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1ª AVALIAÇÃO REGIMENTAL

ESTÁGIO SUPERVISIONADO III


(PRÁTICA TRABALHISTA)
GABARITO

MARIANA FREITAS DÁVILA foi contratada pela empresa TÓXICA LTDA,


inscrita no CNPJ n. 145.124/0001-89 no dia 01/07/2015 para trabalhar como
operadora de máquinas, com jornada de trabalho de segunda a sexta, das 08:00
às 12:00 e das 12:40 às 16:40. Aos sábados trabalhava das 10:00 às 14:00, sem
intervalo. Mensalmente a trabalhadora recebia salário de R$ 1.200,00.
- Intervalo intrajornada irregular: o mínimo devido para jornada acima de 6h
é de 1h.
- Pedido: pagar o intervalo indevidamente suprimido, no importe de 20
minutos diários de segunda a sexta feira, com adicional de 50% e natureza
indenizatória.

A contratação ocorreu na cidade de Ananindeua, após a aprovação em


processo seletivo, sendo que Mariana iniciou a prestação do serviço em
Benevides, sendo transferida definitivamente para a cidade de Tucuruí em 2017
e, em janeiro de 2020 foi transferida definitivamente para a cidade de Belém.
- Foro competente: último local da prestação do serviço, e, portanto, Belém.

Apesar de a empresa custear as despesas decorrentes da mudança,


jamais pagou qualquer adicional em razão das transferências realizadas, mesmo
a empregada tendo domicílio em Ananindeua. Após ser demitida Mariana voltou
a residir em Ananindeua.
- A empresa não é obrigada a pagar adicional de transferência em caso de
transferência definitiva. Logo, não há nenhuma irregularidade com relação a isto.

As atividades de Mariana eram realizadas em área sujeita à risco de


explosão em razão da existência de inflamáveis, mas a empresa jamais
promoveu o pagamento de adicional de insalubridade ou periculosidade à
trabalhadora, vez que nos 150 anos de existência, nunca houve qualquer
incidente de explosão.
- O labor em ambiente com inflamáveis gera ao empregado o direito de
receber adicional de PERICULOSIDADE.
- Pedido: pagar o adicional de periculosidade indevidamente suprimido, no
importe de 30% sobre o salário base da trabalhadora.
Diante do caráter salarial da parcela, requerer, ainda, sua
INTEGRALIZAÇÃO e a condenação da reclamada ao pagamento dos reflexos
trabalhistas.

A trabalhadora recebeu a comunicação do seu aviso prévio no dia


01/06/2020, tendo a empresa optado pelo aviso indenizado de 30 dias,
promovendo a baixa da carteira no dia 30/06/2020, data na qual realizou o
pagamento à trabalhadora dos 30 dias de aviso e demais parcelas rescisórias.
- Aviso prévio concedido de forma INCOMPLETA. Como a trabalhadora
tinha 4 anos de contrato completos tinha direito a 42 dias.
Ou 5 anos completos --- 45 dias.
- Pedido: pagar a complementação do aviso no importe de 12 ou 15 dias,
no valor de R$ ____
01/07/2015 a 01/06/2020

No dia 15/06/2020 Mariana se candidatou ao cargo de dirigente sindical,


sendo eleita no dia 20/06/2020 para o exercício do triênio 2020/2023.
- A candidatura ao cargo de dirigente sindical no curso do aviso prévio NÃO
GERA direito à estabilidade no emprego.

Mensalmente a trabalhadora recebia além do seu salário de R$ 1.200,00


as seguintes utilidades in natura: alimentação (valor estimado de R$ 300,00,
empresa não integrante do PAT), crédito educação para utilizar na compra de
material didático referente à faculdade (valor estimado R$ 500,00) e utilização
de uma casa, concedida pelo bom trabalho realizado pela trabalhadora (valor
estimado de R$ 200,00).
- A alimentação, por ser dada in natura de forma voluntária, tem caráter
salarial.
- A Casa, por ser dada PELO trabalho da reclamante, também tem caráter
salarial
- Pedido: requerer a INTEGRALIZAÇÃO ao salário da alimentação e da
casa, bem como a condenação da empresa ao pagamento dos reflexos
trabalhistas decorrentes e, ainda, a retificar a CTPS da trabalhadora.

Após ser dispensa a trabalhadora procurou seu escritório profissional e


relatou as informações acima, bem como lhe forneceu os dados abaixo
apresentados. Na qualidade de advogado(a) de Mariana, ELABORE a medida
processual adequada para a defesa dos interesses da trabalhadora.

