc Cuid Saude. v. 15, n. 4, p. 774-779. 2016.

TOSSIN, C.B. et al. Perfil empreendedor de docentes do curso de enfermagem de uma


universidade pública. Rev enferm UERJ, Rio de Janeiro, 25:e22233, 2017.
20

7. APÊNDICES

APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado (a) Senhor (a),

Eu, Sandra Aparecida de Almeida, pesquisadora e professora do Curso de Graduação em


Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba, juntamente com a aluna Camila Katyane
Vasconcelos Menezes solicitamos sua participação e contribuição para o desenvolvimento
desta pesquisa, intitulado: “Empreendedorismo na Enfermagem: a convicção de uma
realidade utópica”, que será realizada na Universidade Federal da Paraíba, tendo como
objetivo: compreender o nível de domínio dos docentes e discentes do curso de Enfermagem
da UFPB a cerca da necessidade do empreendedorismo para a formação do profissional. Esse
estudo justifica-se pela grande dificuldade que os profissionais de Enfermagem têm
encontrado no mercado de trabalho, daí então surge na atual conjuntura como uma
necessidade o empoderamento da profissão tanto na busca por melhores condições de trabalho
como desvendando outras áreas de grande potencial de crescimento profissional.
A realização dessa pesquisa só será possível com a sua participação, a partir do seu
consentimento, por isso, solicitamos sua colaboração. Informamos que será garantido seu
anonimato, bem como assegurada sua privacidade e o direito de autonomia referente à
liberdade de participar ou não da pesquisa, bem como o direito de desistir da mesma e que
não será efetuada nenhuma forma de gratificação da sua participação. Ressaltamos que os
dados serão coletados através de um formulário, no qual o (a) senhor (a) responderá a
algumas perguntas sobre a temática envolvida. Elas farão parte de uma pesquisa que, poderá
ser divulgada em eventos científicos, periódicos e outros, tanto a nível nacional ou
internacional. Por ocasião da publicação dos resultados, o nome do (a) senhor (a) será
mantido em sigilo.
A sua participação na pesquisa é voluntária e, portanto, o (a) senhor (a) não é obrigado
(a) a responder ou fornecer as informações solicitadas pelas pesquisadoras. Caso decida não
participar do estudo, ou resolver a qualquer momento desistir do mesmo, não sofrerá nenhum
dano. A pesquisa poderá apresentar risco relacionado ao constrangimento aos participantes.
Importa dizer que os riscos apresentados por essa pesquisa serão mínimos comparados aos
benefícios que trarão para a contribuição do aumento do acervo para estudantes e
profissionais que possuem interesse sobre a temática em questão. A pesquisadora e o Comitê
21

de Ética em Pesquisa estarão a sua disposição para quaisquer esclarecimentos que considere
necessário em qualquer etapa da pesquisa. Vale ressaltar que durante todas as etapas da
presente pesquisa serão cumpridas todas as determinações constantes da Resolução 466/2012
CNS e suas complementares, que disciplina as pesquisas envolvendo seres humanos no
Brasil.
Diante do exposto, agradecemos sua contribuição na realização da pesquisa.
Eu, _______________________________________________, concordo em
participar desta pesquisa, declarando que cedo os direitos do material coletado. Fui
devidamente esclarecido (a), estando ciente dos objetivos da pesquisa, justificativa, riscos e
benefícios com a liberdade de retirar o consentimento sem que isso me traga qualquer
prejuízo. Estou ciente que receberei uma cópia deste documento rubricada a primeira folha e
assinada a última por mim e pela pesquisadora responsável, em duas vias, de igual teor,
ficando uma via sob meu poder e outra em poder da pesquisadora responsável.

João Pessoa ________/________/201_.