Informações adicionais da cliente:


CPF: 984.524.898-56
Endereço: Av. dos Sonhos n. 1234, CEP 66548-100, Ananindeua/PA
CTPS n. 01.2015
Email: mariana.davila@famaz.com.br
SUGESTÃO DE PETIÇÃO

AO DOUTO JUÍZO DA ___ VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE BELÉM

MARIANA FREITAS DÁVILA brasileira, estado civil, CPF: 984.524.898-56,


inscrita no RG sob o n. ..., titular da CTPS n. 01.2015, residente e domiciliada à
Av. dos Sonhos n. 1234, CEP 66548-100, Ananindeua/PA, com email:
mariana.davila@famaz.com.br, vem, respeitosamente a presença de Vossa
Excelência por intermédio de seu procurador adiante assinado (procuração em
anexo), com fulcro no art. 840 da CLT, PROPOR a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA pelo rito sumaríssimo

Em face de TÓXICA LTDA, pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ


n. 145.124/0001-89, com endereço completo.

I – DOS FATOS
A reclamante foi contratada no dia 01/07/2015 para trabalhar como
operadora de máquinas, tendo recebido seu aviso prévio no dia 01/06/2020.
Durante a prestação laborativa a reclamante sofreu diversas violações
trabalhistas conforme será exposto na fundamentação da presente petição.

II – DO DIREITO
DA INTEGRALIZAÇÃO SALARIAL
Mensalmente a trabalhadora recebia além do seu salário de R$ 1.200,00
dentre outras, as seguintes utilidades in natura: alimentação (valor estimado de
R$ 300,00, empresa não integrante do PAT), utilização de uma casa, concedida
pelo bom trabalho realizado pela trabalhadora (valor estimado de R$ 200,00)..
Nos termos do art. 458, caput, CLT, as utilidades fornecidas ao empregado
pelo empregador pelos serviços prestados, de forma habitual, gratuita, que não
tenham caráter nocivo e que a lei não lhes retira a natureza salarial, possuem
natureza salarial, devendo, portanto, integrar o salário para fins das projeções
legais.

Sendo assim o valor correspondente ao aluguel da casa integra a


remuneração da empregada haja vista que o mesmo era utilizado unicamente
para fins particulares da empregada.
Igualmente deve ser integralizado ao salário o valor de R$ 200,00
decorrente da alimentação, vez que a empresa não estava inscrita no PAT.

Diante do exposto requer-se a condenação da reclamada a


INTEGRALIZAÇÃO dos valores decorrentes do salário in natura concedidos em
razão da concessão de imóvel (R$ 300,00) e da alimentação in natura (R$
200,00), bem como a condenação da reclamada ao pagamento das
DIFERENÇAS decorrentes dos reflexos trabalhistas (verbas contratuais e
resilitórias, aviso prévio, 13º salário integral e proporcional, férias acrescidas de
1/3 e FGTS) no importe de R$ ..., tal como descrito nos memoriais de cálculos
anexos a essa petição, Por fim, requer-se a RETIFICAÇÃO da CTPS da
reclamante, nos termos do art. 29, § 1º, CLT, para que a referida parcela seja
registrada como salário.

DO PAGAMENTO DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE


As atividades da reclamante eram realizadas em área sujeita à risco de
explosão em razão da existência de inflamáveis, mas a empresa jamais
promoveu o pagamento de adicional de periculosidade à trabalhadora, sob o
argumento de que nos 150 anos de existência, nunca houve qualquer incidente
de explosão.

A legislação estabelece que são consideradas atividades ou operações


perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e
Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem
risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a
inflamáveis (art. 193, I, CLT)
Nos termos do § 1º do art. 193 o trabalho em condições de
periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento)
sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou
participações nos lucros da empresa.

Portando, considerando-se que a trabalhadora presta servido em local


exposto a inflamável, é devido o pagamento do adicional de periculosidade, no
importe de 30% sobre o salário base da reclamante.
Ante do exposto requer-se que Vossa Excelência condene a reclamada
ao pagamento das parcelas indevidamente suprimidas a título de adicional de
periculosidade no importe de 30% do salário base da trabalhadora, devidas por
mês de trabalho desde a sua admissão.
Diante do caráter salarial da parcela, requer-se que a ré seja condenada
ao pagamento dos reflexos trabalhistas, conforme memorial de cálculo em
anexo, no valor de R$ ...
DA INDEVIDA SUPRESSÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA
A reclamante trabalhava com jornada de trabalho de segunda a sexta,
das 08:00 às 12:00 e das 12:40 às 16:40, sendo que tal condição se deu durante
todo o contrato de trabalho.
A legislação estabelece que em qualquer trabalho contínuo, cuja duração
exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso
ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito
ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas (art. 71,
caput, CLT)

No caso verifica-se que apesar de a empresa ter que fornecer o intervalo


mínimo de 60 minutos, concedia apenas 40 minutos à reclamante, suprimindo,
portanto, 20 minutos diários de segunda a sexta feira.

Nos termos do art. 71, § 4º da CLT a não concessão ou a concessão


parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a
empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória,
apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento)
sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

Diante do exposto, REQUER-SE que a requerida seja condenada a


promover o pagamento de 20 minutos diários de segunda a sexta feira,
devidamente acrescido de adicional de 50%, com natureza indenizatória, no
valor de R$ ..., a título de intervalo intrajornada indevidamente suprimido.

DA COMPLEMENTAÇÃO DO AVISO PRÉVIO


A reclamante recebeu a comunicação do seu aviso prévio no dia
01/06/2020, tendo a empresa optado pelo aviso indenizado de 30 dias,
promovendo a baixa da carteira no dia 30/06/2020, data na qual realizou o
pagamento à trabalhadora dos 30 dias de aviso e demais parcelas rescisórias.

A legislação estabelece que o aviso prévio será concedido na proporção de


30 dias aos empregados que contem com até um ano de serviço na mesma
empresa, sendo acrescidos três dias para cada ano completo de serviço
(conforme Lei n. 12.506/11). No caso verifica-se que a reclamante laborou por 4
anos completos logo tinha direito de receber 42 dias, contudo a empresa
promoveu o pagamento de apenas 30 dias, logo, tem direito ao pagamento da
diferença no importe de 12 dias.

Diante do exposto requer a CONDENAÇÃO do empregador a pagar os 15


dias de aviso prévio, de forma indenizada, no importe de R$ 1.200,00, com seus
respectivos reflexos, bem como retifique a data do término do contrato na CTPS
para que conste o dia ...
R$ 2.060,00 ÷ 30 dias = R$ 68,66 (salário dia)
R$ 68,66,00 x 12 dias = R$ 824,00 (valor dos 12 dias de aviso prévio).

Informações adicionais: Para fins da apuração do salário mensal da reclamante


considera-se TODAS as parcelas salariais, e, portanto o salário base (R$
1.200,00), o adicional de periculosidade (30% do salário base – R$ 360,00), o
imóvel (salário in natura R$ 300,00) e ainda a alimentação (salário in natura R$
200,00). Totalizando-se assim R$ 2.060,00

III – DOS PEDIDOS


Diante do exposto requer a condenação da reclamada a:

a) INTEGRALIZAR a parcela decorrente do salário in natura no valor de


R$ 300,00, decorrente do fornecimento de imóvel, e de R$ 200,00 em
razão da alimentação, bem como promover o PAGAMENTO dos
reflexos trabalhistas decorrentes, no valor de R$ ..., conforme
memoriais de cálculo em anexo.
b) Pagar o adicional de periculosidade no importe de 30% sobre o salário
base, por mês de trabalho.
c) Pagar 20 minutos diários de segunda a sexta feira, devidamente
acrescido no adicional de 50%, com natureza indenizatória, no valor de
R$ ..., a título de intervalo intrajornada indevidamente suprimido.
d) Pagar indenização correspondente a supressão parcial do aviso prévio,
no valor de R$ 824,00, correspondente a 12 dias de salário, retificando,
no prazo de 5 dias, a data da baixa da CTPS sob pena de multa diária
de R$ 200,00 limitada R$ 4.000,00.

IV – DOS REQUERIMENTOS FINAIS


Diante do exposto, requer:

a) A notificação da Reclamada para comparecer em audiência e oferecer


resposta à reclamatória trabalhista sob pena de revelia;
b) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em
especial a prova documental, o depoimento pessoal e a oitiva de
testemunhas e a prova pericial.
c) A condenação da reclamada ao pagamento de honorários de
sucumbência, arbitrados por Vossa Excelência entre 5 e 15% do valor
da condenação.
d) Por fim, a procedência dos pedidos, com a condenação da reclamada
ao pagamento das verbas pleiteadas, acrescidas de juros e correção
monetária.

Atribui-se a causa o valor de R$ ... (até 40 salários mínimos)

Nestes termos,
Pede Deferimento

Belém/PA, 12 de abril de 2021

ADVOGADO(A)
OAB nº ...

DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS


Critério Avaliado Pont. Pont.
máx atribuída
Endereçamento à Vara do Trabalho de 0,50
BELÉM/PA
Qualificação das partes + art. 840,
0,3
CLT
Nome da peça + rito 0,2
Integralização salarial
- Pedir a integralização do 0,3
apartamento
- Pedir a integralização da alimentação 0,3
- Pedir os reflexos trabalhistas 0,2
- Indicar o art. 458, caput, CLT 0,2
Adicional de periculosidade
- Pedir o pagamento da periculosidade 0,2
- Indicar o percentual de 30% 0,2
- Indicar a base de calculo (salário 0,2
base)
- Pedir os reflexos trabalhistas 0,2
- Indicar o art. 193, CLT 0,2
Intervalo parcial de jornada
- Pedir os 20 minutos de segunda a 0,5
sexta.
- Natureza indenizatória 0,3
- Art. 71, § 4º, CLT 0,2
Aviso Prévio
0,8
- Pedir a diferença de 12 dias
0,2
- Lei n. 12.506/11
Pedidos certos, líquidos e
1,0
determinados
Honorários 0,5
Valor da causa 0,3
Fechamento da peça 0,2
Clareza e argumentação jurídica
2,0
adequada e pertinente
Cálculos Trabalhistas 1,0
TOTAL 10

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