____________________________________________________
Acad. de Enf. Camila Katyane Vasconcelos Menezes

____________________________________________________
Participante da Pesquisa

___________________________________________________
Pesquisadora responsável

Endereço da Pesquisadora responsável: Cidade Universitária, Campus I. João Pessoa. Fone: 32167109.
E-mail: sandraalmeida124@gmail.com
Universidade Federal da Paraíba - Campus I Jardim Universitário, s/n. Castelo Branco, João Pessoa - PB 58051-900
22

APÊNDICE B

INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS


ALUNOS

Dados sociodemográficos

1. Período ___________________
2. Idade _____________________
3. Sexo ( ) homem ( ) mulher
4. Gênero ( ) masculino ( ) feminino ( ) não binário
5. Raça ( ) Negro ( ) Amarelo ( ) Pardo ( ) Branco
6. Estado civil: ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( )Viúvo
7. Renda Familiar em Salário Mínimo:
( ) menos de 1
( ) de 1 a 3
( ) mais de 3
8. Bolsista ( ) sim ( ) não
Sobre o empreendedorismo na enfermagem:
1. Você considera a enfermagem uma profissão empreendedora: ( ) sim ( ) não
Por quê?_____________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2. O que você acha que falta para a Enfermagem ser uma profissão com maior potencial ao
empreendedorismo (pode assinalar mais de uma alternativa)
( ) incentivo na formação
( ) criatividade
( ) ruptura com a cultura assistencial assalariada
( ) autonomia em suas decisões
( ) curiosidade investigativa
( ) cultura do desafio
( ) conhecimento e planejamento específico sobre Empreendedorismo
( ) caráter solidário e de caridade da profissão
( ) dificuldade de reconhecer o público alvo
( ) dificuldade de cobrar pelos serviços e fazer negócios
( ) autoconfiança
23

( ) coragem para assumir riscos e grandes responsabilidades


( ) essa prática não cabe na profissão
( ) o Empreendedorismo é uma prática exclusivamente comercial não cabendo portanto
nessa profissão

TALP
Diga 5 coisas/expressões que vem a sua cabeça sobre:
Empreendedorismo na enfermagem
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

Enfermeiros (as) empreendedores


____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

O que você sente falta para empreender?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Agora diga se você se considera um (a) empreendedor (a) e por quê?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

APÊNDICE C

INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS


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DOCENTES

Dados sociodemográficos

1. Idade ___________________
2. Sexo ( ) homem ( ) mulher
3. Gênero ( ) masculino ( ) feminino ( ) não binário
4. Tempo na Docência _____________ (anos/meses)
5. Departamento ( ) DENC ( ) DESC
6. Raça ( ) Negro ( ) Amarelo ( ) Pardo ( ) Branco
7. Estado civil: ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( )Viúvo
8. Título _______________
9. Em qual instituição de ensino superior concluiu o curso? _________________________
10. Em qual instituição recebeu o título (mestrado e doutorado)? _______________________

Sobre o empreendedorismo na enfermagem:

1. Você considera a enfermagem uma profissão empreendedora: ( ) sim ( ) não


Porque?_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

2. O que você acha que falta para a enfermagem ser uma profissão empreendedora ou que
agregaria valor para tal? (pode assinalar mais de uma alternativa)

( ) incentivo na formação
( ) criatividade
( ) ruptura com a cultura assistencial assalariada
( ) autonomia em suas decisões
( ) curiosidade investigativa
( ) cultura do desafio
( ) conhecimento e planejamento específico sobre Empreendedorismo
( ) caráter solidário e de caridade da profissão
( ) dificuldade de reconhecer o público alvo
( ) dificuldade de cobrar pelos serviços e fazer negócios
25

( ) autoconfiança
( ) coragem para assumir riscos e grandes responsabilidades
( ) essa prática não cabe na profissão
( ) o Empreendedorismo é uma prática exclusivamente comercial não cabendo portanto
nessa profissão

TALP
Diga 5 palavras/expressões que vem a sua cabeça sobre:
Empreendedorismo na enfermagem
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Enfermeiros (as) empreendedores


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

O que você sente falta para empreender?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Agora diga se você considera a Enfermagem uma profissão empreendedora e por quê?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

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